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1 
 
 
Manual de 
Engenharia Civil 
para Concursos 
Prof. Victor Maia 
2 
 
Sumário 
1) Apresentação ....................................................................................................................... 3 
2) Geotecnia ............................................................................................................................... 4 
a) Solos .................................................................................................................................... 5 
b) Rochas ............................................................................................................................... 21 
c) Fundações ........................................................................................................................ 24 
d) Topografia ........................................................................................................................ 43 
3) Edificações ........................................................................................................................... 60 
a) Concreto ........................................................................................................................... 85 
b) Instalações .................................................................................................................... 105 
c) Sistemas Estruturais ................................................................................................. 137 
4) Meio Ambiente ................................................................................................................. 161 
a) Licenciamento Ambiental ......................................................................................... 161 
b) Abastecimento de Água ........................................................................................... 184 
c) Saneamento .................................................................................................................. 210 
5) Obras Hídricas ................................................................................................................. 255 
6) Obras Rodoviárias e de Terra .................................................................................... 293 
a) Terraplenagem ............................................................................................................. 293 
b) Pavimentação ............................................................................................................... 318 
c) Transportes ................................................................................................................... 355 
7) Engenharia Legal ............................................................................................................ 383 
a) Licitações ....................................................................................................................... 383 
b) Avaliação de Imóveis ................................................................................................ 399 
c) Legislação profissional pertinente ........................................................................ 430 
d) Planejamento Urbano ................................................................................................ 437 
8) Programação, gestão e fiscalização de Obras ..................................................... 463 
9) Informática e programas computacionais de Engenharia .............................. 528 
 
 
3 
 
1) Apresentação 
 
Sou Analista de Finanças e Controle da CGU, lotado na Presidência da 
República e formado em Engenharia Civil-Aeronáutica no ITA. Já tive a 
felicidade antes de ser aprovado na Previc (2011) e na Polícia Federal (Agente 
2009 e Perito Engenheiro Civil 2013). Isso só reforça a minha confiança no 
meu método de estudo. Já ministrei diversos cursos para concursos na área de 
Engenharia Civil, como para Caixa, MPU, Funasa e INSS. 
Este Manual é fruto do meu estudo para concurso público e das aulas 
ministradas em cursos preparatórios e faculdades de Engenharia. Não tem 
como objetivo cobrir toda a disciplina de Engenharia Civil, o que julgo 
impossível para um único volume, mas serve de complemento teórico às mais 
de 4000 questões objetivas e discursivas disponibilizadas gratuitamente no site 
do QualConcurso. 
O sucesso em concursos públicos não é fruto da genialidade ou sorte. 
Trata-se fundamentalmente de motivação, perseverança e principalmente 
planejamento e organização. Toda a minha metodologia está implementada no 
QualConcurso. Saber o quanto se está evoluindo e ter tarefas diárias é 
essencial para estudar em alto nível. Se tiver qualquer dúvida, envie-a para 
victor@qualconcurso.com.br que terei prazer em ajudar. 
Espero que aproveite este manual e que tenha sucesso na sua 
empreitada. Termino esta apresentação com uma frase de Confúcio, que 
sempre me inspira. Bons estudos! 
 
“Em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação 
prévia, e sem tal preparação o fracasso é certo.” 
 
http://www.qualconcurso.com.br/
mailto:victor@qualconcurso.com.br
4 
 
2) Geotecnia 
 
Geotecnia é a aplicação de métodos científicos e princípios de 
engenharia para a aquisição, interpretação e uso do conhecimento dos 
materiais da crosta terrestre e materiais terrestres para a solução de 
problemas de engenharia. É a ciência aplicada de prever o comportamento da 
Terra e seus diversos materiais, no sentido de tornar a Terra mais habitável 
para as atividades humanas. 
 
 
 
A geotecnia abrange as áreas de mecânica dos solos e mecânica das 
rochas, e muitos dos aspectos de engenharia da geologia, geofísica, hidrologia 
e ciências afins. Geotecnia é praticada tanto por geólogos de engenharia e 
engenheiros geotécnicos. 
Exemplos de aplicação da geotecnia incluem: a previsão, prevenção ou 
mitigação de danos causados por desastres naturais, como avalanches, fluxos 
de lama, deslizamentos de terra, deslizamento de rochas, sumidouros e 
erupções vulcânicas. A aplicação de solo, rocha e mecânica de água 
subterrânea para o projeto e realização predita das estruturas de barro, tais 
como barragens. A previsão de design e desempenho das fundações de 
pontes, edifícios e outras estruturas feitas pelo homem em termos de solo 
subjacente e/ou rocha; e controle de enchentes e previsão. 
 
 
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5 
 
a) Solos 
 
A mecânica dos solos é uma disciplina da Engenharia Civil que procura 
prever o comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a solicitações 
provocadas, por exemplo, por obras de engenharia. 
Todas as obras de engenharia civil, de uma forma ou de outra, apoiam-
se sobre o solo, e muitas delas, além disso, utilizam o próprio solo como 
elemento de construção, como por exemplo, as barragens e os aterros de 
estradas. Portanto, a estabilidade e o comportamento funcional e estético da 
obra serão determinados, em grande parte, pelo desempenho dos materiais 
usados nos maciços terrosos. 
Karl von Terzaghi é internacionalmente reconhecido como o fundador da 
mecânica dos solos, pois seu trabalho sobre adensamento de solos é 
considerado o marco inicial deste novo ramo da ciência na engenharia. 
 
 
Vista da barragem de terra da margem direita da Usina Hidrelétrica Peixe 
Angical, durante sua construção no rio Tocantins 
 
Os solos tem sua origem na decomposição das rochas que formavam 
inicialmente a crosta terrestre. Esta decomposição ocorre devido a agentes 
físicos e químicos chamados de agentes de intemperismo. Os principais 
agentes que promovem a transformação da rocha matriz em solo são: as 
variações de temperatura, a água ao congelar e degelar, o vento ao fazer 
variar a umidade do solo, e a presença da fauna e da flora. 
Além dos agentes de intemperismo, existem também os agentes 
erosivos que se diferem do primeiro por serem capazes de transportar o 
material desagregado. De um modo geral o principal agente erosivoé a água 
que atua na forma de chuva, rio, lagos, oceanos e geleiras. Nos climas áridos, 
como por exemplo nos desertos, o principal agente causador de erosão é o 
vento que dá origem à erosão eólica. 
Desta forma temos dois grandes grupos de solos: os transportados e 
os não transportados. Os solos transportados sofrem o intemperismo em um 
local e são transportados e depositados em forma de sedimentos em distâncias 
variadas, um exemplo deste solo é o aluvião e o colúvio. Já os não 
transportados, decompõem-se e permanecem no mesmo local, guardando de 
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Máquina de escrever
Residuais
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Seta
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Linha
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Máquina de escrever
Os materiais sólidos que são transportados e arrastados pelas águas e depositados nos momentos em que a corrente sofre uma diminuição na sua velocidade constituem os solos aluvionares ou aluviões.
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Máquina de escrever
Os depósitos de coluvião, também conhecidos por depósitos de tálus, são aqueles solos cujo transporte deve exclusivamente 
à ação da gravidade. São de ocorrência localizada, situando-se, via de regra, ao pé de elevações e encostas, etc.
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certa forma, a estrutura da rocha matriz da qual foi originado, os solos 
residuais são solos não transportados. 
O solo é composto por um grande número de partículas, com dimensões 
e formas variadas, que formam o seu esqueleto sólido. Esta estrutura não é 
maciça e por isso não ocupa todo o volume do solo, ela é porosa e portanto 
possui vazios. Esses vazios podem estar totalmente preenchidos por água, 
quando então dizemos que o solo está saturado, podem estar completamente 
ocupados pelo ar, o que significa que o solo está seco ou com ambos (ar e 
água) que é a forma mais comum na natureza. Por isso, de modo geral, 
dizemos que o solo é composto por três fases: sólidos, água e ar. 
 
A figura (a) mostra o solo em seu estado natural e a figura (b) mostra, 
de forma esquemática, as três fases que compõem o solo. 
O estado do solo é decorrente da proporção em que essas três fases se 
apresentam, e isso irá determinar como ele vai se comportar. Se o 
vazios de um solo é reduzido através de um processo mecânico de 
compactação, por exemplo, a sua resistência aumenta. Outro exemplo: 
caso o solo esteja seco e lhe é adicionada uma quantidade adequada de água, 
sua coesão e consequentemente a sua resistência e plasticidade irão aumentar 
também. 
Existem diversos índices que correlacionam o volume e o peso das fases 
do solo, e que nos possibilitam determinar o estado do solo. Os principais 
índices utilizados para indicar o estado do solo, estão listados abaixo: 
 Umidade do solo: Teor de água contida no solo em função do 
peso dos sólidos 
 Índice de vazios: Volume de vazios em relação ao volume 
dos sólidos 
 Porosidade do solo: Volume de vazios em relação ao volume 
total 
 Grau de Saturação: Teor de vazios preenchidos por água 
 Peso Específico Real dos Grãos: Densidade dos grãos sólidos 
 Peso Específico natural: Densidade do solo in situ 
 Peso Específico Aparente Seco: Densidade do solo in situ 
excluído o peso da água 
 
A umidade do solo (h) é definida como o peso da água (Pa) contida em 
uma amostra de solo dividido pelo peso seco das partículas sólidas (Ps) do 
solo, sendo expressa em percentagem. 
Para determinação do peso seco, o método tradicional é a secagem em 
estufa, na qual a amostra é mantida com temperatura entre 105 °C e 110 °C, 
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até que apresente peso constante, o que significa que ela perdeu a sua água 
por evaporação. 
O peso da água é determinado pela diferença entre o peso da amostra 
(P) e o peso seco (Ps). 
 
 
 
 
O Índice de vazios (e) é expresso como um número, ou seja, é uma 
grandeza adimensional e, portanto não possui unidade, e é definido como o 
volume dos poros (Vv) dividido pelo volume ocupado pelas partículas sólidas 
(Vs) de uma amostra de solo, ou seja: 
 
 
 
 
 
 
 
O volume dos sólidos (Vs) é obtido através do ensaio de Massa 
Específica Real dos Grãos, o volume total da amostra (V) é calculado, por 
exemplo, pelo Método da Balança Hidrostática e por consequência, o 
volume de vazio (Vv) é a diferença entre os dois. 
Os poros dos solos, que apesar de também serem chamados de volume 
de vazios, podem estar preenchidos com água (quando solo está saturado), 
com ar (quando o solo está totalmente seco) ou com ambos, que é a forma 
mais comum encontrada na natureza. 
 Porosidade é a característica de uma rocha poder armazenar fluidos em 
seus espaços interiores, chamados poros. A matéria é descontínua. Isso quer 
dizer que existem espaços (poros) entre as partículas que formam qualquer 
tipo de matéria. Esses espaços podem ser maiores ou menores, tornando a 
matéria mais ou menos densa. Ex.: a cortiça apresenta poros maiores que os 
poros do ferro, logo a densidade da cortiça é bem menor que a densidade do 
ferro. Porosidade pode ser contrastada com permeabilidade: nem 
sempre uma rocha que contém fluidos em seu interior vai permitir que essa 
água flua, ou seja permeada, pela rocha. 
A porosidade do solo (n) é expressa em percentagem, e é definida como 
o volume dos poros (Vv) dividido pelo volume total (V) de uma amostra de 
solo, ou seja: 
 
 
 
 
*Note a diferença: 
Índice de vazios (e): 
 
 
 
 
 
 
Porosidade(n): 
 
 
 
 
O Grau de saturação (S) é expresso em percentagem, e é definido 
como a relação entre o volume de água (Va) e o volume de vazios (Vv) 
presente em uma amostra de solo, ou seja: 
 
 
 
 
O volume de vazio (Vv) é obtido pela diferença entre o volume dos 
sólidos (Vs), que é calculado através do ensaio de Massa Específica Real dos 
Grãos, e o volume total da amostra (V) que pode ser calculado, por exemplo, 
pelo Método da Balança Hidrostática. O volume da água (Va) é obtido na 
determinação da Umidade do solo. 
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Quando S=100% dizemos que o solo está saturado porque todos os 
seus poros estão preenchidos com água. Se S=0% significa que o solo está 
totalmente seco. 
O peso específico real dos grãos ( ) é definido numericamente como 
o peso dos sólidos (Ps) dividido pelo seu volume (Vs), ou seja: 
 
 
 
 
De um modo geral este valor não varia muito de solo para solo. Não 
importa se é argila, areia ou pedregulho, pois o fator preponderante é a sua 
mineralogia, ou seja, depende principalmente da rocha matriz que deu 
origem ao solo. 
O ensaio para determinação do peso específico real dos grãos é 
padronizado no Brasil pela norma ABNT NBR 6508/84. O método consiste 
basicamente em determinar o peso seco de uma amostra por simples pesagem 
e em seguida determinar seu volume baseando-se no princípio de Arquimedes. 
O peso específico natural do solo ( ) é definido numericamente como 
o peso total do solo (P) dividido pelo seu volume total (V), ou seja: 
 
 
 
 
 
O ensaio mais comum para determinação do peso específico natural do 
solo in situ é o método do cilindro de cravação, que é padronizado no Brasil 
pela norma ABNT NBR 09813/87. O método consiste basicamente na cravação 
no solo de um molde cilíndrico de dimensões e peso conhecidos. O volume do 
solo será igual ao volume interno do cilindro e seu peso igual ao peso total 
subtraído do peso do cilindro. 
Finalmente, o peso específico aparente seco ( ) é definido 
numericamente como o peso dos sólidos (Ps) dividido pelo volume total (V), ou 
seja: 
 
 
 
 
O valor obtido corresponde ao peso específico que o solo teria se ele 
perdesse toda a sua água sem, entretanto, variarseu volume. 
 
1. (Cespe – TRE/BA – 2010) Nos estudos das propriedades dos 
solos, o emprego de algumas relações entre características dos 
constituintes do solo é decisivo. A respeito dessas relações e das 
características por elas representadas, julgue o item 
subsequente. 
 
A porosidade de um solo é a razão entre o volume de vazios e o 
volume total de uma amostra de solo. 
 
Resolução: 
 A porosidade do solo (n) é expressa em percentagem, e é definida como 
o volume dos poros (Vv) dividido pelo volume total (V) de uma amostra de 
solo, ou seja: 
 
 
 
 
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Gabarito: C 
 
2. (Cespe – TRE/BA – 2010) Nos estudos das propriedades dos 
solos, o emprego de algumas relações entre características dos 
constituintes do solo é decisivo. A respeito dessas relações e das 
características por elas representadas, julgue o item 
subsequente. 
 
O peso específico aparente de um tipo de solo pode ser 
determinado em campo com o emprego do processo do frasco de 
areia. 
 
Resolução: 
 O peso específico aparente seco é a relação entre a quantidade de 
material em peso retirada de um furo feito em uma camada de solo e o volume 
do furo. Ou seja, o peso do material dividido pelo volume do local onde ele foi 
retirado é a densidade da camada, que por sua vez quando dividida pela 
densidade do solo encontrada no ensaio de laboratório vai retornar o grau de 
compactação em percentual. 
 
 
 
 
Para execução desse ensaio, conhecido como frasco de areia, tem 
que ter sido coletado da camada após tratada (processo em que se coloca o 
material na umidade ótima e mistura para adquirir homogeneidade) e antes da 
compactação uma amostra para ensaio de compactação afim de que possa ter 
a densidade máxima de laboratório. 
 
Gabarito: C 
 
O termo Caracterização é utilizado em Geotecnia para identificar um 
grupo de ensaios que visam obter algumas características básicas dos solos 
com o objetivo de avaliar a sua aplicabilidade nas obras de terra. São muito 
utilizados no início dos estudos, como por exemplo, em campanhas de campo 
para pesquisa de potenciais jazidas de argila, cascalho ou areia. 
A determinação do peso específico real dos grãos fornece uma ideia 
sobre a mineralogia do material e possibilita cálculos que correlacionam vários 
parâmetros do solo. Outro ensaio é o de Granulometria o qual é composto 
pelo Peneiramento, para solos granulares (areias), e pelo Ensaio de 
Sedimentação, quando o solo é coesivo (argilas). Com isso pode-se obter a 
curva granulométrica da amostra. 
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Curva granulométrica 
 
Peneirador mecânico 
 
Concluindo os ensaios desse grupo têm-se o Limite de plasticidade e o 
Limite de liquidez que são conhecidos como Limites de Consistência. 
Deles é obtido o Índice de plasticidade. 
O Limite de plasticidade (LP) é o teor de umidade abaixo do qual o 
solo passa do estado plástico para o estado semi-sólido, ou seja ele perde a 
capacidade de ser moldado e passa a ficar quebradiço. 
Deve-se observar que esta mudança de estado ocorre nos solos de forma 
gradual, em função da variação da umidade, portanto a determinação do limite 
de plasticidade precisa ser arbitrado, o que não diminui seu valor uma vez que 
os resultados são índices comparativos. 
Desta forma torna-se muito importante a padronização do ensaio, sendo 
que no Brasil ele é realizado pelo método da norma NBR 7180. 
O ensaio de determinação do Limite de Plasticidade consiste, 
basicamente, em se determinar a umidade do solo quando uma amostra 
começa a fraturar ao ser moldada com a mão sobre uma placa de vidro, na 
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forma de um cilindro com cerca de 10 cm de comprimento e 3 mm de 
diâmetro. 
 
Teste Limite Plasticidade 
 
O Limite de Liquidez (LL) é o teor em água acima do qual o solo 
adquire o comportamento de um líquido. 
A passagem do estado sólido para o estado líquido é gradual, por 
consequência, qualquer definição de um limite de fronteira terá de ser 
arbitrário. 
É possível determinar o limite de liquidez de um solo através de dois 
dispositivos: a concha de Casagrande e o penetrómetro de cone. 
 
Concha de Casagrande 
 
O Índice de Plasticidade (IP) é obtido através da diferença numérica 
entre o Limite de liquidez (LL) e o Limite de plasticidade (LP), ou seja: 
 
O IP é expresso em percentagem e pode ser interpretado, em função da 
massa de uma amostra, como a quantidade máxima de água que pode lhe ser 
adicionada, a partir de seu Limite de plasticidade, de modo que o solo 
mantenha a sua consistência plástica. 
O Limite de Contração (LC) é definido como a fronteira entre os 
estados de consistência sólido e semi-sólido. Corresponde ao teor de umidade 
do solo no momento em que este deixa de apresentar redução de volume, 
quando submetido à secagem (lenta e à sombra). 
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Com o peso específico real dos grãos, a curva granulométrica e o 
Índice de plasticidade, é possível saber se o material poderá ser aplicado, 
por exemplo, em filtros ou drenos, no caso das areias, se poderão ser 
utilizados em base de rodovias, no caso dos cascalhos ou em aterros, como os 
siltes e as argilas. 
 
3. (Cespe – TCU – 2009) Para se determinar o limite de contração 
de um solo, é necessário conhecer a massa específica dos seus 
grãos. 
 
Resolução: 
 Limite de contração do solo é o teor de umidade onde ocorre a 
transição entre o estado de consistência sólida e semi-sólida, ou, 
convencionalmente, o máximo teor de umidade a partir do qual uma redução 
dessa umidade não ocasiona diminuição do volume do solo. 
Alguns autores o definem como “o menor teor de umidade capaz de 
saturar uma amostra do solo”, mas é preciso perceber que a saturação 
(S=Va/Vv) depende também da maneira como as partículas sólidas estejam 
dispostas, e do estado de tensões a que a amostra esteja sujeita (para um 
mesmo teor de umidade, podem existir diferentes graus de saturação). Tem 
símbolo LC e é expresso em percentagem (inteira). 
O Limite de Contração deve ser determinado sempre que o Índice de 
Plasticidade for alto. O Grau de Contração indica a tendência de aparecerem 
fissuras quando sofre secagem, e em consequência sua qualidade para aterro 
de barragem (permite uma avaliação dos efeitos negativos dos solos de alto 
IP). 
O valor do LC tem pouca utilidade prática. Mas quando se executa o 
ensaio, determina-se também o Grau de Contração, que permite prever e 
evitar ocorrência de vários acidentes causados por fissuração causada por 
secagem em maciços. Seu valor tem forte relação com o da expansão (obtido 
no ensaio CBR) de solos argilosos. 
 
Gabarito: C 
 
4. (Cespe – TCU – 2009) Na determinação do teor de umidade de 
um solo, a massa mínima da amostra úmida a ser utilizada 
dependerá do tamanho máximo das partículas de solo. 
 
Resolução: 
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 De fato, na determinação do teor de umidade de um solo, a massa 
mínima da amostra úmida a ser utilizada será maior para grãos maiores, como 
se pode ver na tabela abaixo. Esse cuidado é necessário para diminuir o erro 
na medição. 
 
Gabarito: C 
 
Tendo em vista a grande variedade de tipos e comportamentos 
apresentados pelos solos, e levando-se em conta as suas diversas aplicações 
na engenharia, tornou-se inevitável o seu agrupamento em conjuntos que 
representassem as suas características comuns. Não existe consenso sobre um 
sistema definitivo de classificação de solos, sendo que os mais utilizados no 
Brasil são: 
 Classificação Granulométrica - técnica pela qual os diversos tipos de 
solos são agrupados e designados em função das frações preponderantesdos diversos diâmetros de partículas que os compõem; 
 Sistema Rodoviário de Classificação - sistema de classificação de 
solos, baseado na granulometria e nos limites de consistência do 
material; 
 Sistema Unificado de classificação de solos - foi criado pelo 
engenheiro Arthur Casagrande para aplicação em obras de aeroportos, 
contudo seu emprego foi generalizado sendo muito utilizado atualmente 
pelos engenheiros geotécnicos, principalmente em barragens de terra; 
 Classificação tátil-visual - sistema baseado no tato e na visão, por 
isso, para sua realização, é necessário um técnico experiente e bem 
treinado, que tenha prática nesse procedimento. 
 
A Classificação Granulométrica é base para as demais, agrupando os 
solos segundo os tamanhos predominantes de seus grãos. O Sistema 
Rodoviário é mais utilizado na construção de rodovias enquanto que o Sistema 
Unificado tem a sua maior utilização nas obras de barragens. A Classificação 
Tátil-visual é bastante empregada pelos engenheiros de fundações que se 
baseiam nos modelos clássicos, mas também utilizam do conhecimento prático 
do comportamento do solo de sua região. 
De um modo geral, para as obras de engenharia, os aspectos que 
abordam o comportamento do solo têm mais relevância sobre aqueles que 
denotam sua constituição, por isso deverão ser priorizados em qualquer 
sistema de classificação. 
 
5. (Cespe – TCU – 2009) Com base no desenho abaixo, que 
apresenta resultados de ensaios de granulometria nos solos A e 
B, julgue o item a seguir. 
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14 
 
 
 
O coeficiente de não uniformidade do solo B é maior que 5. 
 
