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MODULO III TECNICO EM MINERAÇÃO

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TÉCNICO EM 
MINERAÇÃO
MÓDULO III
Introdução ao Bene�ciamento de Minério
 
INTRODUÇÃO AO BE-
NEFICIAMENTO DE 
MINÉRIO
Ficha Técnica
Elabroração - Bruno Alberto Cardoso Pignatario/Dioginis Silva Grunupp/
Iago Araújo de Souza/Marilza do Santos Viana/ Rodrigo Ramalho Maciel/
Renan Gouvea Dias 
Capa / Diagramação - Gabriel Araújo Galvão
Diretor Pedagógico - Edilvo de Sousa Santos
Índice
 
Introdução .......................................................................................................05
Introdução ao Beneficiamento de Minérios ........................................05
Conclusão .........................................................................................................10
Referências .......................................................................................................11
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
	 Beneficiamento	de	minérios	é	um	assunto	que	não	pode	ficar	obscuro	em	nossa	atualidade	econômica,	 a	
Região	Amazônica	já	vive	bastante	tempo	no	contexto	da	mineração	como	integrante	majoritário	de	seu	PIB.	Como	
graduandos	em	engenharia,	é	de	suma	importância	a	compreensão	de		conceitos	básicos	para	o	entendimento	geral	
do	processo	de	beneficiamento	de	minerais,	portanto,	o	objetivo	desse	trabalho	é	introduzir	estes	conceitos	,	para	
posterior	compreensão	dos	assuntos	referentes	a	metalurgia,	e	complementação	do	conhecimento	que	já	possuímos.
2.1 – CONCEITO DE BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS
	 Segundo	Adão	Luz,	beneficiamento	de	minérios	é	um	processo	que	consiste	de	várias	operações.	Estas	visam	
mudar	várias	características	de	um	bem	mineral,	entre	elas:	Granulometria;	concentração	de	determinada	espécie	
mineral;	e	forma.	Contudo,	os	processos	não	devem	mudar	a	identidade,	tanto	física,	quanto	química	do	material.
	 Esta	é	uma	abordagem	mais	clássica	sobre	o	conceito	de	beneficiamento	de	minérios.	Nela	os	minérios	não	
devem	podem	ter	suas	características	físico-químicas	modificadas.	Ou	seja,	o	beneficiamento	consiste	em	separar	o	
minério	de	qualquer	rejeito	indesejado	e	deixá-lo	em	uma	forma,	ou	tamanho	de	grão,	adequado	para	estocagem,	
transporte	ou	que	melhor	convenha	à	etapa	seguinte	ao	beneficiamento.
	 O	objetivo	do	beneficiamento	de	materiais	é	conseguir	um	minério	que	possua	apenas	uma	espécie.	Contudo	
este	objetivo	não	é	possível	de	ser	alcançado	em	sua	totalidade	em	condições	práticas.	Nas	indústrias	e	mineradoras	o	
custo	também	é	um	fator,	portanto,	nem	sempre	o	processo	que	consegue	a	maior	pureza	é	o	mais	recomendado.
	 Em	companhias,	como	a	Vale,	os	processos	de	beneficiamento	obedecem	a	uma	ordem	lógica.	Após	a	extração	
do	minério	bruto	ele	é	levado	para	o	setor	de	beneficiamento.	O	primeiro	passo	é	a	cominuição.
	 Ele	visa	diminuir	o	tamanho	do	grão	que	do	minério	bruto,	para	que	seja	mais	fácil	a	separação	do	minério	
desejado	do	rejeito.	É	uma	parte	de	alto	custo	do	processo.
	 A	segunda	etapa	é	uma	classificação	do	minério	que	já	passou	pelo	processo	de	cominuição.	É	feita	uma	sele-
ção	usando	processos	de	peneiramento,	que	separam	pelo	tamanho	do	grão	obtido,	e	por	processos	como	a	ciclona-
gem.	Depois	o	minério	é	submetido	aos	processos	que	visam	à	separação	das	espécies	minerais.
	 Existem	vários	processos	que	podem	fazer	essa	separação	mais		seletiva.	A	escolha	do	processo	mais	adequado	
depende	do	minério	que	deseja-se	obter.	Contudo	o	resultado	dos	processos,	quando	bem	selecionados	e	aplicados,	
é	o	minério	de	interesse,	como	ferro,	cobre	ou	manganês	e	rejeito,	que	é	constituído	de	minérios	que	não	são	interes-
santes	ou	que	não	tem	valor	econômico	que	viabilize	sua	separação.
