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Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - Curso de Nutrição Disciplina: Nutrição Clínica I Professora: Viviane Mukim ESTUDO DIRIGIDO – V2 1) Diferencie Bulimia de Anorexia Nervosa, cite 4 efeitos no organismo provocados por cada uma e o tratamento nutricional de cada uma. Bulimia: o indivíduo come muito em intervalos curtos (cerca de 2h) e depois utiliza métodos compensatórios como laxativos em excesso, indução de vômitos ou exercícios intensos, para eliminar o que comeu. Características: não é magro, feridas e calos nas mãos, esofagite e erosão do esmalte dentário. Tratamento nutricional – tentar controlar a ansiedade para minimizar os períodos de compulsão alimentar. Oferecer alimentos ricos em triptofano próximo ao período de compulsão relatado e trabalhar a melhora do intestino com fibras e probióticos e restringindo alimentos ultraprocessados, com muito glúten e açúcar. Anorexia Nervosa: o indivíduo não come devido o temor intenso de ganhar peso, já que se sente sempre gordo. Características: magreza extrema, amenorréia, feridas e calos nas mãos e desnutrição. Tratamento nutricional é semelhante ao adotado na desnutrição. Se conseguir via oral deve iniciar com dieta líquida em pouco volume, com fracionamento aumentado, adicionada de suplementação calórico-protéica, em alguns casos colocar espessante de líquidos para evitar engasgos já que muitas vezes houve perda acentuada de musculatura incluindo a esofágica atrapalhando deglutição. Muitas vezes terá que utilizar mix de enzimas digestivas para favorecer digestibilidade. Caso não seja possível a via oral, uma dieta enteral por sonda será necessária. 2) Diferencie os diferentes tipos de desnutrição protéico-calórica e cite 4 efeitos no organismo provocados pela desnutrição e 1 tipo de suplemento nutricional específico para cada um destes tipos. Kwashiorkor: carência acentuada de proteínas, em particular de albumina. Efeitos: baixa imunidade, edema, fraqueza muscular e dificuldade de realizar a digestão (comprometimento enzimático e peristáltico). Para um paciente com este tipo de desnutrição podemos utilizar módulos de proteínas (ex: caseical, whey protein..., albumina em pó, …) ou suplementos protéicos (ex: Nutridrink protein, …). Marasmo: carência global de proteínas e calorias. Efeitos: perda acentuada de tecido adiposo e muscular, fraqueza muscular, apatia. Para um paciente com este tipo de desnutrição podemos utilizar suplementos calórico-protéicos como por exemplo Sustagem, Nutren, Ensure, Nutridrink Max sem sabor, ... 3) Como deve ser a dietoterapia de um paciente desnutrido e anorético. Cite 4 orientações nutricionais para um paciente desnutrido. 1ª etapa: investe em polivitamínicos e poliminerálicos, dando ênfase à nutrientes imunomoduladores como zinco, arginina, glutamina, vitamina A, C, E e selênio. Oferta de pequenos volumes, fracionamento aumentado. Dieta normocalórica, hiperprotéica, normoglicídica e normolipídica. Nesta fase temos que ter cuidado com a oferta exagerada de nutrientes para não sobrecarregar ainda mais o organismo debilitado 2ª etapa: continua com dieta normocalórica, mas já posso ir aumentando o volume a ser ofertado. Priorizo oferta de suplemento protéico hidrolisado e os polivitamínicos e poliminerálicos 3ª etapa: dieta hipercalórica para recuperar o peso perdido. Posso utilizar os suplementos calórico-protéicos Orientações nutricionais: Comer de 2 em 2 horas; regar o prato do almoço e do jantar com 1 colher (sopa) de azeite; preferir leite batido com fruta e cereal ao invés de leite puro; utilizar suplementos como Nutridrink, sustagem, nutridrink sem sabor Ex/; 1 colher (sopa) de nutridrink sem sabor em sopas, sucos, vitaminas OU 6 colheres (sopa) de sustagem em 1 copo de leite até 2 vezes ao dia. Alguns pacientes com desnutrição protéica extrema e anorexia podem apresentar baixos níveis de enzimas digestivas o que pode atrapalhar ainda mais a utilização metabólica dos nutrientes ofertados. Nestes casos convém prescrever também suplementos de enzimas digestivas (ex: Enzifor (sachês de enzimas como bromelina, pepsina, lactase, amilase, ...) 