Prévia do material em texto
FISIOLOGIA RENAL E DOENÇA RENAL CRONICA (DRC) DIETOTERAPIA 2 PROF. SABRINA B. A. FARIA Funções: Filtração do sangue; Regulação do líquido extracelular, eliminando-o para que o volume normalize, e da pressão sanguínea; Regulação da osmolalidade: controlando a concentração de eletrólitos e solutos; Manutenção do equilíbrio iônico: mantendo a concentração adequada dos íons; Regulação do pH: controlando a acidez do plasma. Funções: Excreção de subprodutos metabólicos que possam ser tóxicos para o organismo; Produzem e secretam alguns hormônios, como a eritropoetina, que atua regulando a produção de glóbulos vermelhos, e a renina, que atua na regulação da pressão sanguínea a partir do sistema renina – angiotensina II – aldosterona. A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome lenta, silenciosa, irreversível e progressiva da função renal. O manejo nutricional permanece entre as intervenções mais importantes para retardar a progressão da DRC DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) DRC X HIPERFOSFATEMIA VASCONCELOS et al., 2021. VASCONCELOS et al., 2021. VASCONCELOS et al., 2021. VASCONCELOS et al., 2021. A dieta Mediterrânea caracteriza-se por ser rica em frutas, hortaliças, cereais integrais, incluindo, grãos e leguminosas, azeite de oliva (rica em gordura monoinsaturada), consumo de peixes, oleaginosas, além da ingestão moderada de vinho. Esta dieta está associada a uma menor incidência de DRC e à diminuição das complicações, entre elas se destacam: acidose metabólica e redução das toxinas urêmicas (Kammoun, et al., 2017; Kim et al.,2019). DIETA E DRC Plant based é definida como o consumo de frutas, vegetais, nozes, sementes, óleos (azeite de oliva) rica em gordura monoinsaturadas, grãos integrais, legumes e leguminosas, com redução moderada do consumo de carne e laticínios - 2 a 3 vezes por semana(Cases et al., 2019). DIETA E DRC A dieta DASH, enfatiza o consumo também de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura (desnatado e semi-desnatado), inclusão de cereais integrais, frango, peixe e oleaginosas. A mesma ainda preconiza a redução do consumo de carne vermelha, doces e bebidas açucaradas, sendo, dessa forma, rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gorduras total e saturada. DIETA E DRC As fibras, ômega 6, potássio, magnésio, cálcio, vitamina E, vitamina C e carotenóides, podem contribuir na diminuição da proteinúria, retardo da TFG, melhora na acidose metabólica, e prevenção a hipercalemia (Rysz et al., 2017; Sparks, 2017). NUTRIENTES A restrição da dieta rica em vegetais, grãos, frutas e fibras, ocorria por causa do potássio sérico, que desencadearia a hipercalemia, geralmente acima de 5,5 mmol/L (mEq/L)- sintomas de convulsão, palpitação, fraqueza muscular, e até mesmo, óbito. Mas, com o surgimento de alguns estudos, essa percepção se torna errônea, dado que potássio dietético não foi associado ao potássio sérico ou hipercalemia, em muitos pacientes em hemodiálise (Ramos et al., 2020). PODE ATÉ FAVORECER A PREVENÇÃO: A DIETA RICA EM FIBRAS AUMENTA O TRÂNSITO INTESTINAL - MAIOR ELIMINAÇÃO DO POTÁSSIO DIMINUINDO A HIPERCALEMIA (LETOURNEAU ET AL., 2020). DIRETRIZ 2021 A recomendação de energia é de 25-35 kcal/kg/dia para pacientes metabolicamente estáveis, baseado na idade, sexo, atividade física, estado nutricional, estágio da DRC, e comorbidades associadas. O consenso concluiu que o gasto energético, medido por CI, é semelhante ou menor em pacientes com DRC do que em indivíduos saudáveis e, para obesidade, a recomendação de 35 kcal/kg/dia pode superestimar o gasto energético. As equações de Harris & Benedict e Schofield, parecem superestimar as necessidades. O KDOQI/Academy 2016, recomenda 25-35 kcal/kg/dia. A recomendação de proteínas para adultos com DRC 3- 5 é de 0,6-0,8 g/kg/dia, com aporte energético adequado. Para