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25/03/2022
1
TIPOLOGIA TEXTUAL
Sidney Martins
Língua Portuguesa
Tipos Textuais x Gêneros Textuais
Há 2 formas diferentes de classificar os textos, as quais são cobradas nos
concursos públicos:
-Tipologia textual: classificação segundo as sequências de informações do texto,
considerando características internas;
-Gêneros textuais: classificação segundo a relação entre a função do texto na
sociedade e as características internas desse texto.
Gêneros textuais 
Em sociedade, escrevemos textos para entreter, informar, ensinar, convencer... o
interlocutor. Trata-se da intencionalidade discursiva.
Romances são escritos para entreter; receitas, para ensinar; artigos de opinião,
para convencer; notícias, para informar...
Cada um desses gêneros têm características próprias, para atender sua função.
Dependendo do gênero e de sua função, certas sequências de informação serão
predominantes, às quais chamamos tipos ou modos textuais.
Gêneros Tipos textuais
Notícia Narrativo, Descritivo
Receita culinária Injuntivo
Entrevista Dialogal, Narrativo/Dissertativo
Bula de remédio Injuntivo, Descritivo
Reportagem Narrativo, Dissertativo
Tipo narrativo 
Exemplo: Conta a lenda que um velho funcionário público de Veneza noite e dia,
dia e noite rezava e implorava para o seu Santo que o fizesse ganhar sozinho na
loteria cujo valor do prêmio o faria realizar todos seus desejos e vontades. Assim
passavam os dias, as semanas, os meses e anos. E nada acontecia. Até que no
dia do Santo, de tanto que seu fiel devoto chorava e implorava, o Santo surgiu do
nada e numa voz de desespero e raiva gritou:
Pelo menos, meu filho, compra o bilhete!!!
Tipo narrativo 
● Sequência de ações ao longo do tempo
● Presença de narrador, personagem, tempo, espaço, enredo e clímax;
● Predominância de verbos de ação;
● Presença de progressão temporal;
● Predominância do presente e do pretérito perfeito.
25/03/2022
2
Observação 1: Categorias de narrador (foco narrativo):
1.Narrador personagem – narração em 1ª pessoa
Exemplo: Ontem, acordei cedo, tomei café e fui pedalar. No entanto, devido à
chuva, logo voltei para casa.
2. Narrador observador – narração em 3ª pessoa
Exemplo:
Maria acordou cedo, tomou café e foi pedalar. No entanto, devido à chuva, logo
voltou para casa.
3. Narrador onisciente (questionável!) – narração em 3ª pessoa, com
comentários sobre o passado e o futuro da narrativa, além de análises dos
pensamentos das personagens.
Exemplo:
Maria acordou cedo, tomou café e foi logo pedalar. Mas não, no final da história,
Maria não terá um dia tranquilo assim. Em vez disso, Maria encontrará uma série
de problemas e perigos em seu caminho.
Observação 2: O texto narrativo é um texto polifônico, em que as diferentes
falas são apresentadas em discursos.
1.Discurso direto: a fala da personagem é apresentada de forma direta, sem
paráfrases do narrador.
Exemplo:
Maria disse:
- Ontem choveu muito na região sul.
2. Discurso indireto: o narrador reconta a fala da personagem com suas
próprias palavras.
Exemplos:
Maria disse que, no dia anterior, chovera muito na região Sul.
Alterações gramaticais na mudança de discurso: noções de tempo e pessoa
Exemplo:
DISCURSO DIRETO
Pedro afirmou:
- Amanhã, irei para minha casa.
DISCURSO INDIRETO
Pedro afirmou que, no dia seguinte, iria para sua casa.
25/03/2022
3
Tabela de correspondência de tempos verbais 
Discurso direto Discurso indireto
Presente Pretérito imperfeito
Eu amo o RJ. Maria disse que amava o RJ.
Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito
Eu fui à praia. Maria disse que fora à praia.
