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SAÚDE DO ADULTO E SAÚDE DO IDOSO Profa. Dra. Maria Carla Vieira Pinho Fo nt e da Im ag em : h tt ps :// w w w .d iv ul ga ca od in am ic a. pt /b lo g/ co m o- ap re nd em -o s- ad ul to s/ OBJETIVOS E TEMAS DE APRENDIZAGEM Conhecer o contexto histórico e epidemiológico de construção de políticas e programas voltados para a saúde do adulto e do idoso. Discutir os principais problemas de saúde voltados ao adulto e ao idoso. Realizar o estudo do caso relacionado à saúde do adulto/ idoso, conforme as questões propostas. VAMOS ANALISAR? JC, 71 anos , é morador da periferia de São Paulo, trabalha como catador de papelão e é aposentado por invalidez. É pai de 9 filhos, sendo que 6 residem com ele. Nessa mesma casa residem sua esposa, 2 noras, 2 genros e 6 netos. A renda familiar fica em torno de 4 salários mínimos. Procurou o serviço de saúde com queixa de edema constante em MMII que o estão impossibilitando de trabalhar. É diabético há 30 anos, hipertenso há 40 anos, tem úlcera gástrica crônica, doença de Chagas desde que veio para São Paulo há uns 50 anos e refere fazer o tratamento de forma irregular, porque não tem dinheiro para comprar os remédios e nem sempre a UBS tem para disponibilizar. Não sabe ler nem escrever. Não conhecia o nome das medicações, porém na receita foram encontrados: Capoten 25 mg 2X/dia Lasix 40 mg 1x/dia Aldactone 100 mg 1x/dia Digoxina 0,25 mg 1x/dia Omeprazol 40 mg1x/dia Insulina NPH 30u SC de manhã e 15 a noite Glucoformim 850 mg após o almoço e o jantar Ao exame físico encontrava-se: consciente, calmo, enfraquecido, descorado, emagrecido (peso=52kg; altura=1,74m), com pele ressecada, descamativa, com edema importante em Membros Inferiores (MMII), drenando linfa em um ponto de rompimento da pele próximo ao tornozelo Direito. Refere estar urinando bem pouco e com odor forte. Deambula com um pouco de dificuldade e está se alimentando mal devido à inapetência. Segue demais informações: PA: 170x120 mmHg FC: 64bpm FR: 25rpm T: 36,3°C ECO C/ FE: 39% NA: 152 K: 4,9 U:52 CR:1,4 URINA I NORMAL ATENÇÃO | Este caso não é de autoria do professor da Disciplina. VAMOS ANALISAR? ATENÇÃO | Este caso não é de autoria do professor da Disciplina. CONTEXTO HISTÓRICO E EPIDEMIOLÓGICO • Na legislação brasileira: adulto é a pessoa entre 20 e 59 anos de idade, e é considerado idoso a pessoa que tenha 60 anos ou mais. • A população adulta representa uma parcela significativa da população e seu número vem aumentando e envelhecendo, devido: • Mudanças demográficas que vêm ocorrendo nas últimas décadas no Brasil, relacionadas à queda da mortalidade infantil e da fecundidade, transformações na composição familiar, consolidação da mulher no mercado de trabalho. • Aumento da expectativa de vida. • Movimentos migratórios e de urbanização. “O ADULTO DE HOJE É O IDOSO DE AMANHÔ Adulto Idoso CONTEXTO HISTÓRICO E EPIDEMIOLÓGICO • O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. • Segundo o IBGE, a população idosa brasileira é composta por 29.374 milhões de pessoas, totalizando 14,3% da população total do país. • A expectativa de vida em 2016, para ambos os sexos, aumentou para 75,72 anos, sendo 79,31 anos para a mulher e 72,18 para o homem. (ATENÇÃO! Por que? – Saúde do Homem). • MAS... a transição demográfica é acompanhada pela transição epidemiológica, caracterizada pelo aumento progressivo da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)/ ou doenças e agravos crônicos não transmissíveis (DANT), sendo a população idosa a mais exposta a essas condições. NO BRASIL E NO MUNDO, AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS SE CONSTITUEM COMO O PROBLEMA DE SAÚDE DE MAIOR MAGNITUDE - 72% DAS CAUSAS DE MORTES - No Paraná, considerando os últimos dez anos, esse conjunto de doenças correspondeu a 59% de todas as mortes e 43% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a 69 anos. CONTEXTO HISTÓRICO E EPIDEMIOLÓGICO • O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. • Segundo o IBGE, a população idosa brasileira é composta por 29.374 milhões de pessoas, totalizando 14,3% da população total do país. • A expectativa de vida em 2016, para ambos os sexos, aumentou para 75,72 anos, sendo 79,31 anos para a mulher e 72,18 para