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Potencial de Membrana e Potencial de Ação

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Fisiologia - Letícia Testa T8 – 3° Termo	 
POTENCIAL DE MEMBRANA E POTENCIAL DE AÇÃO (BIOELETROGÊNESE) 
· Potencial de Membrana: por que a membrana fica negativa do lado interno e positiva do lado externo? 
1° Bomba de sódio e potássio (ATPase)
2° Canal de Vazamento de Potássio 
3° Proteínas intracelulares são negativas 
· Se alterar um desses 3, vai sair do repouso
1° Esse efeito em primeiro momento é decorrente da bomba de sódio e potássio (coloca 3 sódios no LEC e 2 potássios no LIC, o meio externo tem sempre mais uma carga positiva do que o meio interno). Mas, se ser negativa dentro e positiva fora fosse somente por causa desse processo, nem sempre seria assim, porque a bomba de sódio e potássio funciona para regular o que o transporte passivo fez. Então, se o transporte passivo não funcionar, o ativo também não vai (já estará na homeostasia), a bomba não funciona a todo tempo, ela só funciona quando o transporte passivo está funcionando. 
2° Existem outros fatores que estimulam a célula ficar negativa dentro e positiva fora, o segundo fator estimulante é o Canal de Vazamento de Potássio (transporte passivo, insaturável). Todos os canais do nosso organismo, exceto esses com o nome de vazamento, possuem comportas (todos os canais estão fechados). Então, os transportes passivos, não estão funcionando a todo momento, é preciso que as comportas se abram (quando houver estímulo). 
No Canal de Vazamento não há nada impedindo a passagem da substância, enquanto existir gradiente de concentração, gradiente elétrico ou gradiente químico, o canal de vazamento funciona. O canal tem nome, se é canal de potássio, só o potássio pode passar. Esse canal de vazamento é importante para deixar o LIC negativo, como potássio está mais concentrado dentro da célula, abrindo um canal de vazamento, o potássio vai sair da célula (gradiente de concentração), se está saindo o potássio, ele leva consigo sua carga positiva, isso quer dizer, que o LIC está constantemente perdendo cargas positivas (ficando mais negativo). 
3° Todas as células apresentam ribossomos, que têm como função a síntese proteica. As proteínas possuem cargas, que dependem do pH do meio. Fisiologicamente, o pH normal da célula varia entre 7,2 a 7,4 (o pH neutro é 7, nosso corpo é ligeiramente básico). Se tem mais base do que ácido dentro da célula, fisiologicamente tem mais base do que prótons sobrando no LIC. 
A proteína pega a carga da base, a base tem carga negativa, dessa forma, as proteínas intracelulares são negativas.
* Base: negativa OH-
*Ácido: positivo H+
* pH do sangue varia entre 7,35 a 7,45
· Quando está em repouso, está em homeostasia, isso faz com que o LIC fique negativo 
· O repouso da célula é negativo, -70mV. Esse repouso é para ser fixo, mas alterações patológicas podem mudar isso:
Exemplo: Acidose celular (patologia que faz com que o pH da célula se torne ácido), se o pH da célula é ácido, a proteína não vai ser negativa e sim positiva. Se a proteína é positiva, dentro vai começar a ser menos negativa, -50mV, -40mV. -30mV... 
Exemplo: Existem algumas toxinas ou reações, em que ocorre o bloqueio no canal de vazamento de potássio (fechamento do canal). Assim, não vai perder cargas positivas para o meio, a carga positiva do potássio ao invés de sair, ficará dentro da célula, então o potencial de membrana (repouso), não vai ser -70mV, vai se tornar cada vez mais positivo.
· Todo potencial de ação exige um contexto, que é o Limiar. Quando o estímulo é capaz de alcançar o limiar, gera o potencial de ação (não tem como voltar, vai acontecer a ação). 
