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RESUMO GAMETOGENESE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA 
ANIMAL COMPARADA 
 
ALUNA: ANA PAULA RIOS MORAIS 
 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA – CE 
2021 
 
 
 
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GAMETOGÊNESE 
 
➢ É o processo de formação dos gametas a partir de células germinativas, através de mitose e meiose 
que acontecem nas gônadas sexuais. 
 
➢ Reprodução 
• Processo que um organismo produz descentes semelhantes a si mesmo; 
• É classificada em dois tipos: assexuada (sem recombinação gênica, ex: bipartição, esporulação 
e brotamento) e assexuada (com fusão de material genético, ex: meiose > gametas > 
fecundação > mitose (M) > novo ser). 
 
➢ Divisão Celular 
• É o processo que ocorre nos seres vivos, através de uma célula-mãe, ela se divide em duas ou 
quatro células-filhas e com as informações genéticas relativa a espécie. 
• Ciclo celular ocorre em duas etapas: 
 
Etapa 1 – Interfáse: Maior parte do ciclo celular; momento em que a célula está preparando-se para a 
divisão celular; G1: produção de moléculas orgânicas, ATP e outras organelas; crescimento da 
célula; início da duplicação dos centrômeros; Ponto de checagem: se estiver tudo certo, segue o 
processo; G0: as células que não irão se dividir, ficam em “repouso” nessa fase; S: duplicação do 
DNA; G2: produção de mais moléculas orgânicas, proteínas e ATP. Acontecem também a 
duplicação dos centrômeros; Ponto de checagem: verificação da célula para a divisão. 
 
Etapa 2 
• Mitose e citocinese: Acontece em quatro fases, como é descrito a seguir: 
• Prófase: desagregação da carioteca e do nucléolo, migração dos centríolos duplicados para os 
polos; formação do fuso miótico e condensação dos cromossomos; 
• Metáfase: alinhamento dos cromossomos homólogos na placa equatorial; 
• Anáfase: duplicação dos centrômeros e separação das cromátides em direção aos polos; 
• Telófase: carioteca e nucléolo reparados, DNA é desespiralizado e o citoplasma se divide. 
• Meiose: Meiose I: Prófase I: é divida em cinco etapas (leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno 
e diacinese); Metáfase I: pareamento dos cromossomos homólogos; Anáfase I: separação dos 
cromossomos homólogos duplicados; Telófase I: desespiralização dos cromossomos e divisão 
do citoplasma; 
• Meiose II: o processo ocorre como na mitose (prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II). 
 
➢ Espermatogênese 
• Ocorre nos testículos (túbulos seminíferos); 
• Processo de formação dos espermatozoides; 
• Acontece três etapas: multiplicação; crescimento e maturação. 
• Após a divisão, acontece o processo de espermiogênese em que ocorre a transformação de 
espermatogônia > espermátide > espermatócito I > espermatócito II > espermatozoides. 
 
➢ Ovocitogênese 
• Acontece nos ovários; 
• Processo de formação dos ovócitos; 
• Ocorre em três etapas: multiplicação, crescimento e maturação; 
• Os corpúsculos polares são desintegrados; 
• A meiose completa-se apenas com a fecundação: ovogônias > ovócito I > ovócito II > óvulo. 
 
 
 
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CICLO ESTRAL 
 
➢ É a mudança no comportamento do animal caracterizado por alterações ovarianas, endócrinas, 
nas genitálias, período onde ocorre a monta; 
➢ Essas mudanças ocorrem ao longo do ciclo, são controladas pelo sistema endócrino e tem uma 
complexa interação: hipotálamo > hipófise > ovário > útero. 
➢ Ovulação > corpo lúteo ou corpo amarelo > luteólise > crescimento folicular; 
➢ Ovulação: liberação do óvulo pelo ovário; 
➢ Corpo lúteo: Glândula endócrina temporária ou surge no ovário após a ovulação, é responsável 
pela secreção de progesterona; 
➢ Luteólise: perda da função do corpo lúteo e sua regressão ou involução; 
➢ Crescimento folicular: processo de formação, crescimento e maturação folicular; 
 
