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Breve estudo da História da Educação

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BREVE ESTUDO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: 
GERAL E BRASILEIRA 
Maria Lúcia Wochler Pelaes1 
 
“As dificuldades práticas só podem ser 
definitivamente resolvidas através da 
prática e da experiência cotidianas. Não 
será um conselho de sociólogo, mas as 
próprias sociedades que encontrarão a 
solução.” Émile Durkheim2 
 
RESUMO 
 
Este artigo tem por escopo apresentar, de forma bastante breve, as linhas gerais da educação 
através da história, traçando uma trajetória linear que aponta para a mudança no sistema de ensino 
primitivo e comunitário, para o sistema escolarizado que oscilou entre laico e confessional. Tal objetivo é 
delineado sob a consciente dificuldade que é falar da História da Educação, pretensamente resumindo-a, 
porém enquanto tarefa cronológica pode ser avaliado como um ensaio que contribui para uma visão geral 
da história da educação, em diferentes contextos históricos, no conjunto das relações sociais, sempre 
mutáveis. 
 
Palavras- chave: Educação, História da educação, Educação brasileira. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
É importante analisarmos a trajetória que o processo educacional tomou através dos tempos, para 
que possamos entender o curso que a educação e o ensino escolar traçam nos tempos atuais, como 
fator dinâmico, que tanto resulta de um processo de construção cultural quanto de um processo em 
mudança permanente, que dialeticamente influencia os moldes sociais de formação do cidadão e é 
influenciado por paradigmas construídos socialmente e que representam um ideário que tece a trama das 
políticas geradas e retro-alimentadas no cenário polêmico da educação mundial e nacional. 
Ao estudarmos a História da Educação percebemos que, em linhas gerais, a educação primitiva 
não se pautava pelo modelo escolar, como acontece atualmente. O surgimento da escola, entretanto, não 
significa que todos terão acesso a ela, processo que só será efetivado, na Europa, nos séculos XVIII e 
XIX. No Brasil, este acesso só será implantado na segunda metade do século XX. 
Há também mudanças significativas quanto ao espaço da educação, como algo que pode 
transcender ao ambiente formal de ensino, extrapolando para modelos e modalidades de ensino que 
acontecem no dia-a-dia da sociedade, sendo o ensino escolar apenas uma fonte formal de ensino, 
paralelamente administrada ao ensino informal e não-formal, em perspectivas atuais. 
 
1 Este artigo é obra científica resultante de pesquisa realizada pela autora durante o curso de Mestrado em 
Educação. A autora é docente do ensino superior, cursos de graduação e pós-graduação, Mestre em 
Educação pela USF, Licenciada em Pedagogia e Licenciada em Artes Plásticas pela FAAP. 
2 Apud QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de O.; OLIVEIRA, Márcia G. de. Um toque 
de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 
 2 
 
1. A educação primitiva e o surgimento de um modelo escolar 
 
A educação primitiva baseava-se na transmissão oral dos costumes, hábitos e tradições, através 
de um método de ensino natural, que acontecia em meio às atividades cotidianas, com o envolvimento de 
toda a comunidade. Era uma educação pragmática, voltada para o aprendizado de atividades, 
habilidades e comportamentos necessários à sobrevivência da criança e do jovem, sendo única e igual 
para todos. A escola era a aldeia, tal quais certas tribos indígenas brasileiras que ainda hoje, conservam 
o método de educação primitiva, muitas ainda, na condição de ágrafas. Para Brandão (2007, p. 18-19), 
baseado na citação de Durkheim3, o modelo de educação tribal é baseado numa educação difusa, sendo 
administrada por todos os elementos do clã, de tal forma que: 
“Todos os agentes desta educação de aldeia criam de parte a parte as situações que, direta ou 
indiretamente, forçam iniciativas de aprendizagem e treinamento. Elas existem misturadas com a vida em 
momentos de trabalho, de lazer, de camaradagem ou de amor.” 
 