4) Como deve ser a evolução da dieta de um paciente pós-cirugia bariátrica? Ainda no hospital (Pós-operatório imediato) pode durar 1 semana: Dieta Líquida coada isenta em açúcar e hipolipídica. Volume de 50ml/refeição, sendo 7 a 8 refeições ao dia. Oferecer o volume da refeição bem devagar (20ml a cada10 min). Exemplos de alimentos a serem ofertados nesta fase: suplementos protéicos dissolvidos em água sem gás (cerca de 1 a 2 colheres (chá) 2 vezes ao dia), leite desnatado e sem lactose (este só deve ser oferecido a partir do 2º dia pós-operatório), leite de soja ou amêndoas, água de coco, chás de camomila, erva-doce ou cidreira, gelatina diet, suco de fruta não-ácida natural diluído e coado, caldo de legumes + carne ou frango (não coloca a carne só cozinha ela junto) coado. O VET em média nesta fase inicial atinge cerca de 350 Kcal/dia apenas. Os 1os 15 dias (de 7 dias após a cirurgia há 2 semanas): pode oferecer uma dieta líquida sem ser coada, isenta em açúcar e hipolipídica. Pode evoluir o volume por refeição para 100ml. Usar suplementos protéicos e de vitaminas e minerais. Ex: água de coco, chás claros, sucos coados de frutas não ácidas, sopa batida e coada de legumes com carne magra ou frango, leite e iogurtes desnatados; bebidas isotônicas. 3º período (após 15 dias até completar cerca de 1 mês): Evoluir consistência da dieta para pastosa (pobre em açúcar e gordura) acrescentando um alimento por vez a depender da tolerância; realizar as refeições em ambientes tranquilos; mastigar bem os alimentos (vagarosamente), com duração de no mínimo 40 minutos; não omitir nenhuma refeição; não “beliscar”; ingerir apenas os alimentos que não lhe causem desconforto; não deitar logo após as refeições; ingerir 2 litros de água por dia, fora das refeições; consumir diariamente frutas e verduras; utilizar shakes de proteína, usar suplementos vitamínico-minerais (pode ocorrer carências principalmente de vitaminas lipossolúveis, tiamina, ácido fólico, ferro, cálcio, zinco e vitamina B12). Nessa fase os vômitos são frequentes se a ingestão alimentar for rápida, associada a líquidos e se comer muita quantidade. Por isso recomenda-se refeições com cerca de 3 colheres (sopa) de alimentos sólidos ou 150 ml. Ex: Alimentos bem amassados e cozidos, na forma de purê e suflê, como: canja de galinha e cremes de legumes, caldo de feijão, sopa de legumes com carne a liquidificada, ovo cozido ou mexido, peixe, frango. Leite integral, iogurte natural integral sem pedaços, batida de fruta, mingau, gelatina diet, água de coco, bebida isotônica, sucos não mais diluídos. Manter o suplemento de proteínas. 4º período após 1 a 2 meses): Evoluir para Branda (pobre em açúcar e gordura). Pode aumentar um pouco mais a quantidade por refeição e reduzir a frequência. Alguns alimentos podem causar intolerância: carne vermelha, milho, arroz, pães, frutas com sementes e alimentos ricos em gorduras. 5º período (após 2 meses e meio a 3 meses): Evoluir para dieta Livre ou Normal. As restrições alimentares serão em relação ao consumo de bagaços, sementes, cascas duras especialmente de verduras e legumes, alimentos como carnes duras, empanados e frituras. 