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Fisioterapia nas Disfunções 
TemporoMandibulares 
UNIDADE - 1 
• Articulação temporomandibular 
- Ossos da face e da articulação temporomandibular 
- Articulação temporomandibular e seus ligamentos 
• Anatomofisiologia dos músculos que 
constituem o aparelho estomatognático 
 - Músculos do aparelho estomatognático 
• Palpação dos músculos do aparelho 
estomatognático 
- Exame muscular 
- Palpação, integridade dos músculos e pontos gatilho 
• Origem do mioespasmo 
- Mioespasmo 
• A disfunção da musculatura 
 - Disfunção muscular temporomandibular 
- Utilização de placas para bruxismo 
- Deslocamento da articulação temporomandibular 
 - Artrite articular temporomandibular 
 
Articulação temporomandibular 
A articulação temporomandibular fica localizada 
no crânio, mais especificamente na face. Ela é 
responsável por promover os movimentos da 
boca, tais como: abertura, fechamento, translação, 
retração e protração da mandíbula. Esses 
movimentos são combinados para exercer funções 
como mastigação, fala, entre outros. 
Por apresentar estreita relação com os músculos 
da face e também da região cervical, a articulação 
temporomandibular pode provocar desfechos 
comuns ou associados à cervicalgia. Essas 
associações são possíveis devido à proximidade 
em que se encontram, à associação dos 
movimentos auxiliares e também à interligação 
desses músculos pela fáscia muscular. 
 
Uma vez tensionada, a fáscia muscular pode 
acarretar diversos desfechos, dentre eles, o mais 
comum, que é a resposta de aumento da tensão 
dos músculos mais próximos. Nesses casos, os 
músculos agonistas aos movimentos ou 
antagonistas podem ser sobrecarregados, levando 
a quadros mais importantes e dando origem aos 
pontos gatilhos, por exemplo. 
 
Sendo assim, é importante que o profissional 
interessado em trabalhar nessa área tenha pleno 
conhecimento sobre a anatomia em geral, bem 
como sobre a associa-ção biomecânica e a 
ocorrência de alterações em suas funções no 
decorrer da vida. 
 
OSSOS DA FACE E DA ARTICULAÇÃO 
TEMPOROMANDIBULAR 
Sabe-se que a articulação temporomandibular é 
considerada do tipo sinovial, em que há uma 
adaptação do tipo gínglimo para uma articulação 
um pouco mais desenvolvida, havendo três faces 
articulares: o côndilo da mandíbula, o tubérculo 
articular do osso tempo e a fossa da mandíbula. Os 
detalhes sobre a articulação podem ser 
observados na Figura 1. 
 
Dessa forma, a cápsula articular possui um envolto 
que a torna afrouxada em suas superfícies e 
permite um maior grau de movimento entre suas 
partes. A cápsula articular é recoberta por tecido 
fibroso e se fixa na região da área auricular e 
temporal, cobrindo o colo da mandíbula. Essa 
cápsula possui membranas que a revestem em sua 
face, acima e abaixo do disco articular, sendo elas: 
membrana sinovial superior e membrana sinovial 
inferior. 
O disco articular fica ao meio da articulação e a 
divide cem dois compartimentos. Ele também 
permite os movimentos de deslizamento para 
frente e para trás, conhecidos como protrusão e 
retrusão da mandíbula. Esses movimentos 
acontecem no compartimento superior da 
articulação. 
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E SEUS 
LIGAMENTOS 
Os movimentos de dobradiça em depressão e 
elevação da articulação acontecem em seu 
compartimento inferior. Assim, a região em que a 
articulação se torna mais espessa constitui o 
ligamento lateral intrínseco, também chamado de 
ligamento temporomandibular. Esse ligamento 
reforça a articulação no seu sentido lateral, 
juntamente com o tubérculo pós-glenoidal, 
evitando que a articulação se desloque no sentido 
posterior. Os detalhes podem ser observados na 
Figura 2. 
 
O ligamento lateral e os extrínsecos mantêm a 
conexão articular com o crânio. Já o ligamento 
estilomandibular, considerado como um 
verdadeiro espessamento da cápsula fibrosa da 
glândula parótida, vai do processo estiloide até o 
ângulo da mandíbula, não contribuindo de forma 
significativa para o fortalecimento da articulação 
temporomandibular. 
 
O ligamento esfenomandibular vai da espinha do 
esfenoide até a língula da mandíbula, dando 
suporte passivo a ela. Tal suporte é importante 
para a manutenção da mandíbula em sua posição 
estática, sendo dado pelos músculos da 
mastigação que, mesmo em seu tônus normal, a 
mantêm em posição anatômica. 
 
Sendo assim, os ligamentos que compõem a 
articulação temporomandibular realizam a função 
de estabilização desta em posição estática e 
também durante os movimentos, principalmente 
aqueles com maior grau de amplitude. É 
importante ressaltar que esses movimentos 
também são estabilizados por músculos, mas 
possuem estrutura contrátil mais flexível, o que 
dificulta sua estabilização unicamente por 
músculos. Já os ligamentos tendem a conferir 
maiores resistências aos movimentos extremos e 
menor risco de deslocamento ou lesões 
importantes na articulação em si. 
 