Segundo Aranha (2006, p. 34): “De maneira geral as sociedades tribais são predominantemente 
míticas e de tradição oral”. 
Conforme a autora as primeiras comunidades que desenvolveram sistemas de educação, se 
basearam, inicialmente, na tradição, perpetuando valores e comportamentos através das gerações, 
principalmente nas sociedades ágrafas, marcando um processo de transmissão oral. 
Maria Lúcia Aranha (2006, p. 35), comenta que em tais sociedades primitivas: “Os mitos e os ritos 
são transmitidos oralmente, e a tradição se impõe por meio da crença, permitindo a coesão do grupo e a 
repetição dos comportamentos considerados desejáveis”. 
Nas sociedades primitivas, a educação compunha um tradicionalismo pedagógico, através de 
diferentes tendências religiosas. A educação primitiva era integrada a vida cotidiana, através de um 
ensino prático e informal, praticado por toda a comunidade. 
Tais características me lembram a educação indígena, nas tribos brasileiras. Há uma comunidade 
em Itatiba, onde realizei as orientações do mestrado. Nela há quem estude formalmente, na universidade, 
porém muitos permanecem num sistema primitivo, liderado pelos anciões da tribo. 
O modelo escolar baseado numa educação sistematizada surgiu no momento em que a educação 
primitiva foi perdendo progressivamente seu caráter unitário e integral entre a formação e a vida, o ensino 
e a comunidade. A escola não é mais a aldeia e a vida, funcionando num lugar especializado onde uns 
aprendem e outros ensinam. 
Conforme Aranha (2006, p. 45): 
“Quando as sociedades se tornaram mais complexas, vimos que a divisão se instalou no seio delas: as 
mulheres, confinadas no lar, passaram a ser dependentes dos homens, os segmentos sociais se 
especializaram entre governantes sacerdotes, mercadores, produtores e escravos, criando-se uma 
hierarquia de riqueza e poder. Essas mudanças exigiram uma revolução na educação, que deixou de ser 
igualitária e difusa, portanto acessível a todos, como nas tribos. Enquanto alguns eram privilegiados, o 
restante da população não tinha direitos políticos, nem acesso ao saber da classe dominante.” 
 
A educação institucional propriamente dita, isto é, realizada em instituições de ensino ocorreu 
conforme houve a exigência social de educação formal. Já no Egito antigo, existiam Casas de Instrução, 
lembrando que por muito tempo, só a nobreza tinha acesso a tal educação. Apesar da institucionalização, 
nesse sistema, segundo Aranha (2006), não existiam prédios específicos para essa função, mas 
 
3 DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 4.ed. Tradução de Lourenço Filho. São Paulo: 
Melhoramentos, 1955. 
 3 
funcionavam em templos e algumas casas. A educação era fundamentalmente baseada na tradição e na 
memorização, num sistema mnemônico que se identificava como uma autoridade inquestionável e 
avessa a qualquer inovação, fazendo parte integrante o “rigor” e o “castigo”. 
Já a educação hebraica, baseava-se num idealismo religioso, ‘conteudista’ e bíblico, através da 
valorização dos antepassados. Os hebreus, diferentemente dos demais povos que estavam voltados para 
os valores da coletividade, desenvolveram uma nova ética voltada para os valores individuais: os 
mandamentos são uma evocação ao ser humano interior. 
A educação grega tem por característica importante a estratificação social, sociedade que tem 
caráter escravista. Só os homens livres tinham “direito” a educação institucional. Para Brandão (2007, p. 
37), “De tudo o que pode ser feito e transformado, nada é para o grego uma obra de arte tão perfeita 
quanto o homem educado.” Sobre a educação grega, Brandão (2007, p. 37-38) aponta: 
“A primeira educação que houve em Atenas e Esparta foi praticada entre todos, nos exercícios coletivos 
da vida, em todos os cantos onde as pessoas conviviam na comunidade. Quando a riqueza da polis 
grega criou na sociedade estruturas de oposiçãoentre livres e escravos, entre nobres e plebeus, aos 
meninos nobres da elite guerreira e, mais tarde, da elite togada é que a educação foi dirigida.” 
 
