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DISCIPLINA: Arqueologia TEMA: Prospecção e salvamento arqueológico OBJETIVO: Produzir um relatório de prospecção arqueológica baseado em pesquisa histórica COMPETÊNCIA: - Compreender as etapas do trabalho arqueológico - Reconhecer locais potencialmente importantes para preservação na comunidade onde vive. - Aprender sobre a cultura e sociedade locais. EXPERIMENTE E PRODUZA: A intervenção do homem na natureza e a expansão do seu habitat natural, ao longo dos séculos, é marcada por diversos avanços e retrocessos. Ao intervir no meio natural para a construção de uma ponte, uma obra rodoviária ou até mesmo um edifício, é preciso atestar se, naquele local, existe algum sítio arqueológico que precisa ser preservado e, assim, evitar a sua destruição. A recuperação destes vestígios é tarefa da chamada Arqueologia de Salvamento, cujo principal objetivo é atuar na preservação de patrimônio histórico e cultural e salvaguardar sua existência para conhecimento e estudo das gerações futuras. O processo de salvamento, contudo, não é tarefa simples, uma vez que envolve o planejamento e realização de uma escavação arqueológica. Todos os procedimentos devem atender às diretrizes do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e obedecer a legislação vigente. Em linhas gerais, são estas as etapas que envolvem a realização de um projeto de salvamento arqueológico: 1. Definição do objetivo do projeto: em outras palavras, é nesta etapa que deverá ficar claro o que se pretende com o projeto de salvamento, relacionando-o à importância da comunidade que legou os artefatos a serem preservados. TOM ANDRADE - ASSESSORIA ACADÊMICA APOL, PROVA ON-LINE, ESTUDO DE CASO, PORTFÓLIO, SLIDE ATIVIDADE PTÁTICA LOCORREGIONAL, PROJETO, TCC HORAS COMPLEMENTARES, PAPER E TRABALHOS SEMELHANTES WHATSAPP (84) 98893-0417 EXCELÊNCIA E QUALIDADE 2. Prospecção: esta etapa consiste no estudo da região afetada. Uma pesquisa histórica deve ser feita para que se colete o máximo de informações possíveis sobre a região, com o objetivo de entender mais sobre sua história e cultura. A prospecção é feita, também, mediante uma busca visual, por meio da qual o possível local de escavação é visitado e faz-se o esforço de encontrar, a olho nu, artefatos que possam indicar a presença de um sítio relevante no local. Junto a isso, são utilizados equipamentos de prospecção geofísica, capazes de identificar a presença de vestígios e estruturas relevantes no subsolo sem a necessidade de escavação. 3. Obtenção das permissões necessárias: antes de iniciar qualquer trabalho arqueológico, é preciso certificar-se de que haja a autorização necessária para tanto junto aos órgãos competentes, conforme estabelecido pela legislação. 4. Elaboração de um plano de trabalho: aqui, é preciso dimensionar o tempo necessário para a realização do trabalho, bem como detalhar suas etapas, montar uma equipe de trabalho (normalmente multidisciplinar) e apresentar um orçamento. 5. Escavação: esta etapa deverá ser feita conforme apresentado no plano de trabalho. A escavação propriamente dita consiste na remoção das camadas do solo que impedem a visualização dos artefatos presentes no local. Ao longo do processo, é de suma importância documentar todos os achados por meio de fotos, desenhos ou outros registros que forem pertinentes. 6. Análise: consiste no estudo e interpretação dos artefatos encontrados afim de determinar a sua importância histórica e cultural. 7. Preservação: conservação adequada dos artefatos encontrados, garantindo sua integridade e preservação para estudo de gerações futuras. 8. Divulgação de dados: como qualquer trabalho científico, os resultados do projeto devem ser compartilhados com a comunidade. Isto é feito, normalmente, por meio da publicação de artigos, apresentação dos dados em eventos acadêmicos e organização de exposições. Sem um projeto de salvamento arqueológico, que pode ser feito em qualquer fase do licenciamento ambiental necessário à realização de uma obra, importantes vestígios de sociedades que nos precederam podem ser destruídos, em grave prejuízo à preservação da história e memória local. Um artigo do jornal Folha de São Paulo, do ano de 2006, denunciou como obras de duplicação da BR 101, que liga o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, destruíram no todo ou em parte sítios arqueológicos que continham dados importantes para a compreensão do passado colonial e pré-colonial do Brasil. É o caso de nove sambaquis encontrados no trecho da rodovia que passa por Santa Catarina, dos quais um ficou totalmente destruído após a ação das máquinas. Isto aconteceu porque, ao contrário de outros estados, não havia para estes locais um projeto de salvamento