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O movimento sanitário que resultou na proposição do Sistema Único de Saúde

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O movimento sanitário que resultou na proposição do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil representou as lutas de setores da sociedade que defenderam a garantia da saúde e seu caráter universal e integral, tendo como eixos norteadores a busca por justiça, democracia e melhores condições de vida para toda a população.
Amparada por uma nova estrutura jurídico-política e ideológica, a saúde passou a ser entendida em sua relação com as estruturas da sociedade, seu modo de produção e reprodução. Os determinantes sociais do processo saúde-doença foram relacionados ao modo de produção da sociedade que, por sua vez, caracteriza-se por relações entre classes sociais distintas, resultando em fortalecimento ou desgaste de diferentes grupos sociais, homogêneos em função de sua inserção no trabalho e na vida.
Para reorientar o modelo assistencial em direção à promoção da saúde e da qualidade de vida, em 1994, o Ministério da Saúde propôs o Programa Saúde da Família, posteriormente denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), que prioriza a Atenção Básica e busca reorganizar a assistência à saúde, tornando-a a principal porta de entrada nos serviços de saúde.
A reorientação do modelo assistencial em saúde proposta pela ESF pretende ir além dos muros das unidades de saúde, avançando para os espaços onde as pessoas vivem, trabalham e se relacionam. Ao buscar a ruptura com o modelo curativo e individualizante, a ESF elege como o objeto de atenção a própria família, que passa a ser compreendida a partir do contexto em que vive. O estreitamento nas relações entre os profissionais de saúde e as famílias, em um território delimitado, é uma forma a garantir os princípios da Atenção Básica de territorialização, longitudinalidade, intersetorialidade, descentralização, corresponsabilidade e equidade.
Em que pesem as conquistas advindas da implantação do SUS e da atual política que rege os serviços de saúde no Brasil, o modelo assistencial voltado para a doença permanece hegemônico. Ainda é possível observar o caráter fragmentado da atenção à saúde que muitas vezes se restringe a práticas confinadas em programas verticais específicos.
A Atenção Básica ainda não é a principal porta de entrada para o acesso aos serviços de saúde e as necessidades em saúde dos indivíduos, famílias e coletividades ora não são reconhecidas, ora se reduzem a demandas moduladas pelas ofertas dos serviços de saúde. A integralidade resume-se ao seu sentido individualizado, restrito à clínica.
O monitoramento das condições de vida e saúde das famílias de um determinado território, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, faz parte da vigilância em saúde nos serviços da Atenção Básica. Sua finalidade é identificar as necessidades dessas famílias, com vistas à intervenção resolutiva e de qualidade para mudar suas condições de saúde.
Os serviços de saúde ainda apresentam dificuldade para identificar as necessidades em saúde dos diferentes grupos sociais, quer por falta de tecnologias, quer por ausência de preparo para utilizá-las. A reorganização do modelo assistencial pressupõe, portanto, qualificar as equipes de saúde para o reconhecimento e o enfrentamento dessas necessidades, na perspectiva da determinação social do processo saúde-doença.
A produção de conhecimentos sobre a avaliação de necessidades em saúde é uma tarefa a ser assumida coletivamente tanto por quem se dedica à elaboração de tecnologias e instrumentos de intervenção, como por aqueles que, no cotidiano dos serviços de saúde, encarregam-se de submeter tais produtos ao teste da realidade.
METODOLOGIA
Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, cuja coleta de informações ocorreu em agosto de 2009. Teve como objeto de estudo o trabalho de campo de uma pesquisa primária de abordagem quantitativa, com trabalhadores da Atenção Básica de Saúde em um município do Estado do Paraná.
Pesquisa descritiva
Na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador. São exemplos de pesquisa descritiva as pesquisas mercadológicas e de opinião (Barros e Lehfeld, 2007).
A finalidade da pesquisa descritiva é observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos, sem, contudo, entrar no mérito dos conteúdos.
1 DESCREVER COMO ACONTECEU ESSA ENTREVISTA
2 QUAIS PERGUNTAS
3 PADRONIZAÇÃO DOS DADOS COLOCAR TABELA
4 NOSSO TEMA
5
Rev. bras. enferm. vol.65 no.2 Brasília mar./abr. 2012 Avaliação de necessidades em saúde: um requisito para qualificar a atenção à saúde
Maria Amélia de Campos OliveiraI; Tharsila Martins Rios da SilvaI
 
