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Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças

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Promoção de saúde e prevenção de 
doenças
Apresentação
O conceito “promoção” é definido por Leavell e Clarck (1976) como um dos elementos do nível 
primário de atenção em medicina preventiva. Com a promoção, tem-se o intuito de aumentar a 
saúde e o bem-estar geral com medidas que não se dirigem a uma determinada doença ou 
desordem. Já na prevenção de doenças, o objetivo é a intervenção orientada a evitar o surgimento 
de doenças específicas, reduzindo a incidência e a prevalência delas nas populações. A partir das 
políticas públicas de saúde são concretizados esses conceitos a fim de garantir que todos tenham 
acesso à saúde.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender as diferenças entre promoção de saúde e 
prevenção de doenças e ver como os conceitos de saúde e de doença se desenvolveram ao longo 
do tempo. Além disso, você vai entender a importância da criação de políticas públicas para a 
transformação da qualidade de vida e para a manutenção da baixa ocorrência de doenças na 
população.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os conceitos de promoção de saúde e prevenção de doenças.•
Descrever o histórico da evolução do conceito saúde-doença e de sua implicação com o 
conceito de prevenção de doenças.
•
Explicar como esses conceitos influenciaram a criação de políticas públicas em saúde.•
Desafio
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a promoção de saúde bucal em escolas 
objetiva desenvolver estilos de vida saudáveis e práticas de autocuidado. Uma abordagem 
integrada, que desenvolva ações de políticas de saúde na escola focadas no aspecto educacional e 
em articulação com a saúde, pode interferir nos fatores de riscos comuns e contribuir efetivamente 
para a saúde bucal dos educandos.
 
Você é o novo cirurgião-dentista escalado para atuar nas escolas recém-integradas ao programa. 
Responda aos seguintes questionamentos:
a) Quais ações de promoções de saúde você pode realizar nas escolas?
b) A continuidade do tratamento odontológico dos educandos é possível, se necessário?
Infográfico
Ao longo da história surgiram diferentes teorias interpretativas sobre o processo saúde-doença 
como consequência da atividade racional humana na busca de inferências causais para a doença.
Neste Infográfico você vai conhecer a linha histórica desse processo.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ea1207da-c235-4539-bac5-69cc4685f5c3/d7075784-f769-4140-b4b4-d47911b30090.jpg
Conteúdo do livro
A Carta de Ottawa considera a saúde como um conceito positivo para o qual se fazem necessários 
recursos pessoais, sociais e capacidade física. De modo a ter saúde, a responsabilidade vai além do 
setor da área, pois exige um estilo de vida saudável para atingir o bem-estar. Já a OMS define a 
saúde como um completo bem-estar físico, social e mental e não apenas como a ausência de 
doenças. Assim, compreende a saúde com suas mais diversas dimensões, não apenas em relação a 
doenças.
No capítulo Promoção de saúde e prevenção de doenças, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai estudar a promoção de saúde e a prevenção de doença, considerando as 
práticas mais integradoras em saúde, pois é importante o profissional de saúde conhecer os 
conceitos e as práticas de ações preventivas. Você também vai conferir o histórico do conceito 
saúde-doença, bem como a criação das políticas públicas em saúde.
Boa leitura.
SAÚDE BUCAL 
COLETIVA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar os conceitos de promoção de saúde e prevenção de doenças.
 > Descrever o histórico da evolução do conceito saúde-doença e de sua 
implicação com o conceito de prevenção de doenças.
 > Explicar como esses conceitos influenciaram a criação de políticas pú-
blicas em saúde.
Introdução
A saúde pública é conceituada como amplo campo de conhecimento e de 
práticas organizadas institucionalmente e orientadas à promoção da saúde 
das populações. A doença já é uma alteração biológica do estado de saúde de 
um ser humano manifestada por um conjunto de sintomas e sinais. No intuito 
de transformar a qualidade de vida da população, surgem as promoções de 
saúde que não têm foco simplesmente na doença, mas na saúde e no bem-
-estar geral do humano. As prevenções auxiliam em impedir que a doença 
tenha um progresso, com ações preventivas divididas em três níveis: primária, 
secundária e terciária.
