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Nampula 2022 Amândio Fernando Mabuia O PAPEL DA INFRA-ESTRUTURA DESPORTIVA ESCOLAR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO BÁSICO, NA CIDADE DE NAMPULA. (Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto – 1º Ano) Universidade Rovuma ii Amândio Fernando Mabuia O PAPEL DA INFRA-ESTRUTURA DESPORTIVA ESCOLAR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO BÁSICO, NA CIDADE DE NAMPULA. (Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto – 1º Ano) O presente trabalho é de carácter avaliativo da cadeira de MIC do 1º Ano, 1º Semestre, leccionado pela Dr: Detino Universidade Rovuma Nampula 2022 ii iii Índice 1. Introdução ....................................................................................................................................... 4 2. Contextualização ............................................................................................................................. 5 3. Problematização .............................................................................................................................. 6 4. Justificativa ..................................................................................................................................... 7 5. Objectivos ....................................................................................................................................... 7 5.1. Objectivo geral ........................................................................................................................ 7 5.2. Objectivos específicos ............................................................................................................. 7 6. Questões de investigação ................................................................................................................ 8 7. Fundamentação teórica .................................................................................................................... 8 7.1. Conceito de infra-estruturas desportivas ................................................................................. 8 7.2. Tipos de infra-estruturas desportivas ...................................................................................... 9 7.3. Génese da educação física ..................................................................................................... 10 7.4. A importância da educação física escolar ............................................................................. 11 7.5. Prática Pedagógica ................................................................................................................ 12 8. Metodologia .................................................................................................................................. 13 8.1. Tipos de pesquisa .................................................................................................................. 13 8.2. Quanto aos objectivos ........................................................................................................... 13 8.3. Quanto a abordagem.............................................................................................................. 13 8.4. Quanto ao procedimento técnico ........................................................................................... 14 8.5. População e Amostra ............................................................................................................. 14 8.5.1. Amostra da pesquisa ...................................................................................................... 14 9. Cronograma de actividades ........................................................................................................... 15 10. Orçamento ................................................................................................................................. 15 11. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 16 4 1. Introdução O presente projecto de pesquisa, pretende Avaliar o papel das infra-estruturas desportivas escolares no cumprimento do currículo de educação física, no processo de ensino e nas aprendizagens dos alunos, na cidade de Nampula. O tema surge pelas visitas realizadas pelo pesquisador na Escola Secundária de Nampula, com uma infra-estrutura escolar adequada para as aulas de Educação Física, com espaço físico, materiais e instalações e equipamentos estabelecidos dentro da escola. Entretanto, a outra experiência com a prática pedagógica da disciplina de Educação Física recheada de adversidades e dificuldades é vivenciada na EPC de Murrapaniua. Esta escola, não possui nenhuma infra-estrutura e muito menos um espaço físico que seja capaz de albergar as aulas de educação física, não possui nenhum material desportivo, e, os alunos e professores devem percorrer longas distâncias de modo a materializar as aulas da disciplina, sendo que recorre-se aos dois campos da Texmoque para o efeito. Foram visitadas também, outras quatro (4) escolas, nomeadamente: EPC 25 de Junho, EPC 7 de Abril, EPC dos Limoeiros e ES de Cossore, constatou-se que as mesmas não possuem espaços próprios para as aulas de Educação física, particularmente campos de futebol 11. O presente projecto de pesquisa se delimitará somente às escolas públicas do ensino básico (7ª classe) do Sistema Nacional de Educação, como também se destina somente aos alunos da 7ª classe e professores de Educação Física actuantes com este mesmo ano de escolaridade. 