O sistema de educação se baseava na paidéia4, exprimindo um ideal de formação constante e 
formação integral –corpo e espírito, sendo inicialmente praticada fora da escola, em acampamentos ou 
ao redor de velhos mestres. Mais tarde, conforme as solicitações do Estado, a educação começa a ser 
ministrada em locais como a Efebia, em Esparta, “que educava o jovem nobre guerreiro” (BRANDÃO, 
2007, p. 39). Em Atenas surgem as escolar primárias, por volta de 600 A.C., as “lojas de ensinar”, 
escolas abertas acessíveis ao meninos livres nobres e plebeus, sendo porém a única etapa para o 
menino livre e plebeu; para o nobre era uma etapa rápida e apenas necessária para alcançar 
rapidamente outras esferas de educação para formação do ideal grego: o “adulto educado” (BRANDÃO, 
2007). 
Apesar das possíveis críticas que podemos tecer a respeito do sistema, há uma relevante 
iniciativa para organizar o ensino em etapas ou graus, tal qual a divisão proposta por Platão, em escola 
primária, secundária e ensino superior, com funções muito semelhantes às atuais. Platão também 
propunha a educação pública, porém voltada só para os homens livres e de uma casta abastada. 
Acreditavam no “inatismo”, isto é, nas diferenças de aptidão resultantes do nascimento, justificando as 
diferenças de classe. 
Notamos uma dicotomia entre as cidades-estado da antiga Grécia: de um lado Atenas, humanista 
e voltada para os ideais sociais e políticos da república, com formação mais intelectual que funcional, e 
de outro lado, a educação espartana, baseada em práticas militares altamente rígidas, voltadas para a 
educação física. 
Para quem assistiu ao filme 300, pode traçar um paralelo entre o texto e a ficção exposta e 
verificar o extremismo militar daquele povo. 
A educação romana se baseia num ensino intelectualizado, composto por três graus clássicos. A 
cultura romana se baseava na humanitas – no sentido literal de humanidade-, equivalente a paidéia 
grega. Que segundo Aranha (2006, p. 89): “Distingue-se desta, no entanto, por se tratar de uma cultura 
predominantemente humanística e, sobretudo, cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza 
o ser humano em todos os tempos e lugares”. 
No sistema de educação cosmopolita romano, os mestres ou magisters eram simples e mal 
pagos. Para desempenhar o ofício, ajeitavam-se em qualquer espaço: uma tenda, a entrada de um 
 
4 Apud Aranha (2006, p. 62): “De início significava apenas educação de meninos (pais, paidós, 
‘criança’). 
 4 
templo ou de um edifício público. Conforme Aranha (2006, p. 90): “As crianças escreviam com estiletes 
em tabuinhas enceradas, aprendendo tudo de cor, muitas vezes ameaçadas por castigo”. 
A produção material ficava ao encargo dos escravos, que eram numerosos e tratados como 
objetos. Também era utilitária e militarista, organizada sob formas de poder rígidas que permitiram a 
manutenção do império por longo tempo. 
Tal fusão idealista grego-romana influenciou pesadamente a civilização ocidental, através de 
ideais humanistas como a filosofia dos sofistas como Platão e Aristóteles. Na verdade é a base do 
pensamento ocidental. 
Aranha (2006, p. 96) nos aponta que: 
“No Brasil perdurou por muito tempo a educação inspirada na tradição greco-romana das humanidades, 
adaptada pelos cristãos medievais e divulgada pelos jesuítas que exerceram prolongada influência no 
renascimento e na Idade Moderna, inclusive no Brasil Colônia [...].” 
 
Durante esse processo que levou centenas de anos, a educação tornou-se um processo 
institucional, na busca pela organização de um ensino público. 
A educação medieval era escolástica e livresca, baseada num formalismo teocêntrico. Após a 
decadência do império romano, instituiu-se a educação cristã, através da pregação apostólica, numa 
fusão da fé cristã com a tendência greco-romana. 
O que é interessante ressaltar é que, a serviço do cristianismo, pela primeira vez, a escola se 
torna o aparelho ideológico do Estado, difundindo os valores cristãos de subserviência e fé dogmática. 
É fato que desde essa época, a escola era objeto ideológico das classes dominantes, com a 
função de reproduzir os ideais de dada classe que deseja se manter no poder a qualquer custo! 
Sabemos que, longe de ser um período histórico de “trevas”, o período medieval5 trouxe 
contribuições decisivas para a educação, em termos de organização de ensino. 
A produção feudal baseava-se no feudo, latifúndio agrícola, com produção artesanal de bens e 
serviços. Era fundada na divisão de classes, entre nobres e servos. 
Para Tomás de Aquino, a educação podia desabrochar as potencialidades do educando, porém 
sob rígida disciplina e autoridade. Algumas noções caracterizam a sua obra, conforme as autoras Rubano 
e Moroz6 (1996, p. 156), como a relação que estabelece entre a razão e a fé, as concepções de 
finalidade, de casualidade e de potência-ato, existindo, nesse sentido, uma delimitação entre o referente 
à razão e o referente à fé, ambas capazes de conduzir o homem ao conhecimento. 
A educação se dividia em educação para a nobreza e educação para as classes trabalhadoras. 
Esta última oral e baseada em rudimentos, e a outra mais intelectual. Na Baixa Idade Média, houve o 
desaparecimento das escolas enquanto instituições, sendo que no feudalismo a herança greco-romana 
foi resguardada aos mosteiros, onde os monges eram os únicos letrados, porque os nobres e muito 
menos os servos sabiam ler. (ARANHA, 2006). 
Fala-se em escolas monacais leigas e pagãs em algumas cidades, após a queda do Império, 
anteriores ao século V, porém não há documentos que comprovem a existência das mesmas. 
No séc. IX, Carlos Magno já propunha a divisão no sistema de ensino, em educação elementar, 
secundária e superior, transferindo a responsabilidade da educação das camadas jovens à escola, num 
sistema hierarquizado. 
Quando lemos livros de ficção que têm como pano de fundo obras do Renascimento, vemos como 
a mulher foi apagada do poder. Já na era medieval, era vista como inferior e pecadora, encontrando no 
 
