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APG-MALARIA

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Fontes: 
GOMES, Andréia Patrícia et al . Malária grave por Plasmodium falciparum. Rev. bras. ter. intensiva, 
São Paulo , v. 23, n. 3, p. 358-369, Sept. 2011 
VASCONCELOS, Beatriz Maia et al. Aspectos epidemiológicos da malária na Amazônia Legal, Brasil, 
2000 a 2013. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 3, p. 5230-5243, 2020 
BRASIL, Ministério da Saúde. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. 2.ed. 2020. 
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 
LEVINSON, W. Microbiologia e imunologia médicas. 13. ed. Porto Alegre:AMGH, 2016 
MALARIA: 
A malária ou paludismO ou, impaludismo, febre palustre, febre intermitente ou, de acordo com suas 
formas clínicas, por febre terça benigna, febre terça maligna e febre quarta. No Brasil, tem nomes, 
como: maleita, sezao, tremedeira, batedeira ou, simplesmente, febre. Seus agentes sao 
esporozoarios do gênero Plasmodium. O homem é o hospedeiro natural de Plasmodiumfalciparum, 
de P. vivax, de P. malariae e de P. ovale, mas resistente aos plasmódios de outros mamíferos, aves 
ou répteis. Somente o P. malariae infecta também o utro s animais (chimpanzés e símios 
americanos), em condições naturais. 
ETIOLOGIA: 
Transmissão Pelo Vetor – a malária é quase sempre transmitida por vetores, como os MOSQUITOS 
ANOFELINOS (Anopheles darlingi) . O risco de contrair a doença depende da presença do homem em 
um ambiente geográfico que propicie a proliferação do mo squito e a evolução do plasmodium. Por 
exemplo, em ambientes frios, a transmissão só ocorre quando a umidade relativa é >60% e a 
temperatura >16°C, ou seja, são necessários climas QUENTES E ÚMIDOS. Ocupação desordenada de 
regiões malarígenas, exposição da pele pelo calor, moradias sem paredes 
 
Ciclo Evolutivo - No gênero Plasmodium existem cerca de 5 ESPÉCIES que podem infectar o homem: 
VIVAX, FALCIPARUM, MALARIE, OVALE ( restrito à África) e KNOWLESI (restrito ao sudeste asiático). 
Das 5 espécies, o FALCIPARUM é o causador da forma GRAVE DE MALÁRIA, causando cerca de 1,5-2 
milhões de mortes por ano. 
O plasmodium é um protozoário da cl asse ESPOROZOÁRIO, ou seja, que é AFLAGELADO e tem DUAS 
FORMAS DE REPRODUÇÃO: ESQUIZOGONIA/assexuada no hospedeiro definitivo/homem; e 
ESPOROGONIA/sexuada no hospedeiro intermediário/mosquito 
→ O Plasmodium apresenta um ciclo de vida heteroxênico , ou seja, para completar o seu ciclo de 
vida precisa de dois hospedeiros diferentes: um ver tebrado e outro invertebrado. 
→ Ciclo Pré-Eritrocitário (hepático) 
 Primeiramente, a infecção humana inicia-se com a inoculação no tecido subcutâneo do parasita, 
proveniente das glândulas salivares de mosquitos fêmeas, na forma esporozoíto,que passa a circular 
livremente na corrente sanguínea por 30 -60 mins. 
Depois disso, o protozoário atinge AS CELULAS DO FIGADO OS HEPATÓCITOS, ligando-se a uma 
proteína de revestimento chamada CSP (circunsporozoite protein) e, consequentemente, 
penetrando na célula. No seu interior, há uma alteração na sua forma, sendo agora um 
CRIPTOZOÍTA, a forma que INICIA A ESQUIZOGONIA (REPRODUÇÃO ASSEXUADA). Essa forma de 
reprodução é marcada pela DIVISÃO NUCLEAR, originando a forma ESQUIZONTE (vários núcleos 
contidos em um citoplasma). A esquizogonia termina quando TEM A formaÇÃO várias células-filhas = 
MEROZOÍTA → todo esse processo equivale ao período de INCUBAÇÃO DA MALÁRIA = 6-16 DIAS! 