Anatomofisiologia dos músculos que constituem 
o aparelho estomatognático 
A anatomia do aparelho estomatognático 
contribui de forma integral para o desempenho de 
suas funções. Nesse sentido, podemos nos centrar 
na ideia de que as estruturas são anatomicamente 
e fisiologicamente projetadas e programadas para 
desenvolver as funções gerais do sistema. No 
entanto, alterações nessa dinâmica podem gerar 
disfunções e distúrbios, o que é bastante visto 
nesse panorama sobre a disfunção 
temporomandibular. 
Os músculos constituem a parte ativa da 
articulação e, em conjunto, desempenham boa 
parte das funções desse sistema. Considerando 
que a alimentação e a fala são os principais 
movimentos que envolvem a articulação, devemos 
compreender a contribuição de cada músculo e 
também as possíveis alterações que eles podem 
apresentar, tanto devido às questões ósseas, 
quanto a traumas ou outras situações adquiridas 
ao longo da vida. 
Os músculos poderão apresentar diversas 
alterações nesse sistema, desde aquelas 
relacionadas à tensão e trofismo até com relação à 
sobrecarga e estresse muscular, devido ao excesso 
de atividade contrátil. Nesse sentido, todas as 
alterações são vistas como passíveis de tratamento 
e também de correções para retornar às funções 
mais próximas. No entanto, algumas alterações 
mecânicas e biodinâmicas podem não ser passíveis 
de correções, necessitando apenas de adaptações. 
Com relação à fisiologia dos músculos, é 
necessário compreender que cada um deve ter seu 
tempo de contração e, em conjunto, eles devem 
estabelecer sincronicidade para que os 
movimentos e as funções sejam as mais 
adequadas possíveis. 
MÚSCULOS DO APARELHO ESTOMATOGNÁTICO 
 
Os músculos que fazem parte do aparelho 
estomatognático são: 
- Músculos supra-hióideos, infra-hióideos; 
- Temporal; 
- Masseter; 
- Pterigóideo medial; 
- Pterigóideo lateral. 
A respeito da localização, ação e inervação dos 
músculos, observe no Quadro 1 todas essas 
informações sobre cada um deles. 
 
 
Esses músculos agem de forma isolada, mas, na 
maior parte dos movimentos, são agrupados de 
forma funcional para executar os movimentos 
mais coordenados. Para o profissional que 
trabalha na reabilitação temporomandibular, é 
importante conhecer todo o conjunto de músculos 
e também suas funções e combinações. Sendo 
assim, veremos agora quais são os movimentos da 
articulação e quais músculos que os realizam 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
O movimento de abaixamento, ou seja, de abrir a 
boca, é realizado pela a ação da gravidade e 
também pelos músculos supra-hióideos e infra-
hióideos. Já no movimento de elevação, que seria 
a posição da boca fechada, agem o temporal, o 
masseter e o pterigóideo medial. Para o 
movimento de protrusão, ou seja, protração da 
mandíbula ou do mento, são ativados os músculos 
pterigóideo lateral, masseter (fibras oblíquas) e o 
pterigóideo medial. Já para o movimento de 
retrusão,ou seja, retração do mento, estão ativos 
os músculos temporal (fibras médias e posteriores) 
e o masseter (fibras verticais profundas). 
Finalmente, o movimento lateral, representando 
os movimentos de mastigação e trituração dos 
alimentos lado a lado, ativa os músculos retratores 
do mesmo lado e os protraidores do lado oposto 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
Mecanicamente, a amplitude de movimento da 
mandíbula é auxiliada pela articulação do disco na 
articulação temporomandibular. Ele permite que a 
boca abra e a mandíbula se mova para a frente 
(translação), além de outros movimentos. 
Entretanto, para realizar o deslizamento para a 
frente, há o movimento unilateral, sendo que a 
cabeça da mandíbula contralateral se gira sobre a 
face inferior do disco articular de forma 
independente, como se fosse um revólver em 
torno de um eixo. Esses movimentos permitem a 
mastigação ou trituração lado a lado, visto que sua 
alternância gera maiores forças e maior facilidade 
em triturar o alimento, movimentando-o durante 
a mastigação (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
Durante a protrusão e a retrusão da mandíbula, 
acontece o deslizamento do disco e da cabeça da 
mandíbula para a frente e também para trás, sobre 
a face articular do osso temporal, em forma de 
movimento. Ainda, os movimentos articulares são 
produzidos basicamente pelos músculos da 
mastigação. Cada uma das funções desses 
músculos e suas disposições poderão ser 
observadas na sequência: 
 
Músculo temporal 
Consiste em músculo flabeliforme, isto é, possui 
uma malha de fibras cobrindo largamente a região 
temporal. Sua parte mais estreita se fixa nos 
processos coronoides da mandíbula. Sua ação 
principal é a elevação da mandíbula, promovendo 
o fechamento da boca, contra a gravidade. Suas 
fibras médias, oblíquas e posteriores são as que 
constituem também o movimento de retração da 
mandíbula (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
Músculo masseter 
Consiste em um músculo de formato quadrangular 
que cobre a face lateral do ramo e o processo 
coronoide da mandíbula. Esse músculo tem a ação 
principal de elevação da mandíbula, auxiliando na 
mastigação e forçando os dentes para cima, para a 
oclusão e o ato da mastigação (MOORE; DALLEY; 
AGUR, 2014). 
 
