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Fisioterapia nas Disfunções TemporoMandibulares UNIDADE - 1 • Articulação temporomandibular - Ossos da face e da articulação temporomandibular - Articulação temporomandibular e seus ligamentos • Anatomofisiologia dos músculos que constituem o aparelho estomatognático - Músculos do aparelho estomatognático • Palpação dos músculos do aparelho estomatognático - Exame muscular - Palpação, integridade dos músculos e pontos gatilho • Origem do mioespasmo - Mioespasmo • A disfunção da musculatura - Disfunção muscular temporomandibular - Utilização de placas para bruxismo - Deslocamento da articulação temporomandibular - Artrite articular temporomandibular Articulação temporomandibular A articulação temporomandibular fica localizada no crânio, mais especificamente na face. Ela é responsável por promover os movimentos da boca, tais como: abertura, fechamento, translação, retração e protração da mandíbula. Esses movimentos são combinados para exercer funções como mastigação, fala, entre outros. Por apresentar estreita relação com os músculos da face e também da região cervical, a articulação temporomandibular pode provocar desfechos comuns ou associados à cervicalgia. Essas associações são possíveis devido à proximidade em que se encontram, à associação dos movimentos auxiliares e também à interligação desses músculos pela fáscia muscular. Uma vez tensionada, a fáscia muscular pode acarretar diversos desfechos, dentre eles, o mais comum, que é a resposta de aumento da tensão dos músculos mais próximos. Nesses casos, os músculos agonistas aos movimentos ou antagonistas podem ser sobrecarregados, levando a quadros mais importantes e dando origem aos pontos gatilhos, por exemplo. Sendo assim, é importante que o profissional interessado em trabalhar nessa área tenha pleno conhecimento sobre a anatomia em geral, bem como sobre a associa-ção biomecânica e a ocorrência de alterações em suas funções no decorrer da vida. OSSOS DA FACE E DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Sabe-se que a articulação temporomandibular é considerada do tipo sinovial, em que há uma adaptação do tipo gínglimo para uma articulação um pouco mais desenvolvida, havendo três faces articulares: o côndilo da mandíbula, o tubérculo articular do osso tempo e a fossa da mandíbula. Os detalhes sobre a articulação podem ser observados na Figura 1. Dessa forma, a cápsula articular possui um envolto que a torna afrouxada em suas superfícies e permite um maior grau de movimento entre suas partes. A cápsula articular é recoberta por tecido fibroso e se fixa na região da área auricular e temporal, cobrindo o colo da mandíbula. Essa cápsula possui membranas que a revestem em sua face, acima e abaixo do disco articular, sendo elas: membrana sinovial superior e membrana sinovial inferior. O disco articular fica ao meio da articulação e a divide cem dois compartimentos. Ele também permite os movimentos de deslizamento para frente e para trás, conhecidos como protrusão e retrusão da mandíbula. Esses movimentos acontecem no compartimento superior da articulação. ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E SEUS LIGAMENTOS Os movimentos de dobradiça em depressão e elevação da articulação acontecem em seu compartimento inferior. Assim, a região em que a articulação se torna mais espessa constitui o ligamento lateral intrínseco, também chamado de ligamento temporomandibular. Esse ligamento reforça a articulação no seu sentido lateral, juntamente com o tubérculo pós-glenoidal, evitando que a articulação se desloque no sentido posterior. Os detalhes podem ser observados na Figura 2. O ligamento lateral e os extrínsecos mantêm a conexão articular com o crânio. Já o ligamento estilomandibular, considerado como um verdadeiro espessamento da cápsula fibrosa da glândula parótida, vai do processo estiloide até o ângulo da mandíbula, não contribuindo de forma significativa para o fortalecimento da articulação temporomandibular. O ligamento esfenomandibular vai da espinha do esfenoide até a língula da mandíbula, dando suporte passivo a ela. Tal suporte é importante para a manutenção da mandíbula em sua posição estática, sendo dado pelos músculos da mastigação que, mesmo em seu tônus normal, a mantêm em posição anatômica. Sendo assim, os ligamentos que compõem a articulação temporomandibular realizam a função de estabilização desta em posição estática e também durante os movimentos, principalmente aqueles com maior grau de amplitude. É importante ressaltar que esses movimentos também são estabilizados por músculos, mas possuem estrutura