Resolução: 
 A expressão bem graduado expressa o fato de que a existência de grãos 
com diversos diâmetros confere ao solo, em geral, melhor comportamento 
sob o ponto de vista de engenharia. As partículas menores ocupam os 
vazios correspondentes às maiores, criando um entrosamento, do qual resulta 
menor compressibilidade e maior resistência. 
Esta característica dos solos granulares é expressa pelo “coeficiente de 
nãouniformidade”, definido pela relação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: C 
 
 
Os solos das regiões tropicais apresentam uma série de peculiaridades 
decorrentes das condições ambientais sendo, portanto, necessário se 
conceituar os solos de Peculiaridades Tropicais, ou seja, os tipos genéticos de 
solos encontrados em regiões tropicais. Os seguintes solos são encontrados em 
regiões tropicais: lateríticos, saprolíticos e transportados. A figura abaixo 
ilustra um perfil esquemático da ocorrência destes tipos de solos. 
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Solos são materiais naturais não consolidados, isto é, constituídos de 
grãos separáveis por processos mecânicos e hidráulicos, de fácil dispersão em 
água, e que podem ser escavados com equipamentos comuns de 
terraplenagem (pá carregadeira, motoescavotransportadora etc.). 
Geralmente, os materiais constituintes da parte superficial da crosta 
terrestre e que não se enquadram na condição de solo, são 
considerados rochas, mesmo que isso contrarie as conceituações adotadas 
em geologia e em pedologia. 
O solo pode, também, apresentar-se como estrutura natural ou artificial. 
Terá estrutura artificial quando transportado e/ou compactado mecanicamente, 
em aterros, barragens de terra, reforços do subleito de pavimentos etc. 
Dentro da classificação dos solos, aqueles que apresentam propriedades 
peculiares e de comportamento, são denominados de solos tropicais em 
decorrência da atuação de processo geológico e/ou pedológico típicos das 
regiões tropicais úmidas. Dentre os solos tropicais destacam-se duas grandes 
classes: os solos lateríticos e os solos saprolíticos. Os solos lateríticos (later, 
do latim: tijolo) são solos superficiais, típicos das partes bem drenadas das 
regiões tropicais úmidas, resultantes de uma transformação da parte superior 
do subsolo pela atuação do intemperismo, por processo denominado 
laterização. 
Várias peculiaridades associam-se ao processo de laterização sendo, as 
mais importantes do ponto de vista tecnológico, o enriquecimento no solo 
de óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio e a permanência da caulinita 
como argilo-mineral predominante e quase sempre exclusivo. Estes minerais 
conferem aos solos de comportamento laterítico coloração típica: vermelho, 
amarelo, marrom e alaranjado. 
Os solos saprolíticos (sapro, do grego: podre) são aqueles que resultam 
da decomposição e/ou desagregação in situ da rocha matriz pela ação das 
intempéries (chuvas, insolação, geadas) e mantêm, de maneira nítida, a 
estrutura da rocha que lhe deu origem. São genuinamente residuais, isto é, 
derivam de uma rocha matriz, e as partículas que o constituem permanecem 
no mesmo lugar em que se encontravam em estado pétreo. 
Os solos saprolíticos constituem, portanto, a parte subjacente à camada 
de solo superficial laterítico (ou, eventualmente, de outro tipo de solo) 
aparecendo, na superfície do terreno, somente por causa de obras executadas 
pelo homem ou erosões. Estes solos são mais heterogêneos e constituídos por 
uma mineralogia complexa contendo minerais ainda em fase de decomposição. 
São designados também de solos residuais jovens, em contraste com 
os solos superficiais lateríticos, maduros. 
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16 
 
Uma feição muito comum no horizonte superficial, ou no seu limite, é a 
presença de uma linha de seixos de espessuras variáveis (desde alguns 
centímetros até 1,5 m), delimitando o horizonte laterítico do saprolítico. As 
figuras abaixo ilustram a ocorrência de solos lateríticos e saprolíticos. 
 
 
17 
 
 
 
6. (Cespe – MS – 2010) O saprolito, ou solo saprolítico, é um solo 
que mantém a estrutura original da rocha de origem, inclusive 
veios intrusivos, fissuras e xistosidades, mas que perdeu a 
consistência da rocha. 
 
Resolução: 
 Os solos saprolíticos são aqueles que resultam da decomposição e/ou 
desagregação in situ da rocha matriz pela ação das intempéries (chuvas, 
insolação, geadas) e mantêm, de maneira nítida, a estrutura da rocha que lhe 
deu origem. São genuinamente residuais, isto é, derivam de uma rocha matriz, 
e as partículas que o constituem permanecem no mesmo lugar em que se 
encontravam em estado pétreo. 
 
Gabarito: C 
 
A Compactação é um processo mecânico através do qual se impõe ao 
solo uma redução do índice de vazios. Seu objetivo é melhorar as 
características mecânicas e hidráulicas do solo, proporcionando acréscimo de 
resistência e redução da compressibilidade e permeabilidade. 
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18 
 
 
 
Em 1933, o engenheiro Ralph Proctor apresentou seus estudos 
demonstrando um dos mais importantes princípios da Mecânica dos Solos: a 
densidade com que um solo é compactado sob uma determinada energia de 
compactação depende da umidade do solo no momento da compactação. 
Proctor percebeu que a densidade do solo aumenta juntamente com o 
teor de umidade até um valor máximo, a partir do qual passa a decrescer. 
Com isso ele conclui que para cada solo e para uma energia de compactação, 
existe uma umidade ótima que irá proporcionar a compactação máxima. 
 
 
Note-se que se num processo a alta compactação pode ter efeito 
desejado, como num aterro para uma estrada, noutro pode ter efeito danoso, 
como num terreno dedicado ao cultivo agrícola. 
 
7. (Cespe – STM – 2011) Considere que, durante a construção de 
determinada edificação de dois pavimentos em terreno com 
declividade aproximada de 12%, em razão da insuficiência de 
material de corte para realização de aterro no local da edificação, 
tenha sido necessário adquirir material de empréstimo para 
adequar-se ao previsto no projetoarquitetônico e paisagístico da 
edificação. A partir dessa situação, julgue o item que se segue. 
 
A massa específica do material submetido a determinada energia 
de compactação é função da umidade do solo. 
 
Resolução: 
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19 
 
 Aplicando-se certa energia de compactação (certo número de passadas 
de um determinado equipamento no campo ou certo número de golpes de um 
soquete sobre o solo contido num molde), a massa específica resultante é 
função da umidade em que o solo estiver. Quando se compacta com umidade 
baixa, o atrito as partículas é muito alto e não se consegue uma significativa 
redução de vazios. Para umidades mais elevadas, a água provoca um certo 
efeito de lubrificação entre as partículas, que deslizam entre si, acomodando-
se num arranjo mais compacto. 
Na compactação, as quantidades de partículas e de água permanecem 
constantes; o aumento da massa específica corresponde à eliminação de ar 
dos vazios. Há, portanto, para a energia aplicada, um certo teor de umidade, 
denominado umidade ótima, que conduz a uma massa específica máxima, ou 
uma densidade máxima. 
 
Gabarito: C 
 
8. (Cespe – STM – 2011) Considere que, durante a construção de 
determinada edificação de dois pavimentos em terreno com 
declividade aproximada de 12%, em razão da insuficiência de 
material de corte para realização de aterro no local da edificação, 
tenha sido necessário adquirir material de empréstimo para 
adequar-se ao previsto no projeto arquitetônico e paisagístico da 
edificação. A partir dessa situação, julgue o item que se segue. 
 
Para que sejam evitados recalques excessivos, é adequado 
realizar a compactação do solo sobre o qual se erguerá a 
edificação, procedimento que propicia a diminuição da 
compressibilidade do solo e o aumento da sua resistência ao 
cisalhamento. 
 
Resolução: 
 Define-se compressibilidade dos solos como sendo a diminuição do seu 
volume sob a ação de cargas aplicadas. 
Compressibilidade é uma característica de todos os materiais de quando 
submetidos a forças externas (carregamentos) se deformarem. Esta 
compressibilidade dos solos advém da grande porcentagem de vazios (e = 
Vv/Vs) em seu interior, pois para os níveis de tensão encontrados usualmente 
nos trabalhos de engenharia não são capazes de causar variação de volume 
significativa nas partículas sólidas. Sem erro considerável, pode-se dizer que a 
variação de volume do solo é inteiramente resultante da variação de volume 
dos vazios (por compactação, por exemplo). 
Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima 
pressão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura, ou a 
tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura ocorre no momento 
da ruptura. Em Mecânica dos Solos, a resistência ao cisalhamento envolve 
duas componentes: atrito e coesão. 
O atrito (para solos granulares, como areias) depende de fatores como 
densidade, rugosidade, forma, que variam com a compactação. 
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20 
 
A coesão (para solos muito finos, como argilas) aumenta com: a 
quantidade de argila e atividade coloidal (Ac); relação de pré-adensamento; 
diminuição da umidade, que variam com a compactação. 
 
Portanto, a compactação do solo, evita recalques excessivos, já que 
diminui a compressibilidade do solo e o aumento da sua resistência ao 
cisalhamento. 
 
Gabarito: C 
 
9. (Cespe – STM – 2011) Com base na figura abaixo, que ilustra 
parte de uma planta topográfica com destaque para uma área 
relativa à residência a ser construída, julgue o item que se segue. 
 
Considerando-se que haja homogeneidade nas condições de solo 
e de vegetação em toda a região, é correto afirmar que o talude 
indicado pela linha AB será o mais suscetível à erosão superficial 
em épocas de chuvas. 
 
 
Resolução: 
 Veja que pela linha AB as curvas de nível estão mais espaçadas. Isso 
significa que o talude é menos íngreme, portanto, menos suscetível à erosão 
superficial em épocas de chuvas. 
 
Gabarito: E 
 
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21 
 
b) Rochas 
 
Mecânica das rochas é a ciência teórica e aplicada do comportamento 
mecânico das rochas e maciços rochosos; é o ramo da mecânica que estuda a 
resposta das rochas e maciços rochosos perante os campos de forças a que 
estão sujeitos no seu ambiente físico. 
A mecânica das rochas propriamente dita faz parte do campo mais vasto 
que é a geomecânica, que se ocupa das respostas mecânicas de todos os 
materiais geológicos, incluindo os solos. A mecânica das rochas, tal como é 
aplicada na prática da engenharia de minas e engenharia geológica, refere-se 
à aplicação dos princípios da mecânica de engenharia ao desenho de 
estruturas em rocha geradas pela atividade mineira, como por exemplo, 
túneis, poços de minas, escavações subterrâneas ou minas a céu aberto. Inclui 
também o desenho de padrões de ancoragens. 
Rochas são materiais sólidos consolidados, formados naturalmente por 
agregados de matéria mineral ou minérios, que se apresentam em grandes 
massas ou fragmentos. 
As principais propriedades que distinguem uma rocha de um solo são a 
coesão interna e a resistência à tração. 
A coesão interna é a força que liga as partículas umas as outras 
(ligação entre os átomos). Este valor difere da coesão aparente, que é 
resultante do atrito entre as partículas quando submetidas às forças de 
cisalhamento. Exemplo de coesão nula é a areia, mas pode apresentar coesão 
aparente de 4,34 kg/cm². 
A resistência à tração pode ser nula num solo. Mas entre o solo e a rocha 
pode existir uma tração uniaxial de 1MPa. 
A rocha, como o solo, é um material bastante distinto de outros 
materiais da engenharia, por isso os projetos em rochas são bastante 
especiais. A mecânica das rochas se desenvolveu mais lentamente que a 
mecânica dos solos, pelo simples fato de a rocha ser considerada mais 
competente que o solo e gerar menor número de problemas com fundações ou 
estruturas. 
 
A mecânica, de uma forma geral, estuda a resposta de um material a 
uma solicitação qualquer. A mecânica das rochas tem como finalidade estudar 
as propriedades e o comportamento dos maciços rochosos submetidos a 
tensões ou variações das suas condições iniciais. 
As rochas são utilizadas pelo homem para fabricação de armas, 
ferramentas e utensílios. Este material é muito usado para construção de 
casas, túneis, fortificações, esculturas entre outros. 
 
As áreas de atuação são classificadas como: 
 
 Atividades de superfície (<100m): fundações, barragens, estradas 
e minas à céu aberto. 
 Atividades em profundidade (>100m): minas subterrâneas, túneis, 
cavernas hidrelétricas, aproveitamento de energia geotérmica. 
22 
 
 Atividades especiais: engenharia do petróleo, engenharia 
geotécnica, armazenamentos em cavernas(petróleo, água, resíduos 
radioativos, etc.). 
 
Os projetos de engenharia de rochas podem ser agrupados em sete 
categorias, sendo fundações a mais importante (abordaremos em mais 
detalhes ainda nesta aula): 
 fundações: as rochas são um excelente material de fundação, 
mas podem ser fraturados e alterados. É necessário estabelecer a 
competência da rocha em relação a sua capacidade de suportar a 
carga para níveis toleráveis de deformação. 
 
 taludes: a mecânica das rochas pode identificar o risco de ruptura 
do talude rochoso, seja por tombamento, flexão, em cunha ou em 
plano; 
 
 túneis e poços: a estabilidade de túneis e poços depende da 
estrutura da rocha, estado de tensões, regime de fluxo subterrâneo 
e técnica de construção; 
 
 cavernas: o projeto de construção de grandes cavernas é 
influenciado pela presença e distribuição das fraturas do maciço 
rochoso; 
23 
 
 
 mineração: a mecânica das rochas influi sobre os métodos de 
mineração, com a finalidade de se obter uma maior extração de 
minério, utilizando-se um mínimo de suporte artificial das galerias; 
 
 energia geotérmica: a produção de energia geotérmicaé obtida 
pela percolação de água, injetada no furo, através das fraturas da 
rocha-reservatório naturalmente aquecida e a posterior 
recuperação por outro furo de sondagem. Este sistema depende da 
interação entre as fraturas do maciço, tensões in situ, condições de 
fluxo, temperatura e tempo; 
 
 armazenamento de rejeitos radioativos: o isolamento dos materiais 
radioativos em relação à biosfera requer o estudo das fraturas do 
maciço, capacidade de absorção das superfícies das fraturas, 
tensões in situ, condições de fluxo, temperatura e tempo. 
 
24 
 
c) Fundações 
 
A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto formado pelos 
elementos estruturais, tais como: lajes (cinza), vigas (vermelho), pilares 
(verde) e fundações (azul), etc. Fundação é o elemento estrutural que tem 
por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada 
resistente do solo. 
Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é 
função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente do 
solo. Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que 
tiver o menor custo e o menor prazo de execução. 
 
 
Listaremos agora sobre os principais aspectos dos projetos e previsão 
do desempenho das fundações: 
 visita ao local; 
 feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de 
taludes; 
 indícios da presença de aterro (“bota fora”) na área; 
 indícios de contaminação do subsolo, lançada no local ou 
decorrente do tipo de ocupação anterior; 
 prática local de projeto e execução de fundações; 
 estado das construções vizinhas; 
 peculiaridades geológico-geotécnicas na área, tais como: presença 
de matacões, afloramento rochoso nas imediações, áreas brejosas, 
minas d´água, etc 
 
De acordo com a profundidade do solo resistente, onde está implantada 
a sua base, as fundações podem se classificadas em: 
• fundações superficiais (diretas): quando a camada resistente à 
carga da edificação, ou seja, onde a base da fundação está implantada, não 
excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m 
de profundidade; 
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25 
 
 
• fundações profundas (indiretas) são aquelas cujas bases estão 
implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais de 3 m 
de profundidade. 
 
O que caracteriza, principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato 
da distribuição de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do 
elemento de fundação, sendo que, a carga aproximadamente pontual que 
ocorre no pilar, é transformada em carga distribuída, num valor tal, que o solo 
seja capaz de suportá-la. Outra característica da fundação direta é a 
necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do elemento 
de fundação no fundo da cava. 
 
10. (Cespe – TER/ES – 2011) A profundidade da fundação é um 
aspecto que deve ser considerado na determinação da pressão 
admissível de uma fundação superficial. 
 
Resolução: 
 A pressão admissível de uma fundação superficial é a pressão aplicada 
por uma fundação superficial ao terreno, que provoca apenas recalques que a 
construção pode suportar sem inconvenientes e que oferece, 
simultaneamente um coeficiente de segurança satisfatório contra a ruptura ou 
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26 
 
o escoamento do solo ou do elemento estrutural de fundação (perda de 
capacidade de carga). 
Essa definição esclarece que as pressões admissíveis dependem da 
sensibilidade da construção projetada aos recalques, especialmente aos 
recalques diferenciais específicos, os quais, de ordinário, são os que 
prejudicam sua estabilidade. 
Devem ser considerados os seguintes fatores na determinação da 
pressão admissível: 
 profundidade da fundação: 
 dimensões e forma dos elementos da fundação; 
 característica do terreno abaixo do nível da fundação; 
 lençol d’água; 
 modificação das características do terreno por efeito de alívio de 
pressões, alteração do teor de umidade de ambos; 
 características da obra, em especial a rigidez da estrutura. 
 
Gabarito: C 
 
 
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a 
sua base, apresenta pouca capacidade de suporte pela base, porém grande 
capacidade de carga devido ao atrito lateral do corpo do elemento de fundação 
com o solo. A fundação profunda, normalmente, dispensa abertura da cava de 
fundação, constituindo-se, por exemplo, em um elemento cravado por meio de 
um bate-estaca. 
 
11. (Cespe – TCU – 2011) Se uma estaca recalca mais que o solo 
que a envolve, diz-se que foi gerado atrito lateral positivo entre a 
estaca e o solo. 
 
Resolução: 
 De fato, quando a estaca recalca mais que o solo que a envolve, foi 
gerado atrito lateral positivo entre a estaca e o solo. Essa força é responsável 
por grande parte da capacidade de suporte de uma estaca. 
 
Gabarito: C 
 
Em projetos de construções rurais são usadas principalmente fundações 
diretas, tendo em vista, que as cargas são relativamente pequenas, não 
exigindo da camada do solo de apoio uma grande resistência. 
As fundações diretas classificam-se em: 
• blocos de fundações; 
• baldrames; 
• radier. 
 
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de carga 
para o terreno ser aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar 
existirá um bloco de fundação distribuindo a carga do pilar para o solo. Os 
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27 
 
blocos podem ser construídos de pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de 
concreto armado. 
 
Quando um bloco é construído de concreto armado ele recebe o nome de 
sapata de fundação. 
 
 
12. (Cespe – BASA – 2010) Os blocos são elementos de 
fundação de concreto dimensionados de forma que as tensões de 
tração neles produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem 
necessidade de armadura. 
 
Resolução: 
 Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez, ligados por vigas 
denominadas baldrames, que suportam predominantemente esforços de 
compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Quando sofrem 
esforços de tração os “blocos” precisam ser armados com aço, sendo 
chamados de sapatas. 
 
Gabarito: C 
 
A fundação em baldrame apresenta uma distribuição de carga para o 
terreno tipicamente linear, por exemplo, uma parede que se apoia no 
baldrame, sendo este o elemento que transmite a carga para o solo ao longo 
de todo o seu comprimento. Um baldrame pode ser construído de pedra, tijolos 
maciços, concreto simples ou de concreto armado. 
Quando o baldrame é construído de concreto armado ele recebe o nome 
de sapata corrida. 
 
 
13. (Cespe – DPF/Perito – 2002) As fundações em baldrame 
poderiam ser utilizadas em solos resistentes, como forma de 
28 
 
distribuir para o terreno as cargas de pilares periféricos da 
construção. 
 
Resolução: 
 Baldrames são vigas que ligam os blocos. Apresenta uma distribuição 
de carga para o terreno tipicamente linear, por exemplo, uma parede que se 
apoia no baldrame, sendo este o elemento que transmite a carga para o solo 
ao longo de todo o seu comprimento. É mais empregada em casos de cargas 
leves, como residência construídas sobre solo firme. 
 
Gabarito: C 
 
A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação 
que distribui toda a carga da edificação para o terreno, constituindo-se em 
uma distribuição de carga tipicamente superficial. O radier é uma laje de 
concreto armado, que distribui a carga total da edificação uniformemente pela 
área de contato. 
É usado de forma econômica quando as cargas são pequenas e a 
resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja usada 
a solução de fundação profunda. 
 
 
14. (Cespe – DPF/Perito – 2002) Na possibilidade de utilização 
de fundação direta em solo compressível, a fundação em radier 
pode ser mais vantajosa que a em sapatas individuais, por 
minimizar os efeitos de recalques diferenciais entre elementos defundação. 
 
Resolução: 
 A fundação em radier é recomendada quando: 
 Terreno de baixa resistência, alagadiços ou com capacidade de suporte 
irregular; 
 Camada de solo de baixa qualidade relativamente profunda; 
 Para uniformizar os recalques; 
 A área da fundação ultrapassa metade da área de construção (para 
minimizar os efeitos de recalques diferenciais); 
 
Gabarito: C 
 
 
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29 
 
15. (Cespe – DPF/Perito – 2004) Em solo de baixa resistência 
nas primeiras camadas, deve-se usar sapata do tipo isolada 
rígida de concreto armado para a fundação. 
 
Resolução: 
 Sapatas são fundações diretas rasas utilizadas para solos de boa 
resistência à pequena profundidade. Esta profundidade não pode ser superior a 
duas vezes a menor dimensão da fundação. 
 
Gabarito: E 
 
16. (Cespe – DPF/Perito – 2004) As fundações em sapatas só 
podem ser utilizadas no caso de o nível d’água freático estar 
localizado a grande profundidade. 
 
Resolução: 
 Como as sapatas são fundações rasas, usualmente não há problema com 
o lençol freático, mas este não é um impedimento. Tubulões a céu aberto e as 
estacas do tipo broca não podem ser executadas abaixo do lençol freático. 
Quando o tubulão precisa ser construído abaixo do lençol, utiliza-se 
tubulão a ar comprumido. 
As estacas do tipo broca são estacas executadas “in loco” sem molde, 
por perfuração no terreno com o auxílio de um trado, sendo o furo 
posteriormente preenchido com o concreto apiloado. 
Estacas de madeira devem ficar ou totalmente acima ou totalmente 
abaixo do lençol freático (quando há variação as madeiras apodrecem). 
 
Gabarito: E 
 
17. (Cespe – TER/BA – 2010) Pelo fato de ser uma estrutura 
esbelta, a fundação do tipo Raider normalmente apresenta baixa 
rigidez estrutural, o que limita sua aplicação. 
 
Resolução: 
O primeiro erro é o nome raider, o correto é radier. Mesmo assim a questão 
está errada porque a fundação em radier é recomendada quando: 
 Terreno de baixa resistência, alagadiços ou com capacidade de 
suporte irregular; 
 Camada de solo de baixa qualidade relativamente profunda; 
 Para uniformizar os recalques; 
 A área da fundação ultrapassa metade da área de construção (para 
minimizar os efeitos de recalques diferenciais); 
 
Gabarito: E 
 
Quando o solo compatível com a carga da edificação se encontra a mais 
de 3 m de profundidade é necessário recorrer às fundações profundas, sendo 
três os tipos principais: 
• estacas 
30 
 
• tubulões 
• caixões 
 
As estacas são elementos alongados, cilíndricos ou prismáticos que se 
cravam, com um equipamento, chamado bate-estaca, ou se confeccionam no 
solo de modo a transmitir às cargas da edificação a camadas profundas do 
terreno. 
Estas cargas são transmitidas ao terreno através do atrito das paredes 
laterais da estaca contra o terreno e/ou pela ponta. 
Existe hoje uma variedade muito grande de estacas para fundações. Com 
certa frequência, um novo tipo de estaca é introduzido no mercado e a técnica 
de execução de estacas está em permanente evolução. A execução de estacas 
é uma especialidade da engenharia. 
Entre os principais materiais empregadas na confecção das estacas se 
pode citar: 
• madeira; 
• aço; 
• concreto (pré-moldadas e moldadas “in situ”). 
 
