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Técnicas Diagnósticas em Podologia Livro Completo

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TÉCNICAS 
DIAGNÓSTICAS EM 
PODOLOGIA
TÉCNICAS 
DIAGNÓSTICAS EM 
PODOLOGIA
Técnicas Diagnósticas em
 Podologia
Sabrynna Brito Oliveira Sabrynna Brito Oliveira 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
A podologia é a área da saúde voltada ao estudo dos pés, dedicando-se ao exame 
diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças vinculadas a eles. Para isso, o po-
dólogo deverá conhecer os principais métodos de diagnóstico, entendendo o princípio 
da técnica, equipamentos utilizados, interferentes e intercorrências, assim como a 
interpretação dos resultados. 
Nessa matéria, estudaremos as principais técnicas diagnósticas em podologia, suas 
características, aplicações e particularidades. Além disso, observaremos o comporta-
mento dos resultados dessas técnicas, a fim de compreender e interpretar os resul-
tados dos exames. 
Vale ressaltar que é de extrema importância que o diagnóstico seja realizado com 
competência, seriedade e embasamento teórico, visando um trabalho de qualidade e 
seguridade ao paciente. 
SER_POD_TEDIPO_CAPA.indd 1,3 16/06/20 10:29
© Ser Educacional 2020
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
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Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Sabrynna Brito Oliveira
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 2 15/06/20 16:23
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 3 15/06/20 16:23
Unidade 1 - Principais exames de imagem utilizados nos diagnósticos em podologia
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Negatoscopia e leitura de exames por imagem ............................................................ 13
Evolução dos exames diagnósticos por imagem ....................................................... 13
Princípio e componentes dos exames por imagem ................................................... 16
Negatoscópio ................................................................................................................... 22
Aplicação dos exames de imagem em membros inferiores .................................... 24
Angiografia venosa, arterial e Doppler ............................................................................ 26
Técnicas em angiografia e estratégias de obtenção de imagem ........................... 27
Aplicações e interpretação de exames ....................................................................... 28
Doppler .............................................................................................................................. 30
Densitometria óssea ............................................................................................................ 32
Tecido ósseo..................................................................................................................... 33
Princípio da técnica e componentes ........................................................................... 35
Sintetizando ........................................................................................................................... 38
Referências bibliográficas ................................................................................................. 39
Sumário
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 4 15/06/20 16:23
Sumário
Unidade 2 - Exames complementares
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 43
Ressonância magnética ...................................................................................................... 44
Fundamento da técnica .................................................................................................. 44
Obtenção da imagem ...................................................................................................... 47
Leitura de exames ........................................................................................................... 51
Tomografia computadorizada ............................................................................................. 52
Fundamento da técnica .................................................................................................. 52
Leitura de exames .......................................................................................................... 55
Interpretação do hemograma ............................................................................................. 55
Elementos figurados do sangue .................................................................................... 57
Eritograma ........................................................................................................................ 60
Leucograma ...................................................................................................................... 61
Interpretação e principais alterações no hemograma ............................................. 62
Sintetizando ........................................................................................................................... 67
Referências bibliográficas ................................................................................................. 68
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 5
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 5 15/06/20 16:23
Sumário
Unidade 3 - Exames microbiológicos
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 71
Exames laboratoriais das onicomicoses ......................................................................... 72
Micoses e onicomicoses ............................................................................................... 73
Biologia fúngica ............................................................................................................... 77
Etiologia das onicomicoses ........................................................................................... 84
Micológico direto e cultura ............................................................................................... 85
Exame micológico direto ................................................................................................ 87
Cultura ............................................................................................................................... 88
Preparação e coleta.............................................................................................................90
Sintetizando ........................................................................................................................... 94
Referências bibliográficas ................................................................................................. 95
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 6
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 6 15/06/20 16:23
Sumário
Unidade 4 - Exames microbiológicos II
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 99
Processamento de amostras ............................................................................................ 100
Antifungigrama ................................................................................................................... 105
Princípio da técnica e métodos .................................................................................. 108
Aplicação ........................................................................................................................ 111
Cultura bacteriana.............................................................................................................. 112
Crescimento bacteriano ............................................................................................... 112
Cultura de bactérias ...................................................................................................... 117
Diagnóstico microbiológico de bactérias envolvidas em infecções ungueais ............... 120
Aplicação da cultura bacteriana na podologia ........................................................ 123
Sintetizando ......................................................................................................................... 125
Referências bibliográficas ............................................................................................... 126
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 7
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 7 15/06/20 16:23
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 8
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 8 15/06/20 16:23
A podologia é a área da saúde voltada ao estudo dos pés, dedicando-se 
ao exame diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças vinculadas a eles. 
Para isso, o podólogo deverá conhecer os principais métodos de diagnóstico, 
entendendo o princípio da técnica, equipamentos utilizados, interferentes e 
intercorrências, assim como a interpretação dos resultados. 
Nessa matéria, estudaremos as principais técnicas diagnósticas em podolo-
gia, suas características, aplicações e particularidades. Além disso, observare-
mos o comportamento dos resultados dessas técnicas, a fi m de compreender 
e interpretar os resultados dos exames. 
Vale ressaltar que é de extrema importância que o diagnóstico seja realiza-
do com competência, seriedade e embasamento teórico, visando um trabalho 
de qualidade e seguridade ao paciente. 
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 9
Apresentação
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 9 15/06/20 16:23
À minha família, incentivadora incondicional dos meus sonhos.
A professora Sabrynna Brito Oliveira 
é doutora em Microbiologia pela Univer-
sidade Federal de Minas Gerais - UFMG 
(2019), possui mestrado em Microbiolo-
gia Humana e Médica pela Universidade 
Federal do Ceará - UFC (2014) e é gradua-
da em Biomedicina pela Universidade 
Federal do Piauí - UFPI (2012).
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2498047677232858
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 10
A autora
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 10 15/06/20 16:23
PRINCIPAIS EXAMES 
DE IMAGEM 
UTILIZADOS NOS 
DIAGNÓSTICOS EM 
PODOLOGIA
1
UNIDADE
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 11 15/06/20 16:23
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer métodos de diagnósticos por imagem em podologia;
 Descrever o princípio das técnicas estudadas;
 Demonstrar a utilização dos exames e seus resultados.
 Negatoscopia e leitura de exa-
mes por imagem
 Evolução dos exames diagnós-
ticos por imagem
 Princípio e componentes dos 
exames por imagem
 Negatoscópio
 Aplicação dos exames de ima-
gem em membros inferiores
 Angiografia venosa, arterial e 
Doppler 
 Técnicas em angiografia e es-
tratégias de obtenção de imagem
 Aplicações e interpretação de 
exames
 Doppler
 Densitometria óssea
 Tecido ósseo
 Princípio da técnica e compo-
nentes
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 12
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 12 15/06/20 16:23
Negatoscopia e leitura de exames por imagem
Pelo menos 80% da população mundial apresenta problemas nos pés, sen-
do que eles podem ser corrigidos por meio de uma avaliação e tratamento 
adequados. Dentre as principais patologias ou alterações que acometem os 
pés, podemos citar: pé plano, pé cavo, pé calcâneo, pé varo, síndrome do túnel 
do tarso, síndrome do encarceramento da artéria e do nervo poplíteo, encarce-
ramento do nervo plantar medial, pé insensível, ruptura dos ligamentos, dedos 
em garra, dedos sobrepostos, insufi ciência arterial aguda, insufi ciência-arterial 
crônica com úlceras, insufi ciência venosa, gangrenas, celulite, gota, onicomico-
ses, ceratite plantar, pé diabético, rachaduras cutâneas e pé em mata-borrão. 
Os exames de imagem como a radiografi a, comumente chamada de raio-X, 
são de fundamental importância no diagnóstico e acompanhamento terapêu-
tico em podologia. No entanto, é preciso que o profi ssional esteja 
atento à natureza sutil dos achados radiográfi cos, pois qualquer 
equívoco na interpretação pode afetar o diagnóstico radiológico. 
Dos fatores que podem infl uenciar a interpretação do resul-
tado, podemos citar: obtenção incorreta da imagem, qualidade da imagem, 
iluminação do ambiente de leitura dos resultados, qualidade do aparelho de 
leitura das imagens e inexperiência profi ssional. O aparelho de leitura das 
imagens, o negascópio, é um equipamento simples e de muita utilidade na 
interpretação de exames de raio-X e deve estar em conformidade com as 
normas e recomendações estabelecidas.
Evolução dos exames diagnósticos por imagem
A radiologia é uma especialidade médica que envolve todos os aspectos 
das imagens anatômicas. É muito importante no diagnóstico, pois fornece in-
formações sobre morfologia, função e atividade celular do tecido examinado.
