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Linfomas de Hodgkin e Linfomas Não Hodgkin

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1 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO – RELEMBRANDO A FISIOLOGIA 
➢ RELEMBRANDO A HEMATOPOIESE → a hematopoiese se inicia 
na medula óssea, onde tem-se a célula tronco se dividindo em 
duas linhagens: 
• Linhagem Mieloide → responsável por, no fim, formar as 
plaquetas, as hemácias, os monócitos e os granulócitos 
(neutrófilo, eosinófilo e basófilo) 
• Linhagem Linfóide → apresenta as seguintes células: 
▪ Célula Pré-B → se transforma em linfócito B na 
medula óssea 
▪ Célula Pré-T → essa célula amadurece no timo e vira 
o linfócito T 
▪ Células NK (Natural Killer) 
▪ Essas células são responsáveis pela resposta imune 
(antígeno-específica) 
➢ TECIDO LINFÓIDE: 
• Medula óssea e timo → são tecidos linfoides primários, 
pois produzem linfócitos “virgens”, que ainda não tiveram 
contato antigênico, mas já são produzidos com receptores 
IgM específicos para um determinado antígeno 
• Tecidos linfoides secundários (linfonodos, baço, anel de 
Waldeyer...) → são os locais onde os linfócitos virgens são 
armazenados. Após o contato com o antígeno, esses 
linfócitos se transformam em linfócitos B e T de memória, 
ganhando a corrente linfática, depois a sanguínea e indo, 
finalmente, para os tecidos linfóides terciários (MALT) 
• O tecido linfoide é basicamente o local onde os linfócitos 
irão se alojar → esse “armazenamento” é feito em locais 
estratégicos, onde a passagem de sangue e linfa consiga ser 
filtrada e o organismo consiga combater as partículas 
estranhas 
▪ Os principais locais são as cadeias linfonodais (Ex: 
axilares, supraclaviculares, inguinais, cervicais, 
abdominais...), pois a principal estrutura do tecido 
linfoide são os linfonodos (gânglios linfáticos) 
▪ Outras estruturas linfoides: 
✓ Timo → também faz parte desse tecido, que é 
onde há o processo de amadurecimento das 
células pré-T em linfócitos T, onde esses linfócitos 
apresentam-se em várias fases de maturação 
✓ Baço → apresenta linfócitos B e T 
✓ Anel de Waldeyer → formado por adenoides, 
amigdala faríngea, amgdalas palatinas e linguais 
o São agregados de tecido linfoide subepitelial, 
dispostos em um anel imaginário ao redor da 
garganta 
✓ MALT (Mucosa Associated Lymphoid Tissue) → 
são pequenas “ilhas” de tecido linfoide, sob a 
forma de nódulos ou folículos linfáticos, 
localizados na mucosa dos tratos gastrointestinal, 
respiratório e urinário 
o Placas de Peyer → localizadas no íleo, são 
os grandes representantes do MALT, 
contendo vários folículos agrupados 
o Esse tecido MALT pode aparecer e 
desaparecer, de acordo com o estímulo 
antigênico (Ex: na mucosa gástrica esse 
tecido surge em estados inflamatórios, como 
na infecção por H. pylori) 
o Geralmente, esse tecido é responsável pelo 
primeiro contato do sistema imune com os 
antígenos externos 
o É rico em linfócitos T e B, incluindo as células 
B produtoras de IgA 
o Onde pode ser encontrado: mucosa intestinal 
(GALT), mucosa brônquica (BALT), 
nasofaringe (NALT), vulvovaginal (VALT), 
urinária, glandular... 
✓ Tecido linfoide da pele → a derme apresenta 
linfócitos T cutâneos, que interagem com as 
células de Langerhans 
▪ Desse modo, qualquer um desses locais do tecido 
linfóide pode ser a origem de um linfoma 
▪ Linfonodos: 
✓ Apresentam as seguintes camadas: 
o Cortical (mais externa) → tem-se o folículo 
linfático, onde se encontra a maior parte dos 
linfócitos B, que desde a sua formação na 
medula possuem anticorpos IgM em sua 
superfície, prontos para o primeiro contato 
com o antígeno 
o Paracortical (intermediária) → rica em 
linfócitos T 
o Medular → rica em plamócitos 
✓ Folículo linfático (córtex linfonodal): 
 
o É onde o linfócito B virgem chegará na zona 
do manto, onde será apresentado a 
antígenos, se diferenciando em 
centroblasto e posteriormente em 
centrócito (no centro germinativo), para, na 
zona marginal se diferenciar em um linfócito 
B de memória, que fica nessa periferia 
esperando o momento certo de adentrar na 
circulação e, quando isso ocorre, ele se 
transforma em um plasmócito, que é uma 
célula produtora de 
anticorpos/imunoglobulinas. 
 
