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ENFERMAGEM-EM-TERAPIA-INTENSIVA-DE-ADULTOS (1)

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1 
 
 
ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA DE ADULTOS 
1 
 
 
SUMÁRIO 
NOSSA HISTÓRIA 2 
1. INTRODUÇÃO 3 
2. UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 6 
3. EQUIPAMENTOS: 7 
4. TÉCNICAS 14 
5. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA: 16 
6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA: 26 
7. PROTOCOLOS: 30 
8. ADMITINDO O PACIENTE CRÍTICO: 32 
• Na admissão do paciente crítico, a equipe de enfermagem deverá sempre estar atenta 
para a organização do leito que irá receber este paciente; 32 
• O leito deverá ser organizado conforme rotina do setor; 32 
• Todos os materiais dos leitos deverão ser verificados no início de cada plantão; 32 
9. CONCLUSÃO: 35 
10. REFERÊNCIAS: 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível 
superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e 
eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, as primeiras UTIs tiveram início na década de 70, com a determinação de 
concentrar pacientes com alto grau de complexidade em uma área hospitalar 
adaptada, com infra estrutura própria, equipamentos e materiais adequados, além de 
capacitação de profissionais para ampliar a qualidade do trabalho nela desenvolvido 
(ABRAHÃO, 2011). O autor se reporta ao cuidado ao paciente critico, o qual teve início 
em 1854, mediante o trabalho de Florence Nightingale, na Guerra da Crimeia. Naquela 
época, a mortalidade entre os feridos era de 40% e, quando Florence seguiu para 
Scutari, um subúrbio asiático de Constantinopla, com um grupo de 38 mulheres, entre 
religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais, a mortalidade diminuiu para 2%. 
A UTI caracteriza-se como uma unidade fechada, complexa, com monitorização 
contínua que admite pacientes graves ou com descompensação de um ou mais 
sistemas orgânicos. Fornece suporte e tratamento intensivo, monitorização contínua, 
cuidado vinte e quatro horas, equipamentos específicos e outras tecnologias 
destinadas ao diagnóstico e a tratamento. Nesse contexto, Martins e Ribeiro (2011) 
colocam que a UTI pode amenizar o sofrimento, independente do prognóstico do 
paciente, pois é uma unidade de assistência médica e de enfermagem contínuas, na 
qual atuam profissionais com formação especifica na área, ou seja, intensivistas. 
O ambiente da UTI é desconhecido para os pacientes, um lugar diferente, agitado, 
com muitas máquinas, alarmes, onde os mesmos sofrem uma sequência de 
privações. A internação nesta unidade provoca desconforto físico e emocional, torna 
intensa a ansiedade e o medo, sentimentos esses que podem contribuir para o 
estresse e interferir negativamente na recuperação do paciente (REIS et al, 2009). 
O enfermeiro é responsável por zelar pelos pacientes, familiares e equipe. Assim é 
imprescindível a este profissional competências, como tomada de decisão, trabalho 
em equipe, liderança e responsabilidade. Seu trabalho deve ser construído desde a 
formação acadêmica, em conhecimentos técnico-científicos, que são fundamentais 
para liderar um grupo que deve estar treinado e apto nas ações do saber e do cuidar 
(MENEZES, PRIEL, PEREIRA, 2011). 
O trabalho em uma UTI é complexo e intenso, o enfermeiro deve estar preparado e 
atento para a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas 
importantes, as quais requerem conhecimento específico e habilidade para tomar 
decisões em tempo hábil. Desta forma, podemos afirmar que o enfermeiro 
desempenha importante papel na Unidade de Terapia Intensiva (PIROLO, FERRAZ, 
GOMES, 2011). Com base nessas considerações, como pós graduanda do curso de 
Pós-Graduação Lato Sensu em Enfermagem em Terapia Intensiva, busca-se, a partir 
de vivências no decorrer da disciplina Vivências Teórico-Práticas em Terapia 
Intensiva, em uma UTI geral de um hospital porte IV, refletir e discutir acerca da 
dinâmica de funcionamento da mesma, com ênfase na atuação do enfermeiro no 
cuidado ao paciente. 
Apesar dos esforços dos profissionais que trabalham nas Unidades de Terapia 
Intensiva (UTI), elas são vistas como ambientes frios e considerados por muitos como 
4 
 