A partir da descoberta dos raios X, em 1895, a radiologia ampliou as pos-
sibilidades de elucidação diagnóstica de muitas doenças, além de fornecer 
informações mais precisas sobre a anatomia humana. Os raios X também fo-
ram utilizados como tratamento de muitas enfermidades, como a micose no 
couro cabeludo. A técnica caiu em desuso após a descoberta do antifúngico 
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 13
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 13 15/06/20 16:23
griseofulvina, em 1958, porém, antes disso, ela foi responsável pelo trata-
mento de mais de 300 mil pessoas. 
O entusiasmo decorrente da descoberta dos raios X e de outras radiações 
foi acompanhado de um uso intenso e descontrolado das radiações. Isso cau-
sou muitos efeitos adversos em cientistas e pacientes, levando vários deles 
à morte. Alguns dos efeitos da exposição à radiação aparecem tardiamente, 
anos após a irradiação, o que os torna não identificáveis por um longo tempo. 
(1903)
(A)
(C)
(B)
(D)
(1908)
(1903)
(1909)
Figura 1. Efeitos da radiação observados em um profissional de radiografia no início do século XX. Fonte: SOARES, 2008.
As imagens mostram a evolução dos efeitos da radiação no médico Mihran 
K. Kassabian, um dos primeiros profissionais que tiveram contato com radia-
ções. Após a constatação dos efeitos deletérios das radiações, houve uma 
preocupação, por parte de cientistas e pesquisadores da área, em proteger os 
profissionais sem deixar de perder qualidade nos exames. 
CURIOSIDADE
Os materiais utilizados nos EPIS (equipamentos de proteção individual), 
em radiologia, utilizam chumbo em sua composição. Quanto maior a densi-
dade de um material, maior a sua eficiência em barrar os raios X. Por essa 
razão, o chumbo é o material deescolha no revestimento de paredes das 
salas de raios X e aventais protetores de gônadas e tireoide.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 14
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 14 15/06/20 16:24
Hoje, a radiologia é uma ciência muito avançada e de suma importância 
em todas as áreas da saúde, sendo considerada segura para o profissional 
e paciente. Atualmente, existem vários exames de diagnóstico por imagem, 
como a radiografia, a tomografia, a ressonância, a angiografia, a densitome-
tria e a ultrassonografia. Alguns desses exames requerem a administração 
de um meio de contraste.
A radiografia é o exame por imagem de primeira escolha das patologias 
ortopédicas, pois mostra com clareza o tecido ósseo, calcificações, altera-
ções no tecido cartilaginoso e ar. Os raios X são fótons presentes na superfí-
cie, na eletrosfera do átomo. De acordo com Soares (2008), a formação dos 
raios X é complexa e envolve um evento sequencial:
1. Átomos são excitados, ou seja, ganham energia ao interagirem com 
os elétrons acelerados advindos do cátodo;
2. Os elétrons desses átomos perdem energia, produzindo fótons;
3. Alguns elétrons do ânodo sobem de uma órbita para outra de maior 
energia; 
4. Esse movimento deixa lacunas nas órbitas inferiores;
5. Para preencher essas lacunas, descem elétrons das órbitas superiores; 
6. Esse movimento de elétrons, entre as órbitas, libera o excesso 
de energia dos elétrons para preencher uma lacuna nas órbitas 
inferiores;
7. A liberação de energia emite um fóton de raios X nas órbitas em que 
ocorreu o movimento de elétrons.
Uma das principais características dos raios X é seu alto poder penetran-
te. Na prática, um feixe constituído por raios X atravessa o corpo humano 
com facilidade. Como seu efeito no corpo humano, após um longo tempo de 
exposição, pode ser muito nocivo, é necessário o uso de uma blindagem ca-
paz de barrar a penetração desses fótons. As mais utilizadas são o chumbo, 
o concreto, o aço ou o ferro.
O objetivo dos exames radiológicos é tornar visível um objeto ou uma 
condição presente no interior do corpo. A visibilidade de estruturas anatô-
micas específicas depende das características da técnica em particular e da 
maneira como ela é conduzida. A maioria dessas técnicas tem um número 
considerável de itens a serem selecionados.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 15
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 15 15/06/20 16:24
Princípio e componentes dos exames por imagem
A formação de imagens radiológicas envolve alguns componentes: o pa-
ciente, o equipamento que adquire a imagem, o operador do equipamento, a 
imagem obtida e o observador. Esses componentes são associados a repeti-
ções de exames.
Operador Observador
Paciente Imagem
Sistema de
radiodiagnóstico
Artefatos
Defi nição
Contraste
Ruído
Distorção
Transferência
Seleção Interpretação
Figura 2. Principais componentes do sistema de formação de imagens radiográfi cas. Fonte: SOARES, 2008 (Adaptado).
A formação da imagem radiológica obedece a uma ordem sequencial de 
eventos, que vai desde o posicionamento do paciente até a obtenção da ima-
gem. Tecnicamente, a imagem é obtida da seguinte forma:
1. Os raios X são produzidos e, ao saírem do tubo, são chamados de feixe 
primário; 
2. O feixe primário é fi ltrado, principalmente os raios X de baixas energias;
3. O feixe primário fi ltrado é direcionado para a região de interesse através 
dos colimadores;
4. O feixe de raios X passa através do corpo do paciente, e parte da radia-
ção é absorvida (processo de atenuação);
5. Os raios X que não foram absorvidos são os responsáveis pela exposição 
do detector e, portanto, pela formação da imagem.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 16
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 16 15/06/20 16:24
Quando aplicada à prática, a formação da imagem pode ser descrita de 
acordo com os passos a seguir:
• Emissão de um feixe de radiação por um tubo específi co, localizado dentro 
do aparelho de raio-X;
• A radiação emitida é direcionada para o sítio anatômico a ser examinado, 
sendo que cada tecido reage de forma diferente à radiação, bloqueando ou 
absorvendo os raios X em diferentes níveis;
• Ao atravessar o corpo, o feixe de raios X refl ete ou incide sobre uma placa 
com um fi lme radiográfi co;
• Há a produção de uma sombra no fi lme e, consequentemente, de uma 
imagem radiográfi ca.
Existem vários equipamentos que são utilizados em radiologia, cada um com 
suas diferenças e particularidades, conforme podemos observar no Quadro 1: 
Partes do 
equipamento
Raios X 
convencionais
Raios X móveis 
(transportáveis)
Raios X com 
fl uoroscopia Arco em C
Odontológico 
periapical
Odontológico 
panorâmico
Geradores
• Monofásico
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Potencial 
constante
• Monofásico
• Alta frequência
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Potencial 
constante
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Potencial 
constante
Monofásico
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Potencial 
constante
Tubos de 
raios X
• Ânodo 
giratório
• Cátodo com 
dois fi lamentos
• Foco fi no e 
grosso
• Ânodo 
giratório ou fi xo
• Cátodo com 
dois fi lamentos 
ou único
• Foco fi no e 
grosso ou foco 
único
Ânodo
 giratório
Ânodo
 giratório Ânodo fi xo Ânodo fi xo
Colimadores Abertura variável
Abertura va-
riável
Abertura 
variável
Abertura 
variável Diafragma
• Fenda
• Diafragma
Grades 
antiespalha-
mento
Possui Não possui Possui Não possui Não possui Não possui
Sistema 
receptor de 
imagem
• Filme radio-
gráfi co
• Placa de ima-
gem
• Filme 
radiográfi co
• Placa de ima-
gem
• Filme ra-
diográfi co
• Placa de 
imagem (ra-
diografi a)
• Intensi-
fi cador de 
imagem (fl u-
oroscopia)
• Intensi-
fi cador de 
imagem
• Detector 
digital
• Filme 
radiográfi co
• Detector 
digital
• Filme 
radiográfi co
• Detector 
digital
GeradoresGeradoresGeradores
• Monofásico• Monofásico
• Trifásico
• Alta 
• Monofásico
• Trifásico
frequência
• Potencial 
Tubos de 
frequência
• Potencial 
constante
Tubos de 
raios X
• Potencial 
constante
raios X
• Ânodo 
• Monofásico
• Ânodo 
giratório
• Cátodo com 
Colimadores
• Monofásico
• Alta frequência
giratório
• Cátodo com 
dois fi lamentos
• Foco fi no e 
Colimadores
• Monofásico
• Alta frequência
• Cátodo com 
dois fi lamentos
• Foco fi no e 
grosso
• Ânodo 
Colimadores
Grades 
antiespalha-
• Alta frequência
• Trifásico
dois fi lamentos
• Foco fi no e 
• Ânodo 
giratório ou fi xo
Grades 
antiespalha-
mento