➢ Compreende quatro fases: 
1. Proestro: crescimento folicular sob a ação do estrógeno; 
2. Estro ou cio: ovulação e receptividade da fêmea; 
3. Metaestro: formação do corpo lúteo e prenhez; 
4. Diestro: involução do corpo lúteo e não prenhez; 
Também pode acontecer um período chamado anestro: fase estacionária de tempo variável 
(órgãos reprodutores quiescentes); 
 
CICLO MENSTRUAL 
 
➢ É o período de amadurecimento e ocorre a expulsão do óvulo não fecundado; 
➢ Menstruação: é a descamação das paredes internas do útero quando não ha fecundação; 
➢ Existem hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelo corpo lúteo, eles produzem as 
mudanças na parede do útero (endométrio) e nos primatas recebe esse nome, pois ocorre a 
liberação do fluxo sanguíneo vinda do útero; 
➢ Menstruação > crescimento folicular > ovulação > corpo lúteo ou corpo amarelo > luteólise; 
 
➢ Hormônios atuantes: 
• Progesterona: produzido no corpo lúteo, promove espessamento do endométrio; liberado 
somente depois da ovulação; quedas do seu nível no fim do ciclo promovem a menstruação. 
• Estrógeno: produzido pelos folículos ovarianos; estimula o início do espessamento do 
endométrio; em médias concentrações, inibe liberação de hormônios hipofisários; em altas 
concentrações, promove a liberação de hormônios hipofisários. 
• LH (hormônio luteinizante): produzido na hipófise; promove ovulação e formação do corpo 
lúteo; liberado somente após o pico de estrogênio. 
• FSH (hormônio folículo-estimulante): feito na hipófise; atua no desenvolvimento dos folículos. 
 
➢ É didaticamente dividido em três fases: 
1. Menstrual: inicia-se no 1º dia da menstruação, a parede funcional do útero descama (camadas 
compacta, esponjosa e parte basal); o sangramento se dá a ruptura dos vasos. 
2. Proliferativa, Estrogênica ou Folicular: crescimento dos folículos ovarianos do 5-14º dia, os 
quais produzem E2 (estradiol - hormônio que controla essa fase e reconstrói o endométrio); 
ocorrência da ovulação – liberação do óvulo (14º dia). 
3. Secretora, Progestacional ou Luteínica: forma-se o corpo lúteo; ocorre a produção de P4 
(progesterona); secreção de muco pelas glândulas uterinas, propiciando a implantação. 
 
 
 
4 
FECUNDAÇÃO 
 
➢ É o encontro das células germinativas, com a formação do zigoto. Na espécie humana a 
fecundação ocorre na porção mais distal da tuba uterina e com o objetivo final de combinação de 
genes e a formação de um novo ser; 
➢ Ovócito II é revestido por uma grossa camada de glicoproteínas aderidas à membrana plasmática; 
➢ Quimiotaxia: atração química do ovócito II sobre os espermatozoides (espécie-específica); 
➢ Anfimixia ou cariogamia: é a fusão dos pro-núcleos masculinos e femininos dos gametas, 
originando o núcleo do zigoto ou célula-ovo (células totipotentes) que gera o novo ser. 
➢ Quatro são os eventos principais que ocorrem durante a fecundação, independente do 
grupamento animal (GILBERT, 2003): 
1. Contato e reconhecimento entre espermatozoide e óvulo da mesma espécie; 
2. Regulação da entrada do espermatozoide para o interior do ovócito. Um só espermatozoide 
“recebe” permissão para entrar no óvulo (monospermia), havendo a inibição da entrada de 
qualquer outro (polispermia); 
3. Fusão do material genético do espermatozoide e do óvulo (anfimixia); 
4. Ativação do metabolismo do ovo para começar o desenvolvimento (divisões). 
 
➢ Os gametas podem ser: 
• Espermatozoides (masculino/macho): cabeça com acrossoma (glicoproteínas e enzimas), 
hialuronidase na corona radiata e acrosina na zona pelúcida; núcleo com material genético. 
• Ovócito (feminino/fêmea): corona radiata são células foliculares que cercam o epitélio 
germinativo do ovário, tendo a função de fornecer proteínas vitais a célula (nutrição); zona 
pelúcida que envolve o ovócito e causa a ativação espermática; citoplasma com organelas 
(córtex – grânulos corticais e enzimas lisossômicas); núcleo composto por material genético. 
 