Após a forma merozoíta se acumular no interior do hepatócito, ele se ROMPE nos SINUSOIDE 
HEPÁTICOS, permitindo a INFECÇÃO DAS HEMÁCIAS!!!! 
Esporozoíta →Criptozoíta →Esquizonte →Merozoíta 
A partir da infecção dos hepatócitos, forma-se até 10 mil novos merozoítos 
➔ Uma parte do plasmodium vivax e ovale fica latente dentro dos hepatócitos, permitindo recaídas 
dentro de 3-6 meses 
➔ O ciclo do P. falciparum dentro do hepatócito vai de 5-10 dias, é mais curto — Essa parte do ciclo 
geralmente é assintomática, m as algumas pessoas relatam dores fracas no abdome e náuseas 
Ciclo Eritrocitário 
Ciclo Eritrocitário – os merozoítas liberados, de acordo com a espécie de plasmodium, interagem 
com receptores específicos das hemácias, penetrando-as. Já no seu interior, o merozoíto fará 
sucessivas mitoses para se multiplicar e iniciara seu processo de diferenciação 
— Vai passar de MEROZOÍTO → TROFOZOÍTO JOVEM → TROFOZOÍTO MADURO (forma em anel) 
— Depois de trofozoítos ele pode seguir por 2 caminhoS: 
1. Pode se diferenciar em ESQUIZONTE, que é a forma em DIVISÃO ASSEXUADA do plasmodium que 
dará ORIGEM A NOVOS MEROZÓITOS, que vão para a corrente sanguínea INFECTAR novas 
HEMACIAS GERANDO ANEMIA. 
2. Pode se diferenciar em GAMETÓCITOS (FEM E MASC), que são INGERIDOS PELA FÊMEA do 
mosquito quando picar o doente. 
N O M O S Q U I T O 
— Depois de ingerir os gametófitos, eles vão para o interior do mosquito, se TRANSFORMAM em 
MICROGAMETÓCITO (macho) e M ACROGAMETÓCITO (fêmea) e nisso rompem a membrana da 
hemácia que estavam 
— FEC U ND A Ç Ã O 
— O micro e o macrogametócito vão se encontrar e vai haver a FECUNDAÇÃO, formação do ZIGOTO, 
o qual originada o OOCINETO, o qual penetra o tecido do estomago do mosquito e se torna OOCISTO 
— O OOCISTO aumenta de tamanho, se t orna maduro (4-15 dias) e se ROMPE, LIBERANDO muitos 
ESPOROZOÍTOS que se formaram dentro dele para o INTERIOR do MOSQUITO — Esses esporotozítos 
vao chegar até GLÂNDULAS SALIVARES 
MOSQUIT O → ESPOROZOÍT O→ MEROZOÍT O → TROFOZOÍTO → ESQUIZO NTE OU G AMETÓCITO 
Quando o anopheles picar o indivíduo, os esporozoítos SÃO INOCULADOS cerca de 8-15 
esporozoítos na corrente sanguínea — E então eles iniciam novamente o ciclo — Dentro da hemácia 
o PLASMODIUM se ALIMENTA de HEMOGLOBINA que tem FE, o qual é TOXICO para o parasita e por 
isso ele CRISTALIZ A O FE em uma vesícula, FORMANDO um composto chamado de HEMOZOÍNA – 
que da cor às células infectadas (PIGMENTO M ALÁRICO) 
Especificidades das Espécies! 