Pergunta: Todos os dias submetemos nosso cérebro a uma enxurrada de informações que podem fazer com que ele entre em convulsão, mas por que não convulsionamos todos os dias? (com exceção de quem tem distúrbios elétricos cerebrais) 
Resposta: Não convulsionamos porque nosso cérebro é capaz de controlar esses estímulos, nem tudo chega no limiar, então nem tudo gera uma ação no cérebro. 
Exemplo: No dia a dia, não sentimos nossa camiseta no corpo, o anel, as vezes procuramos o celular que está na nossa mão ou o óculos que está na cabeça. Isso porque, o cérebro joga fora essas informações para que a gente não convulsione. 
· Quanto mais próximo o repouso for do limiar, menos estímulos precisa ter 
Exemplo: O limiar é -40mV e o repouso -70mV, mas certo paciente apresenta um distúrbio e seu repouso é em -55mV
É mais fácil o -55mV sofre um potencial de ação do que o -70mV, pois o paciente com distúrbio apresenta o repouso mais próximo ao limiar (-40mV) 
Exemplo: Durante a gestação tudo o que a mulher aumenta no sangue, não é para ela e sim para a criança. Ela pode se tornar diabética na gestação para enviar glicose para o bebê, o corpo da mulher começa a produzir menos insulina ou cria resistência à insulina, para a mulher não utilizar a glicose e isso passa para o bebê, mas infelizmente isso gera a doença na mãe.
 Hoje está muito comum as gestantes desenvolverem hipovitaminose D, por isso não se faz apenas suplementação com ferro, ácido fólico... também é feito com vitamina D, que tem como função aumentar os níveis de cálcio no sangue. O mesmo cálcio que a mãe está comendo e suplementando, não é para ela, é para o bebê. As gestantes podem desenvolver osteoporose e fratura de fêmur se não tiverem reposição de cálcio suficiente, porque vai ser retirado cálcio dos ossos da mãe para mandar para a criança. 
Hipovitaminose D, causa diminuição de cálcio no feto também (porque tudo vai para o bebê), a diminuição de cálcio no feto, está relacionado com hiper-reatividade. Existem alguns reflexos que nascemos com ele, como quando coloca o dedo na mão do bebê ele fecha a mão, ou quando passa a mão nas costas ele mexe para o lado que você encostou. Nessa criança com hiper-reatividade, os reflexos serão exagerados, ao fato de persentir uma sombra ela começa se tremer, ao fato de pegar ela no colo, ela cria um reflexo como se fosse de queda (abre os bracinhos e fica estática). tem que dosar e suplementar o cálcio nessa criança, porque ela pode também sofrer convulsão, a ausência de cálcio deixa o potencial de repouso mais para cima (mais próximo ao limiar) 
*Hipocalcemia = falta de cálcio
· Retomando: para contrair o músculo, enquanto não chegar no -40mV (limiar), o músculo não contrai. Então, precisa ter um estímulo suficiente para o músculo contrair, só que esse estímulo tem que ser suficiente dependendo do seu potencial de repouso, se ele for -70mV, está mais longe do -40mV, então o estímulo tem que ser maior. Enquanto, se tiver no -55mV, o estímulo é bem menor, isso mão é bom, pois está muito próximo do limiar, gerando facilmente potencial de ação, facilitando convulsões. 
· Os Benzodiazepínicos (Alprazolam, Bromazepam, Clonazepam, Diazepam e Lorazepam barbitúricos, Zolpidem, Zopiclona...) jogam o potencial de repouso em -110mV, ficando mais longe do limiar (-40mV), isso faz demorar mais para ter algum efeito no corpo. Os antipsicóticos jogam o potencial de repouso tão para baixo que o paciente dorme o dia inteiro, depois vão se acostumando. 
· Quanto mais negativo for, menos chances de ter um potencial de ação 
· Por outro lado, Coca-Cola, ritalina, energéticos, bala (droga)... deixam o potencial de repouso mais para cima, mais próximo ao limiar e do potencial de ação
 
· O corpo não fica sempre em repouso, precisamos executar ações, e para isso precisa entrar na movimentação das substâncias 
- Qualquer célula que precisa fazer algo, ela precisa ser estimulada. 