contrátil mais flexível, o que dificulta sua estabilização unicamente por músculos. Já os ligamentos tendem a conferir maiores resistências aos movimentos extremos e menor risco de deslocamento ou lesões importantes na articulação em si. Anatomofisiologia dos músculos que constituem o aparelho estomatognático A anatomia do aparelho estomatognático contribui de forma integral para o desempenho de suas funções. Nesse sentido, podemos nos centrar na ideia de que as estruturas são anatomicamente e fisiologicamente projetadas e programadas para desenvolver as funções gerais do sistema. No entanto, alterações nessa dinâmica podem gerar disfunções e distúrbios, o que é bastante visto nesse panorama sobre a disfunção temporomandibular. Os músculos constituem a parte ativa da articulação e, em conjunto, desempenham boa parte das funções desse sistema. Considerando que a alimentação e a fala são os principais movimentos que envolvem a articulação, devemos compreender a contribuição de cada músculo e também as possíveis alterações que eles podem apresentar, tanto devido às questões ósseas, quanto a traumas ou outras situações adquiridas ao longo da vida. Os músculos poderão apresentar diversas alterações nesse sistema, desde aquelas relacionadas à tensão e trofismo até com relação à sobrecarga e estresse muscular, devido ao excesso de atividade contrátil. Nesse sentido, todas as alterações são vistas como passíveis de tratamento e também de correções para retornar às funções mais próximas. No entanto, algumas alterações mecânicas e biodinâmicas podem não ser passíveis de correções, necessitando apenas de adaptações. Com relação à fisiologia dos músculos, é necessário compreender que cada um deve ter seu tempo de contração e, em conjunto, eles devem estabelecer sincronicidade para que os movimentos e as funções sejam as mais adequadas possíveis. MÚSCULOS DO APARELHO ESTOMATOGNÁTICO Os músculos que fazem parte do aparelho estomatognático são: - Músculos supra-hióideos, infra-hióideos; - Temporal; - Masseter; - Pterigóideo medial; - Pterigóideo lateral. A respeito da localização, ação e inervação dos músculos, observe no Quadro 1 todas essas informações sobre cada um deles. Esses músculos agem de forma isolada, mas, na maior parte dos movimentos, são agrupados de forma funcional para executar os movimentos mais coordenados. Para o profissional que trabalha na reabilitação temporomandibular, é importante conhecer todo o conjunto de músculos e também suas funções e combinações. Sendo assim, veremos agora quais são os movimentos da articulação e quais músculos que os realizam (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). O movimento de abaixamento, ou seja, de abrir a boca, é realizado pela a ação da gravidade e também pelos músculos supra-hióideos e infra- hióideos. Já no movimento de elevação, que seria a posição da boca fechada, agem o temporal, o masseter e o pterigóideo medial. Para o movimento de protrusão, ou seja, protração da mandíbula ou do mento, são ativados os músculos pterigóideo lateral, masseter (fibras oblíquas) e o pterigóideo medial. Já para o movimento de retrusão,ou seja, retração do mento, estão ativos os músculos temporal (fibras médias e posteriores) e o masseter (fibras verticais profundas). Finalmente, o movimento lateral, representando os movimentos de mastigação e trituração dos alimentos lado a lado, ativa os músculos retratores do mesmo lado e os protraidores do lado oposto (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Mecanicamente, a amplitude de movimento da mandíbula é auxiliada pela articulação do disco na articulação temporomandibular. Ele permite que a boca abra e a mandíbula se mova para a frente (translação), além de outros movimentos. Entretanto, para realizar o deslizamento para a frente, há o movimento unilateral, sendo que a cabeça da mandíbula contralateral se gira sobre a face inferior do disco articular de forma independente, como se fosse um revólver em torno de um eixo. Esses movimentos permitem a mastigação ou trituração lado a lado, visto que sua alternância gera maiores forças e maior facilidade em triturar o alimento, movimentando-o durante a mastigação (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Durante a protrusão e a retrusão da mandíbula, acontece o deslizamento do disco e da cabeça da mandíbula para a frente e também para trás, sobre a face articular do osso temporal, em forma de movimento. Ainda, os movimentos articulares são produzidos basicamente pelos músculos da mastigação. Cada uma das funções desses músculos e suas disposições poderão ser observadas na sequência: Músculo temporal Consiste em músculo flabeliforme, isto é, possui uma malha de fibras cobrindo largamente a região temporal. Sua parte mais estreita se fixa nos processos coronoides da mandíbula. Sua ação principal é a elevação da mandíbula, promovendo o fechamento da boca, contra a gravidade. Suas fibras médias, oblíquas e posteriores são as que constituem também o movimento de retração da mandíbula (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Músculo masseter Consiste em um músculo de formato quadrangular que cobre a face lateral do ramo e o processo coronoide da mandíbula. Esse músculo tem a ação principal de elevação da mandíbula, auxiliando na mastigação e forçando os dentes para cima, para a oclusão e o ato da mastigação (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Músculo pterigóideo medial Consiste em um músculo quadrilateral que se localiza profundamente no ramo da mandíbula. Suas cabeças de origem cobrem a cabeça inferior do músculo pterigóideo lateral. Sua ação principal é a elevação da mandíbula (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Músculo pterigóideo lateral Consiste em músculo de forma triangular, localizado na base do triângulo, formado pela fixação posterior das cabeças e ápice na fixação posterior, com a cápsula e disco articular da temporomandibular e colo da mandíbula. A principal ação desse músculo é a protrusão, também denominada translação anterior ou o movimento de anteriorização da mandíbula (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Ainda com relação aos movimentos da boca, a depressão da mandíbula acontece de forma passiva sob a ação da gravidade, e os músculos supra-hióideos e infra-hióideos são utilizados para elevar e abaixar o hioide e a laringe durante a deglutição. De forma indireta, esses músculos também promovem o abaixamento da mandíbula, como nos casos em que a boca é aberta subitamente ou contra alguma resistência (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Palpação dos músculos do aparelho estomatognático A palpação consiste na técnica de palpar, com as mãos, as estruturas osteomusculares a serem estudadas. Ela permite que o fisioterapeuta conheça um pouco mais sobre a anatomia individual do paciente. Por meio dela, também é possível diagnosticar e investigar a função muscular. Podendo ser executada com os músculos em repouso ou em contração, isso permitirá uma investigação das funções exercidas pelos músculos. Dessa forma, o fisioterapeuta poderá solicitar que o paciente fique em posição relaxada inicialmente, para verificar possíveis pontos de tensão e a integridade geral do músculo. Além disso, ele poderá analisar toda a extensão do músculo, a fim de encontrar pontos específicos de fibrose no tendão muscular, por exemplo, que caracterizam a ocorrência de tendinites. Durante o movimento, o fisioterapeuta poderá investigar, ainda, se há a coordenação adequada para determinados movimentos, assim como determinar pontos de maior trabalho muscular. Ele poderá analisar como se comportam os pontos de tensão muscular, a fim de traçar seus objetivos de tratamento, inclusive uma possível inibição de determinados músculos para melhorar o padrão de movimento. A palpação dos músculos do aparelho estomatognático deve ser feita antes do tratamento. Assim, durante a avaliação e anamnese, o profissional deverá investigar e avaliar a função dessa musculatura. Além disso, deverá realizar a avaliação de seus pontos, desde a origem à inserção, buscando gatilho ou mesmo pontos onde a musculatura não esteja espessa ou haja a possível troca de massa magra por gordura, o que também pode resultar na redução da força muscular, desequilíbrio funcional e disfunção da articulação. EXAME MUSCULAR O exame muscular é de suma importância para detecção da desordem temporomandibular, tendo a palpação digital como um método amplamente utilizado. Através desta, consegue-se avaliar o tônus muscular e identificar se há sintomatologia dolorosa à pressão digital, presença de edema e pontos de gatilho (SILVA et al., 2003). No entanto, é relevante acrescentar que essa manobra semiotécnica é dependente da qualidade e da quantidade de pressão exercida e da determinação correta pelo profissional dos sítios musculares a serem examinados (SILVA et al., 2003). Dessa forma, o método preconizado para realizar a palpação digital consiste em exercer uma pressão firme bilateral e simultânea sobre o músculo examinado, com a ponta dos dedos indicador e/ou médio, comprimindo os tecidos adjacentes com um movimento circular (OKESON, 2008). Por esse método, determina-se a sensibilidade muscular ou o limiar