	 Apesar	do	processo	de	beneficiamento	ter	uma	ordem	que	não	deve	ser	quebrada,	em	que	a	etapa	anterior	é	
fundamental	para	a	realização	da	etapa	subseqüente,	esta	etapa	de	separação	de	minérios	é	a	mais	importante	e	que	
possui	mais	especificidades.	Outro	ponto	é	a	viabilidade	econômica	do	beneficiamento	de	minérios.	O	beneficiamento	
possui	altos	custos,	superiores	ao	da	extração,	portanto	definir	o	que	convém	ser	beneficiado	e	o	processo	que	gera	
melhor	custo	benefício	é	primordial.
	 Depois	da	última	etapa	citada,	ocorrem	processos	que	visam	facilitar	o	depósito	e	estocagem	dos	que	foi	ge-
rado	como	resultado.	O	rejeito	deve	ser	espessado	para	poder	ser	descartado	em	um	depósito	próprio	e	o	minério	de	
interesse	deve	ser	espessado	e	preparado	para	que	tenha	a	maior	pureza	possível	antes	de	ser	estocado	ou	enviado	
para	uma	indústria	químico-metalúrgica.
2.2 – HISTÓRICO DO BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS
	 A	utilização	dos	metais	para	utilidade	humana,	trousse	a	chamada	Era	dos	Metais,	período	evolucional	que	
proporcionou	ao	Homem	o	trabalho	artesanal	dessa	matéria	prima,	até	então	desconhecida.	É	registrado	pela	história	
que	a	partir	disso,	povos	como	os	egípcios,	gregos	e	romanos	utilizavam	metais	para	fazer	jóias,	utensílios	de	guerra,	e	
artigos	religiosos.	Assim	como	também	na	América	os	incas,	mais	e	astecas	também	dominavam	processo	de	benefi-
ciamento	de	minérios,	principalmente	ouro	e	prata,	para	praticas	religiosas.
	 Tem-se	registrado	que	os	egípcios	já	utilizavam	processos	gravíticos,	com	o	ouro,	posteriormente	veia	utiliza-
ção	dos	moinhos	que	utilizavam	mecanismos	mecânicos	que	combinavam	a	força	animal	com	a	força	de	elementos	
1. Introdução
2. Introdução ao Beneficiamento de Minérios
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
naturais,	como	a	água.	Sendo	que	a	partir	da	Revolução	Industrial	a	busca	por	melhorias	no	tratamento	de	minérios	foi	
significativa,	devido	estes	serem	fonte	de	riquezas	e	medida	de	poder	da	época,	e	com	isso	palatinamente	os	avanços	
chegaram.
	 Um	outro	passo	importante	ocorreu	em	1905,	quando	foi	utilizado	o	processo	de	Flotação,	na	Austrália,	e	a	
partir	disso	os	projetos	buscaram	reformular	o	conceito	de	qualidade,	ocasionando	em	máquinas	mais	eficientes	e	
menores	o	que	proporcionou	a	vasta	pesquisa	em	desenvolvimento	e	otimização	de	equipamentos.
	 Houve	também	o	período	em	que	começou	a	ser	levado	em	consideração	os	impactos	ambientais,	porém	até	
os	anos	60,	a	visão	dos	impactos	ambientais	causados	nesta	extração	não	tinha	grande	importância,	já	nos	anos	70	foi	
aumentando	a	polêmica	sobre	o	assunto	até	que	hoje	uma	previsão	dos	impactos	é	um	dos	pontos	principais	antes
de	se	começar	a	extração.	Quanto	a	evolução	de	maquinário	e	processos,	hoje	já	possuem	máquinas	com	sistemas	
automatizados,	monitorados	por	computador,	e	além	disso,	hoje	temos	a	preocupação,	acima	de	tudo,	com	a	questão	
energética.
2.3 – DEPÓSITOS E JAZIDAS MINERAIS
	 O	conceito	de	jazida	mineral	diz	respeito	a	um	local	em	que	exista	a	concentração	de	uma	ou	mais	substância,	
onde	as	mesmas	possuem	um	valor	econômico,	estas	jazidas	podem	estar	localizadas	na	superfície	ou	no	interior	da	
crosta	terrestre,	essas	substâncias	incluem	minerais	propriamente	ditos	ou	até	mesmo	substâncias	fósseis	como	car-
vão	mineral	e	petróleo.