As estacas também são classificadas em estacas de deslocamento e 
estacas escavadas. As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no 
terreno através de algum processo que não promova a retirada do solo. 
Enquadram-se nessa categoria as estacas pré-moldadas de concreto armado, 
as estacas de madeira, as estacas metálicas, as estacas apiloadas de concreto 
e as estacas de concreto fundido no terreno dentro de um tubo de 
revestimento de aço cravado com a ponta fechada, sendo as estacas tipo 
Franki o exemplo mais característico dessas últimas. 
 
As estacas escavadas são aquelas executadas “in situ” através da 
perfuração do terreno por um processo qualquer, com remoção de material. 
Nessa categoria se enquadram entre outras as estacas tipo broca, executada 
manual ou mecanicamente e as do tipo Strauss. 
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31 
 
 
As estacas de madeira são empregadas nas edificações desde a 
antiguidade. Atualmente, diante das dificuldades de se obter madeiras de boa 
qualidade, sua utilização é bem mais reduzida. 
 
 
As estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvores, bem 
retos e regulares, cravados normalmente por percussão, isto é golpeando-se o 
topo da estaca com pilões geralmente de queda livre. No Brasil a madeira mais 
empregada é o eucalipto, principalmente como fundação de obras provisórias. 
Para obras definitivas tem-se usado as denominadas “madeiras de lei” como 
por exemplo a peroba, a aroeira, a maçaranduba e o ipê. 
A duração da madeira é praticamente ilimitada, quando mantida 
permanentemente submersa. No entanto, se estiverem sujeitas à variação do 
nível d’água apodrecem rapidamente pela ação de fungos aeróbicos, o que 
deve ser evitado aplicando–se substâncias protetoras como sais tóxicos à base 
de zinco, cobre ou mercúrio ou ainda pela aplicação do creosoto. Neste tipo de 
tratamento recomenda-se o consumo de aproximadamente 15 kg de creosoto 
por m³ de madeira tratada quando as estacas forem cravadas em terra. 
Durante a cravação a cabeça da estaca deve ser munida de um anel de 
aço de modo a evitar o seu rompimento sob os golpes do pilão. Também é 
recomendado o emprego de uma ponteira metálica para facilitar a penetração 
da estaca e proteger a madeira. 
Do ponto de vista estrutural, a carga admissível das estacas de madeira 
depende do diâmetro e do tipo de madeira empregado na estaca. 
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As estacas metálicas são constituídas principalmente por peças de aço 
laminado ou soldado tais como perfis de seção I e H, como também por trilhos, 
geralmente reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando 
perdem sua utilização por desgaste. 
 
 
 
A principal vantagem das estacas de aço está no fato de se prestarem à 
cravação em quase todos os tipos de terreno, permitindo fácil cravação e uma 
grande capacidade de carga. 
Sua cravação é facilitada, porque, ao contrário dos outros tipos de 
estacas, em lugar de fazer compressão lateral do terreno, se limita a cortar as 
diversas camadas do terreno. 
Hoje em dia já não existe preocupação com o problema de corrosão das 
estacas metálicas quando permanecem inteiramente enterradas em solo 
natural, porque a quantidade de oxigênio que existe nos solos naturais é tão 
pequena que a reação química tão logo começa, já acaba completamente com 
esse componente responsável pela corrosão. Entretanto, de modo a garantir a 
segurança a NBR 6122 exige que nas estacas metálicas enterradas seja 
descontada a espessura de 1,5 mm de toda sua superfície em contato com o 
solo, resultando uma área útil menor que a área real do perfil. 
 
As estacas de concreto podem ser pré-moldadas ou concretadas no 
local. 
As estacas pré-moldadas de concreto são largamente usadas em todo o 
mundo possuindo como vantagens em relação às concretadas no local um 
maior controle de qualidade tanto na concretagem, que é de fácil fiscalização 
quanto na cravação, além de poderem atravessar correntes de águas 
subterrâneas o que com as estacas moldadas no local exigiriam cuidados 
especiais. 
Podem ser confeccionadas com concreto armado ou protendido adensado 
por centrifugação ou por vibração, este de uso mais comum. Tanto nas estacas 
vibradas quanto nas centrifugadas a cura do concreto é feita a vapor, de modo 
a permitir a desforma e o transporte da mesma no menor tempo possível. 
Tendo em vista que a cura a vapor só acelera o ganho de resistência nas 
primeiras horas, mas não diminui o tempo total necessário para que o concreto 
atinja a resistência final, as estacas devem permanecer no estoque pelo menos 
até que o concreto atinja a resistência de projeto. 
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33 
 
A seção transversal dessas estacas é geralmente quadrada, hexagonal, 
octogonal ou circular, podendo ser vazadas ou não. 
Existe uma grande variedade de tipos de estacas concretadas no local, 
diferenciadas entre si, principalmente, pela forma que são escavadas e pela 
forma de colocação do concreto. 
De um modo geral crava-se um tubo de aço até a profundidade prevista 
pela sondagem geotécnica, enchendo–se com concreto que vai sendo apiloado 
até que se retire o tubo. Entre os vários tipos existentes destacam-se as 
estacas tipo Franki e as estacas tipo Strauss. 
A estaca tipo Franki usa um tubo de revestimento cravado 
dinamicamente com a aponta fechada por meio de bucha e recuperado após a 
concretagem da estaca. O concreto usado na execução da estaca é 
relativamente seco com baixo fator água-cimento, resultando em um concreto 
de slump zero, de modo a permitir o forte apiloamento previsto no método 
executivo. A execução de estacas tipo Franki, quando bem aplicada, 
praticamente não sofre restrições de emprego diante das características do 
subsolo, salvo casos particulares como aqueles constituídos por espessas 
camadas de solo muito mole. 
A adoção dessas cargas depende da análise dos elementos do projeto, 
podendo ser diminuídas ou aumentadas em projeto de condições especiais. 
A seguir são relacionados alguns aspectos da estaca tipo Franki, que 
fazem parte do método de execução, e que a diferencia dos outros tipos de 
estacas concretadas no local contribuindo para a elevada carga de trabalho da 
estaca: 
• a cravação com ponta fechada isola o tubo de revestimento da água do 
subsolo, o que não acontece com outros tipos de estaca executada com ponta 
aberta; 
• a base alargada dá maior resistência de ponta que todos os outros 
tipos de estaca; 
• o apiloamento da base compacta solos arenosos, bem como, aumenta 
o diâmetro da estaca em todas as direções, aumentando sua a resistência de 
ponta. Em solos argilosos o apiloamento da base expele a água da argila, que 
é absorvida pelo concreto seco da mesma, consolidando e reforçando seu 
contorno; 
• o apiloamento do concreto contra o solo para formar o fuste da estaca 
compacta o solo e aumenta o atrito lateral; 
• o comprimento da estaca pode ser facilmente ajustado durante a 
cravação. 
 
18. (Cespe – DPF/Perito – 2002) As estacas do tipo Franki são 
indicadas no caso de terrenos de fundação arenosos, compactos, 
como forma de minimizar os efeitos das vibrações do terreno 
sobre construções vizinhas, antigas ou em mau estado de 
conservação, durante o processo de execução da fundação. 
 
Resolução: 
 Devido ao apiloamento, as estacas Franki não são indicadas quando há 
construções vizinhas antigas ou em mau estado de conservação, porque a 
vibração pode danificá-las. 
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34 
 
 
Gabarito: E 
 
As estacas tipo Strauss foram projetadas, inicialmente, como alternativa 
às estacas pré-moldadas cravadas por percussão devido ao desconforto 
causado pelo processo de cravação, quer quanto à vibração ou quanto ao 
ruído. O processo é bastante simples, consistindo na retirada de terra com 
sonda ou piteira e, simultaneamente, introduzir tubos metálicos rosqueáveis 
entre si, até atingir a profundidade desejada e posterior concretagem com 
apiloamento e retirada da tubulação. Por utilizar equipamento leve e 
econômico a estaca tipo Strauss possui as seguintes vantagens: 
• ausência de vibrações e trepidações em prédios vizinhos; 
• possibilidade de execução da estaca com o comprimento projetado; 
• possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de corpos 
estranhos no solo, matacões, etc, permitindo a mudança de locação antes da 
concretagem; 
• possibilidade da constatação das diversas camadas e natureza do solo, 
pois a retirada de amostras permite comparação com a sondagem à 
percussão; 
• possibilidade de montar o equipamento em terrenos de pequenas 
dimensões; 
• autonomia, importante em regiões ou locais distantes. 
 
Como principais desvantagens das estacas tipo Strauss podemos citar: 
• quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água 
no furo com a sonda, a adoção desse tipo de estaca não é recomendável; 
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de 
seccionamento do fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos 
esta solução não é indicada; 
• é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de 
modo a não ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com estas 
estacas devem-se a deficiências de concretagem durante a retirada do tubo. 
 
Outro tipo de estaca concretada "in-loco" é a estaca raiz. É considerada 
de pequeno diâmetro, elevada capacidade de carga baseada essencialmente na 
resistência por atrito lateral do terreno. 
É armada e preenchida com argamassa de cimento e areia, executada 
através de perfuração rotativa ou roto-percussiva, revestida integralmente, no 
trecho em solo, por um conjunto de tubos metálicos recuperáveis. 
Indicada para grande variedade de situações como locais de difícil 
acesso, reforço de fundações existentes, atualmente para fundações de novas 
pontes e viadutos, contenções de encostas, perfuração de solos com matacões 
e rochas, etc. 
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35 
 
 
A estaca do tipo hélice é ideal para estacas que serão realizadas em 
solos com presença de lençol freático. Utiliza-se essa técnica para substituição 
com grande vantagens, de estacas do tipo strauss ou pré-moldada. 
As fundações com as estacas hélices consistem na perfuração do solo 
através de um trado com um tubo central vazado, que desloca a terra para a 
superfície através das laminas helicoidais em movimentos rotativos até a 
profundidade desejada e especificada no projeto da construção. 
Ao encerrar-se a perfuração, dá-se início a concretagem da estaca ainda 
com o trado dentro da estaca, o que impede a água do solo de emergir. 
Através da bomba de concreto, injeta-se o concreto para dentro da estaca 
através do tubo central que é liberado na ponta da estaca. 
Ao passo que o concreto sobe, o trado é retirado lentamente, até que se 
alcance a superfície, garantindo a ausência de terra, água ou barro no interior 
da estaca. Retira-se o excesso de concreto até a cota de arrasamento. Coloca-
se a ferragem em seguida e a estaca estará pronta. Já o cliente estará 
satisfeito, com a agilidade do nosso equipamento. Segurança e rapidez, esse é 
um bom resumo para essa técnica de fundações de solos. 
 
Os tubulões são elementos estruturais de fundação profunda, 
geralmente, dotados de uma base alargada, construídos concretando-se um 
poço revestido ou não, aberto no terreno com um tubo de aço de diâmetro 
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36 
 
mínimo de 70 cm de modo a permitir a entrada e o trabalho de um homem, 
pelo menos na sua etapa final, para completar a geometria da escavação e 
fazer a limpeza do solo. 
Divide-se em dois tipos básicos: os tubulões a céu aberto, normalmente, 
sem revestimento e não armados no caso de existir somente carga vertical e 
os a ar comprimido ou pneumático. Os tubulões a ar comprimido são sempre 
revestidos, podendo esse revestimento ser constituído de uma camisa de 
concreto armado ou por uma camisa metálica. Neste caso a camisa metálica 
pode ser recuperada ou não. São utilizados em solos onde haja a presença de 
água e que não seja possível esgotá-la. O fuste do tubulão é sempre cilíndrico 
enquanto a base poderá ser circular ou em forma de falsa elipse. Deve-se 
evitar trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões, cuja distância 
entre centros seja inferiora duas vezes o diâmetro ou dimensão da maior 
base, especialmente quando se tratar de tubulões a ar comprimido. 
 
 
Quando comparados a outros tipos de fundações os tubulões apresentam 
as seguintes vantagens: 
• os custos de mobilização e de desmobilização são menores que os de 
bate-estacas e outro equipamentos; 
• as vibrações e ruídos provenientes do processo construtivo são de 
muito baixa intensidade; 
• pode-se observar e classificar o solo retirado durante a escavação e 
compará-lo às condições do subsolo previstas no projeto; 
• o diâmetro e o comprimento do tubulão pode ser modificado durante a 
escavação para compensar condições do subsolo diferentes das previstas; 
37 
 
• as escavações podem atravessar solos com pedras e matacões, sendo 
possível penetrar em vários tipos de rocha; 
• é possível apoiar cada pilar em um único fuste, em lugar de diversas 
estacas, eliminando a necessidade de bloco de coroamento. 
 
Em tubulões de ar comprimido, seja de camisa de aço ou de camisa de 
concreto, a pressão máxima de ar comprimido empregada é de 3,4 atm (340 
kPa), razão pela qual esses tubulões têm sua profundidade limitada a 34m 
abaixo do nível do mar. Em qualquer etapa da execução deve-se observar que 
o equipamento deve permitir que se atenda, rigorosamente, os tempos de 
compressão e descompressão previstos pela boa técnica e pela legislação em 
vigor, só se admitindo trabalhos sob pressões superiores a 150 kPa quando as 
seguintes providências forem tomadas: 
• estar à disposição da obra equipe permanente de socorro médico; 
• estar disponível na obra câmara de descompressão equipada; 
• existir na obra compressores e reservatórios de ar comprimido de 
reserva; 
• que seja garantida a renovação do ar, sendo o ar injetado em 
condições satisfatórias para o trabalho humano. 
 
19. (Cespe – DPF/Perito – 2002) As fundações em tubulões 
podem ser indicadas no caso de presença de camadas superficiais 
de solos moles ou compressíveis com pequena espessura assente 
sobre camadas resistentes. 
 
Resolução: 
 De fato, quando há camadas superficiais de solos moles ou compressíveis 
com pequena espessura assente sobre camadas resistentes podem-se utilizar 
tubulões (fundação profunda). 
 
Gabarito: C 
 
20. (Cespe – TCU – 2011) Por motivo de segurança, durante a 
execução de tubulões, a fiscalização não deve inspecionar o 
fundo da escava antes da concretagem 
 
Resolução: 
 Por motivo de segurança, durante a execução de tubulões, a fiscalização 
deve inspecionar o fundo da escava antes da concretagem. 
 
Gabarito: E 
 
21. (Cespe – MS – 2010) Na fundação em profundidade em solo 
com a presença de matacões ou lâminas de material rochoso 
muito duro, é preferível a utilização de estacas ao emprego de 
tubulões. 
 
Resolução: 
38 
 
 A presença de matacões ou lâminas de material rochoso dificulta a 
cravação das estacas, sendo mais indicado o emprego de tubulões. 
 
Gabarito: E 
 
 
A fundação em caixão, como o próprio nome sugere é um grande caixão 
impermeável à água, de seção transversal quadrada ou retangular que tem as 
paredes laterais pré-moldadas. 
Este tipo de fundação profunda é destinado a escorar as paredes da 
escavação e impedir a entrada de água enquanto vai sendo cravado no solo. 
Terminada a operação o caixão passa a fazer parte da infraestrutura. São 
utilizados, por exemplo, como fundação de um pilar de ponte em que a 
substituição de dois ou mais tubulões por um caixão que os envolva seja mais 
econômica. 
 
 
22. (Cespe – MS – 2010) O caixão é um elemento de fundação 
profunda cuja base pode ser alargada ou não. 
 
Resolução: 
 Por motivo de segurança, durante a execução de tubulões, a fiscalização 
deve inspecionar o fundo da escava antes da concretagem. 
 
Gabarito: C 
 
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39 
 
 
O desenho acima esquematiza uma estaca a ser executada junto à divisa 
entre dois terrenos, como parte das fundações de um prédio a ser construído. 
A 2 m de distância desse prédio, existe uma casa antiga. O desenho mostra 
também um dos elementos de fundação da casa: uma sapata quadrada, com 1 
m de lado. O pilar do prédio tem largura de 0,15 m e a estaca tem diâmetro de 
0,40 m. De acordo com essas informações e para as condições apresentadas, 
julgue os itens a seguir. 
 
23. (Cespe – BASA – 2007) Para evitar danos à casa, seria 
conveniente que a estaca a ser executada fosse do tipo Franki. 
 
Resolução: 
 Durante a cravação, as estacas do tipo Franki causam vibrações que 
podem danificar prédios vizinhos. 
 
Gabarito: E 
 
24. (Cespe – BASA – 2007) Em substituição à estaca, poderia 
ser executado um tubulão sem revestimento como fundação do 
pilar do prédio. 
 
Resolução: 
Não se pode executar tubulões sem revestimento abaixo do nível d’água. 
 
Gabarito: E 
 
25. (Cespe – BASA – 2007) No caso de ser utilizada uma estaca 
pré-moldada de concreto como fundação do pilar do prédio, é 
correto afirmar que a maior contribuição para a capacidade de 
carga da estaca resultará do atrito lateral entre o fuste da estaca 
e a camada de argila. 
40 
 
 
Resolução: 
 A capacidade de carga das estacas é composta pela resistência da ponta 
e pela resistência lateral. A resistência da ponta é normalmente alta em areias 
e baixa em argilas. Já para a resistência lateral ocorre o oposto: é baixa nas 
areias e alta nas argilas. 
 Entretanto, não há elementos suficientes para afirmar que a maior 
contribuição para a capacidade de carga da estaca resultará do atrito lateral 
entre o fuste da estaca e a camada de argila. 
 
Gabarito: E 
 
26. (Cespe – BASA – 2007) Se a base da sapata da casa está 
situada 0,5 m abaixo da superfície do terreno, é correto afirmar 
que cerca da metade do bulbo de pressões da sapata está dentro 
da camada de argila. 
 
Resolução: 
 As cargas aplicadas na superfície de um terreno induzem tensões, com 
consequentes deformações, no interior de uma massa de solo. Embora as 
relações entre tensões induzidas e as deformações resultantes sejam 
essencialmente não lineares, soluções baseadas na teoria da elasticidade são 
comumente adotadas em aplicações práticas, respeitando-se as equações de 
equilíbrio e compatibilidade. 
As pressões produzidas por cargas aplicadas na superfície de um maciço 
terroso são calculadas, ou melhor, avaliadas, na hipótese de um “maciço semi-
infinito, elástico, isótropo e homogêneo”; conceitos que, a rigor, podem não 
ser verificados. 
As cargas transmitidas pelas estruturas se propagam para o interior dos 
maciços e se distribuem nas diferentes profundidades, como ilustrado na figura 
abaixo, podendo se verificar experimentalmente. 
 
Denominam-se isóbaras as curvas ou superfícies obtidas ligando-se os 
pontos de mesma pressão vertical. Este conjunto de superfícies isóbaras forma 
41 
 
o que se chama bulbo de pressões, como indicado nas figuras abaixo para 
uma carga concentrada. 
 
Assim, para resolver a questão, não precisamos calcular a zona de 
influência do bulbo, mas utilizamos o fato de que o bulbo está 
predominantemente na areia compacta, porque a camada de argila está a 
quase três metros da sapata, que possui apenas 1 m de largura. 
 
Gabarito: E 
 
27. (FCC – Infraero – 2011 – Discursiva) Nos estudos para a 
construção de um novo Terminal de Passageiros foi identificada a 
necessidade de serem utilizados elementos estruturais para que 
houvesse uma estabilização do solo. Por tratar-se de um sítio 
aeroportuário situado próximo ao litoral, ficou decidido que, em 
função das características do terreno, seriam utilizadas Estacas 
como elementos de suporte às fundações do prédio. Analisando-
se as opções possíveis de serem utilizados observou-se que, em 
função de sua aplicação, os variados tipos de Estacas oferecem 
vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas 
criteriosamente. Nesse contexto, é de fundamental importância 
que a equipe de engenharia conheça essas particularidades, afim 
de que possa decidir de forma adequada. 
 
Utilizando o texto apenas como motivador, disserte em no máximo 30 linhas 
sobre as vantagens e desvantagens das estacas abaixo: 
 Estacas Strauss; 
 Estacas Franki; 
 Estacas de madeira. 
 
A estaca Strauss é um tipo de fundação profunda executada 
por perfuração através de balde sonda (piteira), com uso parcial ou 
total de revestimento recuperável e posterior concretagem. 
A principal vantagem desta estaca é a ausência de vibrações e 
trepidações em prédios vizinhos durante a execução. Ainda, há a 
possibilidade de verificar durante a perfuração, a presença de 
42 
 
corpos estranhos no solo e matacões, permitindo a mudança de 
locação antes da concretagem. 
Seu emprego não é recomendável quando a pressão da água 
for tal que impeça o esgotamento da água no furo com a sonda, a 
adoção desse tipo de estaca não é recomendável, nem argilas 
muito moles saturadas e em areias submersas. 
Já as estacas tipo Franki são executadas enchendo-se de 
concreto perfurações previamente executadas no terreno, através 
de cravação de tubo de ponta fechada, recuperado. 
A grande vantagem desta estaca é a alta produtividade 
alcançada nas obras pelo emprego conjunto de bate estacas de 
deslocamentos rápidos, martelos com alta capacidade de cravação 
e o concreto plástico vibrado. 
Sua principal limitação são as vibrações causadas durante a 
cravação. Essa interferência pode danificar inclusive edificações 
próximas. 
Finalmente, as estacas de madeira nada mais são do que 
troncos de árvores, bem retos e regulares, cravados normalmente 
por percussão, isto é golpeando-se o topo da estaca com pilões 
geralmente de queda livre. 
As vantagens das estacas de madeira são o seu baixo custo e 
leveza, quando comparada a outros materiais. Como desvantagens, 
cita-se a aplicação somente em solos secos ou permanente 
submersos e o fato de não admitirem carga de trabalho elevada. 
 
 
43 
 
d) Topografia 
 
Etimologicamente a palavra TOPOS, em grego, significa lugar e 
GRAPHEN descrição, assim, de uma forma bastante simples, Topografia 
significa descrição do lugar. Assim, Topografia é a ciência que estuda 
todos os acidentes geográficos definindo a sua situação e localização 
na Terra ou outros corpos astronómicos incluindo planetas, luas, e asteroides. 
É ainda o estudo dos princípios e métodos necessários para a descrição 
e representação das superfícies destes corpos, em especial para a sua 
cartografia. 
O termo só se aplica a áreas relativamente pequenas, sendo utilizado 
o termo geodesia quando se fala de áreas maiores. Para isso são usadas 
coordenadas que podem ser duas distâncias e uma elevação, ou uma 
distância, uma elevação e uma direção. 
A topografia é também instrumento fundamental para a implantação e 
acompanhamento de obras de todo o tipo, como as de projeto viário, 
edificações, urbanizações (loteamentos), movimentos de terras, daí sua 
importância na engenharia civil. Às operações efetuadas em campo, com o 
objetivo de coletar dados para a posterior representação, denomina-se de 
levantamento topográfico. 
O trabalho prático da Topografia pode ser dividido em cinco etapas: 
 
1. Tomada de decisão: onde se relacionam os métodos de 
levantamento, equipamentos, posições ou pontos a serem 
levantados,etc. 
 