5 2. Contextualização A Educação Física é uma disciplina curricular que desperta o interesse dos alunos no ambiente escolar, por sua característica de oferecer maior liberdade ao educando, pela oportunidade de desenvolver a expressão corporal, ter participação activa, e circular livremente no espaço físico apropriado. Porém, apesar dessas qualidades, a Educação Física parece não despertar o mesmo interesse em alguns segmentos da comunidade escolar (direcção, corpo técnico-pedagógico, conselhos de classe e professores de outras disciplinas). Portanto nessa perspectiva de legalidade a disciplina deve ter seus requisitos mínimos respeitados, corroborando a Lei, onde se afirma que o Estado deve garantir padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como “a variedade e quantidade mínimas”, considerando a quantidade de alunos, para a dispensa de insumos imprescindíveis ao aperfeiçoamento do processo de ensino aprendizagem. Tal situação dificulta aos professores alcançarem os objectivos propostos com a Educação Física escolar. Um desses objectivos, segundo Betti (1994) é que a Educação Física precisa aos poucos e de forma cuidadosa, conduzir o aluno a formulação de pensamentos críticos na busca de autonomia para se utilizar da Cultura Corporal de Movimento. Acredita- se que a escola como um todo, para o melhor aproveitamento e eficiência das acções educacionais, necessita de infra-estrutura adequada. E através destas condições melhoradas pode- se observar uma maior empolgação dos alunos, maior interesse em participar das acções escolares, e por que não dizer, maior vontade de aprender. Beltrame e Moura (2011) nos dizem que apesar de a educação ter evoluído bastante nas últimas décadas, vários estudos apontam que o efeito de melhorias na infra-estrutura pode ser substancial. Essas contraposições positivas e negativas, no contexto da educação física escolar proporcionam a busca de investigações de cunho académico científico na perspectiva de desvelamentos e contribuições no processo ensino-aprendizagem. A pesquisa torna-se relevante, na medida em que é necessário estar ciente das condições do espaço onde o profissional irá actuar principalmente oespaço das escolas públicas, escolas que se caracterizam como maior campo de actuação do professor de Educação Física. 6 3. Problematização De acordo com Soares et al. (2013), para que os processos de aprendizagem dos alunos sejam mais efectivos e, no sentido de reduzir as desigualdades entre as escolas e melhorar as interacções humanas, torna-se importante conseguir um ambiente físico que permita às escolas responder às suas demandas, e que os autores denominam de “infra- estrutura escolar”. Na Educação Física Escolar não é novidade alguma escutarmos professores reivindicar por melhores condições de equipamentos, instalações e materiais em quantidade suficiente ao número de alunos e, de acordo com as modalidades desportiva. Sendo a escola uma representação social do fenómeno educativo, responsável pela transmissão do conhecimento científico e cultural na propagação de valores humanísticos para a construção e formação do cidadão participativo, consciente, reflexivo e crítico, é de suma importância que o ambiente educativo, como ferramenta pública, possa oferecer à comunidade escolar um serviço público de qualidade, na gerência para o controle e o bom funcionamento das estruturas escolares desportivas. Através de visitas efectuadas em cinco (5) escolas da cidade de Nampula, nomeadamente a EPC 25 de Junho, EPC 7 de Abril, EPC de Murrapaniua-2, EPC dos Limoeiros e ES de Cossore, constatou-se que as cinco escolas (100%) a serem apreciadas neste estudo não possuem espaços próprios para as aulas de Educação física, particularmente campos de futebol 11. Tal, realidade possui uma abrangência a nível da cidade, pois a maior parte das escolas não possuem instalações próprias dentro do contexto escolar. E quando existem, localizam-se em ambientes externos à escola, deixando susceptíveis os professores e os alunos às intempéries climáticas e criando constrangimentos sociais, fisiológicos e, também, pedagógicos. Em função do exposto anteriormente, foi levantada a Seguinte questão de pesquisa: Como a infra-estrutura escolar pode comprometer a matriz curricular de Educação Física e o processo de ensino e a aprendizagem de competências pessoais e sociais dos alunos? 