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FISIOTERAPIA NA ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO ABO

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FISIOTERAPIA NA
ARTROPLASTIA TOTAL
DE JOELHO:
ABORDAGEM IMEDIATA,
TARDIA E RETORNO AO
ESPORTE
ROBERTO KIYOSHI KASHIMOTO
CLAUDIA PATRÍCIA CARDOSO MARTINS SIQUEIRA
CYNTHIA GOBBI ALVES ARAÚJO
■ INTRODUÇÃO
Os primeiros adventos cirúrgicos envolvendo
implantes metálicos no joelho começaram na
Alemanha, em 1890. Com o tempo, foram sendo
aprimoradas as técnicas e também os materiais
u!lizados, até que, em 1968, foi realizada, pela
primeira vez, uma artroplas!a total de joelho
(ATJ), com polie!leno, e, embora não !vesse um
design real dos côndilos femorais como existe
com as técnicas atuais, foi um implante com
maior precisão e conformação anatômica.
Desde então, a ATJ vem se tornando cada vez
mais comum na sociedade. O envelhecimento da
população, o aumento de pra!cantes de
a!vidades espor!vas, a grande frequência de
traumas envolvendo diretamente o joelho e a
crescente prevalência da obesidade são alguns
dos fatores que contribuem para a perpetuação
da ATJ.
Nesse ponto, também é importante refle!r sobre
se a baixa qualidade dos programas de
recuperação funcional e/ou a falta de
encaminhamento dos pacientes, por parte dos
médicos, para um programa de intervenção
fisioterápica não são fatores que aumentaram a
demanda por ATJ nos úl!mos anos.
A ATJ tem sido comprovada como muito
sa!sfatória para o alívio das dores e para a
restauração da função ar!cular, e diversos
estudos demonstram uma melhoria importante
na qualidade de vida dos pacientes subme!dos a
ela.
Neste ar!go, será abordada apenas a reabilitação
nos casos de ATJ, embora, no joelho, ainda seja
possível encontrar as artroplas!as
unicompar!mentais. Apesar de já mencionados
os diversos fatores para a realização da ATJ, o
mais indicado é, sem dúvida, nos casos de artrose
avançada da ar!culação que não melhoram com
o tratamento conservador e com a intervenção
fisioterapêu!ca. Além disso, na ATJ, também é
possível melhorar o alinhamento e corrigir os
desvios do eixo, gerando um resultado funcional
maior.
Ainda, neste ar!go, o foco será na atuação da
fisioterapia, portanto não se comentará sobre os
!pos e as técnicas cirúrgicas. Porém, ressalta-se a
importância do conhecimento prévio desses
procedimentos pelo fisioterapeuta para uma
abordagem completa.
■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste ar!go, o leitor será capaz
de
 
iden!ficar as peculiaridades importantes na
intervenção fisioterapêu!ca da ATJ;
demonstrar a importância da abordagem na
fase aguda nas ATJs;
descrever as fases da intervenção
fisioterapêu!ca tardia nas ATJs;
evidenciar a importância de uma boa consulta
fisioterápica nos casos de ATJ;
promover a importância da intervenção
fisioterapêu!ca precoce e de uma boa
sequência de tratamento pós-ATJ.
■ ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO
A ATJ consiste em realizar a subs!tuição das
super"cies ar!culares por peças metálicas e de
polie!leno, como mostra a Figura 1.
Figura 1 — Ilustração dos
componentes femoral e
!bial da ATJ.
Fonte: Fysio Centrun
Zaanland (2018).
Atualmente, mais de 4 milhões de adultos
vivem com prótese de joelho, e a projeção
é de que cerca de 3 milhões de
artroplas!as serão realizadas por ano até
2030.
No que diz respeito aos fatores de risco, é
importante ressaltar que a prática de esportes
tem relação direta com ATJs futuras, e, muitas
vezes, de forma precoce. Isso porque as lesões
traumá!cas nos joelhos aumentam a
predisposição à osteoartrose em jovens atletas, o
que pode acarretar a necessidade cirúrgica
futura.
No estudo realizado por Ackerman e
colaboradores, os autores realizaram uma coorte
de base populacional acompanhando, durante 15
anos, atletas que apresentaram lesões no joelho
relacionadas ao esporte, resultando em 7.205
joelhos com lesões, das quais 326 necessitaram
de ATJ.
No trabalho de Ackerman e colaboradores,
embora o número absoluto de procedimentos de
ATJs tenha sido rela!vamente pequeno, a
es!ma!va de probabilidade foi esta#s!ca e
clinicamente significa!va. Um outro achado
importante foi que a lesão no joelho relacionada
ao esporte mais que dobrou o risco de ATJ
subsequente ao longo do período de estudo de
15 anos.
Portanto, Ackerman e colaboradores concluíram
que os indivíduos que sofreram uma lesão no
joelho !veram duas vezes mais chances de
receber ATJ em 15 anos em comparação aos que
não apresentaram lesão. Embora sejam
necessários mais estudos nessa área, com
períodos de acompanhamento mais longos,
percebe-se a importância de uma política de
saúde direcionada à prevenção de lesões no
joelho relacionadas aos esportes, para conter
esse ônus social.
No que diz respeito ao pós-operatório (PO) da
ATJ, existem diversos fatores que podem
influenciar diretamente no resultado:
 