2. Trabalho de campo ou aquisição de dados: efetuam-se as 
medições e gravação de dados. 
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Errado
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Errado
Windows
Errado
Windows
Errado
44 
 
 
3. Cálculos ou processamento: elaboram-se os cálculos baseados 
nas medidas obtidas para a determinação de coordenadas, 
volumes, etc. 
 
4. Mapeamento ou representação: produz-se o mapa ou carta a 
partir dos dados medidos e calculados. 
 
5. Locação. 
 
Classicamente a Topografia é dividida em duas: 
 
Topologia: tem por objetivo o estudo das formas exteriores do terreno e 
das leis que regem o seu modelado. 
 
Topometria: estuda os processos clássicos de medição de distâncias, 
ângulos e desníveis, cujo objetivo é a determinação de posições relativas 
de pontos. 
 
Tradicionalmente o levantamento topográfico pode ser divido em duas 
partes: o levantamento planimétrico, onde se procura determinar a posição 
planimétrica dos pontos (coordenadas X e Y) e o levantamento altimétrico, 
onde o objetivo é determinar a cota ou altitude de um ponto (coordenada Z). 
 A realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao 
chamado levantamento planialtimétrico, conforme abaixo no exemplo: 
45 
 
 
Sistemas de Coordenadas 
Um dos principais objetivos da Topografia é a determinação de 
coordenadas relativas de pontos. Para tanto, é necessário que estas sejam 
expressas em um sistema de coordenadas. São utilizados basicamente dois 
tipos de sistemas para definição unívoca da posição tridimensional de pontos: 
 
Sistemas de Coordenadas Cartesianas: Quando se posiciona um 
ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao 
mesmo. Estas coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a 
um sistema de coordenadas. Existem diversos sistemas de coordenadas, 
alguns amplamente empregados em Geometria e Trigonometria, por 
exemplo. Estes sistemas normalmente representam um ponto no espaço 
bidimensional ou tridimensional. 
 
Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no 
46 
 
espaço tridimensional é caracterizado por um conjunto de três retas (X, Y, Z) 
denominadas de eixos coordenados, mutuamente perpendiculares, A 
coordenadas cartesianas retangulares (x, y, z) de um ponto seria de 
acordo com a figura a esquerda, a direita a representação em coordenadas 
coordenadas esféricas (r, λ, φ) 
 
 Uma vez que a Topografia busca representar um conjunto de pontos no 
plano é necessário estabelecer um sistema de coordenadas cartesianas para a 
representação dos mesmos. Este sistema pode ser caracterizado da seguinte 
forma: 
 
 
 
 
Escala 
 
É comum em levantamentos topográficos a necessidade de representar 
no papel certa porção da superfície terrestre. Para que isto seja possível, 
teremos que representar as feições levantadas em uma escala adequada para 
os fins do projeto. De forma simples, podemos definir escala com sendo a 
relação entre o valor de uma distância medida no desenho e sua 
correspondente no terreno. 
 O valor da escala é adimensional, ou seja, não tem dimensão (unidade). 
Escrever 1:200 significa que uma unidade no desenho equivale a 200 unidades 
no terreno. Assim, 1 cm no desenho corresponde a 200 cm no terreno ou 1 
milímetro do desenho corresponde a 200 milímetros no terreno. Como as 
medidas no desenho são realizadas com uma régua, é comum estabelecer esta 
relação em centímetros. 
47 
 
 Vou demonstrar nos exercícios que não tem mistério é só saber utilizar 
regra de três. 
 
 A Escala Gráfica 
 A escala gráfica é utilizada para facilitar a leitura de um mapa, 
consistindo-se em um segmento de reta dividido de modo a mostrar 
graficamente a relação entre as dimensões de um objeto no desenho e no 
terreno. 
 Uma forma para apresentação final da escala gráfica é apresentada a 
seguir. 
 Representação do relevo 
 
 O relevo da superfície terrestre é uma feição contínua e tridimensional. 
Existem diversas maneiras para representar o mesmo, sendo as mais usuais as 
curvas de nível e os pontos cotados. 
 Curvas de nível: forma mais tradicional para a representação do relevo. 
Podem ser definidas como linhas que unem pontos com a mesma cota ou 
altitude. Representam em projeção ortogonal a interseção da superfície do 
terreno com planos horizontais. 
 
 
 A diferença de cota ou altitude entre duas curvas de nível é denominada 
de eqüidistância vertical, obtida em função da escala da carta, tipo do terreno 
e precisão das medidas altimétricas. Alguns exemplos são apresentados na 
tabela a seguir. 
 
48 
 
 
 
 As curvas de nível podem ser classificadas em curvas mestras ou 
principais e secundárias. As mestras são representadas com traçosdiferentes das demais (mais espessos, por exemplo), sendo todas numeradas 
(figura 15.7) As curvas secundárias complementam as informações. 
 
 
 Algumas regras básicas a serem observadas no traçado das curvas de 
nível: 
a) As curvas de nível são "lisas" ou suaves, ou seja não 
apresentam cantos. 
b) Duas curvas de nível nunca se cruzam!!! (aparece mil vezes) 
c) Duas curvas de nível nunca se encontram e continuam em 
uma só. 
d) Quanto mais próximas entre si, mais inclinado é o terreno 
que representam. 
 
 
E como isso cai? 
49 
 
 
 Em topografia, curva de nível é uma curva plana, irregular e 
fechada, cujos pontos equidistam verticalmente de um plano 
horizontal de referência. Projetadas ortogonalmente sobre esse plano 
e representadas graficamente com relação a uma escala, as curvas de 
nível fornecem ideia da conformação altimétrica ou relevo da 
superfície do solo. 
 
28. (Cespe – Ibram – 2009) Quando duas curvas de nível se 
cruzam, elas possuem cotas diferentes. 
 
Resolução: 
 ERRADA! NUNCA se cruzam. Não errem por favor, esta foi uma das 
1000 vezes que colocam a mesma questão em provas. 
 
 Gabarito: E 
 
29. (Cespe – Ibram – 2009) Curvas de nível muito próximas 
entre si indicam pequena inclinação do terreno. 
 
Resolução: 
 ERRADA! Exatamente o contrário. Muito próximas indicam grande 
inclinação do terreno. 
 
 Gabarito: E 
 
30. (Cespe – Ibram – 2009) Curvas de nível igualmente 
espaçadas indicam terreno de inclinação invariável. 
 
Resolução: 
 Exato. O espaçamento regular indica inclinação constante. 
 
 Gabarito: C 
 
31. (Cespe – Ibram – 2009) Curvas de nível não atravessam 
perpendicularmente um curso d’água. 
 
Resolução: 
 Exato. O nível da água é o mesmo. Não tem como ter dois níveis dentro 
da água numa direção perpendicular (nas margens, podem ter sim, exemplo 
um rio que corte uma montanha rochosa pode ter margem de um lado mais 
alta do que a outra). 
 
 Gabarito: C 
 
32. Em relação à planta de um levantamento topográfico para a 
construção de uma estrada, julgue o item a seguir: 
 
A escala de uma planta representa a distância entre dois pontos. 
50 
 
 
Resolução: 
 Falso, podemos definir escala com sendo a relação entre o valor de uma 
distância medida no desenho e sua correspondente no terreno. 
 
Gabarito: E 
 
33. Curva de nível é a curva que liga os pontos de alturas 
diferentes a uma referência global. 
 
Resolução: 
 Falso, podem ser definidas como linhas que unem pontos com a mesma 
cota ou altitude. 
 
Gabarito: E 
 
34. Em relação à planta de um levantamento topográfico para a 
construção de uma estrada, julgue o item a seguir: 
 
O volume entre duas seções transversais de um corte é dado pela 
média das áreas dessas seções, multiplicada pela metade da 
distância entre essas seções. 
 
Resolução: 
 Falso, Volume de um sólido prismático em linhas gerais é a sua base 
multiplicada pela distância entre bases. Quando as bases são diferentes pode 
usar a média das duas, esta parte está ok! O problema é a questão da metade 
da distância, 
 
Gabarito: E 
 
35. Na escala 1:200 uma medida de 0,5 cm na planta equivale a 
100cm no terreno. 
 
Resolução: 
 Verdadeiro, Escala 1:20 significa para cada 1 und no desenho representa 
200 un no terreno assim: 
 1 ---- 200 
 0,5 cm ---- X cm 
 
 X*1 = 200*0,5  X = 100 cm 
 
Gabarito: C 
 
 
36. Em relação à planta de um levantamento topográfico para a 
construção de uma estrada, julgue o item a seguir: 
 
51 
 
A inclinação de uma rampa é o quociente entre a distância 
horizontal e a distância vertical entre dois de seus pontos. 
 
Resolução: 
 Falso, a inclinação de uma rampa é dada pela tangente do angulo, ou 
seja, cateto oposto/cateto adjascente, neste caso seria distância 
vertical/distância horizontal 
 
Gabarito: E 
 
 
37. Duas curvas de nível não se podem cruzar, bem como não 
podem encontrar-se e continuar como uma só, pois, assim, 
teríamos um plano vertical que não interessa à topografia e 
acontece raramente na natureza. 
 
Resolução: 
 De novo!!! Certíssimo. 
 
Gabarito: C 
 
38. A altimetria é a representação gráfica da área constante da 
projeção horizontal de todos os pontos do terreno. Assim, as 
medidas são feitas sempre na horizontal e não acompanhando o 
terreno nas suas inclinações. 
 
Resolução: 
 Errado! Essa é a definição de Planimetria. 
 
Gabarito: E 
 
39. Planimetria determina as alturas dos diferentes pontos do 
terreno com relação a um ponto de mesmo, ao que chamamos 
Referência de Nível ou ao nível do mar 
 
Resolução: 
 Errado! Essa é a definição de Altimetria 
 
Gabarito: E 
 
 
40. Quanto mais perto uma curva da outra, menos acidentado o 
terreno. 
 
Resolução: 
 Muito batida também essa questão também, exatamente ao 
contrário. 
 
Gabarito: E 
52 
 
 
Norte Magnético e Geográfico 
 
O planeta Terra pode ser considerado um gigantesco imã, devido à 
circulação da corrente elétrica em seu núcleo formado de ferro e níquel em 
estado líquido. Estas correntes criam um campo magnético. 
 
 Este campo magnético ao redor da Terra tem a forma aproximada do 
campo magnético ao redor de um imã de barra simples. Tal campo exerce uma 
força de atração sobre a agulha da bússola, fazendo com que a mesma entre 
em movimento e se estabilize quando sua ponta imantada estiver apontando 
para o Norte magnético. 
 
 A Terra, na sua rotação diária, gira em torno de um eixo. Os pontos de 
encontro deste eixo com a superfície terrestre denominam-se de Pólo Norte e 
Pólo Sul verdadeiros ou geográficos. 
 O eixo magnético não coincide com o eixo geográfico. Esta diferença 
entre a indicação do Pólo Norte magnético (dada pela bússola) e a posição do 
Pólo Norte geográfico denomina-se de declinação magnética, 
 
 
53 
 
Azimute e Rumo 
 
 Azimute de uma direção é o ângulo formado entre a meridiana de 
origem que contém os Pólos, magnéticos ou geográficos, e a direção 
considerada. É medido a partir do Norte, no sentido horário e varia de 0º a 
360º. 
 
 
 Rumo é o menor ângulo formado pela meridiana que materializa 
o alinhamento Norte Sul e a direção considerada. Varia de 0º a 90º, 
sendo contado do Norte ou do Sul por leste e oeste. Este sistema expressa o 
ângulo em função do quadrante em que se encontra. Além dovalor numérico 
do ângulo acrescenta-se uma sigla (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica 
a origem a partir do qual se realiza a contagem e a segunda indica a direção 
do giro ou quadrante. 
 
 
 
54 
 
Declinação Magnética 
 
 Declinação magnética é o ângulo formado entre o meridiano 
verdadeiro e o meridiano magnético; ou também pode ser identificado 
como desvio entre o azimute ou rumo verdadeiros e os 
correspondentes magnéticos. 
 Varia com o tempo e com a posição geográfica, podendo ser ocidental 
(dW), negativa quando o Pólo magnético estiver a oeste (W) do geográfico e 
oriental (dE) em caso contrário. No Brasil a declinação magnética é 
negativa, logo ocidental. 
 
 A transformação de elementos (rumos e azimutes) com orientação pelo 
Norte verdadeiro ou magnético é um processo simples, basta somar 
algebricamente a declinação magnética. 
 O azimute verdadeiro é obtido da seguinte forma: Azv = Azm + D 
 
 
41. (Cespe – INSS – 2009) No que concerne à topografia, julgue 
o item a seguir: 
 
No levantamento topográfico de um terreno, a curva de nível 
representa o encontro da superfície de um terreno por um plano 
vertical, passando por um dos pontos notáveis da superfície. 
 
Resolução: 
Falso, é o encontro com um plano horizontal. 
 
Gabarito: E 
 
55 
 
42. (Cespe – INSS – 2009) No projeto topográfico, as linhas de 
notáveis de cumeada ou de divisória de águas são as constituídas 
pela sequência de pontos notáveis mais altos de um terreno. 
 
Resolução: 
Verdadeiro, é a definição de ponto de cumeada, remete-se a cume, 
ápice. 
 
Gabarito: C 
 
43. (Cespe – INSS – 2009) Noque concerne à topografia, julgue 
o item a seguir: 
 
A representação de linha contínua de espessura estreita é 
utilizada tanto para as linhas de cota quanto para as linha de 
chamada, conforme norma brasileira de representação gráfica. 
 
Resolução: 
 Em relação à espessura de traços em plantas topográficas é verdadeiro, 
e de fato confere com a norma de representação gráfica. 
 O contorno do terreno é o elemento que deve ser representado com a 
espessura mais grossa. Com espessura média representam-se os elementos 
complementares ao desenho, e que identificam sua localização, como contorno 
de quarteirões, elementos topográficos, nomes de elementos... a espessura 
fina é utilizada para elementos secundários e linhas de cota, hachuras 
eventuais, linhas auxiliares. 
Outras informações interessantes na confecção de plantas topográficas: 
 Nas informações mais importantes (nome de ruas e acessos) devem 
ser utilizadas somente letras maiúsculas, reservando-se as 
minúsculas para as informações complementares. 
 Em zona rural é indispensável a indicação do nome dos proprietários 
lindeiros (vizinhos). 
 Em zona urbana é conveniente a colocação do número do lote no 
desenho, mesmo que este conste da legenda. 
 As cotas do terreno devem ser externas a este. Em outros elementos, 
as cotas destes devem ser também sempre externas. 
 A orientação geográfica deve ser desenhada de tal forma que o norte 
sempre se situe voltado para a parte superior da prancha (1º ou 2º 
quadrantes). 
 A simbologia indicativa do norte deve ser sempre posicionada em 
local de destaque, externamente ao desenho, na maioria das vezes, 
ou mesmo internamente, quando houver espaço disponível. Quando o 
terreno for de pequenas dimensões (zona urbana) é preferível que 
o interior do lote em questão seja hachurado, para um maior 
destaque. 
56 
 
A seguir as convenções topográficas mais comuns: 
 
 
 
44. Levantamentos topográficos são realizados para locação de 
objetos e medição do relevo ou alterações tridimensionais da 
superfície da Terra. 
 
 
Resolução: 
Verdadeiro, é uma descrição perfeita dos objetivos dos levantamentos 
topográficos. 
 
Gabarito: C 
 
57 
 
45. Levantamentos as-built são realizados após o término de um 
projeto de construção para fornecer as posições e dimensões das 
feições do projeto, como elas foram realmente construídas 
 
Resolução: 
Verdadeiro, é as-built em inglês significa conforme construído, é um 
termo comum em topografia e projetos. 
 
Gabarito: C 
 
46. Sensoriamento remoto é um tipo de levantamento aéreo, 
que faz uso de câmeras ou sensores transportados por aeronaves 
ou por satélites artificiais. 
 
Resolução: 
Perfeito, o sensoriamento remoto vem avançando fortemente após o 
advento dos VANTs(Veiculos áereos não tripulados) o que está barateando o 
custo de obtenção das informações. 
 
Gabarito: C 
 
 
47. Levantamentos de terras são normalmente levantamentos 
topográficos planos para locação de limites de propriedades, 
subdivisão de terras, levantamento de áreas. São também 
chamados de levantamentos de propriedade, levantamentos de 
limites ou levantamentos cadastrais. 
 
Resolução: 
Exato, a descrição sobre levantamento de terras está condizente com a 
literatura. 
 
Gabarito: C 
 
Além de todos os conhecimentos vistos até então, um método que pode 
ser utilizado para determinar as cotas de pontos inacessíveis como picos de 
montanhas e torres de igrejas no traçado de obras de saneamento e que, para 
as distâncias maiores que 300,00 metros poderá ser necessário considerar o 
efeito da curvatura da Terra é chamado de nivelamento trigonométrico. 
 O levantamento topográfico altimétrico ou nivelamento é definido 
por: levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas 
relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos 
de detalhe, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, 
visando a representação altimétrica da superfície levantada. 
 Basicamente três métodos são empregados para a determinação dos 
desníveis: nivelamento geométrico, trigonométrico e taqueométrico. 
 
 Nivelamento geométrico ou nivelamento direto: nivelamento 
que realiza a medida da diferença de nível entre pontos no terreno 
58 
 
por intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, 
obtidas com um nível, em miras colocadas verticalmente nos 
referidos pontos. 
 Nivelamento trigonométrico: nivelamento que realiza a medição 
da diferença de nível entre pontos no terreno, indiretamente, a 
partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e 
da distância entre estes, fundamentando-se na relação 
trigonométrica entre o ângulo e a distância medidos, levando em 
consideração a altura do centro do limbo vertical do teodolito ao 
terreno e a altura sobre o terreno do sinal visado 
 Nivelamento taqueométrico: nivelamento trigonométrico em 
que as distâncias são obtidas taqueometricamente e a altura do 
sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta 
do teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja 
diferença de nível em relação à estação do teodolito é objeto de 
determinação. 
 
 Por considerar a curvatura da terra, o método indireto do nivelamento 
trigonométrico é o mais indicado. 
 
Instrumentos comuns em topografia 
 
o Fio de prumo - é um instrumento para detectar a vertical do lugar 
e elevar o ponto. Ele pode ser adaptado a um prisma ortogonal ou 
um tripé. 
o Trena – as fitas métricas retráteis e feitas de metal 
o Pára-sol – utilizado para proteção solar 
o Teodolito - equipamento onde se faz leituras angulares verticais e 
horizontais com precisão 
 
o Nível topográfico ou nível ótico - equipamento instalado entre 
pontos a nivelar e usado para a leitura de alturas sobre uma mira 
posicionada verticalmente sobre os pontos. 
o Mira - régua graduada de 0 a 4 m usada em nivelamento 
geométrico e que deve ser posicionada verticalmente sobre o 
ponto visado para leitura da altura entre o chão e o plano 
horizontal formado pela visada de nível ótico. 
o Estação total - instrumento eletrónico que faz leituras angulares e 
de distâncias e as armazena internamente 
o GNSS - sistemas de medição de distância a partir de sinais de 
satélites de uma ou dupla frequência das órbitas GPS, GLONASS ou 
Galileo 
o Estádia - equipamento para medir a distância entre dois pontos em 
taqueometria 
o Baliza topográfica - Bastão utilizado juntamente como uma bolha 
de nivelamento para a verticalização da mesma. Usada para 
alinhamentos. 
59 
 
o Estaca - vértice materializado em campo para futuras 
identificações e/ou identificação de um eixo de um projeto, com 
distâncias equidistantes normalmente de 20 em 20 metros 
o Laser scanner - equipamento faz uma varredura dos pontos a seu 
redor obtendo uma grande quantidade de pontos tridimensionais. 
 
 
60 
 
3) Edificações 
 
Residência é toda edificação organizada, dimensionada e destinada a 
habitação unifamiliar deverá ter ambientes para repouso, alimentação, 
serviços e higiene, conjugados ou não, perfazendo uma área construída 
mínima de 20 m². 
Consideram-se residências isoladas as habitações edificadas sobre lote 
urbano destinadas ao uso de uma família. Os compartimentos das residências 
poderão ser iluminados e ventilados através de pátios internos. 
Poderão ter iluminação e ventilação zenital os seguintes compartimentos 
das residências: vestíbulo, banheiro, circulação, depósito, lavanderia e sótão. 
Iluminação zenital é aquela onde a luz natural penetra no ambiente através de 
aberturas situadas na cobertura de uma edificação. 
Nos demais compartimentos será tolerada a iluminação e ventilação 
zenital quando a mesma concorrer com até 50% da iluminação e ventilação 
requeridos, cuja complementação deverá ser feita por meio de abertura direta 
para o exterior, no plano vertical. 
O apartamento é uma unidade habitacional existenteem edifícios 
multifamiliares e em conjuntos habitacionais. 
Os apartamentos têm grande variação em seu tamanho: podem ser 
desde quitinetes (com apenas um quarto-e-sala, um corredor e um banheiro), 
unidades de 1, 2, 3, 4 e até mais dormitórios, com um número variável de 
suítes (quartos com banheiro interno) e de garagens (de nenhuma - como em 
prédios antigos, localizados em áreas centrais, até várias, em apartamentos de 
luxo). 
Normalmente, é paga uma taxa de condomínio para o síndico do prédio 
realizar as obras de manutenção e despesas com funcionários. Também são 
feitas com frequência pré-estabelecida ou quando necessário reuniões de 
moradores com vista à decisão de assuntos relevantes para o conjunto 
residencial: estabelecer regulamentos, modificar valor de taxas, instituir 
fundos arrecadatórios para reformas ou obras. 
Em geral, cada apartamento é de propriedade de uma família, embora 
sejam possíveis - ainda que raras - outras formas: que algumas pessoas 
comprarem apartamentos ao lado de uma rua para transformá-los em uma 
subdivisão comercial do prédio, ou seja, uma loja ou que comprem 
apartamentos vizinhos para fazer um maior. 
Já os condomínios podem ser do tipo vertical ou horizontal. A 
associação mais frequente é que os condomínios verticais são os prédios e 
edifícios, já que são formas de crescimento que se expandem para cima, 
enquanto os condomínios horizontais são aqueles compostos por conjuntos de 
casas. 
Entretanto, o correto é dizer que um condomínio com casas 
construídas em um mesmo terreno é vertical, tendo em conta de que o 
plano de separação seja vertical. Já os apartamentos devem ser caracterizados 
como horizontais, pois o plano que os separa é horizontal, visto que o teto de 
uma unidade habitacional serve como chão para quem está acima. 
Por fim, precisamos definir habitação social. São consideradas habitações 
sociais, as habitações de custos controlados promovidas pelas Câmaras 
61 
 
Municipais, Cooperativas de Habitação Económica, pelas Instituições 
Particulares de Solidariedade Social e pela iniciativa privada com apoio 
financeiro do Estado e destinadas á venda ou ao arrendamento nas condições 
de acesso estabelecidas 
Dito isso, estudaremos os requisitos técnicos mínimos que devem ser 
observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos usuários. 
Em relação aos locais de trabalho, a Norma Regulamentadora 8 estabelece 
esses critérios. 
 Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências 
nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a 
movimentação de materiais. 
 As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de 
forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos. 
 Os pisos, as escadas e rampas devem oferecer resistência 
suficiente para suportar as cargas móveis e fixas, para as quais a 
edificação se destina. 
 As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser 
construídas de acordo com as normas técnicas oficiais e mantidas 
em perfeito estado de conservação. 
 Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de 
trabalho, onde houver perigo de escorregamento, serão 
empregados materiais ou processos antiderrapantes. 
 Os andares acima do solo devem dispor de proteção adequada 
contra quedas, de acordo com as normas técnicas e legislações 
municipais, atendidas as condições de segurança e conforto. 
o Ter altura de 0,90 m, no mínimo, a contar do nível do 
pavimento; 
o Quando for vazados, os vãos do guarda-corpo devem ter, 
pelo menos,uma das dimensões igual ou inferior a 0,12 m; 
o Ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço 
horizontal de 80kg/m aplicado no seu ponto mais 
desfavorável. 
 As partes externas, bem como todas as que separem unidades 
autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua 
estrutura, devem, obrigatoriamente, observar as normas técnicas 
oficiais relativas à resistência ao fogo, isolamento térmico, 
isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e 
impermeabilidade. 
 Os pisos e as paredes dos locais de trabalho devem ser, sempre 
que necessário, impermeabilizados e protegidos contra a umidade. 
 As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção 
contra as chuvas. 
 As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e 
construídas de modo a evitar insolação excessiva ou falta de 
insolação. 
 