Futuro do presente Futuro do pretérito
Eu irei à praia. Maria disse que iria à praia.
Presente do Pretérito imperfeito
subjuntivo do subjuntivo
Talvez eu durma. Maria disse que talvez dormisse.
3. Discurso indireto livre: mistura entre fala de narrador e personagem,
geralmente associada a fluxos de consciência
Exemplo: Maria caminhava na rua distraidamente, quando tropeçou em uma
pedra. Ai, meu pé, que falta de atenção! Maria seguiu irritada consigo mesma,
prometendo-se olhar o chão com mais cuidado.
Tipo descritivo 
Exemplo: “A árvore é grande, com tronco grosso e galhos longos”. É cheia de
cores, pois tem o marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de
passarinhos. O rio espesso com suas águas barrentas desliza lento por entre
pedras polidas pelos ventos e gastas pelo tempo.
Tipo descritivo
● Sequência de características de um ser;
● Predominância de adjetivos e substantivos;
● Ausência de progressão temporal;
● Presença de verbos que não indicam ação;
● Predominância do presente e do pretérito imperfeito
Tipo injuntivo 
Exemplo: (...) Pegue a tábua e lixe horizontalmente, até que a tinta se solte por
completo. Depois, passe a primeira camada de verniz. Espere secar por duas
horas. Repita o processo. Depois, utilize um prego para fazer pequenos furos na
madeira, onde você deve acrescentar as bolinhas de algodão. (...)
Tipo injuntivo
● Sequências de comandos ou instruções;
● Predominância do imperativo;
● Uso constante de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como
“dever”, “ter que”, “precisar” etc.;
● Predominância da coordenação.
25/03/2022
4
Tipo dialogal 
Exemplo: VIOLETA – (Em tom ameaçador) Atende Pedro, aposto que é aquela
sujeitinha pra quem você deu seu telefone.
PEDRO – Você está ficando louca? (Virando-se de costas mudando o semblante
raivoso)
Eu nunca daria meu telefone para outra mulher que não fosse você, meu amor.
VIOLETA – (Apaixonadamente) Jura Pedro? (Voltando para a raiva inicial) Quem
sabe eu esteja mesmo louca, (Sarcástica) não é querido?
Tipo dialogal 
Sequência de falas alternadas;
Ausência de narrador;
Presença de rubrica;
Identificação do personagem antes da fala.
Tipo expositivo
Exemplo: Fotossíntese é um processo fisioquímico realizado pelos vegetais
clorofilados. Estes seres sintetizam dióxido de carbono e água, obtendo glicose,
celulose e amido através de energia luminosa. 12H2O + 6CO2 → 6O2 + 6H2O +
C6H12O6.
Este é um processo do anabolismo, em que a planta acumula energia a partir da
luz para uso no seu metabolismo, formando adenosina tri-fosfato, o ATP.
Tipo expositivo 
Sequência de informações neutras;
Objetivo central: informar;
Predominância de verbos no presente;
Predominância da 3ª pessoa
Tipo argumentativo 
Exemplos: “No meu ponto de vista, a pena de morte é negativa, e por isso não
deve ser legalizada. Afinal, que direito temos nós de tirar a vida de alguém?
Talvez até a culpa última do seu comportamento seja a própria sociedade, uma
vez que cada pessoa é sempre o produto da educação que teve e foi moldada
pelo ambiente sociocultural em que cresceu”.
Tipo argumentativo 
Sequência de argumentos para defender um posicionamento;
Presença de conectivos de causa-consequência;
Marcas de subjetividade e expressão de opinião.
25/03/2022
5
QUESTÕES DE 
PROVA
OLHOS DE RESSACA
Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera para eles, “olhos de cigana
oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia,
e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei de extraordinário; a cor e
a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhes
deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais
de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo
que entrassem a ficar crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o
que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca?
Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que
fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga
que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me
às outras partesvizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos
ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía vinha crescendo,
cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me, tragar-me. (Machado de
Assis. Olhos de ressaca. In: Dom Casmurro)
1. No texto, o ponto de vista do narrador classifica-se como:
A)1ª pessoa – narrador personagem
B)1ª pessoa – narrador onisciente
C) 3ª pessoa – narrador onisciente
D) 3ª pessoa – narrador neutro
E) 3ª pessoa – narrador personagem
2. No segundo parágrafo predomina o modo de organização textual:
A) narrativo
B) descritivo
C) dissertativo
D) argumentativo
E) dissertativo-argumentativo
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas
propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos
um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com
uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e
uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um
macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um
para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade,
porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.
(Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017.)
3. O texto é essencialmente descritivo, pois detalha lembranças acerca das
viagens de férias que a personagem e sua família faziam com frequência durante a
sua infância.
( ) CERTO ( ) ERRADO
25/03/2022
6
E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele mesmo, títere voluntário e
consciente, como entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de
suas articulações e de seus reflexos quando achava nisso conveniência. Também ele
soubera apoderar-se dessa arte, mais artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de
expectativa e oportunidade, de insolência e submissão, de silêncios e rompantes, de
anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata para o momento preciso, a frase
picante ou obscena no ambiente adequado, o tom humilde diante do superior útil, o
grosseiro diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o podia prejudicar.
Sabia desfazer situações equívocas, e armar intrigas das quais se saía sempre bem, e
sabia, por experiência própria, que a fortuna se ganha com uma frase, num dado
momento, que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige um estado de alerta
para a sua apropriação.
RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro: GRD, 1963 (fragmento).
4. No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do personagem no manejo de
discursos diferentes segundo a posição do interlocutor na sociedade. A crítica à
conduta do personagem está centrada na imagem do títere ou fantoche em que o
personagem acaba por se transformar, acreditando dominar os jogos de poder na
linguagem.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Leia o trecho abaixo:
"A ciência mais imperativa e predominante sobre tudo é a ciência política, pois
esta determina quais são as demais ciências que devem ser estudadas na
pólis. Nessa medida, a ciência política inclui a finalidade das demais, e, então,
essa finalidade deve ser o bem do homem."
(Aristóteles. Adaptado)
5. O gênero textual utilizado pelo autor é texto de opinião.
( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO:
1A
2B
3E
4C
5E
Interpretação de Textos
Sidney Martins
Língua Portuguesa
Embora as palavras compreensão e interpretação sejam tratadas
pela maioria das bancas como sinônimas e utilizadas
indistintamente, têm sentidos diferentes.
Compreensão Interpretação
• É um processo subjetivo, em que o leitor 
forma um entendimento com base no texto, 
mas que não esteja necessariamente escrito 
nele.
• É um processo de dedução e inferência 
textual.
• É a análise objetiva das informações que 
estão no texto.
• Não há margem para subjetividade ou 
dedução.
• O leitor deve se resumir ao que está escrito.
Compreensão e interpretação de texto
Como saber se uma questão explora a compreensão ou a interpretação textual?
Há uma série de expressões utilizadas nos enunciados das questões que nos ajudam a
entender a tarefa interpretativa de forma ampla. Veja:
Compreensão Interpretação
• Diante do que foi exposto, podemos
concluir que …
• Infere-se do texto que …
• O texto possibilita deduzir que …
• A partir do que foi exposto no texto,
podemos inferir que ...
• Conclui-se que ...
• Segundo o texto…
• Segundo o autor ...
• O texto informa que…
• No texto…
• O autor informa que…
• De acordo com o texto…
• Com base no texto ...
Compreensão e interpretação de texto
25/03/2022
7
Principais erros de compreensão ou 
interpretação textual
Vícios de interpretação Texto dissertativo
Consiste em acrescentar informações que não estão no 
texto. Dentre os vícios de interpretação, a extrapolação, 
por ser sutil, em muitas circunstâncias, é o mais difícil de 
ser identificado.