 
detentores de práticas mecanicistas. Tal opinião é fruto de relatos dos próprios 
pacientes. Essa visão os leva a temer a internação nesse setor, embora essa unidade 
se destaque no contexto hospitalar, quer em equipamentos, quer em melhor 
capacitação profissional, o que possibilita maior recuperação do paciente. 
A UTI não é apenas uma servidão com equipamento especial. Nela, um dos fatores 
primordiais é a prestação da assistência, por meio de um relacionamento interpessoal, 
que deve se dar por via da comunicação verbal ou não verbal. Nesse contexto, espera-
se estar oferecendo segurança e um efetivo apoio emocional ao cliente e a sua família, 
aliados a uma atitude orientada para o aproveitamento dos recursos tecnológicos 
existentes. 
Ficar internado, principalmente numa UTI, È algo que leva o ser humano a fazer uma 
reflexão que, por mais simples que seja, sempre È acompanhada de anseios, dívidas 
e medo, principalmente de não receber cuidados humanizados. Uma UTI, por ser um 
setor no qual a tecnologia permeia constantemente o atendimento ao cliente ali 
internado com risco de morte, È considerada como unidade complexa e os 
profissionais atuantes nesse espaço são, muitas vezes, reconhecidos como 
insensíveis, uma vez que direcionam o assistir, priorizando o biológico, ou mesmo a 
dimensão mecanicista, pela destreza necessária no lidar diário com equipamentos. 
Ora, a dimensão humana È a razão e a origem da criação tecnológica e, em função 
disso, esses profissionais têm sido alertados para a necessidade de resgatar o 
humano nessas unidades, e viam refletindo cada vez mais conscientemente sobre 
quem È o cliente por eles atendido e suas especificidades, para que recebam um 
cuidado que transcenda o corpo físico, o biológico e o factível. Os profissionais de 
enfermagem que trabalham numa UTI prestam cuidados aos indivíduos 
hemodinamicamente instáveis. A internação deixa esses pacientes ansiosos, com as 
emoções e sentimentos abalados, por estarem vivendo em um ambiente estranho e 
com pessoas que não são do seu convívio. Entretanto, eles dispõem de uma 
tecnologia de ponta, o que È um grande aliado para o sucesso do tratamento. Para 
que essa assistência de enfermagem seja de qualidade e humanizada, torna-se 
necessária uma relação interpessoal profissional-cliente, em que a comunicação 
verbal, não verbal e toque sejam utilizados como instrumentos do cuidar. Ao utilizamos 
esses instrumentos, estaremos amenizando a ansiedade, o medo do desconhecido 
desses enfermos. A enfermagem é a arte e a ciência do cuidar, do cuidar de pessoas. 
Para que isso seja viável, é necessário um processo de interação entre quem cuida e 
quem é cuidado; 
È necessário que haja troca de informações e de sentimentos entre essas pessoas. 
O ato de cuidar na enfermagemestabelece uma relação muito próxima, Íntima muitas 
vezes, de contato físico intenso e permeado por várias sensações e sentimentos. Essa 
atuação diretamente sobre o corpo do outro faz com que o profissional ou aluno de 
enfermagem entre em contato com a intimidade do cliente. 
Quando as ações são desenvolvidas dentro dos valores éticos da nossa profissão e, 
principalmente, com um toque de humanização, os outros profissionais e até mesmo 
a sociedade valorizam e reconhecem a profissão como elemento essencial e 
necessário ao cuidado do outro. 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
Uma unidade de tratamento intensivo (UTI) ou unidade de cuidados intensivos 
(UCI) é uma estrutura hospitalar que se caracteriza como "unidade complexa dotada 
de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves 
ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e 
tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar”. O profissional que se 
dedica a esta modalidade de atendimento chama-se intensivista. 
 
 
 
 
 
7 
 
 
3. EQUIPAMENTOS: 
Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de 
pulso e rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão: 
Termômetro 
Oxímetro de pulso: 
 
Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo. 
Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação 
do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação 
dos tecidos de maneira contínua. 
Eletrocardiográfico, 
 
 com frequência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na 
cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no 
tórax. 
8 
 
 
 
Monitor de pressão arterial 
Não-invasivo (Esfigmomanômetro) 
 
 
Invasivo (por punção arterial em geral a radial) 
 
 
 
 
9 
 
 
Capnógrafo (A capnometria é a medida da pressão parcial de CO2 na mistura 
gasosa expirada. A representação gráfica da curva da pressão parcial de CO2 na 
mistura gasosa expirada, em relação ao tempo, é denomi- nada capnografia.) 
 
 
Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco 
Swan-Ganz, (Os cateteres de artéria pulmonar de tecnologia avançada Swan-
Ganz da Edwards oferecem um perfil hemodinâmico abrangente administrado por um 
único cateter para ajudar os médicos a avaliar a função cardiovascular e orientar as 
decisões de tratamento). 
 
10 
 
 
Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é 
introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o 
estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão 
contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas 
especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo 
período. 
 
 
Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido 
da diurese (volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal urinário) 
até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em 
locais baixos. 
 
11 
 
 
Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer 
oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a 
máscara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em 
geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispneicos 
(falta do ar). 
 
 
Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar 
próximo ao coração. Fino, da espessura de uma carga de caneta, é introduzido 
através do pescoço ou no tórax (infraclavicular – abaixo da clavícula). Permite acesso 
venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor. 
 
12 
 
 
Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado 
de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traqueia sob anestesia e sedação. Permite a 
conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta 
duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior 
de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da 
cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se. 
 
 
Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a 
entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e 
segurança do sistema respiratório. Os equipamentos modernos permitem maior 
interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras 
vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal 
respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do 
ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame 
ventilatório, que é gradual. 
13 
 
 
 
 
Patinho (ou "Compadre") - É usado para pacientes homens conscientes e 
lúcidos urinarem por vontade própria. Pode ser usado até mesmo com o paciente em 
pé (como se fosse uma espécie de "mictório portátil"). Necessita da ajuda de um 
enfermeiro ou de uma enfermeira, mas é um método muito importante para ajudar a 
manter a fralda do paciente limpa e para fazer o paciente se movimentar. 
 