a colaboração do paciente;
a severidade da artrose (se for o caso);
as doenças associadas;
a técnica cirúrgica e o material u!lizado;
em especial, se a intervenção fisioterapêu!ca
foi realizada.
Em relação à intervenção fisioterapêu!ca
no pré-operatório de ATJ, embora possam
ser encontrados resultados
significa!vamente superiores em termos de
funcionalidade e de força muscular (FM),
ainda faltam evidências para comprovar a
sua eficácia.
Segundo duas revisões sistemá!cas mais
recentes publicadas sobre o tema, não é possível
determinar se a intervenção fisioterapêu!ca
previamente à ATJ realmente melhora os
resultados no PO. Cabe ressaltar que foram 232
estudos inicialmente encontrados (soma das duas
revisões), sendo apenas 30 elegíveis para análise.
Portanto, o leitor e pesquisador tem uma ó!ma
sugestão para futuros estudos nesse tema.
Em relação ao processo de intervenção
fisioterapêu!ca na ATJ, ele deve ser es!mulado o
mais precocemente possível. Muitos pacientes
ainda têm receio de iniciar a intervenção
fisioterapêu!ca tão cedo, porém se sabe que essa
é uma fase fundamental, pois uma boa parte dos
déficits de amplitude de movimento (ADM) e de
rigidez ar!cular se instala nos primeiros dias de
PO.
Em revisão sistemá!ca realizada por Guerra e
colaboradores, envolvendo 622 par!cipantes
que realizaram ATJ, verificou-se que o grupo que
recebeu a mobilização precoce (iniciada no dia da
cirurgia) apresentou menor tempo de internação
hospitalar, maiores ADM, equilíbrio, padrão de
marcha e aumento da FM comparado ao grupo
controle (que iniciou dois dias após a cirurgia).
Esses achados reforçam o que já se observa na
prá!ca clínica: quanto mais cedo se iniciar a
intervenção fisioterapêutica, melhores os
resultados.
Além disso, para que o paciente possa usufruir
dos melhores resultados da ATJ, é fundamental
um bom trabalho mul!disciplinar, em especial,
entre os médicos ortopedistas e fisioterapeutas.
Essa boa comunicação e a integração possibilitam
que a intervenção fisioterapêu!ca se inicie no
PO imediato, com o paciente ainda internado no
leito hospitalar, alcançando melhores resultados.
Nas próximas seções, a abordagem da
intervenção fisioterapêu!ca nas fases imediata e
tardia será aprofundada.
■ FISIOTERAPIA NA ARTROPLASTIA TOTAL
DE JOELHO
Ao se iniciar a intervenção fisioterapêu!ca de um
paciente com prótese de joelho, deve-se ter claro
que ela deverá ser realizada de forma global, pois
os elementos do corpo são interdependentes. A
alta hospitalar é, geralmente, rápida (em torno de
três dias) quando não se tem intercorrências, mas
variações de acordo com o !po de cirurgia e com
o histórico do paciente podem ocorrer.
Durante o processo de retorno à independência
funcional, o fisioterapeuta deve estar atento, pois
a população com prótese no joelho, em geral,
pode apresentar acome!mentos no lado
contralateral e déficits funcionais prévios dados
ao envelhecimento e/ou às alterações
relacionadas ao histórico de a!vidade
"sica/esporte (assimetrias, lesões prévias). Além
disso, outros fatores, como o sobrepeso e a
redução da ADM, da FM e da mobilidade
ar!cular, podem estar presentes com frequência
nesses pacientes.
Para abordar a intervenção fisioterapêu!ca na
ATJ de forma didá!ca, serão detalhados, na
sequência desta seção, os seguintes tópicos:
 
fase hospitalar imediata — PO imediato (até o
3º dia);
fase ambulatorialimediata — progressão dos
exercícios até a 3ª semana;
fase ambulatorial tardia — progressão dos
exercícios após a 3ª semana.
FASE HOSPITALAR IMEDIATA — PÓS-
OPERATÓRIO IMEDIATO (ATÉ O 3º DIA)
Na fase hopitalar imediata da ATJ, deve-se
realizar, primeiramente, a avaliação, composta
por:
 
anamnese e inspeção;
palpação;
avaliação da ADM;
condições musculares.
Anamnese e inspeção
Para dar início ao atendimento, o fisioterapeuta
deve estar atento às condições clínicas pré, peri e
pós-operatórias, conhecer a história clínica do
paciente, ter acesso à descrição cirúrgica (para
observar importantes informações, como !po de
prótese, enxerto ósseo, uso de cimento ou não) e
a radiografia pós-operatória (frontal e sagital).
No pré-operatório de ATJ, após a coleta de
dados para definir a história da molés!a atual,
algumas perguntas podem ser realizadas:
 
Como era a deambulação?
Como era para subir/descer escadas?
Há possibilidade de permanecer nas posições
sentada e deitada?
Ainda no pré-operatório da ATJ e com o obje!vo
de avaliar a evolução funcional dos pacientes,
pode ser aplicado o ques!onário Lequesne —
desenvolvido na França nos anos 1970 e
publicado pela primeira vez nos anos 1980 —
para avaliar os sintomas e a incapacidade "sica
em indivíduos com osteoartrite (OA) de quadris e
de joelhos (instrumento traduzido e validado por
Marx).
Já no PO imediato da ATJ, deve-se ques!onar a
dor, preferencialmente, graduando com a escala
visual analógica (EVA) e analisar os aspectos
inflamatórios. Uma inspeção criteriosa deve ser
realizada; até o 2º ou 3º dia de PO, o paciente
pode estar com dreno local, e o fisioterapeuta
deve observar:
 
como está a saída de sangue (quan!dade,
caracterís!cas, filamentos e outros);
o estado cicatricial;
o joelho globoso;
a presença de hidrartrose (acúmulo de líquido
seroso na ar!culação);
a necrose cutânea;
a presença de sinais de insuficiência venosa;
as atrofias ou as hipotrofias (principalmente, no
músculo quadríceps femoral);
a presença de alterações do eixo do joelho
(valgo, varo e joelho em flexão — pelo próprio
edema).
A Figura 2 apresenta o aspecto cicatricial no PO
de ATJ.
Figura 2 — Aspecto cicatricial no PO da ATJ.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Para a fase ambulatorial tardia da ATJ, há alguns
testes e ques!onários específicos que podem ser
u!lizados para avaliar e acompanhar a progressão
funcional do paciente.
Para melhores resultados da ATJ, o ideal é
que se consiga iniciar a intervenção
fisioterapêu!ca já no período pré-
operatório. Nesse momento, deve ser
realizada a orientação sobre a cirurgia,
sobre os movimentos adequados, acerca
dos cuidados pós-operatórios, do treino de
marcha com muletas ou andador
(considerada a necessidade de cada
paciente); também, pode ser realizado um
preparo dos músculos que atuam na
respiração, com técnicas reexpansivas, para
prevenir a diminuição da capacidade
respiratória decorrente da imobilidade.
Nos primeiros dias de PO da ATJ, o paciente
deve ser incen!vado a permanecer a maior parte
do tempo sentado, para facilitar a reexpansão
pulmonar e reduzir a possibilidade de acúmulo de
secreções. Durante o posicionamento em
decúbito dorsal, deve-se manter o membro em
posição elevada, com a angulação do quadril em
torno de 40°, impedindo a hiperextensão do
joelho, o que pode gerar dor.
Palpação
Durante a palpação pós-ATJ, deve-se:
 
