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Microbiologia Daniela Leite Jabes Vírus Propriedades Gerais: · Vivos ou não vivos? Questão ambígua; · Parasitas intracelulares obrigatórios; · Especialmente muito pequenos; · Riquétsias também; · Não tem metabolismo próprio; · Podem causar doenças; · Se replicam dentro de uma célula hospedeira. Características Exclusivas: · Contém um único tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA; · Contém revestimento proteico (as vezes coberto por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolvem o DNA ou RNA; · Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando sua maquinária sintética; · Induzem a síntese de estruturas especializadas; · Tem pouca ou nenhum gene que codifica enzima própria; · Ex. não tem enzimas para síntese proteica; · Desafio para indústria farmacêutica. Antivirais: O antiviral ideal deve interromper a replicação do vírus sem afetar significativamente o metabolismo de células do hospedeiro. A quimioterapia antiviral consiste em usar substâncias que bloqueiam uma das etapas da multiplicação viral sem interferir muito com a biologia normal da célula hospedeira. Um antivírico ideal deve apresentar algumas características, tais como: · Penetrar na célula; · Possuir um largo espectro; · Ter especificidade para as enzimas virais ou induzidas por vírus; · Possuir potência suficiente para a inibição completa da replicação vírica; · Não conduzir ao desenvolvimento de resistências; · Exibir uma toxicidade mínima para a célula hospedeira; · Não interferir com os mecanismos normais de defesa celular; · Não suprimir o processo normal de desenvolvimento da imunidade activa do hospedeiro. Hospedeiros: · Variedade de células hospedeiras: invertebrados, vertebrados, plantas, protistas, fungos e bactérias; · A maioria invade tecidos específicos do hospedeiro; · Vírus que infectam bactérias: bacteriófagos ou fagos; · Há exigência viral quanto à ligação específica à célula hospedeira e pela disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro, necessários para a multiplicação viral; · Então, a superfície externa do vírus deve agir quimicamente com receptores específicos presentes na célula do hospedeiro. Características gerais: · Acelulares; · Não tem metabolismo próprio; · Cápsula proteica – capsídeo – com ou sem envelope de lipídeos; · Um tipo de acido nucleico (DNA ou RNA) envolvido por proteína; · Não estão encaixados em nenhum tipo de reino específico; · Parasitas intracelulares obrigatórios; · Multiplicam-se dentro de células vivas usando a maquinária de síntese da célula hospedeira; · Utilizam a célula hospedeira para sintetizar: proteínas e DNA ou RNA; · Dimensão submicroscópica – só podem ser observados por microscopia eletrônica; · São responsáveis por várias doenças infecciosas; · Ampla variedade de células hospedeiras eu o vírus pode infectar. Benefícios: · Pesquisa científica (biologia molecular e engenharia genética); · Terapia gênica (usar a capacidade dos vírus de invadir células para implantar genes sadios em células portadoras de defeitos genéticos); · Viroma. Exemplo: Vacina da Astrazeneca · Vacina de vetor viral · Adenovírus ChAdOx1, vírus da gripe, comum em chimpanzés · Modificado para não se multiplicas · Carrega parte do material genético do SARS-CoV-2 responsável pela produção de uma proteína (“Spike”) · Após a vacinação: · O adenovírus penetra em algumas poucas células do corpo humano; · Essas células utilizam o gene para produzir a proteína Spike (espícula, ou picos, na superfície do vírus). · O sistema imunológico então reconhece isso como estranho e, em resposta, produz anticorpos e células T, que idealmente protegem contra a infecção com o coronavírus Sars-CoV-2. · Vetor também é alterado para não se multiplicar, ou seja, não é capaz de provocar doenças. · A forma como introduz o material genético nas células, ordenando-as a atacar o