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Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 1 Relevante problema de saúde pública no Brasil; Efeito nocivo sobre a nutrição das crianças, seu crescimento e o desenvolvimento cognitivo; Alta prevalência em países em desenvolvimen- to, associadas a fatores socioeconômicos e ambientais, como o acesso limitado ao sanea- mento básico. A transmissão da maioria dos parasitas intesti- nais ocorre por ingestão de água ou alimentos infectados por ovos/cistos. Unicelulares, eucarióticos (com membrana nu- clear). Transmissão o Alimentar: água, frutas e hortaliças cruas, contaminadas por cistos de protozoários, e contaminação alimentar por manipuladores parasitados; o Ambiental: contato com solo contaminado, banhos em água parada, hábitos sanitários inadequados e vetores (poeira, baratas, be- souros e moscas veiculam ovos infectantes). Agente etiológico: Entamoeba histolytica Habitat: cólon (invasão tecidual). Ciclo biológico: ingestão de cistos → eclosão no delgado (libera trofozoítas) → amadurecem no cólon. Transmissão: cistos representam a forma infec- tante, sendo adquiridos por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes. Aquisição pela via sexual raramente acontece, através do contato oral-anal. Amebíase assintomática: maioria dos portado- res. Amebíase intestinal: o Aguda ou disenteria amebiana: Diarreia mucossanguinolenta, 10-12 deje- ções/dia; Náuseas, vômitos, cefaleia, febre, tenesmo e cólicas abdominais intensas difusas ou FID. Quadros mais graves (colite amebiana ful- minante) podem cursar com febre alta, leu- cocitose e perfuração intestinal. Alguns pacientes desenvolvem megacólon tóxico (dilatação colônica intensa, com ou sem pneumatose intestinal). Hemograma NÃO revela eosinofilia; o Crônica: infrequente, assintomática, dor ou desconforto intestinal, síndrome dispéptica, alternância diarreia/constipação. o Ameboma: granuloma na mucosa no ceco, cólon ascendente ou anorretal, com edema e estreitamento do lúmen. Alternância diar- reia/constipação. Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 2 Amebíase extraintestinal: o Trofozoíta na mucosa intestinal → corrente sanguínea (sistema porta) → diversos tecidos, principalmente fígado. o Desenvolvimento de abscessos hepáticos (lo- cal mais frequente), pulmonares ou cerebrais. o Abscesso hepático: Quadro agudo, com febre alta, dor em hi- pocôndrio direito (com eventual irradiação para o ombro), hepatomegalia, febre (even- tualmente com calafrios), sudorese noturna e sinal de Torres-Homem (dor à percussão do gradil costal sobre o hipocôndrio direi- to). Lesão única situada na porção superior lobo direito. Não deve ser drenado! Em função dos episódios de hemorragia que ocorrem para o seu interior, os absces- sos amebianos costumam ter aspecto “achocolatado”, sem cheiro; Leucocitose neutrofílica importante (20.000- 30.000/mm³) + aumento leve/moderado das enzimas hepáticas. Diagnóstico: o Amebíase intestinal: pesquisa de cistos ou trofozoítos por EPF. o Forma extraintestinal: quadro clínico + USG/TC/RM abd + sorologia (ELISA), hema- glutinação indireta IgG > 1:128. Tratamento: em qualquer forma de apresenta- ção clínica, sintomática ou não. o Imidazólicos – como secnidazol, metronidazol e tinidazol – são agentes de escolha para destruir as formas invasivas nos tecidos, po- rém não são eficazes em erradicar os trofozo- ítas e cistos no lúmen intestinal. o Forma intestinal não grave: Secnidazol 2g (4 comp. de 500mg DU). Crianças – 30 mg/kg/dia (máx. 2g). Deve ser evitado no primeiro trimestre da gravidez e durante amamentação. | Metronidazol 500mg, 8/8h, por 5 dias, para adultos. Para crianças, 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, por 5 dias. | Tinidazol 2g (4 comp. de 