5) Como deve ser o plano alimentar oferecido à um paciente com obesidade? Deve-se calcular o VET como se fosse um VET normal para ele (ou seja, VET = TMB x Fa). Depois calcula-se a quantidade de calorias que irá restringir deste VET tendo como base o número de Kg que você vai programar para o paciente perder em 1 mês. Após isso irá determinar o VET real aquele que será utilizado para elaboração da dieta por equivalência calórica. 6) Em geral, como deve ser o tratamento nutricional em pacientes que foram submetidos àcirurgia de retirada de tumores na cavidade oral, na faringe ou laringe? R: Após cirurgia de remoção do tumor, inicialmente o suporte nutricional é fornecido através de sonda de alimentação ou por nutrição parenteral. Se a alimentação oral for possível após a cirurgia, a dieta deve ser líquida ou pastosa, freqüentes e com volume reduzido, hiperprotéica, de preferência com mais carboidratos complexos que simples. Pode ser necessário (em casos de desnutrição por conta do câncer) o uso de suplementos calórico-protéicos. Nutrientes antioxidantes (vit A, C, E e selênio), imunomoduladores (zinco, arginina, ácido fólico e ômega 3) também devem ser suplementados. 7) O que é Tonsilectomia e para que ela é realizada? Como deve ser a terapia nutricional pós- cirurgia? R: É a remoção das tonsilas ou amídalas (tecido linfático e parte do sistema imunológico). Tratamento: Durante as primeiras 24h, os alimentos melhor aceitos são alimentos muito frios (para estancar o sangramento e aliviar a dor), ricos e proteínas (para aumentar a cicatrização) e gorduras (para aumentar a saciedade) e pouco amiláceos (para não causar atrito) como: bebidas lácteas, gemadas, sorvetes e suco de frutas não-ácidas. No 2o dia, os líquidos mornos e alimentos pastosos podem ser iniciados e cautelosamente substituídos por alimentos quentes. Uma dieta normal pode ser oferecida dentro de 3 a 5 dias. 8) Diferencie os 2 tipos de Esofagite Erosiva de Los Angeles e caracterize o tratamento nutricional para pessoas portadoras desta patologia. R: Aguda: causada pela ingestão de agente irritante (ex: soda cáustica, água sanitária, ...), inflamação viral ou intubação (ex: pacientes em UTI). Crônica: é um resultado do refluxo gastroesofágico (RGE) recorrente devido a presença de hérnia de hiato, pressão reduzida o EEI (esfíncter esofágico inferior – que fica entre no final do esôfago e início do estômago), vômitos recorrentes, aumento da pressão abdominal (decorrente de constipação crônica, obesidade, gravidez, ..), uso contínuo de aspirina, infecção pelo helicobacter pilori, uso de anticoncepcionais, ... Tratamento nutricional: - aumentar alimentos ricos em proteínas, pois aumentam a pressão e motilidade do EEI, logo reduzem o RGE. Priorizar proteínas de mais fácil digestibilidade (que não demorem muito tempo distendendo o estômago para não forçar o EEI) como frango, peixes e proteínas vegetais. Se for consumir carne vermelha, deve-se escolher carnes magras e cozinhar bastante. - restringir alimentos ricos em gorduras, cafeína (como café, chá mate, chá preto e chocolate), pois reduzem a pressão e motilidade do EEI, logo aumentam o RGE - restringir canela, anis, menta e pimenta ( conhecidos como alimentos carminativos), pois reduzem a pressão e motilidade do EEI, logo aumentam RGE - evitar alimentos crus, ácidos e muito fermentados, incluindo as bebidas alcoólicas a fim de reduzir a estimulação ácida do estômago reduzindo assim o refluxo ácido - preferir dieta líquida na fase aguda da inflamação - evitar alimentar-se com roupas apertadas e deitar-se logo após as refeições 9) Diferencie os cuidados nutricionais da Hérnia de Hiato daqueles dos Divertículos. R: Hérnia de Hiato: bolsa na extremidade inferior do esôfago. Divertículos: Bolsas salientes