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PROJETO DE CENOGRAFIA E EVENTOSPROJETO DE CENOGRAFIA E EVENTOS HISTÓRIA DA CENOGRAFIAHISTÓRIA DA CENOGRAFIA Autor: Me. Laura Carol ina Oliveira Nobrega Revisor: Ana Caro lina INICIAR introdução Introdução O espaço cênico tem origem na Antiguidade e suas evoluções vão ao encontro das mudanças históricas e artísticas. Movimentos de arte, sociedade e a política pautaram as transformações do espaço cênico e in�uenciaram suas características. A história do teatro se mistura com a história da cenogra�a. Vale lembrar que cenogra�a não é sinônimo de espaço físico. Ela pode estar na rua, em um estádio, em ambientes públicos. Nesta unidade, iremos abordar e re�etir sobre momentos importantes para a história da cenogra�a e para compreendê-la como conceito hoje. Abordaremos aqui a história e características do teatro grego, romano, medieval, renascentista, elisabetano e barroco. Falaremos também sobre as vanguardas do século 20 e suas in�uências na cenogra�a. Os primeiros teatros foram concebidos ao ar livre. Na Grécia Antiga, os coros se davam em locais públicos. Após alguns anos o teatro começa a ser montado em madeira e pedras. Já no teatro romano vemos as grandes edi�cações construídas com a �nalidade teatral. Essas primeiras concepções teatrais foram importantes e in�uenciam o espaço cênico até a contemporaneidade. O Teatro Grego A civilização grega foi berço de vários sábios e �lósofos. Os gregos contribuíram e estimularam as áreas de artes, �loso�a e ciência. O teatro ocidental tem sua origem exatamente nesse período. Téspis (5 a.C.) foi o criador do teatro. Ele organizava coros a deuses mitológicos que corriam os espaços públicos da cidade de Atenas e entendeu que era difícil para a população contemplar o coro sem que pudesse enxergar tudo e criou degraus para que o povo pudesse ver melhor. Ainda, montou essa estrutura em uma praça, porém compreendeu logo As Origens do TeatroAs Origens do Teatro depois que seria melhor construir em outro local, pois estava atrapalhando a organização e o andamento da cidade. Levou seus coros para os templos, mas ainda assim percebeu que não seria a melhor solução. Téspis tentou, então, encontrar um local, perto da cidade, que tivesse um espaço ideal. Constrói então em uma pequena colina os degraus de madeira e deixa uma parte central para que o coro �casse isolado às outras pessoas. Vemos nessa simples história o surgimento do teatro – a estrutura, o público e o protagonismo. A documentação do Papiro do Ramesseumn e as indicações da Estela de Metternich apresentam a utilização do espaço direcionado e servindo de apoio ao ritual. O espaço, até então, não era interpretado através de um projeto dirigido para torná-lo completamente integrado à encenação. O Theaomai, ou Theatron – “lugar de onde se vê” - será o primeiro vestígio de um espaço criado especialmente para a realização de um espetáculo (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 20). Os autores contam que Téspis atuou também em outras cidades e que levava seus materiais em uma carroça e a cenogra�a era colocada em um tablado. Campello Neto e Viana (2010, p. 20) colocam que o cenário era construído por telões pintados em tecido ou couro e que iam mudando conforme o decorrer da história. O teatro grego tinha formato trapezoidal e era grande. Os degraus abrigavam multidões para assistir espetáculos dos mais variados, que iam desde ritos religiosos até comemorações civis. Figura 2.1 - Disposição de um teatro grego Fonte: Bibi Saint-Pol / Wikimedia Commons. Como pode ser visto na �gura 2.1, a disposição de um teatro grego se dava pela divisão entre Koilon, Skene e Orquestra: Koilon : Degraus divididos em setores. Era onde o público se organizava para ver o espetáculo. Skene : Era uma estrutura de madeira e tecido construída atrás da fachada. Os atores utilizavam esse espaço para se arrumar. Posteriormente, ela tomará formas diferenciadas quanto ao gênero teatral. Orquestra : Local onde o coro, ou seja, o protagonista ocupava. Era pelo Paradoi que ocorria a entrada dos atores e o Proskenion é o “palco”. Nesse período, a cenogra�a era baseada em templos e tendas com alguns efeitos dentro do espetáculo. Tais efeitos foram atribuídos à Sófocles, que introduziu a pintura dos cenários e as trocas de cenogra�a. Segundo Cyro Del Nero citado por Latorre e Malanga (2013, p. 2) “A cenogra�a nasce no século V a.C. e tem como responsável Sófocles. Desenhos nas tendas onde os atores se trocavam dão o pontapé inicial para a criação da cenogra�a”. As pinturas eram incorporadas no cenário no formato de painéis que eram produzidos para os