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20 Prova testemunhal

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PROVA TESTEMUNHAL
Um terceiro demonstra os fatos de maneira oral irá apresentar seu ponto de vista, sua percepção (válida para qualquer um dos sentidos) com relação a algum dos fatos vinculados ao processo.
Classificações
· Presencial: estava lá quando o fato ocorreu;
· De referencia: não viu o fato, ficou sabendo por meio de outra pessoa, mas acompanha suas consequências, sendo geralmente chamada em processo de dano moral. Já a testemunha referida é aquela mencionada no depoimento de outra pessoa.
· Judiciária: que relata em juízo o seu conhecimento a respeito do fato;
· Instrumentária: que assina um contrato, extrajudicial.
Admissibilidade
Quando não há outra prova, como a confissão. Apesar da liberdade probatória, algumas coisas exige provas determinadas, como a certidão de casamento para comprová-lo. Alguns processos não podem ser feitos apenas com prova testemunhal. Como o de aposentadoria do segurado rural, sendo necessário pelo menos um documento comprobatório do temo de serviço.
Capacidade para testemunhar
Via de regra, qualquer pessoa capaz pode testemunhar, a não ser que sua percepção da questão possa estar equivocada, ou se tiver alguma relação com o que presenciou. Quem tem interesse não é ouvido como testemunha, mas informante, ou seja, podem ser ouvidos porém com menor valoração, devendo ser ouvidas, por exemplo, menores que sofreram abusos.
Tempo e local
Em regra, será feita perante o juízo da causa da audiência de instrução, a exceção da prova antecipada e dos intimados por carta.
Cabe as partes o ônus de juntar o rol de testemunhas no prazo comum, não superior a 15 dias, fixado pelo juízo na decisão de saneamento. Cada parte oferece, no máximo, 10 testemunhas, sendo 3, no máximo, para a prova de cada fato. Cabe ao advogado informar a testemunha e intimá-la para comparecer na audiência.
É possível pedir a exclusão, contraditar testemunha que não havia sido solicitada. Também é possível trocar testemunha se for aberta à outra parte prazo para contraditar.
Procedimento
Tendo elas comparecido (depois de seu arrolamento – apresentação do rol, características e qualificação – e possibilitada a contradita). No juizado não há intimação de testemunhas, mas seu mero comparecimento junto da parte na audiência, onde podem ser contraditadas.
Art. 456 – “O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras”, para uma não altere sua percepção a ser relatada pelo depoimento da outra. Único - O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes concordarem.
Depois do pregão (chamadas as testemunhas), haverá a sua qualificação e elas prestarão compromisso com a veracidade dos fatos ali alegados (art. 458). Único – “O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade”, conhecido por perjúrio.
Art. 457 – “Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmará seus dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do processo”, para que se possa determinar que esta pessoa funcione como testemunha ou informante. § 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3, apresentadas no ato e inquiridas em separado. § 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o § 1º, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante. § 3º “A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos previstos neste Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as partes”, como o exercício de função ou assumir condição que prejudique a si mesmo ou sua família.
Art. 459 – “As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha [no CPC/73 sendo feitas pelo juiz], começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida”. 
§ 1º “O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto depois da inquirição feita pelas partes”, podendo buscar esclarecer algo que ficou dúbio, por vontade sua ou solicitação da parte. No mais, cada parte deve fazer de uma vez todas as perguntas necessárias.
§ 2º As testemunhas devem ser tratadas com urbanidade [respeito, sem fazer perguntas que as atinjam], não se lhes fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas [que induz ao erro] ou vexatórias.
§ 3º As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas no termo, se a parte o requerer.
Cabe à parte trazer e arcar com os custos de tradutor, se necessário, a não ser nas hipóteses de justiça gratuita, em que o auxiliar pode ser solicitado ao juízo e por ele determinado.
Art. 460 – “O depoimento poderá ser documentado por meio de gravação. § 1º Quando digitado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de documentação, o depoimento será assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores”, registro necessário para que o juiz possa rever as provas produzidas para proferir a sentença, em especial nas hipóteses de recurso ou troca de juiz. A gravação fica disponível no sistema e o termo fica disponível no processo. § 2º Se houver recurso em processo em autos não eletrônicos, o depoimento somente será digitado quando for impossível o envio de sua documentação eletrônica. § 3º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código e na legislação específica sobre a prática eletrônica de atos processuais.
Art. 461 - O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I. A inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas: quando uma testemunha é referida pela outra em seu testemunho, “eu estava com fulano e vi isto”;
II. A acareação de 2 ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações: colocar as duas testemunhas na mesma sala e fazer uma depor na frente da outra.
§ 1º “Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação. § 2º A acareação pode ser realizada por videoconferência ou por outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real”, ou seja, as testemunhas não precisam estar fisicamente um na frente do outro.
A parte que requereu o testemunho deve pagar os custos que a testemunha teve para tal. Art. 462 - A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de 3 dias. 
Art. 463 - O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público. Único - A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.
Art. 448 - a testemunha não é obrigada a prestar depoimento, quando algo acarretar dano a si, ao seu cônjuge, companheiro, parentes consanguíneos e afins, a cujo respeito, por estado ou profissão ter que guardar sigilo.

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