Buscar

Tuberculose Pulmonar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tuberculose Pulmonar 
Introdução: 
A tuberculose é uma doença crônica contagiosa granulomatosa, 
causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Geralmente, acomete os 
pulmões, porém pode afetar qualquer órgão ou tecido. 
O Mycobacterium tuberculosis é transmitido por via aérea, quando a 
pessoa com tuberculose, tanto pulmonar como laríngea, tosse, fala ou 
espirra, eliminando bacilos no ambiente e infectando pessoas 
saudáveis. 
A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que 
integram o complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, 
M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. 
caprae. Em saúde pública, a espécie mais importante é a M. 
tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (BK). 
A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis 
produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose 
ativa pulmonar ou laríngea. As gotículas exaladas (gotículas de 
Pflüger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas 
menores. Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a 
dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e 
são capazes de alcançar os alvéolos, onde podem se multiplicar e 
provocar a chamada primo-infecção. Outras vias de transmissão (pele 
e placenta) são raras e desprovidas de importância epidemiológica. Os 
bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos 
dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel na 
transmissão da doença. 
O risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar 
bacilos no escarro. Com o início do tratamento, a transmissão tende a 
diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, ela encontra-se 
muito reduzida. A importância de realizar baciloscopia de escarro de 
controle reside não somente na confirmação da eficácia do esquema 
terapêutico, mas também na avaliação de risco para os contatos. As 
medidas de controle da infecção pelo M. tuberculosis devem ser 
mantidas até que seja confirmada a negativação ou bacilos não viáveis 
à baciloscopia do caso fonte. Crianças com TB pulmonar, em geral, 
têm baciloscopia negativa e, por isso, pouca importância na cadeia de 
transmissão da doença. 
Epidemiologia: 
Fisiopatologia: 
Inicialmente, o M. tuberculosis infecta o organismo e entra nos 
macrófagos pela fagocitose. A partir daí, ele inibe a maturação do 
fagossomo e a formação do fagolisossoma, permitindo sua 
multiplicação dentro desta célula incontroladamente, protegida da 
ação dos lisossomos. 
A infecção primária ocorre ao primeiro contato com o bacilo de Koch, 
havendo uma reação do sistema imunológico do indivíduo, 
particularmente por meio da fagocitose, como forma de controlar a 
infecção. No entanto, a bactéria é extremamente resistente ao 
fagossomo e inibe sua maturação, impedindo sua destruição e ficando 
em sua forma latente. Assim, durante essa infecção primária, ocorre 
grande disseminação do bacilo pelo corpo de forma oculta. 
A infecção pelo M. tuberculosis cursa em etapas, desde a infecção 
inicial com ataque aos macrófagos à ativação de células Th1. Essas 
células T tanto controlam a infecção ao hospedeiro, como também são 
causa do dano causado pela doença, gerando granuloma e cavitação. 
Há então, posterior ativação dos receptores da imunidade inata, 
iniciando e aumentando esse tipo de resposta ao bacilo. Uma resposta 
Th1 é montada após 3 semanas, e essa resposta Th1 irá produzir o 
IFN-gama. Este, por sua vez, através de um conjunto de processos, 
estimula a destruição do macrófago infectado, destruindo organelas 
danificadas e patógenos intracelulares – como o M. tuberculosis. 
Porém, essa mesma resposta Th1 que estimula os macrófagos e destrói 
micobactérias, gera a formação de granulomar e necrose caseosa. 
Esses macrófagos incentivados pelo IFNgama se diferenciam em 
“histiócitos epitelioides”, que se agregam a formam granulomas. 
Na maioria dos indivíduos, essa resposta acontece antes que a 
destruição tecidual provoque danos maiores. Em outros, a infecção 
progride, e a resposta contínua gera focos necróticos. 
Os macrófagos ativados também secretam TNF e quimiocinas, que 
atraem monócitos. 
