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26/02/2023 15:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/44
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS
AULA 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ivanildo Viana Moura
26/02/2023 15:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/44
CONVERSA INICIAL
Olá, alunos, tudo bem? Seja bem-vindos à nossa aula da disciplina de Gestão de Custos
Logísticos. Neste momento, daremos continuidade ao estudo sobre o custeio variável, explorando
alguns conceitos que são oriundos desse método. Aproveite a leitura e pratique os conhecimentos
adquiridos resolvendo os exercícios. Lembre-se, a melhor maneira de aprender é praticando.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
O custeio variável é um método que considera, como custos de produtos, somente os gastos
variáveis, sendo os custos fixos lançados na demonstração de resultados como despesas do período.
Por conta disso, esse método não é aceito pela legislação brasileira para a apuração dos custos dos
produtos ou serviços.
Apesar de não ser aceito pelo fisco, é muito utilizado para fins gerenciais, pois, a partir da sua
lógica de funcionamento, alguns conceitos podem ser desenvolvidos para a tomada de decisão
gerencial, grupados em uma técnica chamada análise custo/volume/lucro.
A análise CVL utiliza-se da técnica do custeio variável para fazer previsões sobre o modo como
alterações nos volumes de produção podem alterar o lucro e vice-versa. Os vários conceitos oriundos
do custeio variável, agrupados nesta aula, permitem fazer previsões de faturamento, bem como
projeções sobre outras decisões que os gestores precisam tomar diariamente. Assim, mais uma vez
constatamos a importância do custeio variável para as decisões gerenciais.
TEMA 1 – ANÁLISE CUSTO/VOLUME/LUCRO
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A tomada de decisões é algo corriqueiro no dia a dia dos gestores de qualquer empresa.
Quando se trata de indústrias, um dos principais pontos a decidir é o que produzir e quanto
produzir. Diante de tais questionamentos, informações acerca dos gastos incorridos nos processos
de produção dão suporte para os gestores, pois “na utilização dos custos para auxílio à tomada de
decisões, a previsão ou o planejamento do lucro da empresa é ponto importante” (Bornia, 2010, p.
54), pois impacta nas operações.
Por conseguinte, o planejamento de curto prazo leva em conta o melhor curso de ação a ser
seguido para alcançar o lucro planejado, considerando que as saídas de produção são relativamente
fixas (Figueiredo; Caggiano, 2017). Para tanto, é preciso considerar que todo planejamento de
produção deve levar em conta os custos fixos e variáveis incidentes sobre as operações, pois
esses gastos têm influência nos processos de custeamento e no resultado (Martins, 2019), devendo
receber maior atenção por parte dos gestores.
Sabemos que a reação do custo às influências das diversas variáveis é essencial para a tomada
de decisão, pois alguns custos são constantes (ou fixos) em um dado período, enquanto outros
variam (Figueiredo; Caggiano, 2017). Isso significa que, por suas características, quando ocorrem
alterações nos custos fixos e variáveis da empresa, também há alterações no lucro.
Nessa conjuntura, “um conjunto de procedimentos, denominados análise de custo-volume-lucro,
determina a influência no lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos custos”
(Bornia, 2010, p. 54). Outrossim, essa análise caracteriza-se como um instrumento utilizado para
projetar o lucro que seria obtido em diversos níveis possíveis de produção e vendas; bem como para
analisar o impacto, sobre o lucro, de modificações no preço de venda, nos custos e em ambos
(Crepaldi; Crepaldi, 2018).
 Em outras palavras, por meio da análise custo/volume/lucro (CVL), é possível fazer projeções do
resultado com base nas projeções de quantidades produzidas e vendidas. Para tanto, é necessário
que o gestor tenha conhecimento dos custos fixos e variáveis incidentes sobre as operações.
Conhecendo a estrutura de custos, é possível projetar os custos incorridos para níveis diferentes de
produção; além disso, é possível projetar o lucro para cada projeção de venda.
Nesse entendimento, a análise CVL enfatiza a distinção entre custos fixos e variáveis, dando
ênfase ao comportamento dos padrões de custo em relação às diferentes saídas de produção,
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funcionando assim como um guia para selecionar os níveis de lucro desejados (Figueiredo; Caggiano,
2017). Isso é possibilitado justamente por conta da separação entre custos fixos e variáveis.
Dado o exposto, os fundamentos da análise CVL estão intimamente relacionados ao uso de
sistemas de custos para o auxílio a tomadas de decisões de curto prazo, característica do custeio
variável (Bornia, 2010). Assim, com base no custeio variável, por meio da análise CVL é possível
estabelecer a quantidade mínima que a empresa deve produzir e vender para que não incorra em
prejuízo (Crepaldi; Crepaldi, 2018).
A análise CVL está intimamente relacionada com o conceito de margem de contribuição (Bornia,
2010), a partir do qual é possível trabalhar outros, também oriundos do custeio variável – dentro da
gestão de custos, são fundamentais para o processo de tomada de decisão. Vamos agora conhecer
mais a fundo o conceito de margem de contribuição.
TEMA 2 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
Toda empresa tem uma estrutura de gastos fixos e variáveis, necessários para a elaboração de
todos os seus produtos ou serviços, bem como para a manutenção das atividades operacionais em
funcionamento. Assim sendo, os produtos elaborados por essa empresa devem cobrir todos os
gastos incorridos no período, e ainda gerar lucro para os acionistas e investidores.
Nesse sentido, se a empresa tem um mix variado de produtos, os gestores devem descobrir
quanto cada um desses itens contribui para a formação do lucro, reconhecendo que, primeiramente,
eles devem cobrir os gastos variáveis relativos a cada unidade produzida e os gastos fixos, os quais,
por serem comuns a várias áreas da empresa, só podem ser alocados por meio de uma base de
rateio. Para tanto, é necessário que conhecer o comportamento desses gastos, separando os fixos
dos variáveis, conforme o método de custeio variável.
Conforme estudamos anteriormente, o custeio variável é um método que considera somente os
gastos variáveis como custos do período, desconsiderando os custos fixos e tratando-os como
despesas. Assim, da análise comparativa entre os gastos variáveis e as receitas do período, surge o
conceito de Margem de Contribuição (MC), item de fundamental importância nos processos de
tomada de decisão (Bruni; Famá, 2019).
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Podemos conceituar a MC como a margem bruta obtida pela venda de um produto ou serviço,
que excede seus gastos variáveis unitários (Padoveze, 2014). Outrossim, podemos dizer que a MC é o
montante da receita diminuído dos gastos variáveis, e que a margem de contribuição unitária (MCU)
é o preço de venda menos os custos variáveis unitários do produto (Bornia, 2010).
Esse conceito é amplamente utilizado na gestão empresarial, pois a partir dele a empresa
consegue descobrir quais são os produtos mais rentáveis em seu mix. Dessa forma, em decisões
sobre qual produto fabricar, caso a empresa tenha opção de expandir a produção, a margem de
contribuição pode ser fundamental na hora de decidir, pois as informações obtidas a partir desse
conceito são fundamentais para os gestores.
A importância da MC é relatada por Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 167):
A margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o método de custeio
variável e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição
é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis. É o valor que cada
unidade efetivamentetraz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e
lhe pode ser imputado sem erro.
Chamamos a atenção para um ponto em específico na fala dos autores, quando mencionam que
“a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas
variáveis”. Com essa sentença, podemos definir a fórmula da MCU.
Figura 1 – Fórmula da MCU
Com base na fórmula da MCU, podemos identificar que, quando é feita uma separação entre os
gastos, tem-se de um lado aqueles que teriam ligação direta com cada unidade de produto
produzido ou vendido, pois tais gastos variam conforme variam produção/vendas. Por outro lado,
teríamos os gastos fixos, que independem do volume produzido ou vendido; por conta disso, são
tradados em sua totalidade como despesas do período (conforme custeio variável). Assim sendo,
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quando da venda de um produto, após o pagamento dos gastos variáveis, o que sobrar será usado
para cobrir os gastos fixos.