Promoção de 
saúde e prevenção 
de doenças 
Marília Morais Martins Borges 
Neste capítulo, você vai distinguir os conceitos de promoção de saúde e 
prevenção de doenças, conhecer o histórico ao longo dos tempos do conceito 
saúde-doença e como as pessoas lidavam com a saúde e a doença e suas 
medidas terapêuticas. Finalmente, verá a importância da criação de políticas 
públicas em saúde a fim de agregar nas ações da promoção da saúde.
Promoção de saúde e prevenção de doenças
Promoção da saúde é um grupo de medidas inespecíficas, voltadas para a 
população saudável, com o objetivo de manter a saúde e prevenir a ocorrência 
da doença e que está incluído na parte da prevenção primária (PEREIRA, 2007). 
É uma ação completa que tem como finalidade melhorar a qualidade de vida 
do ser humano (PINTO, 2013).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na Carta de Ottawa 
sobre a promoção da saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017), cinco 
campos de ação para a promoção da saúde foram definidos: 
 � desenvolvimento de habilidades pessoais; 
 � reforço da ação comunitária; 
 � políticas públicas saudáveis;
 � ambiente de apoio adequado;
 � reorientação do sistema de saúde.
A promoção da saúde tem o desenvolvimento pessoal e social por meio 
da divulgação, da informação e da educação para a saúde e a intensificação 
das habilidades vitais. Assim, as populações podem exercer maior controle 
sobre sua própria saúde e sobre o meio ambiente, bem como fazer escolhas 
que conduzam a uma saúde melhor. Por meio do reforço das ações comuni-
tárias concretas e efetivas no desenvolvimento das prioridades, na tomada 
de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação, a política 
de promoção à saúde visa à melhoria das condições de saúde. Ela requer a 
identificação e a remoção de obstáculos para a adoção de políticas públicas 
saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. Criar 
ambientes adequados para mudar os modos de vida, de trabalho e de lazer 
tem um significativo impacto sobre a saúde. A organização social do traba-
lho deveria contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. 
A reorientação dos serviços de saúde requer um esforço maior de pesquisa em 
saúde, assim como de mudanças na educação e no ensino dos profissionais 
da área da saúde (BRASIL, 2000).
Promoção de saúde e prevenção de doenças 2
Com passar do tempo, a OMS traz novos princípios modernos para pro-
moção de saúde, como: concepção holística, intersetorialidade, participação 
social, equidade, ações multiestratégicas e sustentabilidade. 
Na concepção holística entende-se que as iniciativas de promoção de 
saúde fomentam a saúde física, mental, social e espiritual, sendo a integra-
lidade como referência. Já intersetorialidade para a operacionalização da 
promoção de saúde é necessária para a cooperação entre diferentes seto-
res envolvidos e a articulação de suas ações: legislação, sistema tributário, 
educação, habitação, serviço social, trabalho, alimentação, lazer, agricultura, 
planejamento urbano, etc. Na participação social deve haver continuamente 
consulta, diálogo e troca de ideias entre indivíduos e grupos, tanto leigos 
como profissionais. Mecanismos políticos devem ser estabelecidos de forma a 
garantir oportunidades de expressão e desenvolvimento do interesse público 
na saúde. A equidade relaciona-se à justiça social, na eliminação de diferenças 
desnecessárias, evitáveis e injustasque restringem oportunidades para se 
atingir o direito de bem-estar. Ações multiestratégicas pressupõem o envol-
vimento de diversas disciplinas e dizem respeito à combinação de métodos 
e abordagens variadas. A sustentabilidade consiste em criar iniciativas que 
estejam de acordo com o princípio do desenvolvimento sustentável a fim 
de garantir um processo duradouro e forte. Por fim, a OMS ainda caracte-
riza como iniciativas de promoção de saúde os programas, as políticas e as 
atividades planejadas e executadas de acordo com os princípios descritos 
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003).
Prevenção é um termo utilizado para evitar o aparecimento do estágio 
seguinte da história natural da doença; porém as medidas preventivas se 
destinam também a interromper o processo da doença que já se instalou 
no organismo do ser humano (PEREIRA, 2007). Desde muito tempo tem se 
adotado medidas preventivas a fim de evitar o progresso das doenças. 