2 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
o Quem coordena essa diferenciação do 
Linfócito B de memória em plasmócito é 
justamente o linfócito T 
o Os centroblastos são células maiores que os 
centrócitos. Dessa forma, quando se tem um 
linfoma que acomete os centroblastos 
chama-se de linfoma de grandes células, 
que se caracteriza por se espalhar pelo 
sistema linfonodal 
o O linfoma ocorre justamente nesse folículo 
linfático, causando problemas na 
diferenciação do linfócito B 
o Quando se tem uma neoplasia dos 
plasmócitos (“linfócitos B ativados”) chama-
se de Mieloma 
✓ Linfa → carreia proteínas, microrganismos e 
partículas antigênicas. Dessa forma, essa linfa 
banha os linfócitos e as demais células nodais, 
permitindo o contato do sistema imune com os 
antígenos. Assim, acaba saindo, do linfonodo, rica 
em linfócitos e plasmócitos sensibilizados 
➢ LEUCEMIAS x LINFOMAS x MIELOMAS: 
• Nas leucemias tem-se um defeito na “fábrica”, ou seja, uma 
neoplasia na medula óssea, podendo acometer, 
secundariamente, os linfonodos. Já nos linfomas, o tumor 
está no tecido linfóide e, eventualmente, podem infiltrar a 
medula óssea e outros tecidos 
• Linfomas → quando o linfócito B (sai da medula) e o 
linfócito T (sai do timo) são produzidos, eles saem como 
células virgens, indo para o tecido linfóide, onde terão o 
primeiro contato com o antígeno. Desse modo, nos linfomas, 
a neoplasia se origina do tecido linfoide 
• Mielomas → tem-se uma neoplasia que acomete os 
plasmócitos, que são os linfócitos B ativados 
DEFINIÇÃO 
➢ Definição → Os linfomas são Neoplasias originadas do tecido 
linfóide 
➢ Podem ser de células T ou B, sendo mais comuns os linfomas de 
linfócitos B 
➢ Se originam principalmente dos linfonodos → o que se converte 
em um quadro clínico de linfonodomegalias 
➢ Os linfomas podem se originar das seguintes células: 
• Linfócitos B → mais comum, pois é o que sofre mais 
diferenciação 
• Linfócitos T → mais agressivo, com prognóstico pior 
• Células NK → raro de ocorrer 
➢ Subtipos de Linfomas: 
• Linfomas Hodgkin 
• Linfomas não Hodgkin 
QUADRO CLÍNICO GERAL 
➢ Linfonodomegalia não dolorosa: 
• É não doloroso, diferindo daquelas linfonodomegalias 
relacionadas a processos inflamatórios ou infecciosos 
• Regiões mais comuns: cervicais e supraclaviculares 
• Presença de linfonodos supraclaviculares está mais 
relacionada a malignidade 
➢ Sintomas B (sintomas consumptivos): 
• Febre > 38°C 
• Sudorese noturna 
• Perda de > 10% do peso corporal em 6 meses 
• Causam manifestações sistêmicas devido ao fato de essas 
células tumorais do sistema imune liberarem mediadores e 
citocinas que levam a sintomas sistêmicos → devido a 
esses sintomas, pode-se até mesmo fazer diagnóstico 
diferencial com tuberculose 
➢ Outros sintomas: 
• Fadiga 
• Prurido → está relacionado à eosinofilia 
TIPOS DE LINFOMA 
➢ LINFOMA DE HODGKIN: tem características mais peculiares 
• Epidemiologia: 
▪ Mais comum em jovens 
▪ Tem melhor prognóstico 
• Centralizado e por contiguidade: 
▪ Atinge mais cadeias linfonodais centrais → cervicais, 
mediastinais, peri-hilares... 
▪ Quando se dissemina, ele costuma ir para cadeias 
linfonodais próximas, ou seja, tendo uma disseminação 
por contiguidade 
• Dessa forma, tem-se como características principais: 
▪ Acometimento do Mediastino → dessa forma, quando 
se tem um paciente com aumento mediastinal ou massa 
mediastinal, deve-se obrigatoriamente pensar em um 
Linfoma Hodgkin 
▪ Acometimento Extranodal é raro (Ex: fígado, intestino...) 
• Dor no linfonodo com a ingesta de álcool: 
▪ Ainda não se sabe exatamente qual o mecanismo, mas 
acredita-se que o álcool é mais tóxico para esses 
pacientescom Hodgkin, pois pode promover uma certa 
reação inflamatória, distendendo a cápsula linfonodal 
• Prurido → pois tem bastante eosinofilia 
• Febre de Pel-Ebstein → febre tipicamente com padrão 
irregular 
• Células de Reed-Sternberg: cai em provas de 
residência! 
 
▪ Célula grande com núcleo bilobular 
▪ Também chamadas de células em “olhos de coruja” 
▪ Não é patognomônico de linfomas Hodgkin, pois podem 
ocorrer também em: 
 
3 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
✓ Mononucleose 
✓ Carcinomas e Sarcomas... 
• Imuno-Histoquímica → CD15 e CD30 
➢ LINFOMA NÃO HODGKIN: 
• Epidemiologia: 
▪ Mais comum em pacientes idosos 
▪ Tem pior prognóstico → porém, não é regra, pois nem 
todos os não Hodgkin tem um prognóstico ruim 
• Periférico e com disseminação hematogênica: 
▪ Atinge mais linfonodos periféricos (Ex: epitrocleares) 
▪ Tem-se uma disseminação hematogênica, fazendo 
com que o acometimento Extranodal seja mais comum 
▪ Dessa forma, diferentemente do Hodgkin, o linfoma não 
Hodgkin pode acometer o anel de Waldeyer 
• Sintomas B → são mais frequentes 
▪ Pois, devido a essa disseminação hematogênica, os 
linfomas não Hodgkin acabam causando mais sintomas 
consumptivos 
• Prurido → é mais discreto 
• Febre contínua 
DIAGNÓSTICO 
➢ BIÓPSIA DO LINFONODO SUSPEITO: 
• Quando biopsiar um linfonodo: 
▪ Tamanho > 2cm 
▪ Supraclavicular ou escalênico 
▪ Crescimento progressivo: 
✓ Linfonodo que permanece aumentado, durando 
mais de 3 a 4 semanas e aumentando de tamanho 
cada vez mais 
▪ Endurecimento e aderência a planos profundos 
• Como deve ser a biópsia→ Biopsia Excisional (padrão-
ouro) 
▪ Deve-se retirar todo o linfonodo → é fundamental para 
que se tenha um estudo completo do comportamento 
das células neoplásicas no linfonodo e como elas estão 
organizadas nele 
• Com a biópsia, deve-se realizar os seguintes: 
▪ Anatomopatológico 
▪ Imuno-histoquímica 
ESTADIAMENTO – Ann-Arbor Modificado 
➢ NÃO É A CLASSIFICAÇÃO TNM! 
➢ ESTADIAMENTO EM 4 ESTÁGIOS: 
• Doença Localizada: dessa forma, faz sentido, além do 
tratamento sistêmico, iniciar um tratamento local para 
ampliar a resposta 
▪ Estágio 1: 
✓ 1 cadeia linfonodal 
ou 1 estrutura 
linfóide (Ex: baço, 
timo) 
 