	 Sua	classificação	pode	ser	segundo	à	sua	forma	geométrica	do	minério	e	origem:
	 •	Jazidas	magmáticas	(filonianas	ou	intrusivas):
	 As	jazidas	magmáticas	são	chamadas	de	filonares	ou	intrusivas,	devido	ao	fato	do	seu	aparecimento	ser	em	
forma	de	filão,	isto	é,	cortando	as	rochas	preexistentes.
	 •	Jazidas	aluvionares:
	 Aquela	em	que	o	mineral	está	incorporado	aos	aluviões.
	 •	Jazidas	de	inclusão:
	 Aquela	em	que	o	mineral	se	encontra	disseminado	na	rocha	endógena,	em	vez	de	apresentar-se	em	aglome-
rados,	ou	em	filões.
	 •	Jazidas	petrolíferas:
	 É	o	depósito	de	petróleo	em	formação	favorável	à	exploração.
	 Há	ainda	jazidas	sedimentares,	onde	se	encontram	depósitos	de	cassiterita,	ouro	e	prata.	Como	tipos	ígneos,	
inclui-se	o	topázio,	a	magnetita,	a	turmalina	e	outros;	os	hidratermais	compreendem	vários	sulfetos,	óxidos	e	outros;	
como	tipos	produzidos	por	água,	citam-se	entre	outros	a	bauxita	e	a	galena.
	 Para	extração	são	traçados	mapas	metalogenéticos,	relativos	às	áreas	em	que	existem	maiores	incidências	de	
certos
tipos	de	minérios,	sendo	estipulados	de	acordo	com	o	objetivo	da	empresa.	Eis	alguns	exemplos	de	áreas	pro-
missoras,	com	jazidas	e	depósitos	de	grande	porte.
	 •	Quadrilátero	Ferrífero,	Minas	Gerais	-	Brasil.
	 •	Província	Gemológica	Sul-brasileira.
	 •	Carajás,	Pará	-	Brasil.
	 No	âmbito	Brasil	podemos	dizer	que,	o	território	brasileiro	é	constituído	predominantemente	por	um	embasa-
mento	formado	por	rochas	metamórficas,	ígneas	e	sedimentares,	além	de	coberturas	fanerozóicas.	Tal	território,	em	
sua	total	extensão,	esta	inserido	na	chamada	Plataforma	Sul-americana	(cuja	formação	é	remontada	a	2	600	milhões	
de	anos	atrás).
	 A	compartimentação	do	território	brasileiro	pode	ser	dividida	em:
	 •	Bacias	sedimentares:	(do	Parnaíba,	do	Amazonas,	do	Recôncavo,	dos	Parecis,	do	Acre,	do	Paraná	etc.)
	 •	Crátons:	(Crátons	Amazônico,	São	Luís,	São	Francisco,	Luís	Alves,	Maciço	Central	Goiano,Rio	de	la	Plata);	
	 •	Faixas	de	dobramento:	(Paraguai,	Brasília,	Atlântico,	Sergipana,	Espinhaço,	Uruaçu,	Araguaia-Tocantins,	Ara-
çuaí,	Ribeira,	Rio	Preto).
	 O	estudo	dessa	geologia	do	território	nacional	tem	grande	importância,	pois	permite,	inclusive,	a	identificação	
de	ambientes	minerais	portadores	de	jazidas	de	grande	potencial	mineral,	em	termos	de	bens	minerais	de	aprovei-
tamento	de	ordem	econômica.	Como	referência	do	potencial	mineral	do	Brasil,	o	país	possui:	as	maiores	 reservas	
mundiais	de	nióbio,	com	85%	das	jazidas	existentes;	a	terceira	maior	reserva	de	cassiterita	do	mundo,	com	12,2%	das	
jazidas;	a	terceira	maior	reserva	de	bauxita,	com	11,1%	das	jazidas;	a	quarta	maior	reserva	de	caulim,	com	9,3%	e	a	
quinta	maior	reserva	de	minério	de	ferro,	com	8%	do	total.	Tais	considerações	sobre	o	estudo	de	depósitos	de	jazidas	
são	de	suma	importância	devido	à	necessidade	da	indústria	de	absorver	matéria	0prima	para	abastecer	o	mercado	de	
eletrônicos,	máquinas	pesadas	entre	outros	utensílios,	visando	um	melhor	aproveitamento	da	extração	desses	miné-
rios.