a. Hipnozoíta – as espécies VIVAX E O VALE, ao invadirem o hepatócito podem formar uma nova 
forma do protozoário = HIPNOZOÍTA, sendo ela a responsável pelos episódios de REICIDIVA DA 
DOENÇA, um a vez que essa forma pode ficar latente no hepatócito e desencadear uma nova 
esquizogonia depois de muitos anos. Devido a isso, é importante identificar a espécie de 
Plasmodium, já que os fármacos utilizados tem como alvo, principalmente, os MEROZOÍTAS. Então, 
em infecções por VIVAX ou OVALE, é importante adicionar um medicamento específ ico hipnozoíta 
→ PRIMAQUINA b. Moléculas de Ligação – O VIVAX utiliza o FATOR DUFFY da membrana 
eritrocitária para se ligar a ela, por isso os NEGROS AFRICANOS COM DUFFY NEGATIVO s ão 
relativamente imunes a essa espécie! O FALCIPARUM utiliza a GLI COFORINA A 
c. Duração da Esquizogonia Eritrocitária – Difere entre as espécies, sendo importante para definir os 
sintomas! O VIVAX e FALCIPARUM tem uma esquizogonia eritrocitária de 48h, por isso a febre 
ocorre a cada 3 DIAS – FEBRE TERÇÃ, que é dividida em FEBRE T ERÇÃ BENIGNA (vivax) e FEBRE 
TERÇÃ MALIGNA (falciparum). O MA LARIAE tem uma es quizogonia eritrocitária de 72h – FEBRE 
QUARTÃ. 
• Vivax – Terçã Benigna 
• Falciparum – Terçã Maligna 
• Malariae – Quartã 
EPIDEMIOLOGIA: 
Proteção Natural (Talassemia; Falcemia) – Sabe-se que há uma proteção contra malária em 
indivíduos com ANEMIA FALCIFORME, sendo grande parte dos casos localizados no “cinturão 
africano” . Isso é justificado pois se trata de uma REGIÃO MALARÍGENA que, por seleção natural, tem 
grande população de linhagem sobrevivente de infecção por P. falciparum. A proteção dada é devida 
a dificuldade de e squizogonia eritrocitária pelo formatoda célula , causando uam forma branda da 
doença, embora fosse da espécie falciparum. 
Cerca de 99,9% da transmissão da malária no Brasil ocorre na região amazônica, com 33 municípios 
concentrando 80,0% do total de casos autóctones de malária em 2021. Apesar disso, surtos 
esporádicos ocorremna região extra-amazônica e são de grande preocupação, pois podem resultar 
no aumento de casos em áreas de baixa transmissão ou na reintrodução da endemia em áreas livres 
de malária por décadas² 
O Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) foi instituído em 2003, no âmbito 
da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde do Brasil. Desde então o referido 
programa vem trabalhando para alcançar seus objetivos: a redução da mortalidade por malária; a 
redução de casos graves; a redução da incidência da doença; a interrupção da transmissão e 
manutenção da eliminação onde esta meta já foi alcançada². Em 2020 a maior parte dos casos 
autóctones de malária na região amazônica concentrou-se em regiões rurais e áreas indígenas com 
41,2% (58.403) e 34,0% (48.242. é um local precário financeiramente, com baixa assistência médica, 
o que beneficia o alto índice da doença 
As áreas de garimpo, também de grande importância epidemiológica para a doença, registraram 
expressivo incremento no número de casos. Em 2020 tinham sido registrados 14.086 casos 
autóctones nessas áreas, enquanto, em 2021, foram registrados 20.468 casos, representando um 
aumento de 45,3% (Tabela 1). Nessas áreas, 3.569 casos se deram por P. falciparum e malária mista, 
representando 17,4%. Quando analisado esse incremento no ano de 2021, por estado, é possível 
identificar que o aumento foi de 119,3% (125) em Rondônia, de 111,7% em Roraima (6.409), de 
94,9% no Amapá (1.216), de 66,7% no Mato Grosso (2.892), de 14,8% no Amazonas (1.791) e de 
13,5% no Pará (8.035) 
Uma criança morre por malária a cada 2 minutos.Nas Américas, 765 mil casos de malária e cerca de 
340 mortes foram notificados em 2018.A Região Africana da OMS carrega uma parte 
desproporcionalmente alta da carga global de malária. Em 2017, a região notificou 92% dos casos e 
93% das mortes pela doença.Aproximadamente metade da população mundial corre o risco de 
contrair malária, especialmente aqueles que vivem em países de baixa renda. Nas Américas, 138 
milhões de pessoas vivem em áreas de risco. 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS: 
A malária pode ser caracterizada como doença febril, não contagiosa, com acometimento de 
múltiplos órgãos e sistemas, de evolução potencialmente grave , quando não tratada precocemente. 