verificar a caracterís!ca do edema;
avaliar o aumento de temperatura local;
verificar a dor;
aferir a aderência peripatelar;
avaliar a aderência pericicatricial;
verificar a hipotrofia das musculaturas
adjacentes e dos músculos dos membros
superiores ([MMSS] importantes para a marcha
com muletas).
Avaliação da amplitude de movimento
A avaliação da ADM da ar!culação do joelho
poderá ser limitada, por causa da cicatriz cirúrgica
recente; portanto, deve-se ter cuidado ao
movimentar o membro do paciente. A mobilidade
patelar pode estar reduzida por dor e por
apreensão. O fisioterapeuta deve movimentar a
patela no sen!do laterolateral e superior–
inferior.
A mobilização laterolateral pode ser realizada
com o apoio do polegar na face lateral da patela e
os outros dedos na face medial patelar, como
mostra a Figura 3.
Figura 3 — Avaliação da mobilidade
femoropatelar.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Essa mesma forma, com o apoio do polegar na
face lateral da patela e os outros dedos na face
medial patelar, deve ser man!da para a
mobilização nas outras direções. Em alguns casos,
a super"cie ar!cular da patela pode ser removida
e trocada por uma super"cie de polie!leno.
Sobretudo, o fisioterapeuta deve estar
atento às condições da ferida operatória
quanto ao aspecto da cicatrização e à
presença de secreções ou de sangue.
A mobilidade !biofemoral deve ser avaliada,
inicialmente, de forma a!va e, logo após, a!vo-
assis!da, com muito cuidado. Um importante
cuidado durante a movimentação em extensão
máxima do joelho deve ser o de deixar a
ar!culação do tornozelo livre (não deixar em
flexão dorsal).
A extensão de joelho pode estar reduzida nos
úl!mos graus; já a flexão, vai depender do !po de
prótese, variando de 90 a 130°. Porém é
recomendado que a ADM aos 30 dias de PO de
ATJ ultrapasse os 90° de flexão.
A ADM é um dos critérios mais importantes para
o paciente se sen!r sa!sfeito e diretamente
relacionado a ser a!vo fisicamente após a
cirurgia. Uma flexão funcional é necessária para
diversas a!vidades de vida diária (AVDs),
conforme se vê no Quadro 1.
Quadro 1
FLEXÃO FUNCIONAL E ATIVIDADES DE VIDA
DIÁRIA
Angulação de Flexão
Funcional
Atividades de Vida
Diária
67° Fase de balanço da
marcha
83° Subir degraus
90° Descer degraus
93° Levantar de uma
cadeira
Fonte: Adaptado de Farahini e colaboradores
(2012).
Alguns estudos reportaram que uma limitada
ADM antes da ATJ melhora consideravelmente
após a colocação da prótese, enquanto as
pessoas que já !nham uma boa mobilidade pré-
operatória se man!veram com a mesma ADM.
A revisão de Farahini e colaboradores
concluiu que o nível de funcionalidade no pré-
operatório é determinante nos resultados pós-
operatórios, sugerindo que a ATJ deve ser
realizada no momento em que o joelho tem a
sua melhor função, em vez de aguardar a piora
do quadro funcional da ar!culação.
Com o obje!vo de manter ou aumentar a ADM
do joelho no PO, o con!nuous passive mo!on
(CPM) foi desenvolvido por Salter e
colaboradores, em 1960. O CPM é um
disposi!vo motorizado que promove a
movimentação regular e passiva dos membros
inferiores (MMII) entre determinado arco de
movimento. Alguns estudos relatam que o
CPM reduz a dor, o tempo no hospital e a
necessidade de manipulação ar!cular sob
anestesia.
Entretanto, uma revisão recente da Cochrane
indicou que o CPM não tem efeito clínico
importante quanto à flexão ativa, à dor, à função
ou à qualidade de vida que jus!fique o seu uso.
Apesar de o CPM poder reduzir o risco de
manipulação sob anestesia e o risco de
desenvolver efeitos adversos, as evidências são
de baixa qualidade.
Condições musculares
Na reabilitação pós-ATJ, também deve ser
avaliada a qualidade da contração e do
relaxamento da musculatura (em alguns
pacientes, ocorre a dificuldade de relaxamento de
quadríceps e de isquiossurais); é necessário
observar a retração muscular e tendinosa,
principalmente no fundo de saco quadricipital e
no tendão patelar, além de testar a FM do
quadríceps, dos isquiossurais, do glúteo máximo,
dos gastrocnêmios, dos fibulares, do !bial
anterior e do !bial posterior.
Deve-se atentar que, nos primeiros dias de
PO da ATJ, é di"cil flexionar o quadril com
o joelho estendido; assim, nesse momento,
pelo posicionamento, não será possível a
graduação fidedigna, mas se deve observar
se o paciente, ao menos, vence a gravidade
por meio do movimento a!vo.
Quanto ao trofismo, pode ser realizada por meio
da perimetria de ro!na, porém, no início, pode-se
perceber edema na região do quadríceps e dos
isquiossurais, fato que pode mascarar uma
hipotrofia dessas musculaturas; portanto,
recomenda-se repe!r as medições após uma
semanade PO da ATJ.
Considerando a necessidade da intervenção
fisioterapêu!ca do paciente com prótese no
joelho, são recomendáveis a indicação e o uso de
dispositivos auxiliares, como andador e muletas,
na fase do PO, avaliando as demais ar!culações
no sen!do de promover a independência
funcional o mais rápido possível.
Para a avaliação funcional do paciente subme!do
à ATJ, deve-se observar se ele está acamado e
quais são as formas de transferência u!lizadas.
Durante esse processo, o obje!vo principal é
promover a independência funcional do
indivíduo.
FASE AMBULATORIAL IMEDIATA —
PROGRESSÃO DOS EXERCÍCIOS ATÉ A 3ª
SEMANA
Após a ATJ até a 3ª semana de PO, os principais
obje!vos são promover a analgesia, reduzir o
edema, com o intuito de impedir a inibição
artrogênica do quadríceps, e, assim que possível,
aumentar a força desse músculo, ganhar a ADM
para a flexão de 90° ou mais (como mostra a
Figura 4) e desenvolver a deambulação segura.
Figura 4 — A ADM na 3ª semana de PO deve
estar em torno de 90° de flexão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
No pós-ATJ, a ar!culação !biofemoral deve,
inicialmente, ser mobilizada em flexão e em
extensão, respeitando o arco de movimento livre
existente; ainda, es!mular a musculatura
envolvida (principalmente, a extensora), a
motricidade a!va para a flexão e para a extensão,
aumentar progressivamente o movimento de
flexão passiva e a!va (mínimo de 90°), promover
a deambulação com o uso de muletas e progredir
para a deambulação com carga total já na
primeira semana, como se vê na Figura 5.
Figura 5 — Deambulação com apoio total e com
auxílio do andador na 1ª semana de PO.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O movimento de extensão de joelho, na maioria
das vezes, está menos comprome!do, podendo
ser lentamente mobilizado até a extensão
máxima permi!da pelo paciente. A ar!culação
femoropatelar deve ser mobilizada de forma
cuidadosa, lenta e gradual durante todo o
processo de reabilitação da ATJ, tanto na
longitudinal como na transversal, de início,
passivamente e, depois, de forma a!va, por meio
da contração do músculo quadríceps.
A crioterapia como conduta analgésica, de
acordo com a revisão publicada pela Cochrane
em 2012 sobre crioterapia no PO de ATJ,
mostra que as evidências encontradas na
literatura são limitadas para indicar o seu uso.
Evidências de baixa qualidade demonstraram que
a crioterapia no pós-ATJ melhora a pontuação na
EVA em 48 horas (MD = -1,32 pontos em uma
escala de 0–10, com 95% de intervalo de
confiança [IC] -2,37 a -0,27), mas não em 24 ou
72 horas. Também foi reportado, na revisão, que
as evidências de baixa qualidade demonstraram
que a crioterapia pode melhorar a ADM (MD =
11,39° adicionais de flexão, 95% de IC 4,13 a
18,66), entretanto, esses achados podem não ser
clinicamente significantes para essa população.
O Quadro 2 mostra ao que se deve dar mais
atenção na fase imediata da reabilitação da ATJ.
Quadro 2
PONTOS IMPORTANTES DA REABILITAÇÃO
DA ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO NA
FASE IMEDIATA
Intervenção
Fisioterapêutica
Descrição
Massagem
pericicatricial e
drenagem
Até dois meses após a
cirurgia, permanecem os
cuidados com a cicatrização
e a massagem de fricção,
com o obje!vo de diminuir
a aderência cicatricial
(principalmente, no fundo
de saco quadricipital) e, em
casos específicos de edema
em que não haja
contraindicações à
realização da massagem de
drenagem, ela deve ser
realizada para reduzir o
edema e facilitar o aumento
da ADM além de 90°.
Exercícios
metabólicos
Fazer os movimentos de
plan!flexão e de
1
2
3,4
5
+
Artroplastiatotaldejoelho
Fisioterapianaartroplastiatotal
dejoelho
Exercíciosdefortalecimento
Marcha
Funcionalidade
Estabilidade
Cuidadosemcasa
Esporteapósartroplastiade
joelho
CasoclinIco
Conclusão
Fasehospitalarimediata-pOs
operatórioimediato(atéo3°dia)
Anamneseeinspeção
Palpação
Avaliaçãodaamplitudede
movimento
Condiçõesmusculares
Faseambulatorialimediata
progressãodosexercíciosatéa
3ªsemana
Faseambulatorialtardia-
progressãodosexercíciosapós
a3àsemana
Amplitudedemovimento
Posicionamentodopacienteem
ambientedomiciliar
3
+
6
LEMBRAR
3
7
8
8
8
5
9
10,11
12
13
14
+
15
15
4
4
+
4
16
17
17
18
18
18
19
20
21
22
20
+
+
23
23
Aa !
Entrar" ! #
https://portal.secad.artmed.com.br/
metabólicos plan!flexão e de
dorsiflexão do tornozelo de
forma a!va, com os
obje!vos de bombeamento
muscular, aumento do fluxo
vascular e consequente
redução do risco de
trombose, além de manter a
ADM dessa ar!culação.
Contração
isométrica do
quadríceps
 
