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AULA 02: HISTÓRICO SOBRE A TEORIA GERAL DA ADMINIST Administração de unidades de alimentação e nutrição RAÇÃO ADMINISTRAÇÃODEUNIDADEDEALIMENTAÇÃOENUTRIÇÃO Aula 4: Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE Profª MICHELLE ARCANJO Introdução ▶ O PNAE, conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao DF e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos. ▶ (OMS) as melhores formas de promover a saúde é através da Escola; espaço social onde muitas pessoas convivem, aprendem e trabalham e onde os estudantes passam, em geral, a maior parte de seu tempo. O que é o PNAE ▶ O Programa Nacional de Alimentação Escolar – de caráter suplementar, é um programa do governo federal que garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica: Educação infantil, Ensino fundamental, Ensino médio e Educação de jovens e adultos matriculados em escolas públicas e filantrópicas OBJETIVO DO PNAE ▶ Atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis. Dentro desse contexto, o PNAE pode ser considerado um importante programa de garantia à segurança alimentar no Brasil. FUNCIONAMENTO Desde sua cr iação até 1993, a execução do programa se deu de forma centralizada. órgão gerenciador: - planejava os cardápios, - adquiria os gêneros por processo licitatório - co ntratava laboratórios espe c ializados para efetuar o co ntrole de qualidade - responsabilizava pela d istribuição dos alimentos em todo o território nacional FUNCIONAMENTO ▶ Avanço 1994: ocorre a DESCENTRALIZAÇÃO do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Lei n. 8913) DESCENTRALIZAÇÃO A Fundação de Assistência ao Estudante (FAE), órgão responsável pelo PNAE, estabeleceu convênios com estados e municípios $ REPASSE DE RECURSOS FINANCEIROS $ FUNCIONAMENTO ▶ Repasse de recurso financeiro condicionado à cr iação dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) em ca da estado e município do País (atualmente representantes dos trabalhadores da educação, dos discentes, dos pais de alunos e representantes do poder Executivo) . Deveres do CAE: - Fiscalizar e controlar a aplicação dos recursos destinados à merenda escolar. - Acompanhar a elaboração dos cardápios (atividade que passou a ser de responsabilidade dos estados e municípios). Transferência passou a ser feita automaticamente, permitindo maior agilidade ao processo. Nessa época, o valor diário per capita era de R$ 0,13. FUNCIONAMENTO DESCENTRALIZAÇÃO Ficaria a cargo dos estados e municípios: ▶ Elaborar o cardápio, ▶ Adquirir alimentos, ▶ Realizar o controle de qualidade, ▶ Contratar os recursos humanos necessários (merendeiras, nutricionistas) ▶ Infraestrutura física adequada (equipamentos e utensílios de cozinha). A partir de 1997, a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) foi substituída pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), desde então responsável pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar FUNCIONAMENTO - descentralização A administração da alimentação escolar de forma descentralizada permitiu: racionalizar a logístic a e os custos de distribuição dos produtos, além de viabilizar o oferecimento de uma alimentação escolar condizente com os hábitos da população nas diferentes localidades do País. FUNCIONAMENTO - descentralização ▶ E a criação dos CAE (Conselhos de Alimentação Escolar) por sua vez possibilitou aos membros da comunidade escolar uma maior proximidade em relação à gestão do PNAE. RESOLUÇÃO CD/FNDE n° 26 DIRETRIZES E OBJETIVOS DO PNAE Emprego da alimentação saudável e adequada uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis Inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem repassando pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis Universalidade do atendimento. DIRETRIZES E OBJETIVOS DO PNAE Participação da comunidade no controle social. Acompanhando as ações realizadas pelos Estados, Distrito Federal e Municípios para garantir a oferta da alimentação escolar saudável e adequada Apoio ao desenvolvimento sustentável com incentivos para a aquisição de gêneros a limentícios diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar Direito à alimentação escolar, visando garantir a segurança alimentar e nutricional dos alunos. Proporcionar o a ce sso de forma igualitária, respeitando as diferenças biológ icas entre idades e condições de saúde dos alunos. FORMAS DE GESTÃO DO PNAE Modalidades de operacionalização do Programa: ▶ Centralizada: ocorre quando as prefeituras executam o Programa em todas as suas fases, ou seja, recebem, administram e prestam contas do recurso federal, são responsáveis pela aquisição e distribuição dos alimentos e também pela elaboração dos cardápios. ▶ Escolarizada: as prefeituras transferem os recursos diretamente para as creches e escolas pertencentes à sua rede, que passam a se responsabilizar pela execução do Programa. ▶ Mista: combinação das duas modalidades de gestão FORMAS DE GESTÃO DO PNAE ▶ Alguns municípios optaram por um sistema misto, combinando as vantagens da forma centralizada