7 4. Justificativa A escolha do tema, deve-se ao facto de reconhecer que a existência de infra-estruturas adequadas para a ministração de aulas de Educação física nas escolas pública, podem contribuir para oferecer maior liberdade ao educando, pela oportunidade de desenvolver a expressão corporal, ter participação activa, e circular livremente no espaço físico apropriado, bem como viabilizar a matriz curricular de Educação Física e o processo de ensino e a aprendizagem de competências pessoais e sociais dos alunos. Portanto, na condição de académica do curso de Educação Física, despertou-me a vontade de investigar: de que forma os problemas na infra-estrutura escolar afectam ou podem afectar a prática pedagógica do professor de Educação Física. Ainda, A escolha desse tema ocorreu em virtude de vivências com a precariedade da Educação Física Escolar em cinco (5) escolas públicas na cidade de Nampula (EPC 25 de Junho, EPC 7 de Abril, EPC de Murrapaniua-2, EPC dos Limoeiros e ES de Cossore) devido a falta de infra-estruturas escolares adequadas para a leccionação das aulas de Educação Física (EF). A pesquisa torna-se relevante, na medida em que é necessário estar ciente das condições do espaço onde o profissional irá actuar principalmente o espaço das escolas públicas, escolas que se caracterizam como maior campo de actuação do professor de Educação Física. Outrossim, o conhecimento proporciona também a possibilidade de reivindicações por melhorias nas condições de trabalho para o professor, assim como de conservar o que estiver adequado as necessidades desse profissional. 5. Objectivos 5.1.Objectivo geral Relativamente ao objectivo geral, com este projecto, pretende-se desenvolver um estudo para: Avaliar a influência das infra-estruturas desportivas escolares no cumprimento do currículo de educação física, no processo de ensino e nas aprendizagens de competências pessoais e sociais dos alunos dos alunos 5.2.Objectivos específicos Os objectivos específicos para a presente proposta de estudo, passam por: Identificar as principais dificuldades que os professores e alunos enfrentam, nas aulas de educação física; 8 Explicar a importância das infra-estruturas desportivas escolares no cumprimento do currículo de educação física, no processo de ensino e nas aprendizagens dos alunos; Conhecer a opinião dos Professores e dos alunos acerca do papel que as infra- estruturas desportivas disponíveis têm para o cumprimento do currículo de Educação Física e a qualidade do processo de ensino. 6. Questões de investigação Como a infra-estrutura escolar pode comprometer a matriz curricular de Educação Física e o processo de ensino e a aprendizagem de competências pessoais e sociais dos alunos Qual é a importância das infra-estruturas desportivas escolares no cumprimento do currículo de educação física, no processo de ensino e nas aprendizagens dos alunos? Como os professores de Educação Física avaliam as escolas quanto às infra-estruturas disponíveis, e o que pensam sobre a relação da infra-estrutura escolar com as competências pessoais e sociais dos jovens? 7. Fundamentação teórica 7.1.Conceito de infra-estruturas desportivas Pires (2007), define que as infra-estruturas desportivas são um conjunto dos meios materiais, artificiais, naturais e seminaturais necessários ao desenvolvimento das actividades desportivas. Assim podemos entender que as instalações desportivas são artificiais e constituídas por áreas especiais ou recintos, cobertas ou ao ar livre, destinadas à prática desportiva, tais como: pista de atletismo, pavilhões, campos de jogos, ginásios, piscinas. As infra-estruturas desportivas também devem prover de espaços complementares que são tão importantes como os principais, pois esses dão suporte ao primeiro, são eles: banheiros, vestiários, sala para recepção, sala de reuniões, sala para guardar materiais, dentre outros. Percebe-se que os espaços e instalações desportivas construídas devam ser projectados de acordo com as necessidades das pessoas que irão utilizá-las, bem como de fácil acesso a elas e que degrade o menos possível o meio ambiente em que vão ser construídos, estes também devem ser de multiuso para que se possa utilizá-los das mais variadas maneiras possíveis. Actualmente opta-se pelas áreas multifuncionais. A definição de infra-estruturas desportivas tem várias interpretações. Considera-se que o equipamento desportivo é uma instalação destinada a prática do desporto. Segundo 9 Sarmento e Pinto (2006) existem dois tipos de Instalações Desportivas: 1. Espaços Desportivos – são aqueles que são construídos especificamente para a prática desportiva. 