Músculo pterigóideo medial 
Consiste em um músculo quadrilateral que se 
localiza profundamente no ramo da mandíbula. 
Suas cabeças de origem cobrem a cabeça inferior 
do músculo pterigóideo lateral. Sua ação principal 
é a elevação da mandíbula (MOORE; DALLEY; 
AGUR, 2014). 
Músculo pterigóideo lateral 
Consiste em músculo de forma triangular, 
localizado na base do triângulo, formado pela 
fixação posterior das cabeças e ápice na fixação 
posterior, com a cápsula e disco articular da 
temporomandibular e colo da mandíbula. A 
principal ação desse músculo é a protrusão, 
também denominada translação anterior ou o 
movimento de anteriorização da mandíbula 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
Ainda com relação aos movimentos da boca, a 
depressão da mandíbula acontece de forma 
passiva sob a ação da gravidade, e os músculos 
supra-hióideos e infra-hióideos são utilizados para 
elevar e abaixar o hioide e a laringe durante a 
deglutição. De forma indireta, esses músculos 
também promovem o abaixamento da mandíbula, 
como nos casos em que a boca é aberta 
subitamente ou contra alguma resistência 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
 
Palpação dos músculos do aparelho 
estomatognático 
 
A palpação consiste na técnica de palpar, com as 
mãos, as estruturas osteomusculares a serem 
estudadas. Ela permite que o fisioterapeuta 
conheça um pouco mais sobre a anatomia 
individual do paciente. Por meio dela, também é 
possível diagnosticar e investigar a função 
muscular. 
Podendo ser executada com os músculos em 
repouso ou em contração, isso permitirá uma 
investigação das funções exercidas pelos 
músculos. Dessa forma, o fisioterapeuta poderá 
solicitar que o paciente fique em posição relaxada 
inicialmente, para verificar possíveis pontos de 
tensão e a integridade geral do músculo. Além 
disso, ele poderá analisar toda a extensão do 
músculo, a fim de encontrar pontos específicos de 
fibrose no tendão muscular, por exemplo, que 
caracterizam a ocorrência de tendinites. 
 
Durante o movimento, o fisioterapeuta poderá 
investigar, ainda, se há a coordenação adequada 
para determinados movimentos, assim como 
determinar pontos de maior trabalho muscular. Ele 
poderá analisar como se comportam os pontos de 
tensão muscular, a fim de traçar seus objetivos de 
tratamento, inclusive uma possível inibição de 
determinados músculos para melhorar o padrão 
de movimento. 
 
A palpação dos músculos do aparelho 
estomatognático deve ser feita antes do 
tratamento. Assim, durante a avaliação e 
anamnese, o profissional deverá investigar e 
avaliar a função dessa musculatura. Além disso, 
deverá realizar a avaliação de seus pontos, desde a 
origem à inserção, buscando gatilho ou mesmo 
pontos onde a musculatura não esteja espessa ou 
haja a possível troca de massa magra por gordura, 
o que também pode resultar na redução da força 
muscular, desequilíbrio funcional e disfunção da 
articulação. 
EXAME MUSCULAR 
 
O exame muscular é de suma importância para 
detecção da desordem temporomandibular, tendo 
a palpação digital como um método amplamente 
utilizado. Através desta, consegue-se avaliar o 
tônus muscular e identificar se há sintomatologia 
dolorosa à pressão digital, presença de edema e 
pontos de gatilho (SILVA et al., 2003). No entanto, 
é relevante acrescentar que essa manobra 
semiotécnica é dependente da qualidade e da 
quantidade de pressão exercida e da 
determinação correta pelo profissional dos sítios 
musculares a serem examinados (SILVA et al., 
2003). 
Dessa forma, o método preconizado para realizar 
a palpação digital consiste em exercer uma 
pressão firme bilateral e simultânea sobre o 
músculo examinado, com a ponta dos dedos 
indicador e/ou médio, comprimindo os tecidos 
adjacentes com um movimento circular (OKESON, 
2008). 
Por esse método, determina-se a sensibilidade 
muscular ou o limiar da dor à pressão, isto é, local 
em que o paciente afirma sentir desconforto, na 
medida em que o profissional palpa a região (SILVA 
et al., 2003). 
PALPAÇÃO, INTEGRIDADE DOS MÚSCULOS E 
PONTOS GATILHO 
 
Os principais músculos examinados são: temporal, 
masseter, esternocleidomastóideo e o conjunto de 
músculos cervicais posteriores. Além desses, há os 
músculos pterigóideo medial e pterigóideo lateral 
superior e inferior, que também devem ser 
avaliados para análise dos sinais e sintomas de 
disfunção temporomandibular (DTM), entretanto, 
sua localização anatômica dificulta ou impede a 
palpação digital. Logo, a técnica utilizada é a 
manipulação funcional, que consiste em averiguar 
a sintomatologia dolorosa do músculo na atividade 
de contração e estiramento (OKESON, 2008). 
 