formadas por uma ou mais camadas na parede esofágica. Pacientes com muitos divertículos no esôfago podem ter muita dificuldade de engolir (disfagia) e podem precisar de dieta com consistência mais pastosa e espessantes nas bebidas líquidas ralas. Pacientes com hérnia de hiato podem cursar com refluxo aí os cuidados nutricionais são os mesmos do RGE 10) Diferencie os 3 tipos de gastrite e diga quais os cuidados nutricionais que devem ser tomados em cada tipo específico. R: Aguda: inflamação repentina do estômago resultante da ingestão de alimentos deteriorados (toxina estafilocócica); ingestão excessiva de condimentos, sal e bebidas alcoólicas; traumas, cirurgias, queimadura e radioterapia; doses excessivas de aspirina ou antiinflmatórios. Durante a fase de sangramento e dor intensa após fazer a lavagem gástrica (via SNG) com água gelada convém deixar o paciente submetido ao soro e em dieta zero, por 24 ou 48h. Após esta fase pode-se administrar uma dieta líquida ou pastosa, conforme aceitação do paciente, mas evitando alimentos com temperaturas muito elevadas e irritantes gástricos (café, chocolate, pimenta, condimentos, ...). Crônica: é um resultado de lesões gástricas orgânicas, tais como úlcera ou câncer. Pode ser causada por infecção antral com Heleicobacter pilori ou estar indiretamente relacionada à doenças como tuberculose, insuficiência cardíaca e nefrite. A dieta deve ser adequada em calorias e nutrientes, com fracionamento aumentado e volume reduzido e consistência macia (branda/pastosa/líquida), evitando alimentos crus e condimentados. Deve-se evitar tomar líquidos junto com as refeições. Pacientes com gastrite devem evitar deixar o estômago muito cheio por muito tempo para reduzir a chance de refluxo. Para isso busca-se alimentos menos fermentativos e com melhor digestibilidade. Alguns chás digestivos como alecrim e hortelã e cicatrizantes como espinheira-santa, gengibre e aloe-vera podem ser prescritos. Alguns pacientes podem se beneficiar de sachês de enzimas artificiais como a papaína, betaína e bromelina, pois favorecem digestibilidade. Atrópica: gastrite resultante da atrofia e diminuição das células parietais levando a redução de HCl e fator intrínseco, podendo levar a um quadro de anemia por carência de vitamina B12. A dieta deve ser rica em alimentos altamente protéicos, a fim de estimular a gastrina e tentar aumentar a secreção de HCl e ricos em vitamina B12. 11) Caracterize o tratamento nutricional da Doença Celíaca R: A dieta deve ser isenta em glúten, ou seja não deverá conter alimentos a base de trigo, aveia, centeio e cevada. Na fase aguda pode ser necessária a restrição de lactose. 12) Diferencie Spru não tropical de Spru tropical e por que devemos aumentar a oferta de proteínas e vitamina B12 para pessoas portadoras de spru tropical? R: Spru não tropical é o mesmo que doença celíaca e o tropical é uma irritação da mucosa intestinal decorrente de uma infecção bacteriana que acaba gerando redução de suco gástrico. No spru tropical devemos aumentar o aporte de proteínas, pois este nutriente estimula a gastrina produtora de suco gástrico necessário à produção do fator intrínseco indispensável à absorção intestinal de vitamina B12 que se encontra prejudicada devido à irritação da mucosa. 