2. Áreas de actividades físicas – são aqueles espaços naturais, que não têm o carácter desportivo. No primeiro caso, é identificado e bem definido pela especificidade e modelo das modalidades esportivas, podem ser: campos de futebol, piscinas desportivas, quadram, pistas de atletismo etc. Já as áreas de actividades desportivas são espaços que não são construídos especificamente para as actividades do desporto, o ambiente é aproveitado para qualquer evento que se enquadre de acordo com o seu espaço, com as necessidades e o momento dos praticantes. Também podemos classificar os espaços desportivos pela sua natureza física: aéreas, terrestres e aquáticas. Nas áreas terrestres são denominados as áreas do espaço do meio rural, urbano, florestas e outros espaços. Nestes podem desenvolver actividades de arvorismo, montanhismo, vólei, basquete, futebol, handebol, caminhada, corrida de orientação, patinagem, ciclismo, motocross, etc. Os espaçosaéreos envolvem as actividades como o pára-quedismo, voo de acrobacias, asa-delta, aeromodelismo e outros. As áreas aquáticas envolvem todas as actividades realizadas no meio aquático como: lagos, rios, mar. Podendo proporcionar as modalidades: vela, esqui aquático, barcos, windsurf, surf, corridas náuticas com Jet ski, bodyboard, canoagem. Estas últimas por sua vez são bem características da região amazónica, que possui um potencial hidrográfico e aposta nestes desportos. 7.2. Tipos de infra-estruturas desportivas Cunha (2007), classifica as instalações da seguinte maneira: Instalações Desportivas de Base: Recreativas; Formativas; Instalações Desportivas Especializadas ou monodisciplinares; Instalação Especiais para o Espectáculo Desportivo. 10 As infra-estruturas desportivas de Base Recreativa destinam-se as actividades desportivas de carácter informal (pátios desportivos, piscinas cobertas e descobertas, espaços urbanos e naturais para prática desportiva informal). As Desportivas de Base Formativa são concebidas para a educação desportiva de base, no âmbito do ensino e do associativismo desportivo (sala de desporto, pequenas academias e quadras polivalentes). Já as especializadas ou Mon disciplinares, tal como o nome indica, são concebidas e organizadas para determinadas actividades desportivas, (pistas de atletismo, quadra de ténis e de squash). Enquanto as Especiais para espectáculo desportivo são concebidas para a realização de manifestação desportiva, preparada para receber público, meios de comunicação social e equipamentos como meios indispensáveis aos níveis mais elevados da prestação desportiva (estádios, piscinas e pavilhão multiuso). 7.3.Génese da educação física Com a intencionalidade de ser breve em descrever a origem da Educação Física, optou-se por partir de sua evolução no continente europeu. Visto que segundo Soares (1994), é o contexto do século XIX que acontece grandes processos revolucionários, como a consolidação da revolução industrial que como consequência define as divisões de classe. Nesse ínterim de divisão de classe opressora e oprimida, fomentava-se a utilização do corpo na força de trabalho, Soares (1994, p. 9) fala que nesse contexto buscava-se a construção do “homem novo”, que cuidaria “igualmente dos aspectos mentais, intelectuais, culturais e físicos”. Nesse contexto a Educação Física surgiu como a alternativa necessária para a vida e na construção do homem novo, no campo, na fábrica, na família, na escola. Ainda com Soares (1994, p. 10) ”A Educação Física será a própria expressão física da sociedade do capital”. A Educação Física, assim como diversos seguimentos da sociedade sofre interferência com as estruturações e reestruturações das configurações da vida social. Referindo-se particularmente a reconfiguração no mundo do trabalho, Nozaki (2003), nos fala que, a partir do novo modelo de classificação para o mundo do trabalho e com as mudanças no campo educacional, nas busca de certificação de um “trabalhador de novo tipo”, observa-se a valorização de determinadas disciplinas escolares, mais direccionadas a constituição de conhecimentos necessários à colocação no mercado de trabalho, a exemplo da informática, com estas absorvendo cada vez mais investimentos, as disciplinas como Educação Artística e 11 Educação Física aparentam ser plenamente descartadas, passando a serem artigos de luxo na educação básica. 