Em 1965, Leavell e Clark propuseram o modelo da história natural da doença, 
composto por três níveis de prevenção — primária, secundária e terciária. 
As ações primárias são feitas antes do início biológico da doença, de forma a 
prevenir a ocorrência da patologia; as secundárias já são após o seu início e 
consistem na “prevenção da evolução” da doença no organismo com o intuito 
de tentar regredir o quadro clínico. Em seguida, incluíram o termo terciário, 
a fim de recomendar medidas quando a doença está em um estágio mais 
avançado, evitando uma progressão maior do estado clínico do paciente 
(PEREIRA, 2007).
Por meio dos três níveis das medidas preventivas tem-se a subdivisão em 
cinco níveis, apresentados no Quadro 1. 
Promoção de saúde e prevenção de doenças 3
Quadro 1. Medidas ou ações de saúde distribuídas em cinco níveis de 
prevenção
1. Promoção 
da saúde
 � Educação sanitária
 � Alimentação e nutrição adequadas
 � Habitação adequada
 � Emprego e salários adequados
 � Condições para satisfação das necessidades básicas do 
indivíduo
2. Proteção 
específica
 � Vacinação
 � Exame pré-natal
 � Quimioprofilaxia
 � Fluoretação da água
 � Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos
3. Diagnóstico 
e tratamento 
precoce
 � Rastreamento
 � Exame periódico de saúde
 � Procura de casos entre contatos
 � Autoexame
 � Intervenções médicas ou cirúrgicas precoces
4. Limitação 
do dano
 � Acesso facilitado a serviços de saúde
 � Tratamento médico ou cirúrgico adequado
 � Hospitalização em razão das necessidades
5. Reabilitação
 � Terapia ocupacional
 � Treinamento da pessoa com deficiência
 � Melhores condições de trabalho para a pessoa com 
deficiência
 � Educação do público para aceitação da pessoa com 
deficiência
 � Próteses e órteses
Fonte: Adaptado de Pereira (2007).
Percebe-se que as principais diferenças da promoção de saúde e preven-
ção de doenças consistem em seus objetivos: a prevenção está em evitar o 
objetivo final — a doença; já na promoção o objetivo contínuo é ter saúde e 
qualidade de vida, por isso ausência de doença não é suficiente (DEMARZO; 
AQUILANTE, 2008). 
Promoção de saúde e prevenção de doenças 4
 � Promoção de saúde — visa a ter saúde e bem-estar gerais, a fim 
de que a população tenha escolhas mais saudáveis. 
 � Prevenção de doenças — consiste em ausência de doença, prevenir 
ou reduzir a incidência de doenças na população. 
Histórico da evolução do conceito 
saúde-doença
Os conceitos de saúde e de doença foram, ao longo da história, construídos 
e modificados várias vezes, uma vez que estão vinculados aos contextos 
históricos, geográfico, político, social, econômico e cultural de uma sociedade. 
Há muito tempo a humanidade enfrenta as doenças, e cada sociedade cria 
seus conceitos do que seriam a doença e a saúde. 
Na concepção mágico-religiosa, a doença resulta da ação de forças alheias 
ao organismo, sendo causada pelo pecado ou pela maldição. Já para os antigos 
hebreus, a doença era um sinal da cólera divina, diante dos pecados humanos; 
sendo a enfermidade um sinal de desobediência ao mandamento divino, 
como no caso da lepra. Os judeus, com suas práticas religiosas baseadas na 
alimentação, ajudaram a prevenir doenças. Como exemplos, um animal não 
poderia ser abatido por pessoa que tivesse doença de pele; e moluscos eram 
proibidos de serem ingeridos, com isso a doença de hepatite transmitida por 
ostras era evitada. Outras culturas acreditavam no xamã como o encarregado 
de expulsar, mediante rituais, os maus espíritos que se tinham apoderado 
da pessoa, causando doença. Na mitologia grega, várias divindades estavam 
ligadas à saúde; a cura da doença, para os gregos, era obtida pelo uso de 
plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísti-
cos. O pai da medicina, Hipócrates, postulou a existência de quatro fluidos 
principais no corpo: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Dessa forma, 
a saúde era baseada no equilíbrio entre esses elementos. Depois chegou 
Galeno, que se baseava em Hipócrates e acreditava que a causa da doença 
era endógena, ou seja, estaria dentro do próprio homem, em sua constituição 
física ou em hábitos de vida que levassem ao desequilíbrio. Enquanto isso, no 
Oriente, afirmava-se que se as forças vitais que existiam no corpo estivessem 
em harmonia, haveria saúde; se em desarmonia, doença, e assim utilizavam 
medidas terapêuticas como acupuntura e ioga (SCLIAR, 2007).