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Ânodo 
giratório ou fi xo
• Cátodo com 
dois fi lamentos 
Abertura 
variável
antiespalha-
mento
frequência
• Potencial 
constante
giratório ou fi xo
• Cátodo com 
dois fi lamentos 
ou único
• Foco fi no e 
Abertura 
variável
Sistema 
receptor de 
frequência
• Potencial 
constante
giratório ou fi xo
• Cátodo com 
dois fi lamentos 
ou único
• Foco fi no e 
grosso ou foco 
único
Possui
Sistema 
receptor de 
imagem
constante
• Trifásico
• Alta 
dois fi lamentos 
• Foco fi no e 
grosso ou foco 
único
Possui
receptor de 
imagem
• Trifásico
• Alta 
frequência
• Potencial 
grosso ou foco 
Abertura va-
• Filme radio-
gráfi co
frequência
• Potencial 
constante
Ânodo
 giratório
Abertura va-
riável
• Filme radio-
gráfi co
• Placa de ima-
• Potencial 
constante
Ânodo
 giratório
Não possui
• Filme radio-
• Placa de ima-
gem
Monofásico
Não possui
• Placa de ima-
Monofásico
Ânodo
 giratório
Abertura 
variável
• Filme 
radiográfi co
Monofásico
• Trifásico
Ânodo
 giratório
Abertura 
variável
• Filme 
radiográfi co
• Placa de ima-
• Trifásico
• Alta 
frequência
 giratório
Possui
radiográfi co
• Placa de ima-
gem
• Trifásico
frequência
• Potencial 
constante
Ânodo fi xo
Abertura 
variável
Possui
• Placa de ima-
• Filme ra-
diográfi co
frequência
• Potencial 
constante
Ânodo fi xo
Abertura 
variável
• Filme ra-
diográfi co
• Placa de 
imagem (ra-
constante
Ânodo fi xo
Não 
possui
diográfi co
• Placa de 
imagem (ra-
diografi a)
• Intensi-Ânodo fi xo
Diafragma
possui
imagem (ra-
diografi a)
• Intensi-
fi cador de 
imagem (fl u-
Ânodo fi xo
Diafragma
fi cador de 
imagem (fl u-
oroscopia)
• Intensi-
Ânodo fi xo
Não possui
imagem (fl u-
oroscopia)
• Intensi-
fi cador de 
imagem
• Fenda
Não possui
fi cador de 
imagem
• Detector 
digital
• Fenda
• Diafragma
Não possui
• Detector 
digital
• Filme 
• Diafragma
Não possui
• Filme 
radiográfi co
• Detector 
Não possui
radiográfi co
• Detector 
digital
Não possui
radiográfi co
• Detector 
digital
• Filme 
radiográfi co
• Filme 
radiográfi co
• Detector 
digital
radiográfi co
• Detector 
digital
QUADRO 1. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA 
OBTENÇÃO DE IMAGENS POR RAIOS X
Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, 2018.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 17
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 17 15/06/20 16:24
Na imagem gerada por qualquer equipamento citado no Quadro 1, os teci-
dos que bloqueiam taxas elevadas de radiação, como o ósseo, aparecem como 
áreas brancas. 
Tecidos moles e órgãos que são preenchidos com ar, como o pulmão, apare-
cem nas imagens em tons de cinza e preto, respectivamente, conforme mostra a 
Figura 3 em sua indicação A. Essa diferença de cor está relacionada com a quan-
tidade de radiação bloqueada por cada tipo de tecido:
A
Es
pe
ss
ur
a 
ou
 d
en
sid
ad
e
Exposição relativa
B
Figura 3. Comportamento de objetos com diferentes espessuras e densidades frente a um feixe de raios X. Fonte: 
FURQUIM, 2012, p. 2-3. 
Na Figura 3, A mostra a relação entre densidade e exposição, e B mostra a 
variação de contraste de um objeto circular com mesma densidade óptica (tom 
de cinza), em diferentes densidades ópticas de sua vizinhança. 
Os exames que fazem uso de meios de contraste são recomendados em 
situações em que se fazem necessárias informações adicionais. Nesse tipo de 
exame, é administrado um meio de contraste (via oral, parenteral, por um cate-
ter ou como um enema) que preenche, circunda ou destaca partes específicas 
do corpo na radiografia. 
A qualidade da imagem obtida depende do contraste, definição, ruído, ar-
tefatos e distorção. Contraste pode ser definido como a diferença fracional em 
alguma grandeza mensurável entre duas regiões de uma imagem, sendo que 
ele depende da relação entre as densidades óticas do objeto de interesse e 
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adjacências. A Figura 3, em sua indicação B, mostra a variação de contraste de 
um objeto de mesma densidade ótica em relação à densidade ótica vizinha.
A imagem final pode ser visualizada em um filme radiográfico. O resultado 
é parecido com os negativos dos filmes fotográficos utilizados décadas atrás. 
Os filmes virgens são colocados dentro de um chassi para que sejam expostos 
e revelados. Em geral, os chassis radiográficos são de alumínio, com os cantos 
em nylon, com travamento lateral e revestimento em espuma. Isso faz com 
que o filme virgem e écran mantenham um contato perfeito, e que a imagem 
formada seja nítida e de qualidade. 
O tamanho do chassi varia de acordo com tamanho do filme radiográfico. 
Existem pelo menos oito tamanhos diferentes de chassi, sendo eles: 13 cm x 18 
cm, 18 cm x 24 cm, 24 cm x 30 cm, 30 cm x 40 cm, 35 cm x 35 cm, 35 cm x 43 cm, 
35 cm x 43 cm, 30 cm x 90 cm e 35 cm x 91 cm.
Écran, ou tela intensificadora, é uma camada de cristais ou sais que ficam 
em contato com o filme virgem, dentro do chassi, como mostra a Figura 4. Os 
cristais fluorescentes, ou intensificadores, absorvem os fótons de raios X, emi-
tindo um jato de luz. Esse princípio é chamado de fluorescência. 
De acordo com a portaria nº 453/98 da Agência Nacional de Vigilância Sa-
nitária, os cristais recomendados (e mais utilizados) são os terra-nova (ítrio, 
bário, lantânio, gadolínio e tungstênio) e emitem luz na faixa da cor verde. A 
mesma portaria sugere o desuso do haleto de prata como cristal fluorescente 
para esse fim (ANVISA, 1998). 
A intensidade da luz liberada está relacionada à resolução da imagem. Os 
cristais são aplicados em uma base tipo cartão e, geralmente, são cobertos 
com uma resina de proteção. Sob a camada emissora existe outra, que é bran-
ca e com propriedade refletora, para que a maior quantidade possível da luz 
emitida pelo écran seja levada a atuar sobre o filme.
Os écrans apresentam uma estrutura padrão, conforme mostra 
a Figura 4, composta por: (1) uma base de cartolina ou poliéster, 
que é a base para o material florescente; (2) uma cama-
da fluorescente, formada por sais metálicos fluores-
centes; (3) uma camada refletora, posicionada entre 
as camadas supracitadas, e que aumenta o rendi-
mento luminoso por meio da reflexão da luz emitida; 
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(4) uma camada absorvente, colocada entre a base e a camada fl uorescente, 
e que absorve a luz difusa, aumentando a nitidez. Embora as camadas três e 
quatro sejam opcionais, os écrans atuais contam com elas em sua composição, 
pois isso aumenta a nitidez da imagem formada.
Janela de
identifi cação
Janela de
identifi cação
Filme
Telas 
intensifi cadoras
Base
Camada refl etora (ou absorvente)
Camada fl uorescente
Película protetora
Figura 4. Écran radiográfi co. Fonte: MARQUES, 2015 (Adaptado).
Na Figura 4, A representa o posicionamento do écran, ou tela intensifi cado-
ra, dentro do chassi, em relação ao fi lme radiográfi co, indicado por B. C indica 
a composição do écran.
O princípio de operação de um écran segue os seguintes passos: absorção, 
conversão e emissão. Na absorção, os microcristais absorvem os fótons inci-
dentes do raio X, resultando na emissão de elétrons livres. Em seguida, há a 
conversão, sendo que a energia obtida é convertida em fótons de luz por um 
processo chamado luminescência. Por fi m, há a emissão, em que os fótons de 
luz saem dos microcristais e expõem a película. O esquema representativo da 
operação de um écran está ilustrado na Figura 5: 
A B
C
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Foco emissor 
de radiação 
Foco emissor 
de radiação 
Objeto Objeto 
A B 
Anteparo Anteparo 
No objeto No écran fluoroscópico 
No filme radiográfico
Pouca densidade 
Densidade intermediária 
Muito densa 
Área hipotransparente 
Área de transparência intermediária 
Área hipertransparente
Área hipertransparente
Área de transparência intermediária 
Área hipotransparente 
Figura 5. Esquema representativo de uma imagem projetada em um écran radiográfico (A) e em um filme radioló-
gico (B). Fonte: MARQUES, 2015. (Adaptado).
É importante observar, na Figura 5, a diferença do contraste em cada etapa. 
Os filmes radiográficos são os receptores de imagem, ou seja, o local de forma-
ção da imagem, sendo formados por cristais sensíveis à radiação X e à luz. Eles 
apresentam uma estrutura específica para que haja a formação da imagem. 