5 Idade Média: de 476 (queda do Império Romano do Ocidente) a 1453 (tomada de Constantinopla pelos 
turcos). Apud Aranha (2006, p. 102). 
6 RUBANO, Denise R.; MOROZ, Melania. Razão como apoio a verdades de fé: Santo Tomás de Aquino. 
In: ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 6.ed. Rio de 
Janeiro: Espaço e Tempo, São Paulo: EDUC, 1996. 
 5 
ensino religioso dos conventos, quando de classe abastada, alguma educação pragmática com certeza. 
Sob tais aspectos pensar não era coisa de mulher! 
Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, sendo depositárias dos 
valores da vida doméstica, com fins atrelados ao casamento e à maternidade. Enquanto pobre, a mulher 
trabalhava duramente ao lado do marido, permanecendo analfabeta e quando nobre, recebiam aulas no 
seu próprio castelo, atendo-se, porém, ao aprendizado da música e de trabalhos manuais, entre outros 
aprendizados de cunho doméstico. 
No Renascimento, encontramos a revalorização dos valores clássicos, greco-romanos, e um 
crescente antropocentrismo. 
Foi uma época de grande rumor, principalmente em Florença, capital da cultura na Europa. 
Descobertas como a bússola, a pólvora e a imprensa, impulsionaram o individualismo, o pioneirismo e a 
aventura. 
A teoria heliocêntrica de Copérnico traduz a busca do pensamento científico, através da 
experimentação e comprovação, porém só se pode falar em ciência de fato, a partir do século XVIII. 
Apesar do clima de liberdade e cultura, ainda era recorrente na educação, sistemas díspares 
divididos em educação para o burguês e educação para as massas populares,através de um sistema 
baseado no elitismo, na aristocracia e no individualismo. 
Enquanto que os mais ricos continuavam a ser educados por preceptores em seus próprios 
castelos, a pequena nobreza e a burguesia ascendente também queriam educar seus filhos, buscando 
escola para tal. Quanto à educação popular, atinha-se ao aprendizado dos ofícios nos locais de trabalho 
(ARANHA, 2006, p. 125-126). 
O aparecimento dos colégios se deu por volta do século XVI, correspondendo a uma nova 
imagem de infância e família, agora exigindo cuidados específicos, buscando protege-las das “más 
influências”. Tal especificidade se debruçava sobre a infância, se diferindo do pensamento medieval que 
não diferenciava o adulto da criança, nem os locais para os mesmos. 
Cabe citar também a educação jesuíta, já que foi grande a sua influência no Brasil colônia. 
A educação jesuíta tinha como base catequizar as populações ignorantes, no intuito de “civilizá-
las”, doutrinando-as através da fé cristã e da servidão, já que os jesuítas acreditavam na divisão de 
classes por obra meritória de Deus! 
 O ensino escolar passa a formar seus alunos para desempenharem atividades específicas na 
sociedade, sendo que o ensino especializado corresponde a uma demanda da sociedade, resultante da 
divisão social do trabalho, baseada na hierarquização e na desigualdade econômica. 
 Esse sistema de ensino escolarizado começa a se expandir à medida que a sociedade e as camadas 
populares (séc. XVII), passam a reivindicar o acesso a escola. Motivadas pelos ideais iluministas e por 
novas ordens religiosas, a classe trabalhadora tinha no acesso a formação escolar, condição para 
elaborar sua própria cultura de resistência. 
 Os ideais iluministas, quanto à educação, propunham uma educação laica e gratuita. Para tanto, se deu 
à unificação do ensino público em todos os graus, mas conservando ainda o elitismo no que tange ao 
acesso e, principalmente, a permanência no sistema, pois só obtinham êxito nos estudos os que tinham 
as “habilidades” solicitadas pela escola, pautadas numa educação erudita que tem por referência a 
camada dominante. 