Coração, estômago, intestino, eles possuem seus próprios marcapassos, que os estimulam, a todo momento há movimento. Qual seria lógica de dar um bloqueador muscular em uma cirurgia se o intestino só funcionasse na presença de alimento? O bloqueador é dado, pois o intestino vai funcionar mesmo estando vazio, por isso que ronca (se não tem nada para movimentar, ele movimenta o ar). 
Todas as células precisam de um estímulo, sendo um estímulo próprio ou estímulo externo
· Todas as células sofrem estímulos, podem ser todosjuntos ou separados, são eles:
- Físico: por exemplo tato, mas se ficar pegando na pele por mais tempo, daqui a pouco não sente mais nada, além de temperatura
- Químico: por exemplo hormônios, neurotransmissores, substâncias exógenas, substâncias endógenas (é o mais utilizado pelo corpo). 
- Elétrico: por exemplo as sinapses 
Todas essas substâncias (estímulo), vão induzir a abertura de um canal, que chamamos de canal sensível à ligante (algo vai se ligar nesse canal para ele abrir) Canal LD (ligante dependente)
Exemplo: a testosterona vai se ligar no canal da testosterona e esse receptor vai abrir o canal 
· Potencial de ação
Se a célula está negativa (-70mV), e precisa chegar no limiar (-40mV) para fazer efeito, esse canal que vai se abrir tem que ser um canal para entrada de cargas positivas ou saída de cargas negativas. No contexto normal de célula (sódio fora e potássio dentro), o tipo de canal que abre é o de entrada de sódio, pois ele tem cargas positivas e está fora da célula, conforme vai entrando, vai deixando o repouso mais positivo (mais próximo do limiar). O sódio é o mais comum, pois a maioria das células do corpo tem essa conformação, mas também poderia abrir canais de cálcio, pois ele tem cargas positivas e está mais concentrado fora da célula, se entrar, também vai deixar a célula mais positiva. 
*O que manda não é o íon e sim a carga que ele carrega 
O cloreto está mais concentrado fora, e ele carrega carga negativa, se abrir um canal dele, a célula vai ficar mais negativa ainda e consequentemente mais longe do limiar (mais difícil de ficar acordado, está longe do potencial de ação). Essa é a ação dos benzodiazepínicos 
- Quando entra sódio na célula, ela saiu de -70mV e foi para -69mV (entrou uma carga positiva). Toda vez que a célula sai do seu potencial de repouso fisiológico, isso gera um estímulo intrínseco na própria célula, ela não precisa mais de um estímulo exógeno, ela própria se gera o estimula. Quando ela começa a ficar menos negativa, isso deve se tornar um estímulo elétrico (voltagem), esse estímulo elétrico, estimula na célula a abertura de canal de sódio voltagem dependente (não é ligante dependente, agora é voltagem dependente estímulo elétrico). Cada vez que a célula fica menos negativa (mais próxima ao limiar), mais canais de sódio vão abrir. Entrando mais sódio, agora a membrana passa a ser -68mV, isso muda a voltagem da membrana e faz ela abrir mais canais de sódio, até atingir o limiar, quando atingir todos os canais de sódio restantes serão abertos.
Isso faz com que a membrana saia de -40mV e atinja porções de +10mV muda a polaridade da membrana gera potencial de ação despolarização
Era -70mV ocorreu estímulo químico, físico, elétrico e abriu canal de sódio entrou sódio membrana ganhou 1 carga positiva isso muda a voltagem da membrana, assim ela começa abrir canal de sódio voltagem dependente entrou mais sódio membrana se tornou menos negativa abre mais canal de sódio membrana fica menos negativa ciclo vicioso até atingir o limiar atingiu o limiar membrana abre todos os canais de sódio restantes membrana atinge valores positivos
· Potenciais subliminares ou ondas lentas 
Nem sempre os estímulos são capazes de chegar no limiar, mas as vezes eles conseguem deixar o potencial de repouso mais próximo do limiar, como o peristaltismo. A cada 12 segundos gera uma contração no intestino, não é um estímulo que vai de uma vez e contrai, se não teríamos cólica. Acontece de pouquinho em pouquinho um estímulo no intestino. 