Para trabalhar a a!vação
muscular isométrica do
quadríceps, deve-se,
inicialmente, explicar ao
paciente o que são a
contração e o relaxamento
desse músculo; tal
procedimento será mais
facilmente entendido se for
realizado no pré-operatório.
Para facilitar o processo, o
fisioterapeuta pode dar um
apoio com o polegar e o
indicador sobre a porção
suprapatelar, realizando um
tensionamento no sen!do
caudal e, após, solicitando
ao paciente um movimento
da patela em direção
craniana. Com isso, pode-se
perceber a contração do
quadríceps. Se o paciente,
no PO, não consegue
realizar essa tarefa, pode-se
u!lizar como alterna!va
reproduzir o movimento no
lado não operado, para
facilitar a percepção.
Eletroes!mulação A corrente excitomotora
deve ser u!lizada na fase
inicial, pois auxilia no
recrutamento das fibras,
especialmente, quando
associada aos exercícios
isométricos e dinâmicos
posteriormente. Vilches e
colaboradores usaram a
eletroes!mulação no
quadríceps com 15 minutos
de duração, no 2º dia de
PO de ATJ. Cada sessão
consis!u de contração
isométrica de 5s do
quadríceps com duração
suficiente para exceder um
limiar predefinido pelo
fisioterapeuta. Esse limiar
foi aumentado todos os
dias, à medida que a
contração melhorou, com
pausa de 5s de duração e,
em seguida, corrente para a
eletroes!mulação
assimétrica, bipolar, de
300µs de amplitude, 65Hz
de frequência, 15 a 30mA
de intensidade, de 6–8s de
contração e de 8–10s de
pausa.
Controle de
edema
Consiste na elevação do
membro, evitando manter o
joelho em flexão. Além do
posicionamento, foi
avaliado o efeito da
crioterapia associado à
compressão dinâmica
intermitente no alívio da
dor no PO, diminuindo a
perda de sangue e
reduzindo o edema.
Deambulação A deambulação deve ser
es!mulada; inicialmente,
com muletas e marcha
está!ca (passo para frente
e para trás) e, após, com
descarga de peso de forma
parcial e progressiva,
ensinando ao paciente as
fases da marcha até evoluir
para o ciclo completo da
marcha. Também podem
ser trabalhadas a marcha
lateral e a marcha posterior
u!lizando barras paralelas,
promovendo a marcha
independente dentro das
duas primeiras semanas.
Es!mular a
funcionalidade
O paciente deve ser
orientado a es!mular a sua
independência funcional,
evitar o aumento de peso,
estar atento aos sinais de
dor, ao aumento de
temperatura, a "stulas, à
presença de edemas, além
de não permanecer na
mesma posição por muito
tempo, usar sapatos
confortáveis e adaptar o
vaso sanitário, a cama, os
sofás e as poltronas para
mais altos, de forma a não
realizar a flexão de joelho
exagerada, aumentando a
sobrecarga na ar!culação.
FASE AMBULATORIAL TARDIA —
PROGRESSÃO DOS EXERCÍCIOS APÓS A 3ª
SEMANA
Os principais obje!vos da fisioterapia na
reabilitação do PO de ATJ se baseiam em reduzir
a dor e a inflamação, restaurar a mobilidade
ar!cular de flexão até 90° e a extensão completa,
melhorar a FM do membro operado e garan!r a
funcionalidade do indivíduo, lembrando que
cada paciente deve ser avaliado e tratado de
acordo com as suas capacidades.
O exercício "sico é um componente
essencial para a reabilitação nas primeiras
semanas após a ATJ. O paciente deve ser
capaz de realizar normalmente as AVDs
entre 3 e 6 semanas após a ATJ, sendo que
alguma dor durante a a!vidade "sica e à
noite ainda pode ser sen!da nesse
período.
Na fase ambulatorial tardia da ATJ, o
fisioterapeuta deve estar atento à persistência do
edema suprapatelar e indicar, sempre que
necessário, a crioterapiapara o controle do
edema e para a analgesia, visando à melhora em
curto prazo.
Amplitude de movimento
No protocolo de Stevens e colaboradores,
relata-se que, em uma fase mais tardia da
reabilitação da ATJ, deve-se manter a ADM do
joelho, e, para isso, a bicicleta estacionária pode
ser um ó!mo recurso. Considerando as limitações
do paciente, sugere-se que ele inicie com
movimentos anteriores e posteriores até que a
sua ADM seja suficiente para completar o ciclo
da pedalada.
Os exercícios a!vo-assis!dos e autoassis!dos
são indicados para restaurar a ADM de flexão do
joelho, por exemplo, realizando a flexão de joelho
assis!da pela bola suíça, como mostram as
Figuras 6A e B.
Figura 6 — A) Exercício a!vo-assis!do com bola
suíça para ganho de flexão de joelho (fase de
extensão). B) Exercício a!vo-assis!do com bola
suíça para ganho de flexão de joelho (fase de
flexão).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Os exercícios com o paciente deitado em
decúbito dorsal e os MMII sobre a parede
também podem ser realizados, sendo que o
membro não acome!do deve auxiliar na flexão
do membro com ATJ, deslizando-o inferiormente
pela parede, como mostra a Figura 7.
Figura 7 — Exercício autoassis!do para ganho de
flexão de joelho com os MMII sobre a parede: o
membro não acome!do deve auxiliar na flexão
do membro com ATJ, deslizando-o inferiormente
pela parede.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Outra preocupação no PO de ATJ é o ganho da
extensão completa da ar!culação, que pode ser
realizado de forma a!va, com contração do
quadríceps, como mostra a Figura 8, ou passiva,
com peso (por exemplo, caneleira) sobre a coxa
distal, a fim de gerar um momento extensor no
joelho. A mobilização patelar deve ser iniciada no
PO imediato e man!da até a fase ambulatorial.
Figura 8 — Exercício para ganho de extensão
completa do joelho, realizado de forma a!va, com
contração do quadríceps.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Posicionamento do paciente em ambiente
domiciliar
Entre os vários procedimentos de reabilitação, o
alongamento tem se mostrado eficiente para
aumentar e manter a ADM do joelho, tanto para
a flexão como para a extensão. Os alongamentos
mais u!lizados nesse caso são o de quadríceps, o
de isquiossurais e o de tríceps sural, como
mostra a Figura 9.
Figura 9 — Alongamento a!vo de tríceps sural.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
É preciso orientar bem o paciente
subme!do à ATJ para que ele nunca
coloque um travesseiro sob o joelho para
descansar e dormir. Essa posição pode
parecer confortável, mas facilita a
cicatrização rápida dos tecidos moles ao
redor da prótese, retendo o joelho em
flexão. Essa aderência dos tecidos pode ser
di"cil de reverter, e a contratura da
ar!culação em flexão pode restringir a
marcha e prolongar o tempo de reabilitação
da ATJ.
No estudo de Chow e colaboradores, foram
avaliados três grupos de pacientes com ATJ que
se submeteram a três !pos de alongamento para
ganho de ADM: alongamento passivo, a!vo e
facilitação neuromuscular propriocep!va. Os
resultados sugeriram que os três protocolos
foram efe!vos, sendo que nenhum !po de
alongamento teve maior efeito do que os outros.
 