 Tal educação se baseava nas novas ciências da filosofia cartesiana, encorajando seus estudantes para 
a curiosidade científica sob um regime disciplinar brando. 
O homem burguês deveria se formar para comandar as massas e para tanto, a educação jesuíta 
previa uma formação embasada na ciência do governo e na escolástica, fundada no estudo do latim e da 
retórica. 
A educação na era moderna teve como fator decisivo a mudança no sistema de produção do 
artesanal para a manufatura, com produção coletiva. 
 6 
Bacon foi o precursor do método científico e Descartes, do método hoje identificado como cartesiano. 
Sua obra mais relevante é o Discurso sobre o Método. Tal postulado baseava-se no racionalismo e no 
empirismo, priorizando a razão. 
Da-se um conflito entre o racionalismo e o humanismo cristão. Há uma crescente evolução no 
sentido de organizar os métodos de ensino como na obra “Didática Magna” de Comênio7, defensor de um 
sistema e ensino unificado, com escolas articuladas em graus. 
A educação se torna cada vez mais pragmática e baseada no conhecimento científico. , tendo 
como valor norteador o preparo para a vida. 
Mais uma vez está presente a dicotomia recorrente na educação, resultante da divisão social: trabalho 
intelectual (classe dominante) e trabalho manual (classe popular). De um lado a educação nobre e de 
outro, das camadas trabalhadoras. 
O modelo protestante de educação propunha as escolas dominicais, baseadas na educação 
religiosa para as crianças. 
Com a Revolução Francesa (1789), houve a mudança de poder das mãos do clero e da nobreza, 
para uma burguesia ascendente. 
O ideal iluminista propunha a racionalidade e a liberdade em oposição à igreja e a prepotência da 
monarquia. 
Algumas teorias como as de Rousseau, influenciaram a educação que desenvolvemos hoje. Ele 
percebeu que a criança não é um adulto em miniatura e merece uma educação adaptada às suas 
necessidades. Vê também a estreita ligação entre a educação e a política. 
No séc. XVIII, as camadas populares começam a se mobilizar em função de uma educação 
pública, porém ainda o universo da educação pública era elitista, excluindo os “menos” capazes. Só os 
alunos mais capazes poderiam prosseguir até a universidade. 
Atualmente e em cotejo, temos índices de estrangulamento relevantes como: para 100 escolas de 
ensino fundamental, temos 10 de ensino médio. Se for pensar em termos de ensino superior, a taxa fica 
gritante! 
Quanto ao grau de escolaridade do trabalhador brasileiro, segundo Costa (1999, p.72): 
Até a 4ª série: 45%; Primeiro grau completo: 16%; Segundo Grau completo: 13% ; Ensino 
Superior: 03%. 
É o funil recorrente da educação universal! 
Continuando, além de Rousseau, temos inúmeros educadores visionários como: Froelbel, com os 
jardins de infância e a educação espontânea. 
Na educação positivista, séc. XIX, influenciada pelo marxismo de Karl Marx e pelo Positivismo de 
Comte, baseado no pensamento racional pragmático. 
A educação socialista, tal qual o regime, propunha uma educação democrática, baseada na 
ideologia socialista: escola pública e única para todos, que fosse politizada e alheia ao ideal capitalista-
burguês. 
A educação sofreu, com as teorias, fortes mudanças, buscando a adaptação dos métodos à idade 
dos educandos e identificando a educação como um processo de transformação social. 
A educação da Escola Nova baseava-se na espontaneidade da criança que aprende através da 
experiência, como preconizava Dewey, educador norte-americano que influenciou fortemente o 
movimento escolanovista, do início do séc. XX. 
Para tanto, a educação passou a ser vista como um processo e não um produto. Enquanto um 
processo de reconstrução da experiência. 
 