Vai formando uma ondinha estava no repouso, subiu, mas não chegou no limiar (sem potencial de ação), fisiologicamente ele começa a cair (a célula sempre vai voltar para o repouso), mas antes de cair tudo, vem outro estímulo da mesma intensidade, mas ainda não chegou no limiar. Vem outro estímulo e alcança o limiar, aí sim gera o potencial de ação. 
· Repouso 
A célula não fica positiva a todo momento, ela precisa voltar para o repouso repolarização 
Para isso, ela vai primeiro fechar o canal de sódio, quando a membrana fica positiva, existe um sensor no canal de sódio que faz com que ele se feche. Então, a mudança de polaridade estimula o fechamento do canal de sódio voltagem dependente. Agora, não entra mais sódio, mas só por isso não é o suficiente para a célula entrar no repouso, pois ela está cheia de cargas positivas, para ficar negativa tem que começar sair cargas negativas. O íon mais concentrado no LIC é o potássio (cargas positivas), se abrir o canal de potássio ele vai sair levando consigo as cargas positivas (deixando o LIC cada vez mais negativo). A mesma polaridade que estimula o fechamento dos canais de sódio, também estimula a abertura dos canais de potássio. 
Isso gera a repolarização, que significa voltar a polaridade normal. Porém, existe um período a baixo do repouso, que é chamado de hiperpolarização, que é quando a célula fica cada vez mais negativa, além do repouso dela. Ao invés de ficar em -70mV (repouso), na hiperpolarização vai para -80mV por exemplo.
Essa hiperpolarização acontece porque o canal de potássio é lento, ele demora para abrir, mas também demora para fechar. É benéfico para o corpo, é uma medida de proteção, tipo um freio para não convulsionarmos. 
Depois, sai da hiperpolarização e volta para o repouso através da bomba de sódio e potássio (-70mV). Para não confundir falamos que a bomba de sódio e potássio atua para voltar para o repouso, mas na verdade ela está atuando desde que saiu do repouso e começou a despolarização (antes de gerar o potencial de ação)
Membrana muito positiva sensor fecha canal de sódio para de entrar cargas positivas sensor abre canais de potássio começa a sair cargas positivas membrana vai ficando cada vez menos positiva membrana negativa, repolarização hiperpolarização (lentidão dos canais de potássio) bomba de sódio e potássio repouso
Ao invés de abrir canal de potássio (saída de cargas positivas), também pode abrir canais de cloreto (entrada de cargas negativas). Fisiologicamente ocorre a abertura dos canais de potássio, mas pode estimular a abertura dos canais de cloreto com substâncias.
Exemplo: Paciente em estado convulsivo está acima do limiar (membrana positiva), quando da medicamento para ele, vai fazer entrar cloreto (carga negativa), isso joga o paciente para baixo. 
Pergunta: O que é esperado da célula do paciente se ocorrer o bloqueio dos canais de sódio voltagem dependente?
Resposta: Se bloquear os canais de sódio voltagem dependente, não gera despolarização, dessa forma, não gera potencial de ação. Isso é o que ocorre na lidocaína que é um anestésico, se não gera potencial de ação, o neurônio da pele não leva para o sistema nervoso o sentido de dor. 
Exemplo: A morfina fecha canal de cálcio e abre canal de potássio, se bloqueia o canal de cálcio (O cálcio entra, tem carga positiva) não gera potencial de ação, mas além disso ela abre canal de potássio (o potássio sai levando consigo carga positiva), deixando a célula mais negativa. A morfina gera hiperpolarização 
Pergunta: ao invés de ativar canal de potássio, o que acontece se bloquear ele? 