adultos com DRC G5D, em HD ou DP, a recomendação proteica é de 1,2 g/kg/dia, com ingestão energética adequada. Para pacientes com DRC G3-5, há dois princípios fisiológicos que embasam controle na ingestão proteica: 1) redução de acúmulo de toxinas urêmicas, que pode evitar sinais clínicos e retardar o início de diálise; 2) redução de hiperfiltração renal, que pode retardar a queda da TFG. O KDOQI/ Academy recomenda 0,55-0,60 g/kg de peso/dia ou metade desta quantidade, com suplementação de cetoanálogos. Porém, para pacientes com diabetes, que apresentam risco mais alto de desnutrição, recomenda 0,6-0,8 g/kg de peso por dia. Portanto, para contemplar as necessidades, inclusive de risco de desnutrição e presença de diabetes, pode ser recomendada a variação de 0,6-0,8 g/kg de peso, para pacientes com DRC G3-5. Para indivíduos hipercatabólicos, com internação hospitalar recente, doenças infecciosas ou inflamatórias ativas, neoplasias e perda de peso recente significativa, a restrição proteica não é recomendada, pois está associada a altas taxas de hospitalização, e risco de mortalidade. Para pacientes com DRC G5D, há perdas de aminoácidos e proteínas durante procedimentos dialíticos, dificuldades de síntese de novas proteínas e hipercatabolismo proteico muscular, devido a acidose metabólica, processos inflamatórios, e outros fatores. Portanto, a necessidade proteica é maior - é de 1,2 g/kg de peso por dia para pacientes em HD, inclusive para diabeticos. Porém, a necessidade pode ser mais elevada, dependendo do nível de estresse, e de alterações metabólicas. A dieta com, aproximadamente, 0,3-0,4 g/kg/dia de proteína suplementada com cetoanálogos, ou aminoácidos essenciais, para pacientes com DRC G4-5 diminui o risco de falência renal, reduz proteinúria, e pode ter efeitos benéficos sobre complicações metabólicas. MICRONUTRIENTES-FÓSFORO, POTÁSSIO E SÓDIO Para pacientes adultos com DRC G3-5D, a ingestão alimentar de fósforo deve ser ajustada para manter os níveis séricos do mineral dentro da normalidade. Restrição deve ser indicada na presença de hiperfosfatemia persistente e progressiva, e após a avaliação, também, de níveis séricos de cálcio e PTH. A ingestão alimentar de potássio, deve ser ajustada para manter seus níveis séricos dentro da normalidade. A ingestão alimentar de sódio é recomendada em <2,3 g/dia, em conjunto com intervenções farmacológicas aplicáveis. A sede ocorre, geralmente, após a sessão de HD, e segue por horas após, devido à perda de água e sódio, durante o procedimento. Além do controle na ingestão de sódio e líquido, outra estratégia para controle do GPID, é a seleção de dialisato, com concentração mais baixa de sódio. SEDE X HEMODIALISE GANHO DE PESO INTERDIALÍTICO Em deficiência/ insuficiência de 25 (OH) vitamina D, a suplementação é recomendada na forma de colecalciferol ou ergocalciferol. Vitaminas lipossoluveis, como A e E, não têm indicação de suplementação rotineira, devido ao risco de toxicidade. Pacientes que recebem medicamentos anticoagulantes, que inibem a atividade da vitamina K (por exemplo, varfarina), não têm indicação de suplementação desta vitamina. SUPLEMENTAÇÃO?? A recomendação de energia para gestantes com DRC G1-5 é de 35 kcal/kg/dia, com uso do peso pré- gestacional. Devem ser acrescentadas 85 kcal/dia, no primeiro, 275 kcal/dia, no segundo, e 475 kcal/dia, no terceiro trimestre de gestação. Para gestantes com DRC G5 em HD, a recomendação é de 25-35 kcal/kg/dia, e em DP, é de 25 kcal/kg/dia. GESTAÇÃO E DRC A recomendação de proteína para gestantes com DRC G1- 2- 0,8 a 1,0 g/kgpc. Para DRC G3-4, a recomendação é de 0,6-0,8 g/kg/dia, com 6-10 g adicionais aminoácidos ou cetoanálogos. Para pacientes com DRC 5D, a recomendação é de 1,2 g/kg/dia, para HD, e 1,4 g/kg/dia, para DP. A recomendação de energia é de 25-35 kcal/kg/dia, e a de proteínas para aqueles com DRC G3-G5- é