Existem quatro componentes básicos dos filmes radiográficos, que podem ser 
vistos na Figura 6. São eles:
• Camada base: feita de acetato de celulose e poliéster, é azulada e transpa-
rente. Funciona como suporte à emulsão radiográfica;
• Camada de fixação: fina camada adesiva que fixa a emulsão à base;
• Camada fotossensível: também chamada de camada de emulsão, é com-
posta por cristais fluorescentes e envoltos em uma matriz gelatinosa. Os 
fótons dos raios X sensibilizam os cristais, que são reduzidos à luz visível no 
processamento; 
• Camada protetora: composta por gelatina transparente, protege contra 
acidentes mecânicos. 
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Emulsão fotográfi ca
Base
Emulsão fotográfi ca
Camada protetora
Filme de
duas camadas
Filme de
uma camada
Camada protetora
Figura 6. Esquema representativo da composição de um fi lme radiográfi co. Fonte:MARQUES, 2015.
Existem várias empresas que comercializam fi lmes radiográfi cos, assim 
como diversos tamanhos de fi lme, normalizados de acordo com os écrans e os 
chassis. Para que a imagem seja excelente, existem alguns cuidados a serem 
tomados com o fi lme radiográfi co. Um deles é o armazenamento em local seco 
e longe de radiações ionizantes, em umidade relativa do ar entre 30% e 50% e 
temperatura ambiente entre 10 ºC e 21 ºC. 
Depois de todo o processo de obtenção da imagem, ela deve ser analisa-
da corretamente. O fi lme radiográfi co, embora possa ser analisado a olho nu, 
precisa de uma fonte de luz específi ca para ressaltar os achados e detalhes 
contidos na imagem. O aparelho utilizado para a visualização da imagem radio-
gráfi ca é chamado negatoscópio.
Negatoscópio
O negatoscópio é um equipamento com uma fonte luminosa que é usado 
para examinar fi lmes radiográfi cos. Em outras palavras, é um aparelho volta-
do para a observação direta de fi lmes radiográfi cos, e que contém uma fonte 
de luz uniforme.
O negatoscópio de radiologia geral possui em sua estrutura: uma chapa 
de aço inoxidável tratado e pintado, na camada mais externa; uma camada 
central de acrílico branco e translúcido; duas lâmpadas fl uorescentes (de 15 
W a 30 W) e seus respectivos interruptores. Além disso, com o intuito de pre-
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servar a saúde do observador, o negatoscópio ainda possui um dispositivo 
que restringe a iluminação apenas à região do filme. Isso permite que a luz 
do aparelho não atinja diretamente os olhos de quem o está manipulando. 
Os equipamentos e as técnicas utilizadas para a obtenção de imagens ra-
diográficas estão em constante desenvolvimento. Dessa forma, é necessário 
que haja protocolos de uso atualizados e órgãos que certifiquem a qualidade 
desses equipamentos. Nesse contexto, a Vigilância Sanitária sugere que, an-
tes da utilização do negatoscópio, o profissional verifique se a luminosidade 
do equipamento está homogênea, se sua superfície está íntegra, ou seja, sem 
manchas, riscos, arranhões e rachaduras.
O negatoscópio está relacionado a um componente muito importante da 
leitura de exames por imagem, a luminância, uma medida da densidade da 
intensidade de uma luz refletida em uma dada direção, sendo a sua unidade 
de medida a candela por metro quadrado (cd/m2). Em resumo, é a quantidade 
de luz que atravessa ou é emitida de uma superfície. 
A luminância do negatoscópio constitui um dos parâmetros que devem 
ser controlados visando a garantia da qualidade do serviço diagnóstico. A lu-
minância pode influenciar a visibilidade de alterações sutis no diagnóstico de 
sistemas de imagens, por isso é importante que o negatoscópio esteja dentro 
dos padrões estabelecidos pela legislação vigente no Brasil, sendo 1500 nit o 
desempenho mínimo para negatoscópios utilizados na radiologia geral (AN-
VISA, 1998).
Alguns fatores estão relacionados à intensidade de luz de um negatoscó-
pio, como a temperatura e iluminação do ambiente, horas de funcionamento 
das lâmpadas fluorescentes, potência da lâmpada, tipo e espessura do ma-
terial utilizado na fabricação do painel frontal e estado de conservação do 
negatoscópio.
Dessa forma, objetos diferentes possuem diferentes capacidades de refle-
xão da luz, ou seja, luminâncias diferentes. O negatoscópio é utiliza-
do para corrigir esse fator em muitos exames por imagem, 
como nos exames por raios X. As Figura 7 e 8 mostram 
exemplos de como objetos diferentes se comportam 
em relação ao raio X. É importante observar a diferen-
ça da opacidade dos diferentes tecidos:
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Figura 7. Radiografi a do joelho. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/05/2020.
Figura 8. Radiografi a do tórax. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 21/05/2020.
Aplicação dos exames de imagem em membros inferiores
Para que haja um completo entendimento da imagem, é necessário que o 
profi ssional entenda sobre a anatomia humana, sobretudo ossos, músculos, 
articulações e vasos.
A Figura 9 mostra a anatomia do pé, ressaltando os principais músculos e 
ligamentos, além de evidenciar a estrutura óssea:
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Mm. interósseos 
dorsais:
2º
3º
4º
1º
Vista dorsal 
M. flexor curto 
do dedo mínimo 
M. adutor do hálux: 
Cabeça transversa 
Cabeça oblíqua 
M. flexor curto 
do hálux
Mm. interósseos plantares: 
Mm. interósseos dorsais
Tendão do M. fibular longo 
Tendão do M. tibial posterior
Vista plantar 
Segundo 
Primeiro 
1º
2º
3º
Figura 9. Anatomia do pé. Fonte: NETTER, 2011 (Adaptado).
Os exames de imagem com foco na visualização das estruturas do pé con-
tam com dois principais ângulos de visão, também conhecidos como posi-
cionamentos ou incidências. São eles: anteroposterior (AP) e anteroposterior 
oblíquo (APO).
A incidência AP do pé é utilizada quando na requisição de exame é solici-
tada a visualização de estruturas como falanges, os metatarsos, os ossos do 
tarso, navicular, cuneiformes mediais, intermedial, lateral e cuboide. Ou seja, 
é uma incidência recomendada para a visualização dos ossos que constituem 
o antepé e o mediopé. Esse ângulo também proporciona a observação de 
fraturas e de corpos estranhos com densidades diferentes da densidade do 
tecido ósseo local, além de permitir a avaliação de anormalidades entre as 
articulações e edemas em tecidos moles.
A incidência APO é referente ao posicionamento do pé em rotação me-
dial ou oblíqua, e é solicitada quando há a necessidade de analisar todas as 
estruturas que compõem o pé, das falanges distais à porção latero-
-posterior, além dos ossos calcâneo e parte proximal do tálus. Esse 
ângulo também proporciona a avaliação de: fraturas e 
o grau de deslocamento apresentado pelos fragmen-
tos, sejam eles anteriores ou posteriores; anorma-
lidades dos espaços articulares; edemas de tecidos 
moles, e localização de corpos estranhos opacos.
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Angiografia venosa, arterial e Doppler
A angiografia é um exame de imagem não-invasivo que fornece ima-
gens detalhadas dos vasos sanguíneos, comumente os vasos do coração, 
pulmões, cérebro ou pernas. Pode fornecer imagens fixas ou vídeos (deno-
minado cineangiografia). A sua imagem pode ser obtida por raio-X (angio-
grafia convencional), tomografia computadorizada (angiotomografia com-
putadorizada) ou por ressonância magnética (angiografia por ressonância 
magnética). 
A angiografi a convencional é considerada padrão-ouro para avaliação de 
lesões vasculares, como estenose, obstrução, aneurisma, dissecção, vascu-
lites, malformação arteriovenosa e outras malformações vasculares.
A angiografi a por ressonância magnética usa radiação não-ionizante, 
não apresenta muitas contraindicações e é considerada um exame menos 
operador-dependente, tornando os resultados mais confi áveis e reprodutí-
veis. A técnica começou a ser difundida na década de 1980, quando foram 
observados indícios de fl uxos sanguíneos por meio de imagens por angio-
grafi a convencional. A técnica foi aprimorada com a utilização de ressonân-
cia magnética, e hoje temos imagens em 2D, 3D e angioscopia virtual.
Via de regra, o contraste é injetado no vaso sanguíneo adjacente ao vaso 
a ser examinado, com ou sem anestésico local ou sedativo. Caso o exame 
seja de avaliação de uma artéria, o local deve ser comprimido por, pelo me-
nos, dez minutos após a remoção do cateter, para diminuir sangramento 
local. Como cuidado adicional, o paciente pode fi car em repouso, deitado 
por algumas horas, ou até ser hospitalizado antes do exame.