 
▪ Estágio 2: 
✓ ≥ 2 cadeias no 
mesmo lado do 
diafragma (acima 
ou abaixo do 
diafragma) 
• Doença Avançada: apenas tratamento sistêmico 
▪ Estágio 3: 
✓ Acometimento de 
ambos os lados do 
diafragma: 
o III 1 → parte superior do diafragma 
o III 2 → parte inferior do diafragma 
▪ Estágio 4: 
✓ Acometimento extranodal à distância (Ex: fígado, 
medula óssea...) 
✓ Não é por contiguidade (Ex: linfonodo começou 
peri-hilar e depois acometeu a pleura, significa 
que é por contiguidade e não extranodal à 
distância) 
• Estágios 1 e 2 → Quimioterapia + Radioterapia 
• Estágios 3 e 4 → Quimioterapia 
▪ Pois a doença já é mais disseminada e não há como se 
fazer uma radioterapia de corpo inteiro 
• Recidivas → Transplante de Medula Óssea 
• Não está indicado o tratamento cirúrgico por meio da 
ressecção do tumor! 
➢ MARCADORES DE PIOR PROGNÓSTICO: 
• Idade > 60 anos 
• DHL aumentado: 
▪ Pois células com alto turn over que vão sendo 
destruídas acabam liberando Desidrogenase lática, e 
quanto maior, pior o prognóstico 
• Sintomas B (consumptivos): 
▪ Pois a presença desses sintomas fala a favor de uma 
doença mais disseminada 
• Acometimento Extranodal: 
▪ Demonstra que a doença se encontra disseminada 
LINFOMA DE HODGKIN 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ É menos comum 
➢ Distribuição é bimodal: tem dois picos de incidência 
• 1°) Mulheres jovens entre 20 – 30 anos de idade 
• 2) Homens mais velhos (> 50 anos de idade) 
• Obs: em provas de residência é mais comum haver um caso clínico 
envolvendo paciente mais jovem com linfoma de Hodgkin 
➢ Sempre se origina do Linfócito B 
➢ Bom prognóstico → 60 a 95% dos casos tem cura 
➢ Tem alta chance de cura com a terapêutica disponível 
➢ O linfoma de Hodgkin é uma das poucas neoplasias em que a célula 
tumoral corresponde a uma minoria da população celular (1 – 5%) 
 
 
4 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
HISTOPATOLOGIA E MARCADORES 
➢ CÉLULA DE REED-STERNBERG: 
• Definição → célula grande, de citoplasma abundante e com 
um núcleo bilobulado, e proeminentes nucléolos 
eosinofílicos. Em volta dela, acumulam-se diversas outras 
células, especialmente os linfócitos T, mas também 
eosinófilos, plasmócitos, histiócitos, neutrófilos 
▪ Dessa forma, o patologista precisa encontrar células 
de Reed-Sternberg em um adequado pano de fundo 
formado por linfócitos, plasmócitos e eosinófilos 
• Podem ser encontradas também em linfonodos de pacientes 
com: 
▪ Mononucleose infecciosa 
▪ Carcinomas 
▪ Sarcomas 
▪ Linfomas não Hodgkin 
▪ Obs: por isso que essas células não são 
patognomônicas de Linfoma de Hodgkin 
• A célula de Reed-Sternberg do Linfoma clássico apresenta 
dois marcadores que confirmam o diagnóstico: 
▪ CD15 (Leu-M1) 
▪ CD30 (Ki-1) 
➢ LINFOMA DE HODGKIN CLÁSSICO (LHC): 
• CD15 e CD30 positivos 
• Dividido em 4 subtipos: 
▪ Esclerose Nodular: 
✓ Epidemiologia: 
o É o mais comum (65%) 
o Segundo com melhor prognóstico 
o Mulheres ou homens jovens 
✓ Quadro clinico: 
o Adenopatia cervical e/ou mediastinal em 
indivíduos jovens 
✓ Histologia: células lacunares de Reed-Sternberg 
 
▪ Celularidade Mista: 
✓ Epidemiologia: 
o Segundo mais comum (25%) 
o Típico em adultos do sexo masculino 
o O estágio de diagnóstico costuma ser mais 
avançado 
o Está associado ao Vírus Epstein Barr (EBV) 
o É o subtipo mais comum no Linfoma de 
Hodgkin em pacientes HIV positivos com AIDS 
✓ Quadro clínico: 
o Sintomas B (febre > 38°C, perda ponderal e 
sudorese noturna) → são mais frequentes 
o Acometimento abdominal → é comum 
✓ Histologia → numerosas células de Reed-
Sternberg entremeadas a diversos histiócitos 
reativos, eosinófilos, plasmócitos e pequenos 
linfócitos, além de pequenos focos de necrose. 
▪ Tipo Rico em Linfócitos: 
✓ Epidemiologia: 
o Acomete a minoria dos pacientes 
o É o tipo histológico de melhor prognóstico 
✓ Histologia → inúmeros linfócitos de tamanho 
pequeno, com fibrose mínima e raras células de 
Reed-Sternberg 
▪ Depleção Linfocitária: 
✓ Epidemiologia: 
o É o menos comum (< 5%) 
o É o de pior prognóstico (mais agressivo) 
o Mais comum em idosos ou em pacientes com 
HIV positivo com AIDS 
o Pode estar associado ao Vírus Epstein Barr 
(EBV) 
✓ Quadro Clínico: 
o Doença agressiva e rapidamente fatal 
o Febre, pancitopenia, linfocitopenia e 
anormalidades nas provas de função 
hepática, muitas vezes sem linfadenopatia 
o É predominantemente subdiafragmática, 
com acometimento hepático, esplênico, 
retroperitoneal e da medula óssea 
✓ Histologia → fibrose difusa e reticular, ambas 
caracterizadas por depleção de linfócitos e, 
frequentemente, necrose focal, com numerosas 
células de Reed-Sternberg 
➢ LINFOMA DE HODGKIN COM PREDOMÍNIO LINFOCITÁRIO (LHPL): 
• Com marcadores de linfócitos B (CD20) 
• Geralmente apresenta bom prognóstico, com doença 
localizada (estágio I) à apresentação e comportamento 
indolente (alta taxa de recaída, porém, com boa resposta 
terapêutica) 
SUBTIPOS – PONTOS PRINCIPAIS 
➢ LINFOMA DE HODGKIN CLÁSSICO (CD15 E CD30): 
• Apresenta 4 subtipos: 
▪ Esclerose Nodular: 
✓ É o mais comum (65% dos casos) 
✓ Predomina em mulheres jovens 
▪ Celularidade Mista: 
✓ É o segundo mais comum (25% dos casos) 
✓ Normalmente, está relacionado tanto ao HIV 
quanto ao EBV → dessa forma, dentro dos 
linfomas, é o subtipo celularidade mista que está 
relacionado ao EBV e ao HIV 
▪ Rico Linfocítico: 
✓ Corresponde a 5% dos casos 
✓ Tem melhor prognóstico 
 