espetáculos. O teatro grego possuía três gêneros: cômico, trágico e satírico. Campello Neto e Viana (2010, p. 23) nos mostram que cada gênero possuía um estilo de cenogra�a. Quando comédia eles buscavam retratar locais comuns, por exemplo, a casa do personagem, a cidade, uma praça ou o campo. Já em tragédias eles se utilizavam de uma fachada. Quando satírico o cenário se dava por uma paisagem. Além dos painéis os gregos se utilizavam também de outros recursos como dispositivos mecânicos incorporados à cenogra�a. Campello Neto e Viana (2010, p. 23) nos revelam a utilização de Ekkyklemas, Mechanè, Theologhèion, Brotèion, Keraunoscopèion, entre outros. Ekkyklema , ou ekiclema, era uma plataforma móvel que tinha o objetivo de mostrar uma cena ocorrida no interior de um edifício. Segundo Latorre e Malanga (2013, p. 6) o ekiclema “Deve datar do século V a. C. e uma de suas possibilidades era revelar o interior do palácio, gruta ou um templo”. O Mechanè , ou mecane, que pode ser visto à esquerda da ilustração, era utilizado para que atores ou objetos voassem. Já o Theologhèion , ou teologeion, é a plataforma de madeira mais alta e era utilizada para apresentar um personagem muito importante em lugar muito alto. Campello Neto e Viana (2010, p. 24) colocam que “O Brotèion simulava trovões e os Keraunoscopèion , uma espécie de lanterna mágica para as lâmpadas que mostrava aos espectadores o outro lado da cidade.” Os gregos já se utilizavam também de escadarias móveis, palcos giratórios, gruas, túneis e fogos de artifícios. É interessante notar que o �gurino já fazia parte da cenogra�a desde o teatro grego. Os símbolos do teatro grego são as máscaras que eram utilizadas na época por cada gênero já mencionado. Como a Orquestra �cava longe do público as máscaras tinham o objetivo de mostrar as expressões faciais dos personagens. O Teatro Romano A história do teatro romano se entrelaça com a história da humanidade. Os romanos dominaram a Grécia após as guerras púnicas. Contudo, os romanos descobriram no teatro grego uma forma de dominação do público, ou seja, das massas. O Império Romano se caracterizou por um período de diversos acontecimentos culturais e políticos. Sendo uma civilização muito cosmopolita, os romanos eram muito desiguais. Em geral eles não vivam em boas condições: havia uma minoria rica que explorava os trabalhos do restante da população. Urssi (2006, p. 25) coloca que “O teatro romano se fundamentou pelo mote político panem et circenses – pão e circo – e herdou as principais características do teatro grego”. Como mencionado, havia uma divisão na sociedade romana, ou seja, a maioria pobre trabalhava para a minoria rica. O teatro foi utilizado para evitar possíveis con�itos sociais através da política do pão e circo. Os ricos “patrocinavam” batalhas para que o povo pudesse se divertir. O teatro passa a ser um lugar para �ns de diversão. Latorre e Malanga (2013, p. 9) a�rmam que “Agora o que importava era o espetáculo e não a ideia e a re�exão contidas nele”. O teatro romano foi baseado no grego. Ele era formado por um semicírculo. Latorre e Malanga (2013, p. 9) salientam que os teatros Eram feitos a partir de um semicírculo perfeito, que desembocava logo no limite onde se iniciava o espaço da cena. Com isso fechava- se a passagem entre o palco e o auditório. A elevação do palcoe a profundidade eram maiores que no teatro grego. Em geral, eles eram bem grandes. O Teatro de Marcello, por exemplo, tinha a capacidade de abrigar 14 mil pessoas. Figura 2.2 - Teatro de Marcello Fonte: Tm / Wikimedia Commons. Uma diferença importante entre o teatro grego e o romano é de que o romano é caracterizado por suas construções em terrenos planos através de pedras e alvenaria. As construções primitivas deram lugar a edifícios projetados. saiba mais Saiba mais O Coliseu é o maior símbolo da civilização romana. Mas você sabe para que �nalidade ele foi construído? Ele era reservado para combates entre gladiadores e animais selvagens. Não se sabe quem projetou o Coliseu, porém sua construção é monumental. Ele possui 48,5 metros de altura. Fonte: Vasconcelos (2018). Outro elemento importante de ser citado é a separação entre classes sociais feita no teatro. O público �cava organizado de maneira distinta: “Era dividido por classes sociais, onde os melhores lugares eram reservados para uns poucos privilegiados” (MANTOVANNI apud LATORRE; MALANGA, 2013, p. 9). Uma mudança interessante ocorrida na Roma Antiga referente à cenogra�a foi a incorporação das famosas cortinas frente ao palco. Atualmente, as cortinas se abrem para as laterais, porém no teatro romano as cortinas desciam até o