Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
04/12/2022 15:41 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/15 Artigo 308, CP “Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiros: Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave”. Nomen iuris: Uso de Documento de Identidade Alheia. Bem jurídico: a fé pública Sujeitos: - ativo: qualquer pessoa. Trata-se de crime comum. - passivo: o Estado. Eventualmente o terceiro atingido pela conduta do sujeito ativo. Elementos do tipo: Trata-se de crime de ação múltipla, haja vista que o legislador apresentou duas modalidades de conduta (mais de um núcleo), consubstanciadas pelos verbos usar ou ceder. Na primeira o sujeito ativo utiliza o objeto material de terceiro, enquanto que no ceder, o sujeito ativo fornece para que terceiro utilize. O objeto material é o documento verdadeiro pertencente a terceiro. O legislador emprega uma fórmula exemplificativa, seguida de uma genérica. Assim, o rol apresentado não é exaustivo, a saber: passaporte, título de eleitor ou caderneta de reservista, podendo o agente se utilizar / fornecer qualquer outro documento de identidade pertencente a terceiro – ex/ CNH. Elemento subjetivo: dolo Não é admitida a modalidade culposa, devendo o agente ter ciência sobre os elementos constitutivos do tipo e vontade de realizá-los. Consumação: na modalidade usar, com o uso, haja vista que constitui crime de mera conduta; na modalidade ceder, com o fornecimento a terceiro, 04/12/2022 15:41 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/15 independentemente do resultado que poderá acontecer, tratando-se, portanto, de crime formal. Tentativa: impossível na modalidade usar, mas possível na ceder. Pena: detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave Ação penal: pública incondicionada. Artigo 309, CP “Usar estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu: Pena – detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único: atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa”. Nomen iuris: Fraude de Lei sobre Estrangeiro Bem jurídico: a fé pública Sujeitos: - ativo: o estrangeiro na modalidade do caput, e qualquer pessoa na do parágrafo único. Trata-se, portanto, de crime próprio no caput e simples no parágrafo único. - passivo: o Estado Eventualmente terceiro atingido pela conduta do sujeito ativo. Elementos do tipo: A conduta típica é consubstanciada pelo verbo usar, que significa utilizar nome que não é o seu. Nesse sentido, o tipo dispõe que a conduta típica se volta exclusivamente em relação ao nome, e não a outros dados relativos a identificação, tais como estado civil, profissão etc. 04/12/2022 15:41 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/15 Deve ser ponderado que se o agente utilizar documento falso para se identificar, estaremos diante do artigo 304, CP; se verdadeiro, mas de outrem, do artigo 308, CP. Elemento subjetivo: dolo Não há que se falar na modalidade culposa, devendo o agente ter ciência e vontade de realizar os elementos constitutivos do tipo. Consumação: com uso do nome falso, independentemente do agente entrar ou permanecer no território nacional. Tentativa: impossível. Ação penal: pública incondicionada. Artigo 310, CP “Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa”. Bem jurídico: a fé pública Sujeitos: - ativo: qualquer pessoa Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, desde que tenha nacionalidade brasileira. - passivo: o Estado Elementos do tipo: A conduta é consubstanciada pelo núcleo prestar-se, o qual denota a existência de alguém que se faz de testa de ferro na aquisição de empresas ou sociedades por parte de estrangeiros. 04/12/2022 15:41 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/15 Elemento subjetivo: dolo Não há que se falar na modalidade culposa, devendo o agente ter ciência sobre os elementos constitutivos do tipo e vontade de realizá-los. Consumação: no momento em que o brasileiro se passa como proprietário ou possuidor de ação, título etc pertencente a estrangeiro. Tentativa: possível Pena: detenção, de seis meses a três anos, e multa Ação penal: pública incondicionada. Artigo 311, CP “Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. §1º se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. §2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial”. Nomen iuris: Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor. Bem jurídico: fé pública A lei 9426/96 criou mais uma figura de crime contra a fé pública, ou seja, crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor - ex/ mudança do nº do chassis, alteração das placas do veículo ou alteração de qualquer outro elemento identificador. A necessidade desta norma adveio da especialização existente no crime, pois enquanto uns furtam, outros alteram sinais identificadores do veículo para que outros o adquiram. Diante disso, havia dificuldade de se enquadrar a conduta ilícita daquele que efetua as alterações. 04/12/2022 15:41 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/15 Sujeitos: - ativo: qualquer pessoa Trata-se, pois, de crime comum. - passivo: o Estado. Elementos do tipo: Trata-se de crime de ação múltipla, pois o legislador descreveu a modalidade típica com uma pluralidade de núcleos, a saber: adulterar, ou seja, a modificação do conteúdo existente, e remarcar, que significa inserir, no caso, novos números, dados, sobre aqueles existentes. Esta adulteração deve ser de caráter permanente, conforme vem se posicionando a jurisprudência e a doutrina, razão pela qual a utilização de fitas adesivas para alterar a numeração as placas não encontraria adequação típica. O objeto material é o número de chassi ou qualquer sinal identificador. Elemento subjetivo: dolo Não há que se falar na modalidade culposa, razão pela qual o agente deve ter ciência sobre os elementos constitutivos do tipo e vontade de realizá-los. Consumação: com a conduta, seja de adulterar ou remarcar, independente da ocorrência do resultado. Tentativa: possível. Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa Ação penal: pública incondicionada. Exercício 1: Luiz, tão logo seu tio faleceu, alterou o testamento particular por ele deixado para lhe atribuir parte da herança. Luiz responderá por crime de: A)
Compartilhar