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Arritmias, Síncope e PCR 1 � Arritmias, Síncope e PCR Reviewed Type Aula ao Vivo Date Especialidade Cardiologia Apostila Área Clínica Médica Taquiarritmias FC > 100 bpm. Tem onda P? Se sim, é sinusal? positiva em D1, D2 e aVF e precede o QRS. Se sim, é taquicardia sinusal. Se não, é taquicardia atrial uni/multifocal. Se não, tem onda F? característica de serra. Sem sim, é flutter. Se não, avaliar se QRS estreito ou alargado. Se estreito e regular, é taquicardia supraventricular. Se estreito e irregular, é fibrilação atrial. Se alargado, é taquicardia ventricular monomórfica ou polimórfica. Tratamento: primeiro se avalia se há critérios de instabilidade → 4 D’s súbitos: desmaio, dispneia, dor torácica e diminuição da PA. Se apresenta critérios de instabilidade → cardioversão elétrica. @June 5, 2023 Arritmias, Síncope e PCR 2 50-100J: flutter e TSV → considerar adenosina na TSV enquanto aguarda o choque. 100J: TV com pulso. 120-200: FA. Se sem critérios de instabilidade → manejo específico conforme arritmia. Taquicardia Sinusal Causas: ansiedade, dor, medo… Tratamento: tratar causa de base → não se faz cardioversão elétrica. Taquicardia Atrial Multifocal Causa: DPOC → relação com sofrimento pulmonar, gerando sofrimento de AD e VD. Tratamento: tratar a causa base → não se faz cardioversão elétrica. Se instabilidade, pode-se fazer verapamil ou betabloqueador. Flutter Fisiopatologia: macro-reentrada no istmo cavo-tricúspide → mais comum é anti-horário. Clínica: palpitações, desconforto torácica… Tratamento: similar a FA → cardioversão elétrica é mais fácil → difícil com drogas. Taquicardia Supraventricular Fisiopatologia: principal mecanismo é reentrada nodal → pseudo-S em inferiores (D2, D3 e aVF) e pseudo-R em V1. Epidemiologia: sexo feminino; 20-30 anos. Clínica: paroxismos (palpitações) → desencadeantes: cafeína, álcool, beta- 2-agonista, anfetaminas. Tratamento no PS: se instável, cardioversão elétrica → se estável: (1) manobra vagal (Valsalva modificada, pressão do globo ocular, massagem carotídea, exposição ao rosto de água gelada), (2) adenosina EV em flush (6 mg e depois com 12 mg por até mais duas vezes), Arritmias, Síncope e PCR 3 Tratamento no Ambulatório: nem sempre necessário, dependendo da frequência e da gravidade dos eventos → 1ª opção com betabloqueador; 2ª opção com verapamil → refratários: propafenona, sotalol, ablação. Síndrome de Wolff-Parkinson-White Síndrome de pré-excitação ventricular + taquicardia→ via acessória que conduz mais rápido que o nó AV → PR curto e onda delta (início lento do QRS). Risco: arritmias complexas como FAARV conduzida pela via anómala (sem filtro do nó AV) e morte súbita. Tratamento: ablação da via anómala. Fibrilação Atrial Fisiopatologia: múltiplas micro-reentradas em AE → frequência atrial de 450-700 bpm. Foco mais comum é na inserção das veias pulmonares no AE. Fatores de Risco: muitos, como envelhecimento, HAS, tireotoxicose, doença valvar, DHEAB, drogas. Holliday Heart Syndrome: causado pelo acetaldeído →jovem, após consumo de bebidas alcoólicas. Classificações: Resposta Ventricular: alta resposta se FC > 100 bpm → baixa resposta ventricular se FC < 60 bpm (hipotermia, intoxicação por digoxina, medicamentos como BB). Temporal: paroxística se < 7 dias → curta se <1 anos → longa se > 1 ano. Permanente: optado por manter em FA. Anatômica: não valvar → valvar se estenose mitral moderada- importante ou prótese mecânica. Tratamento: principal problema da FA é a formação de trombos (principalmente em apêndice do AE) → Tripé: Anticoagulação crônica (CHADSVASc ou complicadores) + Controle de fatores de risco + Controle da arritmia (ritmo ou frequência; sem diferença de mortalidade). Arritmias, Síncope e PCR 4 Ponto Socorro: se instável, cardioversão elétrica e depois anticoagulação oral de acordo com CHADSVASc ou por pelo menos semanas; depois avaliar controle de ritmo ou frequência. Estável: avaliar e tratar desencadeantes (ex: hipertireoidismo descontrolado, sepse) → se < 48h, reverter ritmo (preferência por reversão farmacológica) → a partir de 48h ou desconhecido, fazer ECOTE; se indisponível ou com trombo fazer controle da FC (betabloqueador) e anticoagular