da dor à pressão, isto é, local em que o paciente afirma sentir desconforto, na medida em que o profissional palpa a região (SILVA et al., 2003). PALPAÇÃO, INTEGRIDADE DOS MÚSCULOS E PONTOS GATILHO Os principais músculos examinados são: temporal, masseter, esternocleidomastóideo e o conjunto de músculos cervicais posteriores. Além desses, há os músculos pterigóideo medial e pterigóideo lateral superior e inferior, que também devem ser avaliados para análise dos sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM), entretanto, sua localização anatômica dificulta ou impede a palpação digital. Logo, a técnica utilizada é a manipulação funcional, que consiste em averiguar a sintomatologia dolorosa do músculo na atividade de contração e estiramento (OKESON, 2008). Nesse sentido, em relação às estruturas examinadas pela palpação digital, o músculo temporal é dividido em três áreas funcionais: anterior, média e posterior. O profissional deve palpar a região anterior acima do arco zigomático e anterior à ATM. A região média, diretamente acima da ATM e superior ao arco zigomático, enquanto a região posterior deverá ser acima e atrás do ouvido (OKESON, 2008). Ressalta-se que o profissional deve também examinar o tendão temporal, por ser uma região sintomática em algumas disfunções temporomandibulares (DTM) e por ser capaz de causar dor referida na região retro-orbitária. Dessa forma, deve-se colocar intraoralmente o dedo de uma mão na borda anterior do ramo da mandíbula, deslizando até tocar o processo coronoide e tendão, enquanto o dedo da outra mão deve tocar extraoralmente a mesma área (OKESON, 2008). O músculo masseter, por sua vez, deve ser examinado no seu feixe profundo,com dedos inseridos no arco zigomático em frente à ATM e no feixe superficial, deslizando para a borda inferior do ramo da mandíbula, acima da inserção do corpo do respectivo músculo. Já o músculo esternocleidomastóideo é palpado da superfície externa do processo mastoide até sua origem, próximo da clavícula. Por fim, no conjunto de músculos cervicais posteriores, os dedos da mão direita e esquerda avaliam simultaneamente as áreas occipitais direita e esquerda, atrás da cabeça do paciente (OKESON, 2008). Após a compreensão do método de palpação digital, é de suma importância entender como se realizam as técnicas de manipulação funcional. O músculo pterigóideo lateral inferior se contrai na protrusão da mandíbula, logo, se a origem da dor for nesse músculo, o estímulo álgico aumentará quando o paciente realizar o movimento protrusivo, desde que se aplique uma resistência por parte do examinador. Já o estiramento é detectado na máxima intercuspidação habitual e, por isso, se o apertamento dos dentes gerar a sintomatologia dolorosa, esta será a gênese do desconforto (OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). Ademais, o músculo pterigóideo lateral superior será a origem da dor na contração e relaxamento quando a manifestação álgica for potencializada no apertamento dentário. A mesma situação ocorre na contração do músculo pterigóideo medial, porém o estiramento é avaliado na abertura máxima de boca. Diante do supracitado, é importante evidenciar que nem sempre a manipulação funcional será capaz de identificar a origem da dor, visto que dores referidas, isto é, sentidas em uma área distante do órgão estimulado, podem gerar o estímulo álgico durante a função muscular. Nesses casos, o bloqueio nervoso por anestesia local poderá auxiliar na detecção da fonte da dor (OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). Nesse sentido, o profissional deve coletar o máximo de informações fornecidas durante o exame físico do paciente, além de conhecer o critério diagnóstico para avaliar o grau da dor. Para tanto, a resposta do paciente deve se enquadrar em uma das quatro categorias: 0, quando há ausência de dor ou desconforto; 1, para dor ou desconforto leves; 2, indicando dor ou desconforto moderados; e 3, quando o paciente demonstra ação evasiva, como lacrimejamento, movimento da cabeça ou até reflexo palpebral (OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). Acrescenta-se que, nos casos em que o profissional detectar grau 3 de sintomatologia dolorosa, é necessário averiguar os pontos de gatilho, ou trigger points, que são as áreas de hipersensibilidade que apresentam um padrão de dor referida à palpação digital. Dessa maneira, deve ser realizada uma pressão firme de 8 a 10 segundos no músculo palpado, questionando o paciente se a dor irradiou para outro local (OKESON, 2008; SILVA et al., 2003). Origem do mioespasmo O mioespasmo consiste na contração