5 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
▪ Depleção Linfocitária: 
✓ Cerca de 1% dos casos 
✓ Pior prognóstico➢ LINFOMA DE HODGKIN COM PREDOMÍNIO LINFOCITÁRIO (CD20): 
• É mais raro de ocorrer e praticamente não cai em provas de 
residência 
PARTICULARIDADES CLÍNICAS 
➢ Linfonodomegalia Central: 
• Cadeias → cervical, supraclavicular e mediastinal 
➢ Disseminação por continuidade: 
• O que torna o linfoma de Hodgkin um pouco mais previsível, 
pois é mais fácil de prever os seus locais de metástase e 
disseminação 
➢ Dor no linfonodo após ingestão alcoólica 
➢ Febre de Pel-Ebstein 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ ADENOMEGALIA CENTRAL: 
• Geralmente, os linfonodos acometidos são móveis e de 
consistência elástica, porém > 1,5 a 2cm e persistentes 
• Eventualmente, os linfonodos podem ser endurecidos pela 
fibrose associada 
• Cadeias linfonodais mais comuns → cervical e 
supraclavicular 
• Acometimento Mediastinal: 
▪ Linfonodos mediastinais podem atingir grandes 
dimensões e provocar colapso de lobos pulmonares 
(como atelectasias compressivas) 
• Como a disseminação linfonodal é centrípena, raramente se 
vê aumento dos linfonodos epitrocleares 
➢ DISSEMINAÇÃO POR CONTIGUIDADE: 
• Dessa forma, os linfonodos são acometidos a partir de 
cadeias adjacentes 
• Evolução de disseminação: 
▪ Cervicais → supraclaviculares → 
mediastinais/hilares → abdominais superiores/baço 
→ abdominais inferiores → inguinais → 
hematogênica (fígado – medula óssea) 
➢ ESPLENOMEGALIA → pode ocorrer com ou sem 
comprometimento histopatológico do baço 
• É mais comum em pacientes com adenomegalias 
subdiafragmáticas, pacientes com sintomas B e nos 
pacientes com subtipo celularidade mista 
➢ COMPROMETIMENTO EXTRANODAL: 
• É bem menos comum do que no Linfoma não Hodgkin 
• Por disseminação hematogênica, os mais comuns são fígado 
e medula óssea 
• Por contiguidade, pode acometer os pulmões → o 
comprometimento pulmonar só ocorre se houver doença 
mediastinal e hilar 
• Uma doença apenas extranodal é raro! 
➢ SINTOMAS B → tem valor prognóstico 
• FEBRE: 
▪ Febre de Pel-Ebstein → bastante sugestiva de 
linfoma 
✓ Dias de febre alta alternados com dias sem febre 
• SUDORESE NOTURNA 
• PERDA PONDERAL > 10% DO PESO CORPORAL 
➢ PRURIDO: 
• Eosinofilia é um achado frequente, principalmente nos 
pacientes com prurido 
➢ DOR NOS LINFONODOS DESENCADEADA PELA INGESTÃO DE 
BEBIDAS ALCOÓLICAS → é característica da doença 
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS 
➢ Anemia normocítica e normocrômica (Anemia da Doença Crônica) 
➢ Leve Leucocitose, Monocitose, Eosinofilia e Trombocitose: 
• Leucocitose → as vezes pode atingir valores > 25.000/mm3 
(reação leucemoide) 
• Eosinofilia → uma eosinofilia importante pode representar 
uma síndrome paraneoplásica associada à secreção de IL-
5 pelas células tumorais 
➢ Velocidade de Hemossedimentação (VHS), Desidrogenase Lática 
(DHL/LDH) e Beta-2-Microglobulina elevados: 
• Em estágios mais avançados 
• Configuram fator prognóstico e são usados para o 
acompanhamento do tratamento → sua elevação sugere 
recaída da doença 
➢ Enzimas Hepáticas (TGO, TGP, GGT e FA) → principalmente a 
Fosfatase alcalina 
• Elevam-se em uma minoria dos pacientes 
• Podem ou não indicar acometimento hepático pelo Linfoma 
de Hodgkin 
DIAGNÓSTICO E ESTADIAMENTO 
➢ CÉLULAS DE REED-STERNBERG: 
• Não é patognomônico, mas está bastante relacionada à 
doença 
➢ ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: são inespecíficas 
• Anemia normo-normo 
• Leucocitose 
• Linfopenia 
• Eosinofilia 
• Aumento de marcadores inflamatórios 
➢ ESTADIAMENTO: 
• Procedimentos recomendados para o estadiamento da 
Doença de Hodgkin: 
▪ Biópsia com material adequado (avaliada por 
hematopatologista experiente) 
▪ Biópsia de medula óssea e de sítios extranodais 
suspeitos (Ex: fígado, osso, pulmão, pele). Além de 
análise citológica de qualquer derrame seroso (Ex: 
pleural, pericárdico) 
NEOPLASIAS HEMATOLOGICAS QUE CURSAM COM PRURIDO 
POLICITEMIA VERA 
LINFOMA DE HODGKIN 
 