Extrapolação
Consiste em reduzir o alcance de informações presentes 
no texto.
Redução
Acontece quando o leitor entende as ideias expressas ou 
dedutíveis do texto ao contrário.
Contradição
O jeitinho brasileiro e o homem cordial
O jeitinho caracteriza-se como ferramenta típica de indivíduos de pouca
influência social. Em nada se relaciona com um sentimento revolucionário, pois aqui não
há o ânimo de se mudar o status quo. O que se busca é obter um rápido favor para si, às
escondidas e sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também definido como
"molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar bem" em uma situação "apertada".
Sérgio Buarque de Holanda, em O Homem Cordial, fala sobre o brasileiro e
uma característica presente no seu modo de ser: a cordialidade. Porém, cordial, ao
contrário do que muitas pessoas pensam, vem da palavra latina cor, cordis, que significa
coração. Portanto, o homem cordial não é uma pessoa gentil, mas aquele que age movido
pela emoção no lugar da razão, não vê distinção entre o privado e o público, detesta
formalidades, põe de lado a ética e a civilidade.
Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído a um suposto
caráter emocional do brasileiro, descrito como “o homem cordial” pelo
antropólogo. No livro Raízes do Brasil, esse autor afirma que o indivíduo brasileiro
teria desenvolvido uma histórica propensão à informalidade. Deve-se isso ao fato
de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e
unilateral, não havendo diálogo entre governantes e governados, mas apenas a
imposição de uma lei e de uma ordem consideradas artificiais, quando não
inconvenientes aos interesses das elites políticas e econômicas de então. Daí a
grande tendência fratricida observada na época do Brasil Império, que é bem
ilustrada pelos episódios conhecidos como Guerra dos Farrapos e Confederação
do Equador.
Na vida cotidiana, tornava-se comum ignorar as leis em favor das
amizades. Desmoralizadas, incapazes de se impor, as leis não tinham tanto
valor quanto, por exemplo, a palavra de um “bom” amigo. Além disso, o fato de
afastar as leis e seus castigos típicos era uma prova de boa-vontade e um gesto
de confiança, o que favorecia boas relações de comércio e tráfico de influência.
De acordo com testemunhos de comerciantes holandeses, era impossível fazer
negócio com um brasileiro antes de fazer amizade com ele. Um adágio da época
dizia que “aos inimigos, as leis; aos amigos, tudo”. A informalidade era – e ainda
é – uma forma de se preservar o indivíduo.
Sérgio Buarque avisa, no entanto, que esta "cordialidade" não deve ser
entendida como caráter pacífico. O brasileiro é capaz de guerrear e até mesmo
destruir; no entanto, suas razões animosas serão sempre cordiais, ou seja,
emocionais.
1. De acordo com o texto, é incorreto afirmar que:
a) o jeitinho brasileiro é um comportamento típico de indivíduos de pouca
influência social e avessos a formalidades.
b) a instituição do jeitinho tem origem, segundo os antropólogos, no
comprovado caráter emocional do brasileiro.
c) a imposição de leis ede ordens tidas como artificiais pode explicar a
propensão do brasileiro para driblar normas.
d) na sociedade colonial, era comum observar que o brasileiro tendia a valorizar
a amizade em detrimento da própria lei.
e) o indivíduo que utiliza a ferramenta do jeitinho age por emoção, ignorando os
limites entre as esferas pública e privada.
2. Com relação à estruturação do texto e dos parágrafos, analise as afirmativas
a seguir:
I. O segundo parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem etimológica de
jeitinho.
II. O quarto parágrafo apresenta um fato que busca explicar a disposição para a
informalidade nas relações comerciais.
III. O quinto parágrafo esclarece as diferenças entre as noções de cordialidade e
passividade, que não são sinônimas.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I está correta.
b) se somente a afirmativa II está correta.
c) se somente a afirmativa III está correta.
d) se somente as afirmativas II e III estão corretas.
e) se todas as afirmativas estão corretas.