Lembra-se dos produtos da Cia Parthenon? A empresa fabrica notebooks, projetores e
impressoras, com uma estrutura de gastos fixos e variáveis, tanto custos quanto despesas. Dessa
forma, teríamos os seguintes gastos variáveis para cada unidade de produto (a partir de agora, todos
os cálculos foram feitos em planilha do Excel, sendo que esse aplicativo considera todas as casas
após a vírgula, e então arredonda o valor final para duas casas):
Tabela 1 – Gastos variáveis por produto
CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS POR UNIDADE DE PRODUTO
Gastos Variáveis Notebook Projetor Impressora
 Materiais (MP e outros)  R$       174,34  R$       130,76  R$         87,17
 Remuneração da produção  R$         75,01  R$         81,26  R$         44,32
 Embalagens dos produtos  R$         12,52  R$         12,52  R$         12,52
 Energia elétrica (produção)  R$          4,85  R$          6,56  R$          4,20
 Custos Variáveis Totais  R$   266,72  R$   231,10  R$   148,21
 Fretes nas vendas (por unidade)  R$         50,00  R$         50,00  R$         50,00
 Comissão dos vendedores  R$         10,83  R$          8,87  R$          5,23
 Despesas Variáveis Totais  R$     60,83  R$     58,87  R$     55,23
 Custos Variáveis Totais  R$       327,55  R$       289,86  R$       203,44
Nessa conjuntura, se a empresa vende uma unidade de um de seus produtos, em um primeiro
momento, o preço de venda deverá cobrir primeiro os gastos variáveis, pois eles têm ligação direta
com o item que está sendo vendido. Após cobrir os gastos variáveis, o que sobrar será a MCU, que
deverá contribuir para o pagamento dos gastos fixos.
Agora que já conhecemos os gastos variáveis de cada produto, podemos calcular a MCU. Para
tanto, ainda precisamos de uma informação: o preço de venda. Vamos dizer que, por meio do mark-
up, a empresa tenha estabelecido os seguintes preços de venda para seus produtos.
Figura 2 – Preços de venda
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Agora sim, com todas as informações necessárias, podemos calcular a nossa margem de
contribuição unitária de cada um dos produtos da Cia Parthenon. Vamos calcular primeiro a MCU do
produto notebook, seguindo a fórmula que foi apresentada anteriormente, considerando PV, CVU e
DVU.
Tabela 2 – MCU do produto Notebook
PRODUTO NOTEBOOK
Margem de Contribuição
Preço de Venda  R$    1.083,39
Custos Variáveis Unitários  R$       266,72
Despesas Variáveis Unitárias  R$         60,83
MCU  R$       755,84
Conforme podemos observar, o produto notebook tem uma margem de contribuição de
R$755,84. Isso significa que, para cada unidade vendida, ele contribuirá com R$755,84 para
pagamento dos gastos fixos.
Continuando, agora vamos calcular a MCU do produto projetor.
Tabela 3 – MCU do produto Projetor
PRODUTO PROJETOR
Margem de Contribuição
Preço de Venda  R$       886,67
Custo Variável Unitário  R$       231,10
Despesas Variáveis Unitárias  R$         58,87
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MCU  R$       596,70
O projetor contribui com R$596,70 para pagamento dos gastos fixos, valor inferior à MCU do
produto notebook. Importante ressaltar que o notebook tem preço maior, o que pode justificar a
diferença nesse caso em específico.
Seguindo com a apuração, vamos calcular a MCU da impressora.
Tabela 4 – MCU do produto Impressora
PRODUTO IMPRESSORA
Margem de Contribuição
Preço de Venda  R$       522,71
Custo Variável Unitário  R$       148,21
Despesas Variáveis Unitárias  R$         55,23
MCU  R$       319,27
Dentre os três produtos, a impressora apresenta a menor margem de contribuição. Assim como
aconteceu com o produto projetor, a explicação pode estar no fato de esse produto ter preço inferior
aos demais. Porém, devemos considerar que não somente o preço impacta a MCU, pois o produto
poderia ter um preço baixo e também uma carga de gastos variáveis baixa, o que poderia evidenciar
uma MCU maior que produtos com preço mais altos e gastos variáveis também altos.
Dessa forma, para saber realmente quais produtos apresentam a melhor MCU, podemos calcular
a margem de contribuição em porcentagem, e assim teremos uma melhor visão da contribuição
unitária de cada produto. Para tanto, basta dividir a MCU apurada pelo preço de cada produto:
MCU% = (MCU / PV) x 100
Vamos calcular a MCU% de todos os produtos.
Tabela 5 – MCU% dos produtos
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Conforme observado, a tabela evidencia que os produtos seguem, na MCU%, a mesma ordem
de contribuição apurada na MCU em valores. Ou seja, o produto notebook apresenta maior
contribuição unitária para pagamento de gastos fixos, seguido do projetor. A impressora fica em
último lugar nesse ranking. No entanto, isso não significa que a impressora não seja rentável, apenas
que tem uma estrutura de gastos variáveis maior do que os outros produtos.
Agora que já calculamos a MCU, podemos dar continuidade à nossa análise CVL, trazendo um
conceito tão interessante quanto o de margem de contribuição, que é o chamado ponto de
equilíbrio, assunto do próximo tema.
TEMA 3 – PONTO DE EQUILÍBRIO
Conforme estudamos anteriormente, sabemos que, para que a empresa tenha resultado positivo
no período, obrigatoriamente o preço de venda estabelecido para cada um dos produtos deve, em
um primeiro momento, cobrir todos os gastos variáveis; posteriormente também deve cobrir os
gastos fixos incorridos no período. Assim, o conceito de margem de contribuição nos apresenta o
valor com que cada produto contribui para pagamento dos gastos fixos. Por meio da MCU%, é
possível descobrir quais deles têm melhor margem de contribuição.
Nesse contexto, vamos agora considerar que a Cia Parthenon nos apresenta a seguinte estrutura
de gastos fixos, que devem ser cobertos pelos três produtos da empresa a partir de sua margem de
contribuição unitária, evidenciada anteriormente.
Tabela 6 – Gastos fixos totais do período
Gastos Fixos
ITENS Custo
 Remuneração da produção  R$         310.262,40
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 Energia elétrica (produção)  R$          18.375,00
 Aluguel (produção)  R$         150.000,00
 Seguros da produção  R$         200.000,00
 Depreciação da produção  R$         200.000,00
 Manutenção da produção  R$          95.000,00
 Custos Indiretos Totais  R$    973.637,40
 Remuneração (áreas de apoio)  R$          88.646,40
 Aluguel (áreas de apoio)  R$          30.000,00
 Energia elétrica (áreas de apoio)  R$            8.400,00
 Depreciação de áreas de apoio  R$          40.000,00
 Juros pagos   R$          60.000,00
 Despesas Indiretas Totais  R$    227.046,40
 Gastos Fixos Totais  R$ 1.200.683,80
A pergunta a ser feita agora é a seguinte: quantas unidades de cada produto a Cia Parthenon
deve vender para que os produtos consigam pagar os gastos variáveis e, além disso,cobrir todos os
gastos fixos, levando a empresa a não ter lucro e nem prejuízo?
Para responder a essa pergunta, apresentamos um novo conceito, que também tem origem no
custeio variável: ponto de equilíbrio (PE) do inglês break-even point, cuja análise “é fundamental para
a empresa determinar sua necessidade de receita de venda ou a quantidade de produtos necessária
para zerar os custos e despesas fixas” (Oyadomari et al., 2018, p. 137). Nesse contexto, o PE
representa o ponto em que custos e receitas totais se igualam; a partir desse ponto, a empresa entra
na área da lucratividade (Crepaldi; Crepaldi, 2018).
Isso significa que, em determinado período, a empresa irá produzir seus produtos ou serviços;
para tanto, incorrerá em gastos variáveis (custos e despesas) e gastos fixos (custos e despesas. A
produção deverá, ao ser vendida, cobrir todos os gastos incorridos (fixos e variáveis).
Nesse sentido, a cada unidade de produto vendido pela empresa, parte do valor do preço de
venda deverá cobrir os gastos variáveis inerentes, enquanto o valor que sobrar (margem de
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contribuição) contribui para o pagamento dos gastos fixos. Quando o total de gastos fixos e variáveis
se igualarem ao total de receitas, a empresa alcançará o ponto de equilíbrio.