O 
movimento sanitário que resultou na proposição do Sistema Único de Saúde (SUS) no 
Brasil representou as lutas de setores da sociedade que defenderam a garantia da saúde 
e seu caráter universal e integral, tendo como eixos norteadores a busca por justiça, 
d
emocracia e melhores condições de vida para toda a população.
 
Amparada por uma nova estrutura jurídico
-
política e ideológica, a saúde passou a ser 
entendida em sua relação com as estruturas da sociedade, seu modo de produção e 
reprodução. Os determinantes 
sociais do processo saúde
-
doença foram relacionados ao 
modo de produção da sociedade que, por sua vez, caracteriza
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se por relações entre 
classes sociais distintas, resultando em fortalecimento ou desgaste de diferentes grupos 
sociais, homogêneos em função 
de sua inserção no trabalho e na vida.
 
Para reorientar o modelo assistencial em direção à promoção da saúde e da qualidade de 
vida, em 1994, o Ministério da Saúde propôs o Programa Saúde da Família, 
posteriormente denominado Estratégia Saúde da Família (ES
F), que prioriza a Atenção 
Básica e busca reorganizar a assistência à saúde, tornando
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a a principal porta de entrada 
nos serviços de saúde.
 
A reorientação do modelo assistencial em saúde proposta pela ESF pretende ir além dos 
muros das unidades de saúde, a
vançando para os espaços onde as pessoas vivem, 
trabalham e se relacionam. Ao buscar a ruptura com o modelo curativo e 
individualizante, a ESF elege como o objeto de atenção a própria família, que passa a ser 
compreendida a partir do contexto em que vive. 
O estreitamento nas relações entre os 
profissionais de saúde e as famílias, em um território delimitado, é uma forma a garantir 
os princípios da Atenção Básica de territorialização, longitudinalidade, intersetorialidade, 
descentralização, corresponsabilida
de e equidade.
 
Em que pesem as conquistas advindas da implantação do SUS e da atual política que 
rege os serviços de saúde no Brasil, o modelo assistencial voltado para a doença 
permanece hegemônico. Ainda é possível observar o caráter fragmentado da atenç
ão à 
saúde que muitas vezes se restringe a práticas confinadas em programas verticais 
específicos.
 
A Atenção Básica ainda não é a principal porta de entrada para o acesso aos serviços de 
saúde e as necessidades em saúde dos indivíduos, famílias e coletivid
ades ora não são 
reconhecidas, ora se reduzem a demandas moduladas pelas ofertas dos serviços de 
saúde. A integralidade resume
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se ao seu sentido individualizado, restrito à clínica.
 
O monitoramento das condições de vida e saúde das famílias de um determina
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território, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, faz parte da vigilância 
em saúde nos serviços da Atenção Básica. Sua finalidade é identificar as necessidades 
dessas famílias, com vistas à intervenção resolutiva e de qualidade para muda
r suas 
condições de saúde.
 
Os serviços de saúde ainda apresentam dificuldade para identificar as necessidades em 
saúde dos diferentes grupos sociais, quer por falta de tecnologias, quer por ausência de 
preparo para utilizá
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las. A reorganização do modelo as
sistencial pressupõe, portanto, 
qualificar as equipes de saúde para o reconhecimento e o enfrentamento dessas 
necessidades, na perspectiva da determinação social do processo saúde
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doença.A produção de conhecimentos sobre a avaliação de necessidades em saú
de é uma tarefa 
a ser assumida coletivamente tanto por quem se dedica à elaboração de tecnologias e 
instrumentos de intervenção, como por aqueles que, no cotidiano dos serviços de saúde, 
encarregam
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se de submeter tais produtos ao teste da realidade.
 