500mg DU) após o almoço, por 2 dias. Crianças, 50 mg/kg/dia por 2 dias. o Forma intestinal grave ou extraintestinal: Me- tronidazol 750mg, VO ou IV, 8/8h, por 10 di- as. Crianças – 50mg/kg/dia, por 10 dias. | Ti- nidazol 2g (4 comp. de 500mg DU) após o almoço, por 5 dias. o Complementação do tratamento para erradi- car formas intraluminais: Teclozan (FALMO- NOX®) 100mg, VO, 8/8h, por 5 dias. | Eto- famida (KITNOS®) 200mg, VO, 8/8h, por 5 dias. Agente etiológico: Giardia lamblia ou G. intes- tinalis ou G. duodenalis Habitat: intestino delgado (duodeno e jejuno) Ciclo biológico: cisto (forma infectante) elimi- nado nas fezes → ingestão do cisto → trofozo- ítas liberados no intestino → se fixam à mu- coas pelo disco suctorial Transmissão: fecal-oral/anal-oral; principal- mente por água e alimentos contaminados. Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 3 Quadro clínico: maioria é assintomática. o Enterite aguda: náuseas, vômitos, distensão abdominal alta, dor abdominal difusa ou epi- gástrica, flatulência e anorexia. o Síndrome de má absorção semelhante à do- ença celíaca → diarreia crônica esteatorreica ou constipação, perda de peso, parada de crescimento, desnutrição proteico-energética, má absorção secundária de lactose, entero- patia perdedora de proteínas, edema, hipo- proteinemía, deficiência de Fe, Zi, vitamina B12, B9, vitaminas A e E. o O disco suctorial é capaz de produzir irrita- ção, com lesões das vilosidades intestinais e atrofia focal ou difusa, explicando a eventual esteatorreia. Tende a ser grave em portadores de hipoga- maglobulinemia (ex.: imunodeficiência comum variável e deficiência de IgA). Crianças com FC também são suscetíveis a evolução mais complicada. Portadores de AIDS não controlada apresen- tam giardíase refratária ao tratamento. Diagnóstico: pesquisa de cistos ou trofozoístas por EPF (1 coleta/semana por 3 semanas); aspi- rado duodenal, biópsia duodenal (atrofia de vi- losidades e hiperplasia de criptas – deve-se di- ferenciar de doença celíaca). Não há associa- ção com eosinofilia. Tratamento: Tinidazol 2g (4 comp. de 500mg DU). Crianças – 50mg/kg/d DU | Metronidazol 250mg, 8/8h, por 5 dias, adultos. Crianças, 15mg/ kg/dia, divididas em 2 tomadas, por 5 dias | Secnidazol, adultos – 2g, DU. Crianças – 30mg/kg ou 1ml/kg, VO, DU após uma refei- ção | Albendazol 400mg, 5 dias. Vermes cilíndricos, não segmentados. Síndrome de Löeffler (Ciclo pulmonar de Loss): parasitas que têm passagem pulmonar em seu ciclo biológico (Strongyloides stercora- lis, A. duodenale/Necator americanus e A. lumbricoides). o Parasita penetra no corpo ou é ingerido → corrente sanguínea → pulmão → fase adulta → via respiratória → deglutido novamente. Agente etiológico: Ascaris lumbricoides Habitat: intestino delgado (jejuno e íleo) Ciclo biológico: Ingestão do ovo → larva → perfura intestino → corrente sanguínea → Ci- clo de Loss → verme adulto no intestino → re- produção sexuada → ovo eliminado nas fezes Transmissão: fecal-oral. Não se multiplica no organismo humano. Por- tanto, o número de vermes depende exclusi- vamente de quantas vezes o paciente ingeriu ovos infectantes deste verme. Quadro clínico: geralmente assintomático. o Dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Prejuízo nutricional por competir com alguns nutrientes no lúmen intestinal. o Suboclusão ou obstrução intestinal: grande número de vermes. Pode ocorrer na valva ile- ocecal, sobretudo em crianças (o “bolo de ás- caris”). Paciente, em geral desnutrido, apresenta cólicas, distensão abdominal, anorexia, vô- mitos biliosos, desidratação e às vezes diar- reia no início do quadro. Comum a criança eliminar as lombrigas pela boca, narinas ou ânus, antes ou durante a vigência do quadro. Palpa-semassa cilíndrica na região perium- bilical ou próximo aos flancos. RHA podem desaparecer, caso ocorra oclu- são intestinal total ou íleo adinâmico. Pode ocorrer isquemia de alça, necrose, perfura- ção ou volvo do intestino. o Migração do verme: Apendicite (invasão do apêndice cecal); Pancreatite hemorrágica (obstrução da ampola de Vater e ducto de Wirsung); Colestase e Colangite (obstrução da ampola de Vater e árvore biliar); Abcesso hepático (subida dos vermes até o interior do parênquima do fígado); Asfixia (obstrução de vias aéreas ou cânula traqueal). Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 4 o Síndrome de Loeffler: manifestações pulmo- nares – tosse seca, broncoespasmo e imagens radiológicas de infiltrados intersticiais múlti- plos e migratórios. Quadro clínico brando e efêmero; laboratório – importante eosinofilia que costuma ceder ou diminuir após o térmi- no do ciclo pulmonar larvário. Diagnóstico: identificação do ovo por EPF; exames radiológicos baritados, podem revelar imagens de “falha de enchimento” patogno- mônicas; Imagem em miolo de pão (RX-ABD). Tratamento: Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida) 400mg, DU, adultos; Criança, 10mg/kg, DU; contraindicado em gestantes | Mebendazol 100mg, 1x/dia, por 3 dias; con- traindicado nas gestantes | Pamoato de piran- tel 11mg/kg (máximo 1g), VO, 1x/dia por 3 di- as. Também deve ser evitado em grávidas. o Obstrução: SNG + dieta zero + Piperazina 100mg/kg/dia (causa paralisia no verme) + óleo mineral 40-60ml/dia + antiespasmódi- cos + hidratação. Após a fase aguda, Meben- dazol 200mg/d por 3d. o O uso de ascaricida neste momento exige cautela, pois a morte e degradação maciça dos vermes liberam toxinas que podem pro- vocar inflamação de parede intestinal, parali- sia, necrose e perfuração. o Gastrografina (contraste hiperosmolar), que determina condução de água para o lúmen intestinal, causa a separação dos áscaris e os torna mais escorregadiços. Além disso, quan- do ingerido pelos vermes, pode causar desi- dratação e redução do tamanho dos mesmos. A dose varia de 15-30mL. o Tratamento cirúrgico é indicado em pacientes com sangramento retal e toxemia ou naque- les que não respondem ao tratamento médi- co. Agente etiológico: Strongyloides stercoralis Habitat: duodeno e jejuno Ciclo biológico: Fêmea partenogenética bota ovo no intestino → eclode → eliminação de larva pelas fezes → penetra na pele → Ciclo de Loss → verme adulto no intestino... Quadro clínico: maioria assintomática. o Sintomas digestivos altos → duodenojejunite → dor epigástrica que piora com a ingestão de alimentos (simula úlcera péptica duode- nal) o Diarreia, desconforto abdominal, mal estar, pirose, sonolência, náuseas e vômitos. o Eosinofilia. o Síndrome disabsortiva: esteatorreia, hipoal- buminemia e anasarca. o Síndrome de Loeffler o Lesões urticariformes ou maculopapulares periódicas: larva currens; lesão única que predomina nas nádegas, períneo, virilha, tronco e coxa proximal (ao contrário da larva migrans, que predomina nos pés). o Estrongiloidíase disseminada: acentuação do ciclo de autoinfestação interna; pacientes imunocomprometidos (principalmente por uso de corticoides); sepse por Gram (-); febre, leucocitose neutrofílica com desvio para es- querda, sinais de peritonite, meningite e sin- tomas respiratórios associados a infiltrados alveolares broncopneumônicos. Diagnóstico: padrão-ouro é o EPF (método de Baermann-Moraes); aspirado duodenal; EDA; testes sorológicos. Tratamento: Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 5 o Não complicada: Ivermectina 200mcg/kg, VO, DU. Pode-se repetir após 1 semana da dose inicial. | Albendazol 400mg/dia, por 3 dias. | Cambendazol 5mg/kg, DU, VO. | Tia- bendazol, são vários esquemas propostos: a) 25-50mg/kg/dia (máximo de 