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DIREITO ADMINISTRATIVO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 2 1. CONCEITO São instrumentos que o direito confere à própria Administração Pública (Poder Judiciário e Legislativo) ou ao povo para fiscalizar a atividade administrativa desenvolvida pelo poder público. CF/88, art. 70, Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. ATRIBUTOS DO CONTROLE Vigilância Fiscalização e acompanhamento da gestão. Orientação Atuação preventiva para inibir condutas lesivas. Correção Assegurar o cumprimento da lei e recomposição do patrimônio lesado. Poder Sistema de freios e contrapesos (controle externo). Órgão Órgão fiscalizador em cada instituição pública (controle interno). Autoridade Fundamenta-se na autotutela da Administração sobre seus atos. • O Controle Administrativo não alcança as funções típicas dos Poderes Legislativo e Judiciário e dos órgãos autônomos (MP e TC); • O controle das atividades da administração federal deve ocorrer em todos os níveis e órgãos (sem exceções); Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: V - Controle. 2. CLASSIFICAÇÕES 1 Quanto ao alcance Interno Externo 2 Quanto à natureza De legalidade De mérito 3 Quanto ao órgão Administrativo Legislativo Judicial 4 Quanto ao momento Prévio Concomitante Posterior QUANTO AO ALCANCE 1 Interno Realizado por um órgão pertencente à mesma estrutura organizacional (mesmo Poder) da unidade controlada. Ex.: Controle ministerial sobre seus órgãos. 2 Externo Realizado por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado. Ex.: CN julgando as contas do Presidente. • Para Di Pietro, o controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta é considerado externo; 3 • O controle interno pode ser realizado por órgãos especializados que, ainda que pertençam ao mesmo Poder, não possuem vínculo hierárquico com o órgão controlado; QUANTO À NATUREZA 1 De legalidade Realizado para avaliar se os requisitos legais foram observados quando da elaboração do ato. Ex.: Anulação, convalidação e homologação de atos. 2 De mérito Realizado para verificação da aplicação do mérito administrativo, sendo privativo da Administração. Ex.: Revogação e confirmação de ato. • O controle de legalidade, quanto ao alcance, pode ser interno (exercido pela própria Administração) e externo (exercido pelo Judiciário ou Legislativo sobre os atos da Administração); QUANTO AO ÓRGÃO 1 Administrativo Realizado pela Administração sobre seus próprios atos, decorrente de tutela ou autotutela. Ex.: Anulação e revogação de ato administrativo. 2 Legislativo Realizado pelo Legislativo ou pelos Tribunais de Contas que lhes prestam auxílio. Ex.: Sabatina do Senado para o PR nomear ministro do STF. 3 Judicial Realizado pelo Judiciário, incidindo sobre aspectos de legalidade, em decorrência do princípio da inafastabilidade jurisdicional. Ex.: Reintegração de servidor demitido ilegalmente. • O Legislativo possui o poder-dever de controle financeiro das atividades do Executivo, podendo apreciar o mérito do ato sob o aspecto da economicidade; QUANTO AO MOMENTO 1 Prévio Realizado antes de o ato ser efetivado, visando evitar a ocorrência de irregularidades. Ex.: Aprovação pelo SF de empréstimo realizado por E/M/DF. 2 Concomitante Realizado durante a efetivação do ato, visando corrigir possíveis irregularidades de forma tempestiva. Ex.: Fiscalização de obra pública. 3 Posterior Realizado após a efetivação do ato, visando retificar ou ratificar o ato praticado. Ex.: Homologação de procedimento licitatório. 4 3. CONTROLE ADMINISTRATIVO É o poder de fiscalização que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação (Di Pietro). • Não é privativo do Poder Executivo, podendo ser executado pelos demais Poderes nas suas funções atípicas; Súmula 473/STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. REVOGAÇÃO ANULAÇÃO Limitação Material Sim Não Limitação Temporal Não Sim Lei 9.784/99, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. • O controle administrativo pode ser hierárquico (por meio da autotutela) ou não hierárquico (por meio da tutela e de órgãos especializados); 3.1. DIREITO DE PETIÇÃO É o direito que assegura aos administrados a possibilidade de requerer providências e informações à Administração Pública. CF/88, art. 5, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; • O direito de petição, entre outras formas, pode ser exercido por meio de representação (o administrado leva a conhecimento da Administração irregularidade de que tem conhecimento), reclamação (oposição expressa a atos que afetem direitos legítimos), pedido de reconsideração (dirigido à mesma autoridade que proferiu a decisão) e recurso (dirigido