6 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
▪ História e exame físico detalhados. Atenção aos 
sintomas B e às cadeias linfonodais acometidas, 
tamanho do fígado, baço e inspeção do anel de Waldeyer 
▪ Exames laboratoriais de rotina: hemograma completo, 
VHS, função hepática, função renal 
▪ Radiografa de tórax PA e perfil (avaliar presença de 
massa Bulky, isto é, maior do que 30% do diâmetro 
torácico) 
▪ Tomografia de pescoço, tórax, abdome e pelve 
▪ PET-scan, cintilografa com Gálio 67 
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO 
➢ CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Principais pontos do tratamento → QUIMIOTERAPIA e 
RADIOTERAPIA 
▪ As células neoplásicas são muito quimio e 
radiossensíveis 
• Transplante Autólogo de células hematopoiéticas → é 
reservado para casos de recidiva à quimioterapia, como 
segunda linha do tratamento 
• 3ª linha de tratamento → Brentuximab vedotin (Adcetris) 
➢ RADIOTERAPIA: 
• Efeitos adversos imediatos: 
▪ Boca seca 
▪ Alteração do paladar 
▪ Faringite 
▪ Náusea 
▪ Tosse seca 
▪ Dermatite 
• Efeitos que aparecem após 1 a 3 meses: 
▪ Sinal de Lhermitte: 
✓ Sensação de choque irradiando pelas costas e 
membros inferiores após flexão da cabeça 
✓ Costuma desaparecer após poucos meses e é o 
mais comum 
▪ Pneumonite 
▪ Cardite 
• Efeitos tardios: 
▪ Hipotireoidismo 
▪ Infertilidade (irradiação pélvica) 
▪ Neoplasias secundárias → as neoplasias secundárias 
à radioterapia ocorrem geralmente com altas doses de 
irradiação e após dez anos ou mais do tratamento. As 
principais são representadas pelos tumores sólidos, 
especialmente o carcinoma de pulmão e o carcinoma 
de mama (especialmente em mulheres < 30 anos), mas 
também o Ca gástrico e o melanoma 
➢ QUIMIOTERAPIA: 
• Esquema Terapêutico → ABVD: 
 ADRIAMICINA (doxorrubicina) 25 mg/m2 
 BLEOMICINA 10 mg/m2 
 VINBLASTINA 6 mg/m2 
 DACARBAZINA 375 mg/m2 
▪ É feita uma dose de cada uma das quatro drogas (um 
ciclo) a cada 15 dias, num total de pelo menos quatro 
ciclos 
LINFOMA NÃO HODGKIN 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
• É o linfoma mais comum, sendo o principal representante 
das neoplasias linfóides 
• Mais frequente de ocorrer em pacientes idosos 
• Pico de incidência: 50 – 65 anos 
• Ligeira preferência pelo sexo masculino (1,7:1) e pela raça 
branca 
• Podem aparecer em qualquer faixa etária, inclusive em 
crianças 
➢ ORIGEM → pode se originar de uma das três seguintes células: 
• Linfócito B → o mais comum é se originar do linfócito B 
(85% dos casos de LNH) 
• Linfócito T 
• Natural Killer 
➢ ETIOPATOGENIA: 
• A grande maioria dos LNH não possuem etiologia definida 
• Fatores associados ao surgimento dos linfomas: 
▪ Infecção pelo Vírus Epstein- Barr (EBV): 
✓ Apresenta um importante papel na patogênese 
dos linfomas B na AIDS 
✓ O EBV infecta os linfócitos B, estimulando sua 
proliferação. Em estados de imunossupressão, o 
EBV se multiplica de forma descontrolada 
▪ Infecção pelo HIV: 
✓ Aumenta em mais de 100x o risco, sendo 
relacionado à imunossupressão induzida pela 
AIDS 
✓ Linfomas relacionados: linfomas B com alto grau 
de malignidade (Ex: Burkitt, primário de SNC, de 
Cavidades serosas e difuso de grandes células) 
✓ A queda do CD4 é o principal fator de risco 
▪ Transplante de Órgãos: 
✓ O risco aumentando de desenvolvimento de 
linfomas está relacionado, principalmente, ao uso 
de terapias imunossupressoras por tempo 
prolongado após o transplante 
▪ Deficiências imunes congênitas: 
✓ Ex: Síndrome de Wiskott-Aldrich 
▪ Agentes Infecciosos Específicos: 
✓ Vírus Epstein-Barr (EBV): 
o Infecta os linfócitos B e as células epiteliais 
da orofaringe e nasofaringe 
o É o agente etiológico da mononucleose 
infecciosa, causando também hepatite, 
penumonite e leucoplania pilosa 
o Linfomas mais associados: 
❖ Linfoma de Burkitt → é endêmico do 
continente africano, pois acredita-se 
que a malária crônica causa uma 
disfunção autoimune que facilita as 
alterações sofridas pelos linfócitosinfectados pelo vírus 
 