Nesse sentido, em relação às estruturas 
examinadas pela palpação digital, o músculo 
temporal é dividido em três áreas funcionais: 
anterior, média e posterior. O profissional deve 
palpar a região anterior acima do arco zigomático 
e anterior à ATM. A região média, diretamente 
acima da ATM e superior ao arco zigomático, 
enquanto a região posterior deverá ser acima e 
atrás do ouvido (OKESON, 2008). 
 
Ressalta-se que o profissional deve também 
examinar o tendão temporal, por ser uma região 
sintomática em algumas disfunções 
temporomandibulares (DTM) e por ser capaz de 
causar dor referida na região retro-orbitária. Dessa 
forma, deve-se colocar intraoralmente o dedo de 
uma mão na borda anterior do ramo da 
mandíbula, deslizando até tocar o processo 
coronoide e tendão, enquanto o dedo da outra 
mão deve tocar extraoralmente a mesma área 
(OKESON, 2008). 
 
O músculo masseter, por sua vez, deve ser 
examinado no seu feixe profundo,com dedos 
inseridos no arco zigomático em frente à ATM e no 
feixe superficial, deslizando para a borda inferior 
do ramo da mandíbula, acima da inserção do corpo 
do respectivo músculo. Já o músculo 
esternocleidomastóideo é palpado da superfície 
externa do processo mastoide até sua origem, 
próximo da clavícula. Por fim, no conjunto de 
músculos cervicais posteriores, os dedos da mão 
direita e esquerda avaliam simultaneamente as 
áreas occipitais direita e esquerda, atrás da cabeça 
do paciente (OKESON, 2008). 
Após a compreensão do método de palpação 
digital, é de suma importância entender como se 
realizam as técnicas de manipulação funcional. O 
músculo pterigóideo lateral inferior se contrai na 
protrusão da mandíbula, logo, se a origem da dor 
for nesse músculo, o estímulo álgico aumentará 
quando o paciente realizar o movimento 
protrusivo, desde que se aplique uma resistência 
por parte do examinador. Já o estiramento é 
detectado na máxima intercuspidação habitual e, 
por isso, se o apertamento dos dentes gerar a 
sintomatologia dolorosa, esta será a gênese do 
desconforto (OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). 
Ademais, o músculo pterigóideo lateral superior 
será a origem da dor na contração e relaxamento 
quando a manifestação álgica for potencializada 
no apertamento dentário. A mesma situação 
ocorre na contração do músculo pterigóideo 
medial, porém o estiramento é avaliado na 
abertura máxima de boca. Diante do supracitado, 
é importante evidenciar que nem sempre a 
manipulação funcional será capaz de identificar a 
origem da dor, visto que dores referidas, isto é, 
sentidas em uma área distante do órgão 
estimulado, podem gerar o estímulo álgico 
durante a função muscular. Nesses casos, o 
bloqueio nervoso por anestesia local poderá 
auxiliar na detecção da fonte da dor (OKESON, 
2008; SILVA et al., 2003). 
Nesse sentido, o profissional deve coletar o 
máximo de informações fornecidas durante o 
exame físico do paciente, além de conhecer o 
critério diagnóstico para avaliar o grau da dor. Para 
tanto, a resposta do paciente deve se enquadrar 
em uma das quatro categorias: 0, quando há 
ausência de dor ou desconforto; 1, para dor ou 
desconforto leves; 2, indicando dor ou desconforto 
moderados; e 3, quando o paciente demonstra 
ação evasiva, como lacrimejamento, movimento 
da cabeça ou até reflexo palpebral (OKESON, 2008; 
SILVA et al., 2003). 
Acrescenta-se que, nos casos em que o 
profissional detectar grau 3 de sintomatologia 
dolorosa, é necessário averiguar os pontos de 
gatilho, ou trigger points, que são as áreas de 
hipersensibilidade que apresentam um padrão de 
dor referida à palpação digital. Dessa maneira, 
deve ser realizada uma pressão firme de 8 a 10 
segundos no músculo palpado, questionando o 
paciente se a dor irradiou para outro local 
(OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). 
Origem do mioespasmo 
 
O mioespasmo consiste na contração muscular 
relacionada com o excesso de informação nervosa 
central para sua manutenção. Assim, pode-se 
perceber que as informações provenientes do 
sistema nervoso central podem ocasionar o 
excesso de informação e de contração muscular, 
levando ao desfecho da dor musculoesquelética. 
Essa dor pode não ser crônica e apresentar 
episódios relativamente curtos de disfunção. A 
literatura aponta que as causas do mioespasmo 
podem ser de origens miogênicas e que esse 
músculo em excesso aponta para a contração 
tônica e alto nível de atividade eletromiográfica 
(OKESON, 2008). 
 