Como isso pode cair? 
 
62 
 
48. (Cespe – TRT – 2013) Com referência a normas relacionadas 
a saúde e a segurança no trabalho, julgue o próximo item: 
 
A NR-8, que trata de edificações, estabelece os requisitos técnicos 
mínimos que devam ser observados nas edificações para garantir 
segurança e conforto aos que nelas habitem. 
 
Resolução: 
 A NR-8, que trata de edificações, estabelece os requisitos técnicos mínimos que 
devam ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos usuários. 
 Usuários compreende também os que utilizam o imóvel mesmo que não o 
habitem, por exemplo para trabalharem. 
 
 Gabarito: E 
 
A NBR 15575 estabelece os requisitos e critérios de desempenho que se 
aplicam às edificações habitacionais, como um todo integrado, bem como 
serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas específicos. Esses 
critérios envolvem segurança, habitabilidade e sustentabilidade. 
 Segurança 
o segurança estrutural; 
o segurança contra o fogo; 
o segurança no uso e na operação. 
 Habitabilidade 
o estanqueidade; 
o desempenho térmico; 
o desempenho acústico; 
o desempenho lumínico; 
o saúde, higiene e qualidade do ar; 
o funcionalidade e acessibilidade; 
o conforto tátil e antropodinâmico. 
 Sustentabilidade 
o durabilidade; 
o manutenibilidade; 
o impacto ambiental. 
Agora vamos falar das responsabilidades de cada um dos 
intevenientes: o fornecedor, o projetista, o construtor e incorporador e o 
usuário. 
Cabe ao fornecedor de sistemas caracterizar o desempenho de acordo 
com esta norma. Convém que fabricantes de produtos, que sem normas 
brasileiras específicas ou que não tenham seus produtos com o desempenho 
caracterizado, que forneçam resultados comprobatórios do desempenho de 
seus produtos com base em normas específicas internacionais ou estrangeiras. 
Os projetistas, devem estabelecer a vida útil projetada (VUP) de 
cada sistema que compõe a Norma. VUP é o período estimado de tempo para o 
qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho 
estabelecidos em norma. 
Cabe ao projetista o papel de especificar materiais, produtos e processos 
que atendam o desempenho mínimo estabelecido em norma com base nas 
63 
 
normas prescritivas e no desempenho declarado pelos fabricantes dos produtos 
a serem empregados em projeto. 
Quando as normas específicas de produtos não caracterizem 
desempenho, ou quando não existirem normas específicas, ou quando o 
fabricante não publicar o desempenho de seu produto, é recomendável ao 
projetista solicitar informações ao fabricante para balizar as decisões de 
especificação. 
Quando forem considerados valores de VUP maiores que os mínimos 
estabelecidos em norma, estes devem constar dos projetos e/ou memorial de 
cálculo. 
Salvo convenção escrita, é da incumbência do incorporador, de seus 
prepostos e/ou dos projetistas envolvidos, dentro de suas respectivas 
competências, e não da empresa construtora, a identificação dos riscos 
previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador, neste caso, 
providenciar os estudos técnicos requeridos e alimentar os diferentes 
projetistas com as informações necessárias. 
Como riscos previsíveis, exemplifica-se: 
 presença de aterro sanitário na área de implantação do 
empreendimento, contaminação do lençol freático, 
 presença de agentes agressivos no solo e outros riscos ambientais. 
Ao construtor ou incorporador cabe elaborar o manual de operação uso e 
manutenção, ou documento similar, que deve ser entregue ao proprietário da 
unidade quando da disponibilizaçãoda edificação para uso, cabendo também 
elaborar o manual das áreas comuns, que deve ser entregue ao condomínio. 
Ao usuário ou seu preposto cabe realizar a manutenção, de acordo 
com o que estabelece a ABNT NBR 5674 e o manual de operação, uso e 
manutenção, ou documento similar. 
 Bom, agora vamos falar das características exigidas de uma edificação. 
Abordaremos a estanqueidade, o desempenho térmico, acústico e 
lumínico, a durabilidade, a funcionalidade e a adequação ambiental. 
 Quanto à estanqueidade, tem relevância porque a exposição à água de 
chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da 
edificação habitacional, devem ser consideradas em projeto, pois a umidade 
acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de 
habitabilidade e de higiene do ambiente construído. 
 
A edificação habitacional deve reunir características que atendam às 
exigências de desempenho térmico. Deve apresentar condições térmicas no 
interior do edifício habitacional melhores ou iguais às do ambiente externo, à 
sombra. 
O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de 
permanência prolongada, como, por exemplo, salas e dormitórios, sem a 
presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros 
equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo 
diário da temperatura do ar exterior. 
Em relação ao desempenho acústico, a edificação habitacional deve 
apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se 
refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edifícação habitacional, e 
isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. 
64 
 
Durante o dia, as seguintes dependências da edificação habitacional 
devem receber iluminação natural conveniente, oriunda diretamente do 
exterior ou indiretamente, através de recintos adjacentes: 
 
Para o período noturno, o sistema de iluminação artificial deve 
proporcionar condições internas satisfatórias para ocupação dos recintos e 
circulação nos ambientes com conforto e segurança. 
São requisitos de projeto: 
 os requisitos de iluminância natural podem ser atendidos mediante 
adequada disposição dos cômodos (arquitetura), correta orientação 
geográfica da edificação, dimensionamento e posição das 
aberturas, tipos de janelas e de envidraçamentos, rugosidade e 
cores dos elementos (paredes, tetos, pisos etc), inserção de poços 
de ventilação / iluminação, eventual introdução de domus de 
iluminação, etc; 
 a presença de taludes, muros, coberturas de garagens e outros 
obstáculos do gênero não podem prejudicar os níveis mínimos de 
iluminância especificados; 
 nos conjuntos habitacionais integrados por edifícios, a implantação 
relativa dos prédios, de eventuais caixas de escada ou de outras 
construções, não podem prejudicar os níveis mínimos de 
iluminância especificados. 
 
Recomenda-se que a iluminação natural das salas de estar e dormitórios, 
seja provida de vãos de portas ou de janelas. No caso das janelas, 
recomenda-se que a cota do peitoril esteja posicionada no máximo a 100cm do 
piso interno, e a cota da testeira do vão no máximo a 220cm a partir do piso 
interno. 
 
49. (Cespe – MPU – 2010) Considere que, na construção de um 
conjunto habitacional próximo a um rio, tenha sido constatada a 
necessidade de impermeabilização dos baldrames para evitar a 
degradação da alvenaria, do revestimento e da pintura. Nessa 
situação, a aplicação de impermeabilizante somente na superfície 
65 
 
inferior do baldrame seria procedimento econômico e eficaz para 
garantir sua impermeabilização. 
 
Resolução: 
 Cuidado com as afimarmações do tipo SOMENTE...”somente na 
superfície inferior do baldrame”, na dúvida marque E. 
 Devem ser previstos nos projetos a prevenção de infiltração da 
água de chuva e da umidade do solo nas habitações, por meio dos 
detalhes indicados a seguir: 
• Condições de implantação dos conjuntos habitacionais, de forma a 
drenar adequadamente a água de chuva incidente em ruas internas, 
lotes vizinhos ou mesmo no entorno próximo ao conjunto; 
• impermeabilização de porões e subsolos, jardins contíguos às 
fachadas e quaisquer paredes em contato com o solo, ou pelo 
direcionamento das águas, sem prejuízo da utilização do ambiente e dos 
sistemas correlatos e sem comprometer a segurança estrutural. Em 
havendo sistemas de impermeabilização; 
• impermeabilização de fundações e pisos em contato com o 
solo; (as laterais do Baldrame tem contato com o solo...) 
• ligação entre os diversos elementos da construção (como paredes e 
estrutura, telhado e paredes, corpo principal e pisos ou calçadas 
laterais). 
 
Gabarito: E 
 
O edifício e seus sistemas devem apresentar durabilidade compatível 
com a Vida Útil de Projeto. 
A durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência 
econômica do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem 
imóvel. A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir 
as funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a 
um estado insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência 
funcional. O período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso 
de um produto e o momento em que o seu desempenho deixa de atender às 
exigências do usuário pre-estabelecidas é denominado vida útil. 
O valor final atingido de Vida Útil (VU) será uma composição do valor 
teórico calculado como Vida Útil de Projeto (VUP) influenciado positivamente 
ou negativamente pelas ações de manutenção, intemperes e outros fatores 
internos de controle do usuário e externos (naturais) fora de seu controle. 
 
 
66 
 
Segundo a NBR 15575 (Edifícios habitacionais de até cinco pavimentos): 
 
 
No que tange a funcionalidade, as edificações devem apresentar altura 
mínima de pé-direito (2,50 m) dos ambientes da habitação compatíveis com as 
necessidades humanas. 
Em vestíbulos, halls, corredores, instalações sanitárias e despensas 
admite-se que o pé-direito se reduza ao mínimo de 2,30m. 
Nos tetos com vigas, inclinados, abobadados ou, em geral, contendo 
superfícies salientes altura piso a piso e ou o pé-direito mínimo, devem ser 
mantidos, pelo menos, em 80 % da superfície do teto, admitindo-se na 
superfície restante que o pé-direito livre possa descer até ao mínimo de 
2,30m. 
Para os projetos de arquitetura de unidades habitacionais, sugere-se 
prever no mínimo a disponibilidade de espaço nos cômodos do edifício 
habitacional para colocação e utilização dos móveis e equipamentos-padrão. 
 
A edificação deve prever o numero mínimo de unidades para pessoas 
com deficiência física ou com mobilidade reduzida estabelecido na legislação 
vigente, e estas unidades devem atender aos requisitos da NBR 9050. As áreas 
comuns devem prever acesso a pessoas com deficiência física ou com 
mobilidade reduzida e idosos. 
 
 
Sondagem 
 
Em função do porte da obra ou de condicionantes específicos, deve ser 
realizada vistoria geológica de campo por profissional especializado, 
eventualmente, complementada por estudos geológicos adicionais. 
Para qualquer edificação deverá ser feita uma campanha de 
investigação geotécnica preliminar constituída, no mínimo, por 
sondagens a percussão (com SPT), visando a determinação da 
estratigrafia e classificação dos solos, a posição do nível d'água e a 
medida do índice de resistência à penetração NSPT. 
67 
 
Em função dos resultados obtidos na investigação geotécnica preliminar, 
poderá ser necessária uma investigação complementar, através da realização 
de sondagens adicionais, bem como de outros ensaios de campo e de ensaios 
de laboratório. Em obras de grande extensão, a utilização de ensaios geofísicos 
pode se constituir num auxiliar eficaz no traçado dos perfis geotécnicos do 
subsolo. 
Independentemente da extensão da investigação geotécnica preliminar 
realizada, devem ser feitas investigações adicionais sempre que, em qualqueretapa da execução da fundação, forem constatadas diferenças entre as 
condições locais e as indicações fornecidas pela investigação preliminar, de tal 
forma que as divergências fiquem completamente esclarecidas. 
Os números de perfurações a serem feitas, em função do tamanho do 
edifício, é conforme segue: 
No mínimo uma perfuração para cada 200m² de área da projeção em 
planta do edifício, até 1.200m² de área; 
Entre 1.200m² e 2.400m² fazer uma perfuração para cada 400m² que 
excederem aos 1.200m2 iniciais; 
Acima de 2.400m² o número de sondagens será fixado de acordo com o 
plano particular da construção. 
 Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser 
de 2 para a área da projeção em planta do edifício até 200m², e três para área 
entre 200m² e 400m². 
 
50. (Cespe – INSS – 2010) O estudo topográfico e o geotécnico 
permitem avaliar as condições preliminares do terreno, que 
fornecerão dados importantes para a execução de projetos de 
implantação de canteiro de obras, de arquitetura, de estrutura e 
de fundações. A esse respeito, julgue o item a seguir: 
 
O ensaio de penetração padrão fornece a profundidade das 
camadas do subsolo, o nível do lençol freático e o índice de 
resistência à penetração, e permite a descrição das camadas por 
meio de uma análise tátil e visual. O número mínimo de furos a 
ser realizado nesse ensaio deve ser três. 
 
Resolução: 
 O erro da questão está na constância no número de furos, como na 
questão na foi explicitado a área, não podemos garantir que sejam somente 
três, pode se de um a muitos furos dependendo da área e do plano particular 
de construção. 
 
Gabarito: E 
 
Após a realização das sondagens a percussão, em função de 
peculiaridades do subsolo e do projeto, ou ainda, caso haja dúvida quanto à 
natureza do material impenetrável a percussão, deverão ser realizadas 
investigações complementares. Neste caso, sondagens adicionais e outros 
ensaios de campo serão programados. 
68 
 
Os ensaios de campo visam determinar parâmetros de resistência, 
deformabilidade e permeabilidade dos solos, sendo que alguns deles também 
fornecem a estratigrafia local. Alguns parâmetros são obtidos diretamente e 
outros por correlações. 
As sondagens mistas e rotativas são utilizadas no caso de dúvida quanto 
à natureza do material impenetrável a percussão, devem ser programadas 
sondagens mistas (percussão e rotativa). 
Em se tratando de maciço rochoso, rocha alterada ou mesmo solo 
residual jovem, as amostras coletadas devem indicar suas características 
principais, incluindo-se eventuais descontinuidades, indicando: tipo de rocha, 
grau de alteração, fraturamento, coerência, xistosidade, porcentagem de 
recuperação e o índice de qualidade da rocha (RQD). 
Bom, agora vamos detalhar a sondagem a percussão, porque é mais 
frequentemente cobrada no nosso concurso. Trata-se de perfuração e 
cravação dinâmica de amostrador-padrão, a cada metro, resultando na 
determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como da 
observação do nível do lençól freático. 
O NSPT é a abreviatura do índice de resistência à penetração do SPT, 
cuja determinação se dá pelo número de golpes correspondente à cravação de 
30 cm do amostrador-padrão, após a cravação inicial de 15 cm, utilizando-se 
corda de sisal para levantamento do martelo padronizado. 
O procedimento é realizado com as seguintes etapas: 
 Locação do furo e quantidades; 
 Processos de perfuração; 
 Amostragem e SPT; 
 Critérios de paralisação; 
 Observação do nível do lençol freático; 
 Identificação das amostras e elaboração do perfil geológico-
geotécnico da sondagem; 
 Expressão dos resultados. 
 
Quando da sua locação, cada furo de sondagem deve ser marcado com a 
cravação de um piquete de madeira ou material apropriado. 
Este piquete deve ter gravada a identificação do furo e estar 
suficientemente cravado no solo, servindo de referência de nível para a 
execução da sondagem e posterior determinação de cota através de 
nivelamento topográfico. 
Deve ser coletada, para exame posterior, uma parte representativa do 
solo colhido pelo trado-concha durante a perfuração, até 1 m de profundidade. 
A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser 
colhidas amostras dos solos por meio do amostrador-padrão, com execução de 
SPT. 
O amostrador-padrão, conectado à composição de cravação, deve descer 
livremente no furo de sondagem até ser apoiado suavemente no fundo, 
devendo-se cotejar a profundidade correspondente com a que foi medida na 
operação anterior. 
Caso haja discrepância entre as duas medidas supra-referidas (ficando o 
amostrador mais de 2 cm acima da cota de fundo, atingida no estágio 
69 
 
precedente), a composição deve ser retirada, repetindo-se a operação de 
limpeza do furo. 
Após o posicionamento do amostrador-padrão conectado à composição 
de cravação, coloca-se a cabeça de bater e, utilizando-se o tubo de 
revestimento como referência, marca-se na haste, com giz, um segmento de 
45 cm dividido em três trechos iguais de 15 cm. 
Em seguida, o martelo deve ser apoiado suavemente sobre a cabeça de 
bater, anotando-se eventual penetração do amostrador no solo. 
Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm, após 
procedimento anterior, prossegue-se a cravação do amostrador-padrão até 
completar os 45 cm de penetração por meio de impactos sucessivos do 
martelo padronizado caindo livremente de uma altura de 75 cm, anotando-se, 
separadamente, o número de golpes necessários à cravação de cada segmento 
de 15 cm do amostrador-padrão. 
Frequentemente não ocorre a penetração exata dos 45 cm, bem como de 
cada um dos segmentos de 15 cm do amostrador-padrão, com certo número 
de golpes. 
Na prática, é registrado o número de golpes empregados para uma 
penetração imediatamente superior a 15 cm, registrando-se o comprimento 
penetrado (por exemplo, três golpes para a penetração de 17 cm). 
A seguir, conta-se o número adicional de golpes até a penetração total 
ultrapassar 30 cm e em seguida o número de golpes adicionais para a 
cravação atingir 45 cm ou, com o último golpe, ultrapassar este valor. 
O registro é expresso pelas frações obtidas nas três etapas. 
EXEMPLO: 
3/17 - 4/14 - 5/15 
A cravação do amostrador-padrão é interrompida antes dos 45 cm de 
penetração sempre que ocorrer uma das seguintes situações: 
 em qualquer dos três segmentos de 15 cm, o número de golpes 
ultrapassar 30; 
 um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a cravação; 
 não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação 
de cinco golpes sucessivos do martelo. 
 
Quando a cravação atingir 45 cm, o índice de resistência à penetração N 
é expresso como a soma do número de golpes requeridos para a segunda e a 
terceira etapas de penetração de 15 cm, adotando-se os números obtidos 
nestas etapas mesmo quando a penetração não tiver sido de exatos 15 cm. 
 Quando, com a aplicação do primeiro golpe do martelo, a penetração for 
superior a 45 cm, o resultado da cravação do amostrador deve ser expresso 
pela relação deste golpe com a respectiva penetração. Exemplo: 1/58. 
Quando a penetração for incompleta, o resultado da cravação do 
amostrador é expresso pelas relações entre o número de golpes e a 
penetração para cada 15 cm de penetração. 
EXEMPLO: 
12/16 - 30/11; 14/15 - 21/15 - 15/7 e 10/0. 
 
70 
 
Quando a penetração do amostrador-padrão com poucos golpes exceder 
significativamente os 45 cm ou quando não puder haver distinção clara nas 
três penetrações parciais de 15 cm, o resultado da cravação do amostrador-
padrão deve ser expresso pelas relações entre o número de golpes e a 
penetração correspondente. 
EXEMPLO: 
0/65; 1/33 - 1/20 
Quanto a paralização, o processo de perfuração por circulação de água, 
associado aos ensaios penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, 
nesses ensaios, uma das seguintes condições: 
 quando, em 3 m sucessivos,se obtiver 30 golpes para penetração 
dos 15 cm iniciais do amostrador-padrão; 
 quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração 
dos 30 cm iniciais do amostrador-padrão; e 
 quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para a 
penetração dos 45 cm do amostrador-padrão. 
 
Durante a perfuração com o auxílio do trado helicoidal, o operador deve 
estar atento a qualquer aumento aparente da umidade do solo, indicativo da 
presença próxima do nível d’água, bem como um indício mais forte, tal como o 
solo se encontrar molhado em determinado trecho inferior do trado helicoidal, 
comprovando ter sido atravessado um nível d’água. 
Nesta oportunidade, interrompe-se a operação de perfuração e passa-se 
a observar a elevação do nível d’água no furo, efetuando-se leituras a cada 5 
min, durante 15 min no mínimo. 
Sempre que ocorrer interrupção na execução da sondagem, é 
obrigatória, tanto no início quanto no final desta interrupção, a medida da 
posição do nível d’água, bem como da profundidade aberta do furo e da 
posição do tubo de revestimento. 
 
Outro ponto importante é a identificação das amostras e elaboração 
do perfil geológico-geotécnico da sondagem. As amostras devem ser 
examinadas procurando identificá-las no mínimo através das seguintes 
características: 
 granulometria; 
 plasticidade; 
 cor; e 
 origem, tais como: 
o solos residuais; 
o transportados (coluvionares, aluvionares, fluviais e 
marinhos); 
o aterros. 
Após sua ordenação pela profundidade, as amostras devem ser 
examinadas individualmente, devendo ser agrupadas as amostras consecutivas 
com características semelhantes. 
Os resultados da sondagem são expressos no relatório de campo e no 
relatório definitivo. 
Nas folhas de anotação de campo devem ser registrados: 
 nome da empresa e do interessado; 
71 
 
 número do trabalho; 
 local do terreno; 
 número da sondagem; 
 data e hora de início e de término da sondagem: 
 métodos de perfuração empregados (TC - trado-concha; TH - trado 
helicoidal; CA - circulação de água) e profundidades respectivas; 
 avanços do tubo de revestimento; 
 profundidades das mudanças das camadas de solo e do final da 
sondagem; 
 numeração e profundidades das amostras coletadas no 
amostrador-padrão e/ou trado; 
 anotação das amostras colhidas por circulação de água, quando da 
não recuperação pelo amostrador-padrão; 
 descrição tátil-visual das amostras, na seqüência: 
o granulometria principal e secundária; 
o origem; 
o cor; 
 número de golpes necessários à cravação de cada trecho nominal 
de 15 cm do amostrador em função da penetração correspondente; 
 resultados dos ensaios de avanço de perfuração por circulação de 
água; 
 anotação sobre a posição do nível d’água, com data, hora, 
profundidade aberta do furo e respectiva posição do revestimento, 
quando houver; 
 nome do operador e vistos do fiscal; 
 outras informações colhidas durante a execução da sondagem, se 
julgadas de interesse; e 
 procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma. 
 