muscular relacionada com o excesso de informação nervosa central para sua manutenção. Assim, pode-se perceber que as informações provenientes do sistema nervoso central podem ocasionar o excesso de informação e de contração muscular, levando ao desfecho da dor musculoesquelética. Essa dor pode não ser crônica e apresentar episódios relativamente curtos de disfunção. A literatura aponta que as causas do mioespasmo podem ser de origens miogênicas e que esse músculo em excesso aponta para a contração tônica e alto nível de atividade eletromiográfica (OKESON, 2008). Ele está relacionado com uma das causas de abertura da boca por tempo prolongado. Em alguns casos, a literatura aponta que os distúrbios estão relacionados com causas articulares e musculares, ocasionando uma disfunção em nível estrutural da ATM. Essas contrações podem ser bastante vigorosas e de tempo extenso ou curto. Esse tipo de paciente normalmente apresenta limitação para a abertura da boca, assim como uma má oclusão de origem aguda, ou seja, o paciente relatará que a má oclusão é uma causa atual ou que piorou desde a cser_educacional aguda (OKESON, 2008). Dessa forma, é importante que o fisioterapeuta compreenda os mecanismos de ação do mioespasmo, bem como tenha o raciocínio lógico sobre seu mecanismo. Somente assim, o profissional poderá atuar em diversos casos que apresentem mioespasmo, visto que não há um padrão único de representação, mas sim o padrão individual do paciente, em que ele desenvolve a disfunção temporomandibular por alterações mecânicas, anatômicas ou relacionadas às questões ambientais. MIOESPASMO O mioespasmo, na maior parte das vezes, está relacionado com a hiperatividade dos músculos masseter e deslocamento anterior do disco articular. Por essa razão, o tratamento inicial será voltado para a análise e avaliação específica e observação dos sinais para a constatação do achado. Posteriormente, o profissional poderá utilizar diversas técnicas, como analgésicos, termoterapia, massagem, liberação miofascial, exercícios de ativação e relaxamento muscular, entre outras. Em casos mais graves, podem ser utilizados o bloqueio muscular com anestésico, dispositivos interoclusais, etc (COHEN; HARGREAVES, 2011). A dor deve ser investigada pelo fisioterapeuta, de forma a compreender como ela surge, quais os fatores que a aumentam, entre outros. Assim, é importante entender os fatores que levam ao desencadeamento dos sintomas, bem como as formas como ele se reproduz ou reduz. A etiologia aponta para que esses sintomas sejam comuns em pessoas entre 19 e 45 anos de idade, considerando que a prevalência seja maior em mulheres, em uma proporção de 8:1. A abordagem do profissional deve ser multidisciplinar e, muitas vezes, esse paciente poderá buscar o tratamento fisioterapêutico por indicação da odontologia ou vice-versa (COHEN; HARGREAVES, 2011). Uma análise fisioterapêutica por meio da eletromiografia pode apontar a atividade elétrica dos músculos e também auxiliar no diagnóstico das desordens temporomandibulares. Nesse exame, podem ser aplicados eletrodos de carbono no local ou mesmo realizar a técnica com agulhas, para o melhor posicionamento dos músculos, visto que são pequenos, bastante específicos e os sinais de músculos adjacentes podem ser colhidos erroneamente no momento da coleta (LUND et al., 1991). Sendo assim, não há um valor certo de normalidade para esses achados, mas convém comparar ambos os lados e os sinais emitidos entre os músculos, uma vez que já se sabe a ação principal de cada um e sua funcionalidade frente aos movimentos durante os testes. Esse teste também permite observar o tempo de atraso ou a descoordenação entre os músculos para determinadas tarefas. Assim, o fisioterapeuta pode ainda utilizar essa técnica para dar feedback ao paciente e ensiná-lo a realizar e coordenar o movimento e a ativação muscular da forma mais adequada possível. A disfunção da musculatura A disfunção muscular representa padrões alterados de contração muscular e, na maioria das vezes, representa alteração de coordenação e tempos de contração muscular alterados. Nesse caso, o profissional deverá investigar todo o histórico do paciente, assim como realizar o exame físico de forma minuciosa, para que realmente tenha certeza do mecanismo de ação individual do paciente. Para que os movimentos aconteçam de forma coordenada, deve haver um tempo de contração entre os músculos agonistas e antagonistas, além de uma força adequada para cada um deles, de acordo com as funções a serem desempenhadas. No contexto dos músculos da articulação temporomandibular, o músculo masseter é importante