para a compra de produtos não perecíveis, como arroz, feijão e macarrão, e da forma escolarizada para a compra de hortifrutícolas. ▶ Ainda dentro do sistema centralizado, algumas prefeituras podem optar pela contratação de empresas fornecedoras de alimentação sistema terceirizado A empresa contratada pode ou não utilizar a estrutura e a mão-de-obra escolar, sendo que a prefeitura paga pelo número de refeições servidas. PARTICIPANTES DO PROGRAMA Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Responsável pela coordenação do PNAE. Estabelece as normas gerais: Planejamento, Execução, Controle, Monitoramento Avaliação do Programa, Transferência dos recursos financeiros FNDE EEX Entidade Executora – DistritoEx.: Estado, Município, Federal e escolas federais, Responsável pela execução do PNAE, Utilização e complementação dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE, Presta ç ã o de contas do programa, Ações de educaç ã o alimentar e nutricional a todos os alunos matriculados; Conselho de Alimentação Escolar: Órgão colegia do de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento, instituído no âmbito dos Estados, do Distrito Federa l e dos Municípios C A E Uex Representam a comunidade educativa FORMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA ▶ Automaticamente FNDE → Entidades Executoras (EEx) → contas correntes exclusivas. ( sem necessidade de convenio, ajuste, acordo ou contrato) ▶ Transferência é feita em 10 parcelas mensais, a partir do mês de fevereiro, para a cobertura de 200 dias letivos ▶ Cada parcela corresponde a vinte dias de aula. Recursos financeiros → Provêm do tesouro nacional estão assegurados no orçamento da união ▶ O valor a ser repassado para a entidade executora é calculado da seguinte fórmula: Número de alunos x Número de dias x Valor per capita – o número de dias de atendimento a ser considerado no cálculo é de duzentos dias letivos/ano; FORMA DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA Por exemplo, o valor per capita é definido de acordo com a modalidade de ensino: •Creches: R$ 1,07 •Pré-escola: R$ 0,53 •Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,64 AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS Recursos financeiros repassados pelo FNDE → uso exclusivo na aquisição de gêneros alimentícios. Aquisição dos gêneros alimentíciosdeverá ser realizada: Processo licitatório ou Chamada Pública (Entidade executora optar pela dispensa do procedimento licitatório) Sendo considerado procedimento administrativo voltado à seleção de proposta específica para aquisição de gêneros alimentícios provenientes da Agricultura Familiar e/ou Empreendedores Familiares Rurais ou suas organizações. de gêneros alimentícios pela agricultura familiar poderá ser realizada dispensando-se o PROCESSO LICITATÓRIO Desde que os preços sejam compatíveis com os vigentes no mercado local alimentos atendam às exigências do controle de qualidade estabelecidas pelas legislações ANVISA e MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS ▶ A aquisição AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS Alimentos Proibidos: Bebidas com baixo valor nutricional: ▶ Refrigerantes; ▶ Refrescos artificiais; ▶ Bebidas ou concentrados à base de xarope de guaraná ou groselha; ▶ Chás prontos para consumo; ▶ Outras bebidas similares. AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS Alimentos Restritos: ▶ Enlatados ▶ Embutidos ▶ Doces ▶ Alimentos compostos ▶ Preparações semiprontas ou prontas para o consumo ▶ Alimentos concentrados (em pó ou desidratados para reconstituição) CARDÁPIOS indispensáve is à ▶ Os cardápios devem ser elaborados por um RT-nutricionista ▶ Utilizando gêneros alimentícios básicos (ou seja, aqueles promoção de uma alimentação saudável). Respeitar: ▶ preferências nutricionais, ▶ hábitos alimentares, ▶ cultura alimentar da localidade, ▶ sazonalidade e diversificação agrícola da região. RESPONSABILIDADE TÉCNICA Segundo RESOLUÇÃO CFN Nº 358/2005: Dispõe sobre as ▶ Responsá vel técnico é o nutricionista habilitado que responde ética, civil, administrativa e penalmente pelas atividades definidas nesta Resolução e nas demais normas baixadas pelo CFN e executadas no âmbito do PNAE. a tribuições do Nutric ionista no âmbito do Programa de Alimentação Escolar (PAE) e dá outras providências: RT do nutricionista Parâmetros nutricionais - PNAE Os cardápios deverão ser planejados de modo a suprir, no mínimo: alunos educação básica, em período parcial creches em período parcial alunos educação básica, exceto creches em período parcial Programa Mais Educação e escolas de tempo integral alunos localizadas em comunidades indígenas ou em áreas remanescentes de quilombos, exceto creche mínimo 20% das necessidades nutricionais diárias Qdo ofertada 1 refeição no mínimo 30% das necessidades nutricionais, distribuídas No mínimo, 2 refeições no mínimo 30% das necessidades nutricionais diárias, Qdo ofertadas 2 ou + refeições mínimo 70% das necessidades nutricionais, diárias distribuídas em, no mínimo, 3 refeições no mínimo 30% das necessidades nutricionais diárias, por refeição ofertada Das ações de educação alimentar e nutricional ▶ Realizar o diagnóstico e o acompanhamento do estado nutricional dos estudantes; ▶ Planejar, elaborar, acompanhar e avalia r o c a rdápio da alimentação escolar ▶ Coordenar e realizar, em conjunto com a direção e com a coordenação pedagóg ica da escola, ações de educação alimentar e nutricional. RESOLUÇÃO Nº 06, DE 08 DE DE 2020 4.26. Já a limitação de legumes e verduras em conserva, de bebidas lácteas com aditivos ou adoçados, de margarina e cremes vegetais e de biscoitos, bolacha, pão ou bolo foi definida conforme o período de permanência na escola. O Anexo II desta nota técnica apresenta a distribuição esquematizada para melhor compreensão. 