1. Considerando que uma flexão funcional é
necessária para diversas AVDs após a
ATJ, correlacione as colunas de acordo
com o grau de flexão para as respec!vas
AVDs.
(1) 67°
(2) 83°
(3) 90°
(4) 93°
( ) Subir degraus.
( ) Fase de balanço da
marcha.
( ) Levantar de uma
cadeira.
( ) Descer degraus.
Assinale a alterna!va que apresenta a
sequência correta.
 
A) 2 — 1 — 4 — 3.
B) 1 — 3 — 2 — 4.
C) 4 — 2 — 3 — 1.
D) 3 — 4 — 1 — 2.
Confira aqui a resposta
 
2. Sobre o posicionamento do paciente
subme!do à ATJ em casa, assinale a
alterna!va correta.
A) É preciso orientar bem o paciente
subme!do à ATJ para que ele sempre
coloque um travesseiro sob o joelho
para descansar e dormir.
B) Apesar de ser desconfortável colocar
um traveseiro sob o joelho, essa
posição agiliza a cicatrização, o que
proporciona uma volta mais rápida às
AVDs.
C) A ar!culação em flexão com o uso de
um travesseiro pode ajudar a diminuir o
tempo de reabilitação da ATJ.
D) A aderência dos tecidos moles em volta
da prótese com o uso de um
travesseiro sob o joelho pode ser di"cil
de reverter, e a contratura da
ar!culação em flexão pode restringir a
marcha e prolongar o tempo de
reabilitação da ATJ.
Confira aqui a resposta
 
3. Sobre os fatores que contribuem para o
crescente aumento das cirurgias de ATJ,
assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) O aumento de pra!cantes de a!vidades
espor!vas.
( ) Os traumas envolvendo diretamente o
joelho.
( ) O aumento na prevalência da obesidade.
( ) A falta de flexibilidade em MMII.
Assinale a alterna!va que apresenta a
sequência correta.
 
A) F — F — F — V.
B) V — F — V — F.
C) F — V — F — V.
D) V — V — V — F.
Confira aqui a resposta
 
4. Dos acome!mentos que podem afetar o
joelho, sobre qual dos casos é o mais
indicado para realizar uma ATJ, assinale a
alterna!va correta.
A) As entorses.
B) A artrose avançada.
C) As lesões ligamentares.
D) As lesões de menisco.
Confira aqui a resposta
 
5. Observe as afirma!vas sobre uma
inspeção criteriosa realizada no joelho na
fase hospitalar.
I — Observar a saída de sangue do dreno.
II — Verificar o estado da cicatriz.
III — Observar a presença de alterações do
eixo (varo, valgo).
IV — Saber o !po de cirurgia realizada.
Quais estão corretas?
 
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a II e a III.
C) Apenas a II, a III e a IV.
D) Apenas a III e a IV.
Confira aqui a resposta
 
■ EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO
Os fortalecimentos priorizados no PO tardio da
ATJ são os de grandes grupos musculares, como
straight leg raises (SLR), iniciando sem peso e
com poucas repe!ções até a melhora da
resistência do paciente, evoluindo para o
incremento de carga durante o tratamento.
O SLR pode ser realizado com a flexão do quadril
e com a extensão do joelho, como se vê na Figura
10, ou também com a abdução do quadril e com
o joelho estendido, preferencialmente, em
decúbito lateral.
Figura 10 — Exercício de quadrante (SLR) para a
flexão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Para o fortalecimento dos isquiossurais, pode-se
realizar a flexão do joelho em cadeia aberta e em
posição ortostá!ca ou realizar o exercício de
elevação do quadril com os MMII flexionados
(ponte), priorizando a a!vação de isquiossurais e
do glúteo máximo em cadeia fechada, como
mostra a Figura 11.
Figura 11 — Exercício de ponte bipodal,
orientando o paciente a não realizar a manobra
de Valsalva e manter a contração dos abdominais,
dos isquio!biais e dos glúteos.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Os exercícios de extensão do joelho em cadeia
aberta devem ser realizados na posição sentada,
com o obje!vo de fortalecer o músculo
quadríceps, cuidando para manter uma angulação
de segurança de 90 a 45° de flexão.
Em cadeia fechada, o paciente deve realizar o
exercício dentro da angulação de proteção de 0 a
45°, como mostram as Figuras 12A e B.
Figura 12 — A) Exercício resis!do com faixa
elás!ca para ganho de extensão final do joelho
(fase inicial com flexão de 45° de joelho). B)
Exercício resis!do com faixa elás!ca para ganho
de extensão final do joelho (fase final com
extensão máxima de joelho).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Segundo Powers e colaboradores, a angulação
de proteção para a ar!culação patelofemoral é de
0 a 45° em cadeia fechada, pois, dentro dessa
amplitude, há menores forças compressivas,
portanto seria prudente manter essa angulação
no início do programa de fortalecimento. Podem-
se citar, como exemplos, os exercícios funcionais
como miniagachamentos, como se vê na Figura
13, e subida e descida de degraus, que deverão
ser realizadas de acordo com a dor e a resistência
muscular do paciente. Nas fases mais avançadas,
progredir para exercícios em cadeia fechada até
90°.
Figura 13 — Exercício de miniagachamento
com apoio.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A intensidade do exercício deve ser man!da
quando o paciente puder executar os
exercícioscorretamente e sen!r-se
fadigado ao final de cada série de
exercícios. Uma vez que o paciente adquira
maior resistência à fadiga, pode-se
progredir aumentando a carga ou a
dificuldade do exercício.
Na prá!ca clínica, muitos fisioterapeutas u!lizam
a eletroes!mulação associada a exercícios de
fortalecimento com a finalidade de aumentar o
recrutamento muscular no PO de ATJ,
especialmente, nos extensores do joelho, como
mostra a Figura 14.
Figura 14 — Eletroes!mulação neuromuscular
aplicada sobre o quadríceps. Na imagem, a
paciente está u!lizando uma carga distal em uma
fase subaguda. O travesseiro sob o joelho da
paciente tem o obje!vo de servir como apoio
para a extensão do joelho durante o exercício, e
não como forma de repouso, que poderia
acarretar uma contratura ar!cular do joelho em
flexão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
No estudo de Stevens e colaboradores,
foi relatado que o uso de eletroes!mulação
de alta intensidade no quadríceps
promoveu ganhos de FM em pacientes que
foram subme!dos à ATJ. Os pacientes que
receberam eletroes!mulação associada a
um programa de exercícios demonstraram
um aumento importante de força nas
primeiras três semanas de uso, mantendo
essa diferença até seis meses após a
intervenção. Dessa forma, recomenda-se
fortemente o uso dessa intervenção.
■ MARCHA
Alguns estudos têm demonstrado que a
marcha de pacientes com ATJ permanece
alterada mesmo após um ano de cirurgia. Certos
achados desses estudos foram que os pacientes
com ATJ têm menor amplitude de flexão e de
extensão durante a marcha, com a cadência e o
comprimento do passo reduzidos. Além disso, a
velocidade da marcha antes e depois da cirurgia é
um importante marcador da recuperação do
paciente.
Alice e colaboradores realizaram uma análise
tridimensional de pacientes com ATJ e relataram
que, mesmo após três meses de reabilitação, eles
ainda apresentavam velocidade diminuída da
marcha e também ADM diminuída de extensão
de joelho durante a fase de contato inicial.
Portanto, os autores sugerem informar aos
pacientes que a reabilitação de ATJ é um longo
processo e pode demorar mais de três meses.
Considera-se, pela literatura, que um
tempo ó!mo de reabilitação da ATJ está
por volta de 12 meses para a completa
recuperação funcional e da marcha do
paciente.
■ FUNCIONALIDADE
Considerando o desenvolvimento da
funcionalidade, é necessário avaliar o paciente
com ATJ com testes funcionais e com
ques!onários específicos. Os testes funcionais
específicos para essa população são o !me up
and go (TUG), o teste de caminhada de 6 minutos
(TC6) e o teste de subida e descida de escada.
Esses testes são parte do Delaware
Osteoarthri!s Profile e têm sido u!lizados para
mensurar a habilidade no pré-operatório e a
recuperação funcional no PO de ATJ.
O TUG consiste no tempo que o paciente leva
para levantar-se de uma cadeira (de 46cm de
altura), andar 3m e retornar para sentar-se na
mesma cadeira. A indicação é que o paciente
ande o mais rápido que puder, de forma segura e
confortável. O TUG é muito u!lizado na
população idosa, com excelente confiabilidade
teste–reteste [ICC] = 0,97.
O TC6 mensura a distância percorrida pelo
paciente em 6 minutos. O paciente deve
caminhar o mais rápido que conseguir, u!lizando
disposi!vos de deambulação e podendo
descansar durante o teste, se necessário. O TC6
tem sido, preferencialmente, u!lizado como
medida de performance, pois apresenta uma
forte responsividade às alterações clínicas
durante o tempo em pacientes com ATJ.
O teste de subida e descida de escada consiste
no tempo que o paciente leva para subir e descer
um lance de 12 degraus (18cm de altura, 28cm
de profundidade). O paciente é encorajado a
subir e a descer os degraus o mais rápido que
puder, u!lizando somente as pernas. O corrimão
pode ser u!lizado, se necessário. A confiabilidade
teste–reteste é de 0,93.
Os testes funcionais devem ser u!lizados
no momento em que o paciente com ATJ se
sen!r seguro quanto à deambulação,
podendo u!lizar um disposi!vo de marcha
(por exemplo, muleta), caso haja
necessidade.
Para as medidas subje!vas, são validados para a
população com ATJ os ques!onários Western
Ontario and McMaster Universi!es osteoarthri!s
index (Womac) e Knee injury and osteoarthri!s
outcome score (Koos).
O Womac pode ser u!lizado para avaliar tanto
pacientes com OA de quadril quanto de joelho. O
ques!onário consiste em 5 itens para dor
(pontuação 0–20), 2 para rigidez (pontuação de
0–8), e 17 para a limitação funcional (pontuação
0–68). As questões de dor, rigidez e função do
Womac estão incluídas nos domínios dor,
sintomas específicos e função na AVD do Koos,
respec!vamente.
O Koos é uma extensão do Womac; foi
desenvolvido e validado para pessoas mais jovens
e mais a!vas que têm lesão no joelho ou OA. O
Koos consiste em 42 itens autoexplica!vos que
envolvem os cinco domínios mais importantes
para o paciente: dor, sintomas específicos, função
nas AVDs, esporte e lazer, e dor relacionada à
qualidade de vida.
■ ESTABILIDADE
Evidências demonstram que de 60 a 80% dos
pacientes com OA de joelho reportam
instabilidade ar!cular e que a ATJ
demonstra uma gradual recuperação das queixas
de instabilidade avaliadas pelo Knee outcome
survey — ac!vi!es of daily living scale.
Os riscos de queda são reduzidos com a
ATJ, porém não são ex!nguidos.
A revisão de Moutzouri e colaboradores
mostrou que a inclusão de treino sensório-motor
melhora o equilíbrio e o controle postural pós-
ATJ. Assim, é de extrema necessidade explicar
aos pacientes a importância dos treinos
propriocep!vos e que eles podem ser iniciados
duas semanas após a cirurgia, com exercícios
simples e com apoio unipodal, como mostram as
Figuras 15A e B.
24
25
LEMBRAR
26
15
25
25
+
25
+
+
12
+
26
27
ATIVIDADES
+
20
+
20
+
28
+
+
25
29,30
30
LEMBRAR
31
31
32
32
33,34
35
35
+
Figura 15 — A) e B) Treino de equilíbrio com
apoio unipodal e olhos abertos.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores
Dentro das primeiras 6 a 8 semanas pós-ATJ, o
treino sensório-motor pode ser efe!vo e bem
tolerado pelo paciente, aumentando-se
grada!vamente os níveis de dificuldade. Porém
mais estudos são necessários para avaliar a
intensidade e a frequência dos exercícios.
■ CUIDADOS EM CASA
Mais de 90% das ATJs modernas se mantêm em
bom estado de conservação em até 15 anos após
o procedimento. Seguir as instruções da equipe
mul!profissional depois da cirurgia e proteger a
prótese durante as AVDs são ações que podem
auxiliar na durabilidade da ATJ.
No retorno para casa, o paciente deve tomar
alguns cuidados para a proteção da sua ATJ,
como rearranjar os móveis da casa para
deambular com muletas, liberando mais espaço
para locomoção, e evitar escadas em um primeiro
momento.
Deixar ao alcance e com fácil acesso os objetos
que o paciente com ATJ usa com maior
frequência e remover os tapetes da casa para
diminuir o risco de quedas são alterações simples
e bastante efe!vas. Outras adaptações
importantes são a instalação de barras para apoio
e de cadeira segura para o banho, corrimãos para
as escadas e elevar a altura do assento do vaso
sanitário, para impedir a flexão exagerada do
joelho.
■ ESPORTE APÓS ARTROPLASTIA DE JOELHO
De acordo com a American Academy of
Orthopaedic Surgeons (AAOS), são
recomendados até 30 minutos de exercícios, 2 ou
3 vezes por dia, durante as três primeiras
semanas de PO de ATJ, além da caminhada
diária de 30 minutos.
O Quadro 3 mostra as recomedações de
exercícios do PO de ATJ.
Quadro 3
RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIOS PÓS-
ARTROPLASTIA TOTAL DE JOELHO
Exercícios Recomendações
Caminhada Promove a melhora da mobilidade,
da funcionalidade e é uma ó!ma
forma de perder calorias e
beneficiar o coração. Deve-se
começar com passos pequenos e
caminhadas curtas enquanto
trabalha para aumentar a
distância.
Corrida É um exercício aeróbico assim
como a caminhada, porém
apresenta alto impacto. Por esse
mo!vo, a AAOS não recomenda
trote ou corrida.
Natação A natação é um esporte com baixo
impacto ar!cular, portanto é um
ó!mo exercíciopara pacientes
com ATJ. É recomendável após 3
a 6 semanas da cirurgia ou após a
total cicatrização da ferida
operatória, com o obje!vo de
excluir o risco de infecção.
Dança A dança é uma boa forma de
exercitar os músculos e fazer
exercício aeróbico. Apenas se
devem evitar rotações do fêmur
sobre a #bia e paradas abruptas,
que podem colocar a ar!culação
fora de seu alinhamento. Também
evitar tarefas de alto impacto,
como saltar.
Ciclismo O ciclismo é um bom modo de
manter a força dos MMII. O
paciente deve se preocupar com a
angulação do joelho, evitando a
flexão excessiva.
Elíp!co O exercício na máquina do elíp!co
é uma boa alterna!va para a
corrida e permite andar em
velocidade maior do que a
caminhada, sem promover alto
impacto ar!cular.
Fonte: Fonte: Waldstein e colaboradores
(2017).
Outras recomendações de esportes pós-ATJ
incluem as a!vidades de força e o alongamento,
como o Pilates e o yoga. O yoga é uma forma
leve de promover alongamentos e podem auxiliar
na rigidez ar!cular, na melhora da flexibilidade e
nas condições gerais do joelho. O cuidado
importante deve ser com relação às rotações
sobre a ar!culação; os joelhos devem se manter
alinhados com o quadril e com os tornozelos,
além de evitar as posições de flexão extrema,
como sentado sobre os calcanhares.
De acordo com uma revisão recente de Waldstein
e colaboradores, o estudo de Jahnke e
colaboradores reportou que as caminhadas, o
ciclismo e a natação são os esportes mais
praticados após a ATJ. Os esportes de alto
impacto, como esqui, tênis, futebol e corrida com
trote diminuíram significa!vamente no pós-
cirúrgico comparado ao período pré-cirúrgico.
Walker e colaboradores também demonstraram
que o ciclismo, as trilhas e as longas caminhadas
são os esportes mais comuns para os pacientes
com ATJ, de acordo com o Schulthess clinic
ac!vity score, comprovando que esses indivíduos
aumentaram a prá!ca de a!vidades de baixo
impacto e diminuíram a prá!ca de esportes de
alto impacto.
 