Ele está relacionado com uma das causas de 
abertura da boca por tempo prolongado. Em 
alguns casos, a literatura aponta que os distúrbios 
estão relacionados com causas articulares e 
musculares, ocasionando uma disfunção em nível 
estrutural da ATM. Essas contrações podem ser 
bastante vigorosas e de tempo extenso ou curto. 
Esse tipo de paciente normalmente apresenta 
limitação para a abertura da boca, assim como 
uma má oclusão de origem aguda, ou seja, o 
paciente relatará que a má oclusão é uma causa 
atual ou que piorou desde a cser_educacional 
aguda (OKESON, 2008). 
 
Dessa forma, é importante que o fisioterapeuta 
compreenda os mecanismos de ação do 
mioespasmo, bem como tenha o raciocínio lógico 
sobre seu mecanismo. Somente assim, o 
profissional poderá atuar em diversos casos que 
apresentem mioespasmo, visto que não há um 
padrão único de representação, mas sim o padrão 
individual do paciente, em que ele desenvolve a 
disfunção temporomandibular por alterações 
mecânicas, anatômicas ou relacionadas às 
questões ambientais. 
MIOESPASMO 
O mioespasmo, na maior parte das vezes, está 
relacionado com a hiperatividade dos músculos 
masseter e deslocamento anterior do disco 
articular. Por essa razão, o tratamento inicial será 
voltado para a análise e avaliação específica e 
observação dos sinais para a constatação do 
achado. 
Posteriormente, o profissional poderá utilizar 
diversas técnicas, como analgésicos, termoterapia, 
massagem, liberação miofascial, exercícios de 
ativação e relaxamento muscular, entre outras. Em 
casos mais graves, podem ser utilizados o bloqueio 
muscular com anestésico, dispositivos 
interoclusais, etc (COHEN; HARGREAVES, 2011). 
A dor deve ser investigada pelo fisioterapeuta, de 
forma a compreender como ela surge, quais os 
fatores que a aumentam, entre outros. Assim, é 
importante entender os fatores que levam ao 
desencadeamento dos sintomas, bem como as 
formas como ele se reproduz ou reduz. A etiologia 
aponta para que esses sintomas sejam comuns em 
pessoas entre 19 e 45 anos de idade, considerando 
que a prevalência seja maior em mulheres, em 
uma proporção de 8:1. A abordagem do 
profissional deve ser multidisciplinar e, muitas 
vezes, esse paciente poderá buscar o tratamento 
fisioterapêutico por indicação da odontologia ou 
vice-versa (COHEN; HARGREAVES, 2011). 
Uma análise fisioterapêutica por meio da 
eletromiografia pode apontar a atividade elétrica 
dos músculos e também auxiliar no diagnóstico 
das desordens temporomandibulares. Nesse 
exame, podem ser aplicados eletrodos de carbono 
no local ou mesmo realizar a técnica com agulhas, 
para o melhor posicionamento dos músculos, visto 
que são pequenos, bastante específicos e os sinais 
de músculos adjacentes podem ser colhidos 
erroneamente no momento da coleta (LUND et al., 
1991). 
Sendo assim, não há um valor certo de 
normalidade para esses achados, mas convém 
comparar ambos os lados e os sinais emitidos 
entre os músculos, uma vez que já se sabe a ação 
principal de cada um e sua funcionalidade frente 
aos movimentos durante os testes. Esse teste 
também permite observar o tempo de atraso ou a 
descoordenação entre os músculos para 
determinadas tarefas. Assim, o fisioterapeuta 
pode ainda utilizar essa técnica para dar feedback 
ao paciente e ensiná-lo a realizar e coordenar o 
movimento e a ativação muscular da forma mais 
adequada possível. 
A disfunção da musculatura 
 
