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TEMA 8

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- -1
SINTAXE DO PORTUGUÊS II
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS 
REDUZIDAS
- -2
Olá!
Nesta aula, veremos, primeiramente, duas importantes distinções: a diferença entre uma oração coordenada
explicativa e uma oração subordinada adverbial causal e a diferença entre uma oração coordenada adversativa e
uma oração subordinada adverbial concessiva. Depois, veremos as diversas formas assumidas por uma oração
adverbial quando aparece sob a forma reduzida e o estatuto da correlação, mais uma polêmica nos estudos
gramaticais.
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Diferenciar a oração coordenada explicativa da oração subordinada adverbial causal;
2 - Distinguir entre oração coordenada adversativa e a oração subordinada adverbial concessiva;
3 - Identificar e classificar as orações subordinadas adverbiais reduzidas;
4 - Compreender a polêmica sobre o estatuto da correlação.
Na aula passada, estudamos as orações subordinadas adverbiais desenvolvidas. Antes de passarmos às orações
subordinadas adverbiais reduzidas, vamos esclarecer algumas dúvidas frequentes.
1 Oração subordinada adverbial causal e oração 
coordenada sindética explicativa
Primeiro, vamos refletir sobre a causal e a explicativa: por que é tão comum confundir essas duas orações?
Porque há conjunções de ligação comuns: que, porque, pois, porquanto.
Exemplo 1 - Alguns autores como Henriques (2010) falam da questão do tempo e afirmam que, em uma oração
causal, a oração adverbial tem anterioridade temporal, ou seja, o fato, nela expresso, aconteceu antes do que o
fato que temos na oração principal.
Exemplo: Ele estava feliz .porque seu filho tinha passado no Vestibular
Exemplo 2 - Kury nos fornece outras dicas para distingui-las.
Se você puder “[...] substituir a oração desenvolvida iniciada com que, pois, porque por outra equivalente,
reduzida de infinito, iniciada pela preposição por [...]” (Kury: 1993, p. 90) a oração é subordinada adverbial
causal.
Exemplos:
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a) A professora está cansada porque não dormiu ontem.
A professora está cansada por não dormir ontem.
Neste caso, a oração é subordinada adverbial causal.
b) A professora está cansada porque não para de bocejar.
Como a substituição não é possível, a oração é coordenada explicativa.
Exemplo 3 - Entre as orações coordenadas assindéticas e as orações coordenadas sindéticas explicativas pode
existir uma vírgula, dois-pontos e ponto e vírgula: isso não ocorre nas orações adverbiais causais.
Exemplo 4 - Quando temos uma oração coordenada explicativa podemos retirar a conjunção e usar dois-pontos
sem que haja perda de significado.
Exemplo: A professora está cansada porque não para de bocejar.
A professora está cansada: não para de bocejar.
Exemplo 5 - Segundo Kury (idem) as orações causais com que, pois, porque, na maior parte dos casos, “[...]
podem substituir-se por equivalentes com os conectivos como (no início do período), uma vez que e análogos,
que não é possível com as explicativas.” (p. 90)
Exemplo: Como a professora está cansada, não para de bocejar.
Exemplos de orações subordinadas causais:
1) Não almoço, porque não tenho fome. = Como não tenho fome, não almoço.
O fato de não ter fome é a causa, o motivo que leva a pessoa a não almoçar.
2) O Vítor domina o vocabulário, porque lê muito. = Como o Vítor lê muito, domina o vocabulário.
O fato de o Vítor ler muito é a causa, o motivo, que o leva a dominar o vocabulário.
Exemplos de orações coordenadas explicativas:
1) Sobe, que te quero mostrar uns livros. = Sobe, pois quero mostrar-te uns livros.
A ação de querer mostrar os livros não é a causa da ação de subir; é a causa do pedido de que suba. Quem fala
quer mostrar os livros, quer o outro suba, quer não.
A oração "que te quero mostrar os livros" justifica o fato de o emissor ter feito o pedido, justifica algo que não
está sintaticamente expresso. Assim, estas duas orações são independentes entre si e poderiam formar dois
períodos: “Sobe. Quero mostrar-te uns livros”.
2) Peço-te que subas, porque te quero mostrar uns livros (causal)
Neste período, a oração "porque te quero mostrar uns livros" é subordinada à oração "peço-te", exprimindo a
causa desse pedido.
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2 Oração coordenada adversativa X Oração subordinada 
adverbial concessiva
Há duas possibilidades de articulação de oposição: uma por coordenação e outra por subordinação.
1 – Quando se faz uso da coordenação adversativa tem-se um encaminhamento argumentativo contrário à
oração anterior, frustrando a expectativa do destinatário.