de 0,6-0,8 g/ kg/dia. A dieta muito baixa em proteína (0,3 g/kg/ dia), associada à suplementação com cetoanálogos, parece segura. A recomendação proteica para idosos com DRC G5D, em HD ou DP,é de 1,2-1,5 g/kg/dia. IDOSO E DRC A recomendação de energia e nutrientes depende do período do TR. A recomendação média de energia é de 25-35 kcal/kg/dia. No TR imediato e em caso de rejeição aguda, a recomendação de proteínas é de 1,3- 1,5 g/kg de peso atual ou ideal. No pós-TR tardio, a recomendação é em torno de 0,8 g/kg/dia. A restrição de 0,6 g/kg/dia pode ser considerada em caso de rejeição crônica. TRANSPLANTE RENAL Em caso de risco ou presença de obesidade, a recomendação é de 20-25 kcal/ kg/dia, com exercício físico regular concomitante. OBESIDADE E DRC DIÁLISE ⚫Metabolismo do CHO - DRC: . ↓ tolerância à glicose = ↑ resistência a ação da insulina . Hiperglicemia pós-prandial frequente . ↑ glucagon sérico ⚫Metabolismo lipídico – DRC: . ↑ VLDL, ↑ colesterol total, ↑ LDL, ↑ TG e ↓ HDL . ↑ ácidos graxos saturados com ↓ ↓ ácido linoleico . Hiperinsulinemia → ↑ síntese hepática de VLDL → hipertrigliceridemia . Resistência periférica a insulina → inibe a lipase lipoproteica → ↑ TG . ↓ [lipase lipoproteica] na superficie endotelial de tecidos extra-hepáticos . ↓ apolipoproteina CII →componente de HDL/cofator da ativação da lipase . PERFIL ATEROESCLERÓTICO PANORAMA GERAL DO PACIENTE COM DRC ⚫Metabolismo protéico – DRC . Séricas: - ↓ albumina, ↓ [AA essenciais] AA] ↑؞ semi-essenciais] - ↓ histidina, ↓ triptofano, ↓ valina, ↓ tirosina - ↑ cistina, ↑ citrolina, ↑ hidroxiprolina, ↑ metilhistidina - ↓ razões: tirosina/fenilalanina e serina/glicina - ↓ fenilalanina hidrolase renal e hepática → ↓ tirosina - ↓ absorção de triptofano . Muscular: - ↓ AA essenciais, ↓ histidina, ↓ tirosina e ↓ treonina - ↓ leucina intracelular PANORAMA GERAL DO PACIENTE COM DRC ⚫Metabolismo – Vitaminas e minerais – DRC: . ↓ ferro, ↓ ácido fólico, ↓ zinco . ↓ vitaminas B12, B6, C, K, E, D . VitA = hepatóxica . ↓ imunomoduladores . ↓ anti-oxidantes PANORAMA GERAL DO PACIENTE COM DRC Monócito O monócito é percursor de macrófago, seus valores altos indicam inflamação ou infecção. O aumento no número de monócitos, também chamado de monocitose, normalmente é indicativo de inflamação e infecções crônicas. A monocitose, normalmente, não causa sintomas. Os valores de referência podem variar de acordo com o laboratório, mas, normalmente corresponde a 2 a 10% do total de leucócitos ou entre 300 e 900 monócitos por mm³ de sangue. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC creatinina é produto daA da fosfocreatina (creatina um degradação fosforilada) no músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo — taxa diretamente proporcional à massa muscular do individuo: quanto maior a massa muscular, maior a taxa. Através da medida da creatinina do sangue, do volume urinário das 24H e da creatinina urinária é possível calcular a TFG, que é um parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função renal. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC Creatinina Valores de referência: Homens: 0,7 a 1,3 mg/dL Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dL Ureia Tóxica, a ureia forma-se principalmente no fígado, sendo filtrada pelos rins e eliminada na urina ou pelo suor, onde é encontrada abundantemente; constitui o principal produto terminal do metabolismo proteico no ser humano. O exame de ureia é usado principalmente para avaliar a função dos rins. Atualmente, tem sua maior utilidade em pacientes renais crônicos. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC Valores de referência: 10 a 50 mg/dL Potássio O potássio é um mineral essencial para o bom funcionamento do sistema nervoso, muscular, cardíaco e para o equilíbrio do pH no sangue. Os níveis de potássio alterados no sangue podem causar diversos problemas de saúde como cansaço, arritmias cardíacas e desmaios. Na insuficiência renal, o potássio se acumula no sangue e conduz a perturbações da atividade muscular, podendo em casos extremos provocar parada cardíaca. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC Valores de referência: 3,5 mEq/L a 5,5 mEq/L Sódio Hipernatremia é a concentração sérica de sódio > 145 mEq/L. Implica déficit do total de água corporal em relação ao total de sódio corporal. O principal sintoma é sede; outras manifestações clínicas são primariamente neurológicas (em decorrência de desvio osmótico de água para fora das células), incluindo confusão, excitabilidade neuromuscular, convulsões e coma. Normalmente, a hipernatremia resulta da desidratação. A desidratação além de ser causada por distúrbios renais,pode ser diabetes, que também faz com que as pessoas urinem quantidades excessivas, e é devido a secreção ou ação inadequada, ou ineficaz da vasopressina. Os distúrbios da glândula adrenal podem causar hipernatremia leve, sem desidratação. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC Valores de referência: 136 mEq/L a 145 mEq/L Proteína C-Reativa - PCR Proteína c-reativa é uma proteína plasmática reagente de fase aguda produzida pelo fígado. É um indicador extremamente sensível de inflamação. A PCR é sintetizada pelo fígado, em resposta a fatores liberados por macrófagos, e células de gordura (adipócitos). A PCR liga-se à fosfocolina expressa na superfície de células mortas ou em processo de morte celular, e algumas bactérias. Isso ativa o sistema do complemento, promovendo a fagocitose por macrófagos, que limpa as células necróticas, apoptóticas e, as bactérias. INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC INTERPRETAÇÃO DE EXAME DE SANGUE PACIENTE COM DRC Proteína C-Reativa - PCR Esta resposta de fase aguda ocorre como resultado de um aumento na concentração de IL-6, que é produzido por macrófagos, bem como adipócitos em resposta a uma ampla gama de condições inflamatórias agudas e crônicas, como bactérias, infecções virais ou fúngicas; doenças reumáticas e outras doenças inflamatórias; malignidade; lesão tecidual e necrose. Valores de referência: 3,0 - 10,0 mg/L: geralmente indicam inflamações leves ou infecções ligeiras como gengivite, gripe ou resfriado; 10,0 a 40,0 mg/L: pode ser sinal de infecções mais graves e infecções moderadas, como catapora ou infecção respiratória; Acima de 40 mg/L: geralmente indica infecção bacteriana; Acima de 200 mg/L: pode indicar septicemia, uma situação grave que coloca em risco a vida da pessoa. Tratamento conservador: Controle adequado da pressão arterial: essa é uma medida fundamental para retardar a progressão da doença renal crônica. O ideal geralmente é que a pressão seja mantida abaixo de 130 x 80 mmHg. A restrição de sal (sódio) é muito importante, para isso evitar utilizar temperos prontos, alimentos enlatados, sucos em pó, salames, queijos. Controle adequado da glicemia: para os pacientes diabéticos, recomendado de forma geral manter a hemoglobina glicada menor que 7% e, a glicemia de jejum abaixo de 140 mg/dl. Uma dieta adequada com redução de carboidratos (massas, batata, arroz), preferindo alimentos integrais. Tratamento da dislipidemia: reduzir os níveis de colesterol apresenta benefícios no tratamento desses pacientes, não só para os rins, mas também para o sistema cardiocirculatório. Evitar frituras, molhos e carnes gordurosos. Tratamento conservador: Interrupção do tabagismo: atualmente existem várias formas de tratamento para parar de fumar, incluindo tratamento psicológico e medicamentos. Benefícios não só para os rins, mas também para o sistema cardiocirculatório. Tratamento do aumento do potássio no sangue (hipercalemia): A principal forma de tratamento é através da dieta, evitando alimentos ricos em potássio como