O conceito de PE pode ser visualizado no gráfico.
Gráfico 1 – Ponto de equilíbrio
Fonte: Martins, 2019, p. 242.
Conforme observamos no gráfico, “até esse  ponto, a empresa está tendo mais Custos e
Despesas do que Receitas, encontrando-se, por isso, na faixa do Prejuízo; acima, entra na faixa do
Lucro. Esse ponto é definido tanto em unidades (volume) quanto em reais” (Martins, 2019, p. 242).
Conforme comentado pelo autor e demonstrado no gráfico, até o momento em que se atinge o
ponto de equilíbrio, a empresa estará no prejuízo. Ou seja, se ela vender menos unidades do que o
necessário para atingir o ponto de equilíbrio, estará no vermelho, apresentando resultado negativo. A
partir do momento em que ela atinge o ponto de equilíbrio, a cada nova unidade vendida, parte do
preço do produto irá cobrir os gastos variáveis, enquanto o restante do valor irá compor o lucro da
empresa.
A análise do PE é útil como modelo de decisão gerencial. Porém, para ser realizada, é preciso
considerar as premissas de que “os padrões de custos e receitas foram criteriosamente determinados
e que possuem um comportamento linear, no intervalo do nível de atividade que está sendo
analisado” (Figueiredo; Caggiano, 2017, p. 178). Isso significa que, para calcular o ponto de equilíbrio,
considera-se que não há grandes alterações nos custos fixos e variáveis, pois essa análise é uma
estimativa, e assim os gastos previstos podem apresentar distorções, como ocorre em qualquer
previsão.
Agora que já conhecemos o conceito de ponto de equilíbrio, é importante entender que esse
conceito apresenta três classificações diferentes:
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Ponto de equilíbrio contábil
Ponto de equilíbrio econômico
Ponto de equilíbrio financeiro
Assim sendo, temos três classificações distintas desse conceito; “a diferença fundamental entre
os três pontos de equilíbrio são os custos e despesas fixos a serem considerados em cada caso”
(Bornia, 2010, p.63).
Vamos entender cada uma dessas classificações, iniciando pelo ponto de equilíbrio contábil.
3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL
Na mensuração do patrimônio e no registro dos fatos contábeis para a elaboração de
demonstrações contábeis, a contabilidade considera todos os fatos que têm efeito no resultado,
levando em conta a legislação pertinente e os pronunciamentos técnicos. Nesse sentido, ao realizar a
apuração do lucro, a contabilidade não adiciona itens que não façam parte dos processos
operacionais (como custo de oportunidade), e não exclui itens que não movimentam caixa (como
depreciação) seguindo a normatização contábil.
Seguindo essa lógica, quando a empresa calcula o ponto de equilíbrio contábil (PEC), deve
considerar todos os gastos apurados pela contabilidade, não excluindo e nem adicionando quaisquer
outros que não estejam no rol de custos e despesas contábeis. Assim, “no ponto de equilíbrio
contábil, são levados em conta todos os custos e despesas contábeis relacionados com o
funcionamento da empresa” (Bornia, 2010, p. 63).
Nessa conjuntura, a empresa consegue atingir o PEC quando as vendas atingem volume
monetário ou físico suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, inexistindo lucro ou
prejuízo (Crepaldi; Crepaldi, 2018). 
Você deve estar se perguntando: mas, afinal, como é que se calcula o PEC? Bom, nesse caso,
precisamos considerar um ponto bem importante: a empresa fabrica somente um produto, ou ela
possui um mix de produtos? Se ela tiver somente um produto, podemos usar a seguinte fórmula para
calcular o PEC.
Figura 3 – Ponto de equilíbrio contábil
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Vamos imaginar que a empresa só fabrica o produto notebook. Dessa forma, para calcular o PEC,
basta dividir os gastos fixos totais (soma de custos e despesas fixas) pela MCU (custos e despesas
fixos totais foram informados na Tabela 6). Temos, então:
Conforme demonstrado, se a empresa fabricasse apenas notebooks, considerando que a
estrutura de gastos fixos fosse a mesma, ela deveria vender aproximadamente 1.589 unidades do
produto para alcançar o PEC.
Vamos fazer a comprovação dessas informações. Para tanto, vamos simular uma demonstração
de resultados apurada pelo custeio variável, imaginando que a empresa tenha vendido as 1.589
unidades (lembrando que estamos trabalhando com o Excel, que considera todas as casas após a
vírgula, mesmo as que não aparecem).
Tabela 7 – Comprovação do PEC
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Conforme demonstrado na tabela, caso o produto notebook fosse o único produzido pela
empresa, o PEC seria alcançado quando fossem vendidas 1.589 unidades desse produto. Nesse caso,
conforme mostra a tabela, o lucro da empresa seria zero, ou seja, haveria igualdade entre receitas
totais e custos e despesas totais.
Assim, se a empresa vendesse menos que as 1.589 unidades, estaria incorrendo em prejuízo. A
cada unidade vendida a mais que o PEC, ela incorrerá em lucro. Para conferir, vamos simular duas
demonstrações de resultado pelo custeio variável, uma considerando que a empresa tenha vendido
100 unidades a menos que o PEC, e a outra considerando que ela tenha vendido 100 unidades a mais
que o PEC.
Tabela 8 – Simulação de vendas abaixo e acima do PEC
Demonstração de Resultado - PEC Negativo Demonstração de Resultado - PEC Positivo
Receita de Vendas  R$    1.612.670,65 Receita de Vendas  R$    1.829.349,34
Custos Variáveis Totais  R$       397.017,60 Custos Variáveis Totais  R$       450.360,95
Despesas Variáveis Totais  R$        90.553,53 Despesas Variáveis Totais  R$       102.720,31
Margem de Contribuição  R$1.125.099,52 Margem de Contribuição  R$1.276.268,08
Custos Fixos  R$       973.637,40 Custos Fixos  R$       973.637,40
Despesas Fixas  R$       227.046,40 Despesas Fixas  R$       227.046,40
Resultado do Período -R$    75.584,28 Resultado do Período  R$    75.584,28
Conforme demonstrado nas tabelas anteriores, quando a empresa vende acima do PEC, a cada
nova unidade vendida, a margem de contribuição unitária irá compor o lucro da empresa; a cada
unidade não vendida abaixo do PEC, a empresa incorrerá em prejuízo em valor igual ao da margem
de contribuição unitária.
Fizemos esses cálculos considerando que a empresa vende somente notebook, certo? Pois bem,
sabemos que a Cia Parthenon fabrica três produtos em seu mix, e que o notebook é apenas um
deles. Dessa forma, o ponto de equilíbrio deve ser calculado de forma diferente para essa empresa.
Se os três produtos tivessem a mesma margem de contribuição, não haveria problema,pois a
empresa alcançaria o PEC quando a venda dos três atingisse a quantidade total necessária.
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No entanto, sabemos que a margem de contribuição unitária de cada um é diferente; por conta
disso, precisamos calcular os dados de forma diferente. Vamos calcular a margem de contribuição
média ponderada (MCMP) para encontrar o ponto de equilíbrio do mix de produtos da Cia
Parthenon. Antes de prosseguir, é importante ressaltar que, ao utilizar a relação de custo-volume-
lucro (CVL) para analisar mais de um produto, o gestor precisa levar em conta algumas hipóteses
inerentes a essa relação, por exemplo (Oyadomari et at., 2018, p. 150):
a) assumir que não haverá alteração no mix de vendas. Essa composição permanecerá
constante no período em análise;
b) assumir que os custos variáveis têm uma relação linear com o nível de atividade e os
valores unitários permanecerão constantes no período em análise;
c) assumir que os custos fixos permanecerão constantes dentro de uma faixa relevante de
atividade no período em análise; e por fim
c) assumir que os preços de vendas unitários não sofrerão alteração no período em análise.
Vamos seguir os passos sugeridos por Crepaldi e Crepaldi (2018). De acordo com os autores, o
primeiro passo é calcular a participação de cada produto nas vendas totais da empresa. Para tanto,
vamos dividir a quantidade vendida de cada produto dentro do período pela quantidade total de
produtos vendidos.