chão. Outra curiosidade é a de que na Roma Antiga “os atores eram recrutados entre escravos e considerados infames” (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 35). Na Grécia Antiga, apenas os homens poderiam atuar, porém na Roma Antiga as mulheres já podem interpretar personagens. Na decadência do Império Romano, pode ser evidenciada uma mudança em relação ao teatro. Vem para o teatro, importado do circo, o gosto do sangue e da tortura. Muitas são as narrativas de espetáculos que chegam a um realismo que provoca o derramamento de sangue, ou algo como um condenado à morte que substituiu um ator e teve sua mão queimada diante do público (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 38). Diversos gêneros teatrais foram substituídos pela dança e pela pantomima. A Igreja acaba por colocar o teatro como imoral e busca meios para denunciá- lo. Por �m veremos sua reformulação, feita pela Igreja, durante a Idade Média. praticar Vamos Praticar Leia o trecho abaixo: O edifício teatral romano era construído em terreno plano em pedra e alvenaria, característica diferenciadora principal do modelo grego, dentro do perímetro da urbs romana. A plateia, que simula a mesma inclinação do theatron grego com os degraus da arquibancada, passa a ser construída sobre abóbadas de pedra e seus assentos são ocupados hierarquicamente pelo público (URSSI, 2006, p. 25). URSSI, N. J. A linguagem cenográ�ca . Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. De acordo com o texto e com as informações obtidas, está correto o que se a�rma em: a) A orquestra é a única área que não se transforma se compararmos o teatro grego ao romano. b) As estruturas físicas dos teatros grego e romano são iguais. c) Só houve mudanças em relação à estrutura física do teatro grego ao teatro romano. d) No teatro romano, a orquestra é dividida entre as classes sociais. e) No teatro grego, a arquibancada era plana. A Idade Média tem início a partir da queda do Império Romano em 476 d.C. Esse período é marcado pela estrutura do feudalismo e pelo domínio da Igreja Católica. Ela dominava o cenário religioso e in�uenciava o modo de pensar e o comportamento da sociedade. Em relação ao teatro medieval, é possível dizer que a Igreja Católica também teve grande in�uência. No início, o espaço utilizado para encenações eram justamente as igrejas. Muitas vezes as encenações do teatro medieval eram retiradas e/ou baseadas em história da Bíblia. “Não foram construídos teatros em pedra ou tijolo na Era Medieval porque o desenvolvimento do teatro não requeria uma instalação com as características de outrora” (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 35). Os autores colocam que o teatro medieval existiu como uma continuação do teatro clássico. O teatro medieval pode ser resumido em apresentações religiosas (mistério, milagres e moralidades), eruditas, populares e profanas. Temos registros também de jograis sendo realizados na Idade Média por trovadores. O Teatro MedievalO Teatro Medieval As histórias bíblicas vão ser a instrução para o povo. Os autores colocam que [...] a fundação do novo teatro estava baseada na necessidade de emocionar as multidões crédulas, no desejo de apresentar cenas tradicionais, no gosto de encarnar personagens de importância, no prazer de assistir a uma ação heróica e, acima de tudo, de participar desses acontecimentos tão grandiosos (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 43). A população tomou gosto pelos espetáculos e os coros saíram das igrejas para as praças públicas. Havia representações dos mistérios e milagres tradicionais em diversas cidades. Latorre e Malanga (2013, p. 11) a�rmam que os espetáculos “contavam a vida de santos, ou o caminho tortuoso de simples mortais pecadores para chegar ao céu, ou terem seu futuro reservado ao inferno.” Os cenários medievais eram construídos por diversas pessoas. Eles buscavam efeitos no decorrer das cenas. Os mestres cênicos medievais desenvolveram técnicas especí�cas às exigências de cada auto e lugar destinado à representação. Seu sistema cênico era composto de diversos palcos construídos em carros, plataformas e tablados de madeira onde os cenários eram montados em sequência conforme o conteúdo religioso de cada auto. As imagens, bem como os cenários, eram o principal meio de informação para a abrangente população analfabeta medieval (URSSI, 2006, p. 28). Os cenários eram articulados e efeitos eram criados através de portas, rampas, colunas e escadarias. Campello Neto e Viana (2010, p. 46) a�rmam que pintores �zeram ilustrações, quadros e afrescos em colaboração à cenogra�a para teatros medievais. Ao longo dos anos, o