7 João Amós Comênio (1592-1670), o maior educador e pedagogo do século XVII, conhecido como o 
“Pai da Didática Moderna”, tendo como ponto de partida uma aprendizagem eficaz e atraente, que ida do 
simples ao complexo, segundo gradações das dificuldades, adequadas à capacidade de assimilação dos 
alunos (ARANHA, 2006, p. 157). 
 7 
Aluno= paidocentrismo. 
Kilpatrick (projetos manuais), Decroly (Centros de Interesse) e Montessori 
(educação sensorial e individualizada), contribuíram com diferentes propostas e abordagens acerca do 
ensino e da aprendizagem. 
 
2. A educação brasileira 
 
A educação brasileira foi fortemente influenciada pelos movimentos europeus e as revoluções que 
marcaram o período (séc.XVIII e XIX). 
 
2.1 Brasil Colônia 
 
Os jesuítas, apesar do modelo elitista de educação, trouxeram para o Brasil não só costumes e 
religiosidade européia, mas também um modelo de organização pedagógica que por 210 anos, 
significaram o sistema de educação brasileira. Porém o ensino jesuíta manteve a escola conservadora, 
indiferente a perspectiva cartesiana européia, pautada na revolução intelectual e no racionalismo e 
aprendizado de cunho científico, sendo extremamente dogmática e voltada para a formação de uma 
classe dirigente. 
A maioria dos estudantes ricos que buscavam uma educação mais científica, dirigia-se para a 
Universidade de Coimbra ou demais universidades européias. 
Após a expulsão dos jesuítas das colônias portuguesas, em 1759, pelo Marquês de Pombal, 
instaurou-se um verdadeiro caos. O sistema jesuítico foi desmantelado. A educação brasileira vivenciou 
uma grande ruptura histórica no modelo já implantado. 
 
2.2 Brasil Império 
 
 Com a chegada da família real ao Brasil (1808), houve um processo de conexão entre 
as atividades comerciais do Brasil com Portugal, a abertura dos portos, favorecendo a dinamização da 
sociedade colonial. 
Em 1824 é outorgada a primeira constituição brasileira, que pregava a instrução primária e gratuita para 
todos os cidadãos, constituindoum importante passo em relação às reformas educacionais posteriores. 
 Em 1834, delega autonomia às províncias para a administração do ensino primário e 
secundário. 
 Em 1835, surge a primeira escola normal do país, em Niterói. 
 Por todo o Império, pouco se fez pela educação brasileira e muitos reclamavam de sua 
qualidade ruim. Segundo os pareceres de Rui Barbosa, “A reforma sugerida por ele, inspirava-se nos 
sistemas educacionais da Inglaterra, da Alemanha e dos Estados Unidos”. Porém, tal reforma não 
aconteceu como previsto, gerando estagnação e um atraso educacional, em relação aos países que 
serviram de inspiração para o modelo educacional proposto. 
 Com a Proclamação da República (1889), houve a tentativa de empreender diversas 
reformas que pudessem dar uma nova guinada, mas se observarmos bem, a educação brasileira não 
sofreu um processo de evolução que pudesse ser considerado marcante ou significativo em termos de 
modelo, nesse período. 
 Acredito que as inovações se restringiram mais às tentativas de estruturação do 
ensino, aos decretos e leis sobre a administração do ensino e ao surgimento de novas escolas. 
 
2.3 Brasil República 
 
 8 
A República proclamada em 1889 adota o modelo político americano baseado no sistema 
presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. 
A década de 1920, marcada pelo confronto de idéias entre correntes divergentes, influenciadas 
pelos movimentos europeus, culminou com a crise econômica mundial de 1929. 
A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de 
produção. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era 
preciso investir na educação. Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores 
da época. 
O fim do Estado Novo consubstanciou-se na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e 
democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o 
ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 
Foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961, prevalecendo as reivindicações da Igreja 
Católica e dos donos de estabelecimentos particulares. 
Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, sob 
o pretexto de que as propostas eram "comunizantes e subversivas". Depois do golpe militar de 1964 
muito educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muito foram 
calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram a vida privada e outros, demitidos, 
trocaram de função. 
 Segundo Freitas (2002, p.17), o Regime Militar espelhou na educação o caráter anti-democrático 
de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram 
invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os 
estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 
calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudantes tem que estudar" e 
"não podem fazer baderna". Esta era a prática do Regime. 
 Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, para acabar com os 
"excedentes" (aqueles que tiravam notas suficientes para, mas não conseguiam vaga para estudar), foi 
criado o vestibular classificatório. 
 Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, que 
tentava ter em sua didática, o Método Paulo Freire tão a priore, visto como subversivo, o MOBRAL 
propunha erradicar o analfabetismo no Brasil. E entre denúncias de corrupção, foi extinto. 
 É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos 
interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 5692, a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. 
 A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho 
profissionalizante. Dentro do espírito dos "slogans" propostos pelo governo, como "Brasil grande", "ame-o 
ou deixe-o", "milagre econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma 
decisiva, para o aumento da produção brasileira. 
 Os militares desenvolveram um método de ensino centrado em formar pessoas não para a vida 
social, mas para o mercado de trabalho. Influenciados pelos moldes de educação norte-americana, 
pregavam um sistema educacional tecnicista, excludente e sem nenhuma atenção à educação básica 
pública. Não visava desenvolver o senso crítico dos educandos e menos ainda um entendimento real do 
seu quadro social, que são metas básicas da LDB/96. 
 Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação brasileira, 
sob o pretexto de que as propostas subversivas. 
Depois do golpe militar de 1964 muito educadores passaram a ser perseguidos em função de 
posicionamentos ideológicos. 
 