3g/dia), dividida em 3 tomadas, durante 3-7 dias. É um es- quema muito utilizado; b) 50mg/kg, DU, à noite. Contraindicado em gestantes. o Grave ou disseminada: Ivermectina, VO, 200 mcg/kg, por 5-7 dias ou até que os parasitas sejam erradicados. Pode-se associar com al- bendazol. | Tiabendazol 25-50mg/kg/dia, VO ou via enteral (máximo de 3g/dia), dividida em 3 tomadas, por 10 dias. Também conhecida como “amarelão”, “opila- ção” ou “doença do Jeca Tatu”. Agente etiológico: Ancylostoma duodenale; Necator americanus Habitat: principalmente o duodeno e jejuno, onde se fixam pela cápsula bucal. Ciclo biológico: Fêmeas põem ovos no lúmen intestinal → liberado nas fezes → Ovo eclode no chão → larva no solo → penetra na pele → corrente sanguínea → Ciclo de Loss → verme adulto no intestino... Quadro clínico: o Possuem uma peça bucal guarnecida de ór- gãos de fixação, representadas por placas (N. americanus) ou dentes cortantes (A. duodenale) que ancoram o verme na inti- midade da mucosa duodenal (ou jejunal), formando lesões inflamatórias, levando a uma enterite catarral. o A mudança contínua de fixação dos parasitas contribui para a formação de mais lesões. o Além de romperem os capilares da mucosa, produzindo pequeninas hemorragias, tam- bém sugam o sangue da mucosa intestinal. o Balanço negativo de ferro e provocar anemia ferropriva em certos pacientes. o Quadro gastrointestinal agudo (gastroenteri- te): náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência. o Quadro crônico expoliativo: anemia ferropriva (microcítica hipocrômica), hipoalbuminemia, desnutrição proteica, anasarca e síndrome di- sabsortiva e prejuízo no desenvolvimento fí- sico e mental das crianças (no caso de hipe- rinfestação). Um importante (porém não obrigatório) achado periférico é a eosinofilia, geralmente leve a moderada. o Erupções maculopapulares eritematosas e pruriginosas podem aparecer no sítio de pe- netração da larva filarioide. o Síndrome de Loeffler não é tão proeminente. Diagnóstico: pesquisa de ovos por EPF. Tratamento: Mebendazol 100mg, 12/12h, por 3 dias; contraindicado nas gestantes | Alben- dazol 400mg, DU, adultos; criança, 10mg/kg, DU; contraindicado em gestantes. *A. braziliense – ancilóstomo do cachorro → não consegue penetrar a pele, logo não cai na corren- te sanguínea → bicho geográfico. Síndrome da larva migrans visceral Agente etiológico: Toxocara canis ou “áscaris do cão”, o mais comum; Toxocara cati ou “ás- caris do gato”; e Ascaris suum ou “áscaris do porco”. Um fator crucial para a epidemiologia da toxo- caríase é a contaminação de áreas públicas de lazer com fezes de cães e gatos, especialmente locais frequentados por crianças pequenas (< 5 anos) quando a ocorrência de geofagia é co- mum. Habitat: delgado e vísceras (larva migrans vis- ceral) Ciclo biológico: ingestão de ovos → larvas libe- radas no TGI → perfuração intestinal → cor- rente sanguínea → tecidos. Transmissão: ingestão de terra contaminada com ovos embrionados é o principal mecanis- mo. Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 6 Quadro clínico: febre, queda do estado geral, irritabilidade, hepatomegalia, rash cutâneo pruriginoso, ascite, eosinofilia marcante. Diagnóstico: A principal alteração laboratorial é inespecífica, e consiste numa leucocitose à cus- ta de importante eosinofilia. Solorologia (ELI- SA). EPF não faz diagnóstico (o parasita adulto não chega ao intestino). Tratamento: Albendazol 400mg, 12/12h, VO, por 5 dias (10mg/kg/dia por 15d) | Meben- dazol 100-200mg, 12/12h, VO, por 5 dias. Agente etiológico: Enterobius vermicularis (oxiúro) Habitat: vivem no intestino grosso, aderidos à mucosa intestinal. Fêmeas vão parar no tegu- mento da região anal e perianal,onde liberam seus ovos. Ciclo biológico: ingestão de ovos → liberação