teatro medieval tornou-se cada vez mais popular e as apresentações se tornaram mais leves e menos ligadas à Igreja. Cenas do cotidiano vão sendo adicionadas às encenações. Berthold citado por Urssi (2006, p. 27) mostra que, por conta da festa de Corpus Christi, o carro-palco foi montado. Várias celebrações e procissões foram feitas em toda a Europa. Segundo Urssi (2006, p. 29), Palhaços, bufões, comediantes e domadores de animais atuavam em palcos improvisadamente montados sobre carroças, os cenários quase inexistiam, e deslocavam-se de uma praça à outra. Na itália estas troupes deram origem à Commedia dell’arte. Os carros-palcos eram montados e iam andando pela cidade, passando de comunidade em comunidade para que todos pudessem ver o espetáculo. Esse tipo de instalação é realizado até os dias atuais. praticar Vamos Praticar Leia a citação a seguir: Empregavam-se muitos truques e muitas máquinas nas representações. Foram encontrados espalhados por diversos livros de cenógrafos Figura 2.3 - Teatro medieval - Encenação de La farce de maítre Pathelin Fonte: Guise / Wikimedia Commons. italianos, do século XV, muitos exemplos de como fazer os carros e navios andarem em cena, as portas do inferno se abrirem - surgindo vários demônios – como realizar as trovoadas, os sóis, os clarões, as chamas (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 49). CAMPELLO NETO, A. H.; VIANA, F. Introdução histórica sobre cenogra�a : os primeiros rascunhos. São Paulo: Fausto Viana, 2010. O trecho mostra como se davam as encenações no período medieval. Sobre o cenário medieval é correto a�rmar que: a) Os cenários medievais eram construídos por um cenógrafo. b) As encenações medievais ocorriam no interior de grandes construções. c) Foram construídos inúmeros teatros monumentais na Idade Média. d) As encenações eram feitas dentro de igrejas e em praças públicas através de carros-palco. e) As encenações ocorriam apenas em praças públicas. Passando pela Idade Média, dá-se início ao período renascentista.Algumas manifestações teatrais renascentistas ainda tinham semelhanças com o teatro medieval, porém, no decorrer dos anos, o teatro renascentista irá buscar inspirações no período greco-romano. O teatro elisabetano tinha como foco a história a ser contada e o despertar da imaginação do espectador, ou seja, a atenção estava mais voltada ao ator e à representação. Já no período barroco vemos o oposto, sua principal característica é a extravagância, o brilho, palcos ricos em detalhes e coreogra�as. O Teatro Renascentista No século 16, mais especi�camente na Itália, berço do Renascimento, foram desenvolvidos vários tipos de manifestações teatrais, se distanciando cada vez mais das origens medievais. Um bom exemplo desse fato é o desaparecimento gradual das representações religiosas, as quais foram substituídas por inúmeros gêneros de representações teatrais. O Teatro Renascentista,O Teatro Renascentista, Elisabetano e BarrocoElisabetano e Barroco Segundo Latorre e Malanga (2013, p. 12), diante do desaparecimento das in�uências religiosas no teatro, o teatro profano voltou a ser realizado, inicialmente nos palácios reais, cujo público se resumia aos membros da realeza e da nobreza. Grande parte das in�uências do teatro renascentista veio dos teatros romanos e gregos, surgindo, portanto, grandes escritores eruditos que escreviam tragédias e comédias. Contudo, de acordo com Campello Neto e Viana (2010, p. 57), “esses trabalhos literários não conseguem ultrapassar o interesse de certos círculos estreitos, e suas representações não despertam nenhuma emoção entre o público burguês ou popular”. Essa ausência de interesse do público é superada pelos espetáculos de comédias teatrais as quais possuíam brilho e ornamentações ricas e coloridas que despertavam o deslumbre do público, além disso, nesse período ocorre o nascimento de balés teatrais, os quais consistiam numa história escrita, mas que era coreografada com uma suntuosa cenogra�a, para lhes auxiliar nos espetáculos. Nessa época também começa a se manifestar a segregação de classes sociais dentro do próprio espaço teatral, havendo no teatro espaços reservados especialmente para a burguesia e para a nobreza, conforme explicam Latorre e Malanga (2013, p. 12). A �m de que ocorresse a representação teatral desse novo tipo de espetáculo, eram construídos teatros inteiros, provisoriamente em madeira, os quais eram demolidos após a realização do espetáculo, conforme explicam Campello Neto e Viana (2010, p. 58). As características desses edifícios teatrais [...] apresentam uma divisão em partes destinadas ao público e à parte da cena propriamente