Tabela 9 – Participação dos produtos nas vendas
Produto Vendas %
Notebook 1.560 52,79%
Projetor 120 4,06%
Impressora 1.275 43,15%
 Total 2.955 100%
Após calcular o percentual de participação de cada produto nas vendas, o próximo passo é o
cálculo da margem de contribuição média ponderada (MCMP). Para tanto, multiplicamos a MCU de
cada produto pela porcentagem de participação de cada produto nas vendas da empresa, conforme
segue.
Tabela 10 – Margem de contribuição média ponderada
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Produto MCU % MCMP
Notebook  R$ 755,84 52,79%  R$ 399,02
Projetor  R$ 596,70 4,06%  R$   24,23
Impressora  R$ 319,27 43,15%  R$ 137,75
 Total   100%  R$ 561,01
Conforme mostra na tabela 10, a MCMP apurada para nosso mix de produtos é de R$561,01.
Com essa informação, podemos calcular o nosso PEC. Para tanto, vamos aplicar a fórmula dada
anteriormente, a mesma que utilizamos para encontrar o PEC do produto notebook. A única
diferença é que, no lugar da MCU, usaremos a MCMP: PEC = (CF + DF) / MCMP.
Conforme cálculo apurado, o PEC para nosso mix de produtos é de 2.140 unidades. Mas aí vem
uma pergunta: 2.140 unidades de qual dos produtos? A resposta é: haverá participação dos três
produtos na composição do PEC. Como isso acontece? Vamos novamente utilizar o percentual de
participação de cada produto nas vendas da empresa para determinar qual a participação de cada
um na composição do PEC.
Tabela 11 – QTD de cada produto para compor o PEC
Produto PEC % Qth / Produto
Notebook
2.140
52,79% 1.130
Projetor 4,06% 87
Impressora 43,15% 923
 Total   100% 2.140
Conforme tabela 12, agora já sabemos qual a quantidade de cada produto a empresa deve
vender para atingir o PEC. Assim, vendendo 1.130 unidades de notebook, 87 projetores e 923
impressoras, a empresa deverá chegar em um resultado nulo, ou seja, lucro igual a zero.
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Importante ressaltar que o produto projetor tem uma margem de vendas muito baixa. Caso a
empresa estivesse fabricando somente projetores, provavelmente estaria operando no vermelho,
visto que teria dificuldades em cobrir todos os gastos, fixos e variáveis. O produto só conseguiu
alcançar o PE porque foi calculada a margem de contribuição média ponderada, considerando a sua
contribuição de acordo com a participação nas vendas. Caso contrário, provavelmente o produto não
atingiria o PE.
Vamos fazer a comprovação para verificar se essa informação é verdadeira? Vamos iniciar
calculando as receitas.
Tabela 12 – Receitas de venda dos produtos
Produto Preço QTD Receitas
Notebook  R$1.083,39 1.130  R$ 1.224.085,01
Projetor  R$   886,67 87  R$      77.062,24
Impressora  R$   522,71 923  R$     482.692,00
 Total   2.140  R$ 1.783.839,25
Uma vez calculadas as receitas, vamos calcular agora os custos e despesas variáveis totais:
Tabela 13 – Apuração dos custos e despesas variáveis totais
Produto CVU QTD CVT Totais Produto DVU QTD DVT Totais
Notebook  R$   266,72 1.130  R$     301.353,09 Notebook  R$     60,83 1.130  R$      68.733,94
Projetor  R$   231,10 87  R$      20.085,32 Projetor  R$     58,87 87  R$        5.116,25
Impressora  R$   148,21 923  R$     136.867,68 Impressora  R$     55,23 923  R$      50.999,16
 Total   2.140  R$     458.306,10  Total   2.140  R$     124.849,35
Agora que já apuramos as receitas, custos e despesas totais, basta fazer a demonstração de
resultados.
Tabela 14 – Comprovação do PEC com mix de produtos
Demonstração de Resultado
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Receita de Vendas  R$    1.783.839,25
Custos Variáveis Totais  R$       458.306,10
Despesas Variáveis Totais  R$       124.849,35
Margem de Contribuição  R$1.200.683,80
Custos Fixos  R$       973.637,40
Despesas Fixas  R$       227.046,40
Resultado do Período R$               0
O resultado apurado na tabela demonstra que o PEC foi atingido para o mix de produtos da Cia
Parthenon. Para tanto, seguimos os passos dados por Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 190).
Perceba que, para calcular o PEC, consideramos todos os gastos apurados pela contabilidade,
sem excluir ou adicionar nenhum outro. No caso das outras classificações, veremos que isso não
acontece. A diferença está no tipo de lucro que se deseja apurar:
Lucro contábil: considera todos os gastos mensurados pela contabilidade, e somente eles, sem
adicionar ou excluir outros itens que os gestores possam considerar relevantes.
Lucro financeiro: considera como gastos somente os itens que envolvem desembolso. Os
gastos que não movimentam caixa não são considerados.
Lucro econômico: além de todos os gastos considerados pela contabilidade, considera
também o custo de oportunidade referente ao capital aplicado na empresa.
A importância de calcular o PEC está no fato de que a empresa é avaliada pelo lucro apurado e
divulgado. Esse processo é feito pela contabilidade. Os acionistas, investidores, credores e demais
interessados na empresa irão avaliá-la por esse resultado. Dessa forma, ao calcular o PEC, os gestores
têm a informação da quantidade mínima que precisam vender para que a empresa não apure
prejuízos e, com isso, não seja mal avaliada no mercado.
3.2 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
Conforme apontamos anteriormente, o PEC considera todos os gastos apurados pela
contabilidade em seu cálculo. Tais gastos incluem, inclusive, itens que não movimentam caixa, mas
que representam a desvalorização dos ativos da empresa. Um exemplo disso é a depreciação.
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Embora represente um custo ou despesa, não exige a saída de dinheiro do caixa, pois a empresa não
desembolsa numerários para pagamento de depreciação.
No entanto, conforme legislação e normatização contábil, a depreciação deve ser considerada
para a apuração do resultado, pois ela é uma conta com o objetivo de ajustar as contas de
imobilizado, evidenciando a desvalorização dos ativos.
Uma vez que o ponto de equilíbrio é um conceito utilizado para fins gerenciais, não sendo
normatizado pela legislação, é possível que, em seu cálculo, sejam excluídos ou adicionados itens
que a contabilidade considera como custos ou despesas. Esse é o caso do ponto de equilíbrio
financeiro (PEF) e do ponto de equilíbrio econômico (PEE).
O PEF “corresponde à quantidade que iguala a receita total com a somados gastos que
representam desembolso financeiro para a empresa” (Bruni; Famá, 2019, p. 179). Assim, o PEF exclui
dos custos e despesas fixos totais os itens que não afetam o caixa, como depreciação e amortização
(Oyadomari, 2018).
Isso significa que, para calcular o PEF, todos os gastos que não representam saída de dinheiro do
caixa devem ser eliminados. Isso acontece porque, do ponto de vista financeiro, tais gastos não
impactam no resultado da empresa. Afinal, pelo fato de não movimentarem caixa, eles também não
podem influenciar o lucro ou o prejuízo do período.
Dessa forma, para calcular o PEF, utilizaremos a seguinte fórmula.
Figura 4 – Ponto de equilíbrio financeiro
Para entender o PEF, vamos trabalhar com o nosso exemplo anterior. Incialmente, consideramos
que a empresa fabrica somente um produto, no caso o notebook. Para calcular o PEF, precisamos
antes verificar se há gastos que não movimentam caixa. Vejamos a nossa tabela de custos e despesas
fixos.