por 3 semanas e depois reverter ambulatorialmente; se sem trombo, pode reverter. Ambulatorial: escolha da estratégia depende do perfil do paciente. Controle de Ritmo: necessita de preparação com anticoagulação → se com cardiopatia estrutural, pode usar amiodarona (FE < 45%) ou propafenona → se sem cardiopatia estrutural, pode fazer sotalol ou propafenona → opção não farmacológica é ablação. Controle da Frequência: FC alvo < 110 bpm → 1ª opção é betabloqueador → 2ª e 3ª opções são BCC e digoxina → amiodarona apenas se contraindicação das demais. Anticoagulação: sempre se (1) FA valvar (estenose mitral importante ou prótese mitral mecânica), (2) prótese aórtica mecânica ou (3) cardiomiopatia hipertrófica, miocárdio não compactado, amiloidose e hipertireoidismo descompensado → demais caso faz CHADSVASc: anticoagular se a partir de 2 em homens ou a partir de 3 em mulheres → HAS-BLED indica a chance de sangramento, mas não contraindica anticoagulação. FA não valvar: preferencial para DOACs (dabigatana, apixabana, rivaroxabana, edoxabana). Demais casos (FA valvar, FA com SAAF, FA com DRC dialítica): warfarina. Arritmias, Síncope e PCR 5 Taquicardia Ventricular Classificação: sustentada se > 30s ou instabilidade → não sustentada. Tratamento: instável usa cardioversão elétrica → se estável, usar procainamida, amiodarona e sotalol. Torsades de Pointes: sulfato de magnésio → opção: lidocaína (não altera QT). Relacionada a QT longo → congênito ou adquirido → hipocalemia, hipomagnesemia, medicamentos (azitromicina, levofloxacino, Arritmias, Síncope e PCR 6 sotalol, propafenona, haloperidol, Risperidona, amitriptilina, hidroxicloroquina, etc). Bradiarritmias FC < 50-60 bpm. Bradicardia Sinusal: bradicardia + ritmo sinusal → ocorre no sono e em atletas de alto desempenho → causas patológicas são IAM de coronária direita, hipotireoidismo, medicamentos (BB, BCC, digitálicos, amiodarona) → tratar a causa base, com ou sem atropina. Bloqueios Atrioventriculares: acima do Feixe de His são benignos, representados pelo BAV 1º Grau e 2º Grau Mobitz I, que respondem bem a atropina → o infra-Hissianos respondem mal a atropinas e a conduta, em geral, é marcapasso; sendo representados por BAV 2º Grau Mobitz II, BAV 2º Grau 2:1, BAV avançado e BAVT. BAV 1º Grau: apenas alargamento do intervalo PR (> 200ms ou > 5 quadradinhos) → onda P sempre conduz QRS, nunca bloqueia → assintomático faz nada → se sintomático, faz atropina. BAV 2º Grau Mobitz I: apresenta o fenômeno de Wenckeback (alargamento progressivo do intervalo PR até que há bloqueio) → assintomático faz nada → sintomático faz atropina. BAV 2º Grau Mobitz II: PR constante + bloqueio sem avisar → sempre patológico: dano estrutural ao feixe de His (doença isquêmica, doença de chagas, DHE, cardiopatia estrutural, doença degenerativa) → tratamento com marca-passo. BAV 2º 2:1: bloqueios fixos → conduz uma onda e a outra é bloqueada → para diferenciar entre BAV MBI e MBII é necessário estudo eletrofisiológico → tratamento com marca-passo. BAV Avançado: se bloqueio ≥ 3:1 → tratamento com marca-passo. BAVT: dissociação entre onda P e QRS → nenhuma onda P passa → sempre maligno, podendo ser congênito Arritmias, Síncope e PCR 7 Síncope Perda súbita de consciência e tônus → não traumática → com respiração espontânea, rápida e completa. Por conta de hipofluxo cerebral. Diferencial com Convulsão: síncope pode ter pós-ictal curto, mioclonias assimétricas curtas, eventual incontinência urinária → não pode ter mordedura de língua, movimento tônico, repetitivo, simétrico. Grupos: Neuromediada: exacerbação parassimpática → clínica: mulheres < 40 anos, episódios recorrentes, desencadeantedefine o subtipo, com pródromos, melhora rápida após decúbito → subtipos: vasovagal (ortostática por locais quentes, cheios; emocional por ansiedade, medo), situacional (tosse, espirro, micção), hipersensibilidade de seio carotídeo (rodar a cabeça súbito, gola apertada, fazer barba) → diagnóstico clínico; Tilt test se situação de risco a outras pessoas (ex: motorista, piloto de avião); hipersensibilidade do seio carotídeo pode ser diagnóstico com massagem do seio carotídeo → tratamento: educação do paciente (decúbito durante crises + elevar pernas + manobras de contrapressão), dieta (1,5-3L de água por dia + liberação de ingesta salina), meias elásticas → refratários: fludrocortisona, midodrina. Arritmias, Síncope e PCR 8 Ortostática: vasoconstrição periférica insuficiente à mudança posicional → clínica: síncope que ocorre após ortostase → 5 min de decúbito dorsal, medição; depois ortostase por 3-5 min e nova medição → positivo se queda PAS ≥ 20 ou PAD ≥ ou PSD < 990 com reprodução de sintomas → principais desencadeantes são período pós-prandial, exercício físico, iatrogenia (diuréticos como HCTZ, vasodilatadores), neuropatia periférica (DM, álcool, desnutrição, amiloidose, HIV) → tratamento: feito passo a passo com (1) avaliação e correção de desencadeantes, (2) dieta (1,5-3L de água por dia + liberação de ingesta salina), (3) meias elásticas e (4) refratários podem fazer fludrocortisona e midodrina. Cardiogênica: mais preocupante → devido baixo DC → principais etiologias são cardiomiopatia hipertrófica, WPW, QT longo, IAM, estenose aórtica, BAVT → clínica: síncope sem pródromos; durante exercício físico ou posição supina; precedida por palpitação, dor torácica ou dispneia; história familiar de morte súbita em jovens ou história pessoa de doença cardíaca (estrutural ou coronariopata) → tratamento depende da causa. Abordagem no PS: para todos deve ser feito anamnese + exame físico + ECG → ECO se doença cardíaca estrutural conhecida ou suspeita → internar se: sintomas sugestivos de diagnóstico de dor torácica (SCA, dissecção), IC descompensada, alteração de ECG. Parada Cardiorrespiratória Parada súbita e inesperada cardiorrespiratória. Redução de Mortalidade: massagem bem feita e desfibrilação o mais rápido possível. Ritmos de Parada: Chocáveis: fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso → principais extra-hospitalares. Não Chocáveis: atividade elétrica sem pulso e assistolia. Protocolo da Linha Reta: CAGADA → checar cabos + aumentar ganhos + mudar derivações. Suporte Básico de Vida: CABD Avaliar segurança da cena. Avaliar a responsividade → shake and shout. Arritmias, Síncope e PCR 9 Chamar ajuda, acionar SAMU e providenciar DEA. Checar pulso e respiração → simultaneamente por 10 segundos. Sente pulso e respiração normal: monitorização. Sente pulso e respiração anormal (para respiratória): ventilação de resgate (1 a cada 6 segundos) + checar pulso a cada 2 min (se ausente, iniciar RCP) → se suspeita de intoxicação por opioide, fazer naloxone. Sem pulso e respiração anormal: iniciar RCP. RCP: 30 compressões + 2 ventilação. Chegada do DEA: instalar independente do momento do ciclo. Ritmo chocável: choque. Ritmo não-chocável: retornar RCP e seguir DEA. Compressões Efetivas: posicionamento correto; 100-120 compressões por minuto; profundidade de 5-6 cm; permitir retorno completo do tórax; não interromper (se necessário: máx 10 segundos); troca de socorrista a cada 2 min ou antes da fadiga. Abrir Via Aérea: chin lift ou jaw thrust. Ventilação: bolsa-válvula-máscara → pode ser feito hands only. Desfibrilação: carga do DEA automática → monofásico é 360J → bifásico é carga estipulada pelo fabricante ou carga máxima. Suporte Avançado de Vida: Via aérea avançada não é prioridade → indicado se AMBU inefetivo ou hipóxia como causa da PCR → se IOT, perde a sincronização 30:2, passando a ser 1 ventilação a cada 6 segundos + compressão contínua. Medicações: acesso preferencial é periférico → opções é acesso venoso central, ou intra ósseo ou pelo tubo se VANEL (vasopressina, atropina, naloxone, epinefrina e lidocaína). Começar RCP + dor O2 + conectar monitor/desfibrilador. Ritmo Chocável: Arritmias, Síncope e PCR 10 Antiarrítmico: fazer no máximo duas doses → amiodarona 300 e depois 150 mg → lidocaina 1,5 mg/kg e depois 0,75mg/kg. Ritmo Não-Chocável: Causas Reversíveis de PCR: 5 H’s e 5 T’s Arritmias, Síncope e PCR 11 Qualidade da RCP: PA intra-arterial: PAD > 20 mmHg. Capnografia: recomendada → adequada se > 10-15 → se < 10, melhorar RCP, sendo preditor de mau prognóstico se longo tempo → > 25 pode indicar retorno da circulação espontânea. Por avaliar em 1 min, devemos ter pelo menos 6 ventilações para estar adequado. Arritmias, Síncope e PCR 12
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