dita. Para o público, uma arquibancada em semicírculo em torno de um espaço vazio (plateia), que era destinado aos assentos das personalidades de alta importância. Pouco abaixo dos lugares nobres, uma passagem que separava o público do proscênio conduzia às portas de acesso. Em frente à arquibancada e à plateia, o palco. O palco era dividido em duas partes: a parte plana (o proscênio), usado para a interpretação e a parte inclinada onde seriam colocados os cenários com aberturas, por onde entrariam os atores (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 58-59). Há uma grande semelhança entre os teatros da antiguidade com os do Renascimento, que era a paisagem usada na cenogra�a, a qual se utilizava de ambientes naturais como jardins com inúmeras árvores, ambientes rochosos, área de montanhas e planas, o que diverge totalmente dos cenários usados na Idade Média, pois neste não havia um cenário �sicamente exposto, mas era apenas representado por seus atores. Basicamente, o Renascimento é o período que, segundo Campello Neto e Viana (2010, p. 61), “marca a transição da cenogra�a medieval para a do pré- clássico e do classicismo propriamente dito”. A diferença está no fato de que na Idade Média o cenário era montado com poucos elementos e afastado dos espectadores, deixando com que estes usassem a sua imaginação para preencher o cenário com os elementos presentes na paisagem, ao passo que no Renascimento o cenário é montado com características devidamente de�nidas. Uma grande in�uência na cenogra�a de teatros nesse período foi Serlio (1475-1554), que desenvolveu diversos trabalhos cenográ�cos na Itália e na França, o qual foi para lá a convite do próprio rei Francisco I de Valois. Nessa época, os cenários eram construídos em madeira, tecidos e pintados com o objetivo de demonstrar um ambiente natural. Além disso, eram usadas esculturas feitas de gesso e cornijas e outros elementos feitos por talha de madeira. No Renascimento, foram instaurados cenários com três dimensões, dando uma sensação de profundidade ao espectador, o que não era feito até este momento, por meio de construção de casas de diversos tamanhos, pinturas de telões ao fundo da cena, entre outros. O Teatro Elisabetano Ao contrário do que muitos podem pensar, a estrutura do teatro elisabetano teve sua origem na França, e consistia numa montagem cenográ�ca muito simples, sem todos os detalhes apresentados no período renascentista. Contudo, esse período teatral teve seu apogeu na Inglaterra, durante o reinado da rainha Elizabeth I, a qual estava à disposição dos escritores e poetas ingleses. De acordo com Campello Neto e Viana (2010, p. 75), o teatro elisabetano é a junção da poesia com a arquitetura e que “se apresentava como uma vasta construção circular ou poligonal rodeando um espaço vazio aberto por onde se via o céu”. O círculo ou polígono era construído através de galerias que recebiam as pessoas de classe social mais elevada, como a nobreza e a burguesia. Ao passo que a população de menor classe social �cava comprimida em pé, embaixo das galerias da burguesia. Conforme dispõe Urssi (2006, p. 29), o palco �cava numa posição um pouco mais elevada do espaço destinado à população mais pobre e no meio de duas colunas que sustentam “uma cobertura de ‘duas águas’, onde várias cenas podiam ser representadas simultaneamente”. O palco não possuía muito detalhes cenográ�cos, tanto que apenas utilizava poucos móveis para a sua decoração. Tais características podem ser evidenciadas na ilustração a seguir: Figura 2.4. Teatro estilo elisabetano Fonte: Michael Hurst / Wikimedia Commons. Ou seja, tratava-se de uma estrutura muito simples feita de madeira, que diversos escritores e poetas, como Shakespeare, Marlowe, Ben Johnson, entre outros, animaram esses espaços com um texto rico e colorido que foca na história dos personagens, a qual desperta grandemente a imaginação de seus espectadores. O Teatro Barroco Latorre e Malanga (2013, p. 15-16) a�rmam que no período barroco iniciou-se a “festa”, na qual diversos eventos, como coroações de reis, funerais e celebração de datas importantes apresentavam uma grandiosidade em sua representação, sendo essa característica transportada para o teatro. A partir do século 17, o teatro barroco �cou caracterizado por apresentar um gigantismo nas cenogra�as que eram criadas, ou seja, todo elemento cenográ�co tinha que representar o esplendor dessa época. A família Galli Bibliena é considerada a maior personi�cação da cenogra�a do século 18. Eles eram responsáveis pela cenogra�a de teatros em diversos locais da Europa: Paris, Lisboa, Londres, Berlim, entre outros. Não só isso, eles