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7
1ºAula
Manifestações culturais
Olá, pessoal, tudo bem?
Esta aula irá abordar alguns conceitos 
introdutórios, o que é fulcral para a compreensão 
dos temas que serão discutidos em nossa disciplina. 
Intitulada Manifestações Culturais, nossa aula versa 
sobre a definição de cultura, e acerca da importância 
de se trabalhar diferentes manifestações culturais 
no contexto escolar. Aqui, veremos que os 
conteúdos trabalhados pelo professor, precisam 
visar à construção da cidadania junto aos alunos. 
É preciso compreender, para isso, que a escola é 
um microcosmo social, e caracteriza-se por possuir 
sujeitos em construção. Seu papel, nesse cenário, é 
extremamente decisivo na formação dos sujeitos.
Friso que, para que nossas aulas ocorram de 
maneira frutífera, é necessária a participação de todos 
vocês! Entrem em contato via quadro de avisos e 
fórum sempre que tiverem dúvidas, sugestões, entre 
outros. Participem! Partilhem com os colegas! O 
conhecimento é construído de modo colaborativo!
Bons estudos!
Manifestações Culturais: Meio Ambiente, Relações Étnico-Raciais e Inclusão 
8
Objetivos de aprendizagem
1 – Cultura: reflexões iniciais
2 – Língua Portuguesa, Literatura e Cultura: 
relações necessárias.
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• entender conceitos relacionados à cultura;
• compreender de que modo a cultura está 
relacionada à formação dos sujeitos.
Seções de estudo
1 – cultura: refl exões iniciais
Se os estudos acerca da cultura promoveram uma ruptura 
no modo como o conceito é entendido, o senso comum 
ainda prega a ideia de que há culturas superiores. Há, por 
exemplo, a associação de maior nível de escolaridade com 
a cultura. Tenho certeza de que vocês já ouviram falar: “Ela 
é uma pessoa culta”. “Ele possui muita cultura”. É preciso 
entendermos que cultura é diferente de conhecimento. Para 
tanto, leiam com atenção as discussões abaixo.
Queridos(as) alunos(as),
Nossas aulas perpassarão um tema bastante 
interessante e, também, bastante importante nas 
reflexões que visam construir uma escola mais justa, 
democrática e voltada a preparar os alunos para a 
vida social. Percebem como refletiremos acerca de 
temáticas importantes?
Nesse sentido, indagaremos de que modo os 
temas meio ambiente, relações étnico-raciais e 
inclusão são inclusos sob o leque das manifestações 
culturais e de que modo se relacionam com a língua 
portuguesa e com a literatura. Para prepará-los à 
discussão de nossos temas de interesse, nesta aula, 
abordaremos algumas discussões relacionadas 
à definição e problematização do termo 
“manifestações culturais”.
Pensar acerca da definição de cultura para 
nossas aulas é fundamental. Sendo assim, partimos 
do texto “Cultura e democracia”, de Marilena 
Chauí (2008). Utilizaremos, assim, alguns excertos 
do referido texto, porém, caso possam, leiam-no na 
íntegra no link: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.
ar/ar/libros/secret/CyE/cye3S2a.pdf>. 
Marilena Chauí (2008) inicia o artigo 
mencionando a ideia de que o conceito de cultura não 
é passível de definição unívoca. O que podemos é 
problematizar questões relacionadas ao tema. Nesse 
sentido, a autora direciona-nos para a concepção 
de que, por várias vezes, a cultura é elemento 
de dominação. Ou seja, por meio da construção 
(errônea) de que há culturas superiores, os sujeitos 
passam a acreditar que a cultura que possui é inferior 
(subjugando-se) ou superior (subjugando a cultura 
do outro). Portanto, desconstruir a ideia de “culturas 
superiores” ou “culturas inferiores” é fundamental 
quando se trabalha com sujeitos em formação, 
como acontece no contexto escolar. Para Chauí 
(2008), se no início dos estudos sobre a cultura havia 
a definição enquanto exclusiva ao cultivo, durante o 
avanço de seus estudos, passou-se a associá-la como 
elemento presente em sociedades dominantes. Com 
isso, a cultura é associada ao progresso, durante a 
transição do século XVIII para o XIX.