7 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
❖ Linfomas relacionados à AIDS e ao 
transplante de órgãos 
✓ HTLV-I: Vírus da Leucemia de Células T Humanas 
do Tipo I 
o Está associado à leucemia/linfoma de 
células T do adulto 
✓ Helicobacter pylori: 
o Leva ao aparecimento de tecido linfoide em 
regiões da mucosa do estômago, 
predispondo ao Linfoma MALT gástrico 
o A erradicação da bactéria com 
antibioticoterapia é capaz de fazer regrdir o 
linfoma 
✓ Vírus Herpes 8: 
o É o vírus do Sarcoma de Kaposi em paciente 
com AIDS 
▪ Doenças Autoimunes → levam à hiperproliferação de 
linfócitos B 
✓ Síndrome de Sjogren: 
o É uma colagenase autoimune que causa 
infiltração linfocítica nas glândulas lacrimais 
e salivares 
o O linfoma é do tipo MALT e surge em 
glândulas salivares e linfonodos cervicais 
✓ Tireoidite de Hashimoto: 
o Quase todos os casos de linfoma tireoidiano 
são do tipo MALT e estão relacionados à 
tireoidite de Hashimoto, que é uma doença 
autoimune linfocítica da tireoide 
▪ Doenças Intestinais: 
✓ Doença Celíaca: 
o Causa um linfoma de células T, abreviado 
como EATL (Entheropathy Associed T 
Lymphoma). Geralmente, se apresenta entre 
os 40 a 50 anos de vida 
✓ Doença Intestinal Imunoproliferativa: 
o Atualmente, é considerada um linfoma de 
baixo grau que infiltra de forma difucsa a 
lâmina própria do duodeno e do jejuno 
proximal 
o Está associada às verminoses 
▪ Exposição a Fatores Ambientais: 
✓ Herbicidas 
✓ Radiações ionizantes 
✓ Solventes orgânicos 
✓ Resinas de cabelo 
✓ Tratamento curativo do linfoma de Hodgkin → 
aumenta em 20 vezes a chance de se desenvolver 
um LNH 
➢ CLASSIFICAÇÃO → FOLICULAR x DIFUSO: 
• Padrão Folicular → a 
proliferação de células 
neoplásicas no linfonodo é 
restrita aos folículos linfáticos 
 
• Padrão Difuso → as células 
tumorais comprometem toda a 
arquitetura do gânglio, havendo 
perda da estrutura folicular 
PARTICULARIDADES CLÍNICAS 
➢ ACOMETIMENTO PERIFÉRICO: 
• Atingindo mais linfonodos Epitrocleares e o Anel de Waldeyer 
(amigdalas palatinas, faríngeas, linguais e adenoide), por 
exemplo 
➢ DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA: 
• O que auxilia para que esse linfoma tenha mais 
acometimento extranodal 
➢ ACOMETIMENTO EXTRANODAL É COMUM 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ LINFADENOMEGALIA PERIFÉRICA NÃO DOLOROSA: 
• LNH indolente → linfadenopatia insidiosa, com períodos 
alternados de regressão espontânea e crescimento de 
gânglios 
• LNH agressivo → massas linfonodais de crescimento rápido 
• Podem acometer qualquer linfonodo, inclusive o baço, 
causando esplenomegalia, já que esse é um órgão linfoide 
• Linfonodos mediastinais → em 20% dos casos, mas é mais 
comum nos Linfomas de Hodgkin (60%) 
▪ Linfoma linfoblástico (mais comum em crianças) 
▪ Forma mediastinal primária do linfoma difuso de 
grandes células B (mais comum em mulheres jovens) 
• Acometimento abdominal → cadeias mesentéricas e 
retroperitoneais. Geralmente, é assintomático, porém pode 
haver desconforto/dor em massas muito grandes 
• Acometimento mediastinal: 
▪ Quadro clínico → tosse seca persistente, desconforto 
torácico e, às vezes, síndrome da veia cava superior 
➢ SINTOMAS B (febre > 38°C, sudorese noturna, perda ponderal > 
10% nos últimos 6 meses): 
• São indicativos de pior prognóstico → quanto mais rápido o 
crescimento tumoral, maiores as chances de aparecerem 
sintomas B 
➢ ACOMETIMENTO EXTRANODAL: 
• Sítios mais afetados → Trato Gastrointestinal e Medula 
Óssea 
▪ Presença de múltiplos pólipos linfomatosos na 
colonoscopia 
• Outros locais que podem ser afetados: 
▪ Pele → na derme, os 
infiltrados neoplásicos causam 
lesões eritematoinfiltradas 
papulosas, nodulares, em 
placa, tumores e ulcerações 
▪ Fígado → hepatomegalia, mas 
sem sinais de disfunção 
hepática 
▪ Pulmão 
▪ Nasofaringe 
 
8 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
▪ Órbita 
▪ SNC → a compressão medular pode ocorrer, mas é 
rara 
▪ Meninges → meningite linfomatosa, causando um 
quadro de meningite crônica/subaguda 
▪ Rins → há aumento do órgão, mas sem insuficiência 
renal 
▪ Testículos → linfoma testicular. O LNH é a causa mais 
comum de massas testiculares em idosos 
▪ Glândulas salivares 
▪ Tireoide 
▪ Ossos da mandíbula → linfoma de Burkitt 
➢ ALTERAÇÕES LABORATORIAIS: 
• Citopenias (Anemia, Leucopenia e Trombocitopenia): 
▪ Leucopenia → é o achado mais associado ao 
comprometimento da medula óssea 
• Hipercalcemia 
• Hiperuricemia → mais comum após o tratamento 
quimioterápico de linfomas altamente agressivos e pode 
levar à síndrome da lise tumoral 
SUBTIPOS PRINCIPAIS 
➢ CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• Divide-se os linfomas não Hodgkin de acordo com o seu 
comportamento 
• Os vários padrões histológicos decorrem da existência de 
vários tipos de linfócitos e seus diversos graus de 
diferenciação e maturação. Dessa forma, cada tipo de LNH 
se origina de um tipo específico de linfócito em um 
determinado estágio de diferenciação de maturação 
• A imunofenotipagem faz a classificação desses linfomas 
➢ LINFOMAS NÃO HODGKIN INDOLENTES: 
• Epidemiologia → sobrevida de anos 
• Linfoma Folicular de Células B: 
▪ Epidemiologia: 
✓ É o mais comum dos indolentes (70%), sendo o 
segundo LNH mais comum 
✓ Mais frequente em mulheres idosas (idade média 
aos 60 anos) 
✓ Geralmente, o diagnóstico é tardio → por isso 
que, em grande parte dos casos, quando se 
diagnostica já há disseminação da doença, 
sobrando apenas o tratamento paliativo para o 
paciente 
✓ Cerca de 2/3 dos pacientes já são diagnosticados 
em estágio III ou IV 
✓ Tratamento paliativo é mais frequente, pois é 
descoberto já tardiamente 
▪ Quadro Clínico: 
✓ Linfadenomegalia insidiosa: 
o Principais: cervicais, supraclaviculares, 
axilares e inguinais 
o É regra nesses linfomas → períodos de 
regressão espontânea intercalados com 
crescimento linfonodal 
✓ Hepatoesplenomegalia difusa (50% dos casos) 
✓ Acometimento da medula óssea (60 a 70% dos 
casos) 
✓ Sintomas B (20% dos casos) 
▪ Esfregaço sanguíneo → células clivadas (centrócitos), 
havendo leucemização, em 30% dos casos 
 