por realizar a trituração dos alimentos na mastigação. Sendo assim, ele apresenta uma das funções mais essenciais, sendo também altamente solicitado durante as funções de mastigação. Nos casosem que há uma alteração anatômica da boca, por exemplo, esse músculo terá que se desdobrar para realizar as funções e, consequentemente, se encontrará sobrecarregado. Em alguns casos, o indivíduo pode desenvolver padrões de rangimento dos dentes durante a noite, o que indica a ação do músculo masseter e mais outros durante longos períodos, levando a sua disfunção por sobrecarga, por exemplo. DISFUNÇÃO MUSCULAR TEMPOROMANDIBULAR As desordens temporomandibulares, termo descrito pela American Dental Association (ADA), são distúrbios funcionais do sistema mastigatório. Os estudos desses distúrbios são de extrema importância em especialidades da saúde, pois há uma grande parcela da população que sofre desconfortos advindos da má harmonização funcional da ATM. Para se conhecer a visão patológica, é essencial que se conheça como é a fisiológica. A relação da oclusão ideal com a ATM ocorre quando os dentes entram em contato oclusal (fechamento da mandíbula), os côndilos encontram-se em suas posições mais anterossuperiores, apoiados contra as vertentes posteriores da eminência articular e com os discos interpostos apropriadamente (OKESON, 2000). As disfunções temporomandibulares (DTM) são alterações que acometem os músculos da mastigação, a articulação temporomandibular (ATM) e as estruturas adjacentes, podendo ser classificadas em dois subgrupos: as de origem articular, quando estiverem relacionadas à ATM, e as de origem muscular, as quais estão correlacionadas à musculatura do sistema estomatognático (DONNARUMMA et al., 2010). Essa desordem possui etiologia multifatorial, podendo estar ligada aos fatores oclusais, psicológicos, neuromusculares, hábitos parafuncionais, lesões traumáticas ou degenerativas da ATM. O diagnóstico das DTMs compreende a história do paciente, o exame físico e exames complementares, sendo que a maioria das informações, para que se possa ter um diagnóstico preciso, é obtida durante a anamnese. Os sinais e sintomas envolvem dores crônicas de cabeça e nas estruturas orofaciais. Devido a esse fato, uma abordagem multiprofissional tem sido relatada no tratamento das DTMs, uma vez que, para uma correta indicação terapêutica, se faz necessária a avaliação de todos os possíveis sintomas e a intervenção de cada profissional em sua área de atuação (DONNARUMMA et al., 2010). No estudo de Costa (2017), notou-se uma associação significativa entre dor muscular e bruxismo. Com isso, é possível observar que os sintomas incluem dor e zumbido no ouvido, dor no pescoço, na mandíbula e nos músculos da face, devido ao esforço realizado pelos músculos da mastigação, estalos ao abrir e fechar a boca, bem como a alteração do sono. Sintomas como ruídos e dores nas articulações, próximo ao ouvido, na musculatura da cabeça e do pescoço, também foram relatados por indivíduos avaliados nesse estudo. A ação parafuncional do bruxismo sobrecarrega a atividade dos músculos da mastigação que, quando submetidos a sua hiperfunção, podem promover sintomatologia dolorosa e a diminuição da sua coordenação. Diante disso, o bruxismo é um fator a ser considerado no diagnóstico da etiologia de DTM. Devido à variedade de fatores etiológicos que desencadeiam o bruxismo, não existe um protocolo de tratamento descrito na literatura para ser usado de forma generalizada. As modalidades terapêuticas visam controlar e prevenir consequências deletérias às estruturas do complexo bucomaxilofacial. Além disso, existem diversos tipos de tratamento para minimizar os danos causados, tais como: placa oclusal, a higiene do sono, uso de medicamento, ortopedia facial, toxina botulínica, homeopatia e terapia comportamental. Todas essas condutas apresentam suas indicações (COSTA, 2017). UTILIZAÇÃO DE PLACAS PARA BRUXISMO A placa de bruxismo, também conhecida como placa miorrelaxante, é um aparelho removível, em sua maioria feito em material acrílico, que recobre totalmente ou parcialmente a superfície oclusal dos dentes. Esse aparelho bem colocado e ajustado fornece ao paciente uma oclusão estável (COSTA, 2017). Além de reduzir os efeitos danosos à ATM, o aparelho minimiza os desgastes dentários causados pelo hábito parafuncional. Assim, o tipo mais utilizado é a de estabilização e posicionamento anterior. As placas estabilizadoras são mais utilizadas por oferecerem menores riscos de alterações oclusais no paciente, evitando assim iatrogenias, como: mordida aberta anterior, extrusão