Tabela 15 – Custos e despesas fixos
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Custos e Despesas Fixos
ITENS Custo
 Remuneração da produção  R$         310.262,40
 Energia elétrica (produção)  R$          18.375,00
 Aluguel (produção)  R$         150.000,00
 Seguros da produção  R$         200.000,00
 Depreciação da produção  R$         200.000,00
 Manutenção da produção  R$          95.000,00
 Custos Indiretos Totais  R$    973.637,40
 Remuneração (áreas de apoio)  R$          88.646,40
 Aluguel (áreas de apoio)  R$          30.000,00
 Energia elétrica (áreas de apoio)  R$            8.400,00
 Depreciação de áreas de apoio  R$          40.000,00
 Juros pagos   R$          60.000,00
 Despesas Indiretas Totais  R$    227.046,40
 Gastos Indiretos Totais  R$ 1.200.683,80
Conforme observado na tabela, o único gasto que a Cia Parthenon apresenta, e que não
representa desembolso, é a depreciação. Assim, no cálculo do ponto de equilíbrio financeiro, não
devem ser considerados gastos relativos a depreciações, amortizações ou exaustões, pois não
representam desembolsos para a empresa (Bruni; Famá, 2019).
Nesse sentido, para calcular o PEF, vamos aplicar a fórmula:
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O resultado apurado nos mostra que, considerando o PEF, a empresa precisa vender 1.271
unidades de notebooks para que não tenha lucro e nem prejuízo. Vamos fazer a demonstração de
resultados para verificar se esse número está correto.
Tabela 16 – Comprovação do PEF
Demonstração de Resultado
Receita de Vendas  R$ 1.377.004,02
Custos Variáveis Totais  R$ 338.999,68
Despesas Variáveis Totais  R$ 77.320,54
Margem de Contribuição  R$ 960.683,80
Custos Fixos  R$ 773.637,40
Despesas Fixas  R$ 187.046,40
Resultado do Período  R$              -  
Pela demonstração de resultado, é possível perceber que a empresa iguala receitas totais com os
gastos totais ao vender 1.271 unidades, o que indica que o cálculo do PEF está correto. Perceba
também que o ponto de equilíbrio é menor, ao desconsiderar os gastos que não representam
desembolso. No PEC, o ponto de equilíbrio era de 1.589 unidades, o que nos dá uma diferença de
318 unidades. Nesse sentido, se a empresa utilizar o PEF para a tomada de decisão, vai alcançar o
ponto de equilíbrio mais rápido que ao utilizar o PEC.
Mas afinal, qual a importância de calcular o PEF?
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O ponto de equilíbrio financeiro é de suma importância para decisões gerenciais, pois ele
informa o quanto a empresa terá de vender para garantir dinheiro suficiente e cobrir as necessidades
de desembolso. “Se a empresa estiver operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela terá
problemas de caixa e deverá, por exemplo, fazer empréstimos, dificultando ainda mais sua situação”
(Bornia, 2010, p. 63).
Agora que já calculamos o PEF, considerando que a empresa produz somente um produto, é
hora de considerar o mix de produtos da Cia Parthenon, verificando qual a quantidade de produtos
que deve ser vendida no total para que as receitas se igualem aos gastos totais, além da quantidade
que deve ser vendida de cada produto.
A primeira parte já está calculada. Diz respeito à apuração da MCMP, que foi realizada pelos
cálculos das Tabelas 9 e 10. Como já temos a MCMP e os gastos fixos livres de depreciação, podemos
calcular o PEF total: PEF = (CF + DF - GND) / MCMP.
Agora que temos o PEF total, podemos calcular a quantidade de unidades que cada produto
precisa vender para cobrir todos os gastos fixos. Assim como no PEC, utilizaremos o percentual de
participação nas vendas para fazer esse cálculo.
Tabela 16 – QTD de cada produto para compor o PEF
Produto PEF % QTD / Produto
Notebook
1.712
52,79% 904
Projetor 4,06% 70
Impressora 43,15% 739
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 Total   100% 1.712
Após apurada a quantidade por produto, vamos calcular as receitas.
Tabela 17 – Receitas de venda dos produtos (PEF)
Produto Preço QTD Receitas
Notebook  R$1.083,39 904  R$     979.407,43
Projetor  R$   886,67 70  R$      61.658,57
Impressora  R$   522,71 739  R$     386.208,58
 Total   1.712  R$ 1.427.274,58
Agora, calcularemos os custos e despesas variáveis totais para cada produto.
Tabela 18 – Apuração dos custos e despesas variáveis totais (PEF)
Produto CVU QTD CVT Totais Produto DVU QTD DVT Totais
Notebook  R$   266,72 904  R$     241.116,80 Notebook  R$     60,83 904  R$      54.994,98
Projetor  R$   231,10 70  R$      16.070,54 Projetor  R$     58,87 70  R$        4.093,58
Impressora  R$   148,21 739  R$     109.509,74 Impressora  R$     55,23 739  R$      40.805,14
 Total   1.712  R$     366.697,08  Total   1.712  R$      99.893,70
Para concluir, vamos fazer a verificação confrontando receitas, custos e despesas na nossa
demonstração de resultados do custeio variável.
Tabela 19 – Comprovação do PEF com mix de produtos
Demonstração de Resultado
Receita de Vendas  R$    1.427.274,58
Custos Variáveis Totais  R$       366.697,08
Despesas Variáveis Totais  R$        99.893,70
Margem de Contribuição  R$ 960.683,80
Custos Fixos  R$       773.637,40
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Despesas Fixas  R$       187.046,40
Resultado do Período R$               0
Conforme mostra a demonstração de resultados, nossas vendas apuraram lucro zero, o que
significa que o cálculo do PEF estava correto, pois a confrontação de receitas e gastos com a venda
dos produtos não deu lucro nem prejuízo, apresentando um resultado neutro.
O PEF apresenta diferença em relação ao PEC, no sentido de excluir gastos do total apurado pela
contabilidade. Agora, vamos conhecer o PEE, que, ao invés de excluir, adiciona itens no cálculo do
ponto de equilíbrio.
3.3 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
A última classificação do conceito de ponto de equilíbrio é o ponto de equilíbrio econômico
(PEE), conceito que “apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa deveria
obter para poder cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido – considerando
valores de mercado” (Bruni; Famá, 2019, p. 177).
Isso significa que o PEE considera o custo de oportunidade do capital próprio aplicado na
empresa para apuração do lucro do período. Em outras palavras, os sócios/proprietários ou acionistas
da empresa investiram seu capital nessa entidade, sendo que poderiam ter investido em outros
negócios. Dessa forma, o custo de oportunidade representa a melhor alternativa abandonada em
relação à que foi escolhida.
Nessa conjuntura, se o custo de oportunidade é de 20%, e o patrimônio líquido da empresa
equivale a R$1.000.000,00, então o custo de capital próprio é de R$200.000,00. Isso significa que esse
valor deve ser incluído no cálculo do PEE, pois dessa forma a empresa terá lucro econômico.
Assim, o lucro obtido deve ser igual à remuneração docapital próprio (RCP), também chamada
de custo de oportunidade do capital próprio (Bruni; Famá, 2019). Outrossim, “são também incluídos
nos custos e despesas fixos todos os custos de oportunidade referentes ao capital próprio” (Crepaldi;
Crepaldi, 2018, p. 188).
Para calcular o PEE, temos a seguinte fórmula.
Figura 5 – Ponto de equilíbrio econômico
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Vamos voltar ao nosso exemplo considerando que a empresa só fabrica o produto notebook.
Assim, calculamos o PEE da Cia Parthenon:
Encontramos um total de 1.853 unidades que precisam ser vendidas para que o produto
notebook cubra todos os gastos o custo de oportunidade. Vamos elaborar a demonstração de
resultados para fazer a verificação do PEE.
Tabela 20 – Comprovação do PEE
Demonstração de Resultado
Receita de Vendas  R$    2.007.681,64
Custos Variáveis Totais  R$       494.263,94
Despesas Variáveis Totais  R$       112.733,90
Margem de Contribuição  R$1.400.683,80
Remuneração Capital Próprio  R$       200.000,00
Custos Fixos  R$       973.637,40
Despesas Fixas  R$       227.046,40
Resultado do Período  R$              -  
Conforme observado, a quantidade apurada zera a demonstração de resultados, evidenciando
que o PEE apurado estava correto. Vamos agora apurar o PEE para o mix de produtos, levando em
conta os mesmos passos dos exemplos anteriores.