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
2.4 – MINERAIS E SEU USO
	 Segundo	Adão	luz,	“mineral	é	todo	corpo	inorgânico	de	composição		química	e	propriedades	físicas	definidas,	
encontrado	na	crosta	terrestre”	e	ainda,	quando	se	tem	esse	mineral	agregado	a	outros	minerais	de	maior	valor,	que	
tem	capacidade	de	aproveitamento	industrial	tem-se	conceituado	um	minério.
	 Como	já	mencionado	dota	e	qualquer	atividade	desenvolvida	pelo	homem	necessita	da	agregação	de	minérios	
para	sua	bem	feitoria,	podemos	arriscar	dizer	que	,	a	partir	da	Revolução	Industrial,	não	á	desenvolvimento	de	uma	
nação	cem	a	exploração	de	seus	recursos	minerais.
	 Com	isso	em	mente,	e	tomando	a	evolução	das	descobertas	de	minerais	e	sua	utilização,	surgiram	inúmeras	
formas	de	classificá-los.	O	primeiro	que	propôs	uma	ordem	de	classificação	foi	Linné	(1758)	no	livro	“In	Nature”,	e	pos-
teriormente	surgiram	várias	outras	classificações,	sendo	a	mais	utilizada	pela	mineralogia,	o	sistema	de	classificação	
elaborado	por	Hugo	Strunz,	que	divide	os	minerais	em	doze	grandes	grupos	que	levam	em	consideração	os	critérios	
cristaloquímicos.	Sendo	estes:	elementos	nativos;	sulfetos;	sulfossais;	óxidos	e	hidróxidos;	halogenetos;	carbonatos;	
nitratos;	boratos;	sulfatos	e	cromatos;	fosfatos,	arsenietos	e	vanadatos;	tungstatos	e	molibdatos,	e	silicatos	(nesossili-
catos,	sorossilicatos,	ciclossilicatos,	inossilicatos,	filossilicatos	e	tectossilicatos).
	 Sendo	adotado	neste	trabalho,	os	principais	grupos	de	classificação	do	referido	modelo	para	especificar	os	
minerais	e	exemplificar	seu	uso.
	 •	Elementos	Nativos
	 São	os	minerais	que	ocorrem	na	natureza	em	estado	puro,	não	combinado.	Como	o	ouro,	prata,	cobre	(nativo),	
enxofre,	diamante,	grafite.
	 È	importante	salientar	que	o	cobre	nativo	foi	amplamente	utilizado	ao	longo	da	história,	pois	não	se	conhecia	
essa	substância	em	outra	forma.
 • Sulfetos
	 Os	 Sulfetos	 são	minerais	 que	 surgem	 da	 combinação	 de	 um	 elemento	metálico	 ou	 semi-metálico	 com	 o	
enxofre(S).	 São	 exemplos	 de	 Sulfetos,	 Esfarelita	 (ZnS),	 Calcopirita(CaFeS2),	 Galena	 (PbS),	 Pirita(FeS2),	Molibdenita	
(MoS2).
	 Merece	destaque	a	Pirita	por	ser	o	mineral	mais	comum	dessa	classe	sendo	amplamente	encontrado	em	de-
pósitos	hidrotermais,	associados	com	outros	sulfetos	como,	por	exemplo,	a	Calcopirita.
	 •		Sulfatos,	Cromatos,	Tungstatos	e	Molibdatos	
	 É	proveniente	da	combinação	de	cátion	bivalente	com	os	complexos	Iônicos	(SO4)2-,	CrO4,	MoO42-,	WO42-	.	
São	exemplos	desses	minerais	as,	Tenardita	(Na2SO4),	Anidrita	(CaSO4),	Celestina	(SrSO4),	Barita	(BaSO4),	Crocoíta	
(PbCrO4),	Wulfenita	(PbMoO4),	Scheelita	(CaWO4)	e	a	Gipsita(	CaSO4.2H2O).
	 Como	representante	desses	grupos	temos	principalmente	a	Gipsita,	que	é	encontrado	em	camadas	sedimen-
tares	estratificadas	com	calcários.	Importante	no	fornecimento	de	Ca	e	S	para	as	plantas.	Também	sendo	amplamente	
utilizada	na	industria	para	produção	de	Gesso,	Retardadores	e	Cimento.