 O quadro clínico da malária pode ser leve, moderado ou grave, na dependência da espécie do 
parasito, da quantidade de parasitos circulantes, do tempo da doença e do nível de imunidade 
adquirida pelo paciente. 
Quadro clínico geral: presença da clássica tríade = febre, calafrio e dor de cabeça . Sintomas gerais, 
como mal-estar, dor muscular, sudorese, dor torácica, anorexia, vômitos, diarreia, náusea e tontura, 
podem preceder ou acompanhar a tríade sintomática. 
b. Crises Febris – nas fases iniciais, a febre pode ser diária, uma vez que existem diversos parasitas 
em diversos estágios de amadurecimento, então todo tempo tem uma hemólise acontecendo e 
causando febre. Com o evoluir da infecção, uma população de protozoários em ce rto estágio de 
amadurecime nto prevalece sobre as demais, causando HEMÓLISES A CADA 48H – ACESSOS FEBRIS: 
i. Período do Frio – 30-60 mins - inicia abruptamente – inte nso calafrio, tremores, náuseas, vômitos 
e mialgia 
ii. Período do Calor – 4-8h – grande sensação de calor e febre de até 41°C 
iii. Período de Sudorese – temperatura cai em CRISE, estabelecendo uma SUDORESE INTENSA 
c. Sintomas em ordem decrescente: febre, calafrios, esplenomegalia (58%), hepatomegalia (53%), 
palidez, icterícia, vômitos 
IMPORTANTE: não é o rompimento da s hemácias em sí que causam o surto, mas sim a liberação de 
produtos tóxicos (hemozoínas, que é um pigmento produZido a partir da degradação da 
hemoglobina). 
O período de incubação após uma picada é, em geral, de 10 a 14 dias para P. falciparum, e cerca de 2 
semanas para outras espécies. 
▪ Os achados físicos podem estar ausentes ou podem incluir sinais de anemia, icterícia, 
esplenomegalia e hepatomegalia discreta. O exantema e a linfadenopatia não são típicos na malária, 
de modo que a sua presença sugere outra causa par a a febre. Os exames laboratoriais geralmente 
revelam anemia, trombocitopenia e anormalidades das funções hepática e renaL. 
MALÁR IA COMP LICADA 
 Critérios para forma grave 
Parasitemia alta, Dispneia, Oligúria, Hemorragias, Alteraç ão do nível de consciência , Convulsões, 
Icterícia, Hipoglicemia, Febre alta persistente. 
 Dor abdominal intensa (ruptura de baço, mais frequente em P. vivax). 
 Mucosas amareladas, icterícia. 
 Redução do volume de urina a menos de 400 m L em 24 horas. 
 Extremidades azuladas (cianose). 
 Qualquer tipo de sangramento. 
 Comorbidades descompensada 
AN E M I A 
— Ocorre devido a destruição das hemácias durante o ciclo de vida do patógeno 
— Há diminuição da eritropoiese na medula óssea que permanece por algumas semanas após a 
infecção aguda e como consequência disso, há diminuição da produção de células sanguíneas 
ICTERÍCIA: pode resultar da hemólise excessiva ou comprometimento da função hepática n a malária 
grave. 
HEMOGLOBINÚRIA: hemólis e intravascular aguda maciça, acompanhada por hiper hemoglobinemia 
e hemoglobinúr ia. Ocorre em alguns casos de malária aguda e em indivíduos que tiveram 
repetidasformas de malária grave por P. falciparum. Urina colúr ia acentuada, vômitos biliosos e 
icterícia intensa. A complicação mais frequente é a necrose tubular aguda com insuficiência renal, 
podendo levar o paciente a óbit 
Di s f u n ç ão r e n a l 
— Há necrose tubular e obstrução dos vasos, causando baixa perfusão de sangue nos rins , redução 
do volume urinário a menos de 400 mL/dia e aumento da ureia e creatinina plasmáticas. 