 
 
14 
 
 
4. TÉCNICAS 
Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e 
ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente 
quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação (tranquilizante 
e indutor de sono) e analgesia (abolição da dor) contínua que pode levar a ausência 
total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido”, 
não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço 
nesta situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, 
recordam como “horas”. 
As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades 
Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos 
de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das 
infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e 
ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como sepse. 
Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente 
hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em 
decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar. 
Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno 
porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do 
próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do 
Hospital. 
Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da 
cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traqueia e laringe. 
Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e 
recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente simples, consiste na 
abertura da traqueia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula 
plástica em substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento 
permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador 
mecânico. 
Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no 
pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de 
dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório. 
15 
 
 
Cateter de PIC: Cateter em geral provisório introduzido na porção superior da 
cabeça para drenagem liquórica de alívio. 
Cateter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de 
líquido intra-abdominal e trocadialítica. Procedimento simples, podendo ser 
permanente ou não. 
 
 
16 
 
 
5. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA: 
Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes 
internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como: 
Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de 
sangue para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e 
metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem 
da ureia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a integridade 
renal. 
Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria 
radial situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através 
do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos principais 
gases do sistema respiratório tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método 
para avaliação da boa função pulmonar. 
 
Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação 
mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames 
(líquidos) e infecções como a broncopneumonia. 
 
Desconfortos psicológicos de uma UTI 
17 
 
 
 
 
PARA OS PACIENTES 
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do estresse e da ansiedade de 
pacientes que se encontram acordados no ambiente da UTI, aqui citaremos apenas 
alguns: 
Isolamento da família e dos amigos (daí a importância das visitas); 
Medo de passar por certos exames (como endoscopia e cateterismo, por 
exemplo); 
Barulho incessante dos equipamentos; 
Constrangimento de estar sem roupas normais, sem acessórios e com 
vestimentas incomuns (geralmente, paciente de UTI usa apenas fralda, camisola 
hospitalar e cobertor); 
Pacientes com dieta zero ao verem outros pacientes comerem e/ou beberem; 
A utilização da fralda pode representar a perda da autonomia, constrangimento 
por necessitar de alguém (técnicos/as de enfermagem) para limpar e trocar, o que 
pode ser agravado principalmente nos casos de pacientes das UTIs cardiológicas que 
ficam com a movimentação restrita, não podendo fazer uso do banheiro pelo risco de 
um infarto iminente; 
Pensamentos e medo da morte ou piora do quadro; 
Visualização constante de tudo o que ocorre com os outros pacientes, podendo 
presenciar óbitos, levando a uma maior ansiedade em relação a sua própria patologia; 
18 
 
 
Tempo ocioso sem atividades e distrações; 
No caso de necessidade de cirurgias: medo da morte, da não resolutividade do 
problema, da anestesia; 
Pode ocorrer o receio de ficar com sequelas da doença e de não conseguir 
retornar para as atividades que realizava anteriormente; 
Não aceitação da hospitalização e resistência ao tratamento. 
PARA A FAMÍLIA 
 
É sempre importante ter em mente que no ambiente hospitalar, não estaremos 
lidando apenas com os pacientes. Saber lidar com o emocional dos familiares, ter tato 
em passar notícias, falar sobre o óbito, pois não são só os pacientes que se fragilizam 
emocionalmente ao adoecer, o fato de ter um familiar hospitalizado acarreta muitas 
questões dentro das famílias e muitas dessas questões podem ser agravadas pela 
rotina do hospital. O que muitas vezes ocorre é o descaso com as famílias e a 
responsabilidade por lidar com elas é jogada apenas para o profissional psicólogo. 
Entretanto, a equipe multidisciplinar deve estar atenta aos fatores adoecedores, a 
importância que a família tem na vida do paciente, para a história clínica dele, para o 
cuidado com ele e estabelecer uma relação de diálogo e boa convivência, sempre 
considerando os aspectos sociais, econômicos e culturais que perpassam a vivência 
desses indivíduos. Alguns fatores que causam desconforto psicológico na família que 
tem um paciente em UTI são: 
Lidar com o afastamento do familiar, que sai do lar para estar no hospital; 
19 
 
 
O deslocamento diário ao hospital, o que pode acarretar em um gasto muito 
alto, dependendo da distância do hospital para a residência da família. Muitas vezes 
as famílias residem em outra cidade e o gasto se torna altíssimo; 
Por conta desses gastos, muitos familiares precisam encontrar algum lugar 
para ficar próximo ao hospital onde seu familiar está internado, e nem todas as cidades 
contam com residências para acompanhantes, o que gera mais problemas; 
Ter que lidar com documentação do hospital em relação a internação, 
transferência e etc.; 
Alguns familiares precisam pedir dispensa e/ou folgas no trabalho para ir a 
visitas, o que pode gerar problemas pessoais; 
O relacionamento com a equipe multi nem sempre é fácil; 
Muitas vezes a visita não se inicia no horário pré definido, causando mais 
ansiedade enquanto as famílias aguardam para entrar e ver os pacientes, podendo 
inclusive gerar atritos com a equipe; 
Nem sempre os médicos conseguem transmitir de maneira clara o que está 
acontecendo com seu ente querido, gerando possíveis má interpretações e 
desconfortos; 
Os familiares de pacientes intubados, ou com alguma condição grave em geral, 
podem sentir-se mais fragilizados. Portanto, é sempre bom o apoio da equipe, 
procurar explicar sobre todos os procedimentos, sobre para que servem os 
equipamentos, o motivo do paciente estar sedado e como funciona essa sedação, 
para tentar passar mais conforto a essa família. 
 