	 •	Óxidos	e	Hidróxidos
	 É	composta	basicamente	da	combinação	de	oxigênio(no	caso	dos	óxidos)	ou	da	Hidroxila(no	caso	dos	Hidróxi-
dos)	com	um	ou	mais	metais.
	 Sendo	este	um	grupo	abrangente,	que	possui	elementos	importantes	para	a	industria,	tais	como,	Cassiterita	
(SnO2),	Espinélio	(MgAl2O4),	Crisoberílio	(Al2BeO),	Gibbsita	Al(OH)3,	Hematita	(Fe2O3),	Magnetita	(Fe3O4),	Ilmenita	
(FeTiO3),	Rutilo	(TiO2),	Uraninita	(UO2),	Goethita	(FeO(OH),	Brucita	(Mg(OH)2).	Como	podemos	constatar	esta	catego-
ria	possui	minerais	essenciais	na	produção	industrial,	como	os	óxidos	de	ferro	que	são	as	principais	fontes	de	ferro	da	
siderurgia,	além	dos	óxidos	de	alumínio,	que	são	essenciais	para	o	desenvolvimento	industrial.
	 •	Háloides
	 São	formados	a	partir	da	 ligação	de	cátions	de	baixa	valência	com	íons	halogênicos	eletronegativos,	assim,	
dando	origem	a	compostos	como	a,	Halita	(NaCl),	Silvita	(KCl),	Fluorita	(CaF2),	Criolita	(Na3AlF6)	.	Os	exemplos	mais	
amplos	de	aplicação	se	dão	pela	Halita	e	a	Silvita,	sendo	a	Halita	composto	formador	do	sal	de	cozinha	e	fornecedor	de	
cloro	e	sódio	para	a	indústria	e	a	Silvita	fornecedora	importante	de	potássio	para	a	indústria	de	fertilizantes.
 •Carbonatos
	 É	composto	da	combinação	de	cátions	bivalentes	com	o	complexo	Aniônico	(CO3)2-.	Sendo	os	principais	re-
presentantes	deste	subgrupo	a	Magnesita	(MgCO3),	a	Calcita	(CaCO3)	e	a	Dolomita	(CaMg(CO3)2).	Sendo	estes	ampla-
mente	utilizados	na	industria	cimentícia,	de	ornamento(mármore)	e	de	química.
	 •Nitratos	e	Boratos
	 É	composto	da	combinação	de	cátions	bivalentes	com	o	complexo	Aniônico	(NO3	-)	ou	com	o	(B	O3	-),	compon-
do	compostos	como	o	Salitre	(KNO3)	e	o	Bórax	(Na2B4O7.10H2O).
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
	 •	Fosfatos,	Arsenatos	e	Vanadatos
	 São	encontrados	a	partir	da	combinação	de	cátions	metálicos	com	os	complexos	aniônicos	(PO4)3-	,	(AsO4)3-	
ou	(VO4)3-	,	e	formam	compostos	como	a	Apatita	(Ca5F(PO4)3),	que	um	importante	fertilizante.
	 É	importante	mencionar	que	existe	também	um	modelo	mais	generalizado	de	classificação,	que	toma	os	mine-
rais	como	Metálicos,	Não-	Metálicos	e	Energéticos,	sendo	este	utilizado	majoritariamente	na	indústria.
2.5 – NECESSIDADE DE BENEFICIAMENTO
	 O	processo	de	separação	procura	adquirir	o	máximo	de	aproveitamento	das	diferenças	existentes	nas	propriedades	
das	partículas	minerais.	Frequentemente	um	bem	mineral	não	pode	ser	utilizado	da	forma	tal	como	é	lavrado.	Quanto	ao	
aproveitamento	de	um	bem	mineral	vai-se	desde	a	concentração	até	a	extração	do	metal,	a	primeira	operação	traz	vantagens	
econômicas	à	metalurgía,	devido	ao	descarte	de	(massa)	rejeitos,	alcançados	na	etapa	de	concentração.	Exemplo:	um	minério	
de	scheelita	com	teor	de	0,35WO3	não	pode	ser	utilizado	economicamente	na	metalurgía	extrativa.	Isso	é	possível	após	a	
concentração	gravitacional	ou	flotação,	até	obtenção	de	concentrados	com	cerca	de	70%	WO3.	