9) Diferencie as principais Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) e caracterize o tratamento nutricional de cada uma. R: Doença de Crohn: inflamação de qualquer segmento do trato gastrintestinal, particularmente íleo comprometendo a absorção de vários nutrientes entre eles a gordura resultando em esteatorréia e grave perda de peso. Pacientes com esta patologia podem cursar com anemia, câimbras e infecções recorrentes, nos momentos de crise. Retocolite Ulcerativa (RCU): inflamação do cólon resultando em diarréia com muco e sangue. Tratamento nutricional: Durante os acessos agudos das doenças inflamatórias intestinais o descanso intestinal e a nutrição parenteral, juntamente com o tratamento médico podem ser úteis. Pacientes gravemente enfermos são tratados com nutrição parenteral por 10 dias a 2 semanas, poupando assim o intestino. A dieta deve ser hipercalórica (na crise o paciente pode precisar de um VET com cerca de 35 a 45Kcal x Kg) e hiperprotéica, hipolipídica (principalmente na Crohn) priorizando oferta de TCM, pobre em fibras insolúveis e com um pouco de solúveis para que haja a formação de AGCC que recuperam a mucosa intestinal e suplementada de vitaminas e minerais, como cálcio, ferro, vitamina B12, ácido fólico e vitaminas lipossolúveis. Suplementada em nutrientes antioxidantes (carotenóides (tudolaranja e vermelho) e flavonóides (tudo roxo)), antiinflamatórios (ex: açafrão, ômega 3, gengibre,) glutamina, prebióticos (ex: inulina (ex: chicória), GOS (ex: produtos lácteos), FOS (ex: biomassa de banana-verde, cebola, alho, farelo de trigo), goma acácia ou goma arábica (ex: fibregum (comprado pronto)), beta-glucana (ex: aveia)), probióticos (ex: bifidobacterium, lactobacillus, streptococcus thermophilus pode manipular cerca de 1milhão de UFC ou usar alimentos adicionados ou utilizar produtos com Kefir ou então comprar pronto (industrializado) ex: simfort, probiatop) ou simbióticos (ex: fibermaisflora). OBS: Alguns pacientes de Crohn, na crise podem apresentar baixos níveis de enzimas digestivas. Nestes casos convém fazer pelo menos 2 dias de dieta restrita em FODMAPs), glúten lactose e com uso de sachês de enzimas digestivas. 10) Caracterize as diferentes formas de manifestação das diarréias e cite alguns cuidados nutricionais para a diarréia, em geral. R: Diarréias Osmóticas: causadas pela presença de alimentos altamente osmolares no intestino. Ex: Síndrome de Dumping Diarréias secretórias: É geralmente causada por exotoxinas bacterianas, por viroses ou secreção intestinal hormonal aumentada. Diarréias exsudativas: estão sempre associadas a danos na mucosa intestinal o que leva a derramamento de muco, sangue e proteínas plasmáticas com acúmulo líquido de eletrólitos e água no intestino. São as diarréias da doença de Crohn e Colite Ulcerativa. Diarréias de contato mucoso limitado: resultam de situações de mistura inadequada do quimo e exposição inadequada ao quimo do intestino usualmente devido à destruição e diminuição da mucosa, como na doença de Crohn ou após ressecção intestinal. Na fase inicial deve-se manter um descanso intestinal (dieta zero) junto com uma reposição hidroeletrolítica (soro endovenoso). Após 24 horas, lentamente pode ser introduzida uma dieta de prova juntamente com o soro caseiro e logo em seguida, conforme aceitação do paciente pode-se evoluir para uma líquida com refeições requentes e de pequeno volume e quando a diarréia parar pode-se introduzir uma dieta mais consistente com um volume um pouco maior, pobre em resíduos e altamente protéica (devendo-se evitar o leite). Pode-se administrar pectina industrializada aos sucos, sopas. Devemos aumentar o aporte de potássio, ferro e outras vitaminas e minerais, principalmente se a diarréia tornar-se crônica. Aumentar o aporte de alimentos constipantes como: limonada, mate, chá preto, suco de caju, goiaba, cenoura, batata e chuchu cozidos, arroz, água de arroz, chá de broto de goiaba e soro caseiro. 