25/03/2022
8
3. Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido 
concebidas de forma coercitiva e unilateral.
Tem significação oposta à do termo sublinhado o vocábulo:
a) licenciosa.
b) tirana.
c) normativa.
d) proibitiva.
e) repressora.
Borboletas
Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o
risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas
expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as delas.
Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar
com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque
gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem
metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e
vida.
Com o tempo, você vai percebendo que, para ser feliz com a outra
pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe
também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não
quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua
vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente,
a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para
que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava
procurando, mas quem estava procurando por você!
4. Segundo o Texto, a relação afetiva deve caracterizar-se, 
fundamentalmente, pela(o)
(A) busca
(B) carência
(C) compartilhamento
(D) indiferença
(E) insistência
5. Segundo as ideias do Texto, projetar no outro nossas ansiedades 
torna-nos:
(A) condescendentes para com os outros
(B) vulneráveis a possíveis insucessos
(C) seguros quanto à consecução do objetivo
(D) indiferentes a quaisquer consequências
(E) mais resistentes aos obstáculos
6. Segundo as ideias do Texto, a felicidade de duas pessoas marca-se 
pelo (a): 
(A) dedicação incondicional de uma delas à outra
(B) desnecessidade existente em ambas
(C) capacidade de uma controlar a relação
(D) submissão de uma à outra
(E) empenho mútuo de uma subjugar a outra
25/03/2022
9
Elas vão puxar os salários para baixo
Empresas vão sair no lucro e as mulheres terão benefícios. Mas os homens
jovens precisam se preocupar.
Por que as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens no
mercado de trabalho? Elas têm. Apenas ganham menos que os homens. Ainda. Os
salários femininos estão 35% abaixo da média dos masculinos para funções equivalentes.
Mas não é um fenômeno brasileiro. Na Alemanha e na Inglaterra, a disparidade salarial
chega aos 25%. A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas a
evolução da situação. Em 1970, só 18% das brasileiras estavam no mercado de trabalho.
Hoje, esse número está perto de 50% e bate os 55% na Grande São Paulo. Nas
faculdades, há mais mulheres matriculadas que homens. E um professor de uma
universidade paulistana me forneceu um dado revelador: em média, os homens faltam a
17% das aulas. As mulheres, a 4%.
Algo me diz que, aos poucos, as mulheres ocuparão cargos
mais altos e os salários vão se igualar, embora não do jeito que
gostaríamos. Como elas serão maioria no mercado de trabalho e
continuarão aceitando salários menores, puxarão para baixo os
salários masculinos de admissão. Isso será bom para as empresas,
porque o custo da mão de obra cairá. Será relativamente bom para as
mulheres, porque o salário delas subirá. Ao contrário do que a situação
presente parece mostrar, os jovens do sexo masculino é que deveriam
estar mais preocupados. (Disponível em: revistaepoca.globo.com)
7. A palavra do texto que sugere que as mulheres terão, no futuro, seus
salários equiparados aos dos homens é:
A) “oportunidades”
B) “mercado”
C) “menos
D) “Ainda”
E) “média”
8. “A situação muda quando avaliamos não dados estatísticos, mas
a evolução da situação.” No texto, a frase acima se torna incoerente
porque:
A) o autor acaba por não analisar a “evolução da situação”.
B) a análise da “evolução da situação” também implica analisar
dados estatísticos.
C) a análise da “evolução da situação” revela uma situação
extremamente desfavorável para as mulheres.
D) em São Paulo, há mais mulheres do que homens na universidade.
E) os dados mostram que as mulheres são alunas mais assíduas.
A morte e a morte do poeta
Ao ler o seu necrológio no jornal outro dia, o pianista Marcos
Resende primeiro tratou de verificar que estava vivo, bem vivo. Em
seguida gravou uma mensagem na sua secretária eletrônica: “Hoje é
27 e eu não morri. Não posso atender porque estou na outra linha
dando a mesma explicação”. Quando li esta nota, me lembrei de como
tudo neste mundo caminha cada vez mais depressa. Em 1862,
chegou aqui a notícia da morte de Gonçalves Dias.