6. Sobre os !pos de exercício mais
recomendados para o tratamento
ambulatorial de ATJ na fase inicial,
assinale a alterna!va correta.
A) Contração–relaxamento e exercícios
propriocep!vos.
B) Alongamentos e exercícios
pliométricos.
C) Exercícios a!vo-assis!dos e exercícios
a!vos.
D) Alongamentos e mobilização passiva
patelar.
Confira aqui a resposta
 
7. Sobre os !pos de exercício mais
recomendados para o tratamento
ambulatorial de ATJ na fase final, assinale
a alterna!va correta.
A) Treino de marcha, alongamentos e
exercícios passivos.
B) Educação do paciente, treino de
a!vidades funcionais e exercícios a!vo-
assis!dos.
C) Exercícios resis!dos, exercícios a!vo-
assis!dos e treino de marcha.
D) Exercícios resis!dos, exercícios
propriocep!vos e treino de a!vidades
funcionais.
Confira aqui a resposta
 
8. Sobre os cuidados que devem ser
tomados na reabilitação de ATJ, assinale a
alterna!va correta.
A) Evitar a deformidade em flexão.
B) Orientar o repouso pós-operatório.
C) Promover a a!vação de isquio!biais.
D) Orientar a colocação de travesseiro sob
o joelho.
Confira aqui a resposta
 