Embora os eventos adversos relacionados ao exame sejam raros, algu-
mas complicações podem ser observadas, principalmente, em pacientesidosos e com comorbidades. Um exemplo desses eventos é o rompimento 
do vaso sanguíneo usado para injeção de contraste. Ele leva, possivelmen-
te, ao sangramento local, hematoma, dor local, edema, infecção local com 
secreção purulenta, e lesão arterial. Casos mais graves podem evoluir para 
embolia distal, convulsões e problemas cardíacos.
Embora seja uma técnica invasiva, a angiografi a é considerada um pro-
cedimento seguro, devendo ser realizada por médicos habilitados, geral-
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mente cardiologistas ou radiologistas intervencionistas espe-
cializados. No entanto, a interpretação de seu resultado pode 
ser feita por outros profi ssionais da área da saúde, desde que 
sejam habilitados.
Técnicas em angiografia e estratégias de obtenção 
de imagem
A angiografi a por tomografi a computadorizada segue sendo a principal 
escolha para a observação de imagens móveis em relação a estruturas imó-
veis, como o fl uxo sanguíneo dentro de um vaso (veia ou artéria). A imagem 
pode ser obtida por meio de diversas estratégias, como time-of-fl ight e con-
traste de fase.
A técnica time-of-fl ight baseia-se no gradiente de cortes perpendiculares 
ao fl uxo. A imagem é obtida a partir do fl uxo de sangue não saturado em uma 
imagem em que os tecidos moles estão estáticos e pré-saturados, realçando 
a intensidade dos sinais do vaso em relação aos tecidos adjacentes. 
Essa técnica é menos complicada e mais difundida, e sua imagem é gerada 
em menor tempo. No entanto, só é recomendada para pacientes com alergia 
ao meio de contraste, com insufi ciência renal severa, mulheres grávidas e 
sempre que o uso de meios de contraste não for recomendado. Isso se deve 
ao fato de que o exame pode gerar um falso positivo (perda de sinal no meio 
do exame), à anatomia do vaso (caso não sejam perpendiculares ao plano de 
corte) e aos efeitos de saturação.
A imagem por contraste de fase se baseia na diferença entre velocidades 
e sentidos de fl uxos dentro dos vasos, sendo obtida em diferentes planos de 
aquisição. A técnica, também muito utilizada em angiografi a por 
ressonância magnética, permite, além do estudo hemodinâmi-
co, observar a anatomia da região estudada. Para 
isso, são administrados meios de contraste, como 
o gadolínio. O meio de contraste produz um si-
nal mais forte, com menos efeito de saturação 
e susceptibilidade à perda de fase e alterações 
devido a fl uxos rápidos e turbulentos.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 27
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Aplicações e interpretação de exames
A angiografi a está relacionada ao fl uxo sanguíneo nos vasos (veias e arté-
rias) do corpo humano, sendo a trombose, embolia e aterosclerose os acome-
timentos mais comuns dessas áreas, conforme pode ser visto na Figura 10. 
Ela ainda mostra a aterosclerose na artéria, trombose venosa profunda, veias 
varicosas e insufi ciência venosa crônica: 
Normal
Normal Estenose Aterosclerose
Aterosclerose na artéria
Trombose Embolia
Veias varicosas
Trombose venosa profunda
Músculo da panturrilha como bomba
para veias profundas das pernas
Normal Variz
Veia normal
Trombose venosa
profunda
Formação de coágulos
de sangue
Coágulos (trombos) se
desprendendo da veia,
causa de embolia pulmonar
Figura 10. Principais alterações do sistema vascular. Fonte: ISMAAP. Acesso em: 21/05/2020 (Adaptado).
A trombose é a oclusão ou bloqueio de um vaso sanguíneo por coágulos. 
A oclusão de uma veia na perna provoca um acúmulo. No caso de trombose 
em membros inferiores, o sangue continua a ser bombeado para a perna pela 
artéria, mas não pode fl uir no sentido contrário da veia. Embolia é a obstrução 
de um vaso, frequentemente uma artéria, pela migração de um corpo estranho 
pela corrente sanguínea. Esse corpo estranho, chamado de trombo, pode sol-
tar-se do lugar que está obstruindo e se deslocar até pulmões e coração. 
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A aterosclerose é uma inflamação das artérias causada pelo acúmulo de ar-
tefatos na parede dos vasos, como gordura (placa de ateroma) ou cálcio. Pode 
acontecer em qualquer local do corpo: cérebro, coração, membros inferiores 
e superiores. As artérias acometidas são observadas no exame com estreita-
mento e enrijecimento pontuais, devido ao acúmulo de artefatos. São mais 
propensas ao desenvolvimento de aterosclerose: pessoas com diagnóstico de 
diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, além de pessoas sedentárias que 
fazem uso de álcool e tabaco. Também existem fatores hereditários.
Conhecer a anatomia do local e ter noções sobre as principais patologias 
que acometem o sítio anatômico é de fundamental importância para a correta 
interpretação dos exames de imagem. No caso da angiografia, devem ser leva-
das em consideração informações sobre sistema circulatório e linfático, assim 
como os aspectos clínicos. 
A Figura 11 mostra exemplos de como as principais alterações vasculares se 
comportam no exame de angiografia:
Figura 11. Angiografias de membro inferior. Fonte: ISMAAP. Acesso em: 21/05/2020. (Adaptado).
Na Figura 11, a indicação A mostra a documentação final de angiografia 
por ressonância magnética com obstruções arteriais ao nível das poplíteas 
(setas). A porção distal do membro inferior apresenta circulação compen-
satória colateral. A indicação B mostra a angiografia evidenciando oclusão 
total da tibial anterior (acima) e como é seu efeito nos membros distais. 
Na indicação C, pode-se ver o arteriograma de isquemia severa do pé 
direito. À esquerda, há uma obstrução total de segmento longo na arterial 
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femoral superfi cial direita. A artéria poplítea reconstitui vias colaterais. À 
direita, há obstruções das artérias tibial anterior, tibial posterior e peroneal, 
com perfusão distal pobre.
Doppler
O Doppler, também conhecido como ultrassonografi a venosa, eco-Doppler, 
ultrassonografi a com mapeamento e duplex scan, é um exame que gera uma 
imagem bidimensional ou uma análise tridimensional. Todas as variações po-
dem apresentar versão a cores.
A primeira descrição da técnica data de 1842 e se baseia no fenômeno Do-
ppler, descrito pelo médico Christian Johann Doppler. Esse fenômeno acon-
tece quando um objeto refl etor se move em relação a uma fonte de onda 
sonora, criando, refl etindo e alterando novas ondas sonoras. Na prática, o 
equipamento capta o deslocamento de corpos em movimento em relação a 
um corpo estático, como as células sanguíneas em fl uxo dentro de um vaso. 
Ou seja, o Doppler registra a mobilidade do sangue dentro dos vasos sanguí-
neos pela energia das ondas sonoras das células sanguíneas, convertendo 
em imagem e em gráfi co de velocidade.
As principais características do Doppler são a ausência de radiação e de 
procedimentos invasivos, como punções e injeções, e a não utilização de 
meios de contraste. A técnica fornece informações hemodinâmicas, ou seja, 
do fl uxo de sangue nos vasos, de maneira muito precisa, sendo considerado 
um guia da circulação venosa. 
É uma técnica muito utilizada no acompanhamento e tratamento de vari-
zes, assim como em cirurgias, além de ser uma ferramenta importante para 
cirurgiões vasculares. O exame não requer preparo prévio do pa-
ciente, como jejum ou uso de medicações. O Doppler pode ser re-
petido sem contraindicações, pois não usa radiação.
O Doppler pode ser utilizado em associação a 
várias técnicas de imagem, como ecografi a, ul-
trassom e angiografi a. As imagens obtidas po-
dem ser em escalas cinza ou coloridas e também 
pode-se obter vídeos.
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Transdutor
Vasos sanguíneos do membro inferior
Figura 12. Exames de imagem utilizando o Doppler como técnica acessória na visualizaçãode vasos em membros 
inferiores. Fonte: FREITAS et al., 2018.
A Figura 12 mostra o posicionamento do paciente e os resultados do exame 
de imagem, que apresentam a morfologia do vaso e alterações hemodinâmicas.
ASSISTA
Os vídeos formados pelas técnicas de Doppler são de 
muita valia no diagnóstico correto e preciso das funções 
hemodinâmicas. A seguir, veja o uso da técnica no diag-
nóstico de alterações arteriais de membros inferiores no 
vídeo Exames de Doppler para tratamento de Varizes, do 
canal Saúde e Você. 
Existem alguns artefatos na técnica de Doppler que podem in-
fluenciar a obtenção de uma boa imagem. São eles: a ambi-
guidade do sinal detectado, que ocorre quando a velocida-
de do sangue está acima do normal; ausência do sinal 
Doppler, quando o ângulo entre o vaso sanguíneo e o 
feixe ultrassônico estiver perpendicular um em relação 
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ao outro; artefatos de parede, que ocorrem com o uso impróprio do fi ltro de 
parede, que acaba por remover sinais de fl uxo de baixa velocidade e resulta 
em erros de interpretação.