Os relatórios de campo devem ser conservados à disposição dos 
interessados por um período mínimo de um ano, a contar da data da 
apresentação do relatório definitivo. 
Já o relatório definitivo deve apresentar os resultados das sondagens 
de simples reconhecimento em relatórios numerados, datados e assinados por 
responsável técnico pelo trabalho, perante o Conselho Regional de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia - CREA. Devem constar no relatório definitivo: 
 nome do interessado/contratante; 
 local e natureza da obra; 
 descrição sumária do método e dos equipamentos empregados na 
realização das sondagens; 
 total perfurado, em metros; 
 declaração de que foram obedecidas as normas brasileiras relativas 
ao assunto; 
 outras observações e comentários, se julgados importantes; e 
 referências aos desenhos constantes no relatório. 
Anexar ao relatório um desenho contendo: 
 planta do local da obra, cotada e amarrada a referências facilmente 
encontráveis (logradouros públicos, acidentes geográficos, marcos 
72 
 
topográficos etc.), de forma a não deixar dúvidas quanto à sua 
localização; 
 planta contendo a posição da referência de nível (RN) tomada para 
o nivelamento da(s) boca(s) do(s) furo(s) de sondagem(ens), bem 
como a descrição sumária do elemento físico tomado como RN; 
 localização das sondagens, cotadas e amarradas a elementos fixos 
e bem definidos no terreno; 
Apresentar os resultados das sondagens em desenhos contendo o perfil 
individual de cada sondagem ou seções do subsolo, nos quais devem constar, 
obrigatoriamente: 
 nome da firma executora das sondagens, o nome do interessado 
ou contratante, local da obra, indicação do número do trabalho e 
os vistos do desenhista, engenheiro civil ou geólogo, responsável 
pelo trabalho; 
 diâmetro do tubo de revestimento e do amostrador empregados na 
execução das sondagens; 
 número(s) da(s) sondagem(s); 
 cota(s) da(s) boca(s) dos furo(s) de sondagem, com precisão 
centimétrica; 
 linhas horizontais cotadas a cada 5 m em relação à referência de 
nível; 
 posição das amostras colhidas, devendo ser indicadas as amostras 
não recuperadas e os detritos colhidos na circulação de água; 
 as profundidades, em relação à boca do furo, das transições das 
camadas e do final da(s) sondagem(s); 
 índice de resistência à penetração N ou relações do número de 
golpes pela penetração (expressa em centímetros) do amostrador; 
 identificação dos solos amostrados e convenção gráfica; 
 a posição do(s) nível(is) d’água encontrado(s) e a(s) respectiva(s) 
data(s) de observação(ões), indicando se houve 
 pressão ou perda de água durante a perfuração; 
 indicação da não ocorrência de nível de água, quando não 
encontrado; 
 datas de início e término de cada sondagem; 
 indicação dos processos de perfuração empregados (TH trado 
helicoidal, CA - circulação de água) e respectivos trechos, bem 
como as posições sucessivas do tubo de revestimento e uso de 
lama de estabilização quando utilizada; 
 procedimentos especiais utilizados, previstos na Norma; e 
resultado dos ensaios de avanço de perfuração por circulação 
d’água 
 Desenhar as sondagens na escala vertical de 1:100 
 
A tabela abaixo mostra os estados de compacidade e consistência 
73 
 
 
 
51. (Cespe – Analista/TRE – 2012) Com relação a solos, 
fundações e estruturas de contenção dos solos, julgue os item a 
seguir: 
 
As sondagens a percussão e as rotativas devem ser apresentadas 
em relatórios distintos, para maior clareza de interpretação. 
 
Resolução: 
As sondagens mistas e rotativas são utilizadas no caso de dúvida quanto 
à natureza do material impenetrável a percussão, devem ser programadas 
sondagens mistas (percussão e rotativa). 
Ambas devem ser apresentadas no mesmo relatório para que seja feita 
uma análise comparativa entre os resultados para assegurar a consistência do 
mesmo. 
 
Gabarito: E 
 
52. (Cespe – MP – 2012) Julgue o próximo item, relativos a 
sondagens geológicas e projetos de fundações e túneis. 
 
Os elementos a serem evidenciados no desenho das sondagens 
geológicas circunscrevem-se às camadas ou aos horizontes dos 
solos encontrados e à posição dos níveis de água. 
 
Resolução: 
 Os elementos a serem evidenciados NÂO se limitam(ou circunscrevem-
se) a mostrar camadas ou aos horizontes dos solos encontrados e à posição 
dos níveis de água. A NBR 6484/2001 traz uma série de requisitos de 
elementos que devem estar evidenciados no desenho de sondagem geológicas. 
74 
 
 
Gabarito: E 
 
 
Agora falaremos sobre condições básicas exigíveis para projeto de 
estruturas de concreto simples, armado e protendido. 
O concreto é o material mais utilizado na construção civil, composto por 
uma mistura de cimento, areia, pedra e água, além de outros materiais 
eventuais, os aditivos e as adições. 
Usualmente, o concreto, depois de seco em estufa, tem massa específicacompreendida entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³. Se a massa específica real não 
for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o 
valor 2400 kg/m³ e para o concreto armado 2500 kg/m³. Como referência, 
lembre que 1 m³ de água tem 1000 kg. 
Sua resistência e durabilidade depende da proporção entre os materiais 
que o constituem. A mistura entre os materiais constituintes é chamada de 
dosagem ou traço. 
A água utilizada contribui para a reação química que transforma o 
cimento portland em uma pasta aglomerante. Se a quantidade de água for 
muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e também a facilidade de 
se adaptar às formas ficará prejudicada, porém se a quantidade for superior a 
ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este 
excesso evaporar. A porosidade, por sua vez, tem influência na 
impermeabilidade e, consequentemente, na durabilidade das estruturas 
confeccionadas em concreto. A proporção entre a água e o cimento utilizados 
na mistura é chamada de fator água/cimento. As proporções entre areia e brita 
na mistura tem influência na facilidade de se adaptar às formas e na 
resistência. 
 Materiais constituintes do concreto: 
 Aglomerante — cimento portland; 
 Agregado Miúdo — areia natural ou artificial (pó de pedra 
beneficiado), pó de pedra; 
 Agregado Graúdo — pedra britada ou seixo natural; 
 Água — pode ter parte ou totalidade substituída por gelo; 
 Aditivo — plastificante, retardador de pega; 
 Adições — metacaulim, cinza volante, pozolanas, cal, pó de pedra; 
 
O concreto armado é um material da construção civil que se tornou um 
dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX. É usado nas 
estruturas dos edifícios. Diferencia-se do concreto devido ao fato de receber 
uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, 
enquanto que o concreto em si resiste à compressão. Quanto ao aço da 
armadura passiva, os mais comuns são CA-25, CA-50 e CA-60. 
 
As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de 
qualidade classificados abaixo, durante sua construção e serviço, e aos 
requisitos adicionais estabelecidos em conjunto entre o autor do projeto 
estrutural e o contratante. 
 Qualidade; 
75 
 
o Capacidade resistente; 
o Desempenho em serviço; 
o Durabilidade; 
 
Capacidade resistente consiste basicamente na segurança à ruptura. 
Desempenho em serviço consiste na capacidade da estrutura manter-se em 
condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que 
comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada. 
Durabilidade consiste na capacidade da estrutura resistir às influências 
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e 
o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto. 
A solução estrutural adotada em projeto deve atender aos requisitos de 
qualidade estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, 
ao desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura. 
A qualidade da solução adotada deve ainda considerar as condições 
arquitetônicas, funcionais, construtivas, estruturais, de integração com os 
demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado e outros) explicitados 
pelos responsáveis técnicos de cada especialidade com a anuência do 
contratante. 
O produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, 
especificações e critérios de projeto. As especificações e os critérios de projeto 
podem constar dos próprios desenhos ou constituir documento separado. Esses 
documentos devem conter informações claras, corretas, consistentes entre si e 
com as exigências estabelecidas em Norma. 
O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a 
execução da estrutura. Com o objetivo de garantir a qualidade da execução de 
uma obra, com base em um determinado projeto, medidas preventivas devem 
ser tomadas desde o início dos trabalhos. Essas medidas devem englobar a 
discussão e aprovação das decisões tomadas, a distribuição dessas e outras 
informações pelos elementos pertinentes da equipe multidisciplinar e a 
programação coerente das atividades, respeitando as regras lógicas de 
precedência. 
As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo 
que sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando 
utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas segurança, 
estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida 
útil. 
 
Mas como o concreto envelhece? Agora vamos falar destes 
mecanismos de envelhecimento e deterioração. 
 
 
76 
 
53. (FCC – DPE/SP – 2010) Sobre envelhecimento e 
deterioração do concreto, Julgue o item a seguir: 
 
O mecanismos preponderantes de deterioração relativos à 
armadura aqueles que sofrem despassivação por carbonatação 
decorrente da ação do gás carbônico da atmosfera e por elevado 
teor de íon cloro. 
 
 Resolução: 
 Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao 
concreto 
• Lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas 
que dissolvem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento; 
• Expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam 
contaminados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e 
deletérias com a pasta de cimento hidratado; 
• Expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos 
agregados reativos; 
• Reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de 
transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição 
mineralógica. 
 
Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à 
armadura 
• despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás 
carbônico da atmosfera; 
• despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto). 
 
Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: São todos 
aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, 
impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação. 
 
Gabarito: C 
 
Agora estudaremos a agressividade do meio ambiente. Este 
fenômeno está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as 
estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das 
variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras 
previstas no dimensionamento das estruturas de concreto. 
Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve 
ser classificada de acordo com o apresentado na tabela abaixo e pode ser 
avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura 
ou de suas partes. 
O responsável pelo projeto estrutural, de posse de dados relativos ao 
ambiente em que será construída a estrutura, pode considerar classificação 
mais agressiva que a estabelecida na tabela, a favor da segurança! 
77 
 
 
Quanto à drenagem, deve ser evitada a presença ou acumulação de água 
proveniente de chuva ou decorrente de água de limpeza e lavagem, sobre as 
superfícies das estruturas de concreto. 
As superfícies expostas que necessitem ser horizontais tais como 
coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e outras, devem ser 
convenientemente drenadas, com disposição de ralos e condutores. 
Todas as juntas de movimento ou de dilatação, em superfícies sujeitas à 
ação de água, devem ser convenientemente seladas, de forma a torná-las 
estanques à passagem (percolação) de água. 
 
Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura 
frente ao tipo e nível de agressividade previsto em projeto devem estabelecer 
os parâmetros mínimos a serem atendidos. Na falta destes e devido à 
existência de uma forte correspondência entre a relação água/cimento, a 
resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os 
requisitos mínimos expressos na tabela abaixo. 
 
 
78 
 
Para atender aos requisitos estabelecidos na Norma, o cobrimento 
mínimo da armadura é o menor valor que deve ser respeitadoao longo de 
todo o elemento considerado e que se constitui num critério de aceitação. 
Para garantir o cobrimento mínimo o projeto e a execução devem 
considerar o cobrimento nominal, que é o cobrimento mínimo acrescido da 
tolerância de execução. Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores 
devem respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela abaixo, com 
uma tolerância de 10 mm. 
Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de 
tolerância da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado 
o valor 5 mm para a tolerância, mas a exigência de controle rigoroso deve ser 
explicitada nos desenhos de projeto. Permite-se, então, a redução dos 
cobrimentos nominais prescritos na tabela abaixo. 
 
 
 
Como isso cai? 
 
54. (FCC – Infraero – 2011) Julgue o próximos item, acerca de 
procedimentos em engenharia civil. 
 
Para garantir a durabilidade das estruturas de concreto armado 
em ambiente classe III de agressividade, estabelece-se que o 
cobrimento nominal de concreto (para a tolerância de execução 
10 mm) para vigas seja de 30mm. 
 
Resolução: 
 Observando a tabela anterior, vemos que para uma viga de concreto 
armado em ambiente classe III de agressividade é necessário uma cobertura 
mínima de 40 mm. 
 Para ajudar a “decorar” esses valores, perceba que a necessidade de 
cobertura aumenta com a importância da peça (vigas e pilares > lajes) e com 
a classe de agressividade do meio ambiente. 
79 
 
 
Gabarito: E 
 
Em relação ao concreto protendido, trata-se de um método de 
ultrapassar a fraca resistência à tração que o concreto possui. 
A sua aplicação permite a construção de pavimentos e pontes com vãos 
mais extensos do que aqueles obtidos com o uso do concreto armado, 
possibilitando ainda o desenho de elementos estruturais com seções 
transversais de menor dimensão. 
Ao pré-esforçar o aço dos varões cria-se uma carga de aperto que faz 
com que se crie uma força de compressão que compensa a tensão que o 
concreto exibiria face à carga. 
 Concreto Protendido com pré-tração: o concreto é colocado 
sobre varões tensionados previamente (normalmente pré-
fabricados / pista de protensão); 
 Concreto Protendido com pós-tração / Cordoalha aderida: a 
tensão é aplicada só após o concreto ter atingido uma dada 
consolidação, através do uso de macacos hidráulicos que tracionam 
os varões (as cordoalhas) sendo estes depois fixados à 
extremidade da estrutura com detentores adequados (NICHOS DE 
ANCORAGEM); 
 Concreto Protendido com pós-tração / Cordoalha 
Engraxada: cada cordoalha é acondicionada dentro de uma 
bainha metálica recebendo uma cobertura de graxa especial, sendo 
assim possível tensionar cada varão independentemente. 
 
Estudaremos agora as estruturas de concreto pré moldado. 
De modo geral, aplicam-se às estruturas de concreto pré-moldado as 
regras e processos de cálculo relativos às estruturas moldadas no local, com 
algumas peculiaridades: 
 As estruturas devem ser verificadas em relação aos graus de 
liberdade adicionais, completos ou parciais, introduzidos pelos 
elementos pré-moldados. 
 Consideração especial deve ser dada às incertezas que podem 
afetar as reações mútuas dos elementos e de suas ligações. 
 Devem ser tomados cuidados especiais na organização geral da 
estrutura e nos detalhes construtivos, de forma a minimizar a 
possibilidade de colapso progressivo. 
 
55. (Cesgranrio – Caixa – 2012) Com relação aos Sistemas, 
métodos e processos de construção civil. Julgue o item a seguir. 
 
Em um processo construtivo utilizando estruturas de concreto 
pré-moldadas, o engenheiro está precisando saber qual a 
diferença entre a medida nominal de dimensão de projeto 
reservada para a colocação de um determinado elemento e a 
medida nominal da dimensão correspondente do elemento. Sendo 
assim, o engenheiro quer saber então qual é o desvio. 
 
80 
 
Resolução: 
 Interessante introduzir três conceitos correlacionados e sutis que podem 
ser cobrados: 
 Desvio é a diferença entre a dimensão básica e a correspondente 
executada. 
Ajuste é diferença entre a medida nominal de dimensão de 
projeto reservado para a colocação de um elemento e a medida 
nominal da dimensão correspondente do elemento. O ajuste pode ser 
positivo ou negativo. 
Tolerância á o valor máximo aceito para o desvio, prescrito 
obrigatoriamente no projeto. 
 
Gabarito: E 
 
Na execução de elementos pré-fabricados os encarregados da produção e 
do controle de qualidade devem estar de posse de manuais técnicos, 
cuidadosamente preparados pela direção da empresa responsável pelos 
trabalhos, que apresentem de forma clara e precisa, pelo menos, as 
especificações e procedimentos seguintes: 
 formas, montagem, desmontagem, limpeza e cuidados; 
 armadura, diâmetro dos pinos para dobramento das barras, 
manuseio, transporte, armazenamento, estado superficial, limpeza 
e cuidados; 
 concreto, dosagem, amassamento, consistência, descarga da 
betoneira, transporte, lançamento e adensamento; 
 protensão, forças iniciais e finais, medidas das forças e 
alongamentos, manuseio, transporte, armazenamento, estado 
superficial, limpeza e cuidados com fios, barras ou cabos de 
protensão; 
 liberação da armadura pré-tracionada, método de liberação da 
armadura de seus apoios independentes e de seccionamento da 
armadura exposta entre elementos dispostos em linha, no caso de 
pistas de protensão na produção de elementos de concreto pré-
fabricados por pré-tração, cuidados e segurança contra acidentes; 
 manuseio e armazenamento dos elementos, utilização de cabos, 
balancins ou outros meios para suspensão dos elementos, pontos 
de apoio, métodos de empilhamento, cuidados e segurança contra 
acidentes; 
 tolerâncias, tolerâncias dimensionais e em relação a defeitos 
aparentes das formas e da armadura, tolerâncias quanto à variação 
da consistência e defeitos aparentes do concreto fresco, tolerâncias 
quanto à discrepância entre a medida do alongamento e da força 
aplicada à armadura protendida, tolerância em relação às 
resistências efetivas do concreto, tolerâncias de abertura de 
fissuras, tolerâncias dimensionais e em relação a defeitos 
aparentes dos elementos pré-fabricados acabados. 
 
56. (Cesgranrio – Caixa – 2012) Com relação aos Sistemas, 
métodos e processos de construção civil. Julgue o item a seguir. 
81 
 
 
O contato do vibrador com a armadura deve ser realizado durante 
o adensamento, quando da utilização de vibradores de imersão 
para aumentar a eficácia do processo. 
 
Resolução: 
 Durante ou imediatamente após o lançamento, o concreto deve ser 
adensado por vibração, centrifugação ou prensagem, permitindo-se a 
adoção de mais de um destes métodos, concomitantemente. O 
adensamento deve ser cuidadoso para que o concreto preencha todos os 
recantos da forma. Durante o adensamento devem ser tomadas as precauções 
necessárias para que não se formem ninhos ou haja segregação dos materiais; 
deve-se evitar, quando da utilização de vibradores de imersão, o 
contato do vibrador com a armadura para que não se formem, com a 
vibração desta, vazios a seu redor, com prejuízo da aderência. 
 
Gabarito: E 
 
O controle de qualidade e a inspeção de todas as etapas de produção, 
transporte e montagens dos elementos pré-moldados devem ser executados 
de forma a garantir o cumprimento das especificações do projeto. 
Os elementos produzidos em usina ou instalações analogamente 
adequadas aos recursos para produção e que disponham de pessoal, 
organização de laboratório e demais instalações permanentes para o controle 
de qualidade, devidamente inspecionada pela fiscalização do proprietário, 
recebem a classificação de pré-fabricados. 
 
Vamos estudar agora as coberturas, porque há uma boa chance de haver 
uma questão sobre esse tema na sua prova. 
Chama-se vulgarmente de telhado qualquer tipo de cobertura em uma 
edificação. Porém, o telhado, rigorosamente, é apenas uma categoriade 
cobertura, em geral caracterizado por possuir um ou mais planos inclinados em 
relação à linha horizontal (diferente, por exemplo, das lajes planas ou das 
cúpulas). A cada um destes planos inclinados, dá-se o nome de água. 
A função principal do telhado é a mesma que a de qualquer outra 
cobertura: proteger o espaço interno do edifício das intempéries do ambiente 
exterior (como a neve, a chuva, o vento, entre outros), também concedendo 
aos usuários aí localizados privacidade e conforto (através de proteção 
acústica, térmica, etc). Porém, diferente de outros sistemas de cobertura, o 
telhado também promove a captação e distribuição das águas pluviais. 
Os telhados existem em vários formatos, mas todos, de uma forma 
geral, são constituídos pela composição de planos inclinados. De todos, o mais 
simples é o telhado de duas águas (o qual pode ser verificado, por exemplo, 
nos templos gregos clássicos). 
Em geral, seu principal elemento construtivo é a telha (que, por sua vez, 
pode ser constituída de barro, metal ou outros materiais). Normalmente a 
inclinação das águas de um telhado corresponde às necessidades climáticas da 
região no qual é construído e da cultura do lugar: alguns telhados na Europa, 
por exemplo, principalmente nos Alpes, possuem a cumeeira bem elevada, de 
82 
 
forma a que os planos inclinem-se em ângulos superiores a 60º, a fim de 
suportar de maneira mais eficiente o peso extra da neve. 
Em um país tropical como o Brasil, por exemplo, tal telhado apenas se 
justificaria por razões estéticas. Os telhados produzidos por populações 
indígenas, por exemplo, constituídos de palha seca ou sapê, são inclinados em 
20º a 30º correspondendo aproximadamente a uma inclinação de 50%, 
possibilitando um bom escoamento das águas e tornando-o quase inteiramente 
impermeável. 
A inclinação do telhado está diretamente ligada ao tipo de cobertura 
empregada e a atuação do vento na região. Atentando principalmente para o 
melhor escoamento das águas pluviais, impedindo a transmissão de umidade 
para o interior do imóvel. 
São partes do telhado: 
 Água: superfície plana inclinada de um telhado; 
 Beiral: projeção do telhado para fora do alinhamento da parede; 
 Cumeeira: aresta horizontal delimitada pelo encontro entre duas 
águas que geralmente localizada na parte mais alta do telhado; 
 Espigão: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas 
águas que formam um ângulo saliente, isto é, o espigão é um 
divisor de água; 
 Rincão: aresta inclinada delimitada pelo encontro entre duas 
águas que formam um ângulo reentrante, isto é, o rincão é um 
captador de águas (também conhecido como água furtada); 
 Peça complementar: componente cerâmico ou de qualquer outro 
material que permite a solução de detalhes do telhado, podendo 
ser usado em cumeeiras, rincões, espigões e arremates em geral; 
pode ser também uma peça especial destinada a promove a 
ventilação e/ou iluminação do ático ou, na inesist6encia de forro, 
do próprio ambiente da edificação; 
 Rufo: peça complementar de arremate entre o telhado e uma 
parede; 
 Fiada: sequência de telhas na direção da sua largura. 
 Vértice: ponto de encontro da linha de cumeeira com uma linha 
de espigão. 
83 
 
 
 
Observe a figura a seguir que esquematiza uma cobertura de telhado. 
 Veja como identificar os rincões e cumeeiras 
 
 
Sobre garantia da estanqueidade de uma cobertura em edificações, 
julgue os itens a seguir: 
 
57. (FCC – TRE/CE – 2012) Tal caracteristica pode ser 
conseguida, entre outras condições, por meio de disposição das 
tesouras e inclinação da laje de cobertura, distanciamento das 
terças e tamanho das telhas e apoio das tesouras e sobreposição 
do carregamento. 
 
Resolução: 
 Tesouras e terças são elementos estruturais da cobertura, portanto por 
estarem abaixo da cobertura, não interferem no aspecto da estanqueidade da 
cobertura. 
 
84 
 
 Gabarito: E 
 
58. (FCC – TRE/CE – 2012) Tal caracteristica pode ser 
conseguida, entre outras condições, por meio continuidade da 
superfície vedante e nivelamento do teto. 
 
Resolução: 
 O teto, assim como as tesouras e terças, fica abaixo da cobertura, 
portanto tal nivelamento em nada interfere na estanqueidade. 
 
 Gabarito: E 
 
59. (FCC – TER/CE – 2012) Tal caracteristica pode ser 
conseguida, entre outras condições, justaposição das telhas e 
inclinação da estrutura. 
 
Resolução: 
 A justaposição deve ser feita para garantir que não vaze água(perda de 
estanqueidade) entre as telhas e deve ser ajustada de acordo com a 
velocidade da água que dependerá da inclinação do telhado e do tipo da telha, 
colonial, romana, etc. 
 