— Insuficiência renal, com pouca diurese., mais presente em adultos 
Hip o g l i c em i a 
— Ocorre devido a perda de apetite, devido ao aumento da demanda de glicose do organismo (a 
febre e o parasita consomem glicose) e devido a redução da produção hepática de glicose por causa 
de falha na gliconeogênese e na glicogenólise, Uma célula infectada consome 70% a mais de glicose 
que uma célula norma 
A Malária grave E QUE INDICA INTERNAÇÃO é definida pela Organização Mundial de Saúde quando o 
paciente com parasitemia, tem 1 ou mais dos seguintes parâmetros: prostração ( inabilidade de 
manter-se sentado sem ajuda), rebaixamento do nível de consciência, edema pulmonar ou síndrome 
da ang ústia respiratór ia aguda (ARDS), convulsões, choque cardiovascular, sang ramento anormal, 
icterícia, hemog lobinúria, ou anemia grave 
1. Forma grave e complicadada doença: É causada quase a totalidade pelo Plasmodium falciparum 
(maior parasitemia, adesão endotelial) Internação imediata (UTI), drogas com ação rápida. Dispneia 
ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque 
2. Forma não complicada: Período de incubação varia de 7-14 dias. Vivax e Malarie pode chegar a 
meses. Sintomas gerais com duração de 6-12 horas. 
 
DIAGNOSTICO: 
O diagnóstico não pode ser feito apenas pela anamnese. 
 Feito pela pesquisa do parasito no sangue, seja pelo método da gota espessa ou pelo esfregaço 
sanguíneo. Existe horário correto para a coleta do sangue (sendo no horário dos picos febris, quando 
as hemácias se rompem e tem mais parasitas no sangue). 
Os testes laboratoriais são usados para: 
➔ Diagnostico 
➔ Acompanhamento da ef icácia dos medicamentos 
➔ Uso em pesquisas epidemiológicas 
➔ Testar resistência aos f ármacos 
➔ Testar a imunidade do paciente 
G O T A E S P E S S A ( G E ) 
— É o PADRÃO OURO para detectar malária 
— Nessa técnica se causa a LISE D AS HEM ACE AS e assim facilita a visualização do plasmodium no 
microscópio 
— Como se faz: 
➔ Colhe-se uma Gota de sangue por punção digital, prepara a lâmina e depois adiciona o corante 
especifico para o plasmodium e observa no microscópio 
➔ É 20-30 vezes mais sensível que o esfregaço poisconcentra mais sangue e consequentemente 
mais amostra para se observar 
— É possível observar : 
➔ ESTÁG IO DE MATURAÇÃO do plasmodium (trofozoíto, esquizonte, gametócito) 
➔ Presença e quantidade do plasmodium → importante para determinar a parasitemia no paciente 
e o fármaco 
— Desvantagem: 
➔ A coloração pode causar a perda de alguns parasitas, sendo um problema em paucibacilares 
➔ A morfologia do parasita pode não ser preservada, podendo confundir formas vivax com malariae 
por exemplo 
— Os programas de controle da malária geralmente usam esse método como rotina 
A malária grave deve ser considerada emergência médica. Portanto, a permeabilidade das vias 
aéreas deve estar garantida e os parâmetros da respiração e circulação avaliados. Caso seja possível, 
o peso do paciente deve ser aferido ou estimado, para facilitar os cálculos dos medicamentos a 
serem administrados. Um acesso venoso adequado deve ser providenciado e as seguintes 
determinações laboratoriais solicitadas: glicemia, hemograma, quantificação da parasitemia (em 
caso de infecção por P. falciparum), gasometria arterial e exames de função renal e hepática. Exame 
clínico-neurológico minucioso deve ser realizado, com especial atenção para o estado de consciência 
do paciente, registrando-se o escore da escala de coma (por exemplo, a escala de Glasgow em 
adultos e a escala de coma de Blantyre em crianças). A malária grave geralmente é conduzida como 
um caso de sepse grave, sendo que a prescrição de antibióticos de amplo espectro deve ser sempre 
avaliada a todo instante, devido à possibilidade de coinfecção bacteriana, especialmente em 
pacientes imunodeprimidos, sondados ou internados em unidade de tratamento intensivo (UTI). 