o homem. (ATENÇÃO! Por que? – Saúde do Homem). • A transição demográfica é acompanhada pela transição epidemiológica, caracterizada pelo aumento progressivo da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)/ ou doenças e agravos crônicos não transmissíveis (DANT), sendo a população idosa a mais exposta a essas condições. NO BRASIL E NO MUNDO, AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS SE CONSTITUEM COMO O PROBLEMA DE SAÚDE DE MAIOR MAGNITUDE - 72% DAS CAUSAS DE MORTES - No Paraná, considerando os últimos dez anos, esse conjunto de doenças correspondeu a 59% de todas as mortes e 43% desses óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a 69 anos. DOENÇAS CRÔNICAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epidemiologia_2.pdf DCNT Tabagismo Atividade Física Insuficiente Uso Nocivo do Álcool Alimentação Não Saudável Cadeia Epidemiológica/ Cadeia de Infecção Modificadas pelo Estilo de Vida PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE VOLTADOS AO ADULTO/ IDOSO PROMOÇÃO DA SAÚDE DO ADULTO/ IDOSO • Estratégia que contribui para a construção de ações direcionadas às necessidades sociais em saúde – ADULTO àIDOSO Promover programas educativos para doenças crônicas e degenerativas pode reduzir bastante o número de hospitalizações. Melhorar significativamente as complicações agudas e crônicas. Prevenir ou retardar o aparecimento de enfermidades. Contribuir para aumento na expectativa e qualidade de vida por meio de uma rede articulada que atenda às necessidades dessa população. As ações de saúde devem ser planejadas, organizadas e implementadas de modo que possibilitem às pessoas prolongarem o máximo possível a sua independência e autonomia. Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/boletim_tematico/saude_idoso_outubro_2022-1.pdf DICA para leitura complementar: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Link: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs ou QRCode DICA para leitura complementar: OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Agenda 2030 https://brasil.un.org/pt-br/sdgs CASO DO SR. JC JC, 71 anos , é morador da periferia de São Paulo, trabalha como catador de papelão e é aposentado por invalidez. É pai de 9 filhos, sendo que 6 residem com ele. Nessa mesma casa residem sua esposa, 2 noras, 2 genros e 6 netos. A renda familiar fica em torno de 4 salários mínimos. Procurou o serviço de saúde com queixa de edema constante em MMII que o estão impossibilitando de trabalhar. É diabético há 30 anos, hipertenso há 40 anos, tem úlcera gástrica crônica, doença de Chagas desde que veio para São Paulo há uns 50 anos e refere fazer o tratamento de forma irregular, porque não tem dinheiro para comprar os remédios e nem sempre a UBS tem para disponibilizar. Não sabe ler nem escrever. Não conhecia o nome das medicações, porém na receita foram encontrados: Capoten 25 mg 2X/dia Lasix 40 mg 1x/dia Aldactone 100 mg 1x/dia Digoxina 0,25 mg 1x/dia Omeprazol 40 mg1x/dia Insulina NPH 30u SC de manhã e 15 a noite Glucoformim 850 mg após o almoço e o jantar Ao exame físico encontrava-se: consciente, calmo, enfraquecido, descorado, emagrecido (peso=52kg; altura=1,74m), com pele ressecada, descamativa, com edema importante em Membros Inferiores (MMII), drenando linfa em um ponto de rompimento da pele próximo ao tornozelo Direito. Refere estar urinando bem pouco e com odor forte. Deambula com um pouco de dificuldade e está se alimentando mal devido à inapetência. Segue demais informações: PA: 170x120 mmHg FC: 64bpm FR: 25rpm T: 36,3°C ECO C/ FE: 39% NA: 152 K: 4,9 U:52 CR:1,4 URINA I NORMAL ATENÇÃO | Este caso não é de autoria do professor da Disciplina. Frequência Cardíaca BPM (batimento por minuto)-pode variar muito- Situação Normal#, * 60 bpm e 100 bpm Em repouso ou atividades habituais Considerada Alta 100 bpm Se persistente, para um indivíduo adulto em repouso Obs.: #Em algumas situações, como durante exercícios físicos de alta intensidade, estes batimentos podem atingir até mesmo 180 bpm. *Por outro lado, quando dormimos ou estamos em repouso, a frequência pode ficar abaixo dos 60 bpm e isso é considerado normal. Fonte: https://sobrac.org/home/arritmias-cardiacas-10-informacoes-uteis-para-seu-coracao- bater-no-ritmo-certo/ Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica15.pdf