de larvas no TGI → migração para o ceco → verme adulto Transmissão: fecal-oral; por alimentos conta- minados ou autoinfestação. Quadro clínico: o Sintomas inespecíficos: vômitos, dor abdomi- nal, tenesmo e, raramente, fezes sanguinolen- tas. o Intenso prurido anal, exacerbado no período noturno → irritabilidade, desconforto (às ve- zes, intolerável) e sono intranquilo. o Nas meninas o verme pode migrar para a re- gião genital e pode ser encontrado na vulva, uretra, vagina e até na cavidade peritoneal. Causa intenso prurido vulvar, corrimento, es- timulação erótica e até complicações anexi- ais. Diagnóstico: método de Graham (fita gomada). Tratamento: Albendazol 400mg, DU | Meben- dazol 100mg, DU | Pamoato de Pirantel 10 mg/kg, VO, DU. Agente etiológico: Trichuris trichiura Habitat: intestino grosso (ceco) Transmissão: fecal-oral (ingestão dos ovos) Quadro clínico: o Lesões intestinais variam de simples erosões a ulcerações múltiplas. o Enterorragia → sangue oculto nas fezes, le- vando à anemia ferropriva. o Diarreia crônica com tenesmo (tipo colite), podendo evoluir com enterorragia nas infes- tações mais graves. o Prolapso retal é a manifestação mais clássica, sendo mais comum em crianças intensamen- te parasitadas. o Mucosa retal pode encontrar-se edemaciada, ulcerada, hemorrágica e contendo os vermes adultos presos à mucosa, semelhantes a “fios de linha branca”. Lourdes Laryssa Melo da Costa Lôbo – Turma 09 UPE Garanhuns – Prática Médica V – Gastroenterologia 7 o Dermatite tóxico-alérgica, com eosinofilia pe- riférica, manifestando-se como placas cutâ- neas urticariformes que desaparecem com o tratamento. Diagnóstico: pesquisa de ovos no EPF. Tratamento: Albendazol 400mg, VO, 1x/dia por 3-7 dias | Mebendazol 100mg, 12/12h por 3 dias | Pamoato de oxipirantel 10mg/kg, VO, DU. Vermes achatados. Agente etiológico: Taenia solium (carne de porco) e Taenia saginata (carne bovina) Habitat: intestino delgado Transmissão: ingestão de carne crua ou malco- zida Quadro clínico: o Hipo ou hipersecreção de muco, alterações da motilidade intestinal, requerimento nutri- cional do verme e fenômenos tóxico- alérgicos à distância. o Tonturas, fraqueza, insônia, cefaleia, irritabili- dade, anorexia ou bulimia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor abdominal. o A teníase saginata costuma ser mais sintomá- tica que a teníase solium. Diagnóstico: No caso da T. solium, que elimina suas proglotes com as fezes, a tamização fecal (“peneiração”) é o melhor método. Tratamento: Praziquantel 5-10mg/kg DU | Niclosamida 50mg/kg DU | Mebendazol 200 mg, 2x/dia, por 4 dias | Albendazol 10 mg/kg/dia (máx. 400mg), VO, por 3 dias. *Neucisticercose Ingestão de ovos ou proglotes da T. solium → larva (cisticerco) → SNC do humano → neurocis- tiscercose Suspeitar em pacientes que apresentam início de quadro de epilepsia na idade adulta; As crises podem ser tanto generalizadas quanto focais, porém o mais comum é focal com genera- lização secundária. Hidrocefalia pela obstrução do fluxo liquórico pode levar a sinais de HIC, com cefaleia, náuseas, vômitos, borramento de visão, papiledema e re- baixamento do nível de consciência. RM e TC de crânio: (1) lesões císticas com ou sem reforço anelar; (2) uma ou mais calcificações no- dulares; (3) lesões com reforço focal. As lesões geralmente são múltiplas! O diagnóstico pode ser reforçado pela detecção de anticorpos específicos contra o cisticerco. Praziquantel 50 mg/kg/dia + Dexametasona, durante 21 dias. Associar anticonvulsivantes. JAMESON, J. L. et al. Medicina interna de Harrison. 20ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2020. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Sociedade Brasileira de Pediatria. Parasitoses intestinais: diagnós- tico e tratamento. 2020.