Nesse contexto, a grande maioria dos indivíduos imunocompetentes 
irá passar por essa primeira infecção sem desenvolvimento da forma 
ativa da doença - apenas 2% a 5% destes irá desenvolver essa forma 
nos primeiros dois anos do contato com o bacilo. 
Duas a treze semanas após a infecção primária, a imunidade 
adaptativa específica consegue controlar a replicação bacteriana. 
Após a infecção primária, 95% dos indivíduos entrarão em estado de 
latência, que é mantida pelo sistema imunológico ativo e competente 
– a evidência disso ocorre na reativação da tuberculose em momentos 
tuberculose secundária subsequente. A TB pulmonar pós-primária ou 
secundária pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum no 
adolescente e no adulto jovem. A TB miliar: é um aspecto radiológico 
pulmonar específico, pode ocorrer tanto na forma primária quanto na 
forma secundária da TB. É uma forma grave da doença, que é mais 
comum em pacientes imunocomprometidos, como pessoas infectadas 
com HIV em fase avançada de imunossupressão.de imunodepressão. 
A ativação tardia, ou reativação, pode ocorrer em condições 
imunossupressoras, com o desenvolvimento de comorbidades ou até 
mesmo sem causa aparente. Essa reativação da doença em hospedeiro 
com imunidade pré-existente gera resposta inflamatória intensa, com 
formação de granulomas caseosos e de cavitação pulmonar. 
Logo, ocorre uma resposta imune ativa, porém diminuída, 
concomitante à replicação do bacilo. Devido à inflamação gerada 
nesse processo, há apoptose intensa, depletando as células T ativas 
contra o patógeno. 
Principais Formas: 
Tuberculose Pleural: 
Forma mais comum de tuberculose extra-pulmonar em indivíduos 
sem coinfecção pelo HIV. Cursa frequentemente com dor torácica 
pleurítica. 
Astenia, perda ponderal e anorexia ocorrem em cerca de 70% dos 
doentes; febre com tosse seca acontecem em 60%. Em pacientes com 
mais tempo de evolução da doença e com derrame pleural mais 
volumoso, a dispneia pode estar presente. 
Em relação ao exame físico, observam-se macicez à percussão e 
ruídos respiratórios diminuídos. 
Radiografias de tórax frequentemente mostram derrame pleural 
unilateral. Essa forma ocorre por extensão direta de um foco caseoso 
subpleural que libera secreção para o espaço pleural, ou mesmo por 
via hematogênica. 
Nesses pacientes, o líquido pleural tem características de exsudato, 
com predomínio de linfócitos e, na maior parte das vezes, pesquisa 
para BAAR e cultura estarão negativas. Níveis elevados de ADA 
(adenosina deaminase) no líquido pleural são frequentes e tem sido 
usado como critério de diagnóstico da TB pleural. 
Já a cultura para TB do escarro é positiva em 50% dos pacientes 
Tuberculose Ganglionar Periférica: 
É a forma mais frequente de tuberculose extra pulmonar em 
indivíduos coinfectados com HIV. O paciente apresenta com aumento 
subagudo dos linfonodos, de forma indolor e assimétrica, das cadeias 
cervicais anterior e posterior, bem como supraclavicular. Em 
coinfectados com HIV, há maior tendência a acometimento de 
linfonodos bilateralmente. 
Ao exame físico, os linfonodos estão endurecidos ou amolecidos, 
aderentes entre si e ao plano profundo, podendo flutuar ou fistulizar 
espontaneamente, inflamando a pele subjacente. 
O diagnóstico é obtido por meio do aspirado por agulha ou ressecção 
ganglionar, por exames bacteriológicos e histopatológicos. 
Tuberculose Meníngea/Cerebral: 
É responsável por 3% dos casos de TB em pacientes não infectados 
pelo HIV e por até 10% em PVHIV. A meningite basal exsudativa é a 
apresentação clínica mais comum e émais frequente em crianças 
abaixo dos seis anos de idade. Clinicamente, pode ser subaguda ou 
crônica (sinais e sintomascom duração superior a quatro semanas). 