4.28. Destaca-se que essa regra é válida para todos os cardápios planejados para estudantes acima de três anos de idade, uma vez que para crianças menores de três anos, A ADIÇÃO DE AÇÚCAR É PROIBIDA. RESOLUÇÃO CD/FNDE Nº 6/2020 Exemplo de Janeiro de 2020 Creche: R$1.07 FISCALIZAÇÃO ▶ Qualquer pessoa física ou jurídica pode denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas da União e (TCU), Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público (MP) AGRICULTURA FAMILIAR De acordo com a Lei nº 11.947, de 16/6/2009, 30% do recurso repassado pelo Governo Federal deve ser destinado para compra de produtos advindos da agricultura familiar. Essa ação incentiva o comércio local, com a aquisição de alimentos produzidos nessas regiões, além de respeitar a sazonalidade e a cultura alimentar de cada lugar. Agricultor Familiar De acordo com a Lei nº 11.326/2006, é considerado agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, possui área de até quatro módulos fiscais, mão de obra da própria família, renda familiar vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou empreendimento pela própria família. Também são considerados agricultores familiares: silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores, indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária. O agricultor familiar é reconhecido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário por meio da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Este documento é o instrumento de identificação do agricultor familiar, utilizado para o acesso às políticas públicas. Agricultores Familiares Os agricultores familiares podem participar como fornecedores da alimentação escolar nas seguintes condições: • Grupos formais: detentores de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP jurídica) – cooperativas e associações de agricultores familiares devidamente formalizadas. • Grupos informais: grupos de agricultores familiares detentores de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP física), que se articulam para apresentar o projeto de venda. • Fornecedores individuais: agricultores familiares detentores de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP física). COMPRA DIFERENCIADA A Chamada Pública é o procedimento administrativo voltado à seleção de proposta específica para aquisição de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar e/ ou empreendedores familiares rurais ou suas organizações. É um instrumento firmado no âmbito das estratégias de compras públicas sustentáveis, que assegura o cumprimento dos princípios constitucionais da administração pública, ao passo que permite a veiculação de diretrizes governamentais importantes, relacionadas ao desenvolvimento sustentável, ao apoio à inclusão social e produtiva local e à promoção da segurança alimentar e nutricional. Assim, apresenta maior possibilidade de atender às especificidades necessárias à aquisição da agricultura familiar, desde que respeitadas as normas do programa. O PREÇO NÃO É CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO CHAMADA PÚBLICA Entende-se que a Chamada Pública é a ferramenta mais adequada porque contribui para o cumprimento das diretrizes do PNAE, no que se refere à priorização de produtos produzidos em âmbito local de forma a fortalecer os hábitos alimentares, a cultura local e a agricultura familiar, aspectos fundamentais na garantia da segurança alimentar e nutricional. Critérios de seleção Após o recebimento dos projetos de venda, a entidade executora deverá, inicialmente, dividir os projetos nos seguintes grupos: Grupo 1 – projetos locais; Grupo 2 – projetos do território rural; Grupo 3 – projetos do estado; Grupo 4 – projetos do país. Por projetos locais entendem-se aqueles oriundos de agricultores familiares ou de suas organizações com sede no próprio município onde se localizam as escolas. As compras de gêneros alimentícios devem ser feitas, SEMPRE QUE POSSÍVEL, NO MESMO MUNICÍPIO EM QUE SE LOCALIZAM AS ESCOLAS AULA 02: HISTÓRICO SOBRE A TEORIA GERAL DA ADMINIST trição RAÇÃO Administração de unidades de alimentação e nu ATÉ A PRÓXIMA AULA E-mails: michelle.aarcanjo@professores.estacio.br michellearcanjo@yahoo.com.br Mídias Instagram: @michellearcanjonutri mailto:michelle.aarcanjo@professores.estacio.br
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