dentária, migração dentária patológica, etc. Ainda não é totalmente elucidado como se dá o mecanismo de ação das placas estabilizadoras, por isso existem algumas teorias para tentar justificar o uso dela, como por exemplo a teoria do desengajamento oclusal, que diz que a placa altera temporariamente a relação de oclusão do existente no paciente, resultando em uma posição mais confortável, de modo a reduzir a atividade parafuncional e proporcionar estabilidade à ATM (COSTA, 2017). No entanto, essa conduta terapêutica não prova que remover os contatos oclusais prematuros ou causadores de interferências seja suficiente para seu sucesso. Haja vista que foi possível observar que pacientes que não apresentavam interferências oclusais obtiveram melhora no quadro clínico ao usar a placa miorrelaxante, ampliando, assim, a indicação do uso do dispositivo oclusal (MELO, 2010). Outra teoria que tem como objetivo explicar o mecanismo de ação da placa de bruxismo é denominada de teoria da dimensão vertical, que diz que o uso do dispositivo oclusal aumenta a dimensão vertical do paciente, reduzindo a atividade muscular parafuncional e as sintomatologias dolorosas da DTM. Assim, ao reestabelecer a dimensão vertical de oclusão previamente perdida por desgaste dental, pode ser favorável se não ultrapassar o espaço funcional livre do paciente (COSTA, 2017). A teoria do realinhamento maxilomandibular, entretanto, diz respeito à estrutura da placa que possui uma superfície plana e lisa. Esses fatores proporcionam um reposicionamento da mandíbula de forma equilibrada, reduzindo as interferências oclusais. Essa teoria é justificada quando reafirma que, no momento em que o indivíduo está em máxima intercuspidação habitual (dentes cerrados), o posicionamento da mandíbula em relação à maxila encontra-se anormal. Assim, quando o indivíduo faz uso de uma placa interoclusal, não haverá máxima intercuspidação durante uso do aparelho, proporcionando uma condição mais favorável (COSTA, 2017). É válido considerar que o uso dessa placa interrompe os estímulos proprioceptivos no ligamento periodontal, permitindo que os músculos façam uma atividade de forma mais harmônica e, consequentemente, os sintomas desaparecem. Os côndilos se interpõem de forma mais superior e anterior. Contudo, é necessário que essas modificações sejam acompanhadas por ajustes na placa, até chegar em uma oclusão funcional e harmônica (COSTA, 2017). Ainda em relação ao mecanismo de ação da placa, a teoria do reposicionamento da articulação temporomandibular afirma que o seu uso proporcionará uma posição mais adequada do côndilo na fossa, melhorando a função da articulação e do sistema neuromuscular (COSTA, 2017). Compartilhando com essa ideia, outros autores concordam que o mecanismo de ação das placas oclusais, em sua maioria, altera a relação condilar para uma postura musculoesquelética mais fisiológica. Recorrendo a exames de imagem, é possível notar a relação do côndilo com a fossa, facilitando a percepção de mudanças favoráveis após a instalação da placa oclusal (ETTLIN et al., 2008). De acordo com a teoria cognitiva, o paciente que faz uso do aparelho oclusal será frequentemente alertado quanto aos hábitos parafuncionais, o que irá reduzira atividade muscular que pode levar ao quadro de disfunção temporomandibular. A placa funciona como memorizador, permitindo ao paciente uma maior consciência de suas atividades musculares, sejam elas funcionais ou parafuncionais (COSTA, 2017). Além disso, quando o efeito cognitivo é alcançado, os fatores que potencializam o desencadeamento da DTM são reduzidos. A consciência dos movimentos musculares auxilia no posicionamento mandibular mais confortável e relaxado (OKESON, 2000). O efeito placebo é outro mecanismo de ação da placa. Estudos dizem que esse fator pode estar inserido em qualquer terapia. Sendo assim, o fato de estabilizar o estado emocional do paciente com atitudes positivas por parte do profissional pode contribuir na redução de níveis de estresse e ansiedade. Esse fator isoladamente já contribui para a melhora do quadro álgico (COSTA, 2017). Já a teoria da alteração do estimulo periférico para o sistema nervoso central afirma que o bruxismo está dentre os principais fatores de risco para acometimento da ATM e estruturas adjacentes. Assim, ao controlar o bruxismo através da instalação de placa oclusal, haverá uma alteração nos impulsos periféricos, o que consequentemente irá reduzir os efeitos deletérios associados à DTM (MELO, 2010). O tempo de uso da placa varia conforme o tipo de DTM. Geralmente é feito o uso por 45 dias, no período noturno, com manutenções