E S F R E G A Ç O 
— O sangue é colhido e imediatamente espalhado na lamina 
— É mais caro e menos sensível, porem preserva as hemaceas e as formas do parasita, facilitando a 
identificação das especies, Consegue identificar mais facilmente aqueles com baixa parasitemia 
 
TESTES RAPIDOS I M U N O C R O M A T O G R Á F I C O S 
— Usa se uma gota do sangue do paciente em um papel de nitrocelulose que contem anticorpos 
contra o antígeno do plasmodium 
— O uso desse exame é priorizado para aquelas áreas do brasil que não tem muitos recursos 
teCnologicos para realizar o exame de GE 
— Desvantagens 
➔ Não indicam parasitemia 
➔ Dificultam a detecção quando há baixa parasitemia 
➔ Não diferenciam entre as especies de plasmodium 
 NAO É MTO SENSIVEL NEM ESPECIFICO 
para a utilização dos testes rápidos, alguns critérios devem ser atendidos: 
Onde não exista e não seja viável a instalação de serviço de microscopia, especialmente em áreas 
rurais de difícil acesso, garimpos e áreas indígenas;Onde não exista possibilidade de garantir 
diagnóstico em menos de 24 horas de outra forma;Em determinadas localidades que ficam 
inacessíveis em alguns períodos do ano e somente seja possível disponibilizar o diagnóstico por meio 
de teste rápido; 
No período em que a microscopia não esteja disponível no serviço, como plantões e finais de 
semana;na região extra-Amazônica, em todas as unidades de referência para o diagnóstico de 
malária, para orientar imediatamente o tratamento, ainda que sem o resultado do exame por gota 
espessa. 
Diagnóstico diferencial da malária 
O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela, leptospirose, hepatite 
infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda, febres hemorrágicas e outros processos 
febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças 
infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No 
período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a malária são as 
infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral, 
endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas 
delas apresentam anemia e hepatomegalia. 
Desta maneira, a malária não pode ser diagnosticada pela sintomatologia. Apenas o diagnóstico 
laboratorial confirma ou descarta a malária. O tratamento é dispensado apenas para casos positivos 
por exame laboratorial. 
O diagnóstico laboratorial para malária é realizado através dos exames de gota espessa (padrão 
ouro), esfregaço delgado e teste rápido. Este material deverá ser encaminhado para o Laboratório 
Central do Estado - LACEN/RS. 
Frente a caso suspeito, recomenda-se: 
I. Coletar amostra para exame parasitológico direto; 
II. Cadastrar no Gerenciador de Ambiente Laboratorial - GAL; 
III. Encaminhar ao laboratório de Referência Estadual - LACEN/RS, contendo: 
1 tubo de sangue com EDTA; 
Observação: coleta preferencialmente no pico febril. Informações como data de início de sintomas, 
sintomas e deslocamentos devem ser informados na requisição do GAL, bem como disponibilizar um 
telefone para ser repassado imediatamente o resultado dos exames. Posteriormente serão liberados 
no GAL. 
 
TRATAMENTO: 
Após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com 
comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato. 
O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a 
idade e o peso do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; 
além da gravidade da doença. 
IMPORTANTE: Quando realizado de maneira correta e em tempo oportuno, o tratamento garante a 
cura da doença. 
Objetivos do tratamento contra a malária: 
O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios mais efetivos 
para interromper a cadeia de transmissão e reduzir a gravidade e a letalidade por malária. O 
tratamento da malária visa atingir ao parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo, que podem 
ser didaticamente resumidos em: 
a) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da 
infecção; 
b) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. 
ovale, evitando assim as recaídas tardias; 
c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de 
formas sexuadas dos parasitos (gametócitos 
A decisão de como tratar o paciente com malária deve ser precedida de informações sobre os 
seguintes aspectos: 
✓ Espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas terapêuticos a serem 
utilizados; 
✓ Idade do paciente, pela maior toxicidade para crianças e idosos; 
✓ História de exposição anterior à infecção uma vez que indivíduos primo infectados tendem a 
apresentar formas mais graves da doença; 
✓ Condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; 
✓ Gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de tratamento com esquemas 
especiais de antimaláricos 
Os medicamentos devem ser ingeridos, preferencialmente após uma refeição, evitando assim 
vômitos. Em caso de vômitos até 60 minutos da tomada, repetir toda a medicação da dose e, se 
ocorrer após 60 minutos, não é necessário repetir a medicação. 