➢ Quanto aos tipos de fecundações: 
• Interna: contém o liquido folicular que atrai o espermatozoide para o ovócito e acontece no 
interior do corpo da fêmea (ou hermafrodita), envolvendo uma menor quantidade de gametas. 
Ex: mamíferos e algunsoutros vertebrados. 
• Externa: contém proteína resact que causa atração e reconhecimento; a fecundação acontece 
em meio adverso (fora do corpo), como na água - peixes e sapos; envolve uma grande liberação 
de gametas e assim, formam-se muitos ovos. 
 
➢ Capacitação espermática: 
• Etapa final da maturação no trato genital feminino; 
• Alterações no acrossoma, ocorrendo a liberação das enzimas; 
• Quanto mais motilidade, mais hiperativação o espermatozoide vai ter; 
• Podendo ocorrer em três etapas: 
1. Migração espermática entre as células da corona radiata, caso estejam presentes; 
2. Fixação espermática através da zona pelúcida; 
3. Fusão do espermatozoide e da membrana plasmática do ovócito. 
 
➢ Reação cortical: 
• Bloqueio da polispermia (penetração de mais de um espermatozoide); 
• Entrada do espermatozoide sem a membrana; 
• Inativação de receptores; 
• Retomada da meiose II do ovócito. 
 
 
 
5 
TIPOS DE OVOS 
 
➢ Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do ovulo, sendo formado 
pela união de dois gametas. 
 
➢ O zigoto é produzido pela fertilização entre duas células haplóides (um ovulo da fêmea/mulher e 
um espermatozoide do macho/homem), que se juntam para formar uma única célula diplóide. 
 
➢ Os ovos da maioria dos animais possuem formato elipsóide ou ovóide e são delimitados por uma 
membrana interna denominada vitelo. 
 
➢ Vitelo: é uma reserva muito nutritiva e composta principalmente por fibras de proteínas, 
contendo também fosfolipídios e gorduras neutras. 
 
➢ Os tipos de ovos podem variar de acordo com os animais e o meio em que os cercam. A 
quantidade e a distribuição do vitelo (reserva de nutrientes) variam em cada espécie. Podemos 
classificar os ovos em quatro tipos: 
1. Oligolécitos ou Isolécitos (ou homolécitos): possuem uma quantidade reduzida de vitelo, 
distribuídos uniformemente pelo citoplasma, cujo diâmetro está na ordem de décimos de 
milímetros. Tem a clivagem holoblástica igual - total. Esses ovos são encontrados nos 
mamíferos placentários como os humanos*, equinodermos, alguns invertebrados como o 
ouriço-do-mar, cordados inferiores como os tunicados e anfioxos. 
* Também podem ser chamados de ovos alécitos (sem vitelo) justificando que devem ser 
provenientes de ovos com bastante vitelo que foi sendo perdido gradativamente no decorrer 
da evolução em troca da aquisição da placenta. 
 
2. Heterolécitos ou Mesolécitos: são ovos cuja composição vitelina ocupa cerca da metade do 
volume citoplasmático, distribuída de forma não-homogênea, ou seja, com quantidade 
moderada e concentrada no polo inferior; possuindo em media 1mm. O vitelo proteico aparece 
em grandes grânulos ovais e achatados conferindo ao citoplasma de grande densidade. Tem a 
clivagem holoblástica desigual. Esses ovos são encontrados nos anelídeos, moluscos e são 
típicos de anfíbios*. 
* Além de grãos proteicos, os ovos de anfíbios armazenam lipídeos arredondados e envolvidos 
por uma membrana proteica e glicogênio. 
 
3. Telolécito ou Megalécito (ou Panlécitos): ovos cuja concentração de vitelo é grande e ocupa 
quase todo o ovo. Há uma segregação do citoplasma do vitelo na qual o vitelo aparece como 
uma massa compacta no interior do ovo e o citoplasma está restrito a uma fina camada sobre 
a superfície com um pequeno espessamento no lado superior, zona que contem no núcleo. 
Tem a clivagem meroblástica discoidal. Esses ovos são encontrados nas aves, peixes, répteis, 
no mamífero ornitorrinco, equidna e alguns moluscos (cefalópodes e gastrópodes). 
 
4. Centrolécito: ovos cujo vitelo circunda o núcleo, distribuídos em uma fina camada na superfície 
periférica. Com isso, não se pode determinar os polos vegetal e animal do ovo, mas como ele 
apresenta uma forma característica, diz-se que possui polaridade anteroposterior. Tem a 
clivagem meroblástica superficial. Esses ovos são encontrados nos artrópodes, especialmente 
em insetos. 
 