Contudo, mesmo no século XIX, há um 
verdadeiro salto no modo de compreensão da 
cultura, que não passa mais a ser vista como 
característica das sociedades ou pessoas civilizadas; 
como elemento que distingue, por exemplo, pessoas 
com maior escolaridade.
No século XIX, sobretudo com a fi losofi a 
alemã, a idéia de cultura sofre uma 
mutação decisiva porque é elaborada 
como a diferença entre natureza e história. 
A cultura é a ruptura da adesão imediata 
à natureza, adesão própria aos animais, e 
inaugura o mundo humano propriamente 
dito. A ordem natural ou física é regida 
por leis de causalidade necessária que 
visam o equilíbrio do todo. A ordem 
vital ou biológica é regida pelas normas 
de adaptação do organismo ao meio 
ambiente. A ordem humana, porém, é a 
ordem simbólica, isto é, da capacidade 
humana para relacionar-se com o ausente e 
com o possível por meio da linguagem e do 
trabalho. A dimensão humana da cultura é 
um movimento de transcendência, que põe 
a existência como o poder para ultrapassar 
uma situação dada graças a uma ação 
dirigida àquilo que está ausente. Por isso 
mesmo somente nessa dimensão é que se 
poderá falar em história propriamente dita. 
Pela linguagem e pelo trabalho o corpo 
humano deixa de aderir imediatamente ao 
meio, como o animal adere. Ultrapassa os 
dados imediatos dos sinais e dos objetos 
de uso para recriá-los numa dimensão 
9
2 – Língua Portuguesa, Literatura e 
Cultura: relações necessárias
nova. A linguagem e o trabalho revelam 
que a ação humana não pode ser reduzida 
à ação vital, expediente engenhoso para 
alcançar um alvo fi xo, mas que há um 
sentido imanente que vincula meios e 
fi ns, que determina o desenvolvimento 
da ação como transformação do dado em 
fi ns e destes em meios para novos fi ns, 
defi nindo o homem como agente histórico 
propriamente dito com o qual inaugura-
se a ordem do tempo e a descoberta do 
possível (CHAUÍ, 2008, p 56).
Chauí (2008) nos conduz a compreender que 
a cultura diz respeito a ruptura imediata com a 
natureza. É ela que, em um primeiro momento, irá 
nos diferenciar dos animais. É por meio da cultura 
que nos definimos enquanto humanos. Com tal 
concepção, entendemos que temos a capacidade 
de buscar, ultrapassarmos situações de modo 
consciente. É por meio de duas manifestações 
culturais fundamentais: linguagem e trabalho, que 
rompemos com os limites que cerceiam os animais. 
Com a capacidade de comunicar-se e de refletir 
sobre a própria ação, os seres humanos conseguem 
evoluir, modificar-se e modificar o lugar em que vive.
A cultura passa a ser compreendida como 
o campo no qual os sujeitos humanos 
elaboram símbolos e signos, instituem 
as práticas e os valores, defi nem para 
si próprios o possível e o impossível, 
o sentido da linha do tempo (passado, 
presente e futuro), as diferenças no 
interior do espaço (o sentido do próximo 
e do distante, do grande e do pequeno, 
do visível e do invisível), os valores como 
o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, o 
justo e o injusto, instauram a idéia de lei, 
e, portanto, do permitido e do proibido, 
determinam o sentido da vida e da morte 
e das relações entre o sagrado e o profano 
(CHAUÍ, 2008, p 57).
A citação acima coloca em evidência uma série 
de questões com as quai se relacionam a cultura. 