7.4.A importância da educação física escolar Vários são os conceitos de Educação Física Escolar encontrados na literatura, porém para o presente trabalho optou-se por seguir a linha de pensamento encontrado em Betti (2002; 2005), também relacionando com a ideia de Darido (2005), onde de acordo com suas concepções na cultura escolar, a Educação Física é uma disciplina que possibilita ao aluno conhecimento da Cultura Corporal de Movimento, como se relacionar com esse conhecimento de forma a buscar autonomia para a prática em sua vida dentro e fora do ambiente escolar. Pode-se perceber que através da Cultura Corporal de Movimento diversos assuntos podem ser trabalhados com os alunos nas aulas de Educação Física. A Educação Física escolar proporciona o primeiro contacto prático direccionado às funções biológicas do corpo, onde se podem trabalhar as funções motoras e cognitivas na prática, tratando de questões importantes ao desenvolvimento funcional humano. Pode-se então atribuir também a Educação Física Escolar, o desenvolvimento de funções fisiológicas; da coordenação motora Grossa, Coordenação motora Fina, envolvendo o corpo como um todo, auxiliando no desenvolvimento global do aluno. Algumas dessas actividades e seus benefícios tem seu valor reconhecido a tempos, como se pode observar no excerto de Barros (1972, apud Marques; Krug, 2008, p.5), as actividades de correr, saltar, arremessar, trepar, pendurar-se, equilibrar-se, levantar e transportar, puxar, empurrar, saltitar, girar, pular corda, permitem a descarga da agressividade, estimulam a auto-expressão, concorrem para a manutenção da saúde, favorecem o crescimento, previnem e corrigem os defeitos de atitudes e boa postura. Barros e Barros (1972 apud Balbé, 2008, p.4), nos apontam mais um caminho traçado por Educação Física escolar, que seria: Desta forma, o educador deve levar aos seus alunos actividades que permitam uma movimentação variada e exploradora do corpo e do próprio ambiente em que estão situados. Sempre adequados ao grau de desenvolvimento em cada etapa da vida escolar e faixa etária dando-lhes plena liberdade e espontaneidade de movimentos como saltar, correr, girar, arremessar, etc. Permitindo assim, vários benefícios como desinibição para participação das aulas, descarga de agressividade, manutenção da saúde e até corrigindo equívocos de atitude. 12 Acredita-se que as aulas de Educação Física devam ser ministradas de forma que se abra mais espaço para a participação actuante dos alunos, não tratando estes como meros “fantoches” dos professores, pois a Educação Física escolar, segundo Barros e Barros (1972 apud Marques e Krug, 2008, p.1), é o espaço para estimular a acção criativa do aluno. São nas aulas de educação física que o aluno tem um maior espaço para expressar sua criatividade, de forma prática e dinâmica, onde desenvolve o pensamento e as habilidades corporais de fundamental importância para realização das actividades do quotidiano dos seres humano. Segundo Melo (2010 apud Mattos; Neira, 2000, p.1), a Educação Física Escolar deve fazer o aluno compreender e conhecer o seu corpo como em sua totalidade, não apenas como um conjunto de ossos e músculos a serem treinados, porém com uma visão de totalidade do indivíduo que se expressa através do movimento, sentimentos e actuações no mundo. As aulas de Educação Física não são ou não devem ser o momento no qual o aluno irá se libertar das “obrigações” educacionais, bem definidas nas demais disciplinas, praticarem actividades corporais sem sentidos e descontextualizadas. Pois deve ser à hora de pensar essas práticas corporais como conteúdos definidos e estruturados, de maneira que desperte no aluno o senso crítico, que o leve ao conhecimento deixando de ser apenas um reprodutor de práticas corporais e sim parte para o que Betti (2005) chamou de “saber orgânico” que segundo o autor consiste em “associar organicamente o „saber movimentar-se‟, o „sentir movimentar-se‟ e o „saber sobre‟ esse movimentar-se”. 7.5.Prática Pedagógica A prática pedagógica trata-se de algo muito maior do que o simples fazer diário do professor, ela reflecte sua visão de mundo, de sociedade, de homem. Tudo isso contribui na acção de ensino no contexto escolar. Em consonância com Veiga (1992, p. 16) entendemos a prática pedagógica como “uma prática social orientada por objectivos, finalidades e conhecimentos, e inserida no contextoda prática social. A prática pedagógica é uma dimensão da prática social”. Outra visão de prática pedagógica aparece no trabalho de Nelisse, onde fala que é: 13 Um fazer ordenado que envolve professores e alunos no microssistema da sala de aula e exige um momento de planificação, interacção, avaliação e, finalmente, reflexão crítica da acção desenvolvida. (Nelisse, 1997, P.6). No olhar de Cruz (2005, p.192), discursar sobre a prática do professor no contexto escolar “exige que falemos de sujeitos que possuem um ofício, o saber de uma arte, a arte de ensinar, e que produzem e utilizam saberes próprios do seu ofício no seu trabalho quotidiano nas escolas”. 