SARS-CoV-2, foi classificada como “cavalo de Troia” · Utiliza tecnologia biomolecular baseada no chamado “vetor viral” · Consiste na utilização de um vírus modificado (enfraquecido) para estimular o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o novo coronavírus. · Proteína Spike auxilia o Sars-Cov-2 a invadir as células humanas · Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir essa proteína Spike ativando o sistema imune a identificar que toda partícula com essa proteica deve ser destruída. Bacteriófago: · Vírus de bactéria · Formado por cápsula proteico e cauda, especificas para a parede bacteriana · O encontro do bacteriófago com a bactéria é meramente casual e as fibras de fixação prendem o vírus à parede · DNA Tamanho do vírus: 1 cm – 10 mm 1mm – 1000 μm 1000 μm – 1000000 nm Mecanismo de infecção: · Ligação específica à célula hospedeira – Superfície externa do vírus deve interagir quimicamente com receptores específicos presentes na superfície celular · Célula eucarionte: receptores na membrana plasmática · Disponibilidade de fatores celulares do hospedeiro necessários para a multiplicação viral · Presença do receptor determina o espectro de hospedeiros, o tropismo do vírus e a patogenia · Uma célula não permissiva pode não ter: receptor, enzima importante, ativador de transcrição ou expressar um mecanismo antiviral que não permitirá a replicação de um tipo ou cepa especial de vírus Material Genético do Vírus: Os vírus são agrupados em famílias com base em: · Seu material genético – DNA ou RNA · DNA fita dupla, DNA fita simples, RNA dupla fita ou RNA fita simples · Material genético linear ou circular · Sofrem frequentes mutações Morfologia: Capsídeo e Envelope: · Ácido nucleico é protegido por um revestimento proteico: capsídeo · Em alguns, o capsídeo é envolto por um envelope, combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos · Envelopes podem ou não apresentar espículas (complexos carboidratos-proteínas) que se projetam na superfície do envelope · CAPSÍDEO + DNA ou RNA = nucleocapsídeo · ENVELOPE – camada de lipoproteína que envolve o capsídeo Capsídeo: · Formado por subunidades proteicas chamadas de capsômeros · Podem ser de um único tipo ou de vários tipos de proteínas Envelope: · Em alguns vírus, o capsídeo é coberto por um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos · Alguns envelopes contêm espículas (complexo de carboidrato e proteínas que se projetam para a superfície do envelope) – ligar na célula hospedeira Esses “espinhos” são as espículas. Estrutura do Vírus Coronavírus: HIV: Taxonomia do Vírus: Classificação: · Uma espécie viral é um grupo de vírus que compartilham a mesma informação genética e o mesmo nicho ecológico (espectro de hospedeiros) Infecção Viral: · Quando um hospedeiro é infectado, o SI é estimulado a produzir anticorpos · Essa interação inativa o vírus e interrompe a infecção · Entretanto, muitos podem escapar dos anticorpos, pois os genes codificam as proteínas virais de superfície são susceptíveis a mutações Mecanismos de Infecção: · Agente etiológico: qualquer organismo capaz de causar uma infecção (ex: o vírus influenza é o agente etiológico da gripe) · Transmissão: meio de propagação do agente etiológico. Possui 4 vias: · Por contato · Por meio de um veículo (objetos contaminados) · Pelo ar (gotículas de saliva, espirro e tosse) · Por um vetor (inseto) · Hospedeiro: organismo no qual o patógeno (agente infeccioso) se instala e se reproduz. Multiplicação viral: · O ácido nucleico dos vírus contém poucos genes necessários para síntese de novos vírus · Entre eles, genes que codificam para componentes estruturais como proteínas do capsídeo e genes que codificam algumas enzimas utilizadas no ciclo de multiplicação · Enzimas necessárias para síntese de proteínas, ribossomos, tRNA, produção de energia... são fornecidas pela célula hospedeira · Portanto, para se multiplicas, o vírus