à autoridade superior à que proferiu a decisão); • O recurso hierárquico pode ser próprio (dirigido à autoridade imediatamente superior à que proferiu a decisão) ou impróprio (dirigido à autoridade que não é superior à que proferiu a decisão, sendo admitido somente se previsto em lei); 5 • A revisão é uma petição apresentada em face de uma decisão administrativa que resultou em aplicação de sanção, visando desfazê-la ou abrandá-la (não é possível reformatio in pejus), podendo ocorrer a qualquer tempo, de ofício ou a pedido, desde que haja fato novo superveniente; 3.2. SISTEMA DE CONTROLE INTERNO Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. • As finalidades evolvem o assessoramento da autoridade administrativa e o apoio ao controle externo; § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária. • Não há relação de hierarquia entre o controle interno e o externo, mas relação de complementariedade; § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. 4. CONTROLE LEGISLATIVO É realizado pelo Poder Legislativo diretamente ou por meio dos Tribunais de Contas sobre os atos do Poder Executivo (controle externo). CF/88, art. 70. A fiscalizaçãocontábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. • Quanto à natureza, será controle de mérito, visto que possui prerrogativa constitucional para atuar dessa forma; • De acordo com o princípio da simetria, E/DF/M devem seguir, no que couber, as disposições relativas à União; 6 CF/88, art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU, ao qual compete: • O controle externo é exercido nas esferas federal (Congresso Nacional), estadual (Assembleia Legislativa) e municipal (Câmara de vereadores); • Apesar de auxiliar o Congresso Nacional, o TCU não lhe é subordinado, apenas é responsável por desempenhar atividades de cunho técnico, que não podem ser desempenhadas pela Casa Legislativa; • O controle externo possui sujeito ativo (Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU) e sujeito passivo (todos que administrem recursos públicos, independente de natureza jurídica ou Poder a que pertence); • Subvenção é a transferência de recurso orçamentário destinado a cobrir despesa de custeio de uma entidade beneficiada, que deverá prestar contas sempre que isso ocorrer; • Renúncia de receita é um benefício que reduz incidência de tributos, sendo aplicado por determinados órgãos e entidades, que serão controlados externamente em vista disso; 4.1. CONTROLE PARLAMENTAR DIRETO/POLÍTICO Decorrente do sistema de freios e contrapesos, limita o poder dos governantes no que tange a determinadas atividades que são submetidas à apreciação do Poder Legislativo. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; IX - Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; X - Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta; • Quando o Congresso Nacional susta um ato do Poder Executivo, não está anulando-o, visto que se trata de atribuição da própria Administração (autotutela) ou do Poder Judiciário (controle judicial); Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de 30 dias, bem como a prestação de informações falsas. 7 4.2. CONTROLE PELO TRIBUNAL DE CONTAS Presente em todos as esferas da federação, possui a função de prestar auxílio técnico ao Poder Legislativo, evidenciando sua atribuição contábil-financeira. 1 União Representado pelo Tribunal de Contas da União. 2 Estado/DF Representado pelos TCEs, TCDF e pelos Tribunais de Contas dos Municípios (controle externo de todos os municípios do Estado). 3 Município Representado somente pelo TCSP e TCRJ, sendo vedada a criação de outro tribunal de contas municipal. • O TCU possui 9 ministros, que são equiparados aos ministros do STJ e, quanto à posição estatal, é um órgão independente, ou seja, não possui qualquer relação de subordinação com qualquer dos três Poderes; Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I - Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento; • O TCU não julga as contas (quem julga é o Congresso Nacional), apenas aprecia e emite um parecer prévio no prazo de 60 dias, contados do recebimento das contas; • O parecer, embora conclusivo (aprovando ou rejeitando), não vincula o julgamento do Congresso Nacional (é meramente opinativo); II - Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; • O TCU não julga as contas do Poder Executivo, mas julga as contas dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como do MP, pois estas são consideradas contas de gestão e aquelas, contas políticas; III - Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; Aprecia a legalidade - Atos de admissão de pessoal, a qualquer título; - Concessão de aposentadoria, reforma e pensão; Não aprecia