8. Metodologia 8.1.Tipos de pesquisa Segundo Gil (2007,p.17), ʺPesquisa é definida como o procedimento racional e sistemático que tem como objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. É dai que, a pesquisa pode ser: 8.2.Quanto aos objectivos Esta pesquisa, quanto aos objectivos será descritiva. Uma das suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Ex.: pesquisa refente a idade, sexo, procedência, eleição. De acordo com Ivala at al (2007,p.15), ʺ a pesquisa descritiva preocupa-se pela identificação dos factos que contribuem para a ocorrência dos fenómenos. Segundo o autor (Ibid.p.18), ʺ é o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade porque descreve a ocorrência dos factos ou fenómenos. 8.3.Quanto a abordagem Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis. Neste contexto a pesquisa a se realizar será do tipo qualitativo onde se privilegiará o contacto com as fontes de modo a facilitar o aprofundamento dos factos a serem investigados. 14 8.4.Quanto ao procedimento técnico As técnicas a serem usadas para a colecta de dados para esta pesquisa serão a entrevista, questionário, observação e consulta bibliográfica. A razão da escolha destas técnicas surge na sequência de o proponente a acreditar que com elas viria a coleccionar os dados necessários para a pesquisa e elaboração do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). 8.5.População e Amostra Segundo Gil (1995:91), população ou universo é o conjunto definido de elementos que possuem determinadas características. A pesquisa tem como universo, todas as cinco (5) escolas primárias completas visitadas na cidade de Nampula, nomeadamente EPC 25 de Junho, EPC 7 de Abril, EPC de Murrapaniua-2, EPC dos Limoeiros e EPC de Cossore 8.5.1. Amostra da pesquisa Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, serão envolvidas as pessoas restritas com base na acessibilidade, visto que todos os envolvidos na pesquisa serão elegíveis para apresentar o universo. Neste caso, a pesquisa tem como amostra 20 pessoas: 10 Em representação de cada uma das escolas anteriormente referida; 10 Aluno, sendo dois (2) para cada uma das escolas. Tabela 1: Amostra da pesquisa e técnica de colecta de dados Amostra Participante Local de pesquisa Técn. de colecta de dados 2 Professores EPC 25 de Junho Entrevista 2 Professores EPC 7 de Abril Entrevista 2 Professores EPC Murrapaniua-2 Entrevista 2 Professores EPC dos Limoeiros Entrevista 2 Professores EPC de Cossore Entrevista 2 Alunos EPC 25 de Junho Questionário 2 Alunos EPC 7 de Abril Questionário 2 Alunos EPC Murrapaniua-2 Questionário 2 Alunos EPC dos Limoeiros Questionário 2 Alunos EPC de Cossore Questionário Total de amostra: 20 Total de escolas: 5 Adaptado pelo autor, 2022. 15 9. Cronograma de actividades Actividades Período de execução (meses) Maio Junho Julho Agosto Visita ao local da pesquisa X Contacto com as fontes X Colecta de dados X Análise e compilação de Dados Elaboração do trabalho X Entrega do trabalho X Fonte: Autor (a),2022 10. Orçamento Nº de Ordem Designação Quantidade Preço (Mtn) Preço total 01 Resma de papel 1 250,00 250,00 02 Esferográfica 2 10,00 20 03 Lápis 1 5,00 5,00 04 Borracha 1 5,00 5,00 05 Corrector 1 20,00 20,00 06 Digitação 300,00 300,00 07 Impressão 200,00 200,00 08 Transporte 5 20 100,00 09 Pen drive 1 250 250,00 Total a pagar 1.145, 00 MT Fonte: Autor, 2022 16 11. Referências bibliográficas GIL, A.C. (2007). Como elaborar projectos de pesquisa. 4ª Edição, são Paulo: Atlas. 2007. IVALA, Adelino Zacarias. (2007). Orientação para elaboração de projectos e monografias científicas. Nampula, Universidade pedagógica. MINAYO, M.C.S. (2001).Pesquisa social: Teoria, Método e criatividade, Petrópolis: Vozes. BELEBONI, S. A. (2001). Qual é o Papel da Escola Frente as Dificuldades de Aprendizagem de Seus Alunos? São Paulo. BALBÉ. Giovane Pereira. (2011). Educação Física escolar: aspectos motivadores. BARROS, R. P. et al. (2001). Determinantes do Desempenho Educacional no Brasil: Pesquisas Planeamento Económico. BELTRAME, Muaria Bontorin; MOURA, Graziela Ribeiro Soares. (2011). Edificações escolares: infra-estrutura necessária ao processo de ensino e aprendizagem escolar. BETTI. Mauro. Zuliani, L. R. (2011). Educação Física escolar: uma proposta de directrizes pedagógicas. BETTI. Mauro. (1994). Educação física e sociedade. São Paulo: Movimento. CRUZ, G. (2011). A prática docente no contexto da sala de aula frente às reformas curriculares. PIRES, G. (2007). Agôn Gestão do Desporto, O jogo de Zeus. Porto: Editora Porto. MARQUES, Marta Nascimento; KRUG, Marília de Rosso. (2011).Educação física escolar: expectativas, importância e objectivos. MELO, Diogo Marques; SOUSA, Tiago António. SILVA, Bruno Emmanuel Santana. (2012). O conceito/ Olhar da Educação Física Escolar para alunos e professores: reflectindo sobre suas diversas faces. SOARES, Carmem Lúcia. (1994). Educação Física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores associados. VEIGA, Ilma. Passos Alencastro. (1992). A prática pedagógica do professor de Didáctica. (2.ed). Campinas: Papirus.
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