Densitometria óssea
O exame que mostra a densidade do tecido ósseo é a densitometria 
óssea (DXA). É um exame não invasivo, muito preciso, que é recomendado 
em casos de avaliação diagnóstica de osteoporose e avaliação do risco de 
fraturas. A DXA utiliza diferentes níveis de energias de raios X e permite 
a observação e diferenciação, dentro do tecido ósseo, de variações estru-
turais e composição do tecido, levando em consideração o contorno do 
tecido ósseo e da massa de partes moles adjacentes. Essa análise é feita 
com a ajuda de programas computacionais, que quantificam os minerais 
do tecido e expressam os resultados em g/cm².
Por ser um exame voltado ao estudo das condições ósseas, é indicado 
para indivíduos propensos a doenças e alterações ósseas, como mulheres 
acima dos 65 anos e homens acima dos 70 anos. Também são considera-
das populações de risco: mulheres com mais de 40 anos e em período de 
menopausa, adultos com histórico de fratura por fragilidade, usuários de 
medicamentos que causam perda ou diminuição da massa óssea, pessoas 
em tratamento ou acompanhamento para osteoporose e mulheres em 
terapia hormonal. 
DICA
A osteoporose é uma doença que não possui cura, mas algumas ações 
podem evitá-la ou retardar o aparecimento dos seus efeitos, como a 
prática de atividades físicas, tomar sol de forma correta, seguir uma dieta 
rica em cálcio e não consumir álcool ou cigarro. O diagnóstico precoce e 
o acompanhamento dos casos por meio do exame de densitometria óssea 
também são muito importantes.
Como o exame de densitometria óssea analisa a composição do tecido, faz-se 
necessário ressaltar alguns aspectos importantes referentes a ele, como função, 
composição e principais células.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 32
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Tecido ósseo 
O tecido ósseo exerce função de suporte, locomoção e proteção do 
corpo como um todo. É um tecido de composição complexa e que sofre 
influência de hormônios, fatores de crescimento e citocinas. O tecido ós-
seo é composto por sais minerais inorgânicos cristalinos, que representam 
75% do peso seco do tecido, e por uma matriz orgânica.
Os sais minerais que compõem o tecido ósseo (fosfato de cálcio e car-
bonato de cálcio) são encontrados como cristais de hidroxiapatita, direta-
mente na compressão do tecido. Outros sais são encontrados em menores 
concentrações, como magnésio, sódio, potássio, hidróxido, fluoreto, es-
trôncio, zinco, rádio, cloreto e sulfato. A matriz orgânica do tecido ósseo é 
formada principalmente por colágeno, prolina, hidroxiprolina (94%) e por 
líquido extracelular composto por albumina, mucoproteína, ácido hialurô-
nico, lipídeos, citrato e outras substâncias.
Muitas pessoas acham que os ossos atingem maturidade total na vida 
adulta, no entanto, é importante ressaltar que até 5% da massa óssea está 
passando por um processo conhecido como remodelação pelo resto da 
vida. Hormônios e processos metabólicos influenciam fortemente a for-
mação e reabsorção do tecido ósseo, que são realizadas pelas células do 
tecido (osteoclastos e osteócitos).
Segundo Motta (2011), existem quatro tipos de célula especializadas no 
osso para a síntese, a modelagem e remodelagem desse tecido:
• Osteoprogênitoras: são células de origem mesenquimal, com poder 
de diferenciar-se e proliferar-se em células formadoras de tecido ós-
seo, os osteoblastos. Essas células persistem até a vida pós-natal e são 
encontradas em quase todas as superfícies livres dos ossos. Durante a 
fase de crescimento dos ossos e reparações de lesões ósseas, as células 
osteoprogenitoras são mais ativas e aumentam a sua atividade, origi-
nando novos osteoblastos para o tecido ósseo;
• Osteoblastos: células com função de secreção, produtoras de com-
plexos proteicos ricos em aminoácidos (prolina, hidroxiprolina), de 
precursores de colágeno e fatores de crescimento locais. São células 
encontradas dentro das lacunas ósseas e na zona subperiostal (entre 
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 33
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 33 15/06/20 16:29
o osso cortical e o periósteo). A membrana plasmática dessas células é 
rica em fosfatase alcalina, sendo um indicador de formação óssea;
Osteoclastos: células com função de absorção, consideradas gigantes 
(à análise microscópica) e multinucleadas. Atuam no reparo de fraturas 
ou em casos de mobilização de íons cálcio. Sofrem influência direta do 
hormônio paratireoideo (PTH);
Osteócitos: consideradas células de repouso, são encontradas nas 
criptas ósseas. Sofrem influência de fatores humorais locais ou sistêmi-
cos. Diferenciam-se de acordo com a necessidade, seja ela a atividade 
blástica (crescimento e reparação) ou a atividade clássica/ lítica (reab-
sorção, mobilização iônica). São células que atuam na manutenção da 
integridade óssea.
Célula 
osteoprogênitora Osteoblasto Osteócito Osteoclasto 
Figura 13. Células do tecido ósseo. Fonte: UNIFAL. Acesso em: 21/05/2020.
Macroscopicamente, o tecido ósseo é classificado em compacto (sem 
cavidades) e esponjoso (muitas cavidades intercomunicantes). Histologica-
mente, o tecido ósseo é classificado em primário (ou imaturo) e secundário 
(maduro ou lamelar).
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 34
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 34 15/06/20 16:29
Diáfi se
Metáfi se
Cartilagem articular
Endósteo
Osso compacto (denso)
Periósteo
Osso esponjoso
(trabecular) - contém
medula óssea vermelha
Cavidade medular 
(contém medula óssea 
amarela no adulto)
Epífi se
Figura 14. Esquema representativo da visão macroscópica do tecido ósseo. Fonte: UNIFAL. Acesso em: 21/05/2020.
Princípio da técnica e componentes
A avaliação da composição da massa óssea é feita por meio de um equi-
pamento específi co chamado densitômetro. Essa máquina utiliza a técnica de 
absorciometria por raio X com dupla energia (DEXA). O aparelho (que é fonte 
de radiação) percorre o corpo do paciente, e o computador calcula a densidade 
de cada área analisada. 
Esses dados são utilizados para a construção de uma imagem. Como parâ-
metro de anormalidade, o programa computacional leva em consideração os 
dados de uma pessoa jovem e saudável. Assim, pode-se observar a distância 
entre a massa óssea considerada normal e a alterada.
A fonte de radiação do densitômetro emite dois tipos de energia: energia A, 
que é absorvida por tecidos moles, como pele e músculos; e a energia B, que 
é absorvida pelo tecido ósseo. São encontrados dois tipos de densitômetro no 
mercado, os centrais e os periféricos, sendo o primeiro o mais utilizado, pois 
apresenta maior efi cácia e precisão no diagnóstico por imagem. Ao fi nal do 
exame, o software forma um gráfi co contendo as informações sobre densidade 
e composição do tecido ósseo em forma de score.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA35
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Como mencionado, os resultados da densitometria são tabulados por 
um software e associados a escores que levam em consideração a idade 
do paciente. O cálculo ainda inclui dados de média e desvio padrão (DP). 
Ao final, os dados fornecem uma medida quantitativa a respeito da massa 
óssea. A análise dos dados inclui o conhecimento sobre alguns parâmetros 
fornecidos pelo programa, como os escores T e Z.
O escore T baseia-se nos DP encontrados além e aquém da média de DMO, 
levando em consideração uma população entre 20 e 45 anos. Esse resultado 
é fundamental no diagnóstico da osteoporose, em que o resultado considera-
do normal apresenta densidade óssea até -1 DP. Um paciente com osteopenia 
(diminuição do número de osteócitos) tem resultados entre -1 e -2,5 DP. O 
diagnóstico de osteoporose se dá quando o escore for menor que -2,5 DP.
O escore Z utiliza os DP encontrados além e aquém de uma média de 
densidade óssea de uma população cuja faixa etária seja compatível à do 
paciente. A aplicabilidade clínica desse escore está relacionada a altera-
ções em pacientes infanto-juvenis, homens com idade inferior a 50 anos e 
mulheres na menopausa. Um valor de escore Z abaixo de -2 indica índice 
de massa óssea abaixo do normal para a idade do paciente, e, se houver 
relato de fraturas, pode ajudar no diagnóstico de osteoporose.