Promoção de saúde e prevenção de doenças 5
Na Idade Média europeia, a influência pelo cristianismo manteve a con-
cepção da doença como resultado do pecado e de que a cura dependia de 
sua fé. Paracelsus (1493-1541) relatava que as doenças eram provocadas por 
agentes externos ao organismo e que os processos que ocorriam no corpo 
humano seriam químicos — então os melhores remédios para expulsar a 
doença seriam também químicos. No século XVII, o desenvolvimento da me-
cânica influenciou René Descartes sobre o dualismo mente-corpo, o corpo 
funcionando como uma máquina. Com o avanço da modernidade, o desen-
volvimento da anatomia afastou a concepção humoral da doença. E, ao final 
do século XIX, registrou-se a revolução pasteuriana, quando, no laboratório 
de Louis Pasteur, este descobriu os microrganismos causadores de doença, o 
que possibilitou a introdução de soros e vacinas. O médico inglês John Snow 
estudava a cólera e dava início ao estudo da epidemiologia, influenciando o 
surgimento da estatística. Nesse mesmo período (XVII), William Petty iniciava 
o estudo da anatomia política, em que coletava dados sobre população, edu-
cação, produção e doenças. John Graunt tinha base nos dados de obituários, 
primeiros estudos analíticos de estatística vital: diferença de mortalidade 
de grupos populacionais de acordo com sexo e lugar de residência. Em 1826, 
Louis René Villermé publicou que a mortalidade era condicionada ao nível 
de renda (SCLIAR, 2007).
No século XIV, William Farr foi um dos pioneiros no estudo de estatística 
em saúde. Em seus relatórios, os números de mortalidade combinavam com 
vívidos relatos, chamando atenção para a desigualdade entre distritos “sadios” 
e “não sadios”. Em 1842, Edwin Chadwick criou a diretoria geral de saúde, 
propondo medidas de saúde pública e recrutando médicos sanitaristas. 
Teve início de trabalho de saúde pública na Grã-Bretanha. Em 1883, Bismarck 
criou um sistema de seguridade social e de saúde — embora, na Alemanha, já 
tivesse surgido, em 1779, a ideia da intervenção do Estado na área de saúde 
pública. Naquele ano, Johan Peter Frank lançava o conceito, paternalista e 
autoritário, de polícia médica ou sanitária (SCLIAR, 2007).
Até então não existia um conceito universal sobre a saúde. Foi a partir 
da criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS que se teve o 
reconhecimento do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e 
proteção da saúde com o conceito de que “Saúde é o estado do mais completo 
bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”. 
Por meio desse conceito, noCanadá, em 1974, o campo da saúde passa a 
abranger a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização 
da assistência à saúde.
Promoção de saúde e prevenção de doenças 6
E, finalmente, no Brasil, a Constituição Federal de 1988 cita que: “A saúde 
é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção 
e recuperação” (BRASIL, 1988, p. 24). Esse artigo norteia o Sistema Único de 
Saúde (SUS).
Políticas públicas em saúde
As políticas públicas são definidas como conjuntos de disposições, medidas 
e procedimentos que orientam a política do Estado e regulam as atividades 
governamentais relacionadas às tarefas de interesse público. Seu objetivo é o 
de organizar as funções públicas governamentais para a promoção, a proteção 
e a recuperação da saúde dos indivíduos e da coletividade (LUCCHESE, 2004).