O poeta estava a bordo do Grand Condé havia cinquenta e
cinco dias. O brigue chegou a Marselha com um morto a bordo.
À falta de lazareto, o navio estava obrigado à caceteação da
quarentena. Gonçalves Dias tinha ido se tratar na Europa e logo se
concluiu que era ele o morto. A notícia chegou ao Instituto Histórico
durante uma sessão presidida por d. Pedro II. Suspensa a sessão,
começaram as homenagens ao que era tido e havido como o maior poeta
do Brasil. Suspeitar que podia ser mentira? Impossível. O imperador, em
pleno Instituto Histórico, só podia ser verdade. Ofícios fúnebres solenes
foram celebrados na Corte e na província. Vinte e cinco nênias saíram
publicadas de estalo. Joaquim Serra, Juvenal Galeno e Bernardo
Guimarães debulharam lágrimas de esguicho, quentes e sinceras. O
grande poeta! O grande amigo! Que trágica perda!
25/03/2022
10
As comunicações se arrastavam a passo de cágado. Mal se começava a
aliviar o luto fechado, dois meses depois chegou o desmentido: morreu, uma
vírgula! Vivinho da silva. A carta vinha escrita pela mão do próprio poeta: “É
mentira! Não morri, nem morro, nem hei de morrer nunca mais!” Entre
exclamações, citou Horácio: “Não morrerei de todo.” Todavia, morreu, claro. E
morreu num naufrágio, vejam a coincidência. Em 1864, trancado na sua cabine do
Ville de Boulogne, à vista da costa do Maranhão. Seu corpo não foi encontrado.
Terá sido devorado pelos tubarões. Mas o poeta, este de fato não morreu.
(Adaptado de: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia das
Letras, 2011, p.107-8)
9. No texto, o autor contrapõe fundamentalmente
A) as boas condições do porto de Marselha, em território francês, às
péssimas condições do porto brasileiro localizado no Maranhão, perto do
qual o navio Ville de Boulogne acabou por naufragar.
B) a demora com que a notícia da suposta morte de Gonçalves Dias, no
século XIX, pôde ser contestada pelo poeta à rapidez com que o pianista
Marcos Resende, contemporâneo do cronista, pôde contestar a própria
morte.
C) a comoção com que foi recebida a notícia da suposta morte do poeta
Gonçalves Dias à indiferença com que se recebeu a notícia da morte do
pianista Marcos Resende, buscando-se esclarecê-la com um simples
telefonema.D) a resistência do navio Grand Condé, onde Gonçalves
Dias pôde permanecer em segurança por mais de
cinquenta dias, à fragilidade do Ville de Boulogne, que
levou pouco tempo para naufragar na costa do
Maranhão.
E) a banalização das notícias em seu próprio tempo,
mesmo as mais trágicas, à solenidade com que eram
dadas no século XIX, muitas vezes em sessões no
Instituto Histórico, com a eventual presença do próprio
Imperador.
10. De acordo com o texto, a falsa notícia da morte de Gonçalves
Dias teria se originado de uma conjunção de acontecimentos que
incluem:
A) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a
impossibilidade dos passageiros do navio cumprirem o período de
quarentena em terra e a motivação da viagem do poeta para a Europa.
B) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a motivação da viagem
do poeta para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o
porto de Marselha.
C) a impossibilidade dos passageiros do navio cumprirem o período de
quarentena em terra, a presença do Imperador no Instituto Histórico e as
homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
D) a morte de um passageiro no navio em que ele viajava, a motivação da
viagem do poeta para a Europa e as falhas de comunicação entre o navio e o
porto de Marselha.
E) a inexistência de lazareto no Grand Condé, a morte de um passageiro no
navio e as homenagens feitas no Brasil ao grande poeta.
25/03/2022
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