Primeiramente, é por meio dela que os sujeitos 
desenvolvem símbolos e signos, bem como instituem 
práticas e valores. Por meio disso, entendemos 
porque em determinado grupo social determinada 
prática é realizada e em outro, não. Podemos pensar 
na utilização da burca em determinados grupos e 
a não utilização por parte de outros grupos. Os 
sujeitos organizam-se em sociedades que vão 
condicionando suas próprias práticas culturais, e, 
principalmente, as modificando ao longo do tempo. 
Nesse sentido, somos seres em constante evolução.
Dentro desse cenário, pensar nossas relações 
com o meio ambiente, com as questões étnico-
raciais e com a inclusão é, sem dúvida, necessário 
nas abordagens acerca da cultura. Se pensarmos, por 
exemplo, quehá alguns anos tomar longos banhos 
com o chuveiro aberto não era encarado como um 
problema por boa parte da população brasileira e 
que, hoje, há maior vigilância acerca do assunto, 
podemos entender que há uma modificação no 
modo dos sujeitos entenderem a problemática da 
água: antes, havia a ideia de que a água, no Brasil, não 
acabaria. Já se olharmos para lugares específicos, 
como as regiões de caatinga, a relação com a água 
de dá de modo extremamente diferente, ou seja, a 
cultura em relação à água é outra.
Queridos(as), vamos agora à próxima seção. 
Reitero a necessidade de lerem o texto de Marilena 
Chauí (2008), tudo bem?
Por meio das discussões acerca do termo 
cultura, e, buscando pensar especificamente sobre 
ela no contexto escolar e, principalmente, no modo 
como se relaciona com a língua portuguesa e com a 
literatura, Lilian Lacerda (s.d., p. 124) defende que:
Isto porque os atos, as práticas, as 
modalidades e as circunstâncias de 
leitura e de escrita não estão veiculados 
(apenas) às instituições escolares e aos 
seus processos pedagógicos, mas seus 
usos e às suas práticas, tais como exigem 
as diversas dinâmicas, circunstâncias e 
os mais diferentes contextos do mundo 
social e cultural.
Nesse sentido, por meio da citação, entendemos 
que as práticas e discussões ocorridas no contexto 
escolar precisam estar fundamentadas na vida social 
do aluno. Caso a escola se feche em uma atuação 
visando, exclusivamente, o contexto escolar, pouco 
contribui com a formação do aluno. É preciso, 
assim, que a escola volte seu olhar para o mundo 
que a cerca que prepare o aluno para a vida em 
sociedade. Diante disso, a escola se torna mais do 
que mera transmissora de conteúdos, e passa a atuar, 
eficazmente, na modificação dos sujeitos.
Manifestações Culturais: Meio Ambiente, Relações Étnico-Raciais e Inclusão 
10
Voltando nossa atenção, particularmente, para a 
língua portuguesa e a literatura, partimos da concepção 
do ato de ler como profundamente emancipatório. A 
leitura e a circulação de textos críticos e reflexivos, 
sem dúvida, contribuem para a construção de sujeitos 
inventivos, engajados e críticos.
É necessário, portanto, pensar a língua 
portuguesa e a literatura como disciplinas 
extremamente importantes na construção de 
sujeitos cientes de seus direitos, deveres e que se 
relacionem com o próximo de modo a enxergá-
lo como sujeito. Para validar tal afirmativa, vamos 
pensar acerca dos diversos eventos de “queima de 
livros”. Já pararam para pensar quantas vezes, em 
governos ditatoriais, a leitura foi condicionada e, 
vários livros, foram proibidos? Pois bem, não raro, 
governantes enxergavam o perigo dos livros na 
construção de sujeitos questionadores.
Pensando nisso, e tendo a leitura e o livro como 
ferramentas principais da atuação do professor de 
língua portuguesa e de literatura, vamos pensar um 
pouco acerca de seu uso em sala de aula. Os PCNs 
alertam para a necessidade de se trabalhar com a 
leitura literária para além de mera decodificação de 
um código, inferência de regras gramaticais, entre 
outros usos inadequados do livro literário (conferir).