Na necessidade de criar políticas públicas para promover a saúde, encon-
tra-se o processo de criação do SUS como política do estado brasileiro pela 
melhoria da qualidade de vida e pela afirmação do direito à vida e à saúde 
e que dialoga com as reflexões e os movimentos no âmbito da promoção da 
saúde. A promoção da saúde tem estreita relação com a vigilância em saúde 
e a execução das agendas governamentais, com a finalidade de que as polí-
ticas públicas sejam cada vez mais favoráveis à saúde e à vida (BRASIL, 2010).
As políticas públicas se concretizam com os sujeitos sociais e as ativi-
dades institucionais que as realizam em cada contexto e condicionam seus 
resultados. Com isso, o acompanhamento dos processos e a avaliação de seu 
impacto sobre a situação real devem ser permanentes e contínuos (LUCCHESE, 
2004). Para uma efetiva implementação das políticas públicas, estas devem 
estar em conformidade com a lei da Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988 e a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8080, de 19 de setembro 
de 1990, e a Lei nº 8142, de 28 de dezembro de 1990). Na Constituição de 1988 
são estabelecidos os princípios, as diretrizes, as bases de financiamento e as 
competências gerais do SUS. A Lei nº 8080/1990 dispõe sobre as condições 
para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde e sobre a organização 
e o funcionamento dos serviços correspondentes.
Ao observar as interfaces da Política Nacional de Promoção da Saúde, na 
Figura 1, podemos interpretar como outras políticas e projetos estratégicos 
da política de saúde se complementam fundamentalmente.
Promoção de saúde e prevenção de doenças 7
Figura 1. Interface da Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria n° 687 MS/GM, de 
30 de março de 2006) com demais programas e projetos do SUS.
Fonte: Adaptada de Dias et al. (2018).
Objetivos Diretrizes
Inserção no Pacto pela Saúde
–2006; realização de 
seminários; publicação de 
anais; inserção no COAP
Estratégia de
implementação
Responsabilidades
federativas
AÇÕES
Política Nacional de
Alimentação e Nutrição
Programa Academia da Saúde
Programa Nacional de Controle
do Tabagismo no Brasil
Política do MS para a atenção
integral aos usuários de álcool
e outras drogas
Política Nacional de redução
da morbimortalidade por
acidentes de trânsito
Princípios da cultura de paz
Interface entre saúde
e meio ambiente
Divulgação e
implementação da PNPS
Alimentação saudável
Prática corporal/
atividade física
Tabagismo
Álcool e drogas
Acidentes de trânsito
Prevenção da violência e
estímulo à cultura de paz
Sustentabilidade
A promoção da saúde é uma estratégia articulada capaz de criar meca-
nismos que reduzam as situações de vulnerabilidade e os riscos à saúde da 
população, que defendam a equidade e incorporem a participação e o controle 
social na gestão das políticas públicas. A Política Nacional de Promoção da 
Saúde tem como um dos objetivos específicos a incorporação e implementação 
de ações de promoção da saúde, com ênfase na atenção básica (BRASIL, 2010).
Nesse sentido, as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde 
são fundamentadas na integralidade, equidade, responsabilidade sanitária, 
mobilização e participação social, intersetorialidade, informação, educação 
e comunicação e sustentabilidade.
Conhecer as diferenças dos conceitos de promoção de saúde e prevenção 
de doenças direcionará os profissionais da saúde para melhores formas de 
tratamento. O modelo de atenção básica primária foca na promoção da saúde, 
Promoção de saúde e prevenção de doenças 8
refletindo em todas as dimensões do ser humano, na sua forma biológica, 
psicológica, social, cultural e histórica, para melhorar a qualidade da saúde dos 
indivíduos, respeitando as suas singularidades e particularidades. Com isso, 
os profissionais de saúde devem centrar seus esforços em ações preventivas 
e superar o modelo centrado só na doença, tecnicista. Além disso, devem 
entender como foi abordado ao longo do tempo o conceito saúde-doença e 
como se dá a aplicação de políticas públicas de saúde a fim de concretizar 
as ações de promoção de saúde.
Referências 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 122, n. 191-A, p. 1-32, 5 out. 1988.
BRASIL. Carta de Ottawa: primeira conferência internacional sobre promoção da 
saúde. BVSMS, 2000. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
carta_ottawa.pdf. Acesso em: 22 maio 2022. 