e ajustes semanais. Após isso, o paciente passa a usar descontinuamente, com manutenção semestral, com avaliação quanto aos sinais e sintomas relatados. Quanto à sintomatologia para envolvimento muscular, o uso da placa é geralmente noturno, e quando é relacionado à articulação, o uso é de 24 horas. Já as placas de estabilização são utilizadas durante o período de sono do paciente e por 2 horas durante o dia, para que seja treinada a posição de dentes afastados. As placas reposicionadoras geralmente são indicadas para serem usadas entre 8 a 10 horas semanais (NISHIMORI et al., 2014). DESLOCAMENTO DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR A articulação pode sofrer deslocamentos, como nos casos de bocejos ou grandes mordidas, por exemplo. Isso acontece devido à contração em excesso dos músculos pterigoides laterais, fazendo com que as cabeças da mandíbula se desloquem para a frente. Esse deslocamento ocasiona a transição dos tubérculos articulares para a frente, fazendo com que a articulação seja alterada por ora ou de forma definitiva, dependendo do caso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Quando acontece o episódio de deslocamento, o indivíduo se torna incapaz de realizar a elevação da mandíbula, ou seja, fechamento da boca. Isso acontece quando o indivíduo sofre um golpe lateral, na região do mento, com a boca em posição aberta, deslocando a articulação no lado ipsilateral ao golpe. O deslocamento poderá estar acompanhado de fraturas da mandíbula, dependendo do nível e grau do golpe sofrido (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Já o deslocamento posterior é mais difícil de acontecer, visto que a articulação resiste a esse tipo em função da presença do tubérculo pós- glenoidal e do ligamento intrínseco lateral ou temporomandibular. Em casos de quedas ou golpes diretos na região mentual, o colo da mandíbula pode sofrer fraturas antes do movimento de deslocamento. Durante os procedimentos cirúrgicos, é possível haver lesão das estruturas nervosas facial e auriculotemporal, presentes na articulação temporomandibular. Os ramos desses nervos devem ser preservados durante os processos cirúrgicos, visto que os ramos do nervo facial passam sobre a articulação e os ramos do nervo auriculotemporal passam na região posterior da articulação (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). As lesões dos nervos citados podem levar ao deslocamento traumático e ruptura da cápsula articular do ligamento lateral, ocasionando a frouxidão e instabilidade articular. Esses efeitos poderão repercutir em cser_educacionals e quadros álgicos para o indivíduo ao longo da vida, necessitando muitas vezes de tratamentos fisioterapêuticos e, em alguns casos, de intervenções cirúrgicas (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). ARTRITE ARTICULAR TEMPOROMANDIBULAR A articulação temporomandibular pode também sofrer processos inflamatórios, originados de artrite degenerativa. Isso acontece devido ao contato articular anormal, ocasionado por problemas estruturais ósseos e proporcionais, assim como problemas oclusais dentais e estalos na articulação. Dessa forma, é necessário ressaltar a importância do tratamento fisioterapêutico associado ao encaminhamento para o dentista para avaliação da situação oclusal e necessidade de intervenção conjunta entre os dois profissionais (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Os estalos podem indicar movimentos atrasados do disco durante o abaixamento e elevação da mandíbula. Essa condição pode estar relacionada tanto com a questão da proporção oclusão e problemas estruturais quanto com o retardamento e falta de coordenação entre os músculos agonistas do movimento de fechamento da boca. Essa condição pode ser treinada com a cinesioterapia, de forma que os músculos passem a ser ativados em tempo hábil para que aconteça o deslizamento e o fechamento e abertura da boca de forma adequada (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). Dessa forma, observa-se que o fisioterapeuta deve investigar todos os movimentos, bem como a presença de estalos articulares, principalmente se acompanhados de dor, para saber encaminhar corretamente ao profissional adequado, quando o paciente necessitar. Normalmente, a fisioterapia também poderá contribuir com técnicas analgésicas, de fortalecimento e alongamento para a musculatura periarticular, contribuindo para a melhora do sintoma do paciente de forma geral. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARTICULAÇÃO temporomandibular deslocamento de disco. 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