▪ Prognóstico → sobrevida média de 5 a 10 anos 
✓ A terapia não influi muito no prognóstico, sendo 
reservada apenas em poucos casos de doença 
localizada ou presença de sintomas ou 
complicações 
✓ A grande maioria não tem cura e praticamente 
todos morrem do próprio linfoma 
▪ Complicação clássica (após alguns anos de evolução 
da doença) → transformação em um linfoma B 
agressivo (geralmente, um Difuso de grandes células) 
• Linfoma Linfocítico Pequeno: 
▪ É a forma linfomatosa da Leucemia Linfocítica Crônica 
(LLC) → são a mesma doença, porém com formas de 
apresentação diferente, sendo a LLC (surgindo a partir 
de uma leucemia) o mais comum 
▪ Com sua disseminação ocorre o aparecimento de 
hipogamaglobulinemia 
▪ Epidemiologia: 
✓ Idade média do surgimento é de 65 anos 
✓ Como é o linfoma com o comportamento mais 
indolente, o paciente demora a procurar 
atendimento, o que se converte em cerca de 80% 
dos casos já serem diagnosticados em estagio IV 
▪ Quadro Clínico: 
✓ Linfadenopatia generalizada de crescimento 
rápido com ou sem hepatoesplenomegalia 
✓ Sintomas B (< 30% dos casos) 
▪ Diagnóstico → denomina-se LLC quando há: 
✓ Linfocitose > 5000 desde o início do quadro 
▪ Complicações comuns: 
✓ Anemia hemolítica autoimune por IgG 
✓ Trombocitopenia autoimune 
Obs: deve-se diferenciar da anemia e 
trombocitopenia por ocupação medular, por meio 
da resposta ao uso de corticoides 
✓ Síndrome de Richter → é uma grave complicação 
em que há transformação em um linfoma difuso 
de grandes células B 
 
9 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
▪ Prognóstico → sobrevida de meses 
➢ LINFOMAS NÃO HODGKIN AGRESSIVOS: 
• Epidemiologia → sobrevidade meses 
• Linfoma Difuso de Grandes Células B: 
▪ Epidemiologia: 
✓ É o LNH mais comum! 
o 90% dos linfomas não Hodgkin agressivos e 
30% de todos os LNH 
✓ Mais comum em idosos, podendo acometer tanto 
homens quanto mulheres 
✓ Há cura em 40 a 60% dos casos 
✓ Forte tendencia à disseminação 
✓ Geralmente, a sobrevida em 5 anos configura a 
cura do tumor 
✓ Por serem mais agressivos, o paciente logo 
procura o serviço médico, podendo ser 
diagnosticado em estágios iniciais da doença 
▪ Etiopatogenia → tem origem no centroblasto 
▪ Quadro Clínico: 
✓ Quadro clássico → Massa linfonodal de 
crescimento rápido na região cervical ou no 
abdômen 
✓ Acometimento extranodal (40%) → preferência 
pelo TGI (estômago, delgado ou colon) 
✓ Sintomas B (30 – 40%) 
✓ LDH elevado (50% dos casos) 
➢ LINFOMAS NÃO HODGKIN ALTAMENTE AGRESSIVOS: 
• Epidemiologia: 
▪ Sobrevida de semanas 
▪ Cura em 50 a 80% dos casos 
• OBS: Em questões de residência pode vir descrevendo 
presença de grande massa abdominal com quadro clínico 
compatível com semioclusão intestinal 
• Linfoma Linfoblástico Pré-T: 
▪ Epidemiologia: 
✓ Linfoma mais comum em crianças (1º lugar) 
✓ Mais comum no sexo masculino (2:1) 
✓ Cerca de 80% dos casos já são diagnosticados em 
estágio III ou IV 
▪ O linfoma linfoblástico pré-T: 
✓ Às vezes, aparece mais como uma lesão 
mediastinal 
✓ Tem origem no centrócito → células pré-T em 
transformação presentes no timo 
▪ Quadro Clínico: 
✓ Massa mediastinal de crescimento rápido 
associado a complicações compressivas (Ex: 
obstrução traqueal e síndrome da veia cava 
superior, além de derrame pleural e/ou 
pericárdico) - 50 a 70% dos casos 
✓ Massa linfonodal cervical, supraclavicular ou 
axilar (50%) 
✓ Acometimento extranodal (testículo, ossos) 
✓ Sintomas B (50%) 
✓ LDH elevado na maioria dos casos 
• Linfoma de Burkitt: 
▪ Epidemiologia: 
✓ Segundo linfoma mais comum na infância (30%) 
✓ Raro em adultos, exceto em pacientes com HIV, 
onde se torna o segundo linfoma mais comum 
(perde apenas para o linfoma imunoblástico) 
▪ Três formas (etiológico e etiopatogenico): 
✓ Esporádico: 
o Forma mais comum no Brasil 
o Epidemiologia → 11 anos de idade, 
principalmente sexo masculino 
o Geralmente, já se apresenta com 
acometimento extranodal (principalmente 
TGI – massa abdominal, ascite e massa 
palpável) 
✓ Endêmico Africano → associada ao Vírus Epstein-
Barr 
o Epidemiologia: 7 anos, com predomínio no 
sexo masculino 
o Geralmente, o tumor abre quadro com uma 
massa mandibular ou facial na maioria dos 
pacientes 
o Sintomas B são incomuns 
✓ Em pacientes com HIV: 
o Acometimento do TGI e SNC 
o Linfadenopatia 
o Maior frequência de sintomas B 
▪ Comportamento: 
✓ Altamente agressivo, com crescimento tumoral 
muito rápido 
✓ Há acometimento extranodal 
✓ Há chance razoável de cura pela poliquimioterapia 
AVALIAÇÃO E EXAMES INDICADOS PARA O ESTADIAMENTO DO LNH 
➢ HISTÓRIA E EXAME CLÍNICO: 
• Sintomas B → pior prognóstico 
• Risco de infecção pelo HIV 
• Presença de doenças autoimunes 
• Drogas imunossupressoras 
➢ EXAMES DE SANGUE: 
• Hemograma 
• Fosfatase Alcalina 
• Desidrogenase Lática (DHL/LDH) 
• Creatinina 
 