Na forma subaguda, cursa com cefaleia holocraniana, irritabilidade, 
alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor 
abdominal associados à febre, fotofobia e rigidez de nuca por tempo 
superior a duas semanas. 
Eventualmente, apresenta sinais focais relacionados a síndromes 
isquêmicas locais ou ao envolvimento de pares cranianos (pares II, III, 
IV, VI E VII), podendo-se evidenciar sinais de hipertensão 
intracraniana. Na forma crônica, o paciente evolui várias semanas 
com cefaleia, até que o acometimento de pares cranianos faz o médico 
suspeitar de meningite crônica. 
Ocorre doença pulmonar concomitante em até 59% dos casos 
Tuberculose Miliar: 
Também conhecida como tuberculose hematogênica generalizada, a 
tuberculose miliar ocorre quando uma lesão tuberculosa ulcera em um 
vaso sanguíneo, disseminando milhões de bacilos da tuberculose pela 
circulação sanguínea e ao longo do corpo. Pode ocorrer disseminação 
maciça descontrolada durante a infecção primária ou após a reativação 
de um foco latente. Frequentemente, são afetados pulmões e medula 
óssea, mas qualquer local pode ser envolvido. 
É mais comum entre crianças < 4 anos de 
idade; pessoas imunocomprometidas; e 
idosos. 
Os sintomas incluem febre, calafrios, 
fraqueza, mal-estar e frequentemente 
dispneia progressiva. A disseminação 
intermitente de bacilos tuberculosos pode 
leva à febre de origem indeterminada 
prolongada. O envolvimento de medula 
óssea pode produzir anemia, 
trombocitopenia, ou uma reação leucemoide. 
Tuberculose Geniturinária: 
A infecção do rim pode se apresentar como pielonefrite (p. ex., febre, 
dor lombar e piúria) sem o patógeno habitual de vias urinárias na 
cultura de rotina (piúria estéril). A infecção geralmente se dissemina 
para a bexiga e em homens, para a próstata, as vesículas seminais, ou 
o epidídimo, provocando um aumento na massa escrotal. A infecção 
pode se disseminar para o espaço perinefrético e abaixo do músculo 
psoas, causando, algumas vezes, um abscesso na coxa anterior. 
Salpingooforite pode ocorrer após a menarca, quando as tubas 
uterinas ficam vascularizadas. Os sintomas incluem dor pélvica 
crônica e esterilidade, ou gestação ectópica na cicatriz tubária. 
Tuberculose Cutânea: 
Tuberculose cutânea (escrofulodermia) resulta da extensão direta de 
um foco de tuberculose subjacente (p. ex., linfonodo regional, osso ou 
articulação infectados) à pele sobrejacente, formando úlceras e tratos 
sinusais. 
Lúpus vulgar resulta da disseminação hematogênica ou linfogênica na 
pele a partir de um foco extracutâneo em um paciente sensibilizado. 
Tuberculose verrucosa cutis (verruga do prosecutor) ocorre após a 
inoculação direta exógena da micobactéria na pele de um paciente 
previamente sensibilizado que tem imunidade moderada a alta contra 
os bacilos. 
Raramente, a tuberculose se desenvolve na pele lesionada de um 
paciente com tuberculose pulmonar cavitária. 
Tuberculose dos Ossos e das Articulações: 
As articulações que suportam peso são geralmente as mais envolvidas, 
mas ossos do punho, da mão e do cotovelo podem também ser 
afetados, especialmente após lesão. 
A doença de Pott é uma infecção na coluna espinal que começa em 
um corpo vertebral e, muitas vezes, se dissemina para as vértebras 
adjacentes, com estreitamento do espaço discal entre elas. Sem 
tratamento, as vértebras podem desmoronar, atingindo possivelmente 
a coluna espinal. Os sintomas incluem dor progressiva ou constante 
nos ossos envolvidos e artrite crônica ou subaguda (em geral, 
monoarticular). Na doença de Pott, a compressão da coluna espinal 
produz deficits neurológicos, inclusive paraplegia; edema 
paravertebral pode resultar de um abscesso. 