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, 
Brasília, DF, ano 128 n. 182, p. 18.055-18.056, 20 set. 1990.
BRASIL. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da co-
munidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências inter-
governamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 
Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 128, n. 249, p. 25.694, 31 dez. 1990.
BRASIL. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 
2010. (E-book).
DEMARZO, M. M. P.; AQUILANTE, A. G. Saúde escolar e escolas promotoras de saúde. 
In: CASTRO FILHO, E. D. Programa de atualização em medicina de família e comunidade 
(Promef). Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2008. v. 3. p. 49-76.
DIAS, M. S. A. et al. Política Nacional de Promoção da Saúde: um estudo de avaliabilidade 
em uma região de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, n. 1, p. 103-114, 2018.
LUCCHESE, P. T. R. Descrição introdutória ao tema. In: LUCCHESE, P. T. R. (coord.). Políticas 
públicas em Saúde Pública. São Paulo: Bireme/Opas/OMS, 2004. p. 3-10.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
PINTO, V. G. Saúde bucal coletiva. 6, ed. São Paulo: Santos, 2013.
SCLIAR, M. História do conceito de saúde. Revista Physis, v. 17, n. 1, p. 29-41, 2007.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health promotion evaluation: recommendations to 
policy-makers. WHO, 5 maio 2003. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/
handle/10665/108116/E60706.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 maio 2022.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Ottawa charter for health promotion, 1986. 
WHO, 18 mar. 2017. Disponível em: https://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_
file/0004/129532/Ottawa_Charter.pdf. Acesso em: 22 maio 2022.
Promoção de saúde e prevenção de doenças 9
Leituras recomendadas
ANTUNES, J. L. F.; PERES, M. A. (org.). Epidemiologia da saúde bucal. 2. ed. São Paulo: 
Santos, 2016. (Série Fundamentos de Odontologia).
BUISCHI, Y. P. Promoção de saúde bucal na clínica odontológica. São Paulo: Artes 
Médicas, 2000. (Série EAP-APCD, 22).
KRIGER, L.; MOYSÉS, S. J.; MOYSÉS, S. T. Saúde coletiva: políticas, epidemiologia da saúde 
bucal e redes de atenção odontológica.São Paulo: Artes Médicas, 2013. (Série Abeno).
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Promoção de saúde e prevenção de doenças 10
Dica do professor
As doenças são causadas por fatores culturais e socioeconômicos amplos e menos influenciadas 
por serviços de saúde. Com isso é muito importante a sua prevenção por meio da elaboração de 
políticas públicas pelos governos e políticos. Conhecer bem a distinção entre os conceitos 
promoção de saúde e prevenção de doenças vai facilitar o seu aprendizado para melhor utilizar as 
medidas preventivas.
Nesta Dica do Professor, você vai aprender a diferenciar esses conceitos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0419d0d0d40a2145fc80cc5f024da7eb
Exercícios
1) A promoção de saúde foi aprovada como proposta em Ottawa na primeira conferência 
internacional sobre promoção de saúde em 1986. Tem como finalidade melhorar a qualidade 
de vida humana. Para isso, adotaram-se medidas preventivas a fim de evitar o progresso das 
doenças.
Associe o tipo de prevenção ao tipo de ação executada:
I. Prevenção primária
II. Prevenção secundária
III. Prevenção terciária
( ) Recomendar medidas quando a doença está em um estágio mais avançado, evitando uma 
progressão maior do estado clínico do paciente.
( ) Utilizada antes do início biológico da doença, de forma a prevenir a ocorrência da 
patologia.
( ) Prevenção da evolução da doença no organismo com intuito de tentar regredir o quadro 
clínico.
Assinale a alternativa que apresente a sequência correta.
A) III, I, II.
B) I, III, II.
C) II, I, III.
D) I, II, III.
E) III, II, I.
2) Promoção de saúde é o conjunto de diversas atividades práticas para a realização dos 
objetivos de melhorar a saúde e a qualidade de vida para todos. De acordo com a OMS, 
segundo a Carta de Ottawa, cinco campos de ação para a promoção da saúde foram 
definidos. Qual alternativa apresenta corretamente alguns desses campos de ação? 