também foram responsáveis pela construção de inúmeros teatros na Áustria, Alemanha, Itália e França. Dessa família, o que teve mais destaque foi Ferdinando Galli Bibliena. Ele alterou a disposição dos cenários, principalmente por separar o palco do restante do auditório, e buscava sempre maiores palcos que fossem capazes de comportar as suas edi�cações cenográ�cas. Conforme expõe os autores, [...] o palco que é visto pelo espectador tem as mesmas medidas embaixo, em cima e nas laterais, como se existissem cinco palcos, em que um é visível e quatro não. Ele é feito assim para permitir a utilização de máquinas cênicas e para a mudança rápida de cenários,que podem subir, descer ou entrar pelas laterais. O palco é uma caixa mágica (MANTOVANI apud LATORRE; MALANGA, 2013, p. 16). Nos cenários de Ferdinando, o efeito que era mais utilizado era um fundo de cenário que estava pintado, levando os olhares do público para outra dimensão, sendo que logo à frente �cavam os atores encenando. No período do Barroco, foi introduzida a assimetria nos desenhos de cenários, os exageros, os luxos, o ouro, as colunas em parafuso, entre outros, além disso, esses elementos se misturavam ainda com a utilização de esculturas em alto relevo, dando a impressão de mobilidade, mesmo numa cenográ�ca estática. Esse estilo de cenogra�a teatral se perpetuaria no decorrer do século 18, passando pelo século 19, exercendo uma forte inspiração para novos projetos cenográ�cos desses séculos. praticar Vamos Praticar Leia a citação a seguir: O espaço cênico da Renascença retornou aos princípios de harmonia clássica da arquitetura Greco-romana proposta por Vitrúvio no quinto livro da obra ‘De Architectura’ sobre o ofício do projeto para teatro. O Teatro Olímpico, Vicenza 1585, é um dos melhores exemplos de teatro renascentista (URSSI, 2006, p. 30). URSSI, N. J. A linguagem cenográ�ca . Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. A respeito dos estilos teatrais no período pós Idade Média, que vai do Renascimento, passa pelo período Elisabetano, até o Barroco, analise as a�rmativas a seguir e assinale V para a(s) Verdadeira(s) e F para a(s) Falsa(s). I. ( ) O teatro renascentista é reconhecido por ter quebrado qualquer barreira com as in�uências medievais. II. ( ) A principal característica do teatro elisabetano é o seu exagero de detalhes, a �m de realmente demonstrar a era de ouro vivida na Inglaterra sob o reinado de Elizabeth I. III. ( ) A família Galli Bibliena representa os maiores artistas cenográ�cos do período barroco. IV. ( ) O teatro renascentista possui vasta inspiração dos teatros gregos e romanos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a) F, F, V, V. b) F, V, V, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) V, F, V, F. A invenção do cinema e da televisão muda os rumos da cenogra�a no mundo todo. A cenogra�a se vincula fortemente à fotogra�a e à iluminação. O trabalho do cenógrafo é ampliado para tais áreas e desa�os aumentam. “A cenogra�a cinematográ�ca surge como simples apoio às histórias primitivas da sétima arte. [...] Ao longo do tempo, os cenários do cinema passam a ter uma posição mais marcante, inspirados nas correntes cênicas” (CAMPELLO NETO; VIANA, 2010, p. 150). A cenogra�a cinematográ�ca exige aspectos técnicos diferentes da cenogra�a teatral tanto em relação à técnica quanto em relação à iluminação, por exemplo. O cenógrafo tem um desa�o pela frente: uma mudança drástica no olhar e adaptações a serem desenvolvidas. Para Urssi (2006, p. 58) “O movimento trouxe a possibilidade de se observar o cenário de diversos ângulos e em seus detalhes”. O cinema trouxe a busca por efeitos nunca antes nem pensados para o teatro. Século 20: relações entreSéculo 20: relações entre as vanguardas artísticas eas vanguardas artísticas e o teatroo teatro Expressionismo O Expressionismo foi um movimento artístico que ocorreu por volta de 1905 e 1914. Através do expressionismo os artistas buscavam expressar seus sentimentos, ou seja, o valor emocional era sobreposto ao valor racional. Pintores expressionistas ao negar o passado buscavam retratar a natureza de maneira caricatural, ou seja, estilizada. Tais técnicas eram utilizadas para transmitir emoções por meio das imagens. Eles tinham preferência pelo sombrio. Tais características in�uenciaram o cinema expressionista. O cinema expressionista alemão traz �lmes que expressavam a consciência coletiva da época. A cenogra�a expressionista não considerava o cenário propriamente um lugar, os cenógrafos buscavam atmosferas. Tais cenários, muitas, vezes se pautavam pela luz, cor e elementos arquitetônicos em planos não tão comuns. Figura. 