20 
 
 
Enfermeiro Coordenador: 
 
Normatizar e fazer cumprir as normas e rotinas na unidade de terapia intensiva, de 
forma democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe e 
estudantes; 
Participar, em conjunto com a Coordenação de Enfermagem, na seleção dos técnicos 
de que irão compor o quadro da equipe de enfermagem da Semi-intensiva; 
Confeccionar escala mensal do pessoal de Enfermagem Auxiliar/Técnico e 
Enfermeiro; 
Confeccionar escala anual de férias da equipe de enfermagem; 
Integrar a Semi-intensiva com os demais serviços da instituição, priorizando a ética 
profissional e zelando pelo trabalho multiprofissional; 
Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de atribuição; 
Manter a equipe de enfermagem atualizada, organizando ciclos de atualizações, em 
consonância com a equipe Médica e registrando informes em livro de relatório; 
Convocar e presidir reuniões com funcionários do setor, registrando cuidadosamente 
todos os assuntos discutidos em livro ata destinado exclusivamente a este fim; 
Organizar, incentivar e participar de confraternizações em datas especiais e 
aniversários, de todos os membros da equipe; 
Encaminhar comunicações de troca à coordenação de Enfermagem seguindo sempre 
as determinações desta; 
21 
 
 
Prever e prover os recursos materiais, garantindo uma assistência adequada, sem 
quebra da continuidade, registrando pendências ou problemas relacionados no livro 
de relatório; 
Supervisionar o adequado uso dos recursos materiais; 
Coordenar, supervisionar e avaliar periodicamente as atividades da equipe de 
enfermagem; 
Supervisionar a arrumação do armário de reserva de medicamentos e materiais; 
Supervisionar manutenção preventiva e limpeza de equipamentos de reserva; 
Controlar saída e recebimento de materiais para manutenção ou reposição; 
Manter lista de equipamentos existentes na unidade devidamente atualizada; 
Zelar pela garantia da sistematização da assistência de enfermagem; 
Providenciar a realização de exames complementares a serem realizados fora da 
instituição; 
Ter resolubilidade frente aos problemas detectados para o bom funcionamento da 
unidade; 
Fazer censo mensal; 
Realizar relatório, anualmente e sempre que necessário, para a Coordenação de 
Enfermagem, documentando fatos, atividades e desempenho anual, sugerindo 
atitudes em conformidade com a equipe de enfermagem; 
Estimular, facilitar e participar da elaboração de trabalhos científicos; 
Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todosos membros 
da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do hospital; 
Coordenar e supervisionar estágios de profissionais de saúde no seu serviço; 
Prestar assistência direta ao paciente conforme necessidade do mesmo. 
Enfermeiro Assistencial: 
22 
 
 
 
Realizar escala diária dos técnicos de enfermagem, para o período posterior; 
Participar, em conjunto com o Enfermeiro Coordenador, no processo de avaliação dos 
técnicos do setor, e da seleção de novos funcionários; 
Participar do processo de integração, junto aos demais serviços da instituição, 
priorizando a ética profissional e zelando pela unidade profissional; 
Colaborar com a atualização dos profissionais que compõem a equipe de 
enfermagem; 
Participar de reuniões, sempre que convidado; 
Primar pela continuidade da passagem de plantão de forma sistematizada; 
Realizar a evolução e prescrição de enfermagem de forma completa, precisa e legível; 
Comandar, supervisionar e avaliar as atividades desenvolvidas pela equipe de 
técnicos de enfermagem no cuidado diário prestado aos clientes; 
Prestar assistência de enfermagem de forma sistematizada; 
Prestar cuidados diretos ao cliente, de maior complexidade técnica, que exijam 
conhecimento científico e capacidade de tomar decisões imediatas, com observância 
à legalização das ações e rotinas institucionais; 
Manter familiares atualizados acerca da evolução clínica, com base nos princípios do 
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem; 
Esclarecer aos clientes dúvidas e indagações necessárias; 
23 
 
 
Supervisionar e observar a realização de controles gerais, a cada 02 (duas) horas, ou 
antes, se necessário através da equipe de técnicos de enfermagem e/ou, estudantes, 
sistematicamente: 
Temperatura; 
Frequência cardíaca; 
Frequência respiratória; 
Pressão arterial; 
Pressão Venosa Central (a cada 04 horas), em clientes com acesso venoso central, e 
quando necessário; 
Líquidos infundidos via parenteral; 
Líquidos infundidos via enteral; 
Líquidos eliminados; 
Oximetria de pulso. 
Providenciar a realização de exames complementares solicitados para o cliente; 
Supervisionar e checar os aparelhos em uso e carro de emergência a cada período 
de trabalho e após uso diante de intercorrências; 
Fechar censo diário à meia noite e abrir censo do dia seguinte; 
Manter atualizado o livro de registro de clientes; 
Realizar relatório diário das ocorrências do plantão; 
Participar, estimular, colaborar e realizar trabalhos científicos; 
Controlar entorpecentes; 
Testar os aparelhos a cada período de trabalho e a cada preparo para utilização: 
desfibriladores; respiradores; eletrocardiograma; oxímetros; 
Preparar e administrar medicamentos, atentando para possíveis efeitos adversos; 
Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os membros 
da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do Hospital; 
24 
 
 
Prover o setor de recursos materiais quando necessários; 
Prestar orientações após alta dos clientes; 
Orientar e supervisionar os visitantes quanto à lavagem das mãos e cumprimento de 
medidas de controle de infecção hospitalar. 
 