precisa invadir a célula hospedeira e assumir o comando da sua maquinaria metabólica · Um único vírus pode dar origem, em uma única célula hospedeira, a algumas ou milhares de partículas virais iguais · Pode causar a morte · Ou a célula sobrevive e continua a produzirvírus indefinidamente Multiplicação de Bacteriófagos: · Embora a maneira que um vírus penetre e é liberado por uma célula hospedeira possa variar, o mecanismo básico de multiplicação é o similar para todos · Bacteriófagos podem multiplicar-se por 2 mecanismos diferentes: · Ciclo lítico · Ciclo lisogênico Ciclo lítico: · Infecção viral e, geralmente, morte celular · O ciclo de multiplicação dos vírus ocorre em cinco etapas: 1. Adsorção: fibras de cauda que atuam como sítios de adesão com os receptores da bactéria – aderência do vírus no sítio receptor da bactéria 2. Penetração: injeção DNA dentro bactéria. Para isso, a cauda libera lisozima para degrader parte da parede celular – vírus injeta seu DNA: cauda libera enzima (lisozima), abre um poro na parede bacteriana 3. Biossíntese: DNA alcança citoplasma hospedeiro e ocorre a biossíntese de ácido nucleico e proteínas virais – o DNA do fago induz síntese de componentes virais pela célula hospedeira (DNA, proteinas). Usa nucleotídeos, enzimas, ribossomos e aminoácidos da célula hospedeira 4. Maturação: vírus completos são formados – componentes virais se organizam formando as partículas virais 5. Liberação: nova produção de lisozima, liberação dos fagos produzidos na célula do hospedeiro (lise/morte celular) – lise da célula hospedeira, liberando novos vírus. Lisozima lisa a parede celular. Os fagos infectam outras bactérias. Ciclo Lisogênico: bacteriófago lambda · O vírus que invade a célula hospedeira agrega seu material genético ao genoma da mesma · A presença do vírus não interfere com mecanismos celulares da bactéria · FAGO PERMANECE LATENTE (INATIVO) · Bactérias são chamadas células lisogênicas · DNA do fago inserido chama-se profago · EX: difteria · Só causa a doença por causa da toxina que é produzida pelo profago · Toda vez que a maquinária da célula hospedeira replica o DNA, o DNA do profago também é replicado · Exposição a UV ou alguma substancia pode induzir ao ciclo lítico · Três consequencias: 1. Células lisogênicas são imunes a reinfecção pelo mesmo fago 2. Fago conversão (células hospedeiras apresentam novas propriedades) 3. Transdução especializada: empacota DNA bacteriano junto com DNA viral no mesmo capsídeo. · Vírus “inativo” e célula intacta · Não causam lise, nem morte da célula hospedeira · Podem induzir ciclo lítico · Na lisogenia, o fago permanece latente (inativo) · 1. Penetração · 2. DNA linear do fago permanece latente (inativo) · 3a. DNA circular pode se multiplicar e ser transcrito · 3B ALTERNATIVA · 3b círculo pode se recombinar com o DNA bacteriano e se tornar parte dele · Ciclo Lisogênico · O DNA do fago inserido passa a se chamar profago · A maioria dos genes do profago é reprimida por 2 proteínas repressoras codificadas pelo genoma do profago · Esses repressores impedem a transcrição de todos os outros genes do fago · 4b. DNA do profago também será replicado sempre que o cromossomo bacteriano for replicado · 5. Eventos espontâneo raro ou ação de luz UV, por exemplo, pode levar excisão do DNA do profago e início do ciclo lítico. Vírus e Câncer: · Muitos tipos de câncer são causados por vírus · Oncogenes: podem ser ativados para um funcionamento anormal por uma variedade de agentes: químicos, mutagênicos, radiação e alta energia e vírus · Vírus capazes de induzir tumores em animais são chamados de vírus oncogênicos ou oncovírus Vírus de DNA oncogênicos: · Vairas família: Adenoviridae, Herperviridae, Poxviridae, papovaviridae, Hepadviridae · Quase todos CAs cervicais e anais são causados pelo papiloma vírus humano (HPV) · Esptein-Barr: relacionado com linfoma de Burkitt · Hepatite B vírus: CA fígado