 
A disfunção muscular representa padrões 
alterados de contração muscular e, na maioria das 
vezes, representa alteração de coordenação e 
tempos de contração muscular alterados. Nesse 
caso, o profissional deverá investigar todo o 
histórico do paciente, assim como realizar o exame 
físico de forma minuciosa, para que realmente 
tenha certeza do mecanismo de ação individual do 
paciente. 
Para que os movimentos aconteçam de forma 
coordenada, deve haver um tempo de contração 
entre os músculos agonistas e antagonistas, além 
de uma força adequada para cada um deles, de 
acordo com as funções a serem desempenhadas. 
No contexto dos músculos da articulação 
temporomandibular, o músculo masseter é 
importante por realizar a trituração dos alimentos 
na mastigação. 
Sendo assim, ele apresenta uma das funções mais 
essenciais, sendo também altamente solicitado 
durante as funções de mastigação. Nos casosem 
que há uma alteração anatômica da boca, por 
exemplo, esse músculo terá que se desdobrar para 
realizar as funções e, consequentemente, se 
encontrará sobrecarregado. 
Em alguns casos, o indivíduo pode desenvolver 
padrões de rangimento dos dentes durante a 
noite, o que indica a ação do músculo masseter e 
mais outros durante longos períodos, levando a 
sua disfunção por sobrecarga, por exemplo. 
DISFUNÇÃO MUSCULAR TEMPOROMANDIBULAR 
As desordens temporomandibulares, termo 
descrito pela American Dental Association (ADA), 
são distúrbios funcionais do sistema mastigatório. 
Os estudos desses distúrbios são de extrema 
importância em especialidades da saúde, pois há 
uma grande parcela da população que sofre 
desconfortos advindos da má harmonização 
funcional da ATM. Para se conhecer a visão 
patológica, é essencial que se conheça como é a 
fisiológica. 
 
A relação da oclusão ideal com a ATM ocorre 
quando os dentes entram em contato oclusal 
(fechamento da mandíbula), os côndilos 
encontram-se em suas posições mais 
anterossuperiores, apoiados contra as vertentes 
posteriores da eminência articular e com os discos 
interpostos apropriadamente (OKESON, 2000). 
 
As disfunções temporomandibulares (DTM) são 
alterações que acometem os músculos da 
mastigação, a articulação temporomandibular 
(ATM) e as estruturas adjacentes, podendo ser 
classificadas em dois subgrupos: as de origem 
articular, quando estiverem relacionadas à ATM, e 
as de origem muscular, as quais estão 
correlacionadas à musculatura do sistema 
estomatognático (DONNARUMMA et al., 2010). 
 
Essa desordem possui etiologia multifatorial, 
podendo estar ligada aos fatores oclusais, 
psicológicos, neuromusculares, hábitos 
parafuncionais, lesões traumáticas ou 
degenerativas da ATM. O diagnóstico das DTMs 
compreende a história do paciente, o exame físico 
e exames complementares, sendo que a maioria 
das informações, para que se possa ter um 
diagnóstico preciso, é obtida durante a anamnese. 
Os sinais e sintomas envolvem dores crônicas de 
cabeça e nas estruturas orofaciais. Devido a esse 
fato, uma abordagem multiprofissional tem sido 
relatada no tratamento das DTMs, uma vez que, 
para uma correta indicação terapêutica, se faz 
necessária a avaliação de todos os possíveis 
sintomas e a intervenção de cada profissional em 
sua área de atuação (DONNARUMMA et al., 2010). 
 
No estudo de Costa (2017), notou-se uma 
associação significativa entre dor muscular e 
bruxismo. Com isso, é possível observar que os 
sintomas incluem dor e zumbido no ouvido, dor no 
pescoço, na mandíbula e nos músculos da face, 
devido ao esforço realizado pelos músculos da 
mastigação, estalos ao abrir e fechar a boca, bem 
como a alteração do sono. 
 
Sintomas como ruídos e dores nas articulações, 
próximo ao ouvido, na musculatura da cabeça e do 
pescoço, também foram relatados por indivíduos 
avaliados nesse estudo. A ação parafuncional do 
bruxismo sobrecarrega a atividade dos músculos 
da mastigação que, quando submetidos a sua 
hiperfunção, podem promover sintomatologia 
dolorosa e a diminuição da sua coordenação. 
Diante disso, o bruxismo é um fator a ser 
considerado no diagnóstico da etiologia de DTM. 
Devido à variedade de fatores etiológicos que 
desencadeiam o bruxismo, não existe um 
protocolo de tratamento descrito na literatura 
para ser usado de forma generalizada. As 
modalidades terapêuticas visam controlar e 
prevenir consequências deletérias às estruturas do 
complexo bucomaxilofacial. Além disso, existem 
diversos tipos de tratamento para minimizar os 
danos causados, tais como: placa oclusal, a higiene 
do sono, uso de medicamento, ortopedia facial, 
toxina botulínica, homeopatia e terapia 
comportamental. Todas essas condutas 
apresentam suas indicações (COSTA, 2017). 
UTILIZAÇÃO DE PLACAS PARA BRUXISMO 
 