Tuberculose Gastrointestinal: 
Como toda a mucosa gastrintestinal resiste à invasão por tuberculose, 
a infecção requer exposição prolongada e inoculação enorme. Não é 
muito comum em países desenvolvidos, onde a tuberculose bovina é 
rara. 
Úlceras de boca e orofaringe podem se desenvolver com a ingestão de 
laticínios contaminados por M. bovis; lesões primárias também 
podem ocorrer no intestino delgado. A invasão intestinal geralmente 
produz hiperplasia e uma síndrome inflamatória do intestino, com dor, 
diarreia, obstrução e hematoquezia. Também pode ser semelhante à 
apendicite. Ulceração e fístulas são possíveis. 
Tuberculose do Fígado: 
A infecção hepática é comum com tuberculose pulmonar avançada e 
amplamente disseminada ou tuberculose miliar. Porém, o fígado 
geralmente cicatriza sem sequela quando a infecção principal é 
tratada. A tuberculose no fígado ocasionalmente se dissemina para a 
vesícula biliar, levando à icterícia obstrutiva. 
Outros Locais: 
A doença pode infectar a parede de um vaso sanguíneo e romper até 
mesmo a aorta. O envolvimento adrenal, levando à doença de 
Addison, era comum antigamente, mas é raro nos dias de hoje. Os 
bacilos da tuberculose podem se disseminar para uma bainha tendínea 
(tenossinovite tuberculosa) por extensões diretas de lesões adjacentes 
no osso ou disseminação hematogênica de qualquer órgão infectado. 
Quadro Clínico: 
Primária: 
A tuberculose primária se desenvolve em pacientes não expostos e, 
desse modo, não sensibilizados. Idosos e pacientes imunossuprimidos 
podem perder a sensibilidade ao bacilo da tuberculose e desenvolver 
tuberculose primária mais de uma vez. Quando reinfectados, 5% 
adquirem doença de forma significativa. A TB pulmonar primária 
normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com 
o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. 
As manifestações clínicas podem ser insidiosas, com o paciente 
apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e 
inapetência. Nem sempre a tosse está presente. O exame físico pode 
ser inexpressivo. 
Secundária: 
A tuberculose secundária surge em hospedeiros previamente 
sensibilizados. Pode surgir logo após a primária, porém, mais 
comumente, surge da reativação de lesões primárias dormentes muitas 
décadas após a infecção inicial, particularmente quando 
imunossupressão do hospedeiro. Além disso, pode surgir após a 
reinfecção exógena devido à queda na proteção proporcionada pela 
doença primária ou devido à inoculação de um grande inóculo de 
bacilos virulentos. Entretanto, poucos pacientes (menos de 5%) com 
a doença primária desenvolvem. 
Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva. Em locais 
com elevadas taxas de incidência de TB pulmonar, toda pessoa que 
procura a unidade de saúde devido à tosse prolongada (busca passiva) 
deve ter a TB incluída na sua investigação diagnóstica. 
• Em casos de tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta 
ou mucoide, com ou sem sangue. 
• A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 
38,5ºC. 
• A sudorese noturna e a anorexia são comuns. 
• O exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica e 
emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem 
perda do apetite também possam ter TB pulmonar. 
• A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio 
vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal. 
TB Miliar: 
A apresentação clínica pode ser aguda ou subaguda, com maior 
frequência em crianças e em adultos jovens. De uma forma mais 
incomum, a TB miliar apresenta-se como doença crônica (idosos) ou 
mesmo febre de origem obscura. Os sintomas como febre, astenia, 
emagrecimento e tosse ocorrem em 80% dos casos. O exame físico 
pode mostrar hepatomegalia (35% dos casos), alterações do sistema 
nervoso central (30% dos casos) e alterações cutâneas do tipo 
eritemato-máculo- -pápulo-vesiculosas (incomum). 