10 LINFOMAS HODGKIN E LINFOMAS NÃO HODGKIN 
Gizelle Felinto 
• Cálcio 
• Albumina 
• Eletroforese de proteínas 
• Beta-2-microglobulina 
• Sorologias para HIV e Hepatites B e C 
➢ OUTROS EXAMES: 
• TC de pescoço, tórax, abdome e pelve → locais de principais 
sítios de acometimento e metástase 
• Aspirado e Biópsia de medula óssea 
• Punção lombar em casos selecionados (Ex.:acometimento de 
testículos, anel de Waldeyer e nasofaringe 
• Endoscopia digestiva alta (em pacientes com sintomas 
gastrointestinais) 
• Avaliação citológica de efusões pleurais e peritoneais 
• Outros: PET-scan, USG e Ressonância, conforme indicação 
TRATAMENTO DOS LNH 
➢ Características Gerais: 
• Linfomas indolentes → tratamento indicado apenas em 
pacientes sintomáticos ou complicações, para alivio dos 
sintomas (paliativo e não curativo!) 
▪ Pois apresentam sobrevida mais longa, não são 
curáveis e, geralmente, são os responsáveis pela 
morte do paciente 
• Linfomas agressivos → o tratamento deve ser feito 
precocemente e de forma intensa, com objetivo de erradicar 
por completo todas as células neoplásicas 
▪ Pois apresentam sobrevida curta na ausência de 
tratamento, sendo este efetivamente capaz de curar 
boa parte dos casos 
➢ LINFOMAS INDOLENTES: 
• Radioterapia Direcionada: 
▪ É capaz de curar o paciente quando diagnosticado em 
fases muito precoces 
• Conduta Expectante (Paliativo) → em quadros muito 
avançados 
▪ Obs: só se indicam terapias específicas para os 
linfomas indolentes em estágio avançado quando 
surgem sintomas decorrentes da doença (Ex: sintomas 
B, linfadenopatia volumosa...) → mesmo se houver boa 
resposta a essa terapia, é quase regra haver recidiva 
em pouco tempo 
 RITUXIMAB 375mg/m2 (IV, 1x/semana por 4 semanas): 
▪ É um anticorpo monoclonal anti-CD20 
▪ Obs: Antes de começar o rituximab é preciso descartar 
infecção pelo vírus da hepatite B, pois seu uso se 
associa à reativação fatal dessa infecção 
▪ Quimioterápicos associados ao Rituximab: 
✓ R-CHOP: 
o Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Vincristina e 
Prednisona 
➢ LINFOMAS AGRESSIVOS → cada subtipo apresenta uma terapia 
específica 
 
HODGKIN x NÃO HODGKIN 
LINFOMA DE HODGKIN LINFOMA NÃO HODGKIN 
Centralizado 
(mediastino) 
Periférico 
(epitroclear/anel de Waldeyer) 
Disseminação por contiguidade Disseminação hematogênica 
Acometimento extranodal é 
raro 
Acometimento extranodal é 
comum 
Prurido e eosinofilia Prurido discreto 
Dor com ingestão alcoólica Mais sintomas B 
Febre de Pel-Ebstein Febre contínua 
Jovens / Bom prognóstico Idosos / Pior prognóstico 
 
TRATAMENTO – PRINCIPAIS PONTOS 
TRATAMENTO DOS LINFOMAS 
➢ DOENÇA LOCALIZADA (ESTÁGIOS I E II): 
• QUIMIOTERAPIA + RADIOTERAPIA 
▪ Radioterapia → pois com uma doença mais localizada 
consegue-se fazer com que se direcione a radioterapia 
para um foco certo, ao contrário dos quadros em que 
a doença é disseminada e, dessa forma, não há como 
irradiar todo o corpo para o tratamento 
➢ DISSEMINADA (ESTÁGIOS III E IV): 
• QUIMIOTERAPIA 
➢ OBS: em provas de residência é mais comum perguntarem de 
forma geral sobre o tratamento, como descrito acima. Porém, é 
importante saber que cada subtipo de linfoma apresenta seu 
tratamento específico e sua indicação de quimioterapia e 
radioterapia 
FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO 
➢ Idade maior que 60 anos 
➢ Desidrogenase Lactica (LDH) elevada → pois fala a favor de uma 
maior carga tumoral 
➢ Presença de Sintomas B 
➢ Doença Extranodal 
➢ ECOG > 2 
ECOG – AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE DO PACIENTE 
0. Paciente assintomático → realiza suas atividades sem 
qualquer limitação 
1. Paciente sintomático → sintomas limitam alguma atividade 
do seu dia a dia 
2. Paciente passa menos de 50% do tempo do dia 
acamado/sentado 
3. Paciente passa mais de 50% do tempo do dia 
acamado/sentado 
4. Paciente Moribundo → passa o dia todo acamado 
5. Morto

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