9. Sobre quais músculos devem ser
priorizados nos alongamentos durante a
reabilitação de ATJ, assinale a alterna!va
correta.
A) Iliopsoas, quadríceps e glúteo médio.
B) Quadríceps, isquio!biais e tríceps sural.
C) Quadríceps, isquio!biais e tensor da
fáscia lata.
D) Iliopsoas, tríceps sural e quadríceps.
Confira aqui a resposta
 
■ CASO CLÍNICO
O paciente R. B. T., de 50 anos, vem
apresentando dores no joelho direito há
cerca de três anos. Atualmente, está
afastado, porém vinha desenvolvendo a sua
a!vidade como pedreiro. Ele refere que não
é adepto de exercícios "sicos, está um
pouco acima do peso (índice de massa
corporal [IMC] de 26) e não relata histórico
de trauma recente no joelho. Ao procurar o
médico ortopedista e realizar a radiografia,
verificou-se uma artrose importante
!biofemoral, com redução do espaço
ar!cular. Dessa forma, foi indicada a
cirurgia para ATJ, que foi realizada quatro
semanas após a consulta.
A Figura 16 mostra a artrose !biofemoral do
paciente do caso clínico.
Figura 16 — Imagem ilustrando os
componentes femoral e !bial da ATJ do
paciente R. B. T.
Fonte: Wind (2019).
A Figura 17 mostra o resultado da ATJ do
paciente do caso clínico.
Figura 17 — Aspecto cicatricial no PO da
ATJ do paciente R. B. T.
Fonte: Fysio Centrun Zaanland (2018).
O paciente foi orientado a realizar
fisioterapia imediatamente após a ATJ,
porém, por causa das intercorrências
familiares, pôde começar a reabilitação
somente após duas semanas. O
fisioterapeuta, ao avaliar o paciente, verifica
que ele está com um edema local
importante, já com os pontos cirúrgicos
removidos, com hipotrofia de quadríceps e
também que há ausência de extensão total
(ele mantém flexão de joelho de 20°).
 
10. Diante do quadro apresentado, descreva
quatro condutas importantes para auxiliar
na melhora dos déficits descritos no caso
clínico.
Confira aqui a resposta
 
■ CONCLUSÃO
As ATJs são procedimentos cirúrgicos
necessários em alguns casos, especialmente,
quando o tratamento conservador não é eficiente
para os pacientes com doenças crônicas
degenera!vas, como as OAs severas.
Sabe-se que, embora a ATJ seja de grande porte
e invasiva, quando o pré-operatório e o PO são
bem realizados, minimizam-se os riscos e se
aumentam as chances de uma recuperação plena.
Iniciar a reabilitação precoce (fase hospitalar) é a
forma mais eficiente, evitando complicações
como déficits de flexão funcional ou extensão
total do joelho.
Também é necessário ressaltar ao paciente que o
acompanhamento ambulatorial (fase tardia) é de
extrema importância, para que se possa progredir
no ganho de ADM e de FM, e que ele obtenha,
assim, a independência funcional completa até o
retorno aos esportes.
■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E
COMENTÁRIOS
A!vidade 1
Resposta: A
Comentário: O grau de flexão para as respec!vas
AVDs são 67° para a fase de balanço da marcha;
83° para subir degraus; 90° para descer degraus;
e 93° para levantar de uma cadeira.
A!vidade 2
Resposta: D
Comentário: Em relação ao posicionamento do
paciente subme!do à ATJ em casa, é preciso
orientá-lo para que ele nunca coloque um
travesseiro sob o joelho para descansar e dormir.
A posição, aparentemente confortável, facilita a
cicatrização rápida dos tecidos moles ao redor da
prótese, retendo o joelho em flexão. Tal aderência
dos tecidos pode ser di"cil de reverter, e a
contratura da ar!culação em flexão pode limitar a
marcha e estender o tempo de reabilitação da
ATJ.
A!vidade 3
Resposta: D
Comentário: A quarta afirma!va é falsa porque a
falta de flexibilidade nos MMII não é um
indica!vo para uma ATJ, visto que não traz
consequências diretas que levem à cirurgia.
A!vidade 4
Resposta: B
Comentário: Os casos de artrose avançada,
especialmente os que não melhoram com a
fisioterapia, têm grande indicação para a ATJ.
A!vidade 5
Resposta: B
Comentário: A afirma!va IV está incorreta porque
saber qual !po de cirurgia foi feito é importante,
porém não faz parte da inspeção criteriosa
realizada no joelho na fase hospitalar, já que não
é possível saber apenas visualizando a região
afetada.
A!vidade 6
Resposta: C
Comentário: Os exercícios mais recomendados
para o tratamento ambulatorial de ATJ na fase
inicial devem ter progressão grada!va, iniciando
pelos exercícios a!vo-assis!dos, a!vos e até os
resis!dos, para ganho de força e de
funcionalidade do paciente.
A!vidade 7
Resposta: D
Comentário: Na fase final da reabilitação de ATJ,
deve-se focar os exercícios resis!dos, os
exercícios propriocep!vos, o treino de a!vidades
funcionais e a educação do paciente.
A!vidade 8
Resposta: A
Comentário: Sobre os cuidados que devem ser
tomados na reabilitação de ATJ, deve-se evitar a
deformidade em flexão, pois a contratura da
ar!culação em flexão pode restringir a marcha e
prolongar a reabilitação da ATJ.
A!vidade 9
Resposta: B
Comentário: O quadríceps, os isquio!biais e o
tríceps sural devem estar alongados durante a
reabilitação de ATJ, para prevenir a deformidadeem flexão do joelho e garan!r a mobilidade
completa da ar!culação.
A!vidade 10
Resposta: Quatro condutas importantes para
auxiliar na melhora dos déficits descritos no caso
clínico seriam 1) crioterapia local com saco
grande de gelo em cubos ou triturado, colocado
sobre a região anterior do joelho, mantendo a
compressão e a elevação do membro e
es!mulando a extensão dele; 2) em posição de
elevação do membro inferior, realizar exercícios
metabólicos e es!mular os linfonodos inguinais e
poplíteos, para posterior drenagem linfá!ca
manual sobre a área edemaciada; 3) realizar a
eletroes!mulação neuromuscular (por exemplo,
corrente russa) em quadríceps, associada à
contração isométrica, para melhorar o trofismo; e
4) alongamento dos músculos posteriores da coxa
e da perna, e o posicionamento de alongamento
passivo prolongado com peso, para auxiliar no
ganho da extensão total do joelho. Importante
também orientar o paciente a não ficar em
repouso no domicílio com travesseiros ou coxins
sob o joelho, para evitar a perpetuação do flexo.
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Kashimoto RK, Siqueira CPCM, Araújo CGA.
Fisioterapia na artroplas!a total de joelho:
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