Os PCNs ressaltam a importância de se pensar 
na leitura literária, primeiramente, como palco de 
debate e de construção de um olhar para a fruição 
literária. Corroborando, o excerto a seguir faz uma 
reflexão propícia:
O desafi o continua posto: é preciso 
repensar criticamente a Literatura Infantil 
Brasileira, como fez Perrotti ao publicar 
O texto sedutor na literatura infantil, em 
1986. Embora tenhamos uma produção 
literária infantil cada vez mais de qualidade, 
do ponto de vista das ilustrações e do 
acabamento gráfi co editorial, nem sempre a 
esteticidade está presente no texto literário 
escrito para crianças (BORTOLANZA; 
SANTOS, s. d., p. 13).
A citação traz às claras a existência de uma prática 
bastante comum: a utilização do livro, principalmente, 
o literário, para discutir questões que vão na 
contramão da reflexão, da construção de sujeitos 
críticos e autônomos. Em contrapartida, no ato 
da produção de livros, editoras e escritores buscam 
atender tal demanda, produzindo livros que já focam 
no utilitarismo desejado por alguns professores:
O caráter instrumental está sempre 
presente no discurso literário, pois o 
discurso estético não é puro, nele estão 
presentes uma instância ideológica 
e a busca de adesão, entretanto no 
utilitarismo, a ideologia e a busca de 
adesão são a sua essência. Para mostrar 
as diferenças entre um discurso e outro, o 
Autor cita vários teóricos, afi rmando que 
a linguagem da arte possui seus próprios 
caminhos, diferentes da doutrinação e 
da catequização do discurso utilitário 
(BORTOLANZA; s. d., SANTOS, p. 1). 
Diante disso, pensar as novas demandas sociais 
no que diz respeito a abordagens de determinadas 
temáticas e, também, a existência de leis que 
regulamentem a necessidade de se trabalhar com 
temas transversais, é bastante delicado abordar a 
relação entre língua portuguesa, literatura e ecologia, 
diversidade cultural e relações étnico-raciais e inclusão.
É preciso tomar bastante cuidado, por exemplo, 
para não tratar como sinônimos livros literários e 
paradidáticos. Os primeiros trazem em seu bojo 
temáticas que visam provocar diferentes efeitos nos 
leitores, enquanto que os segundos são utilizados 
como suporte didático, abordando diretamente 
uma questão específica. Vamos ver algumas capas 
para entendermos melhor?
Figura 1. Fonte: 
<https://blogdoquintiere.wordpress.com/livros-publicados/>. 
Acesso: 25 abr. 2016.
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Figura 2. Paradidáticos. Fonte: <http://cultescolar.blogspot.com.
br/2013/10/pirulito-do-pato.html>. Acesso em: 25 abr. 2016.
Retomando aula
Com isso em mente, nas próximas aulas, 
buscaremos refl etir maneiras de se utilizar a 
leitura, a literatura e a escrita de modo relacionado 
com os temas propostos, mas sem utilizá-las como 
meros pretextos para temáticas transversais. 
1 – Cultura: reflexões iniciais
Nesta seção, abordamos algumas reflexões 
introdutórias acerca do termo cultura. De modo a 
oferecer suporte para as próximas aulas, entender 
a cultura e sua relação com a construção de novas 
relações entre sujeitos e entre sujeitos e meio 
ambiente é fundamental par a prática docente.
2 – Leitura, Literatura e Cultura: relações 
necessárias
Abordamos, aqui, algumas questões 
relacionadas ao ensino de língua portuguesa e 
de literatura com as temáticas concernentes à 
nossa aula. Para tanto, refletiu-se acerca do termo 
“utilitarismo”, e qual seu impacto para as propostas 
de atividade.
Cultura e cidadania, de Marilena Chauí: <http://
bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/secret/
CyE/cye3S2a.pdf>. Acesso em: 8 abr. 16.
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