Para evitar novo episódio de malária, lembrar sempre aos pacientes das medidas preventivas. 
Orientar o uso e distribuir, quando disponível, mosquiteiro impregnado com inseticida de longa 
duração (Mild) ou mosquiteiro comum para paciente com diagnóstico de malária e seus familiares. 
Î Como a primaquina é utilizada por sete dias, muitos pacientes não costumam tomar a medicação 
até o final. Após o terceiro dia de tratamento, quando já se sentem melhores, alguns pacientes 
param de tomar a primaquina. Assim, é preciso orientar sobre a necessidade de adesão, ainda que o 
paciente esteja sem sintomas 
Esquemas recomendados para a malária não complicada.Malária por P. vivax ou P. ovale 
Das espécies de Plasmodium que afetam o ser humano, apenas o P. vivax e o P. ovale têm 
hipnozoítos, a forma do parasito que se mantém dormente no fígado, e é responsável pelas 
recaídas. Dessa maneira, uma única picada de mosquito infectado pode causar vários episódios de 
malária subsequentes. a droga de escolha é a CLOROQUINA VO por 3 dias, sendo a dose total de 
25mg/kg tanto para adultos quanto para jovens – É uma droga bem tolerada e se gura para a 
GESTAÇÃO, sua toxicidade ocular não é problema na terapia antimalárica pe lo curto tempo – Seu 
me canismo de ação é o ataque aos ESQUIZONTES ERITROCITÁRIOS, revertendo a parasitemia → 
NÃO ELIMINA OS HIPNOZOÍTOS – para eles, indica-se PRIMAQUINA VO 0,5mg/kg 1X/7DIAS 
Gestantes, puérperas com até um mês de aleitamento e crianças menores de 6 meses não podem 
usar a primaquina. Gestantes devem usar o tratamento convencional com cloroquina por três dias e 
cloroquina profilática (5 mg/kg/dose/semana) até o fim do primeiro mês de lactação, para 
prevenção de recaídas. 
 Mesmo em pessoas que usaram a primaquina de forma correta, cerca de 30% ainda podem 
recair,102 o que está possivelmente ligado à predisposição genética do indivíduo, que não 
metaboliza a droga para a sua forma ativa,113 ou resistência do parasito, o que ainda não está bem 
descrito na literatura. A primaquina precisa ter sua dose corrigida pelo peso do paciente, porque sua 
distribuição acontece em todos os tecidos do corpo, diferentemente da cloroquina. Por isso, 
pacientes acima do peso, quando usam primaquina nas doses habituais, apresentam mais recaídas 
do que pacientes mais magros. 
2 Malária por P. malariae 
 O tratamento de P. malariae assemelha-se ao tratamento para malária vivax (apenas cloroquina por 
três dias), porém sem a necessidade de uso da primaquina. 
Malária por P. falciparum 
Utiliza-se o tratamento com combinações fixas de derivados de artemisinina (ACT), artemeter + 
lumefantrina ou artesunato + mefloquina, por 3 dias para o tratamento clínico e a primaquina em 
dose única para eliminação dos gametócitos. Gestantes, puérperas com até um mês de lactação e 
crianças menos de 6 meses não podem usar primaquina e são tratadas apenas com ACT. 
Malária mista (P. falciparum e P. vivax ou P. ovale) 
Para pacientes com infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale), o tratamento deve 
incluir artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, que são drogas esquizonticidas 
sanguíneas eficazes para todas as espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o 
tratamento radical de P. vivax), nas doses especificadas nas tabelas do Guia de tratamento de 
malária no Brasil. 