	 Por	outro	lado	nem	sempre	é	possível	concentrar	o	minério,	existem	casos	em	que	o	metal	de	interesse	é	de	
difícil	separação
do	rejeito	devido	à	distribuição	deste	na	rede	cristalina	dos	demais	compostos	minerais	presentes.	É	
o	caso	das	lateritas	niquelíferas	de	Goiás,	onde	o	seu	aproveitamento	só	é	viável	partindo-se	direto	para	extração	do	
metal	por	hidrometalugia.	Isto	é,	devido	a	distribuição	do	níquel	na	rede	cristalina	dos	minerais	de	ganga	e,	além	do	
mais,	sem	nenhuma	preferência	por	determinado	mineral,	ocorre	o	impedimento	de	uma	concentração.
	 Outrora	pode	ser	interessante	economicamente	não	chegar	ao	elemento	útil,	mais	a	um	produto	intermedi-
ário.	Ainda	usando	o	exemplo	das	lateritas	niquelíferas,	podemos	ter	como	rota	alternativa	de	processamento	o	pro-
cesso	pirometalúrgico,	que	leva	ao	ferroníquel,	em	vez	de	ao	níquel	metálico.	Este	processo	consiste	numa	calcinação	
seguida	da	redução	em	forno	elétrico.
2.6 – FINALIDADE ECONÔMICA E SOCIAL
	 O	processo	de	extração	e	beneficiamento	mineral	teve	um	papel	importantíssimo	na	história	da	humanidade	e	
durante	a	sua	ascensão	tecnológica.	Hoje	os	metais	são	essenciais	para	a	construção	de	objetos	comuns	no	cotidiano,	
como	o	cobre,	usado	como	condutor	elétrico	em	aparelhos	eletrônicos,	o	ferro	e	o	aço,	largamente	utilizados	na	cons-
trução	de	veículos	e	na	construção	civil,	além	de	outros	diversos	metais	ferrosos	e	não-ferrosos	que	são	aplicados	na	
medicina,	nas	engenharias,	no	campo	esportivo	e	até	mesmo	em	objetos	decorativos	e	ornamentais.
	 A	indústria	mineral,	assim	como	a	pecuária	e	a	agricultura,	tem	papel	de	destaque	na	economia	e	na	história	
de	qualquer	país	que	a	pratique.	No	Brasil,	por	exemplo,	a	busca	por	ouro,	prata	e	cobre	durante	o	século	XVIII	foi	um	
fator	crucial	para	a	exploração	e	interiorização	do	território	Brasileiro.	Em	2007,	a	Indústria	Brasileira	de	Mineração	e	
Transformação	Mineral	contribuiu	com	US$	70	bilhões,	ou	seja,	aproximadamente	5,17%	do	PIB	Brasileiro.
	 Presente	em	aproximadamente	1500	municípios	Brasileiros,	a	indústria	mineradora	contribui	para	o	desenvolvimen-
to	econômico	e	social	dos	municípios,	fato	demonstrado	pelo	significativo	aumento	do	Índice	de	Desenvolvimento	Humano.	
	 O	que	realmente	destaca	o	setor	mineral	está	em	sua	capacidade	de	gerar	empregos	diretamente	e	indire-
tamente.	De	acordo	com	o	Serviço	Geológico	Brasileiro	para	cada	posto	de	trabalho	criado	na	mineração	são	criadas	
outras	13	vagas	ao	longo	da	cadeia	produtiva.
Tabela	evidenciando	um	maior	IDH	dos	municípios	mineradores	em	relação	à	unidade	federativa.
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
	 Considerando,	portanto,	os	empregos	gerados	diretamente	em	2008,	cerca	de	160	mil,	a	 indústria	mineral	
gerou	indiretamente	cerca	de	dois	milhões	de	empregos,	sem	considerar	os	empregos	provenientes	de	garimpos,	e	os	
gerados	nas	fases	de	pesquisa,	prospecção	e	planejamento.
Tabela indicando o número de empregos diretos gerados pela indústria mineradora
	 É	evidente	a	importância	da	indústria	mineral	na	sociedade	moderna,	a	mineração	acompanha	o	homem	des-
de	sua	pré-história	e	está	mais	do	que	nunca	presente	em	nossas	vidas,	depende-se	dela	para	manter	nossa	qualidade	
de	vida	e	certamente	no	futuro	estaremos	mais	dependentes	ainda	da	mineralogia.