2 – A articulação sintática de oposição, utilizando a oração subordinada adverbial concessiva, tem um efeito
modalizador do discurso, uma vez que prepara o destinatário para uma conclusão contrária ao inicialmente
esperado.
Exemplos
Fizemos o possível para conseguir suas férias, portanto, você poderá entrar em férias a partir do dia 13. Embora
tenhamos feito o possível para conseguir suas férias, isso não será possível.
3 Orações reduzidas
É importante observar que as orações reduzidas, quando desenvolvidas, podem apresentar mais de uma
classificação, principalmente, quando o contexto não nos ajuda a esclarecer o significado envolvido. Vejamos os
exemplos a seguir:
3.1 Orações reduzidas de infinitivo
Quando uma oração reduzida de infinitivo é adverbial ela pode ser classificada como causal, concessiva,
consecutiva, condicional, final e temporal. Quando temos uma oração reduzida de infinitivo, o verbo pode ou não
ser acompanhado de preposição.
Exemplos:
Ele pagou o preço [por falar demais.]
.= porque falou demais
Oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo
Ele não irá à festa [sem vestir o terno do irmão.]
= sem que vista o terno do irmão
Oração subordinada adverbial condicional reduzida de infinitivo
[Apesar de estar aborrecida com ele], irei à festa.
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= Ainda que esteja aborrecida com ele
Oração subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo
Ele foi embora da sala [a fim de parar a discussão.]
= a fim de que a discussão parasse
Oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo.
Segundo Kury (1993) e Bechara (2000), entre outros autores, a oração adverbial final só aparece reduzida de
verbo no infinitivo.
3.2 Orações reduzidas de particípio
Bechara (2000, p. 525) apresenta apenas três tipos de orações subordinadas adverbiais que podem aparecer
reduzidas de particípio: as causais, as condicionais e as temporais.
Exemplos:
[Encontrado o livro], foi estudar para a prova final.
= Porque o livro tinha sido encontrado
Oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio
[Comprovada sua ideia], você poderá sair à noite,
= Caso seja comprovada
Oração subordinada adverbial condicional reduzida de particípio
[Terminada a aula], os alunos saíram correndo para a cantina.
[Quando a aula terminou]
Oração subordinada adverbial temporal
Henriques (2010, p. 143) nos apresenta um exemplo de oração subordinada adverbial concessiva reduzida de
particípio: “A borá mostrou solidez, .”mesmo construída na praia
3.3 Orações reduzidas de gerúndio
Podem ser orações subordinadas adverbiais temporal, causal, consecutiva, concessiva, condicional.
Exemplos:
Falou sobre o crime, [lendo o jornal da manhã.]
= quando lia o jornal da manhã
oração subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio
Errou todo o exercício, .[mesmo estudando muito]
= mesmo que estudasse muito
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oração subordinada adverbial concessiva reduzida de gerúndio
[Comprando um presente para ela], serei perdoado pelo que fiz.
= Se eu comprar um presente para ela
oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio
Kury (1993, p.102) comenta sobre a existência da oração subordinada adverbial modal reduzida de gerúndio.
Veja um exemplo:
• Saiu da sala cuspindo maribondos.
4 Orações justapostas de valor contextual adverbial
• Concessivas: Orações tendo o verbo, no subjuntivo, anteposto ao sujeito ou caracterizadas por 
expressões do tipo: digam o que quiserem, custe oque custar, dê onde der, seja o que for, aconteça o que 
 etc.acontecer, venha donde vier, seja como for
Exemplo: , viajarei nas férias.Custe o que custar
• Condicionais: Orações tendo o verbo no tempo passado (mais-que-perfeito do indicativo ou imperfeito 
do subjuntivo) anteposto ao sujeito.
• Temporais: Apresentam uma ideia de tempo, sem a presença do conectivo.
Exemplo: Há muito tempo não viajamos ao Nordeste.
Neste caso, Kury (1993) comenta que “Certos autores preferem ver nas expressões ‘há muito tempo’ ou ‘ faz
muito tempo’, sem embargo da presença do verbo, uma locução estereotipada, ‘gramaticalizada’, sem valor
oracional — simples adjunto adverbial de tempo. [...] Qualquer das duas análises encontra defensores de
prestígio.” (p. 105)
• Finais: Apresentam a ideia de finalidade, sem a presença do conectivo.
Exemplo:
Vamos mudar de mesa; não vão eles pensar que fiz de propósito.