Auxiliares e técnicos de enfermagem: 
 
 
Assistir e passar plantão de forma sistematizada; 
Prestar assistência integral ao cliente, sob supervisão do enfermeiro; 
Fazer controle geral do cliente a cada duas horas, comunicando ao enfermeiro ou ao 
médico intensivista quaisquer alterações; 
Auxiliar o enfermeiro na assistência ao cliente grave; 
Executar prescrições de enfermagem; 
Participar ativamente no processo de admissão de clientes, conforme rotina; após alta 
do cliente, por transferência ou óbito: 
Retirar materiais utilizados e encaminhá-los ao expurgo, colocando-os em recipiente 
adequado para encaminhamento a CME: 
Solicitar ao funcionário da higienização a limpeza do leito; 
25 
 
 
Arrumar o leito; 
Encaminhar os pertences do cliente à família, ou, em caso de transferência, 
encaminhar pertences e medicação a unidade receptora, juntamente com exames de 
RX e tomografia; 
Manter a organização do setor; 
Realizar desinfecção das lâminas do laringoscópio, após o seu uso, e repô-las à 
bandeja; 
Controlar materiais, repondo quando utilizado; 
Observar os aparelhos em uso, a cada período de trabalho; 
Cumprir escalas mensal e diária; 
Manter comportamento ético junto aos membros da equipe, familiares e outros setores 
do hospital; 
Respeitar hierarquia; 
Participar das reuniões, quando convidado; 
Colaborar, incentivar e participar das confraternizações em datas especiais e 
aniversários; 
Encaminhar os materiais utilizados no período para CME, a fim de serem esterilizados; 
Buscar materiais esterilizados na CME e arrumá-los nos armários específicos; 
Responsabilizar-se, conforme escala, pelos encaminhamentos, controle e arrumação 
dos materiais estéreis, obedecendo ao fluxo: CME-UNIDADE-CME. 
 
 
26 
 
 
6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA: 
Segundo Alencar; Diniz; Lima (2004) a enfermagem vem acumulando no decorrer de 
sua história, juntamente com conhecimento empírico, teórico, o conhecimento 
científico, a executar suas atividades baseadas não somente em normas disciplinares, 
mas também em rotinas repetidas da sua atuação. Com a afirmação da Enfermagem 
como ciência, as modificações da clientela, da organização, do avanço tecnológico e 
dos próprios profissionais de Enfermagem, a pratica da profissão deixa de ser 
mecânica, massificada e descontinua, utilizando-se de métodos de trabalho que 
favorecem a individualização e a continuidade da assistência de Enfermagem, bem 
como do estudo crítico do atendimento que se presta. 
Segundo kurcgant (1991) é da competência do enfermeiro a avaliação da assistência, 
sendo que o resultado desta avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a 
assistência no dia seguinte. Portanto se no decorrer do dia houver falhas em uma 
decisão, isto ocasionará uma situação grave. Por isso o enfermeiro, nessa área, 
engloba o conhecimento profundo das necessidades dos pacientes no que se refere 
à doença enquanto processo mórbido e suas consequências. Pode-se dizer que o 
conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e 
efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas 
que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por 
ele dominado. 
De acordo com Hudak e Gallo (1997), o papel do enfermeiro na unidade de tratamento 
intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar 
tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os 
enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas. Além disso, compete ao 
enfermeiro da UTI à coordenação da equipe de enfermagem, sendo que isto não 
significa distribuir tarefas e sim o conhecimento de si mesmo e das individualidades 
de cada um dos componentes da equipe. Frente a estes apontamentos, é possível 
dizer que o enfermeiro desempenha funções cruciais dentro da unidade de terapia 
intensiva, no que se refere à coordenação e organização da equipe de enfermagem. 
A esse respeito Gomes (1988) afirma que o enfermeiro que atua nesta unidade 
necessita ter “conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar 
decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente 
diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente”. 
27 
 