abacate, banana-nanica, banana-prata, figo, laranja, maracujá, melão, tangerina, uva, mamão, goiaba, kiwi, feijão, chocolate, extrato de tomate. Tratamento conservador: Restrição alimentar Sódio Na insuficiência renal, os rins não eliminam o sódio, que se acumula e retém água, causando edema (inchaço) nas pernas, rosto, dentre outros, elevando a pressão arterial, podendo provocar insuficiência cardíaca ou edema de pulmão.Recomendações gerais de Sódio: Evite ingerir alimentos ricos em sódio como: carne seca e salgada, carnes gordas, defumados, bacon, toucinho, linguiças, presunto, mortadela, salame, língua, dobradinha, sardinha, anchova, salmão, caranguejo, camarão, bacalhau e peixes salgados, azeitona, picles, temperos industrializados (Knorr, maggi, arisco, molho inglês), mostarda, catchup, extrato de tomate e conservas em geral. Tratamento conservador: Restrição alimentar Potássio Recomendações gerais de Potássio: Evite ingerir alimentos ricos em potássio como: abacate, açaí, açúcar mascavo, achocolatados, aipo, agrião, alcachofra, cereais integrais, almeirão, ameixa, amêndoa, amendoim, amora, aspargo, aveia, avelã, azeitona, bacalhau, bacon, banana, bertalha, bolo de reis, brócolis, cacau, café cru e solúvel, cana (caldo e polpa), canjica, carambola, caramelo, cará, caranguejo, castanha (caju, europeia e Pará), centeio, coco (água e polpa), compotas, conservas, cupuaçu, chá preto, cereja, chicória, chocolate, chucrute, cogumelo, couve (Bruxelas, chinesa, comum), damasco, doce de leite, ervilha, farinha de centeio, figo, framboesa, frutas secas, gengibre, gergelim, goiaba, goiabada, granola, grapefruit, grão de bico, iogurte, catchup, laranja (fruta e doce), leite (em pó e condensado), levedo de cerveja, linguiça, mamão, manga, maracujá, marmelada, massa de tomate. Tratamento conservador: Restrição alimentar Evite ingerir alimentos ricos em potássio como: melão, mexilhão, milho, mostarda, nescafé, nozes, ostra, paio, pão doce (com frutas e / ou recheio), uva passas, patê, panetone, pimenta, pimentão, polvo, presunto, rabanete, rapadura, refrigerante, salame, salsicha, sapoti, sardinha, siri, caldo de carne, taioba, tamarindo, tâmara, tomate (purê), umbu, uva, vinho (rosado e tinto). Obs: Batatas, aipim, cenoura, beterraba, feijão, ervilha, lentilha e guando devem ser deixados de molho antes do preparo desprezando a água e utilizando outra para o cozimento. Atenção: A carambola é uma fruta proibida de ser consumida por ser altamente toxica para portadores de insuficiência renal. Tratamento conservador: Restrição alimentar Fósforo Recomendações gerais de Fósforo: Evite ingerir alimentos ricos em fósforo como: abacate, amendoim, avelãs, batata chips, biscoito salgado e waffer, bolo de frutas secas, café forte e solúvel, chá preto, chocolate, doces (em geral, com leite e amendoim), farelo de trigo e aveia, frutas secas (ameixa, damasco, passas) geleias, gema de ovo, doces confeitados com gema, leite (em pó e condensado), maionese, nescau, nozes, pão doce e recheado, pipocas, presunto (embutidos em geral), queijos amarelos, refrigerantes, sorvete, sucos concentrados e industrializados. Obs: Pão pode ser ingerido sem miolo, torrado ou pode ser substituído por torradas ou biscoitos. Tratamento conservador: Restrição alimentar Cálcio O consumo é importante e sua deficiência ocasiona osteoporose, osteomalácia, hipocalcemia e hiperfosfatemia. Suas principais fontes são: leites e derivados (queijos brancos), vegetais verdes, peixe e ostra. Outras orientações • Retirar a pele de aves e peixes. • Quando usar carnes gordurosas não é necessário óleo para o cozimento. • É permitido o uso dos seguintes temperos: alho, cebola, cebolinha, salsa, limão, vinagre, tomate, orégano, louro, coentro, hortelã, cominho, gergelim, noz- moscada, cravo, canela, erva doce. • Evite ingerir alimentos em temperaturas extremas (muito quente e muito frio). Imunonutrição ⚫Em pacientes