Gabarito: C 
 
 
 
85 
 
a) Concreto 
 
O concreto é o material mais utilizado na construção civil, composto por 
uma mistura de cimento, areia, pedra e água, além de outros materiais 
eventuais, os aditivos e as adições. 
Usualmente, o concreto, depois de seco em estufa, tem massa específica 
compreendida entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³. Se a massa específica real não 
for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o 
valor 2400 kg/m³ e para o concreto armado 2500 kg/m³. Como referência, 
lembre que 1 m³ de água tem 1000 kg. 
Sua resistência e durabilidade dependem da proporção entre os materiais 
que o constituem. A mistura entre os materiais constituintes é chamada de 
dosagem ou traço. 
A água utilizada contribui para a reação química que transforma o 
cimento Portland em uma pasta aglomerante. Se a quantidade de água for 
muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e também a facilidade de 
se adaptar às formas ficará prejudicada, porém se a quantidade for superior a 
ideal, a resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este 
excesso evaporar. A porosidade, por sua vez, tem influência na 
impermeabilidade e, consequentemente, na durabilidade das estruturas 
confeccionadas em concreto. A proporção entre a água e o cimento utilizados 
na mistura é chamada de fator água/cimento. As proporções entre areia e brita 
na mistura tem influência na facilidade de se adaptar às formas e na 
resistência. 
 Materiais constituintes do concreto: 
 Aglomerante — cimento Portland; 
 Agregado Miúdo — areia natural ou artificial (pó de pedra 
beneficiado), pó de pedra; 
 Agregado Graúdo — pedra britada ou seixo natural; 
 Água — pode ter parte ou totalidade substituída por gelo; 
 Aditivo — plastificante retardador de pega; 
 Adições — metacaulim, cinza volante, pozolanas, cal, pó de pedra; 
 
O concreto armado é um material da construção civil que se tornou um 
dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX. É usado nas 
estruturas dos edifícios. Diferencia-se do concreto devido ao fato de receber 
uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, 
enquanto que o concreto em si resiste à compressão. Quanto ao aço da 
armadura passiva, os mais comuns são CA-25, CA-50 e CA-60. 
As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de 
qualidade classificados abaixo, durante sua construção e serviço, e aos 
requisitos adicionais estabelecidos em conjunto entre o autor do projeto 
estrutural e o contratante. 
 Qualidade; 
o Capacidade resistente; 
o Desempenho em serviço; 
o Durabilidade; 
 
86 
 
Capacidade resistente consiste basicamente na segurança à ruptura. 
Já o Desempenho em serviço consiste na capacidade da estrutura manter-se 
em condições plenas de utilização, não devendo apresentar danos que 
comprometam em parte ou totalmente o uso para o qual foi projetada. 
Consiste como Durabilidade a capacidade da estrutura resistir às influências 
ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do projeto estrutural e 
o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto. 
A solução estrutural adotada em projeto deve atender aos requisitos de 
qualidade estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente,ao desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura. 
 
A qualidade da solução adotada deve ainda considerar as condições 
arquitetônicas, funcionais, construtivas, estruturais, de integração com os 
demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado e outros) explicitados 
pelos responsáveis técnicos de cada especialidade com a anuência do 
contratante. 
O produto final do projeto estrutural é constituído por desenhos, 
especificações e critérios de projeto. As especificações e os critérios de projeto 
podem constar dos próprios desenhos ou constituir documento separado. Esses 
documentos devem conter informações claras, corretas, consistentes entre si e 
com as exigências estabelecidas em Norma. 
O projeto estrutural deve proporcionar as informações necessárias para a 
execução da estrutura. Com o objetivo de garantir a qualidade da execução de 
uma obra, com base em um determinado projeto, medidas preventivas devem 
ser tomadas desde o início dos trabalhos. Essas medidas devem englobar a 
discussão e aprovação das decisões tomadas, a distribuição dessas e outras 
informações pelos elementos pertinentes da equipe multidisciplinar e a 
programação coerente das atividades, respeitando as regras lógicas de 
precedência. 
As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo 
que sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando 
utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas segurança, 
estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida 
útil. 
Mas como o concreto envelhece? Agora vamos falar destes 
mecanismos de envelhecimento e deterioração. 
 
60. Os mecanismos preponderantes de deterioração relativos à 
armadura aqueles que sofrem despassivação por carbonatação 
decorrente da ação do gás carbônico da atmosfera e por elevado 
teor de íon cloro. 
 
 Resolução: 
 Mecanismos preponderantes de deterioração relativos ao 
concreto 
• Lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas 
que dissolvem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento; 
87 
 
• Expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam 
contaminados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e 
deletérias com a pasta de cimento hidratado; 
• Expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos 
agregados reativos; 
• Reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de 
transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição 
mineralógica. 
 
Mecanismos preponderantes de deterioração relativos à 
armadura 
• despassivação por carbonatação, ou seja, por ação do gás 
carbônico da atmosfera; 
• despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto). 
 
Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita: São todos 
aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica, 
impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação. 
 
Gabarito: C 
 
Agora estudaremos a agressividade do meio ambiente. Este 
fenômeno está relacionado às ações físicas e químicas que atuam sobre as 
estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das 
variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras 
previstas no dimensionamento das estruturas de concreto. 
Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental deve 
ser classificada de acordo com o apresentado na tabela abaixo e pode ser 
avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição da estrutura 
ou de suas partes. 
 
88 
 
O responsável pelo projeto estrutural, de posse de dados relativos ao 
ambiente em que será construída a estrutura, pode considerar classificação 
mais agressiva que a estabelecida na tabela, sempre em favor da segurança! 
 
Quanto à drenagem, deve ser evitada a presença ou acumulação de água 
proveniente de chuva ou decorrente de água de limpeza e lavagem, sobre as 
superfícies das estruturas de concreto. 
As superfícies expostas que necessitem ser horizontais tais como 
coberturas, pátios, garagens, estacionamentos e outras, devem ser 
convenientemente drenadas, com disposição de ralos e condutores. 
Todas as juntas de movimento ou de dilatação, em superfícies sujeitas à 
ação de água, devem ser convenientemente seladas, de forma a torná-las 
estanques à passagem (percolação) de água. 
Ensaios comprobatórios de desempenho da durabilidade da estrutura 
frente ao tipo e nível de agressividade previsto em projeto devem estabelecer 
os parâmetros mínimos a serem atendidos. Na falta destes e devido à 
existência de uma forte correspondência entre a relação água/cimento, a 
resistência à compressão do concreto e sua durabilidade, permite-se adotar os 
requisitos mínimos expressos na tabela abaixo. 
 
 
 
 
 
89 
 
 
 
 
Para atender aos requisitos estabelecidos na Norma, o cobrimento 
mínimo da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de 
todo o elemento considerado e que se constitui num critério de aceitação. 
Para garantir o cobrimento mínimo o projeto e a execução devem 
considerar o cobrimento nominal, que é o cobrimento mínimo acrescido da 
tolerância de execução. Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores 
devem respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela abaixo, com 
uma tolerância de 10 mm. 
Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de 
tolerância da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado 
o valor 5 mm para a tolerância, mas a exigência de controle rigoroso deve ser 
explicitada nos desenhos de projeto. Permite-se, então, a redução dos 
cobrimentos nominais prescritos na tabela abaixo. 
 
Como isso cai? 
 
61. Julgue o próximo item, acerca de procedimentos em 
engenharia civil. 
 
Para garantir a durabilidade das estruturas de concreto armado 
em ambiente classe III de agressividade, estabelece-se que o 
cobrimento nominal de concreto (para a tolerância de execução 
10 mm) para vigas seja de 30 mm. 
 
Resolução: 
 Observando a tabela anterior, vemos que para uma viga de concreto 
armado em ambiente classe III de agressividade é necessário uma cobertura 
mínima de 40 mm. 
 Para ajudar a “decorar” esses valores, perceba que a necessidade de 
cobertura aumenta com a importância da peça (vigas e pilares > lajes) e com 
a classe de agressividade do meio ambiente. 
 
Gabarito: E 
 
Em relação ao concreto protendido, trata-se de um método de 
ultrapassar a fraca resistência à tração que o concreto possui. 
A sua aplicação permite a construção de pavimentos e pontes com vãos 
mais extensos do que aqueles obtidos com o uso do concreto armado, 
possibilitando ainda o desenho de elementos estruturais com seções 
transversais de menor dimensão. 
Ao pré-esforçar o aço dos varões cria-se uma carga de aperto que faz 
com que se crie uma força de compressão que compensa a tensão que o 
concreto exibiria face à carga. 
 Concreto Protendido com pré-tração: o concreto é colocado 
sobre varões tensionados previamente (normalmente pré-
fabricados / pista de protensão); 
90 
 
 Concreto Protendido com pós-tração / Cordoalha aderida: a 
tensão é aplicada só após o concreto ter atingido uma dada 
consolidação, através do uso de macacos hidráulicos que tracionam 
os varões (as cordoalhas) sendo estes depois fixados à 
extremidade da estrutura com detentores adequados (nichos de 
ancoragem); 
 Concreto Protendido com pós-tração / Cordoalha 
Engraxada: cada cordoalha é acondicionada dentro de uma 
bainha metálica recebendo uma cobertura de graxa especial, sendo 
assim possível tensionar cada varão independentemente. 
 
Estudaremos agora as estruturas de concreto pré-moldado. 
De modo geral, aplicam-se às estruturas de concreto pré-moldado as 
regras e processos de cálculo relativos às estruturas moldadas no local, com 
algumas peculiaridades: 
 As estruturas devem ser verificadas em relação aos graus de 
liberdade adicionais, completos ou parciais, introduzidos peloselementos pré-moldados. 
 Consideração especial deve ser dada às incertezas que podem 
afetar as reações mútuas dos elementos e de suas ligações. 
 Devem ser tomados cuidados especiais na organização geral da 
estrutura e nos detalhes construtivos, de forma a minimizar a 
possibilidade de colapso progressivo. 
 
Vamos a mais uma questão para fixação: 
 
62. Com relação aos sistemas, métodos e processos de 
construção civil. Julgue o item a seguir. 
 
Em um processo construtivo utilizando estruturas de concreto 
pré-moldadas, o engenheiro está precisando saber qual a 
diferença entre a medida nominal de dimensão de projeto 
reservada para a colocação de um determinado elemento e a 
medida nominal da dimensão correspondente do elemento. Sendo 
assim, o engenheiro quer saber então qual é o desvio. 
 
Resolução: 
 Interessante introduzir três conceitos correlacionados e sutis que podem 
ser cobrados: 
 Desvio é a diferença entre a dimensão básica e a correspondente 
executada. 
Ajuste é diferença entre a medida nominal de dimensão de 
projeto reservado para a colocação de um elemento e a medida 
nominal da dimensão correspondente do elemento. O ajuste pode ser 
positivo ou negativo. 
Tolerância á o valor máximo aceito para o desvio, prescrito 
obrigatoriamente no projeto. 
 
Gabarito: E 
91 
 
 
Na execução de elementos pré-fabricados os encarregados da produção e 
do controle de qualidade devem estar de posse de manuais técnicos, 
cuidadosamente preparados pela direção da empresa responsável pelos 
trabalhos, que apresentem de forma clara e precisa, pelo menos, as 
especificações e procedimentos seguintes: 
 Formas, montagem, desmontagem, limpeza e cuidados; 
 Armadura, diâmetro dos pinos para dobramento das barras, 
manuseio, transporte, armazenamento, estado superficial, limpeza 
e cuidados; 
 Concreto, dosagem, amassamento, consistência, descarga da 
betoneira, transporte, lançamento e adensamento; 
 Protensão, forças iniciais e finais, medidas das forças e 
alongamentos, manuseio, transporte, armazenamento, estado 
superficial, limpeza e cuidados com fios, barras ou cabos de 
protensão; 
 Liberação da armadura pré-tracionada, método de liberação da 
armadura de seus apoios independentes e de seccionamento da 
armadura exposta entre elementos dispostos em linha, no caso de 
pistas de protensão na produção de elementos de concreto pré-
fabricados por pré-tração, cuidados e segurança contra acidentes; 
 Manuseio e armazenamento dos elementos, utilização de cabos, 
balancins ou outros meios para suspensão dos elementos, pontos 
de apoio, métodos de empilhamento, cuidados e segurança contra 
acidentes; 
 Tolerâncias, tolerâncias dimensionais e em relação a defeitos 
aparentes das formas e da armadura, tolerâncias quanto à variação 
da consistência e defeitos aparentes do concreto fresco, tolerâncias 
quanto à discrepância entre a medida do alongamento e da força 
aplicada à armadura protendida, tolerância em relação às 
resistências efetivas do concreto, tolerâncias de abertura de 
fissuras, tolerâncias dimensionais e em relação a defeitos 
aparentes dos elementos pré-fabricados acabados. 
 
63. O contato do vibrador com a armadura deve ser realizado 
durante o adensamento, quando da utilização de vibradores de 
imersão para aumentar a eficácia do processo. 
 
Resolução: 
 Durante ou imediatamente após o lançamento, o concreto deve ser 
adensado por vibração, centrifugação ou prensagem, permitindo-se a 
adoção de mais de um destes métodos, concomitantemente. O 
adensamento deve ser cuidadoso para que o concreto preencha todos os 
recantos da forma. Durante o adensamento devem ser tomadas as precauções 
necessárias para que não se formem ninhos ou haja segregação dos materiais; 
deve-se evitar, quando da utilização de vibradores de imersão, o 
contato do vibrador com a armadura para que não se formem, com a 
vibração desta, vazios a seu redor, com prejuízo da aderência. 
 
92 
 
Gabarito: E 
 
O controle de qualidade e a inspeção de todas as etapas de produção, 
transporte e montagens dos elementos pré-moldados devem ser executados 
de forma a garantir o cumprimento das especificações do projeto. 
Os elementos produzidos em usina ou instalações analogamente 
adequadas aos recursos para produção e que disponham de pessoal, 
organização de laboratório e demais instalações permanentes para o controle 
de qualidade, devidamente inspecionada pela fiscalização do proprietário, 
recebem a classificação de pré-fabricados. 
 
Tecnologias de concreto: Execução de traços 
 
Tratando-se do preparo e execução do concreto, é oportuno abordar a 
questão da especificação do concreto. Especificar significa exatamente 
designar as qualidades que ser quer para qualquer material ou produto. 
No caso do concreto, de acordo com o projeto, são requeridas 
determinadas propriedades que devem ser transmitidas ao executante da obra 
- mais especificamente ao responsável pelo concreto - sendo essas 
propriedades indicadas sob a forma de uma especificação. A forma de 
especificar o concreto implica em responsabilidade de quem especifica e de 
quem executa o concreto. 
O concreto pode ser especificado usualmente de duas maneiras, segundo 
os objetivos que se pretende: 
 Resistência; 
 Consumo de cimento ou traço. 
 
O caso mais comum em que se usa a propriedade do concreto, cuja 
função é a mais importante é a Resistência. As normas, em geral, e em 
particular as brasileiras, estabelecem que se especifique a resistência 
característica. 
Além da resistência, é necessário, para definir o concreto, que se 
especifique o tamanho máximo do agregado e o abatimento. Resumindo, 
nestes casos, deve-se especificar: 
 Resistência característica; 
 Tamanho máximo do agregado; 
 Abatimento do concreto. 
 
Naturalmente, subentende-se que outras propriedades do concreto, tais 
como coesão da mistura, proporção adequada dos componentes, etc, são de 
reponsabilidade de quem prepara o concreto. 
Especificação pelo Consumo 
 
No caso de consumo, deve-se especificar: 
 Consumo de cimento (kg/m3); 
 Tamanho máximo do agregado; 
 Abatimento. 
 
Especificação pelo Traço 
93 
 
Neste caso o pedido contém as quantidades de cada um dos 
componentes do concreto, inclusive água e aditivos e, evidentemente, que 
prepara o concreto só responde pelas proporções da mistura e pelas 
propriedades inerentes, ou seja, homogeneidade e integridade. 
As demais propriedades do concreto fresco (abatimento) e endurecido 
(resistência, textura, etc) são de inteira responsabilidade de quem especifica. 
 
Especificações complementares 
Em qualquer dos casos anteriores, particularmente quando se especifica 
resistência, podem-se fazer especificações complementares, tendo em vista 
certas propriedades especiais que se requer para o concreto. Estas 
propriedades são citadas abaixo: 
 
Relação água/cimento: Quando o concreto deverá ficar exposto a 
meios agressivos, pode-se especificar um valor máximo para a relação 
água/cimento. Às vezes, a adoção desse máximo implica em resistência 
maior do que a necessária, prevalecendo então como valor a ser adotado 
o que foi exigido pela durabilidade. A especificação de resistência é então 
atendida, pois se obtém um valor maior do que o pretendido. 
 
Massa Especifica: Pode-se necessitar concretos leves (para isolação 
térmica, enchimento de pequeno peso, etc) ou pesados (para lastro 
pesado, retenção de raios X, ou outros), nesse caso, pode-se então 
especificar a massa específica desejada. Obtêm-se esses concretos com 
o uso de agregados leves ou pesados. No primeiro caso, temos a argila 
expandida, as vermiculitas, o poliestireno expandido, etc., e no segundo, 
temos a barita, óxidos de ferro, granalha de ferro, etc. Os concretos 
leves podem Ter massas específicas desde 700kg/m3 ou 800 kg/m3 e os 
pesados podem chegar até quase 4.000kg/m3.A resistência dos 
concretos leves, em geral, diminui com a massa específica,mas com 
argila expandida pode-se obter concretos estruturais com massas 
específicas entre 1.600 kg/m3 a 1.800kg/m3 e resistência compatíveis 
com funções estruturais.. 
 
Consumo de Cimento: Às vezes, devido a problemas de exposição a 
meios agressivos, é necessário fixar um consumo mínimo de cimento. 
Como no caso da relação água/cimento, pode ocorrer que o mínimo 
especificado para esse consumo resulte em resistência maior do que a 
pretendida, mas prevalece este critério para a fixação do traço. 
 
Tipos de Cimento: Por razões tais como exposição a meio agressivo, 
necessidade de pequeno desprendimento de calor (peças muito 
robustas), agregados potencialmente reativos, etc., se exija cimentos 
especiais, como de alto forno, pozolânico, alta ou moderada resistências 
aos sulfatos, teor limitado de álcalis,etc.. 
 
Textura: Em certos casos, para a obtenção de efeitos especiais, como é 
o caso do concreto aparente, pode-se necessitar de um concreto com 
94 
 
mais argamassa, com agregados especiais (concreto com agregado 
aparente), ou mesmo nos casos de concreto para bombeamento, 
pode-se especificar os requisitos pretendidos. 
 
Aditivos: Pode ser especificado um aditivo ou pela designação comercial 
ou pela função que se deseja, por exemplo, retardador de pega, 
incorporação de ar, impermeabilização, expansão, etc. Quando é 
indicado o aditivo e o teor, a responsabilidade é de quem especifica e 
quando indicada a função, a responsabilidade é de quem prepara o 
concreto. 
 
Outras especificações: Várias outras especificações podem se objeto 
de especificações complementares, por exemplo, permeabilidade, 
retração, fluência, teor de argamassa. 
 
Dosagem 
 
A dosagem consiste em determinar as quantidades de material dentro 
das proporções estabelecidas no laboratório. A dosagem pode ser feita por dois 
princípios gerais: volumétrico e gravimétrico. 
Para se proceder à dosagem é necessário exprimir o traço ou composição 
do concreto, o que pode ser feito de diversas maneiras, tendo em vista o 
método a ser usado para determinar as quantidades. 
Em geral, o laboratório determina o traço em massa, referido à unidade 
de massa de cimento. Quando o concreto é dosado volumétricamente, nas 
obras, por meio de caixotes, geralmente o traço se refere a um saco de 
cimento, cujo volume aparente é de 35 litros. 
Uma terceira maneira de designar o traço de um concreto é pela massa 
de cada componente por metro cúbico de concreto. 
Este método é usado quando os traços são determinados 
gravimetricamente, isto é, pelo peso ou massa dos componentes. 
Na dosagem volumétrica, conforme mencionado anteriormente, usa-se 
para os agregados volumes que são múltiplos de 35 litros (volume de um saco 
de cimento solto).Seriam necessárias duas medidas de caixas diferentes para a 
areia e para a pedra. 
Alterações na massa unitária dos agregados ou mesmo na umidade da 
areia vão exigir jogos de caixas diferentes. Traços diferentes, também, vão 
exigir outros jogos de caixas. 
O trabalho com essa multiplicidade de medidas só é possível quando a 
obra dispõe de engenheiro e de um pequeno laboratório, e mesmo assim se 
torna muito problemático. 
Para simplificar o problema, na prática, adotam-se traços com 
resistências maiores, mas cujos volumes relativos são múltiplos simples, como 
por exemplo, 1:2: 3 em lugar de 1:2, 15:3,6. Dessa forma, desperdiça-se 
cimento, mas em pequenos serviços esse fato não é importante. 
Outro ponto a ser considerado na dosagem manual, por meio de caixas, 
são as variações introduzidas devido às diferenças no enchimento (volume 
faltante ou em excesso) ou na compactação, que pode dar diferenças de até 1 
95 
 
kg a 1,5kg de material para mais ou para menos, ou seja, variações de 2 kg a 
3kg em cada 35 litros. 
Essas variações são compensadas pelo fato de que a resistência média 
adotada é geralmente maior (devido ao arredondamento dos traços), mas no 
caso de se introduzirem erros sistemáticos para menos, o que geralmente 
ocorre nos casos de concretagens em ritmo acelerado, o resultado é uma 
redução no volume do concreto que tem, também, como consequência um 
acréscimo desnecessário de consumo de cimento. 
Essas diferenças decorrem do enchimento e rasamento mal feitos das 
caixas e podem chegar próximas de 6% a 9% do peso do material, o que 
representa até 6% do volume do concreto. 
Recomenda-se, portanto, muito cuidado no enchimento das caixas e, se 
possível, uma verificação periódica das massas unitárias, principalmente, em 
se tratando de obras grandes e de responsabilidade. 
Existe dosadores volumétricos contínuos cujo princípio de funcionamento 
é uma comporta regulável, que descarrega sobre uma esteira os agregados e o 
cimento a uma vazão constante. 
A vazão é determinada pelas dimensões da comporta e pela velocidade 
da esteira. A água é dosada por um dispositivo de vazão controlada. 
A massa unitária dos componentes do concreto, nas condições de 
trabalho do equipamento, tem influência no fluxo de material por unidade 
tempo. Uma aferição periódica permitirá uma regularidade satisfatória nas 
proporções da mistura. 
As aferições devem ser feitas, obrigatoriamente, quando houver qualquer 
alteração nas propriedades dos materiais, como, por exemplo, mudança de 
procedência, alteração da umidade da areia, etc. 
Na Dosagem em massa os componentes são dosados em massa, por 
meio de balanças. Este método é o mais seguro de todos, pois permite 
determinações suficientemente precisas das quantidades de cada componente. 
Além disso, as correções a serem feitas, devidas às variações da 
umidade da areia, tornam-se muito simples, pois deve-se somente multiplicar 
a massa da areia por um fator igual a (1+h) onde h é a umidade. A quantidade 
de água deverá ser diminuída da massa de areia multiplicada por h, pois este 
produto é igual à quantidade de água carreada pela areia. 
Os equipamentos mais difundidos, que operam por este princípio, 
consistem de balanças de agregados, algumas acumulando as massas dos 
agregados colocados em certa sequência e outras dispondo de uma balança 
para cada agregado. 
Os agregados são colocados na balança por descarga de silos, por meio 
de comportas operadas geralmente hidráulicas ou pneumaticamente. Em 
instalações provisórias ou temporárias os agregados podem ser colocados na 
balança por meio de carregadeiras. 
O cimento, às vezes, é dosado em sacos, principalmente em estágios 
iniciais de funcionamento de centrais ou em instalações provisórias ou 
temporárias, mas em geral, estocado a granel em silos e pesados em balança 
separada. 
A utilização de cimento em sacos limita a pesagem a frações mínimas de 
25kg (meio saco), o que às vezes leva a um pequeno desperdício, pois as 
aproximações são, em geral, feitas para valores maiores. 
96 
 
Tecnologias de concreto: Controle tecnológico 
 
Em relação ao Controle da Resistência, para assegurar a obtenção de 
um concreto com as mesmas propriedades obtidas em laboratório é muito 
importante o controle da resistência. Embora nem sempre a resistência seja a 
mais importante ou a única propriedade requerida, geralmente é usada para se 
controlar a qualidade do concreto. 
É válida a suposição de que qualquer variação introduzida durante o 
preparo do concreto se refletirá na sua resistência. Essas variações podem 
ocorrer na qualidade dos materiais, na eficiência dos equipamentos ou nos 
procedimentos. O resultado obtido, se acusar desvio na qualidade, indicará a 
necessidade de identificação da causa e da providência corretiva a ser tomada. 
Além disso, o controle da resistência do concreto tem a finalidade de 
proporcionar informações sobre as propriedades do concreto realmente 
obtidas. 
A média permite avaliar a correção dos métodos de execução e o desvio 
padrão é um indicativo da variabilidade, ou seja, dos cuidados durante as 
operações de preparo do concreto. 
O controle pela resistência tem o inconveniente de serem osresultados 
obtidos depois do concreto lançado e endurecido. No caso de se concluir pela 
suficiência da qualidade do concreto, as providências são sempre 
problemáticas e às vezes dispendiosas. 
O uso de ensaios com endurecimento acelerado atenua estes 
inconvenientes, mas não os elimina completamente. 
Por isso, é consenso geral de que o melhor controle é o que se faz 
previamente, ou seja, o controle dos materiais, equipamentos e 
procedimentos, procurando minimizar os riscos de no controle final, pela 
resistência, se obterem resultados indesejáveis. 
 