Resposta: Se bloquear o canal de potássio, a célula fica positiva (o potássio não sai), isso quer dizer que a todo momento a célula vai estar despolarizando, não vai conseguir entrar em repouso novamente 
· Dentro do potencial de ação, temos dois períodos: 
Refratário significa que dividiu o potencial de ação em duas partes
- Período refratário absoluto: período onde ocorre apenas 1 potencial de ação
- Período refratário relativo: pode acontecer mais de um potencial de ação ao mesmo tempo
 Relembrando! O potencial de ação é a perda da homeostasia, é quando o corpo tenta buscar o equilíbrio, e por meio disso ele faz suas funções fisiológicas. Toda célula parte do princípio do repouso, o repouso da célula é a homeostasia, isso faz com que no LIC fique negativo e no LEC positivo (gradiente elétrico) 
Os 3 fatores que fazem o LIC ser negativo:
- Bomba ATPase (sódio e potássio): joga 3 cargas positivaspara fora e ganha duas positivas, sempre está deficiente de 1 carga positiva. A bomba de sódio e potássio é eletrogênica, fora isso também garante a osmose 
- Canal de vazamento de potássio: canal é um transporte passivo, simples facilitado e ilimitado. Sempre está vazando potássio para fora da célula, levando consigo cargas positivas 
- Proteínas intracelulares: as proteínas possuem cargas que variam de acordo com o pH de onde ela está inserida, dentro da célula o pH é ligeiramente básico, então está sobrando OH- dentro da célula, assim a proteína se une com esse OH e ganha sua carga negativa. Por isso as proteínas dentro da célula são negativas 
Se alterar qualquer um desses três princípios, haverá perca do potencial de repouso. Isso é importante para o potencial de repouso ficar em uma distância razoável do limiar, se aproxima fica mais fácil de gerar um potencial de ação. 
· Para acontecer o potencial de ação, tem que ter um estímulo para que haja a entrada de cargas positivas abertura de canal de sódio ligante dependente (esse canal não é aberto, precisa que alguma substância ligue no receptor para a abertura do canal). Quando abre um canal de sódio ligante dependente, ele estimula a entrada de sódio e consequentemente cargas positivas (o potencial de repouso sai do -70mV e vai para -68mV), essa mudança de polaridade da célula, estimula canal de sódio voltagem dependente, cada vez que a membrana vai ficando menos positiva vai fazendo abrir mais canais de sódio, até que a polaridade da membrana alcance o limiar e gere o potencial de ação, isso é a despolarização, a célula vai ganhando cargas positivas. 
Quando muda a polaridade da membrana para positiva, acontece o fechamento dos canais de sódio e abertura dos canais de potássio. Esse canal de potássio é voltagem dependente, pois ele foi ativo pela carga da membrana e não por uma substância, o potássio sai da célula levando carga positiva para fora, assim a membrana começa a ficar negativa, esse é o processo de repolarização, voltando a polaridade normal da célula, a fim da homeostasia. 
Mas, o canal de potássio é lento, ele demora para abrir, mas também demoras para fechar, isso gera a hiperpolarização (boa para a célula, é um mecanismo de resgate), no tratamento da convulsão por exemplo, é ideal que o repouso fique cada vez mais baixo, então os medicamentos de tratamento tendem a hiperpolarizar a célula. Depois que hiperpolarizar, a célula retorna para o repouso. 
· O período refratário absoluto, é quando não acontece nenhum outro potencial de ação, já o período refratário relativo, pode acontecer mais de um potencial de ação.
 
· Período Refratário Absoluto representa toda a etapa em vermelho na lousa (na despolarização e um pouquinho da repolarização). Significa que independente do momento em que esteja recebendo os estímulos que forem, não é possível gerar outro potencial de ação.
· Período Refratário Relativo representa toda parte em rosa na lousa (na repolarização, hiperpolarização e repouso). Se acontecer um estímulo durante a repolarização por exemplo, pode gerar um outro potencial de ação. 