Diagnóstico: 
O diagnóstico da doença é essencial para possibilitar a diminuição da 
morbimortalidade e a eliminação das fontes de infecção na 
comunidade. A dificuldade de detecção dos casos faz com que os 
indivíduos continuem adoecendosem serem identificados pelos 
serviços de saúde, levando a uma transmissão contínua da doença e 
contribui para o atraso no diagnóstico, o que, além de afetar a 
persistência do bacilo na sociedade, ainda influencia no prognóstico 
dos indivíduos adoecidos, podendo levar à ocorrência de resistência 
às drogas e até a morte. 
Diagnóstico Clínico: 
A TB pode manifestar-se em diferentes apresentações clínicas, 
relacionadas com o órgão acometido, outros sinais e sintomas, além 
da tosse prolongada, podem ocorrer e devem ser valorizados na 
investigação diagnóstica. Considere-se que o diagnóstico precoce é 
extremamente importante para o controle da doença. A 
descentralização do diagnóstico e tratamento na atenção primária 
torna-se uma estratégia importante que precisa ser reforçada e 
consolidada. 
Baciloscopia direta: 
Por ser um método simples e seguro, deve ser realizado por todo 
laboratório público de saúde e pelos laboratórios privados 
tecnicamente habilitados. Em crianças, a sensibilidade da 
baciloscopia é bastante diminuída pela dificuldade de obtenção de 
uma amostra com boa qualidade. A baciloscopia de escarro é indicada 
nas seguintes condições: 
• No sintomático respiratório, durante estratégia de busca ativa; 
• Em caso de suspeita clínica e/ou radiológica de TB pulmonar, 
independentemente do tempo de tosse; 
• Para acompanhamento e controle de cura em casos pulmonares 
com confirmação laboratorial; 
• A baciloscopia de outros materiais biológicos também está 
indicada na suspeição clínica de TB extrapulmonar. 
A baciloscopia de escarro deve ser realizada em duas amostras: uma 
por ocasião do primeiro contato com a pessoa que tosse e outra, 
independentemente do resultado da primeira, no dia seguinte, com a 
coleta do material sendo feita preferencialmente ao despertar. Nos 
casos em que houver indícios clínicos e radiológicos de suspeita de 
TB e as duas amostras de diagnóstico apresentarem resultado 
negativo, podem ser solicitadas amostras adicionais. 
Baciloscopia positiva e quadro clínico compatível com TB fecham o 
diagnóstico e autorizam o início de tratamento da TB. 
Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB): 
Está indicado, prioritariamente, para o diagnóstico de tuberculose 
pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. Em alguns municípios 
brasileiros, o teste rápido molecular para TB (TRM-TB, GeneXpert®) 
encontra-se disponível na rede pública de saúde e deve ser utilizado 
de acordo com algoritmos estabelecidos. Está indicado nas seguintes 
situações: 
• Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos 
e adolescentes; 
• Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos 
e adolescentes de populações de maior vulnerabilidade; 
 • Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já 
validados; 
• Triagem de resistência à rifampicina nos casos de retratamento; 
• Triagem de resistência à rifampicina nos casos com suspeita de 
falência no tratamento da TB; 
• Amostras recomendadas para realização do TRM-TB: Escarro, 
escarro induzido, lavado broncoalveolar, lavado gástrico, líquor, 
gânglios linfáticos e outros tecidos. 
Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade: A 
cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no 
diagnóstico da TB. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, 
a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico 
bacteriológico da doença. A identificação da espécie é feita por 
métodos bioquímicos e fenotípicos ou por meio de técnicas 
moleculares. O resultado da cultura confirma o diagnóstico de 
micobacteriose, sendo necessária a identificação de espécie para 
caracterizar se é um caso de TB ou outra micobactéria. 