 
Os enfermeiros das UTIs devem ainda, aliar à fundamentação teórica (imprescindível) 
a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de 
ensino, a maturidade e a estabilidade emocional" (HUDAK; GALLO, 1997). Por isso a 
constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a 
equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações 
inesperadas de forma objetiva e sincrônico na qual estãoinseridos. 
Frente às características específicas da UTI, o trabalho em equipe torna-se crucial. O 
enfermeiro "deve ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a 
adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente". Este 
profissional deve estar preparado para o enfrentamento de intercorrências 
emergentes necessitando para isso conhecimento científico e competência clínica 
(experiência). 
Ao reportarmo-nos ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros de 
uma UTI, podemos afirmar que apesar destes profissionais estarem envolvidos na 
prestação de cuidados diretos ao paciente, em muitos momentos existe uma 
sobrecarga das atividades administrativas em detrimento das atividades assistências 
e de ensino. Esta realidade vivenciada pelos enfermeiros vem ao encontro da 
literatura quando analisa a função administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar 
e aborda que este profissional "tem se limitado a solucionar problemas de outros 
profissionais e a atender às expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano 
secundário a concretização dos objetivos do seu próprio serviço” 
(GALVÃO;TREVIZAN; SAWADA,1998). 
Entendemos a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática profissional 
pois, "quando o enfermeiro assume sua função primordial de coordenador da 
assistência de enfermagem, implementando-a por meio de esquema de planejamento, 
está garantido o desenvolvimento de suas atividades básicas (administrativas, 
assistências e de ensino) e promovendo, consequentemente, a melhor organização 
do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em busca de um objetivo 
comum que é o de prestar assistência de qualidade, atendendo às reais necessidades 
apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados” (CHAVES, 1993). 
28 
 
 
De acordo com Kugart (1991), no aspecto informal, a insegurança e o medo também 
permeiam os membros da equipe de enfermagem da UTI. O relacionamento franco e 
amistoso, mas, exigente, promove um ambiente seguro e calmo. Seres humanos são 
os pacientes e seres humanos são os integrantes da equipe de enfermagem. Além do 
conhecimento de sua equipe e da visão de que a equipe é constituída de seres 
humanos com fraquezas, angustias e limitações, é papel do enfermeiro de Terapia 
Intensiva também estabelecer programas de educação continuada de sua equipe. 
Outra área de competência do enfermeiro da UTI é assumir o papel de elo de ligação 
entre o paciente e a equipe multiprofissional. Embora, discutível nesse papel, o 
enfermeiro assume, nas 24 horas do dia, a coordenação da dinâmica da unidade. 
Segundo Amorim e Silveiro (2003) o papel do enfermeiro em uma UTI, quando ele 
opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele, não se torna “escravo” da 
tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do 
seu bem-estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica 
por ela ser uma “aliada” na tentativa de preservar a vida e o bem-estar, o conforto do 
paciente. Segundo Vila e Rossi (2002) apesar do grande esforço que os enfermeiros 
possam estar realizando no sentido de humanizar para o cuidado em UTI, esta é uma 
tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema 
tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI não possibilita momentos de 
reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor. Segundo Galvão; 
Trevizan;Sawada (2000) partindo da premissa de que a liderança pode e deve ser 
aprendida pelo enfermeiro, entendemos que o preparo em liderança deste profissional 
seja essencial para a sua prática diária na Terapia Intensiva. A busca de meios que 
viabilizem o desenvolvimento da habilidade de liderar do enfermeiro é fundamental, 
assim, salientamos o embasamento teórico e a comunicação, como instrumentos 
imprescindíveis na prática do enfermeiro de UTI. 
 Segundo Nishide;Cintra;Nunes (2003) o enfermeiro de uma unidade de terapia 
intensiva assume a responsabilidade de cuidar do paciente, tanto nos casos de 
emergência quanto no apoio à vida. Devendo estar apto, independente do diagnostico 
ou do contexto clinico, a cuidar de todos os doentes, utilizando-se de uma abordagem 
ampla que lhes assegure sua estima e integridade, sendo que as exigências da UTI, 
quanto a uma ampla base de conhecimentos científicos e de especializações, 
significam que os enfermeiros precisam integrar suas habilidades técnicas e 
29 
 
 
intelectuais à prática diária. Para finalizar a discussão sobre o papel do enfermeiro de 
Unidade de terapia intensiva, pode se dizer que o mesmo ocupa um importante papel 
nos momentos de fragilidade, dependência física e emocional do paciente, configura-
se num importante ponto de apoio para a equipe quer seja no que se refere à 
educação e preparo quer seja, na coordenação do serviço de enfermagem, atua no 
limiar entre o humano e o tecnológico, frente a isso se conclui que o enfermeiro de 
UTI necessita dispor de habilidades e competências que o permitam desenvolver suas 
funções eficazmente aliando o conhecimento técnico científico e o domínio da 
tecnologia a humanização e individualização do cuidado. 
Atuação da Enfermagem 
A Enfermagem está constantemente presente à beira do leito, portanto é ela quem 
detecta de forma precoce as intercorrências, e comunica aos demais componentes da 
equipe para que as devidas intervenções sejam realizadas. 
Como fazemos isso? 
1. Assistência de enfermagem sistematizada; 
2. Qualificação profissional; 
3. Protocolos; 
4. Comunicação efetiva entre nossos pares; 
5. Através da estrutura oferecida pela instituição; 
6. Humanização do cuidado; 
7. Tecnologia; 
8. Pesquisa e ensino e 
9. Interdisciplinaridade. 
30 
 