METODOLOGIA
 
 O movimento sanitário que resultou na proposição do Sistema Único de Saúde (SUS) no 
Brasil representou as lutas de setores da sociedade que defenderam a garantia da saúde 
e seu caráter universal e integral, tendo como eixos norteadores a busca por justiça, 
democracia e melhores condições de vida para toda a população. 
Amparada por uma nova estrutura jurídico-política e ideológica, a saúde passou a ser 
entendida em sua relação com as estruturas da sociedade, seu modo de produção e 
reprodução. Os determinantes sociais do processo saúde-doença foram relacionados ao 
modo de produção da sociedade que, por sua vez, caracteriza-se por relações entre 
classes sociais distintas, resultando em fortalecimento ou desgaste de diferentes grupos 
sociais, homogêneos em função de sua inserção no trabalho e na vida. 
Para reorientar o modelo assistencial em direção à promoção da saúde e da qualidade de 
vida, em 1994, o Ministério da Saúde propôs o Programa Saúde da Família, 
posteriormente denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), que prioriza a Atenção 
Básica e busca reorganizar a assistência à saúde, tornando-a a principal porta de entrada 
nos serviços de saúde. 
A reorientação do modelo assistencial em saúde proposta pela ESF pretende ir além dos 
muros das unidades de saúde, avançando para os espaços onde as pessoas vivem, 
trabalham e se relacionam. Ao buscar a ruptura com o modelo curativo e 
individualizante, a ESF elege como o objeto de atenção a própria família, que passa a ser 
compreendida a partir do contexto em que vive. O estreitamento nas relações entre os 
profissionais de saúde e as famílias, em um território delimitado, é uma forma a garantir 
os princípios da Atenção Básica de territorialização, longitudinalidade, intersetorialidade, 
descentralização, corresponsabilidade e equidade. 
Em que pesem as conquistas advindas da implantação do SUS e da atual política que 
rege os serviços de saúde no Brasil, o modelo assistencial voltado para a doença 
permanece hegemônico. Ainda é possível observar o caráter fragmentado da atenção à 
saúde que muitas vezes se restringe a práticas confinadas em programas verticais 
específicos. 
A Atenção Básica ainda não é a principal porta de entrada para o acesso aos serviços de 
saúde e as necessidades em saúde dos indivíduos, famílias e coletividades ora não são 
reconhecidas, ora se reduzem a demandas moduladas pelas ofertas dos serviços de 
saúde. A integralidade resume-se ao seu sentido individualizado, restrito à clínica. 
O monitoramento das condições de vida e saúde das famílias de um determinado 
território, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, faz parte da vigilância 
em saúde nos serviços da Atenção Básica. Sua finalidade é identificar as necessidades 
dessas famílias, com vistas à intervenção resolutiva e de qualidade para mudar suas 
condições de saúde. 
Os serviços de saúde ainda apresentam dificuldade para identificar as necessidades em 
saúde dos diferentes grupos sociais, quer por falta de tecnologias, quer por ausência de 
preparo para utilizá-las. A reorganização do modelo assistencial pressupõe, portanto, 
qualificar as equipes de saúde para o reconhecimento e o enfrentamento dessas 
necessidades, na perspectiva da determinação social do processo saúde-doença. 
A produção de conhecimentos sobre a avaliação de necessidades em saúde é uma tarefa 
a ser assumida coletivamente tanto por quem se dedica à elaboração de tecnologias e 
instrumentos de intervenção, como por aqueles que, no cotidiano dos serviços de saúde, 
encarregam-se de submeter tais produtos ao teste da realidade. 
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