Radiografia de tórax: 
É o de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB 
pulmonar. Podem ser observados os vários padrões radiológicos 
sugestivos de atividade de doença, como cavidades, nódulos, 
consolidações, massas, processo intersticial (miliar), derrame pleural 
e alargamento de mediastino. O exame radiológico em pacientes com 
diagnóstico bacteriológico tem como principais objetivos excluir 
outra doença pulmonar associada, avaliar a extensão do acometimento 
e sua evolução radiológica durante o tratamento. 
Tomografia computadorizada de tórax: 
A tomografia computadorizada (TC) do tórax é mais sensível para 
demonstrar alterações anatômicas dos órgãos ou tecidos 
comprometidos e é indicada na suspeita de TB pulmonar quando a 
radiografia inicial é normal, e na diferenciação com outras doenças 
torácicas, especialmente em pacientes imunossuprimidos. 
Diagnóstico Histopatológico: 
A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é 
um método empregado na investigação das formas pulmonares que se 
apresentam radiologicamente como doença difusa e nas formas 
extrapulmonares. Assim, a identificação histológica de granuloma 
com necrose de caseificação é compatível com o diagnóstico de TB. 
Diagnóstico de HIV nas Pessoas com Tuberculose: 
Todo paciente com diagnóstico de tuberculose deve ser testado para 
HIV! O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com 
tuberculose tem importante impacto no curso clínico das duas 
doenças. Portanto, o teste diagnóstico para HIV, preferencialmente o 
rápido, deve ser oferecido, o mais cedo possível, a toda pessoa com 
diagnóstico estabelecido de TB. 
 
 
 
 
 
Diagnóstico pela prova tuberculínica: 
A prova tuberculínica (PT) pode também auxiliar o diagnóstico de 
tuberculose ativa em crianças. Consiste na inoculação intradérmica de 
um derivado proteico purificado do M. tuberculosis para medir a 
resposta imune celular a esses antígenos. Não há evidências para 
utilização de PT como método auxiliar no diagnóstico de TB 
pulmonar ou extrapulmonar no adulto. Uma PT positiva não confirma 
o diagnóstico de TB ativa, assim como uma PT negativa não o exclui. 
Assim, a PT é indicada para: identificar casos ILTB em adultos e 
crianças e auxiliar no diagnóstico de TB ativa em crianças. Indivíduos 
com PT documentada e resultado ≥ 5 mm não devem ser retestados, 
mesmo diante de uma nova exposição ao M. tuberculosis. 
Diagnóstico pelo IGRA: 
Os ensaios de liberação do interferon-gama (InterferonGamma 
Release Assays – IGRA) foram desenvolvidos como alternativa 
diagnóstica para detecção de ILTB. Ele quantifica, por meio de um 
ensaio imunoenzimático (ELISA), os níveis de interferon-gama 
liberado pelas células T de memória após estimulação de sangue total 
com os antígenos específicos do MTB. Os IGRA têm demonstrado 
diversas vantagens sobre a PT. Entre elas, destaca-se o fato de não ser 
influenciado pela vacinação prévia com BCG, porém, a acurácia e os 
valores preditivos dos IGRAs são similares aos da PT. 
Controle dos Contactantes: 
Caso índice: 
Todo paciente com TB pulmonar ativa, prioritariamente com bacilos- 
copia positiva. 
Contato: 
Toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso índice, no 
momento do diagnóstico da TB. Esse convívio pode se dar em casa 
e/ou em ambientes de trabalho, instituições de longa permanência, 
escola ou pré-escola. A avaliação do grau de exposição do contato 
deve ser individualizada, considerando-se a forma da doença, o 
ambiente e o tempo de exposição. 
Obs.: Tendo em vista que crianças com TB em geral desenvolvem a 
doença após transmissão por um contato adulto bacilífero, preconiza-
se a investigação de todos os seus contatos, independentemente da 
forma clínica da criança, a fim de se identificar não somente os casos 
de ILTB, mas, principalmente, o caso índice, interrompendo assim a 
cadeia de transmissão. 