Região Área (cm²) BMC (g)
BMD 
(g/cm²) T - Pontuação PR (%)
Z - 
Pontuação AM (%)
L1 10.78 5.65 0.524 -4.5 52 -2.2 69
L2 11.67 7.09 0.607 -4.7 54 -2.2 72
L3 13.50 8.58 0.635 -5.0 53 -2.4 71
L4 14.97 10.53 0.704 -4.7 57 -2.0 76
Total 50.92 31.84 0.625 -4.8 54 -2.2 72
Total
BM
D
Idade
0.4
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
+1,0
0,0
-1,0
-2,0
-2,5
-3,0
-4,0
Densidade 
normal
Osteopenia
Osteoporose 
L1
L2
L3
L4
Figura 15. Imagem de um exame de densitometria óssea da coluna lombar. Fonte: FREITAS, 2017 (Adaptado).
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 36
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 36 15/06/20 16:30
Na Figura 15, a paciente é uma mulher na pós-menopausa. Há pontos 
de osteoporose na região de coluna lombar total L1-L4. À direita, pode-se 
ver o score utilizado nos exames de densitometria e sua correlação clínica. 
A DXA, quando realizada e analisada de forma correta, fornece valores 
importantes no diagnóstico e acompanhamento de casos de osteoporose. 
A excelência do exame ainda conta com fatores relacionados à rea-
lização do exame, como enquadramento da imagem, po-
sicionamento correto do paciente e comunicação entre 
paciente e executante do exame (em caso de dúvidas e 
explicações sobre o exame).
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 37
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 37 15/06/20 16:30
Sintetizando
Nessa unidade, estudamos os principais exames de imagem utilizados 
nos diagnósticos em podologia. Inicialmente, conhecemos o negatoscópio, 
aparelho utilizado na revelação de exames de imagens, principalmente dos 
membros inferiores. Estudamos o princípio das técnicas e a forma da leitura 
dos exames de angiografia venosa, arterial e Doppler, assim como da densito-
metria óssea. Vale ressaltar que as diferentes técnicas apresentam diferentes 
aplicações. 
As angiografias nos permitem estudar a dinâmica vascular do paciente. O 
Doppler é uma variação dessa técnica que não utiliza radiação. A densitometria 
óssea nos fornece informações sobre a constituição óssea e é muito impor-
tante no diagnóstico de osteoporose. Esses exames são de grande valia para 
um correto e preciso diagnóstico e acompanhamento do paciente, além de ser 
crucial na tomada de decisão profissional. 
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 38
SER_POD_TEDIPO_UNID1.indd 38 15/06/20 16:30
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TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 41
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EXAMES 
COMPLEMENTARES
2
UNIDADE
SER_POD_TEDIPO_UNID2.indd 42 15/06/20 16:24
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer métodos diagnósticos complementares em Podologia – por 
imagem e laboratoriais;
 Descrever o princípio das técnicas estudadas;
 Demonstrar a utilização dos exames e seus resultados.
 Ressonância magnética 
 Fundamento da técnica
 Obtenção da imagem
 Leitura de exames
 Tomografia computadorizada
 Fundamento da técnica
 Leitura de exames 
 Interpretação do hemograma
 Elementos figurados do sangue
 Eritograma
 Leucograma
 Interpretação e principais altera-
ções no hemograma
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 43
SER_POD_TEDIPO_UNID2.indd 43 15/06/20 16:24
Ressonância magnética
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ressonância 
magnética nuclear (RMN) é uma técnica de imagem médica multiplanar, cujas 
imagens são obtidas em vários planos do corpo sem alterar posi-
ções, sendo usada em radiologia para visualizar estruturas inter-
nas detalhadas a partir da radiação magnética.
Os achados de ressonância magnética são baseados na com-
pilação de sequências, isto é, uma combinação ordenada de pulsos de RF e 
gradiente projetados para adquirir os dados para formar a imagem.
A RMN dá visões tridimensionais em tempo real dos órgãos do corpo com 
um bom contraste dos tecidos moles, deixando a visualização do cérebro, 
coluna, músculos, articulações e outras estruturas excelente, auxiliando no 
diagnóstico de condições anormais e patologias importantes.
Apesar de atualmente a ressonância magnética ser bastante comum no 
meio médico, o desenvolvimento da técnica foi resultado de anos de estudos 
e tentativas, conforme apontado por Eduardo Rios em Técnica de diagnóstico 
por imagem: ressonância magnética nuclear, escrito em 1998.
Fundamento da técnica
De forma geral, uma imagem de ressonância magnética é adquirida através 
da interação do campo magnético do equipamento de RM com os prótons de 
hidrogênio do tecido humano. A interação gera a emissão de um pulso de radio-
frequência que é coletado através de uma bobina ou antena receptora. O sinal, 
conforme Alessandro Mazzola escreveu, num artigo publicado na Revista Brasilei-
ra de Física Médica em 2009, é coletado, processado e convertido numa imagem 
ou informação.
A RMN opera por meio da interação de um átomo num campo magnético 
externo, sendo um fenômeno no qual partículas contendo momento angular e 
momento magnético exibem um movimento de precessão quando estão sob a 
ação de um campo magnético. Os principais átomos que compõem os diversos 
tecidos do corpo humano têm seu núcleo composto por prótons e nêutrons, 
descritos na Tabela 1.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 44
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Dentre eles, se destaca o hidrogênio, o elemento mais simples da tabela pe-
riódica e abundante no corpo humano. Por conta de seu núcleo, constituído por 
próton, é dono do maior momento magnético, sensível à RMN, por suas carac-
terísticas diferenciadas no tecido normal e alterado, algo lembrado por Stewart 
Bushong em Magnetic resonance imaging: physical and biological principles, de 2003.
ELEMENTO 
QUÍMICO SÍMBOLO
CONCENTRAÇÃO NOS 
TECIDOS*
Hidrogênio 1H 100
Carbono 13C 0,1-1,6
Nitrogênio 14N 2,4
Flúor 19F Desprezível
Sódio 23Na 0,15
Fósforo 31P 0,001-0,05
Potássio 39K 0,05
ELEMENTO 
QUÍMICO SÍMBOLO
CONCENTRAÇÃO NOS 
TECIDOS*
Hidrogênio 1H 100
Carbono 13C 0,1-1,6
Nitrogênio 14N 2,4
Flúor 19F Desprezível
Sódio 23Na 0,15
Fósforo 31P 0,001-0,05
Potássio 39K 0,05
TABELA 1. CONCENTRAÇÃO TECIDUAL DOS ELEMENTOS QUÍMICOS EM HUMANOS
Os prótons têm uma propriedade chamada de spin ou momento angular. O 
spin é um movimento de rotação que se assemelha ao movimento que a Terra faz 
em torno de si mesma ou ao movimento de um pião. Maria Cristina Hage e Masao 
Iwasaki, em artigo presente na edição de julho de 2009 da revista Ciência Rural, 
relatam que o fato de o próton ter carga elétrica e realizar o movimento de rotação 
o faz agir como um magneto. 
Um magneto produz um campo magnético e responde à presença de outro 
campo magnético, não importando a fonte. Tais características fazem do átomo 
de hidrogênio a principal fonte de sinal nas ressonâncias magnéticas, em virtude 
de sua abundância nos tecidos vivos e do momento magnético. Além disso, o mo-
vimento spin do hidrogênio ocorre para ambos os lados (+1/2 e -1/2).
A Terra exerce um campo magnético sobre os tecidos tido como fraco (0,33 
Gauss ou 3 x 10-5 Tesla, sendo 1 T = 10000 G). Nesse caso, os momentos magnéti-
cos não têm uma orientação espacial definida, se distribuindo de forma randômi-
ca, o que faz com que a magnetização do tecido seja igual a zero. Entretanto, quan-
do o paciente é colocado no interior do magneto e fica sob ação de um campo 
*% (mol/Kg).
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 45
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magnético forte (ex: 1,5 T), os átomos de hidrogênio se orientam pelo campo em 
paralelo, no nível de menor energia, e em divergência, no nível de maior energia.
As duas orientações representam os dois níveis de energia que o próton ocu-
pa: o de baixa energia (alinhamento paralelo) e o de maior energia (alinhamento 
antiparalelo). Um número um pouco maior de spins se alinha no mesmo sentido 
(num estado de menor energia) do que em sentido contrário (estado de maior 
energia). Esse predomínio cria uma pequena magnetização resultante de equilí-
brio (Mo) no tecido. É o pequeno, mas constante desequilíbrio, ou magnetização 
resultante, que torna possível a RMN. 
Quando sujeitos a um campo magnético externo, os prótons não ficam enfilei-
rados, mas em constante movimento. Tal comportamento é comparado ao movi-
mento de um pião, no qual o átomo gira em seu próprio eixo gravitacional, num 
movimento designado como precessão, cuja velocidade é calculada pela equação 
de Larmor. 
Só se detecta um sinal com as bobinas receptoras de radiofrequência quando 
os prótons estão agrupados e circundando o eixo z, ou seja, quando o núcleo ex-
citado retorna ao estado de equilíbrio após liberar energia, processo conhecido 
como relaxação. Esse processo engloba dois tempos, T1 e T2 (milissegundos), de-
talhados no Quadro 1.