 
 
 
 
6 
TIPOS DE SEGMENTAÇÃO 
 
➢ Segmentação (ou clivagem) é uma espécie de divisão rápida que ocorre nos ovos quando a 
fertilização se completa e está diretamente relacionada com a quantidade de vitelo. Quanto 
menor quantidade de vitelo, mais homogênea é a divisão. Uma maior quantidade de vitelo acaba 
dificultando a clivagem, e essa divisão será mais heterogênea. 
➢ As divisões mitóticas do zigoto formam duas células-filhas chamadas de blastômero, que sofrem 
sucessivas divisões, formando a mórula, que contém de 12 a 16 blastômeros. 
➢ As primeiras divisões (mitose) do ovo ou zigoto (clivagem) são atípicas, pois ocorrem sem que 
aconteça a recuperação citoplasmática. 
➢ Tipo de clivagem (influenciada pela quantidade e distribuição do vitelo): o vitelo inibe a clivagem, 
ou seja, quanto menos vitelo a divisão é facilitada, assim sendo homogênea; quanto mais vitelo, a 
divisão é dificultada, sendo heterogênea. 
 
➢ As clivagens podem ser classificadas por dois tipos: 
1. Holoblástica ou total: os ovos se dividem por inteiro; os ovos com pequena a média quantidade 
de vitelo. Sendo composta por três subtipos: 
1.1 Holoblástica igual: ovos oligolécitos; na terceira clivagem do zigoto são formados oito 
blastômeros de tamanhos iguais; os mamíferos e os ouriços-do-mar apresentam este tipo 
de segmentação. 
1.2 Holoblástica desigual: ovos mesolécitos; os oito blastômeros formados possuem tamanhos 
diferentes, os menores são chamados de micrômeros e os maiores de macrômeros, os 
anfíbios possuem este tipo de segmentação. 
1.3 Holoblástica subigual: também forma oito blastômeros diferentes, porém não há grandes 
diferenças no tamanho. 
 
2. Meroblástica ou parcial: esta segmentação é subdividida de acordo com a diferença de 
distribuição de vitelo; os ovos não se dividem por inteiro; ocorre em ovos com muito vitelo. 
Sendo composta por dois subtipos: 
 
2.1. Discoidal: ovos megalécitos (ou telolécitos); ocorrem nesse tipo de ovo, mas apenas na 
região sem vitelo. 
2.2. Superficial: ovos centrolécitos; as células embrionárias se localizam na região superficial 
do ovo. 
 
➢ A segmentação, ou fase de clivagens, é uma etapa que engloba desde a primeira divisão do 
zigoto até a formação da blástula. Quanto ao seu desenvolvimento, ela pode ser dividida em 
duas fases, que será definida a seguir: 
 
1. Mórula: é o nome dado a primeira fase do desenvolvimento do embrião, logo depois do zigoto. 
O estágio de mórula ocorre 3 a 4 dias após a fecundação, coincidindo com a entrada do embrião 
no útero. Assim, ocorrem sucessivas clivagens, acontecendo a formação de uma cavidade 
interna. 
 
2. Blástula: é o nome dado a segunda fase do desenvolvimento que ocorre após a fase de mórula, 
caracteriza-se por ter uma forma arredondada, podendo ser definida também como uma 
parede com uma cavidade interna cheia de fluido (blastocele); final da clivagem, ocorre a 
blastulação; reorganização dos blastômeros. Em mamíferos, recebe o nome de blastócito. 
 
 
 
 
7 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
CARMINDA S. BRITO SALMITO-VANDERLEY; ISABEL C. HIGINO SANTANA; HISTOLOGIA E EMBRIOLO-
GIA ANIMAL COMPARADA, 2o EDIÇÃO; FORTALEZA-CE; EdUECE; 2015; 15, 29 e 35 p. 
SONIA M. LAUER DE GARCIA E CASIMIRO GARCÍA FERNÁNDEZ; EMBRIOLOGIA; 3o EDIÇÃO; PORTO 
ALEGRE - RS; EDITORA ARTMED LTDA; 2012; 25, 55, 83, 99 e 105 p.

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