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Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC CAMPUS VIDEIRA/SC PROFª: MAGALI BEATRIZ AUGUSTO COMPONENTE CURRICULAR: ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ACADÊMICAS: SABRINA COLOMBELLI, ELIS RAQUEL E MARISTELA DE ÁVILA LETRAS- INGLÊS FASE: 8/8 As dificuldades do Ensino de Jovens e Adultos Análise do estudo de caso 1. Identificação do problema: Segundo o documento analisado, de autoria de Karoline Bragança Fanti- estudante de graduação em pedagogia na Faculdade Capixaba da Serra, o artigo redigido pela mesma teve como eixo central o tema “As dificuldades do Ensino de Jovens e Adultos”. Ao observar esta modalidade de ensino em uma escola estadual de ensino fundamental e médio do estado do Espírito Santo, pode-se encontrar dificuldades e as instituições, apesar da legislação que ampara os estudantes nesta modalidade de ensino ter evoluído, não é o bastante para sanar estes problemas. Constatou-se que não há materiais específicos para esta modalidade e público e os contextos trabalhados fogem da realidade dos alunos. As dificuldades encontradas são extensas e provocam um grande número de evasão escolar, além do desenvolvimento destes alunos ficarem abaixo das expectativas propostas pelo currículo do EJA- Ensino de Jovens e Adultos. 2. Levantamento dos dados expostos no documento: O artigo relata que a educação de jovens e adultos não garante uma educação de qualidade para quem busca essa modalidade de ensino. Ao observar e coletar informações sobre as dificuldades e expectativas dos alunos do EJA e os motivos que os fizeram retornar aos estudos e a permanência deste público estudantil em sala de aula. A metodologia para a realização deste foi a pesquisa de campo através de observações em sala de aula, espaço físico da escola, conteúdos trabalhos em classe, metodologia, material didático, formação dos professores que atuam nesta modalidade, assiduidade dos alunos e a questão da evasão. Dados expostos revelam que as expectativas da evasão escolar já existem desde o primeiro dia letivo, mas as desistências ocorrem o tempo todo. Como é sabido, os alunos desta modalidade geralmente são trabalhadores, adultos com demais compromissos, que por alguma razão acreditam que os estudos se tornaram irrelevantes em alguma etapa da vida. Por outro lado, aqueles que persistem nos estudos com expectativas de cursar uma graduação e mudar de vida, seguem com fé em seu propósito. Há relatos de alunos que demoram anos para concluir as etapas Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC CAMPUS VIDEIRA/SC PROFª: MAGALI BEATRIZ AUGUSTO COMPONENTE CURRICULAR: ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ACADÊMICAS: SABRINA COLOMBELLI, ELIS RAQUEL E MARISTELA DE ÁVILA LETRAS- INGLÊS FASE: 8/8 desta modalidade de ensino, e até mesmo após um período longo evadidos, decidem retornar às aulas gerando surpresa aos demais. As salas de aula nesta modalidade de ensino, referente ao ensino fundamental correspondem às salas multisseriadas, onde ocorre a mistura dos alunos independente da série a qual correspondem. As demais turmas ficam em salas individuais, e ainda segundo o documento, às aulas iniciam às 18h30min, mas os alunos chegam por volta das 19h30min. Os alunos que moram em bairros de difícil acesso optam por sair mais cedo, quando às aulas terminam as 22h20min. As faltas são frequentes, cada aluno com seu motivo até porque envolve realidades distintas, mas que geralmente são pessoas idosas que viveram em uma época em que o acesso aos estudos era mais difícil, e outro grupo são os alunos que tiveram fracasso escolar e resolveram abandonar seus estudos, devido a algum emprego, falta de perspectivas, pobreza, sucessivas reprovações; e um grupo em que muito nos entristece, que é à valorização da criminalidade e distorção de valores. Em 1834, a educação para adultos e crianças eram atribuídas aos Governos Provinciais, atendidos somente no munícipio da corte; logo foram incluídos soldados analfabetos que eram ensinados por professores. Em 1942 foi definido que 25% de cada auxílio federal seria aplicado na educação primária de adolescentes e adultos analfabetos, instruído pelo Ministério da Educação. Logo, em 1947 com os recursos do Fundo Nacional do Ensino Primário, a União lançou o Plano Nacional da alfabetização, que propunha alfabetizar os adultos em três meses e com isso inicia- se a discussão sobre analfabetismo e educação de adultos no país, orientada por Paulo Freire, compreendendo a aprendizagem de leitura e