Exemplo: o coração acelerou, ocorreu o potencial de ação, quando ele está repolarizando não precisa voltar para o repouso para depois acontecer outro potencial de ação, em qualquer parte do refratário (rosa) que sofrer um estímulo pode gerar outro potencial de ação. Isso acontece muito em pacientes com arritmia cardíaca, o coração inicia um novo batimento antes de chegar no repouso (não confundir com taquicardia). 
Pergunta: Porque no período refratário absoluto, sendo ele na despolarização e um pouquinho na repolarização (começa a cair, só vira refratário relativo quando a repolarização desce a partir do limiar) mesmo com estímulo não gera um novo potencial de ação, e no refratário relativo se tiver estimulo pode gerar um novo potencial de ação? 
Resposta: x 
Com exceção dos canais de vazamento, os canais não são abertos, eles precisam ser estimulados. Para abrir os canais no potencial de ação, precisa de um estímulo ligante e outros estímulos elétricos, se os canais fossem todos abertos, não conseguiríamos pausar e focar, porque todas as informações estariam chegando juntas. 
O que fecha os canais são as comportas. Os canais de sódio em especial possuem 2 comportas, uma externa (LEC) e outra interna (LIC), o de potássio tem apenas 1 comporta, o de magnésio e cálcio possuem comportas diferentes, mas a lógica é sempre a mesma. 
Quando o canal de sódio está com as duas comportas fechadas, chamamos de repouso, a substância que está fora não consegue entrar e a substância que está dentro não consegue sair, no caso do canal de sódio, o sódio que está fora querendo entrar não consegue. Para o canal sair do repouso ele precisa ser estimulado (seja ele ligante ou voltagem dependente), quando esse canal recebe um estímulo, a comporta externa e interna abrem, assim o sódio do LEC consegue ir para o LIC, se abrir só a interna ou só a externa o sódio não consegue se movimentar, tem que abrir as duas para ele se movimentar por gradiente de concentração. Quando ocorre a abertura das duas comportas, chamamos de canal ativo (abertura do canal de sódio = ativação do canal de sódio). 
Nesse momento, a membrana é negativa (-70mV), quando sofre o estímulo ela começa a ficar mais positiva (-50mV), mas ainda é negativa. Quando muda a polaridade, membrana totalmente positiva (+10mV), ocorre o potencial de ação e a membrana estimula o canal de sódio se fechar, no entanto, ele só fecha a comporta interna, a externa por enquanto fica aberta (o sódio não consegue entrar), chamamos de canal inativo. Quando a membrana volta a ter características bem negativas (abaixo do limiar -40mV, na repolarização), a comporta externa se fecha, e esse canal passa a ser chamado novamente de repouso. 
É um ciclo, repouso – ativo – inativo – repouso – ativo – inativo ... Quem norteia esse ciclo é sempre a voltagem. 
Se o canal volta para o repouso, ele pode receber novamente um estímulo e se abrir. Só é possível estimular um canal de sódio quando ele está no repouso, receber mais um estímulo em -50mv por exemplo, não faz sentido, porque não tem como abrir um canal que já está aberto, já está ocorrendo a despolarização, já está tendo mais aberturas por voltagem dependente, já está entrando cargas positivas, não tem como gerar mais de 1 potencial de ação nessa fase (despolarização, refratário absoluto). Então, o canal de sódio só é respondível a estímulos quando ele está no repouso, uma vez aberto sempre aberto, precisa da polaridade da membrana para ele se tornar inativo, e precisa da polaridade da membrana para ele voltar ao repouso. 