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A primeira parte já está calculada, pois diz respeito à apuração da MCMP, que foi realizada pelos
cálculos das Tabelas 9 e 10. Uma vez que já temos a MCMP, os gastos fixos e a remuneração
de capital próprio, podemos calcular o PEE total: PEE = (RCP + CF + DF) / MCMP.
O PEE é de 2.497 unidades, considerando os três produtos. Vamos então utilizar o percentual de
participação nas vendas para calcular a quantidade que deve ser vendida de cada um para cobrir
todos os gastos.
Tabela 20 – QTD de cada produto para compor o PEE
Produto PEE % QTD / Produto
Notebook
2.497
52,79% 1.318
Projetor 4,06% 101
Impressora 43,15% 1.077
 Total   100% 2.497
Agora que temos as quantidades, podemos levantar a demonstração de resultados e apurar o
resultado econômico do período.
Tabela 21 – Comprovação do PEE com mix de produtos
Demonstração de Resultado
Receita de Vendas  R$    2.080.976,47
Custos Variáveis Totais  R$       534.646,94
Despesas Variáveis Totais  R$       145.645,73
Margem de Contribuição  R$1.400.683,80
Custos Fixos  R$       973.637,40
Despesas Fixas  R$       227.046,40
Remuneração Capital Próprio  R$       200.000,00
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Resultado do Período  R$              -  
Conforme demonstrado, o número total de 2.497 unidades vendidas dos três produtos do mix
da CIA Parthenon alcançou o PEE da empresa. Mas você ainda pode estar se perguntando: qual a
importância de calcular o PEE? De acordo com Bornia (2010, p. 63) “o ponto de equilíbrio econômico
mostra a rentabilidade real que a atividade escolhida traz, confrontando-a com outras opções de
investimento”. Isso significa que, para se ter uma ideia da real rentabilidade do negócio, é importante
considerar, além dos gastos operacionais, o custo de capital próprio.
Nesse contexto, o PEE atende à necessidade dos gestores, pois é o único que considera essa
variável. No entanto, ele não é melhor e nem pior do que os outros conceitos de PE, pois cada um
deles apresenta a sua utilidade, sendo utilizados conforme o tipo de decisão que precisa ser tomada
pelos gestores. Todos ressaltam mais uma vez a importância do custeio variável para o processo de
tomada de decisão.
Para concluir o tema do ponto de equilíbrio, vamos considerar as diferenças entre cada uma das
classificações, conforme Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 187):
Contábil: são levados em conta todos os custos e despesas relacionados com o
funcionamento da empresa.
Econômico: são também incluídos nos custos e despesas fixos todos os custos de
oportunidade referentes ao capital próprio.
Financeiro: os custos considerados são apenas os custos desembolsados que realmente
oneram financeiramente a empresa.
Assim, as classificações do conceito de PE apresentam diferentes abordagens, que podem ser
úteis na tomada de decisão, dando origem a outro conceito oriundo do custeio variável, que será
apresentado no próximo tema.
TEMA 4 – MARGEM DE SEGURANÇA
O ponto de equilíbrio é um conceito utilizado para calcular a quantidade de itens que a empresa
deve vender para não ter lucro e nem prejuízo, ou seja, apresentar resultado nulo. Calculando o
ponto de equilíbrio, os gestores têm um parâmetro para programar a produção, realizar campanhas,
promoções e, também, descobrir quais esforços devem ser despendidos para cada produto.
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No entanto, sabemos que nenhuma empresa trabalha para produzir somente a quantidade
necessária ao ponto de equilíbrio, pois a ideia por trás de uma fábrica é que ela alcance lucros, e que
esses lucros sejam cada vez maiores, bem acima do ponto de equilíbrio. Assim sendo, se uma
empresa se encontra em uma situação em que as vendas estão em cima do ponto de equilíbrio, e
sem expectativas de aumento, ela pode estar em risco.
Se, ao contrário, a empresa encontra-se acima do ponto do equilíbrio, isso significa que ela
apresenta uma situação mais favorável; em relação às vendas, isso representa certa estabilidade.
Nesse contexto, podemos dizer que a empresa tem uma margem de segurança.
Chamamos de margem de segurança (MS) o valor com que as vendas correntes excedem as
vendas no ponto de equilíbrio (Figueiredo; Caggiano, 2017). Assim, a MS representa o excedente da
receita da empresa sobre a receita no ponto de equilíbrio; consequentemente, representa o quanto
as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa (Bornia, 2010).
Nesse contexto, se a empresa está operando com um volume de vendas acima de PE, ao fazer o
cálculo da MS, descobrirá o risco associado às vendas. De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018, p.
192), “a margem de segurança é um indicador de risco que aponta a quantidade a que as vendas
podem cair antes de se ter prejuízo”.
O cálculo desse indicador pode ser realizado de três formas: em quantidade (volume de vendas);
em valor (receitas); ou em percentual (Oyadomari et al., 2018). Vamos apresentar quais são as formas
para o cálculo da MS.
Para calcular a margem de segurança em quantidade (MSQ), usaremos a seguinte fórmula.
Figura 6 – Margem de segurança em quantidade
Importante ressaltar que a empresa poderá calcular a MS utilizando qualquer um dos conceitos
de ponto de equilíbrio. Como apontamos no tema anterior, isso depender dos fins a que se destina a
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análise que será realizada. Para nosso exemplo, usaremos o PEC em todos os cálculos.
Vamos iniciar considerando que a empresa Cia Parthenon fabrique um único produto, o
notebook. Digamos que, atualmente, a empresa venda em média 2.955 unidades por período.
Considerando que o PEC é de 1.589 unidades, qual seria a MSQ?
Vamos aplicar na fórmula.
Tabela 22 – Cálculo da MSQ considerando apenas um produto
O cálculo da MSQ demonstra que a empresa se encontra em um nível de vendas muito acima do
ponto de equilíbrio, o que é muito satisfatório, demonstrando estabilidade nos negócios. Isso é bom
para a empresa, pois quanto maior for a margem de segurança, mais segura será a posição da firma
(Figueiredo; Caggiano, 2017).
Conforme cálculo apresentado, nessa situação a CIA Parthenon poderia ter quedas nas vendas
de até 1.366 unidades, sem que isso implicasse prejuízo. Isso demonstra que a empresa é sólida e já
tem mercado garantido para o seu produto. Vamos agora calcular a margem de segurança em
valores (MS$). Para tanto, vamos usar a fórmula.
Figura 7 – Margem de segurançaem valores
Com base na fórmula, apuramos a MS$.
Tabela 23 – Cálculo da MS$ considerando apenas um produto
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A MS$ evidencia que a empresa apresenta uma margem de segurança em valores de R$
1.480.417,72. Assim sendo, a empresa pode ter quedas nas vendas até o valor evidenciado na MS$
sem que venha a auferir prejuízos. Assim, a empresa já possui a MS calculada em quantidade, o que
indica aos gestores quantas unidades a empresa pode perder em vendas sem que venha a auferir
prejuízos, e também em valores, indicando o quanto, em unidades monetárias, ela se encontra acima
do PE.
Vamos calcular agora o índice de margem de segurança (MS%), o último dos conceitos da MS.
Figura 8 – Índice de margem de segurança
Aplicando os valores nas fórmulas, temos a MS%.
Tabela 24 – Cálculo da MS% considerando apenas um produto
O índice apresentado indica que a empresa se encontra com as vendas quase 50% acima do
ponto de equilíbrio. Isso é bom ou ruim? Aparentemente é muito bom, mas não se pode ter certeza
disso sem que uma análise do mercado. Será que o meu concorrente não está vendendo mais do
que eu? Será que eu não poderia estar vendendo mais do que estou vendendo atualmente? São
questões que devem ser analisadas, discutidas e estudadas. Com certeza, os conceitos oriundos do
custeio variável ajudam nas decisões a serem tomadas.
Agora que já calculamos as MS, considerando que a empresa produza um único produto, vamos
analisar a MS no mix de produtos da Cia Parthenon. Para tanto, realizaremos os cálculos
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considerando o PEC encontrado para o mix, conforme Tabela 11. A quantidade vendida, por sua vez,
já foi informada na Tabela 9. Vamos iniciar pela MSQ, depois calcularemos a MS$ e, por fim, a MS%.