arqueológico, feito somente após o início das obras, quando muito já havia sido perdido. Sambaqui Ponta das Almas, em Florianópolis, Santa Catarina (fonte: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina). Um sambaqui é um depósito de materiais orgânicos, como conchas e ossos, resultante da ação de comunidades pré-históricas do litoral brasileiro. Embora sua origem seja ainda alvo de debates, os sambaquis são importantes fontes de estudo destas comunidades e auxiliam a melhor compreender suas relações com o meio em que viviam. Muitas vezes, a falta de conscientização a respeito da importância do trabalho arqueológico é o que leva ao descaso com o patrimônio. Neste mesmo exemplo, de Santa Catarina, o DNIT (órgão federal de rodovias), justificou a ausência de um projeto de salvamento afirmando se tratar de um custo muito alto, muito embora os responsáveis do IPHAN tenham dito que este custo não ultrapassaria 1% do orçamento estabelecido. O desconhecimento e o descaso em relação ao nosso passado levam, fatalmente, à ignorância acerca de nosso próprio presente. A preservação de uma determinada memória ou cultura é crucial para que possamos compreender a nossa identidade e, em última instância, nosso próprio lugar no mundo. Sem a correta compreensão, por exemplo, acerca da história dos povos que ocuparam nosso litoral, proporcionada pelos sambaquis, como reconhecer sua importância? E sem reconhecer sua importância, como podemos entender os atuais debates sobre os povos originários do Brasil, que envolvem diretamente a realização de políticas públicas? A preservação do patrimônio, portanto, é fundamental não apenas para preservar a nossa identidade, mas também para que possamos compreender os desafios que, enquanto sociedade, atravessamos atualmente e cujas raízes estão relacionadas à história de outros povos e culturas que nos precederam. Com base nas informações dadas e nas leituras indicadas em MATERIAIS DE APOIO, você deverá realizar um relatório de prospecção, baseado em pesquisa histórica, a respeito de uma localidade da sua região que possa ter algum patrimônio de relevância histórica e cultural e, portanto, mereça ser preservado. Lembre, apenas, que um patrimônio relevante não é apenas aquele pertencente às sociedades muito antigas. Vestígios de um passado recente ou, até mesmo, de condições presentes também podem ser usados em sua atividade. MATERIAIS DE APOIO: Caso o estudante e/ou grupo desejar poderá ampliar a compreensão teórica e prática do tema a partir das seguintes indicações: ACAYBA, Cinthia. Obras da BR-101 inutilizam sítio arqueológico em Santa Catarina. Folha de São Paulo, 26/11/2006. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2611200615.htm . Último acesso em: 12/01/2023. EVANS, Clifford; MEGGERS, Betty. Guia para a prospecção arqueológica no Brasil. Museu Paranaense Emílio Goeldi: Belém, 1965. Disponível em: https://www.arqueologia- iab.com.br/img/ManagerImages/Guia_Para_Prospecyyo_Arqueolygica_no_Brasil.pdf. Último acesso em: 12/01/2023. FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2003. IPHAN. Patrimônio Arqueológico. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/315. Último acesso em: 12/01/2023. BRASIL. Instrução Normativa 001/2015. Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/INSTRUCAO_NORMATIVA_001_DE_25_ DE_MARCO_DE_2015.pdf . Último acesso em: 12/01/2023. ZANETTINI, Paulo Eduardo; WICHERS, Camila A. de Moraes. Arqueologia Preventiva e Ensino de Arqueologia no Brasil. Habitus, v. 12, n.2, 2014, pp. 239-256. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/4079/2330. Ultimo aceesso em: 17/01/2023. Passo 01: Pesquisa bibliográfica prévia com o intuito de melhor conhecer a história de sua região e, assim, identificar potenciais locais para sítios arqueológicos. Sua pesquisa deve ser feita em livros, arquivos, mapas e artigos científicos. Use repositórios digitais, como Scielo, Web of Science e Google Acadêmico, digitando palavras-chaves relacionadas à localidade pesquisada. Passo 02: Registre as principais informações encontradas, anotando dados históricos, culturais e geográficos acerca da localidade pesquisada. Passo 03: Analise as informações encontradas e identifique, então, uma potencial área para sítio arqueológico em virtude de sua importância histórico-cultural. Passo 04: Elabore um relatório de prospecção, conforme modelo fornecido no template. Passo 05: Poste o template preenchido na aba “trabalhos” da disciplina “Arqueologia”. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2611200615.htm https://www.arqueologia-iab.com.br/img/ManagerImages/Guia_Para_Prospecyyo_Arqueolygica_no_Brasil.pdf https://www.arqueologia-iab.com.br/img/ManagerImages/Guia_Para_Prospecyyo_Arqueolygica_no_Brasil.pdf http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/315 http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/INSTRUCAO_NORMATIVA_001_DE_25_DE_MARCO_DE_2015.pdf http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/INSTRUCAO_NORMATIVA_001_DE_25_DE_MARCO_DE_2015.pdf https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/4079/2330 NO QUE CONSISTE A ATIVIDADE PRÁTICA LOCORRREGIONAL? A atividade prática locorregional é uma metodologia de pesquisa e prática, considerando o macro e o micro territorial para o desenvolvimento da aprendizagem do estudante e da comunidade em seu entorno. A referida atividade apropria- se de diferentes instrumentos de avaliação na perspectiva de competências, com etapas soft e hard skills. Com a criação de uma cultura maker (faça você mesmo), ou seja, tenha atitude, o estudante é colocado como protagonista de sua transformação individual e social. O QUE COMPREENDEMOS POR COMPETÊNCIA? Incorporação permanente de práticas a partir do conceito de competências. Conforme consta no Glossário INEP: Uma competência caracteriza-se por selecionar, organizar e mobilizar, na ação, diferentes recursos para enfrentamento de uma situação-problema específica. Para concretizar o conceito de competências, demonstramos a seguir o acróstico C.H.A.V.E e sua relação com os Quatro Pilares da Educação: C = CONHECIMENTO Compreender a ciência/epistemologia a partir de diferentes pesquisadores e tempos históricos. Aprender a aprender H = HABILIDADE Aplicar o conhecimento produzido em seu contexto individual, social e profissional. Aprender a fazer A = ATITUDE Protagonizar ações. Aprender a ser V = VALORES Relembrar e refazer os valores humanos que orientam uma vida em sociedade, amparados em: Respeito, Empatia, Solidariedade, Cordialidade, Educação, Justiça, Honestidade, Humildade e Responsabilidade Aprender a ser e Aprender a conviver E = EMOÇÕES Responsabilizar com autogestão, amabilidade, engajamento com os outros, resiliência e abertura para o novo. Aprender a ser e Aprender a conviver QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS DA ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL? 1. Competências essenciais: 1.1 Comunicação na língua materna; 1.2 Comunicação em língua estrangeira; 1.3 Competência matemática e competências básicas em ciências e tecnologia; 1.4 Competência digital; 1.5 Aprender a aprender; 1.6 Competências sociais e cívicas; 1.7 Espírito de iniciativa e empresarial; 1.8 Sensibilidade e expressão cultural. 2. Engajamento de atividades para o desenvolvimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS); 3. Inclusão de soft e hard skills; 4. Conjugar epistemologia e prática. ESPERAMOS QUE O ESTUDANTE CONSIGA COMPREENDER: OS FATOS: identificar “situações-problema” ocorridas em diferentes cenários que geram uma odisseia de dados, podendo ser analisados e interpretados a partir de múltiplos olhares. AS OPORTUNIDADES: realizar o movimento AÇÃO – REFLEXÃO – AÇÃO (prática reflexiva), tecendo relações entre a região em que vive (micro) e o global (macro). QUAIS FUNDAMENTOS: aplicar práticas em diferentes realidades a partir do estudo da teoria. E O APRENDIZADO: produzir diferentes produtos que retratem sua aprendizagem. EM QUAIS DISCIPLINAS ACONTECEM A ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL? História e historiografia da antiguidade oriental Arqueologia História e historiografia medieval oriental Recursos audiovisuais em história História e historiografia da escravidão História, política, economia e cultura do século xx História, política, economia e cultura no século xix História e historiografia do brasil república História e historiografia do brasil colonial Questão indígena no brasil: uma perspectiva histórica História e historiografia da américa contemporânea Relações entre história e sociologia A ATIVIDADE PRÁTICA LOCORREGIONAL FAZ PARTE DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO? QUANTO REPRESENTA NA MÉDIA? Sim, faz parte do sistema de avaliação e corresponde 40% da média. Cada atividade prática possui especificidade, tanto na parte teórica, prática e apresentação. Preste atenção nas instruções da disciplina. • Individual ou em grupo de até 4 integrantes; • Para formar grupos, os alunos devem ser do mesmo polo e da mesma disciplina, indiferente da oferta e do curso; • No caso de grupo, apenas um dos alunos realiza a postagem do trabalho PRODUÇÃO e adiciona o número do RU dos colegas; • O período de realização inicia na 2ª semana de aula e finaliza na última semana de provas regulares da fase; • A atividade prática locorregional é disciplinar e leva em conta os conhecimentos adquiridos na disciplina; • A produção deve obrigatoriamente ser postada no AVA.
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