a legalidade - Nomeação de cargo em comissão; - Melhorias posteriores relativas a aposentadoria, reforma e pensão que não alterem o fundamento legal; 8 • A apreciação de atos de pessoal (aposentadoria, reforma etc.) constitui ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se com o registro do Tribunal de Contas – STF; Súmula Vinculante nº 3/STF - Nos processos perante o TCU, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. • Os princípios do contraditório e da ampla defesa não são de observância compulsória na apreciação de concessões iniciais de aposentadorias, reformas e pensões, bem como de melhorias posteriores que alterem o fundamento legal do ato concessório, pois, nesses casos, o registro do TCU caracteriza apenas a manifestação para conclusão do ato complexo; • Em relação às concessões iniciais, não precisam ser submetidas a registro as aposentadorias de empregados públicos da administração indireta (EP e SEM), regidos pelo RGPS; • Quando houver um lapso temporal considerável (5 anos) entre a concessão da aposentadoria e sua apreciação, o TCU deve possibilitar o contraditório, em decorrência do princípio da segurança jurídica, considerando que o transcurso desse prazo em nada se relaciona com decadência – STF; • Se o TCU já tiver concedido o registro e pretender rever a decisão de ofício, fica sujeito ao prazo decadencial de 5 anos, devendo observar o contraditório e a ampla defesa, pois o ato já se encontra perfeito e acabado; • Após a publicação do registro pelo TCU, o ato é considerado perfeito e acabado, começando a contar o prazo decadencial de 5 anos para a Administração promover uma possível anulação, salvo má-fé do administrado; Súmula nº 6/STF - A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário. Súmula nº 199/TCU - Salvo por sua determinação,não podem ser cancelados pela autoridade administrativa concedente, os atos originários ou de alterações, relativos a aposentadoria, reformas e pensões, já registrados pelo Tribunal de Contas, ao apreciar-lhes a legalidade, no uso da sua competência constitucional. • Caso a Administração deseje anular ou revogar qualquer ato de concessão já apreciado pelo TCU, deverá submeter novamente à sua apreciação; IV - Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V - Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; 9 VI - Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII - Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII - Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; • As sanções passíveis de aplicação pelo TCU devem estar previstas em lei em sentido estrito, não sendo possível a previsão em regimento interno ou semelhante; • O TCU possui prerrogativa para adotar medidas cautelares, ainda que sem a oitiva da parte, para evitar danos ao erário, reais ou iminentes, ou situações que possam obstruir o exercício do controle externo; IX - Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; X - Sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI - Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. • Para sustação de contrato administrativo, é imprescindível a solicitação do Congresso Nacional ao Poder Executivo; § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. • O TCU pode determinar um prazo ao órgão ou entidade executora do contrato para que adote providências para regularização, sob pena de ser sustado pelo Tribunal, após a comunicação à CD e ao SF, podendo ele próprio decretar a sustação caso as Casas Legislativas não adotem medidas em 90 dias; • Em regra, o TCU susta apenas atos administrativos, sendo competência do Congresso Nacional sustar contratos, podendo ser adotada pelo TCU em caso de inércia por tempo maior que 90 dias; Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de 5 dias, preste os esclarecimentos necessários. § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 dias. 10 § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. Art. 74, § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. Súmula 347/STF - O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. • A apreciação de constitucionalidade incide apenas em matérias da competência do TCU (caso concreto), pois quem declara inconstitucionalidade é somente o Poder Judiciário (caso abstrato); • A apreciação de constitucionalidade se estende aos Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios; 5. CONTROLE JUDICIAL É realizado pelo Poder Judiciário em caso de ilegalidade nos atos administrativos praticados pelo Poder Executivo e pelo próprio Judiciário ou pelo Legislativo quando desempenham funções atípicas. CF/88, art. 5, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; • A possibilidade de recorrer ao Judiciário é uma evidência