estágio 5: ⚫Suplementação de Ômega-3, polivitamínicos com complexo B, zinco e selênio. A suplementação das vitaminas D e E, são essenciais. ⚫Ferro não deve ser suplementado, por ser pró-oxidativo. ⚫Vitamina A não deve ser suplementada, por ser hepato- tóxica. EXEMPLOS REFERÊNCIAS Tratado de Fisiologia Médica – Guyton & Hall. VASCONCELOS et al. (Nutrição e doença renal crônica (DRC): Apresentação das novas recomendações epadrões alimentares conforme as últimas evidências científicas.Research, Society and Development, v. 10, n. 6, e28610615891, 2021. Clegg, D. J., & Gallant, K. M. H. (2019). Plant-Based Diets in CKD. Clinical Journal of the American Society of Nephrology. Minneapolis. 14 (1), 1-3. https://doi.org/10.2215/CJN.08960718 Carrero, J. J., et al. (2020). Plant-based diets to manage the risks and complications of chronic kidney disease. Nature reviews Nephrology. Mexico. 1 (4), 1-. https://doi.org/10.1038/s41581- 020-0297-2. https://doi.org/10.2215/CJN.08960718 REFERENCIAS Banerjee, T., liu, Y., & Crews, D. C. (2016). Dietary Patterns and CKD Progression. Blood Purif. San Francisco. 17 (1), 117-112. https://doi.org/10.1159/000441072 Brzózka, A. C., Franszyk, B., & Rysz, J. (2017). Vegetarian Diet in Chronic Kidney Disease: A Friend or Foe. Nutrients. Espanha. 2 (1), 1-15.https://doi.org/10.3390/nu9040374. Cases, A., et al. (2019). Vegetable-Based Diets for Chronic Kidney Disease? It Is Time to Reconsider. Nutrients. Espanha. 11 (1), 1- 26.https://doi.org/10.3390/nu11061263. https://doi.org/10.1159/000441072 https://doi.org/10.3390/nu9040374 REFERENCIAS Liu, H. W., et al (2019). Association of Vegetarian Diet with Chronic Kidney Disease. Nutriens. Espanha. 11 (1), 2-8. https://doi.org/10.3390/nu11020279. Letourneau, P., et al (2020). Source and Composition in Amino Acid of Dietary Proteins in the Primary Prevention and Treatment of CKD. Nutrients. Espanha. 12 (1), 1-21. https://doi.org/10.3390/nu12123892. Lanuza, F., et al (2020). Wholegrain Consumption and Risk Factors for Cardiorenal Metabolic Diseases in Chile:A Cross-Sectional Analysis of 2016–2017 Health National Survey. Nutrients. Espanha. 12 (1), 1-12. https://doi.org/10.3390/nu12092815. Maggo, P. S. C., et al (2017). Dietary interventions for adults with chronic kidney disease (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews. Espanha. 3 (1), 1-85. https://doi.org/10.1002/14651858.CD011998.pub2. https://doi.org/10.3390/nu11020279 https://doi.org/10.3390/nu12123892 https://doi.org/10.3390/nu12092815 REFERENCIAS Krause, M. V., Mahan, L. K., & Escott-Stump, S. (2018). Krause. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. (14° Ed.) GEN Guanabara Koogan. Kim, H., et al (2019). Plant-Based Diets and Incident CKD and Kidney Function. Clinical Journal of the American Society of Nephrology. Minneapolis. (2), 1-10. https://doi.org/10.2215/CJN.12391018. Kammoun, K. (2017). Diet in chronic kidney disease in a Mediterranean African country. BMC Nephrology. Tunisia. 18 (34), 1-7. https://doi.org/10.1186/s12882-017-0448-2. Kidney International (2020). KDIGO 2020 Clinical Practice Guideline for Diabetes Management in Chronic Kidney Disease. 98 (4), 1-120. https://doi.org/10.1016/j.kint.2020.06.019. https://doi.org/10.2215/CJN.12391018 https://doi.org/10.1186/s12882-017-0448-2 REFERENCIAS Chauveau, P., et al (2019). Vegetarian diets and chronic kidney disease. Nephrology Dialysis Transplantation. Bordeaux. 34 (1), 199-207. https://doi.org/10.1093/ndt/gfy164. Chauveau, F., et al (2017). Mediterranean diet as the diet of choice for patients with chronic kidney disease. Nephrol Dial Transplant. Canada. 1 (1), 1-11.https://doi.org/10.1093/ndt/gfx085. Cupisti, A., et al (2017). Non-Traditional Aspects of Renal Diets: Focus on Fiber, Alkali and Vitamin K1 Intake. Nutrients. Espanha. 9 (1), 1-15. https://doi.org/10.3390/nu9050444. Cuppari, L., (2019). Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. (4° Ed.). Manole. https://doi.org/10.1093/ndt/gfy164 https://doi.org/10.3390/nu9050444 REFERENCIAS Donato, H., & Donato, M (2019). Etapas na Condução de uma Revisão Sistemática. Acta Med Port. Portugal, Portugual, 32 (3), 227-235. Goraya, N., & Wesson, D. E. (2015). Dietary interventions to improve outcomes in chronic kidney disease. Nephrology and Hypertension. Boston. 24 (4),505-510. https://doi.org/10.1097 / MNH.0000000000000160.Ikizler., et al (2020). KDOQI Clinical Practice Guideline for Nutrition in CKD:2020. 76 (4), 1-107. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006.Joshi, S., Mcmacken, M., & Zadeh, K. K. (2020). Plant-Based Diets for Kidney Disease: A Guide for Clinicians. American Journal of Kidney Diseases.Europen. 1 (1), 1-28. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.10.003. Joshi, S., Shah, S., & Zadeh, K. K. (2018). Adequacy of Plant-Based Proteins in Chronic Kidney Disease. Journal of Renal Nutrition. Pennsylvania. 1 (1), 1- 6.https://doi.org/10.1053/j.jrn.2018.06.006. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.05.006 https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2020.10.003 REFERENCIAS Park JM, Lee JH, Jang HM, Park Y, Kim YS, Kang SW, et al; Clinical Research Center for End Stage Renal Disease (CRC for ESRD) Investigators. Survival in patients on hemodialysis: effect of gender according to body mass index and creatinine. PLoS One. 2018;13(5):e0196550. Ziolkowski SL, Long J, Baker JF, Chertow GM, Leonard MB. Chronic kidney disease and the adiposity paradox: valid or confounded? J Ren Nutr. 2019;29(6):521-8. Paudel K, Visser A, Burke S, Samad N, Fan SL. Can bioimpedance measurements of lean and fat tissue mass replace Subjective Global Assessments in peritoneal dialysis patients? J Ren Nutr. 2015;25(6):480-7. Eriguchi R, Obi Y, Streja E, Tortorici AR, Rhee CM, Soohoo M, et al. Longitudinal associations among renal urea clearance-corrected normalized protein catabolic rate, serum albumin, and mortality in patients on hemodialysis. Clin J Am Soc Nephrol. 2017;12(7):1109-17. REFERENCIAS Obi Y, Streja E, Mehrotra R, Rivara MB, Rhee CM, Soohoo M, et al. Impact of obesity on modality longevity, residual kidney function, peritonitis, and survival among incident peritoneal dialysis patients. Am J Kidney Dis. 2018;71(6):802-13. Castro ACM, Bazanelli AP, Nerbass FB, Cuppari L, Kamimura MA. Waist circumference as a predictor of mortality in peritoneal dialysis patients: a follow-up study of 48 months. Br J Nutr. 2017;117(9):1299-303. Ikizler TA, Burrowes JD, Byham-Gray LD, Campbell KL, Carrero JJ, Chan W, et al. KDOQI clinical practice guideline for nutrition in CKD: 2020 update. Am J Kidney Dis. 2020;76(3 Suppl 1):S1-S. Kang SS, Chang JW, Park Y. Nutritional status predicts 10-year mortality in patients with end-stage renal disease on hemodialysis. Nutrients. 2017;9(4):399. REFERENCIAS Skipper A, Coltman A, Tomesko J, Charney P, Porcari J, Piemonte TA, et al. Adult malnutrition (undernutrition) screening: an evidence analysis center systematic review. J Acad Nutr Diet. 2020;120(4):669-708. Lawson CS, Campbell KL, Dimakopoulos I, Dockrell ME. Assessing the validity and reliability of the MUST and MST nutrition screening tools in renal inpatients. J Ren Nutr. 2012;22(5):499-506. Di Bella A, Croisier E, Blake C, Pelecanos A, Bauer J, Brown T. Assessing the concurrent validity and interrater reliability of patient-led screening using the malnutrition screening tool in the ambulatory cancer care outpatient setting. J Acad Nutr Diet. 2020;120(7):1210-5. Marshall S, Young A, Bauer J, Isenring E. Nutrition screening in geriatric rehabilitation: criterion (concurrent and predictive) validity of the Malnutrition Screening Tool and the Mini Nutritional Assessment-Short Form. J Acad Nutr Diet. 2016;116(5):795-801.