T1 (SPIN-LATTICE) T2 (SPIN-SPIN)
Relaxação longitudinal Relaxação transversal 
Tempo requerido pelo átomo para 
recuperar 63,2% do seu valor original 
de Mo
Tempo em que ocorre aperda de 63,2% do sinal
Depende da natureza física e química 
do ambiente que envolve as moléculas 
excitadas
Depende da interação dos prótons com os campos 
magnéticos de outros núcleos, ou melhor, da hetero-
geneidade presente no campo magnético externo e 
interno
Maior em meio líquido puro ou em 
tecidos com poucas moléculas em sua 
composição
Maior em meio líquido puro ou em tecidos com poucas 
moléculas em sua composição
QUADRO 1. CARACTERÍSTICAS DOS TEMPOS DE RELAXAÇÃO T1 E T2
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 46
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Saber os valores de T1 e T2 é fundamental para a diferenciação dostecidos 
analisados pela RMN. Para exemplifi car, a água pura tem T1 e T2 longos, possibili-
tando deduzir que tecidos com maior quantidade de água em sua composição têm 
comportamentos semelhantes, ainda sim é bom advertir que os valores de T1 e T2 
são específi cos para cada tecido.
Para que o tecido-alvo seja diferenciado dos tecidos adjacentes, a emissão do 
pulso de radiofrequência é repetida. Em suma, num primeiro momento é emitido 
sobre um tecido um Bo de 90 graus, fazendo com que a Mo seja deslocada do eixo 
z para o plano xy. Na sequência, aguarda-se um tempo, denominado tempo de 
repetição ou TR, para que a emissão do campo magnético seja repetida.
O TR pode ser longo ou curto e seu valor está sujeito ao tecido. Alterar o TR en-
tre dois pulsos sucessivos afeta a magnetização transversal (T1), a intensidade do 
sinal de RMN e, por consequência, o contraste entre os tecidos na imagem. Assim, 
T1 infl uencia a imagem formada, uma vez que interfere na intensidade do sinal e 
no contraste do tecido-alvo. Todavia, quando TR é muito longo, T1 não consegue 
exercer infl uência e a imagem, antes gerada pelo parâmetro T1, passa a ser media-
da pela densidade de prótons. 
A imagem ainda é gerada com base em T2 e, para tanto, os prótons são subme-
tidos a um pulso de 90 graus, como nas imagens por T1. Ao fi nal do primeiro pulso, 
no qual T1 reaparece e T2 decresce, os prótons são submetidos a um segundo 
pulso, de 180 graus, o que os obriga a precessar em sentido contrário.
Esse pulso é concentrado inúmeras vezes, permitindo que os sinais captados 
se apresentem como pulsos crescentes e decrescentes, batizados de eco ou spin-
-eco. O intervalo entre os pulsos é o tempo de eco ou TE e infl uencia na qualidade 
da IRMN, sendo escolhido pelo operador do equipamento.
Obtenção da imagem
As IRMN são geradas com base em T1, T2 e densidade de prótons que, por sua 
vez, estão submetidos a outros coefi cientes, como TR e TE. Uma imagem medida 
por T1 é adquirida com TR e TE curtos, ao contrário do que ocorre com as imagens 
por T2, obtidas por TR e TE longos. A imagem mediada pela densidade de prótons 
traz TR longo e TE curto. Na prática, isso é empregue na escolha do método que 
melhor evidencie as estruturas de interesse.
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 47
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Quando a imagem do líquido cefalorraquidiano é baseada em T1 ou densidade 
de prótons, o fluido é mais escuro do que as partes sólidas. Se a imagem se dá 
com base em T2, o líquido tem cor mais clara do que os tecidos adjacentes, como 
pode ser visto na Figura 1. A diferença leva em conta a composição do tecido, uma 
vez que há maior quantidade de água e de prótons na massa cinzenta do cérebro. 
Figura 1. IRMN mediada por T1, T2 e densidade de prótons. Fonte: WESTBROOK et al., 2013.
Outro método de salientar os tecidos e melhorar a IRMN é por meio de 
contraste, isto é, a utilização de substâncias com pequenos campos magnéti-
cos que diminuem os TR ao redor dos prótons graças a características para-
magnéticas. Em RMN, por provocar mudança de sinal devido à diminuição de 
T1 e T2, o meio de contraste sugerido é o gadolínio. Além de todos os fatores 
supracitados, o profissional que executa o exame deve levar em considera-
ção o tempo de aquisição da imagem (TA), definido pela equação:
TA = TR x N x Nex
Em que:
TR: tempo de repetição (proporcional à TA);
N: número de linhas da matriz que constitui a imagem mostrada na tela;
Nex: número de excitações necessários para melhorar a qualidade da 
imagem. 
A formação da IRMN é obtida por meio da relação entre a energia recebida 
e a energia liberada. No processo, o tecido-alvo absorve uma parcela da ener-
gia recebida, num fenômeno medido pelo cálculo da taxa de absorção espe-
cífica, ou SAR (do inglês, Specific Absorption Rate), que é expressa em watt por 
quilograma (W/kg).
TÉCNICAS DIAGNÓSTICAS EM PODOLOGIA 48
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A elevada exposição dos tecidos à energia leva a um aumento de temperatu-
ra que, se não controlado, pode exceder o limite tolerado pelo corpo e ocasionar 
queimaduras indesejadas no paciente, algo ressaltado por Frank Shellock, em arti-
go para o Journal of Magnetic Resonance Imaging, publicado em julho de 2000. 
O sistema de produção de IRMN é bastante complexo e requer a utilização de 
vários componentes. Apesar da grande variabilidade de equipamentos de IRM dis-
poníveis, todos possuem os mesmos subsistemas básicos, compostos pelo mag-
neto principal, bobinas de gradiente, bobinas de radiofrequência e processador de 
imagens e computadores.
Todo esse sistema pode ser observado na Figura 2, que exibe um dos inúmeros 
modelos disponíveis no mercado. A descrição dos componentes é baseada na dis-
sertação de Maria Manuela Ramos, Plano de segurança do paciente para pacientes 
com sistemas de estimulação encefálica profunda submetidos a exames de imagem por 
ressonância magnética no hospital Marcelino Champagnat, defendida em 2016 na 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. 
Figura 2. Aparelho de ressonância magnética.. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 19/05/2020.
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O magneto principal fornece um campo magnético estático e uniforme duran-
te o exame de RMN. Os magnetos são classificados em três tipos:
• Permanentes: não usam corrente elétrica para a geração do campo magné-
tico (ímãs);
• Resistivos: são gerados por uma bobina e esquentam por conta da resistên-
cia elétrica, têm maior intensidade que os permanentes;
• Supercondutores: geram um campo magnético constante, homogêneo e 
intenso.
As bobinas de radiofrequência (RF) fazem parte do sistema de radiofrequência, 
que funciona como um canal de comunicação com o corpo do paciente. A bobina 
de RF é utilizada para a transmissão e recepção do sinal. Grande parte da energia 
ministrada pelo sistema de RF é absorvida pelo tecido e convertida em calor, po-
rém, uma pequena porção é emitida pelos tecidos durante o decaimento transver-
so e gera sinal na bobina de RF destinada à recepção.
A oscilação do campo magnético durante o decaimento transverso induz cor-
rente elétrica na bobina e a tensão elétrica resultante compõe o sinal em RM. O 
sinal percebido pelas bobinas passa por um pré-amplificador antes de prosseguir 
para um amplificador de RF, no qual o sinal é elevado e digitalizado para alimentar 
um sistema de computadores, que o processa para formar a IRMN.
No processo, as bobinas de RF localizadas dentro do magneto ou próximas 
ao corpo do paciente funcionam como antenas para transmissão dos pulsos de 
RF ao tecido e recepção do sinal de RF dos tecidos. As bobinas de RF são clas-
sificadas, de acordo com a sua função, em transmissora/receptora e somente 
transmissora ou receptora.
A IRMN não é adquirida sem um computador, uma vez que o sinal da RM 
não interage com o meio de visualização sem mediador. A informação 
é adquirida no domínio da frequência espacial (espaço k) e neces-
sita que um computador converta a informação para o 
domínio espacial do sinal proveniente do paciente a 
fim de produzir a imagem. Na atualidade, os pro-
cessadores de imagens e os sistemas de computa-
dores em IRM são semelhantes aos computadores 
comuns, mas com softwares específicos para proces-
samento de imagens médicas.
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Leitura de exames
A RMN do pé é solicitada para a avaliação da estrutura do pé como um todo. 
Alguns dos exemplos da aplicação do exame são:
• Avaliação de tendões e ligamentos, sendo a ligamentar associada a entorses;
• Fraturas, lesões osteocondrais, osteonecrose e síndrome do túnel do tarso;
• Tumores ósseos;
• Alterações na fáscia plantar: espessamentos (fascite);
• Nódulos (fi bromatose plantar ou doença de Ledderhose);
• Dores do antepé;
• Identifi cação

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