2.7 – MEIO AMBIENTE
	 Grande	parte	dos	problemas	ambientais	é	causada	pela	quantidade	de	dejetos	não	aproveitados	na	extração	
ou	no	beneficiamento	(Tabela	1).
	 Na	teoria	todo	o	produto	da	lavra	deve	ser	aproveitado;	mas	isso	não	ocorre	por	na	maioria	dos	casos	ser	an-
tieconômico	a	utilização	dos	rejeitos,	tornando	o	beneficiamento	fundamental	para	a	menor	desperdício.
Tabela	1	–	Quantidade	de	resíduos	em	milhões	por	tonelada,	e	eficiência	da	produção
	 Um	dos	grandes	impactantes	do	meio	ambiente	é	a	extração	de	ouro,	com	pequena	porcentagem	de	aprovei-
tamento	na	extração	(aproximadamente	0,00033%),	a	exemplo	o	Quadrilátero	Ferrífero	em	Minas	Gerais	a	utilização	
e	a	posterior	estocagem	de	rejeitos	de	arsênio	nas	proximidades	de	riachos	ou	lançados	nas	drenagens	causaram	o	
comprometimento	do	solo	e	da	água.	Há	também	a	extração	de	ouro	através	dos	garimpos,	onde	a	utilização	de	me-
tais	pesados	como	o	mercúrio,	contamina	o	rio	e	há	a	abertura	de	clareiras	na	floresta	para	a	extração,	logo	podemos	
caracterizar	a	garimpagem	como	uma	extração	predatória	e	pouco	eficiente.
	 Um	aspecto	importante	durante	o	beneficiamento	do	minério	relativo	ao	ambiente	são	os	efluentes	resultan-
tes	do	processo	de	flotação,	que	podem	conter	sulfetos,	amônia	e	outros	e	quando	depositados	em	rios	modificam	e	
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
até	impossibilitam	a	fauna	e	flora	local.
	 A	área	de	depósito	de	rejeitos	deve	também	ter	cuidados,	como	uma	grande	montanha	de	terra,	ao	chover	a	
terra	vai	ser	levada	para	áreas	de	menor	altitude	que	pode	ser	um	rio,	auxiliando	no	assoreamento	deste.
	 ‘Minerações	a	céu	aberto	modificam	a	paisagem	local	do	ambiente	em	uma	grande	área	(Figura	1),	além	da	po-
luição	sonora	e	a	poeira	levantada	na	extração	através	de	explosivos,	problemas	estes	que	são	simples	e	são	sentidos	
apenas	pela	população	local	ou	mesmo	pelos	trabalhadores	da	mina.	No	que	se	refere	ao	ambiente	pós-extração	das	
jazidas,	a	mineradora	deve	a	priori	ter	um	projeto	que	vá	desde	a	concepção	do	plano	de	lavra	até	o	reflorestamento	
da	área.	Recuperando	a	paisagem,	fauna	e	flora	local	antes	da	extração.
Figura	1.	Extração	de	diamantes	no	Canadá	(Google	Maps).
	 Os	assuntos	abordados	geram	uma	capacidade	de	compreensão	maior	acerca	dos	conceitos	de	metalurgia	e	
ciência	dos	materiais.	O	que	é	importante	para	termos	uma	formação	consolidada,	e	praticarmos	o	conhecimento	e	
sua	geração,	seja	em	uma	empresa,	seja	como	pesquisador.
	 É	importante	termos	conteúdo	para	que	possamos	desenvolver	corretamente	a	solução	de	problemas	referen-
tes	à	nossa	área	de	atuação.	E	ainda	sem	as	informações	introdutórias	seria	difícil	a	compreensão	das	etapas	seguintes	
aplicadas	no	beneficiamento	de	minérios.
3. Conclusão
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Técnico em Mineração - Introdução ao Beneficiamento de Minério
ALMEIDA,	João	Tarcísio	de.	Uso	e	Importância	dos	Bens	Minerais.
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REVISTA	ESPAÇO	DA	SOPHIA	-	Nº	08	Ano	I
Referências
	capa introdução beneficiamento de minério
	PAGINA EM BRANCO
	introdução de beneficiamento de minério

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