2.5 - Cenas do �lme O Gabinete do Dr. Caligari Fonte: Scewing / Wikimedia Commons. Silva (2006, p. 7) nos conta que o �lme O Gabinete do Dr Caligari, com direção de Robert Wiese, é um exemplo de �lme feito a partir do Expressionismo. O autor conta que o cenário era assimétrico: ruas e casas pareciam tortas, exagero de luz e sombra etc. Todos esses elementos traduziam a mentalidade dos personagens e seus estados emocionais. Urssi (2006, p. 52) a�rma que “Os expressionistas visaram não menos que a regeneração espiritual do ser humano e exploraram intensamente as possibilidades do palco moderno e do novo meio que se a�rmava, o cinema”. O autor diz ainda que os cenógrafos expressionistas trabalhavam elementos – planos, horizontes, vocabulário grá�co – a �m de buscar efeitos dramáticos para as cenas. Futurismo O manifesto futurista foi escrito por Marinetti em 1909. Nele o movimento rompia com os movimentos artísticos passados e dava ênfase à relação do homem com a máquina, à velocidade e ao movimento. Tais valores vinham do tempo histórico e das novas prospecções para o século 20. Cada vez mais o homem pensava em tecnologia, na indústria e nas inovações. O artista ref l ita Re�ita A construção de cenários no cinema é feita, em sua maioria, em estúdios fechados. Isso proporciona ao cenógrafo certa liberdade. Baratto (2017) dá como exemplo exatamente o �lme expressionista alemão O Gabinete do Dr. Caligari de Robert Wiese. O espaço cênico, com uma arquitetura distorcida, traz novos ângulos, planos e jogos de luz, dando vasão à narrativa misteriosa e inusitada do �lme. Segundo Baratto (2017, on-line), “Os espaços arti�ciais do expressionismo alemão, com seus ângulos, sombras e perspectivas forçadas geram tensão e deformam a percepção humana”. Fonte: Baratto (2017). futurista tinha o objetivo de captar formas plásticas e utilizá-las, dando alusão ao movimento e à velocidade. Tinterri (2010, p. 4) coloca um bom exemplo de cenogra�a futurista feita por Balla em 1917. Feu d’arti�ce, de Stravinsky, mostra inovações em relação à luminotécnica. Para o autor a cenogra�a foi protagonista absoluta. Em relação à cenogra�a as propostas eram efeitos cromáticos e novamente a ideia de movimento. Além disso, o cenógrafo futurista acreditava que a plateia poderia fazer parte da cena. A participação e visão da plateia eram limitadas, eles acreditavam que uma solução para esse problema seria a plateia fazer parte do espetáculo e entrasse em ação no palco. Isso daria a mesma importância dos atores para os espectadores no espetáculo. Esse movimento de expandir a participação era re�exo do princípio de direitos iguais, forte do movimento futurista (MAIA; MUNIZ, 2018, p. 9). As cenas estáticas seriam substituídas por elementos luminosos e que se movimentassem. Segundo Tinterri (2010, p. 5) o manifesto A atmosfera cénica futurista foi publicado em 1924, por Prampolini. Esse manifesto orientaria as produções cênicas futuristas. Nesse manifesto, Prampolini proclama o que ele chama de “espaço como uma individualidade cénica”. “Num aspecto especí�co o Futurismo antecipa técnicas inovadoras, como o happening, quando sai do espaço do teatro convencional para transferir a sua acção para as galerias de arte contemporânea” (TINTERRI, 2010, p. 3). Bauhaus A Bauhaus foi a primeira escola de design do mundo. Fundada em 1919, na Alemanha, ela tinha como �loso�a uni�car disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e design aos fazeres manuais, tapeçaria e artesanato. A Bauhaus acabou se tornando muito mais que uma escola. Hoje, ela tem uma enorme importância e in�uência e se tornou sinônimo de um grande movimento artístico. Os artistas pregavam a ligação entre o artesanato e a arte, tinham in�uência do construtivismo e pensavam na funcionalidade de um produto. A Bauhaus provou que a preocupação com a funcionalidade deum produto não impede do mesmo de ter boa aparência e ser divertido. A forma segue a função era um de seus princípios. Figura 2.6. Balé Triádico de Schlemper Fonte: Goesseln / Wikimedia Commons. O teatro da Bauhaus foi marcado pelo abstrato, uso de formas geométricas e pela relação entre os corpos dos atores e o lugar. Schlemper, professor da Bauhaus, cria o famoso “Balé Triádico” no ano de 1922. “Os estudos de Schlemper o afastaram das representações realistas, suas ideias idealizavam novo ser humano” (URSSI, 2006, p. 55). Em seus estudos, o professor se utilizava das formas geométricas para restringir movimentos livres do corpo humano. praticar Vamos Praticar ) Leia o trecho a seguir: A realidade aumentada é uma grande aliada para expandir as sensações em espetáculos, como em shows, cinemas, televisões, apresentações de dança e musicais. Porém, especialmente para o teatro, onde há a forte presença do ator, a realidade aumentada entra como uma ferramenta de amplitude ao permitir a comunicação entre os personagens do mundo real com seres e objetos do mundo virtual, possibilitando a interação e hibridização dos ambientes (MAIA; MUNIZ, 2018, p. 10). MAIA, H. G.; MUNIZ, E. S. Novos caminhos para a cenogra�a diante da evolução tecnológica: o teatro e a realidade aumentada. Rev. Tecnologia , Fortaleza, v. 39, n. 1, 2018. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/tec/article/view/6706 . Acesso em: 17 nov. 2019. O texto aborda a questão da utilização da realidade aumentada na cenogra�a. A busca do cenógrafo pela participação da plateia no espetáculo tem início no(a): a) Futurismo. b) Renascimento. c) Bauhaus. d) Expressionismo. e) Barroco. https://periodicos.unifor.br/tec/article/view/6706 indi cações Material Complementar L I VRO Narrativa cinematográ�ica: contando histórias com imagens em movimento Jennifer Van Sijll Editora: WMF Martins Fontes ISBN: 8546901376 Comentário: o livro traz re�exões práticas sobre a linguagem do cinema. Jennifer Van Sijll pega exemplos ao longo da história do cinema e comenta como as imagens podem originar sentimentos ao espectador. A autora fala sobre 100 “convenções” utilizadas pelo cinema, dentre elas temos alguns exemplos como: efeitos sonoros, transições de cena, espaço, dentre outros. É um ótimo livro para mergulhar e perceber o cinema como linguagem e nos fazer re�etir sobre o assunto. F I LME Shakespeare apaixonado Ano: 1998 Comentário: o �lme conta uma história �ctícia de um astro do teatro, que está sofrendo um bloqueio criativo e conhece uma jovem que deseja ser atriz. A história se passa no século 16, época em que uma mulher não poderia ser atriz. Os dois vivem uma história de amor. O �lme é interessante, pois retrata como era o teatro elisabetano. TRAILER conclus ão Conclusão Foi possível observar, no conteúdo, que a cenogra�a sofreu diversas mudanças ao longo da história. Vemos que, hoje, ela é fruto de várias transformações na sociedade e nas encenações entre as pessoas. O teatro clássico nos trouxe a primeira ideia do que seria o cenário como temos hoje. Passando por outros movimentos vemos que a cenogra�a foi in�uenciada pela mitologia e pela Igreja Católica. Além disso, vimos que o cenário luxuoso nem sempre é o objetivo de um cenógrafo. Já as vanguardas do século 20 nos apontam para o futuro: um cenário inovador, imersivo e interativo. A função do cenário pode ter mudado ao longo dos anos, porém, seu objetivo sempre é fazer parte da encenação e associar-se à interação entre o espectador e o espetáculo. re f erências Referências Bibliográ�cas BARATTO, R. Como a arquitetura fala com o cinema. Archdaily , mar. 2017. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/867865/como-a-arquitetura- fala-com-o-cinema . Acesso em: 28 nov. 2019. https://www.archdaily.com.br/br/867865/como-a-arquitetura-fala-com-o-cinema CAMPELLO NETO, A. H.; VIANA, F. Introdução histórica sobre cenogra�a : os primeiros rascunhos. São Paulo: Fausto Viana, 2010. CERRI, V. C. Os aparelhadores de cenas e a preceituação da prática cênica : uma re�exão sobre a obra de Sebastiano Serlio. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. LATORRE, A. S. C.; MALANGA, E. B. Cenogra�a: uma história em construção. Arterevista , v. 1, n. 1, p. 1-25, jan.-jun. 2013. MAIA, H. G.; MUNIZ, E. S. Novos caminhos para a cenogra�a diante da evolução tecnológica: o teatro e a realidade aumentada. Rev. Tecnologia , Fortaleza, v. 39, n. 1, 2018. Disponível em: https://periodicos.unifor.br/tec/article/view/6706 . Acesso em: 17 nov. 2019. SILVA, M. O cinema expressionista alemão. Revista Urutágua , Maringá, ago./set./out./nov. 2006. Disponível em: http://www.urutagua.uem.br/010/10silva.htm . Acesso em: 28 nov. 2019. TINTERRI, A. Futuristas na ribalta: dos joelhos para baixo. Sinais de cena , n. 13, jun. 2010. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/sdc/article/view/13228 . Acesso em: 28 nov. 2019. VASCONCELOS, Y. O que foi o Coliseu de Roma? Superinteressante , jul. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o- coliseu-de-roma/ . Acesso em: 28 nov. 2019. URSSI, N. J. A linguagem cenográ�ca . Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. https://periodicos.unifor.br/tec/article/view/6706 http://www.urutagua.uem.br/010/10silva.htm https://revistas.rcaap.pt/sdc/article/view/13228 https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-o-coliseu-de-roma/
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