escrita, cálculos, noções básicas de cidadania, higiene e saúde, geografia, história e economia para mulheres. A UNESCO teve importante papel no início do ensino dos adultos e também Lourenço Filho que foi idealizador e coordenador do movimento, abrangendo a população da cidade e interior. Em 2000 foi homologada a resolução que trata sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos versando sobre o ensino fundamental e médio. O acesso a matrícula no EJA é vedado aos adolescentes e crianças, com faixa etária que compreende a escolaridade universal obrigatória no ensino fundamental, de sete a quatorze anos, e médio até dezoito anos. Estima-se que houve queda de matrículas segundo censo escolar de 2015, tem-se hoje cerca de 67 milhões e brasileiros com baixa escolaridade, inferior à que foi estabelecida em lei. Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC CAMPUS VIDEIRA/SC PROFª: MAGALI BEATRIZ AUGUSTO COMPONENTE CURRICULAR: ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ACADÊMICAS: SABRINA COLOMBELLI, ELIS RAQUEL E MARISTELA DE ÁVILA LETRAS- INGLÊS FASE: 8/8 3. Análise do contexto da situação problema: Muitos são os desafios enfrentados pelos alunos e professores do EJA na busca por um ensino de qualidade, como a rotina cansativa de trabalho, problemas financeiros, diferença de idades e realidades, superação do analfabetismo e letramento, a diminuição das capacidades cognitivas dos alunos com idade avançada, a falta de material didático, ausência de incentivadores e projetos que visem esta modalidade de ensino como um todo. O retorno aos estudos é uma grande oportunidade de crescimento e enriquecimento pessoal e laboral, amplia horizontes e expectativas de renda e de vida. É preciso uma revisão das políticas públicas em relação ao contexto educacional nesta modalidade, haja vista que desde seu início nunca houve grandes avanços em destaque. Contata-se práticas conservadoras com regras e rotinas sem um significado efetivo para os alunos, com ensino tradicional, cópias e atividades mecânicas. O direito para a educação a todos é recente visto que advém da Constituição de 1988, sendo uma grande oportunidade para que as pessoas retomem seus direitos educacionais. Ainda que haja investidura em políticas públicas voltadas à educação dos jovens e adultos, é preciso percorrer um longo caminho para chegar ao êxito. Uma vez que nos referimos à seres humanos que mudam de opinião a cada instante, é preciso que pensemos em uma educação cativante, com profissionais preparados para receber este público em suas salas de aula, fazendo com que seu conteúdo perpassado seja relevante naquelas vidas. 4. Possíveis soluções: Embora possamos argumentar sobre alguns pontos em específico, apontar possíveis melhorias no âmbito educacional, este cenário segue sendo um desafio. Possíveis soluções podem ser resumidos em investidura nas políticas públicas, como bolsas de estudo, onde os alunos recebam valores como incentivo a continuidade e conclusão (em alguns cenários já vem ocorrendo), profissionais qualificados, gestores com empatia, aulas dinâmicas e que façam a diferença no cotidiano dos educandos. 5. Legislação consoante a análise: Muitos são os avançosinstitucionais das políticas criadas para garantir o acesso e a permanência dos jovens e adultos outrora evadidos das escolas, ou que Universidade do Oeste de Santa Catarina- UNOESC CAMPUS VIDEIRA/SC PROFª: MAGALI BEATRIZ AUGUSTO COMPONENTE CURRICULAR: ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ACADÊMICAS: SABRINA COLOMBELLI, ELIS RAQUEL E MARISTELA DE ÁVILA LETRAS- INGLÊS FASE: 8/8 por algum motivo tiveram que abdicar de sua vida escolar. Podemos citar Paulo Freire em sua investidura na educação de jovens e adultos, a UNESCO consoante ao período pós-guerra, a revolução industrial, os primeiros decretos que por um período constituíram como regra o acesso dos alunos menos abastados ao ensino fundamental (supletivo), e mais tarde na Constituição de 1988 instituiu-se o acesso à educação como direito subjetivo de todos os cidadãos, e dever do Estado a sua garantia. Percebemos que o Ensino de Jovens e Adultos é além de uma política educacional, é uma política social, que promove o acesso escolar e viabiliza que os alunos tenham oportunidades melhores de trabalho, vivam com maior dignidade, melhor qualidade de vida e conquistem o respeito da sociedade. Essa definição da EJA nos esclarece o potencial de educação inclusiva e compensatória que essa modalidade de ensino possui.
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