A placa de bruxismo, também conhecida como 
placa miorrelaxante, é um aparelho removível, em 
sua maioria feito em material acrílico, que recobre 
totalmente ou parcialmente a superfície oclusal 
dos dentes. Esse aparelho bem colocado e 
ajustado fornece ao paciente uma oclusão estável 
(COSTA, 2017). Além de reduzir os efeitos danosos 
à ATM, o aparelho minimiza os desgastes dentários 
causados pelo hábito parafuncional. Assim, o tipo 
mais utilizado é a de estabilização e 
posicionamento anterior. 
As placas estabilizadoras são mais utilizadas por 
oferecerem menores riscos de alterações oclusais 
no paciente, evitando assim iatrogenias, como: 
mordida aberta anterior, extrusão dentária, 
migração dentária patológica, etc. 
Ainda não é totalmente elucidado como se dá o 
mecanismo de ação das placas estabilizadoras, por 
isso existem algumas teorias para tentar justificar 
o uso dela, como por exemplo a teoria do 
desengajamento oclusal, que diz que a placa altera 
temporariamente a relação de oclusão do 
existente no paciente, resultando em uma posição 
mais confortável, de modo a reduzir a atividade 
parafuncional e proporcionar estabilidade à ATM 
(COSTA, 2017). 
No entanto, essa conduta terapêutica não prova 
que remover os contatos oclusais prematuros ou 
causadores de interferências seja suficiente para 
seu sucesso. Haja vista que foi possível observar 
que pacientes que não apresentavam 
interferências oclusais obtiveram melhora no 
quadro clínico ao usar a placa miorrelaxante, 
ampliando, assim, a indicação do uso do 
dispositivo oclusal (MELO, 2010). 
 
 
Outra teoria que tem como objetivo explicar o 
mecanismo de ação da placa de bruxismo é 
denominada de teoria da dimensão vertical, que 
diz que o uso do dispositivo oclusal aumenta a 
dimensão vertical do paciente, reduzindo a 
atividade muscular parafuncional e as 
sintomatologias dolorosas da DTM. Assim, ao 
reestabelecer a dimensão vertical de oclusão 
previamente perdida por desgaste dental, pode 
ser favorável se não ultrapassar o espaço funcional 
livre do paciente (COSTA, 2017). 
A teoria do realinhamento maxilomandibular, 
entretanto, diz respeito à estrutura da placa que 
possui uma superfície plana e lisa. Esses fatores 
proporcionam um reposicionamento da 
mandíbula de forma equilibrada, reduzindo as 
interferências oclusais. Essa teoria é justificada 
quando reafirma que, no momento em que o 
indivíduo está em máxima intercuspidação 
habitual (dentes cerrados), o posicionamento da 
mandíbula em relação à maxila encontra-se 
anormal. Assim, quando o indivíduo faz uso de 
uma placa interoclusal, não haverá máxima 
intercuspidação durante uso do aparelho, 
proporcionando uma condição mais favorável 
(COSTA, 2017). 
É válido considerar que o uso dessa placa 
interrompe os estímulos proprioceptivos no 
ligamento periodontal, permitindo que os 
músculos façam uma atividade de forma mais 
harmônica e, consequentemente, os sintomas 
desaparecem. Os côndilos se interpõem de forma 
mais superior e anterior. Contudo, é necessário 
que essas modificações sejam acompanhadas por 
ajustes na placa, até chegar em uma oclusão 
funcional e harmônica (COSTA, 2017). 
Ainda em relação ao mecanismo de ação da placa, 
a teoria do reposicionamento da articulação 
temporomandibular afirma que o seu uso 
proporcionará uma posição mais adequada do 
côndilo na fossa, melhorando a função da 
articulação e do sistema neuromuscular (COSTA, 
2017). 
 
Compartilhando com essa ideia, outros autores 
concordam que o mecanismo de ação das placas 
oclusais, em sua maioria, altera a relação condilar 
para uma postura musculoesquelética mais 
fisiológica. Recorrendo a exames de imagem, é 
possível notar a relação do côndilo com a fossa, 
facilitando a percepção de mudanças favoráveis 
após a instalação da placa oclusal (ETTLIN et al., 
2008). 
De acordo com a teoria cognitiva, o paciente que 
faz uso do aparelho oclusal será frequentemente 
alertado quanto aos hábitos parafuncionais, o que 
irá reduzira atividade muscular que pode levar ao 
quadro de disfunção temporomandibular. A placa 
funciona como memorizador, permitindo ao 
paciente uma maior consciência de suas atividades 
musculares, sejam elas funcionais ou 
parafuncionais (COSTA, 2017). Além disso, quando 
o efeito cognitivo é alcançado, os fatores que 
potencializam o desencadeamento da DTM são 
reduzidos. A consciência dos movimentos 
musculares auxilia no posicionamento mandibular 
mais confortável e relaxado (OKESON, 2000). 
O efeito placebo é outro mecanismo de ação da 
placa. Estudos dizem que esse fator pode estar 
inserido em qualquer terapia. Sendo assim, o fato 
de estabilizar o estado emocional do paciente com 
atitudes positivas por parte do profissional pode 
contribuir na redução de níveis de estresse e 
ansiedade. Esse fator isoladamente já contribui 
para a melhora do quadro álgico (COSTA, 2017). 
Já a teoria da alteração do estimulo periférico para 
o sistema nervoso central afirma que o bruxismo 
está dentre os principais fatores de risco para 
acometimento da ATM e estruturas adjacentes. 
Assim, ao controlar o bruxismo através da 
instalação de placa oclusal, haverá uma alteração 
nos impulsos periféricos, o que 
consequentemente irá reduzir os efeitos 
deletérios associados à DTM (MELO, 2010). 
 