A) Desenvolvimento de habilidades pessoais, reforço da ação comunitária, equidade.
B) Políticas públicas saudáveis, ambiente de apoio adequado, reorientação do sistema de saúde.
C) Descentralização, desenvolvimento de habilidades pessoais, acesso à saúde.
D) Reforço da ação comunitária, políticas públicas saudáveis, sustentabilidade.
E) Ambiente de apoio adequado, reorientação do sistema de saúde, centralização.
3) A promoção de saúde, como uma estratégia de articulação transversal, é capaz de criar 
mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade e os riscos à saúde da população. 
Além disso, defende a equidade e incorpora a participação e o controle social na gestão das 
políticas públicas. A política de promoção de saúde apresenta a incorporação e a 
implementação de promoção de saúde com ênfase na atenção: 
A) terciária.
B) secundária.
C) multiprofissional.
D) básica.
E) quaternária.
4) O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Afinal, o 
termo saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas, pois depende da época, 
do lugar, da classe social, dos valores, da cultura, da religião, da filosofia, etc. Com isso, no 
decorrer da história, vários conceitos foram atribuídos à saúde e à doença.
Assinale a alternativa correta em relação à história do conceito saúde-doença.
A) Para os antigos hebreus, a doença era um sinal da cólera divina diante dos pecados humanos. 
A enfermidade era um sinal de obediência ao mandamento divino.
B) O pai da medicina, Hipócrates, postulou a existência de quatro fluidos principais no corpo: 
bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Dessa forma, a saúde era baseada no equilíbrio 
desses elementos.
C) Na mitologia grega, várias divindades estavam ligadas à saúde. A cura da doença para os 
gregos era obtida apenas por procedimentos ritualísticos.
D) Na revolução pasteuriana, ainda não tinham sido descobertos os microrganismos causadores 
das doenças.
E) Na Idade Moderna, a influência do cristianismo manteve a concepção da doença como 
resultado do pecado. A cura dependia da fé.
5) A prevenção está relacionada a medidas tomadas antes do surgimento ou agravamento de 
uma condição mórbida ou de um conjunto desta. Portanto, prevenir também significa agir 
para que a doença manifeste-se de forma mais branda no ser humano. Por meio dos três 
níveis das medidas preventivas, primária, secundária e terciária, tem-se a subdivisão em 
cinco níveis: promoção da saúde; proteção específica; diagnóstico e tratamento precoces; 
limitação do dano; e reabilitação. De acordo com essas ações de saúde, correlacione com 
seus exemplos:
I. Promoção de saúde
II. Proteção específica
III. Diagnóstico e tratamento precoces
IV. Limitação do dano
V. Reabilitação
( ) Vacinação
( ) Alimentação e nutrição adequadas
( ) Tratamento médico ou cirúrgico
( ) Terapia ocupacional
( ) Exame periódico de saúde
Assinale a alternativa que apresente a sequência correta.
A) I , II, III, V, IV.
B) II, III, V, IV, I.
C) III, I, II, IV, V.
D) V, IV, I, III, II.
E) II, I, IV, V, III.
Na prática
A prevenção significa evitar o desenvolvimento de um estado patológico e incluir medidas 
preventivas, entre elas as terapias definitivas, que limitam a progressão da doença em qualquer um 
dos estágios. Por isso a importância de conhecer os três níveis de prevenção (primário, secundário e 
terciário) e as ações práticas no âmbito da odontologia.
Neste Na Prática, você vai conhecer um caso de abordagem integral focada na promoção de saúde.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Quais são os níveis de prevenção na saúde?
Leia a matéria a seguir e conheça os níveis de prevenção de saúde e o seu desdobramento em cinco 
níveis de prevenção. Confira também alguns exemplos de ações práticas.
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Promoção da saúde
Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre a promoção da saúde no nível básico, o seu conceito, as 
políticas públicas e as ações de saúde para atender às necessidades da população.
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Prevenção de doenças e promoção de saúde
Nesta matéria, você vai conhecer o histórico dos termos promoção de saúde e prevenção de 
doenças, seus conceitos, bem como a distinção entre eles.
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