Assim, encontramos as seguintes MSQ para cada produto.
Tabela 25 – Cálculo da MSQ considerando um mix de produtos
Conforme observado, os três produtos encontram-se acima do PEC, ou seja, todos apresentam
MS, e assim o nível de vendas pode cair para cada um deles nas quantidades evidenciadas na MSQ,
sem que isso implique em prejuízo para a empresa. Ressaltamos mais uma vez que, para calcular o
PEC, uma vez que a empresa tem um mix de produtos, é necessário calcular a margem de segurança
média ponderada, considerando a participação de cada produto nas vendas totais da empresa.
Seguimos com o cálculo da MS$.
Tabela 26 – Cálculo da MS$ considerando um mix de produtos
Em valores, podemos observar o quanto cada produto pode perder em vendas sem que a
empresa venha a auferir prejuízos. O ponto crítico mostrado na tabela é o produto projetor, que se
encontra muito abaixo dos outros produtos em relação ao volume de vendas. Vale ressaltar que esse
produto só se encontra acima do PE porque calculamos a MCMP, com cálculo da participação dos
produtos nas vendas.
A última MS a ser calculada é a MS%, de modo que assim teremos evidenciado o quanto, em
percentual, cada produto encontra-se acima do PEC.
Tabela 29 – Cálculo da MS% considerando um mix de produtos
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Conforme demonstrado, a MS% é a mesma para cada produto, porque o cálculo da MC
envolveu a participação da receita, sendo calculada uma média ponderada da MC para todos os
produtos. Caso pudéssemos separar os custos fixos por produto, e calcular a MC de forma individual,
os valores seriam diferentes, em todos os cálculos. Claro que, para isso, seria necessário separar os
custos fixos direcionando-os para cada produto. Isso só seria possível se a empresa tivesse unidades
fabris individuais para cada um deles, não havendo gastos compartilhados – nem custos, nem
despesas.
Conforme estudamos, a MS é um indicador de risco, representando o quanto as vendas podem
cair sem que a empresa incorra em prejuízo. Pode ser expressa em valor, unidade ou percentual
(Crepaldi; Crepaldi, 2018). Todos os conceitos estudados até o momento são de fundamental
importância na tomada de decisão, e todos levam em conta os gastos fixos e variáveis.
No próximo tema, estudaremos um conceito da análise CVL que, assim como os anteriores,
também pode ser utilizado para decisões de curto prazo.
TEMA 5 – ALAVANCAGEM OPERACIONAL
Sabemos que os gastos variáveis oscilam conforme aumenta ou diminui a produção e as vendas.
Por outro lado, os gastos fixos permanecem inalterados, independentemente do volume de
produção/vendas. Diante disso, um dos pontos que recebe maior atenção por parte dos gestores
dentro de uma empresa é a estrutura de gastos que a organização mantém, pois tanto os custos
quanto as despesas têm impacto direto no resultado do período.
Isso acontece porque custos e despesas do período são lançados na demonstração de resultado
e confrontados com as receitas para evidenciar o lucro. Nesse contexto, quando ocorre oscilação das
vendas, isso se reflete nos lucros e na rentabilidade das empresas. Uma forma de avaliar o impacto
dessas oscilações e o reflexo nos lucros é por meio do Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
(Oyadomari et al., 2018).
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Alavancar significa mover ou levantar algo com o auxílio de uma alavanca. No contexto de uma
empresa, com o aumento no volume de produção e venda, promove-se uma alavancagem no
resultado (Ribeiro, 2017). Assim, a alavancagem operacional pode ser conceituada como uma
manobra que ocorre na gestão de empresas para aumentar a eficiência do negócio. Ela permite que
uma pequena variação percentual no volume de vendas resulte em uma variação percentual muito
maior no resultado.
Isso significa que a empresa tem uma estrutura de gastos fixos e gastos variáveis. Quando da
venda de produtos ou serviços, parte do valor do preço irá cobrir custos e despesas variáveis,
evidenciando a margem de contribuição. A outra parte, a margem de contribuição, irá contribuir para
pagamento dos custos e despesas fixos. A alavancagem operacional decorre da existência de gastos
fixos relacionados a ativos e a atividades operacionais da empresa, como depreciação, folha de
pessoal, aluguéis etc. (Bruni; Famá, 2019). Assim, quando há aumento nas vendas, uma maior margem
de contribuição irá contribuir para a diluição dos gastos fixos, resultando em um aumento do lucro.
Nesse sentido, a alavancagem implica na possibilidade de acréscimo do lucro total, pelo
aumento da quantidade produzida e vendida, buscando a maximização do uso dos custos e das
despesas fixas (Padoveze, 2014). Ela é dependente da margem de contribuição; afinal, a partir do
ponto de equilíbrio, a cada nova unidade vendida, a margem de contribuição irá compor o lucro –
quanto mais unidades vendidas, maior será a diluição dos gastos fixos.
Vamos ver como isso funciona na prática. Considere que em um período a Cia Parthenon tenha
realizado as seguintes vendas.
Tabela 27 – Vendas da Cia Parthenon
Produto Preço QTD Receitas
 Notebook  R$1.083,39 1.560  R$ 1.690.093,82
 Projetor  R$   886,67 120  R$     106.399,81
 Impressora  R$   522,71 1.275  R$     666.452,71
 Total   2.955  R$ 2.462.946,34
Considerando a mesma estrutura de gastos variáveis (Tabela 1) e gastos fixos (Tabela 6), temos a
seguinte demonstração de resultados.
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Tabela 28 – Apuração do resultado
Cia Parthenon LTDA
 Resultado do Exercício
Custeio Variável
Receita Notebook  R$      1.690.093,82
Receita Projetor  R$         106.399,81
Receita Impressora  R$         666.452,71
(-) CDV Notebook  R$         510.979,07
(-) CDV Projetor  R$          34.795,79
(-) CDV Impressora  R$         259.387,70
Margem de Contribuição  R$      1.657.783,78
(-) Custos Fixos  R$         973.637,40
(-) Despesas Fixas  R$         227.046,40
Lucro Operacional  R$    457.099,98
Com a venda de 2.955 unidades dos produtos, aempresa apresenta uma margem de
contribuição total de R$ 1.657.783,78. Caso exista oscilação nas vendas, podemos medir o impacto da
oscilação por meio do GAO. Assim, o GAO é um indicador de risco operacional, uma vez que que
qualquer oscilação nas vendas, para cima ou para baixo, terá influência significativa no lucro
operacional. Ou seja, a variação no lucro será mais que proporcional às vendas (Oyadomari et al.,
2018).
Isso significa que, se tivermos aumento nas vendas, ou queda, automaticamente haverá alteração
no lucro. Conforme já comentamos, o produto que apresenta menor participação nas vendas é o
projetor. Vamos dizer que, para um próximo período, a empresa fará campanhas para alterar o
volume de vendas do produto. Vejamos a seguinte previsão de vendas para o próximo período.
Tabela 29 – Previsão de vendas da Cia Parthenon
Produto Preço QTD Receitas
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 Notebook  R$1.083,39 1.755  R$ 1.901.355,55
 Projetor  R$   886,67 840  R$     744.798,69
 Impressora  R$   522,71 1.350  R$     705.655,81
 Total   3.945  R$ 3.351.810,05
Caso a previsão de vendas se confirme, mantendo a estrutura de gastos fixos e variáveis, a
empresa auferirá o resultado demonstrado na tabela.
Tabela 30 – Previsão de resultado da Cia Parthenon
Cia Parthenon LTDA
 Resultado do Exercício
Custeio Variável
Receita Notebook  R$      1.901.355,55
Receita Projetor  R$         744.798,69
Receita Impressora  R$         705.655,81
(-) CV Notebook  R$         574.851,45
(-) CV Projetor  R$         243.570,54
(-) CV Impressora  R$         274.645,80
Margem de Contribuição  R$      2.258.742,26
(-) Custos Fixos  R$         973.637,40
(-) Despesas Fixas  R$         227.046,40
Lucro  R$ 1.058.058,46
Por conta do aumento da produção, os gastos fixos são diluídos por um maior número de
produtos, fazendo com que o lucro também se eleve. Agora, para medir o aumento promovido no
lucro por conta do aumento das vendas, podemos utilizar o GAO, pois a alavancagem operacional “é
um indicador que mostra quantas vezes o percentual de aumento promovido no volume gerou de
percentual de aumento no resultado” (Ribeiro, 2017, p. 452).