11) Cite algumas recomendações nutricionais para constipação ou obstipação crônica. R: Oferecer alimentos laxativos: mamão, ameixa seca, farelo de trigo, verduras, Beber todo dia em jejum 1 copo de água gelada Aumentar o consumo de alimentos integrais Beber de hora em hora 1 copo de água Evitar refrigerantes á base de cola Utilizar simbióticos 12) Conceitue Diverticulose e Diverticulite e as diferencie em termos de cuidados nutricionais. R: Diverticulose: formação de bolsas salientes na mucosa intestinal. Dieta rica em fibras. Diverticulite: inflamação dos divertículos. Dieta pobre em fibras 13) Hoje em dia se escuta muito sobre SIBO e SIFO que vem sendo associadas à SII – Síndrome do Intestino Irritável. Comente um pouco sobre estas condições clínicas e como pode ser traçada a conduta nutricional nestes casos? R: SIBO – Supercrescimento Bacteriano e SIFO – Supercrescimento Fúngico são 2 situações que vem sendo fortemente correlacionadas com SII – Síndrome do Intestino Irritável. Pois todas estas condições clínicas são desencadeadas por uma disbiose intestinal (desequilíbrio da microbiota gerando uma redução na quantidade de bactérias benéficas o que faz com que as bactérias maléficas possam ficar resistentes e acabam migrando para várias partes do trato gastrintestinal reduzindo ação de enzimas digestivas, atuação correta do suco gástrico e enfraquecendo imunidade o que pode favorecer infecções fúngicas recorrentes. O teste oral de expelir hidrogênio vem sendo utilizado como uma das ferramentas de diagnóstico da SIBO e SIFO. Estas condições clínicas são mais comuns em pessoas que fizeram uso de grandes doses de antibióticos em curto intervalo de tempo, pessoas com comprometimento da imunidade e condições alimentares que possam gerar disbiose. Pode ser necessário o uso de glutamina, prebióticos (ex: inulina (ex: chicória), GOS (ex: produtos lácteos), FOS (ex: biomassa de banana-verde, cebola, alho, farelo de trigo), goma acácia ou goma arábica (ex: fibregum (comprado pronto)), beta-glucana (ex: aveia)), probióticos (ex: bifidobacterium, lactobacillus, streptococcus thermophilus pode manipular cerca de 1milhão de UFC ou usar alimentos adicionados ou utilizar produtos com Kefir ou então comprar pronto (industrializado) ex: simfort, probiatop) ou simbióticos (ex: fibermaisflora). Em alguns casos mais graves convém fazer dieta restrita em glúten, lactose, FODMAPs ((leite de vaca, leite de cabra, leite de ovelha, soverte, iogurte, nata, creme, queijo ricota, cottage, mel, maçã, pera, manga, aspargos, cereja, melancia, sucos de fruta, ervilha, soja, feijões, lentilha, grão-de-bico, cebola, alho, alho-poró, trigo, cuscuz, farinha, massa, centeio, caqui, melancia, beterraba, aspargos, quiabo, chicória, couve, couve-flor, damasco) e com uso de sachês de enzimas digestivas. 14) Caracterize o tratamento nutricional para o câncer de cólon R: Aumentar o consumo de alimentos ricos em cálcio e com vitaminas C, A e D Reduzir o consumo de gorduras para menos de 30% das calorias ingeridas/dia Procurar manter uma média de 25 a 30 gramas de fibras/dia , incluindo vários vegetais, farelos, grãos e frutas, visto que as fibras ao serem fermentadas pelas bactérias da flora intestinal produzem ácidos graxos de cadeia curta que são revigorantes de mucosa intestinal Diminuir o consumo de álcool ou parar se possível. Diminuir o consumo de alimentos condimentados, defumados ou secos Diminuir o consumo de xenobióticos (aditivos alimentares, agrotóxicos, alimentos TRANS) Utilizar prebióticos (FOS, inulina, fibras solúveis) e probióticos Utilizar glutamina, pois serve de energia para as células intestinais 15) Como deve ser o tratamento nutricional nas hepatites virais. Dieta hiperprotéica, hiperglicídica e hipolipidica e aumentada em líquidos e vitaminas (principalmente, A, D, E, K, C, B12, ácido fólico) e minerais (ferro, selênio, magnésio e zinco). 