No caso de pacientes com mais de 120 kg a dose da primaquina deve ser ajustada ao peso. O 
tratamento com primaquina em 14 dias está indicado quando ocorre uma recaída após o tratamento 
em 7 dias com a dose adequada de primaquina. Gestantes não devem receber a primaquina; o 
tratamento deve ser feito com artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina conforme o 
Guia de tratamento da malária no Brasil. Crianças menores de 6 meses não devem receber a 
primaquina, portanto serão tratadas apenas com ACT. 
Caso o paciente apresente alguma parasitemia na gota espessa, seja de formas sexuadas ou 
assexuadas, e já tenha sido tratado para malária por P. falciparum há mais de 42 dias, tratar como se 
fosse caso novo, ainda que o paciente não apresente sintomas. 
A orientação da OMS é tratar adultos e crianças com malária grave (incluindo crianças 
menores/lactentes e gestantes em todos os trimestres de gestação e em período de amamentação) 
com artesunato intravenoso (IV) ou intramuscular (IM), um antimalárico potente e de ação rápida, 
por no mínimo 24 horas e até que possam tomar medicação oral (completar então o tratamento 
preconizado por espécie parasitária – respeitando as restrições de uso da primaquina) 
 
Padrões de sazonalidade do vetor da malária estão intimamente relacionados com o ciclo anual de 
chuvas, variações meteorológicas e hidrológicas 13,14. No que diz respeito às chuvas, a variabilidade 
anual da precipitação contribui para a alteração da densidade vetorial, além de proporcionar o meio 
aquático para a fase do ciclo de vida dos mosquitos, aumento nas condições de umidade e, 
consequentemente, a longevidade dos vetores 8,15. A pesar da precipitação ter um papel 
importante sobre os casos da doença, o seu efeito, intensidade, pode variar com as circunstâncias de 
determinadas regiões geográficas 8. 
Outro fator relevante é o entendimento da atuação hidrológica na resposta dos casos de malária. 
Variações sazonais dos níveis hidrológicos contribuem para a formação de criadouros potenciais, 
provocando impacto significativo na flutuação e incidência da malária 14,16. 
Em função das características ambientais e climáticas assegurarem ambientes propícios para a 
perenidade desta endemia 2, a compreensão das relações das variáveis de precipitação e nível 
d’água dos rios, sobre as respostas que elas provocam na malária, são importantes para o 
entendimento do perfil epidemiológico e como as diferenças de variabilidade são heterogêneas na 
Região Amazônica 
Em muitas partes da Amazônia, os picos de casos de malária ocorrem principalmente na época da 
estação seca, depois dos picos de chuvas 6,25,26. Nos períodos pós-chuvas, as taxas de transmissão 
são frequentemente relatadas e é nesta época que o ambiente encontra-se mais propício à 
procriação do vetor. 
O primeiro é o doutorado do biólogo Leonardo Suveges Moreira Chaves. Em um dos resultados, 
Chaves mostrou que as mudanças causadas pelo homem na vegetação da Floresta Amazônica 
diminuíram a biodiversidade de mosquitos e levaram o anopheles (Nyssorhynchus) darlingi a se 
tornar o principal vetor da malária na Amazônia, aumentando o risco de transmissão da doença. 
Outro achado importante foi que ambientes florestais fragmentados, habitados por pessoas 
vulneráveis em casas precárias, são as fontes dessa espécie, enquanto habitats de florestas 
contínuas ou completamente desmatados, sumidouro. 
Esse padrão está principalmente associado à ocupação de terras para expansão do agronegócio e da 
pecuária. Num primeiro estágio, as áreas recém-desmatadas são fortemente impactadas pela rápida 
intensificação da transmissão da doença, seguida de uma estabilização. Após vários anos, essa 
incidência diminui. 
Os mecanismos subjacentes associados a esse estágio de transmissão são fatores ecológicos 
(desmatamento e perda de biodiversidade), que favorecem o aumento na abundância do vetor da 
malária e na taxa de infecção por Plasmodium. Fatores sociais, como habitações humanas 
melhoradas e melhor acesso a produtos para tratar malária levam a uma diminuição das taxas de 
infecção humana e de mosquito.

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