Frequência Respiratória (FR) Fonte: https://ares.unasus.gov.br Temperatura Corporal Fonte: http://www.fmsc.rs.gov.br/ Frequência Cardíaca (FC) Pressão Arterial SÓDIO (Na), POTÁSSIO (K+), URÉIA E CREATININA SÓDIO (Na) Exame útil na avaliação do equilíbrio hidroeletrolítico. A hipernatremia ocorre na desidratação hipertônica, no diabetes insipidus, em comas hiperosmolares, entre outras situações. A hiponatremia pode ocorrer na síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca, desidratação hipotônica, secreção inapropriada de hormônio antidiurético e em nefropatias com perda de sódio. POTÁSSIO (K+) Finalidade: avaliar sinais de hiperpotassemia e hipopotassemia. Avaliar alterações neurológicas, endócrinas e musculares. É muito útil na avaliação de arritmias cardíacas. É utilizado para acompanhar os pacientes que fazem uso de potássio e diuréticos, principalmente nos hipertensos. URÉIA As elevações por defeito de excreção se devem a causas pré- renais (ICC), causas renais como nefrite, pielonefrite e insuficiência renal aguda. A uréia começa a se elevar no sangue quando a velocidade de filtração glomerular é menor a 10mL/min. CREATININA A constância na formação e excreção da creatinina faz dela um marcador muito útil de função renal, principalmente da filtração glomerular, em virtude da sua relativa independência de fatores como dieta, grau de hidratação e metabolismo proteico. A determinação da creatinina plasmática é um teste de função renal mais seguro do que a uréia. Nas doenças renais a creatinina se eleva mais vagarosamente do que a uréia, e se reduz mais vagarosamente com a hemodiálise. Fatores extra renais como insuficiência cardíaca congestiva, choque, obstrução mecânica do trato urinário, provocam elevação da creatinina plasmática. Fonte: http://www.boaspraticasfarmaceuticas.com.br/p/exames-laboratoriais.html SISTEMAS DE LINGUAGEM ESPECÍFICOS DA ENFERMAGEM: DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM - utilizar um sistema de linguagem padronizada - (COREN, 2015) SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO QUE PODEM SER COMPARTILHADOS COM OUTROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE: • Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF) • Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP). SISTEMAS DE LINGUAGEM ESPECÍFICOS DA ENFERMAGEM: DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM - utilizar um sistema de linguagem padronizada - (COREN, 2015) SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO QUE PODEM SER COMPARTILHADOS COM OUTROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE: • Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF) • Classificação Internacional de Atenção Primária (CIAP). CONTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM - NANDA I - • Um diagnóstico de enfermagem pode ser focado em um problema (Diagnóstico Real), um estado de promoção da saúde (Diagnóstico de Bem Estar) ou um risco potencial (Diagnóstico de Risco). • Diagnósticos com foco no problema contêm características definidoras e fatores relacionados. • Os diagnósticos de promoção da saúde costumam ter apenas as características definidoras, ainda que possam ser usados fatores relacionados, se eles facilitarem a compreensão do diagnóstico. • Fatores de risco existem apenas em diagnósticos de risco. BIBLIOGRAFIA • BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Temático da Biblioteca do Ministério da Saúde: Saúde do Idoso. v.2, n.10, Out. 2022.. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/boletim_tematico/saude_idoso_outubro_2022-1.pdf>. Acesso em 09 Mar. 2023. • BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde. Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 2: Saúde e doença na população/ Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília: Organização Pan- Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_principios_epidemiologia_2.pdf>. Acesso em 09 Mar. 2023. • COREN. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Processo de enfermagem: guia para a prática. Alba Lúcia B.L. de Barros... [et al.]. São Paulo: COREN-SP, 2015. • NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificações 2021-2023. Porto Alegre: Artmed, 2022.