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10b.htm
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10a.htm
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No início dos anos 70 foi promulgada a Lei nº 5.692/71, que revogou os artigos da Lei 4024/61 
que tratavam da educação básica (pré-escolar, primário, ginásio e colégio), unificando o primário com o 
ginásio e tornando o 1º grau um curso único - coisa que na prática até hoje nunca se concretizou, devido 
à natureza e organização dos dois cursos; o ensino primário com uma única professora e o ginásio já 
apresentando o professor especialista, um para cada matéria, forçando os alunos a um salto enorme de 
organização da 4ª para a 5ª série. 
A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular, de vários setores da 
sociedade, que o processo de abertura política tornou-se inevitável. Mesmo assim, os militares deixaram 
o governo através de uma eleição indireta, mesmo que concorressem somente dois civis (Paulo Maluf e 
Tancredo Neves). 
Deu-se então a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que 
passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes a escola, a sala 
de aula, a didática e a dinâmica escolar em si mesma. 
Com o fim do Regime Militar, a eleição indireta de Tancredo Neves, seu falecimento e a posse de 
José Sarney, pensou-se que poderíamos novamente discutir questões sobre educação de uma forma 
democrática e aberta. A discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido 
pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores 
de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as 
questões pertinentes à escola, a sala de aula, a didática e a dinâmica escolar em si mesma. Impedidos 
de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais da área de 
sociologia, filosofia, antropologia, história, psicologia, entre outras, passaram a assumir postos na área da 
educação e a concretizar discursos em nome da educação. 
Refletindo sobre o período, penso que seria difícil englobar tantos eventos históricos marcantes 
sem correr o risco de ser reducionista. Então, tentarei ressaltar os aspectos que, pessoalmente, acho 
marcantes, tais como: 
• A República proclamada adota o modelo político americano baseado no sistema 
presidencialista. Na organização escolar percebe-se influência da filosofia positivista. 
• A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista 
de produção. A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era 
preciso investir na educação. 
• Em1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época. 
• 1937- Getúlio Vargas - institui o Estado Novo/ Fim em 1945. 
• O fim do Estado Novo resultou na adoção de uma nova Constituição de cunho liberal e 
democrático. Esta nova Constituição, na área da Educação, determina a obrigatoriedade de se cumprir o 
ensino primário e dá competência à União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. 
Foi promulgada a Lei 4.024, em 20 de dezembro de 1961. 
• Em 1964, um golpe militar aborta todas as iniciativas de se revolucionar a educação 
brasileira, sob o pretexto de que as propostas subversivas. 
• Lei 5692/71- A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação 
educacional um cunho profissionalizante; planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma 
decisiva, para o aumento da produção brasileira. 
• 1985 - A ditadura militar se desfez por si só. Tamanha era a pressão popular, de vários 
setores da sociedade, que o processo de abertura política tornou-se inevitável. Deu-se então a 
participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de 
educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola. 
 
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 No século XX, muitas transformações ocorreram no cenário da educação como a formação do 
Ministério de Educação e Saúde Pública (1930), tendo como ministro Gustavo Capanema e em 1931, o 
governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras 
ainda inexistentes. O Golpe de Estado (1937-45) engendrado pelo governo de Getúlio Vargas. Em 1932 
um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por 
Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época, revelando a grande 
preocupação que se tinha na época, em desenvolver a educação como direito de todos, através de 
premissas como: a laicidade, a gratuidade, a obrigatoriedade e a co-educação (Manifesto, 1932 apud 
XAVIER,2002, p. 95). Tais premissas consubstanciaram as reformas e leis educacionais, encontrando 
efetivamente ressonância na segunda metade do século XX, onde temos três leis educacionais 
sancionadas: 
 