da aplicação do sistema de freios e contrapesos; • O controle judicial não age de ofício, devendo ser provocado por aquele que se achar prejudicado em algum direito (princípio da inércia judicial); • Quanto ao momento, o controle judicial será, em regra, posterior, mas nada impede que seja prévio; • O controle judicial não incide sobre aspectos de conveniência e oportunidade, ou seja, não avalia o mérito administrativo, não podendo, dessa forma, haver revogação; 5.1. MANDADO DE SEGURANÇA CF/88, art. 5, LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; • É um remédio constitucional de caráter residual, pois só será cabível quando não for possível a impetração de habeas corpus ou habeas data; • Independente da esfera da decisão proferida, será sempre uma ação de natureza civil; 11 • O MS pode ser preventivo ou repressivo, é cabível diante de ato comissivo ou omissivo da autoridade, e as provas devem ser levadas aos autos do processo no momento da impetração; • O prazo para impetração é de 120 dias, contados da data da ciência do fato, sendo um prazo decadencial; Súmula 632/STF - É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança. • Em caso de haver plausibilidade jurídica no pedido – fumus boni juris – e risco de dano irreparável ou de difícil reparação em decorrência da demora na decisão do MS – periculum in mora, poderá haver a concessão de liminar pelo Juiz, sendo que esta não implica um prejulgamento, mas apenas uma suspensão temporária do ato impugnado, que se estenderá até a prolação da sentença definitiva; NÃO CABE MANDADO DE SEGURANÇA 1 Contra lei em tese e atos normativos. 2 Contra atos de gestão comercial. 3 Contra decisão judicial transitada em julgado. 4 Contra atos internos. 5 Contra ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo. 6 Como substituto da ação de cobrança. • A lei é um ato de efeito geral, abstrato e impessoal e, para ser questionada, deve ser utilizada a via apropriada para o controle de constitucionalidade; • O ato de gestão comercial não possui a característica de atividade pública; • A decisão judicial transitada em julgado não admite recurso, possuindo caráter de imutabilidade; • Os atos internos são produzidos no interior das instituições públicas, não alcançando, em regra, direitos individuais; • O recurso com efeito suspensivo, por si só, pode afastar o ato que é prejudicial; • A concessão de MS em ação de cobrança não resulta em efeitos patrimoniais referidos a períodos pretéritos; 5.2. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVOCF/88, art. 5, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; 12 • A exigência de ser legalmente constituído e estar em funcionamento há pelo menos 1 ano destina-se tão somente às associações; • A autorização dos titulares do direito é dispensada, visto que a entidade impetrante atua como substituto processual na relação jurídica, salvo se a via utilizada não for a do MSC, situação em que será necessária a autorização; Súmula 630/STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. • O direito alegado deve ser subjetivo, líquido e certo de um grupo, categoria ou classe, não sendo possível utilizar o MSC para proteger direitos exclusivamente difusos; • Os efeitos do MSC não beneficiam o impetrante de MS individual que tenha o mesmo objeto, salvo se desistir da ação individual no prazo de 30 dias, contados da ciência da impetração do MSC; 5.3. AÇÃO POPULAR CF/88, art. 5, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; • Cidadão é o brasileiro nato ou naturalizado e o português equiparado em gozo dos direitos políticos; • Pessoa Jurídica e Ministério Público não são legitimados para propor ação popular, entretanto, este poderá acompanhar a ação, atuar como fiscal ou substituto em caso de abandono da ação; • Os direitos defendidos pela ação são de interesse público (difusos); • Não pode ser proposta contra lei em tese, pois é essencial que o ato produza efeitos concretos; 5.4. AÇÃO CIVIL PÚBLICA Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; § 1º A legitimação do MP para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. • Diferentemente da ação popular, a ação civil pública pode ser proposta tanto pelo MP quanto por terceiros; 13 • A ação civil pública é preponderantemente condenatória (em dinheiro) ou mandamental (obrigação de fazer ou não fazer) e a ação popular é preponderantemente desconstitutiva (anular ato lesivo); • A ação civil pública é utilizada para apurar e sancionar atos de improbidade administrativa; 6. CONTROLE SOCIAL É realizado diretamente pelo cidadão, podendo ser exercido no momento da formulação da política pública ou na fase de execução.
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