Se embutir no canal de potássio voltagem dependente, ele estará em repouso até a membrana ficar positiva, depois que a membrana ficar positiva abre o canal de potássio, e ele ficará aberto até a membrana ficar mais negativa do que o repouso (hiperpolarização), aí fecha o canal de potássio. Repouso – ativo – repouso 
A Lidocaína é um anestésico bloqueador de canal de sódio em seu estado ativo, outros anestésicos bloqueiam o canal de sódio em seu estado ativo e inativo, mas não bloqueiam no repouso. O efeito básico é o mesmo, não deixar o sódio entrar, a diferença está na durabilidade do efeito do medicamento. Tem medicamento que funciona como uma “pedra no meio do caminho”, ele entra e fica no meio, como se fosse uma comporta, se estiver no repouso ele não entra (comportas fechadas), ele só funciona no estado ativo (comportas abertas) para conseguir entrar e ficar no meio. A maioria dos anestésicos bloqueiam no estado ativo e inativo, dificilmente no repouso. 
Quando a anestesia não pega, pode ser porque o limiar de repouso daquela célula não é tão negativo, é mais positivo, assim, a célula dispara muito rápido e não da tempo do anestésico pegar pois o ciclo é muito rápido. Ou pode ser por enzimas que temos na pele e no corpo que neutralizam os anestésicos (na geral é mais raro, mas pode diminuir o tempo de efeito). Tem anestésicos programados para durarem20, 30 ou 45min, mas não tem para durar 3 horas, em longas cirurgias o anestésico tem que estar ao lado reativando a anestesia, e ele sabe que está diminuindo o efeito pelos sinais vitais do paciente. Na anestesia raqui, o médico posiciona o paciente de forma que fique sentado como no cavalo, com as pernas abertas na maca e pede para curvar, assim ele conta as vértebras e aplica, essa posição na verdade não é para achar a vértebra, porque de lado daria para contar, é para o anestésico descer e anestesiar a perna pela força da gravidade, o médico não deita o paciente antes dele falar que as pernas estão enformigando. 
Pergunta: Porque a falta de cálcio provoca aumento da frequência no potencial de ação? 
Resposta: Quando falamos em falta de algo, sempre será no LEC, hipocalcemia é a diminuição de cálcio no sangue (LEC). A célula possui o repouso em -70mV, para sair dele, precisa de um estímulo, mas por que é necessário esse estímulo? Poderia aumentar a concentração de sódio fora, isso seria um estímulo natural, mas não é porque está entrando muito sódio que vai gerar vários potenciais de ação, se fosse assim era só comer uma colher de sal e não precisaria de Venvanse por exemplo. Esse estímulo acontece, porque os canais de sódio principalmente voltagem dependente, são bloqueados pelo cálcio, assim como a Lidocaína bloqueia fisicamente os canais, alguns íons também podem fazer isso, o cálcio se deposita em cima das comportas, então para ela abrir, tem que empurrar o cálcio junto, é como se fosse a comporta verdadeira + uma camada de cálcio funcionando como uma camada adicional, assim precisa de mais força para abrir. Isso é um mecanismo de defesa do corpo para não entrar em crise convulsiva, não ter hiper-reflexía, não ter tremor... o sódio só abre se ele for estimulado, enquanto ele não for estimulado a comporta não abre e fecha. Quando perde esse cálcio não vai ter essa “segunda comporta”, assim a comporta verdadeira fica semiaberta por faltar peso sobre ela, se ela não se fecha totalmente o sódio consegue entrar, e isso gera mais facilmente potenciais de ação. 
Falta de cálcio está relacionado com convulsão, a hipocalcemia diminui o peso sobre a comporta, ela fica um pouco aberta e o sódio começa a entrar, mais fácil gerar potencial de ação. Na hipercalcemia, vai ficar mais difícil do sódio entrar (muito cálcio, tem muito peso sobre a comporta), causando diminuição de funções, paciente com depressão no sistema fisiológico, as coisas ficam mais lentas para funcionar (não é depressão psicológica).
*Emia= sangue 
*Hipocalcemia: diminuição de cálcio no sangue / Hiponatremia: diminuição de sódio no sangue / Hipocalemia: diminuição de potássio no sangue 
*Úria = urina 
*Hipercalciúria: aumento do cálcio na urina

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