• Causais: Bechara (2000) não apresenta essa possibilidade, mas Kury (1993, p. 88) afirma que uma 
oração subordinada adverbial causal pode vir justaposta à principal. Vejamos o exemplo retirado pelo 
autor da obra , de Alexandre Herculano:O Monge de Cister
“Ninguém reparou em mim: todos andavam como pasmados.” (1950, p.22)
5 Uma polêmica: o estatuto da correlação
Há toda uma discussão em torno do processo de (relacionamento simultâneo). A maior parte doscorrelação 
autores opta por considerar a correlação como um subtipo ora da subordinação ora da coordenação,
funcionando como um verdadeiro recurso expressivo de ênfase.
Azeredo (2008, p.351) considera que “A correlação é um expediente retórico, de rendimento enfático no
discurso e não um processo sintático distinto da coordenação e da subordinação.”
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No entanto, na , Castilho (2010) aponta que as orações correlatas são umNova Gramática do Português Brasileiro
terceiro processo, diferente do processo de coordenação e do processo de subordinação.
O autor considera que os processos de coordenação e de subordinação envolvem conjunções simples; se temos
conjunções que se desdobram em dois grupos temos o processo de correlação, ou seja, temos um processo que,
na visão de Castilho, “[...] põe em relevo dois atos de fala.” (p. 387)
Violeta Virgínia Rodrigues, professora do Departamento de Línguas Vernáculas, da UFRJ, em sua tese de
doutorado, também advoga a existência da correlação como um processo que se distingue dos demais, por conta
das seguintes características:
Castilho (idem) nos mostra as seguintes relações de correlação:
• Correlatas aditivas. O autor separa em:
a) formadas por uma partícula na segunda parte correlacionada:
Alguns exemplos:
não só... mas, não somente ... mas
senão senão
porém porém
como como
b) formadas de duas partículas na segunda parte correlacionada:
Alguns exemplos:
não só .... mas também
mas ainda
mas até
senão também
senão ainda
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senão que
não somente ... mas também
mas até
senão também
porém também
c) formadas por cruzamento sintático de três partículas na segunda parte relacionada:
não só ... senão que também não somente ... senão que também.
• Correlatas alternativas: Sobre as correlatas alternativas, Castilho nos diz que:
“As coordenadas alternativas ou disjuntivas são marcadas pelo redobramento por repetição de expressões tais
como O que é dito para o primeiro termo não vale para o segundo.” (p.ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer. 
388)
• Correlatas comparativas: Para as correlatas comparativas, Castilho cita Módolo (2008, p. 1096):
“A comparação correlativa pode manifestar-se estabelecendo:
• uma igualdade (tanto... que);
• uma superioridade ( );mais... que ou do que
• uma inferioridade ( )menos... que ou do que
entre duas realidades ou conceitos.”
• Correlatas consecutivas: Também presente em Kury (1993, p. 98) que nos diz que “Mais comuns são 
as orações consecutivas encabeçadas pela conjunção que em correlação com um termo intensivo (tão, 
 etc.) da oração principal.”tanto, cada, tamanho
Assim, Kury separa as consecutivas introduzidas por que, de forma que, de modo que, de sorte que, tanto que,
sem que (= ) etc.”que não
O que vem na próxima aula
• Orações subordinadas adverbiais reduzidas.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Distinguiu as orações subordinadas adverbiais desenvolvidas em conformativas, finais, proporcionais, 
temporais, comparativas;
• Entendeu a classificação das orações adverbiais não previstas pela NGB em locativas e modais.
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Referências
AZEREDO, José Carlos de. . 2ª ed. São Paulo: Publifolha, 2008.Gramática Houaiss da Língua Portuguesa
BECHARA, Evanildo. . 37ª ed. revista e ampliada. Rio de Janeiro: Lucerna, 2000.Moderna gramática portuguesa
CASTILHO, Ataliba de. . São Paulo: Nova gramática do português brasileiro Contexto, 2010.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. . 2ª ed. Rio de Janeiro: NovaNova gramática do português contemporâneo
Fronteira, 1985.
GARCIA, Othon M. . 17ª. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.Comunicação em prosa moderna
HENRIQUES, Claudio Cezar. : estudos descritivos da frase para o texto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.Sintaxe
KURY, Adriano da Gama. . 6ª ed. São Paulo: Ática, 1993.Novas lições de análise sintática
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da Língua Portuguesa. 36ª ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1998.
	Olá!
	
	1 Oração subordinada adverbial causal e oração coordenada sindética explicativa
	2 Oração coordenada adversativa X Oração subordinada adverbial concessiva
	3 Orações reduzidas
	3.1 Orações reduzidas de infinitivo
	3.2 Orações reduzidas de particípio
	3.3 Orações reduzidas de gerúndio
	4 Orações justapostas de valor contextual adverbial
	5 Uma polêmica: o estatuto da correlação
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO
	Referências

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