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IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DE BRADICARDIA Definições FC lenta comparado com a faixa normal para idade e nível de atividade da criança; É um sinal indicativo de PCR iminente em bebês e crianças, principalmente quando associada a hipotensão ou perfusão inadequada do tecido; Se FC<60bpm em bebê ou criança iniciar RCP Hipóxia tecidual é a principal causa de bradicardia sintomática em crianças; Classificação Primária condições cardíacas congênitas ou adquiridas que retardam a velocidade de despolarização espontânea das células do marca-passo normal do coração ou retardam a condução. Causas: Miocardite; Cardiomiopatia Lesão cirúrgica no marca-passo/pacemaker ou sistema de condução Anormalidade congênita do marca-passo ou sistema de condução Classificação Secundária condições não cardíacas que alteram a função normal do coração (retardam marca-passo do nódulo sinusal ou a condução pela junção atrioventricular) Causas: Hipóxia Acidose Hipotensão Hipotermia Efeitos farmacológicos Identificação da bradicardia SINAIS E SINTOMAS Queda do DC: mantido apenas por um aumento na fração de ejeção ventricular (limitado) pode levar ao comprometimento cardiopulmonar: Hipotensão Redução do nível de consciência Choque Perfusão inadequada nos órgãos-alvo Desconforto ou insuficiência respiratória Colapso súbito Características da bradicardia no ECG Tipos de bradiarritmias Bradicardia sinusal Bloqueio AV Parada do nódulo sinusal com ritmos de fuga atriais/auriculares, juncionais ou ventriculares Bradicardia sinusal Frequência de descarga do nódulo sinusal mais lenta do que a normal Não necessariamente pode ser um problema Pode estar presente em crianças saudáveis em repouso, quando as demandas metabólicas estão baixas (ex: sono) Pode acometer atletas bem condicionados, devido alta fração de ejeção ventricular e aumento do tônus vagal Outras causas: resposta à hipóxia, hipotensão e acidose. Bloqueio AV Distúrbio da condução elétrica através do nódulo AV Classificado em: Tratamento bradicardia pediátrica com pulso e perfusão inadequada (bradicardia sintomática) Tratar causas potencialmente reversíveis IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO DA TAQUICARDIA Taquicardia FC alta em comparação com a frequência cardíaca normal para idade da criança Taquicardia sinusal é uma resposta normal ao stress ou à febre Taquiarritmias Ritmos anormais rápidos originários nos átrios/auriculos ou nos ventrículos do coração Podem ser toleradas sem sintomas Também podem causar comprometimento hemodinâmico agudo: choque, deterioração para PCR Identificação das taquiarritmias SINAIS E SINTOMAS Inespecíficos e diferem de acordo com a idade Palpitações, sensação de desfalecimento e síncope Nos bebês em casa: demora identificar a taquiarritmia DC fica comprometido desenvolve sinais de ICC (irritabilidade, inapetência, respiração rápida) Sinais de instabilidade hemodinâmica: desconforto/insuficiência respiratória Sinais de choque Estado mental alterado Colapso súbito com pulsos rápidos e fracos Classificação da taquicardia e das taquiarritmias São classificadas de acordo com a largura do complexo QRS: estreito ou largo Taquicardia sinusal Frequência de descarga do nódulo sinusal mais rápida do que a normal para idade da criança Normalmente devido necessidade do corpo de maior DC ou transferência de O2 Não é considerada uma arritmia Causas comuns: exercício, dor, ansiedade, hipóxia tecidual, hipovolemia, choque, stress metabólico, lesão, toxinas/venenos/drogas e anemia Características da TS no ECG Taquicardia supraventricular Ritmo anormal rápido com origem acima dos ventrículos. Frequentemente causado por mecanismo de reentrada, que envolve uma via acessória ou sistema de condução AV. Mecanismos: reentrada por via acessória, reentrada nodular AV ou foco atrial/auricular ectópico. É a taquiarritmia mais comum causadora de comprometimento cardiovascular na infância Apresentação clínica TSV Ritmo rápido e regular Pode aparecer de forma abrupta e ser episódico (para sem avisar – por isso chamada de paroxística antigamente) Sinais e sintomas em bebês: irritabilidade, inapetência, respiração rápida, sonolência incomum, vomito, pele pálida, moteada, cinza ou cianótica. Sinais e sintomas em crianças mais velhas: palpitações, falta de ar, dor ou desconforto torácico, tontura, sensação de desfalecimento e desmaio. Características da TSV no ECG Comparação entre TS e TSV Flutter atrial Taquiarritmia de complexo estreito que pode se desenvolver em RN com corações normais Também pode se apresentar em crianças com doença cardíaca congênita, principalmente após cirurgia cardíaca Um circuito reentrante nos átrios permite que uma onda de despolarização percorra os átrios em círculos Ocorre um padrão de “serra dentada” de ondas P no ECG Taquicardia ventricular Taquiarritmia de complexo largo gerada nos ventriculos Incomum em crianças Quando presente, a frequência ventricular pode variar desde proxima do normal ate 200/min Frequências muito rápidas comprometem o enchimento ventricular, a fração de ejeção ventricular e o DC e podem se deteriorar em TV sem pulso ou fibrilação ventricular A criança geralmente possui doença cardíaca de base, síndrome QT longo ou miocardite/cardiomiopatia Outras causas: distúrbios eletrolíticos, toxicidade farmacológica. Características da TV no ECG Classificação da TV sem pulso Monomórfica complexo QRS tem aparência uniforme Polimórfica aparência dos complexos QRS variam- - Torsades de Pointes é uma forma distintiva da TV polimórfica: os complexos QRS mudam de polaridade e amplitude, parecendo girar em torno da linha isoelétrica do ECG. Condições que predispõe à Torsades: - Sindromes QT longo - Toxicidade farmacológica antiarrítmica - Hipomagnesemia - Outras toxicidades farmacológicas - Hipocalemia Tratamento das taquiarritmias Tratamento Manobra vagal Estimular nervo vago, faz com que diminua a FC, por retardar a condução através do nódulo AV Se possível, realizar ECG de 12 eletrodos antes e depois da manobra Criança estável, e ritmo não converter, repetir tentativa. Se a segunda tentativa falhar, vá para outro método Se criança instável, tentar manobras vagais somente enquanto prepara a cardioversão farmacológica ou elétrica Tratamento Cardioversão elétrica É dolorosa Fornecer sedação e analgesia antes da cardioversão sempre que possível Cardioversão sincronizada usados na TSV e TV com pulso. O choque irá ser aplicado no momento da onda R do complexo QRS. Indicações: hemodinamicamente instáveis com taquiarritmias, mas com pulsos palpáveis Cardioversão eletiva, em pacientes estáveis, flutter atrial/auricular ou TV Cardioversão Carga de energia: iniciar com 0,5J a 1J/kg para a TSV e TV Se ineficaz: aumentar para 2J/kg Se aumentar a carga e não converter em ritmo sinusal, reavaliar o diagnostico de TSV x TV Tratamento farmacológico Tratamento farmacológico Tratamento Resumo tratamento Algoritmo tratamento