16) Cite 5 manifestações clínicas da Cirrose e como deve ser a oferta de energia, proteínas, carboidratos e lipídios. Além dos maconutrientes que micronutrientes merecem atenção (aqui quero que você cite os nutrientes que devem ser ofertados e os que devem ser reduzidos, justificando)? R: Na cirrose pode haver icterícia, ascite, hipertensão portal com aparecimento de varizes esofagianas, encefalopatia hepática A dieta deve ser normo a hipercalórica (em casos de perda acentuada de peso). Em geral calcula-se cerca de 25 a 35 kcal/Kg de peso seco* (descontado 10% do peso atual se for edema, 15% ascite e 20% anasarca) A oferta de proteína vai variar de acordo com o estágio da cirrose, da seguinte maneira: ▪ Pacientes hepatopatas estáveis: NORMO 0,8 – 1,0 g/kg PA ou PI/dia ▪ Para promover retenção nitrogenada, pacientes desnutridos ou com indicação para transplante, hepatectomia: 1,2 a 1,5 g/kg peso/dia sem encefalopatia ▪ Fase descompensada com encefalopatia e pré-coma: 0,8g/Kg/dia Suplementar Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). Deve-se recorrer em primeiro lugar a uma dieta ovo-lácteo-vegetariana, cujas proteínas são melhores toleradas que as proteínas cárneas A dieta deve ser normoglicídica e normolipídica (exceto quandohá presença de esteatorréia). Deve-se suplementar vitamina B6, B12, ácido fólico, tiamina e vitaminas lipossolúveis, zinco, ferro e potássio e restringir sódio e líquidos. A consistência deve variar de líquida a pastosa. 17) O que se entende por DHGNA e como pode ser seu tratamento nutricional? - Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) ou ESTEATOSE HEPÁTICA ou Esteato-Hepatite não alcoólica (NASH): acúmulo de triglicerídios produzidos dentro do fígado a partir do excesso de glicose na circulação ou excesso de gordura alimentar ou intoxicação por medicamento. Cuidados Nutricionais na Esteatose O principal tratamento para a esteatose é controle do peso através da dieta e pela prática de atividade física (desde que com consentimento médico), controlar os níveis glicêmicos, de colesterol e triglicérides. A suplementação de vitamina E, fontes de Selênio, colina (ex:ovo, lecitina de soja, levedo de cerveja, ...), silimarina (ex: alcachofra, açafrão,...) também tem demonstrado resultados promissores no tratamento da doença. Dieta rica em proteínas, líquidos e fibras e pobre em carboidratos refinados, gorduras saturadas. É indicada a dieta mediterrânea, que preconiza o consumo de azeite de oliva, oleaginosas e carnes brancas e magras. 18) O que é Encefalopatia Hepática e por que devemos controlar a ingestão de proteínas e aumentar a oferta de aminoácidos ramificados nos pacientes com esta manifestação clínica? R: Síndrome neurológica caracterizada por perda da coordenação motora, inconsciência, etc. causada pelo acúmulo de amônia, aminoácidos aromáticos e de falsos neurotransmissores na corrente sanguínea em decorrência do mau funcionamento do fígado. Na presença de encefalopatia devemos restringir proteínas para não elevar mais ainda a amônia e também aumentar a oferta de AA ramificados para evitar o aumento dos AA aromáticos. 19) Conceitue as seguintes doenças das vias biliares: colelitíase, colecistite, colédocolitíase, colestase e como deve ser o plano nutricional para estes pacientes com problemas na vesícula biliar? R: Colelitíase (pedra na vesícula biliar), colecistite (inflamação da vesícula biliar), colédocolitíase (cálculos no colédoco (canal que liga o fígado ao pâncreas)), colestase (paralização da vesícula biliar). Dieta hipolipídica, normoglicídica e hiperprotéica com calorias visando o peso ideal. ESTUDO DIRIGIDO – V2
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