O tempo de uso da placa varia conforme o tipo de 
DTM. Geralmente é feito o uso por 45 dias, no 
período noturno, com manutenções e ajustes 
semanais. Após isso, o paciente passa a usar 
descontinuamente, com manutenção semestral, 
com avaliação quanto aos sinais e sintomas 
relatados. 
 
Quanto à sintomatologia para envolvimento 
muscular, o uso da placa é geralmente noturno, e 
quando é relacionado à articulação, o uso é de 24 
horas. Já as placas de estabilização são utilizadas 
durante o período de sono do paciente e por 2 
horas durante o dia, para que seja treinada a 
posição de dentes afastados. As placas 
reposicionadoras geralmente são indicadas para 
serem usadas entre 8 a 10 horas semanais 
(NISHIMORI et al., 2014). 
DESLOCAMENTO DA ARTICULAÇÃO 
TEMPOROMANDIBULAR 
A articulação pode sofrer deslocamentos, como 
nos casos de bocejos ou grandes mordidas, por 
exemplo. Isso acontece devido à contração em 
excesso dos músculos pterigoides laterais, fazendo 
com que as cabeças da mandíbula se desloquem 
para a frente. Esse deslocamento ocasiona a 
transição dos tubérculos articulares para a frente, 
fazendo com que a articulação seja alterada por 
ora ou de forma definitiva, dependendo do caso 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
Quando acontece o episódio de deslocamento, o 
indivíduo se torna incapaz de realizar a elevação da 
mandíbula, ou seja, fechamento da boca. Isso 
acontece quando o indivíduo sofre um golpe 
lateral, na região do mento, com a boca em 
posição aberta, deslocando a articulação no lado 
ipsilateral ao golpe. O deslocamento poderá estar 
acompanhado de fraturas da mandíbula, 
dependendo do nível e grau do golpe sofrido 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
Já o deslocamento posterior é mais difícil de 
acontecer, visto que a articulação resiste a esse 
tipo em função da presença do tubérculo pós-
glenoidal e do ligamento intrínseco lateral ou 
temporomandibular. Em casos de quedas ou 
golpes diretos na região mentual, o colo da 
mandíbula pode sofrer fraturas antes do 
movimento de deslocamento. 
Durante os procedimentos cirúrgicos, é possível 
haver lesão das estruturas nervosas facial e 
auriculotemporal, presentes na articulação 
temporomandibular. Os ramos desses nervos 
devem ser preservados durante os processos 
cirúrgicos, visto que os ramos do nervo facial 
passam sobre a articulação e os ramos do nervo 
auriculotemporal passam na região posterior da 
articulação (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
As lesões dos nervos citados podem levar ao 
deslocamento traumático e ruptura da cápsula 
articular do ligamento lateral, ocasionando a 
frouxidão e instabilidade articular. Esses efeitos 
poderão repercutir em cser_educacionals e 
quadros álgicos para o indivíduo ao longo da vida, 
necessitando muitas vezes de tratamentos 
fisioterapêuticos e, em alguns casos, de 
intervenções cirúrgicas (MOORE; DALLEY; AGUR, 
2014). 
ARTRITE ARTICULAR TEMPOROMANDIBULAR 
A articulação temporomandibular pode também 
sofrer processos inflamatórios, originados de 
artrite degenerativa. Isso acontece devido ao 
contato articular anormal, ocasionado por 
problemas estruturais ósseos e proporcionais, 
assim como problemas oclusais dentais e estalos 
na articulação. Dessa forma, é necessário ressaltar 
a importância do tratamento fisioterapêutico 
associado ao encaminhamento para o dentista 
para avaliação da situação oclusal e necessidade 
de intervenção conjunta entre os dois profissionais 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
Os estalos podem indicar movimentos atrasados 
do disco durante o abaixamento e elevação da 
mandíbula. Essa condição pode estar relacionada 
tanto com a questão da proporção oclusão e 
problemas estruturais quanto com o 
retardamento e falta de coordenação entre os 
músculos agonistas do movimento de fechamento 
da boca. Essa condição pode ser treinada com a 
cinesioterapia, de forma que os músculos passem 
a ser ativados em tempo hábil para que aconteça 
o deslizamento e o fechamento e abertura da boca 
de forma adequada (MOORE; DALLEY; AGUR, 
2014). 
 
Dessa forma, observa-se que o fisioterapeuta deve 
investigar todos os movimentos, bem como a 
presença de estalos articulares, principalmente se 
acompanhados de dor, para saber encaminhar 
corretamente ao profissional adequado, quando o 
paciente necessitar. Normalmente, a fisioterapia 
também poderá contribuir com técnicas 
analgésicas, de fortalecimento e alongamento 
para a musculatura periarticular, contribuindo 
para a melhora do sintoma do paciente de forma 
geral. 
 
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