• LDB 4.024/61: na qual prevalecia as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de 
estabelecimentos particulares de ensino, no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a 
oferta da educação aos brasileiros; 
• LDB 5692/71: a característica mais marcante desta Lei, além de ter sido promulgada em 
plena ditadura militar, era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. Dentro do 
espírito dos "slogans" propostos pelo governo militar, como "Brasil grande", "ame-o ou deixe-o", "milagre 
econômico", etc., planejava-se fazer com que a educação contribuísse, de forma decisiva, para o 
aumento da produção brasileira. Esta lei também reorganizou a educação básica em Pré-escolar, 1º Grau 
e 2º Grau; 
• LDB 9394/96: trouxe melhorias ao sistema educacional, principalmente no que se refere 
às políticas de inclusão social e projetos inéditos como os Parâmetros Curriculares (PCN’s). 
O Projeto de Lei da nova LDB foi encaminhado à Câmara Federal, pelo Deputado Octávio Elisio 
em 1988. No ano seguinte o Deputado Jorge Hage envia a Câmara um substitutivo ao Projeto e, em 
1992, o Senador Darcy Ribeiro apresenta um novo Projeto que acaba por ser aprovado em dezembro de 
1996, oito anos após o encaminhamento do Deputado Octávio Elisio. 
A LDB 9394/96 trouxe melhorias ao sistema educacional, principalmente no que se refere às políticas de 
inclusão social e projetos inéditos como os Parâmetros Curriculares (PCN’s). 
Com a atual LDB, se dá um processo de participação e representatividade no congresso de 
grupos reivindicatórios, através da discussão das necessidades educacionais brasileiras, resultantes de 
pesquisas censitárias e avaliações, que trouxeram a ”realidade” das escolas brasileiras, mesmo que 
parcialmente, para o debate. 
O momento atual é de grande discussão acerca das demais iniciativas do governo para melhorar 
a instrução pública brasileira, já que ainda não foram suficientes para se ter um observável rendimento na 
realidade vivida por toda a população nacional, no que se refere a real elevação da qualidade de ensino e 
ao desenvolvimento dos objetivos educacionais traçados por essas diretrizes. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Fazendo uma análise do período, penso que a organização escolar, desde a República, recebe 
influência de modelos externos, como a filosofia positivista, no período citado. Também as reformas no 
sistema ocorrem de cima para baixo, isto é, é o governo sancionando leis e decretos a serviço das elites 
dominantes. No movimento escolanovista, tivemos a influência de Dewey, entre outros, relacionados ao 
modelo norte americano de educação. Mesmo o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, foi redigido 
por educadores que compunham os "intelectuais da educação", os quais, em sua maioria, realizaram 
seus estudos no exterior, como é o caso de Anísio Teixeira, que estudou na universidade de Colúmbia, 
nos EUA, e foi aluno de Dewey. 
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb07a.htm
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Também foi marcante a influência americana tanto no Golpe Militar de 64, quanto no modelo de 
educação proposto pelo governo militar e que resultou na LDB 5692/71, em plena ditadura militar. 
Fica claro que com a abertura política (1985) ocorrida com o fim da ditadura militar, é que o Brasil 
começa a voltar-se para as questões internas relativas aos processos e sistemas pedagógicos. Estudos 
como os Círculos de Cultura de Paulo Freire, voltam a ser estudados, apesar se referirem, em boa parte, 
a 1962-64, quando Freire atuava alfabetizando e politizando. 
Cotejando a atuação do docente hoje com a atuação em plena ditadura militar, percebo o 
professor atual mais politizado e sem medo de questionar certos aspectos do sistema. À medida que a 
censura recuou e se deu a liberação das idéias pedagógicas, através do incentivo à pesquisa, assim 
como do desenvolvimento de um fenômeno que chamo de “olhar para dentro” em relação à realidade dos 
estudantes brasileiros, distante de determinados modelos importados, utilizados pelo governo militar, se 
deu um processo dinâmico, alimentado por novos projetos e iniciativas políticas. 
Ainda a educação brasileira caminha com dificuldades, entre os problemas encontrados pelos 
professores como baixos salários, falta de incentivo, exploração, sistema pedagógico ineficiente e 
burocrático, sobrecarga de trabalho, sucateamento de unidades escolares públicas, violência nas 
escolas, educandos desmotivados e uma sofrível meta de qualidade na educação. Apesar desses 
problemas, vejo que muitos professores trabalham arduamente por uma educação de qualidade em todos 
os sentidos, com foco na formação de indivíduos capazes de atuar criticamente na sociedade. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 6.ed. Rio de 
Janeiro: Espaço e Tempo, São Paulo: EDUC, 1996. 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3.ed.São Paulo: Moderna,2006. 
______ . História da educação e da pedagogia – Geral e Brasil. 3.ed.São Paulo: Moderna,2006. 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2007. 
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 4.024/61 publicada em 20 de dezembro de 
1.961 
_______, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 5.692/71 publicada em 11 de agosto de 
1.971 
_______, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 9394/96 publicada em 20 de dezembro de 
1.996 
COSTA, Paulo Moreira da. Administração e globalização. São Paulo: Plêiade, 1999. 
FREITAS, Marcos Cezar. Memória intelectual da educação brasileira. 2.ed. Bragança Paulista:EDUSF, 
2002. 
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de O.; OLIVEIRA, Márcia G. de. Um toque de clássicos: 
Marx, Durkheim e Weber. 2.ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 
SÃO PAULO, Secretaria de Educação, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional: legislação para sua implantação. São Paulo: SE/CEMP, 1998. 
XAVIER, Libânia Nacif. Para além do campo educacional: um estudo sobre o Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova (1932). Bragança Paulista: EDUSF, 2002.

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