 
7. PROTOCOLOS: 
• Os protocolos existem nessas unidades como guias facilitadores para uma 
assistência qualificada a ser prestada aos nossos pacientes, porém devem ser 
reavaliados constantemente pela equipe; 
• Exemplos de protocolos: insulina, resíduo gástrico, avaliação e controle da dor, 
prevenção de PAVM (pneumonia associada a ventilação mecânica), prevenção de 
úlceras por pressão entre outros. 
Posto de Enfermagem 
O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada doze leitos e 
prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções 
da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m2. Cada posto deve ser servido 
pôr uma área de serviços destinada ao preparo de medicação, com dimensão mínima 
de 8m2 e ser localizada anexo ao posto de enfermagem. Deve haver iluminação 
adequada de teto para tarefas específicas, energia de emergência, instalação de água 
fria, balcão, lavabo, um sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais 
e soluções e um relógio de parede deve estar presente. 
Espaço adequado para terminais de computador e impressoras é essencial quando 
forem utilizados sistemas informatizados. Deve ser previsto espaço adequado para se 
colocar os gráficos de registros médicos e de enfermagem. Os formulários de registro 
médicos e impressos devem estar armazenados em prateleiras ou armários de modo 
que possam ser facilmente acessados pôr todas as pessoas que requeiram o seu uso. 
 
31 
 
 
Enfermagem X Tecnologia 
• O CTI e a UPO são unidades altamente especializados e com tecnologias diversas. 
Esses instrumentos são de extrema necessidade, mas nunca serão tão necessários 
quanto ao profissional que os utiliza de maneira adequada. 
• O aparato tecnológico dessas unidades são extensões de nossos corpos e 
ampliações de nossos sentidos. 
 
 
 
 
 
32 
 
 
8. ADMITINDO O PACIENTE CRÍTICO: 
 
 • Na admissão do paciente crítico, a equipe de enfermagem deverá sempre estar 
atenta para a organização do leito que irá receber este paciente; 
 • O leito deverá ser organizado conforme rotina do setor; 
• Todos os materiais dos leitos deverãoser verificados no início de cada plantão; 
Na chegada do paciente sempre que possível toda equipe deverá estar no leito para 
recebê-lo e admiti-lo conforme rotina do setor; 
• Este paciente deverá ser prontamente identificado caso esteja sem a pulseira 
amarela de identificação com seu nome completo e número de registro de prontuário; 
• As ações de enfermagem deverão ser pautadas em rotinas previamente 
estabelecidas no CTI e UPO, que visam conforto e segurança deste paciente; 
• O aparato tecnológico deverá estar testado e pronto para uso imediato; 
A enfermagem juntamente com seu enfermeiro deverá realizar uma avaliação global 
do estado deste paciente na admissão e registrá-la em impresso próprio – 
IMPORTANTE; 
• O momento de admissão é de extrema importância para a organização da 
assistência a ser prestada. 
 
 
Algumas das ações da Enfermagem no CTI: 
• Manter a unidade organizada; 
• Realizar lavagem das mãos antes e após qualquer procedimento no setor e 
propagar essa ação aos demais componentes de sua equipe; IMPORTANTE 
• Organizar o leito para admissão do paciente; 
• Realizar junto com o enfermeiro o banho de leito do paciente crítico; 
• Administrar os medicamentos prescritos corretamente; 
• Avaliar constantemente o paciente; 
• Monitorar sinais vitais, assim como comunicar alterações imediatamente; 
• Registrar as ações de enfermagem de maneira adequada em impresso próprio; 
• Auxiliar o enfermeiro na execução de curativos; 
Realizar controle hídrico; 
• Orientar os familiares no horário de visitas; 
33 
 
 
• Verificar e registrar os sinais vitais; 
• Realizar ações para prevenção de úlceras por pressão; 
• Seguir os protocolos do setor; 
• Avaliar, intervir (caso exista) e registrar constantemente a dor; 
• Executar passagem de plantão à beiro do leito; 
• Mensurar e registrar valores de drenos, assim como comunicar e registrar alterações; 
• Observar, comunicar e registrar alterações durante a infusão de hemoderivados; 
• Auxiliar o enfermeiro no transporte intra-hospitalar deste paciente e registrar; 
Observar, comunicar e registrar os pacientes com risco de queda do leito; 
• Prestar cuidados específicos ao paciente em ventilação mecânica; 
• Auxiliar o enfermeiro no processo de alta do CTI/UPO; 
• Preparar o corpo junto com o enfermeiro no CTI/UPO; 
• Estimular a prevenção da infecção hospitalar; 
• Auxílio na execução de procedimentos invasivos à beira do leito; 
• Entre muitos outros... 
 
O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I) é complexo e intenso, 
devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender pacientes 
com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento 
específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. 
Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no 
âmbito da Unidade de Terapia Intensiva. 
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando 
desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a 
sua progressiva recuperação. 
Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T.I precisa estar capacitado 
a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a 
autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa conduzir o 
atendimento do paciente com segurança. Para tal, o treinamento deste profissional é 
imprescindível para o alcance do resultado esperado. De acordo com Gratton (2000) 
a tecnologia pode ser copiada; assim, o grande diferencial no mercado competitivo 
são as pessoas. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um 
importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI. 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. SAIBA MAIS: 
Enfermagem é mais conhecida como a arte ou ciência de cuidar e tratar dos 
doentes, promovendo ou prevenindo a saúde. Denominada como a arte ou 
ciência de cuidar e tratar dos doentes, promovendo ou prevenindo a saúde, 
na prática, e enfermagem vai muito além deste conceito. 
35 
 