Contatos menores de cinco anos, pessoas com HIV-aids e portadores 
de condições consideradas de alto risco devem ser considerados 
prioritários no processo de avaliação de contatos e tratamento de 
ILTB. 
Processo de Avaliação dos Contatos: 
1. O casoíndice deve ser entrevistado o quanto antes para 
identificação das pessoas que serão consideradas contatos. 
2. . Os contatos e suas respectivas idades devem ser listados. O 
tipo de convívio deve ser estabelecido (casa, ambiente de 
trabalho, escola etc.) e formas de localização devem ser 
identificadas (endereço e/ou telefone). 
3. Sempre que possível realizar visita domiciliar para melhor 
entendimento das circunstâncias que caracterizam os contatos 
identificados na entrevista do caso índice. 
4. Todos os contatos serão convidados a comparecer à unidade de 
saúde para serem avaliados. Essa avaliação consiste na 
realização de criteriosa anamnese e exame físico: 
o Sintomáticos crianças ou adultos (incluindo pessoas com 
HIV/aids) deverão ter sua investigação diagnóstica ampliada com 
radiografia de tórax, baciloscopia de escarro e/ou outros exames, 
de acordo com cada caso 
o Assintomáticos adultos e adolescentes (> 10 anos) – realizar PT 
e tratar ou não ILTB, após afastada doença ativa por meio de exame 
radiológico. O PNCT recomenda que contatos adultos com PT ≥ 
5mm devem fazer o tratamento da infecção latente. Se a PT for < 
5mm deve-se repeti-la entre cinco e oito semanas após a primeira 
PT para verificação de possível conversão por infecção recente. 
Será considerada conversão da PT quando houver um incremento 
de pelo menos 10mm em relação a PT anterior 
o Contatos com história prévia de TB tratada anteriormente com 
quaisquer resultados da PT não devem ser tratados para ILTB. 
o Contatos coinfectados com HIV deverão tratar ILTB 
independentemente do resultado da PT 
o Assintomáticos crianças – realizar PT e radiografia de tórax na 
primeira consulta. Se PT ≥ 5mm (em crianças não vacinadas com 
BCG, crianças vacinadas há mais de dois anos ou portadoras de 
qualquer condição imunossupressora); ou ≥ 10mm em crianças 
vaci- nadas com BCG há menos de dois anos, tratar ILTB. Se PT 
não preencher os critérios mencionados, repeti-la em oito semanas. 
Em caso de conversão, tratar ILTB. 
Tratamento e Acompanhamento: 
A tuberculose é uma doença curável em praticamente todos os casos, 
observando os princípios básicos da terapia medicamentosa. Além 
disso, recomenda-se a realização do tratamento diretamente 
observado (TDO) na Atenção Primária à Saúde. 
Os medicamentos devem ser tomados em jejum, pela manhã. 
Aguardar pelo menos uma hora antes de ingerir algum alimento. 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
a) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções 
Sexualmente Transmissíveis. Recomendações para controle da 
tuberculose: guia rápido para profissionais de saúde / Ministério da 
saúde, Secretaria de Vigilância em saúde, Departamento de 
Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente 
Transmissíveis. – 2. ed. – Brasília: Ministério da saúde, 2021. 47 
p.: il. 
b) Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendaco
es_controle_tuberculo se_brasil_2_ed.pdf 
 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculo%20se_brasil_2_ed.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculo%20se_brasil_2_ed.pdf
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/manual-de-
recomendacoes-para-ocontrole-da-tuberculose-no-brasil/ 
c) SuperMaterial SanarFlix – Tuberculose 
d) Resumos da Med 
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/manual-de-recomendacoes-para-ocontrole-da-tuberculose-no-brasil/
https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/manual-de-recomendacoes-para-ocontrole-da-tuberculose-no-brasil/

Outros materiais