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Para calcular esse índice, devemos calcular a variação na receita e a variação no lucro. O GAO é
obtido pela seguinte fórmula.
Figura 8 – GAO
Com os valores apurados, podemos calcular o GAO.
Tabela 31 – Cálculo do GAO
Conforme observado, as previsões de vendas demonstram uma variação de 36%. Por conta do
aumento nas vendas, o lucro operacional teve um aumento de 131%. Assim, um acréscimo de 36%
no volume de vendas correspondeu a um aumento de 131% no resultado, com uma alavancagem de
3,64 vezes.
Conforme estudamos durante a aula, os gastos fixos e variáveis apresentam profunda influência
no lucro da empresa. Além disso, a alavancagem operacional ocorre quando um aumento na receita
proporciona um aumento maior no lucro operacional. Isso acontece porque os gastos fixos são
diluídos por um número maior de produtos que, com sua margem de contribuição unitária,
contribuem para a formação do lucro, a partir do momento em que a empresa atinge o ponto de
equilíbrio.
Os conceitos oriundos do custeio variável são essenciais para a tomada de decisão. Cada um
deles tem sua importância para os gestores, sendo aplicados nos mais diferentes fins, para as mais
diversas tomadas de decisão. Dessa forma, encerramos o nosso ciclo sobre a análise CVL com o
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conceito de alavancagem operacional, que assim como os demais conceitos estudados, revela-se
essencial para a tomada de decisão na gestão de custos.
TROCANDO IDEIAS
Os conceitos apresentados nesta aula nos demonstram a importância do custeio variável para a
tomada de decisão gerencial. A análise CVL nos traz subsídios para a tomada de decisão, sempre
levando em conta a separação entre custos fixos e variáveis. Os conceitos oriundos do custeio
variável se mostram muito úteis no planejamento da produção e do lucro do período. Cada um
apresenta suas particularidades, de modo que podem ser utilizados em situações diferentes, para
diferentes tomadas de decisão.
Pelo que estudamos na disciplina, em sua opinião, existe algum conceito que você acredita ser
mais importante que os outros para a empresa? Será que algum desses conceitos poderia se mostrar
mais útil que os demais para os gestores? Qual a sua opinião sobre isso? Entre no fórum e debata o
assunto com seus colegas.
NA PRÁTICA
Questão 1: O ponto de equilíbrio representa o ponto em que custos e receitas totais se igualam.
A partir desse ponto, a empresa entra na área da lucratividade (Crepaldi e Crepaldi, 2018). Sobre o
ponto de equilíbrio, analise as assertivas a seguir e a relação proposta entre elas:
I. O ponto de equilíbrio econômico apresenta a quantidade de vendas que a empresa deve obter
para poder cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido.
Porque
II. O ponto de equilíbrio econômico exclui dos custos e despesas fixas totais os itens que não
afetam o caixa.
Assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são proposições falsas.
b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
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c) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
Questão 2: O conceito de margem de contribuição é amplamente utilizado na gestão
empresarial, pois a partir dele a empresa consegue descobrir quais são os produtos mais rentáveis
em seu mix. Assinale a alternativa que corresponde à fórmula da margem de contribuição:
a) MCU = CVU - (PV + DVU)
b) MCU = RCP + CF + DF
c) MCU = VT – PE / MSQ
d) MCU = PV - (CVU + DVU)
e) MCU = CF + DF – GND
Questão 3: O ponto de equilíbrio representa o ponto em que custos e receitas totais se igualam.
A partir desse ponto, a empresa entra na área de lucratividade (Crepaldi; Crepaldi, 2018). Considere
os gastos fixos da Cia Parthenon, apresentados na Tabela 16, e calcule:
a) O PEC, considerando que a empresa produz somente o produto projetor.
b) O PEC, considerando que a empresa produz somente o produto impressora.
c) O PEF, considerando que a empresa produz somente o produto projetor.
d) O PEF, considerando que a empresa produz somente o produto impressora.
e) c) O PEE, considerando que a empresa produz somente o produto projetor (considere o
patrimônio líquido da empresa no valor de R$1.000.000,00 e retorno esperado de 20%).
f) O PEE, considerando que a empresa produz somente o produto impressora (considere o
patrimônio líquido da empresa no valor de R$1.000.000,00 e retorno esperado de 20%).
Questão 4: Denomina-se margem de segurança (MS) o valor com que as vendas correntes
excedem as vendas no ponto de equilíbrio (Figueiredo; Caggiano, 2017). Considere as vendas
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correntes no montante de 2.955 unidades e calcule:
a) A margem de segurança em quantidade (MSQ), considerando que a empresa produz somente
o produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
b) A margem de segurança em quantidade (MSQ), considerando que a empresa produz somente
o produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
c) A margem de segurança em valores (MS$), considerando que a empresa produz somente o
produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
d) A margem de segurança em valores (MS$), considerando que a empresa produz somente o
produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
e) O índice de margem de segurança (MS%), considerando que a empresa produz somente o
produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
f) Oíndice de margem de segurança (MS%), considerando que a empresa produz somente o
produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
Questão 5: Alavancar significa mover ou levantar algo com o auxílio de uma alavanca. No
contexto de uma empresa, com o aumento no volume da produção e venda, promove-se uma
alavancagem no resultado (Ribeiro, 2017). Considere as vendas da Cia Parthenon de acordo com a
Tabela 30 em um período e, para o próximo período, as seguintes quantidades de vendas.
Tabela 32 – Vendas: questão 5
Produto QTD
 Notebook 1.300
 Projetor 1.800
Impressora 2.000
 Total 5.100
Mantendo os mesmos preços para os produtos e a mesma estrutura de gastos fixos e variáveis,
calcule o grau de alavancagem operacional.
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FINALIZANDO
Nesta aula, estudamos os conceitos oriundos do custeio variável e a sua importância para a
tomada de decisão gerencial. Na próxima aula, estudaremos a formação de preço de vendas e a
rentabilidade dos produtos. Bons estudos e até lá!
REFERÊNCIAS
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo:
Grupo GEN, 2010.
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
CREPALDI, G. S.; CREPALDI, S. A. Contabilidade de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Grupo GEN,
2017.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
OYADOMARI, J. C. T E. et al. Contabilidade Gerencial-Ferramentas para Melhoria de
Desempenho Empresarial. São Paulo: Grupo GEN, 2018.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
GABARITO
Questão 1: Correta: b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Questão 2: Correta: d) MCU = PV - (CVU + DVU)
Questão 3:
a) O PEC, considerando que a empresa produz somente o produto projetor.
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b) O PEC, considerando que a empresa produz somente o produto impressora.
c) O PEF, considerando que a empresa produz somente o produto projetor.
d) O PEF, considerando que a empresa produz somente o produto impressora.
e) O PEE, considerando que a empresa produz somente o produto projetor (considere o
patrimônio líquido da empresa no valor de R$1.000.000,00 e retorno esperado de 20%).
f) O PEE, considerando que a empresa produz somente o produto impressora (considere o
patrimônio líquido da empresa no valor de R$1.000.000,00 e retorno esperado de 20%).
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Questão 4:
a) A margem de segurança em quantidade (MSQ), considerando que a empresa produz somente
o produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
b) A margem de segurança em quantidade (MSQ), considerando que a empresa produz somente
o produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
c) A margem de segurança em valores (MS$), considerando que a empresa produz somente o
produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
d) A margem de segurança em valores (MS$), considerando que a empresa produz somente o
produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
e) O índice de margem de segurança (MS%), considerando que a empresa produz somente o
produto projetor. Utilize o PEC para o cálculo.
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f) O índice de margem de segurança (MS%), considerando que a empresa produz somente o
produto impressora. Utilize o PEC para o cálculo.
Questão 5:
26/02/2023 15:16 UNINTER
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