 
9. CONCLUSÃO: 
Na atualidade, o movimento em busca da prestação de assistência em saúde com 
qualidade e segurança está na linha de frente das discussões políticas e constitui-se 
grande desafio para a sociedade. Nesse contexto encontram-se as instituições de 
saúde com suas inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, matérias e 
humanos. Embora algumas correções estejam sendo realizadas, a inadequação da 
área física dos estabelecimentos de saúde ainda é uma realidade que acarreta 
transtornos como dificuldade nos fluxos de pessoal, clientes e material 
comprometendo a qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente bem 
como a satisfação dos profissionais da equipe de trabalho. A escassez de recursos 
materiais e de equipamentos necessários para a execução das ações leva-nos a 
desconsiderar os protocolos ao realizarmos o atendimento implicando em riscos para 
o cliente, a instituição e para o profissional. Quanto ao quantitativo e qualitativo de 
recursos humanos para execução dos cuidados à saúde podemos afirmar que são 
poucas as instituições que prestam assistência aos pacientes com o número de 
profissionais que necessitam, especialmente em relação à equipe de enfermagem que 
representa o maior número de profissionais dos estabelecimentos de saúde. Na 
enfermagem o quantiqualitativo de recursos humanos adequado para a prestação do 
cuidado deve ser determinado pelo dimensionamento de pessoal que representa uma 
preocupação constante para os enfermeiros uma vez que está diretamente 
relacionado à qualidade da assistência prestada e a ocorrência de eventos adversos, 
o que compromete a segurança e a satisfação dos clientes. A segurança do paciente, 
dentre outros aspectos, envolve a ocorrência de eventos adversos. Esses, por sua 
vez, configuram-se como um indicador de qualidade da assistência prestada e sua 
ocorrência leva a resultados que prejudicam a segurança dos clientes, podendo 
causar aos mesmos lesões irreversíveis ou até a morte. Outro aspecto a ser 
considerado quando abordamos o dimensionamento de profissionais de enfermagem 
(DIPE) se refere aos trabalhadores da equipe. Estudos internacionais mostram que 
existe uma relação inversamente proporcional entre o número de profissionais de 
enfermagem, a fadiga emocional dos mesmos, a insatisfação no trabalho, podendo, 
ainda, implicar em questões legais e de saúde do trabalhador. Além disso, o 
quantitativo de profissionais inferior ao número necessário para prestar atendimento 
ocasiona aumento da carga de trabalho levando à alta rotatividade, implicando em 
novas contratações, horas de treinamento e de aperfeiçoamento e, 
consequentemente, em aumento dos custos hospitalares. 
Considerando as questões apresentadas, as dificuldades relativas ao ambiente físico, 
à disponibilidade de materiais e equipamentos suficientes, a importância do 
provimento e manutenção de número adequado de profissionais para a execução da 
assistência de enfermagem segura e de qualidade e o fato de que os cuidados de 
enfermagem são essenciais à prestação de assistência à saúde, faz-se necessário 
que a equipe de trabalho desenvolva sua capacidade de argumentação técnica e 
negociação com as instituições nas quais estão inseridos para avançar na busca de 
soluções para esses problemas. Nessa direção vale ressaltar que os profissionais 
podem desenvolver parcerias com as instituições de classe da categoria como os 
Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações que, de acordo com sua finalidade, 
servirá de órgão consultor, orientador e participante das discussões. 
36 
 
 
10. REFERÊNCIAS: 
 
«Resolução 81 - 5 de janeiro de 1995 - CREMESP». www.medicinaintensiva.com.br 
 Ana Paula Ferreira (4 de maio de 2013). «7 dúvidas comuns sobre a UTI». Revista 
Viva Saúde. Consultado em 15 de novembro de 2016Bellissimo-Rodrigues, Wanessa Teixeira; Menegueti, Mayra Gonçalves; Gaspar, 
Gilberto Gambero; de Souza, Hayala Cristina Cavenague; Auxiliadora-Martins, 
Maria; Basile-Filho, Anibal; Martinez, Roberto; Bellissimo-Rodrigues, Fernando 
(dezembro de 2018). «Is it necessary to have a dentist within an intensive care unit 
team? Report of a randomised clinical trial». International Dental Journal (em inglês). 
68 (6): 420–427 
1. Bezerra ALQ. O contexto da educação continuada em enfermagem. São 
Paulo: Lemare/Martinari; 2009. 111p. 2. Pronovost PJ, Dang E, Dorman T, Lipsset PA, 
Garret E, Jenckens M et al. Intensive care unit nurse staffing and the risk for 
complications after abdominal aortic surgery. Eff Clin Pract. 2001; 4 (5):199-206. 3. 
Shamiam J, Kers MS, Laschinger HKS, Thompsom D. A hospitallevel analysis of the 
work environment and workforce health indicators for registered nurse in Ontario’s 
acute-care hospitals. Can J Nurs Res. 2002; 33 (4):51-70. 4. Curtin LL. An integrated 
analysis of nurse staffing and related variables: effects on patients outcomes. Online 
J Issues Nurs. 2009; 
37

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