64. (Cespe – MS – 2013) Acerca do controle no preparo e na 
execução do concreto, julgue o item a seguir. 
 
No slump test, teste utilizado para medir a pega do concreto, a 
penetração de uma agulha aplicada com uma pressão específica 
padronizada define o tempo de início do endurecimento da 
massa. 
 
Resolução: 
A consistência do concreto está relacionada com suas próprias 
características, com a mobilidade da massa e a coesão entre seus 
componentes. Modificando a proporção de água adicionada ou empregando 
aditivos, sua plasticidade é alterada, variando a deformação do concreto 
perante esforços. 
A consistência é um dos principais fatores que influenciam na 
trabalhabilidade do concreto, sendo que esta última depende também de 
características da obra e dos métodos adotados para o transporte, lançamento 
e adensamento do concreto. A trabalhabilidade é uma propriedade do concreto 
recém-misturado que determina a facilidade e a homogeneidade com a qual o 
material pode ser utilizado. 
97 
 
O ensaio do abatimento do concreto, também conhecido como Slump 
Test, é realizado para verificar a trabalhabilidade do concreto em seu estado 
plástico, buscando medir sua consistência e avaliar se está adequado para o 
uso a que se destina. 
 
Procedimentos: 
 Coletar a amostra de concreto; 
 Colocar a fôrma tronco-cônica sobre uma placa metálica bem nivelada 
e apoiar os pés sobre as abas inferiores do cone; 
 Preencher o cone com a primeira camada de concreto e aplicar 25 
golpes com a haste de socamento, atingindo a parte inferior do cone; 
 Preencher com mais duas camadas, cada uma golpeada 25 vezes e 
sem penetrar a camada inferior; 
 Após a compactação da última camada, retirar o excesso de concreto, 
alisar a superfície com uma régua metálica e em seguida retirar o 
cone; 
 Colocar a haste sobre o cone invertido e medir o abatimento (a 
distância entre o topo do molde e o ponto médio da altura do tronco 
de concreto moldado). 
 
A medida máxima e mínima do abatimento é definida pelo calculista, em 
função das propriedades desejadas de trabalhabilidade. 
Neste caso, podem ser realizados dois slump tests: um, para verificar as 
propriedades do concreto usinado entregue, e outro após a adição de um 
aditivo, para verificar a capacidade de auto-adensamento do concreto 
(obtenção de um círculo de concreto de 45 cm, de acordo com especificações 
do cálculo estrutural). 
Após o concreto ser aceito através do ensaio de abatimento, deve-se 
coletar amostras para realizar o ensaio de resistência, através de moldagem de 
corpos de prova. 
 
Gabarito: E 
 
65. (Cespe – MS – 2013) Acerca do controle no preparo e na 
execução do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A mistura manual de concreto permite controle tecnológico mais 
eficaz do que o preparo mecanizado, dado propiciar fácil 
visualização da massa e baixo gasto de energia durante o 
preparo. 
 
Resolução: 
Errado. O controle tecnológico não é através da visualização e sim de 
ensaios além do fato que a mistura mecanizada deixa o concreto mais 
uniforme e de melhor qualidade e consistência. 
 
Gabarito: E 
 
98 
 
66. (Cespe – MS – 2013) Acerca do controle no preparo e na 
execução do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Durante o transporte horizontal do concreto, é benéfica a 
ocorrência de trepidação, que garante a trabalhabilidade da 
massa durante o lançamento do concreto. 
 
Resolução: 
Errado. O sistema de transporte deve ser tal que permita o lançamento 
direto nas fôrmas, evitando-se depósitos intermediários ou transferência de 
equipamentos. O tempo de duração do transporte deve ser o menor 
possível, para minimizar os efeitos relativos à redução da 
trabalhabilidade com o passar do tempo 
 
Gabarito: E 
 
67. (Cespe – MS – 2013) Acerca do controle no preparo e na 
execução do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Após o lançamento do concreto, é prejudicial a ocorrência 
excessiva de vibração mecânica, que deve ser interrompida 
quando as bolhas superficiais desaparecerem e a umidade da 
superfície uniformizar-se. 
 
Resolução: 
Correto. Esta atividade geralmente é realizada pelo próprio equipamento 
de transporte. Devido à maior probabilidade de segregação do concreto 
durante as operações de lançamento, a consistência deve ser escolhida em 
função do sistema a ser adotado. Os cuidados necessários durante o 
lançamento são: 
 O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o 
amassamento, não sendo permitido intervalo superior a 1 hora 
após o preparo. 
 No concreto bombeado, o tamanho máximo dos agregados não 
deve ser superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 
2/5 no caso de seixo rolado. 
 Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da 
pega. 
 Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser 
superior a 2,5 m, pois pode ocorrer a segregação dos 
componentes. 
 Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porção 
colocada anteriormente, não devendo formar montes separados de 
concreto para distribuí-lo depois. Esse procedimento deve ser 
respeitado, pois possibilita a separação da argamassa que flui à 
frente do agregado graúdo. 
 Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, é 
necessário o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o 
99 
 
assoalho da fôrma, para proteger a armadura e facilitar o 
transporte. 
 
Quando o lançamento é interrompido, formam-se juntas de 
concretagem, que devem ser tratadas, para garantir a ligação do concreto 
endurecido com o novo. Para isso, os locais da parada de concretagem devem 
ser estudados previamente, de modo que estejam localizadas em seções pouco 
solicitadas, para não influir no comportamento da estrutura. Em locais de 
maior solicitação, pode-se aplicar um adesivo estrutural na junta. 
O concreto bombeado exerce uma pressão maior sobre o escoramento 
lateral, se compararmos com o lançamento convencional. Assim, é importante 
que o travamento das fôrmas, bem como o escoramento, sejam reforçados. 
Já o adensamento é a Atividade que tem como função retirar os vazios 
do concreto, diminuindo a porosidade e, consequentemente, aumentando a 
resistência do elemento estrutural. Tem também a função de acomodar o 
concreto na fôrma, para tornar as superfícies aparentes com textura lisa, plana 
e estética. 
A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do 
concreto, devendo crescer no sentido do emprego de concretos de 
consistências plásticas para secas. O adensamento pode ser realizado de forma 
manual ou mecânica. No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou 
de madeira, que atuam como soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar 
do concreto. É um procedimento que exige experiência e tem baixa eficiência, 
de modo que deve ficar restrito a serviços de pequeno porte, utilizando-se 
neste caso concretos com abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas 
de concreto uma espessura máxima de 20 cm. 
Geralmente, o adensamento é realizado mecanicamente e, neste caso, o 
equipamento mais utilizado é o vibrador de imersão. Quando utilizar esse 
equipamento, a espessura das camadas não deve ser superior a 3/4 do 
comprimento da agulha e a distância entre os pontos de aplicação do vibrador 
deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Para agulhas com diâmetros 
de 35 a 45 mm, as distâncias variam de 25 a 35 cm. 
No casode lajes, pode-se empregar também a régua vibratória, que tem 
a vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. O manuseio desse 
equipamento exige certa habilidade por parte de quem opera, além de possuir 
limitações quanto às dimensões e espessura da laje. 
As principais precauções são: 
 Durante o adensamento, deve-se evitar a vibração da armadura, 
para que não se formem vazios ao seu redor, prejudicando a 
aderência da armadura ao concreto. 
 Deve-se também manter uma distância de aproximadamente 10 
cm da fôrma, para não forçar excessivamente as paredes laterais. 
 O tempo de vibração depende da frequência de vibração, 
abatimento, forma dos agregados e densidade da armadura. É 
melhor vibrar por períodos curtos em pontos próximos do que por 
muito tempo em pontos mais distantes. 
 O excesso de vibração produz segregação, de modo que o 
adensamento deve ser cessado quando a superfície se 
100 
 
tornar lisa e brilhante e quando não aparecer mais bolhas de 
ar na superfície. 
 
Gabarito: C 
 
68. (Cespe – Petrobras - 2008) Com relação ao controle 
tecnológico do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A análise dos componentes do concreto que chega à obra é feita 
na primeira remessa do fornecedor e os resultados dessa análise 
são utilizados durante toda a execução da obra. 
 
Resolução: 
Errado. Devem ser realizados ensaios de consistência pelo abatimento do 
tronco de cone, conforme a NBR 7223, ou pelo espalhamento do tronco de 
cone, conforme a NBR 9606. 
Para o concreto preparado pelo executante da obra, devem ser 
realizados ensaios de consistência sempre que ocorrerem alterações na 
umidade dos agregados e nas seguintes situações: 
a) Na primeira amassada do dia; 
b) Ao reiniciar o preparo após uma interrupção da jornada de 
concretagem de pelo menos 2 h; 
c) Na troca dos operadores; 
d) Cada vez que forem moldados corpos-de-prova. 
 
Para o concreto preparado por empresa de serviços de concretagem 
devem ser realizados ensaios de consistência a cada betonada. 
 
Gabarito: E 
 
69. (Cespe – Petrobras -2008) Com relação ao controle 
tecnológico do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A verificação da posição das armaduras não é função integrante 
do controle tecnológico do concreto. 
 
Resolução: 
Errado. A NBR 12654 (Controle Tecnológico dos Materiais Componentes 
do Concreto) dispõe sobre os ensaios que devem ser efetuados nestes 
materiais. Como sabemos que é praticamente impossível encontrar materiais 
totalmente isentos de substâncias nocivas, as normas desempenham um papel 
de fundamental importância, pois nos apresentam os limites de tolerância 
destes elementos. 
 Já entre as determinações da NBR 12655 (Concreto – preparo, controle 
e recebimento) existe a obrigatoriedade de uma dosagem experimental para 
concretos com resistência igual ou superior a 15 MPa. 
A verificação das armaduras é sim função integrante do controle 
tecnológico do concreto. 
 
101 
 
Gabarito: E 
 
70. (Cespe – Petrobras -2008) Com relação ao controle 
tecnológico do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Logo após a mistura do concreto e antes da colocação nas 
formas, é feito o teste para verificação da consistência do 
concreto, podendo ser empregado o abatimento do tronco de 
cone. 
 
Resolução: 
Perfeito. Conforme preconizado na NBR 12654. 
 
Gabarito: C 
 
71. (Cespe – Petrobras -2008) Com relação ao controle 
tecnológico do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Os corpos de prova para a execução do ensaio de resistência do 
concreto à compressão devem ser prismáticos e com todas as 
faces opostas paralelas para a execução do ensaio de flexão. 
 
Resolução: 
Errado. Pode ser cilíndrico que não tem faces paralelas. 
 
Gabarito: E 
 
72. (Cespe – Petrobras -2008) Com relação ao controle 
tecnológico do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A resistência característica de um concreto é considerada como o 
menor valor encontrado nos ensaios com os corpos de prova 
moldados na obra. 
 
Resolução: 
Errado. As amostras devem ser coletadas aleatoriamente durante a 
operação de concretagem, conforme a NBR 5750. Cada exemplar é constituído 
por dois corpos-de-prova da mesma amassada, conforme a NBR 5738, para 
cada idade de rompimento, moldados no mesmo ato. Toma-se como 
resistência do exemplar o maior dos dois valores obtidos no ensaio do 
exemplar 
 
Gabarito: E 
 
73. (Cespe – MPU - 2013) Com relação ao controle tecnológico 
do concreto, julgue o item a seguir. 
 
102 
 
No lançamento de concreto em pilares de grande altura, 
recomenda-se a abertura de janelas nas formas a cada 2,5 m 
para evitar a segregação de materiais. 
 
Resolução: 
Certo. Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser 
superior a 2,5 m, pois pode ocorrer a segregação dos componentes. 
 
Gabarito: C 
 
74. (Cespe – MPU - 2013) Com relação ao controle tecnológico 
do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A cura úmida tem a função de facilitar a evaporação da água 
utilizada na mistura do concreto, favorecendo a secagem do 
cimento. 
 
Resolução: 
Errado. Exatamente ao contrário. O objetivo é evitar a evaporação rápida 
e perda de resistência do concreto. 
 
Gabarito: E 
 
75. (Cespe – MPU - 2013) Com relação ao controle tecnológico 
do concreto, julgue o item a seguir. 
 
A medida da consistência é um dos principais fatores que 
influenciam na trabalhabilidade do concreto e pode ser obtida 
pelo teste de abatimento (Slump Test). 
 
Resolução: 
Exato. Já falamos do slump test anteriormente, a medida de consistência 
pode sim influenciar na trabalhabilidade do concreto. 
 
Gabarito: C 
 
76. (Cespe – MPU - 2013) Com relação ao controle tecnológico 
do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Na fase de mistura do concreto, a relação água/cimento deve ser 
a mais alta possível para minimizar o processo de exsudação. 
 
Resolução: 
Errado. A cura do concreto se dá pela lenta (preferencialmente) saída da 
água existente em sua composição. A esse processo de saída da água do 
concreto durante a cura dá-se o nome de exsudação. Se a relação 
água/cimento for muito alta vai facilitar o processo em questão. 
 
Gabarito: E 
103 
 
 
 
77. (Cespe – MPU - 2013) Com relação ao controle tecnológico 
do concreto, julgue o item a seguir. 
 
Segundo a NBR 6.118/2003, para a construção de pilares de 
concreto armado, o fck mínimo é de 20 Mpa, e, para obras de 
fundações, pode-se utilizar concreto com resistência menor. 
 
Resolução: 
Perfeito. Conforme preconizado na NBR citada na questão. 
 
Gabarito: C 
 
78. (Cespe – TRE/ES - 2010) Em relação aos ensaios realizados 
em concreto armado, julgue o item que se segue. 
 
No ensaio de auscultação mecânica, quanto menor a velocidade 
do som medida, melhor será a condição do concreto. 
 
Resolução: 
Para avaliação da qualidade do concreto pela velocidade de propagação 
do ultrassom, será adotada a tabela a seguir, endossada pela ABCP, usando o 
aparelho PUNDIT. 
 
VELOCIDADE (m/s) CONDIÇÕES DO CONCRETO 
acima de 4.500 excelente 
3.500 a 4.500 bom 
3.000 a 3.500 regular (duvidoso) 
2.000 a 3.000 geralmente ruim 
abaixo de 2.000 ruim 
 
Gabarito: E 
 
79. (Cespe – TRE/ES - 2010) Em relação aos ensaios realizados 
em concreto armado, julgue o item que se segue. 
 
Ensaios de tração, torção e compressão longitudinal são 
utilizados para o controle tecnológico do aço que compõe o 
concreto armado. 
 
Resolução: 
A função do aço no concreto armado não está ligada aos esforços de 
compressão suportados pelo concreto e sim a tração. 
 
Gabarito: E 
 
80. (Cespe – TRE/ES - 2010) Em relação aos ensaios realizados 
em concreto armado, julgue o item que se segue. 
104 
 
 
O controle de concreto endurecido é efetuado por meio de 
ensaios não destrutivos, com o emprego de esclerômetro. 
 
Resolução: 
Esclerômetro de reflexão é um aparelho usado em ensaio não destrutivo 
para determinação da dureza superficial do concreto endurecido. 
Esclerômetro de impacto, para determinação“in loco” e de forma não 
destrutiva do valor aproximado da resistência à compressão superficial do 
concreto. Ideal para uso em peças pré-fabricadas, determinações rápidas de 
estruturas novas, estruturas submetidas a fogo, congelamento, etc 
 
Gabarito: C 
 
81. (Cespe – TRE/ES - 2010) Em relação aos ensaios realizados 
em concreto armado, julgue o item que se segue. 
 
Caso haja alterações na dosagem dos componentes do concreto, 
devem ser retirados os corpos de prova, que serão rompidos a 3, 
7 e 28 dias. 
 
Resolução: 
Correto, está conforme preconiza a norma. 
 
Gabarito: C 
 
82. (Cespe – FUB – 2013) A respeito das especificações de 
materiais, julgue os itens a seguir. 
 
As amostras para controle tecnológico do concreto, quando este 
for dosado em unidade central, deverão ser, no mínimo, de trinta 
litros, coletadas no segundo terço do caminhão betoneira. 
 
Resolução: 
Correto, está conforme preconiza a norma. 
 
Gabarito: C 
 
 
 
105 
 
b) Instalações 
 
Instalações Elétricas 
 
As instalações elétricas devem privilegiar a adoção de soluções, caso a 
caso, que minimizem o consumo de energia, entre elas a utilização de 
luminação e ventilação natural e de sistemas de aquecimento baseados em 
energia alternativa. 
Tais recomendações devem também ser aplicadas aos aparelhos e 
equipamentos utilizados durante a execução da obra e no uso do imóvel 
(guinchos, serras, gruas, aparelhos de iluminação, eletrodomésticos, 
elevadores, sistemas de refrigeração etc.). 
Estudaremos agora o diagrama unifilar, que é um desenho que 
utilizando simbologia específica, representa graficamente uma instalação 
elétrica, indicando, sobre a planta arquitetônica: 
• os pontos de luz e as tomadas; 
• a posição dos eletrodutos; 
• a localização dos quadros de distribuição; 
• a divisão dos circuitos; 
• o número e a caracterização dos condutores dentro dos eletrodutos. 
 
Tanto aspectos do circuito elétrico como do caminhamento físico da 
instalação são contemplados no diagrama unifilar. 
O traçado dos eletrodutos deve ser estudado de forma a minimizar as 
quantidades de materiais a serem utilizados, e evitando interferências com 
as outras instalações prediais (água, esgoto, gás, etc) e elementos estruturais 
da construção. Deve-se também atentar para os problemas de execução e 
manutenção futuros, por exemplo, evitando-se o excesso de eletrodutos e de 
condutores em caixas de derivação, reduzindo-se os cruzamentos de 
eletrodutos no interior das paredes e lajes, posicionando as caixas em lugares 
de fácil acesso, etc. 
As caixas de passagem próximas dos quadros de distribuição tendem, 
normalmente, a receber um grande número de condutores. Isso deve ser 
evitado com a instalação de um maior número de eletrodutos saindo do quadro 
de distribuição, podendo-se desse modo aliviar os eletrodutos, dividindo-se os 
condutores entre eles. 
Quanto ao circuito elétrico, o diagrama unifilar deve indicar para cada 
carga (ponto de luz, tomada, ou aparelho específico), os correspondentes 
elementos básicos: 
• fonte (ponto de suprimento ou quadro de distribuição); 
• circuito parcial a que pertence; 
• pontos de comando (interruptores e chaves associados); 
• condutores associados. 
 
Para ilustrar esse conceitos, considera-se uma fonte (fase e neutro) e 
uma lâmpada, que deve ser comandada por um interruptor, conforme 
mostrado na figura abaixo: 
106 
 
 
Nota-se que, embora a primeira vista o interruptor (1-2) poderia inserir-
se no trecho do circuito Fase/Lâmpada (entre os pontos F e 3) ou no circuito 
Neutro/Lâmpada (entre os pontos N e 4), é obrigatório, por norma, inseri-lo no 
trecho que contém a fase (F). Isto ocorre para que se garanta maior segurança 
na manutenção da luminária, mantendo-a com o potencial do neutro, quando o 
interruptor estiver aberto. Caso se interrompesse o neutro, o potencial da 
lâmpada seria sempre igual ao da fase, o que não é conveniente. 
Há uma nomenclatura própria para os três condutores que constituem os 
três trechos do circuito: 
• O condutor do trecho F/1, é designado por condutor FASE ou 
simplesmente FASE e está sempre no potencial da fase (110V, 115V, 127V ou 
220V); 
• O condutor do trecho N/4, é designado por condutor NEUTRO ou 
simplesmente NEUTRO, e está no potencial do neutro quando a lâmpada está 
desligada e muito próximo dele quando a lâmpada esta energizada. 
• O condutor do trecho 2/3, é designado por retorno e ora está no 
potencial do neutro quando a lâmpada esta desligada, ora está no potencial da 
fase quando a lâmpada estiver acesa. 
Nota-se que podem ocorrer situações particulares em que circuitos são 
alimentados por duas fases, ao invés de uma fase e um neutro. Neste caso, 
esses dois trechos são designados por fase, e necessariamente há a 
interrupção de uma fase pelo interruptor. 
Todos os elementos que compõem o diagrama unifilar de uma instalação 
elétrica são representados por simbologias específicas, determinadas pelas 
Normas Brasileiras. Além dessa simbologia existem outras que, embora não 
sejam padronizadas por norma, têm uso corrente. A figuras abaixo apresentam 
as principais simbologias utilizadas. 
 
Condutores 
 
Fase 
 
Neutro 
 
Retorno 
 Terra 
 
Tomadas 
107 
 
 
Baixa (20 cm) 
 
Média (120 cm) 
 
Alta (200 cm) 
 
Interruptores 
 
Uma seção 
 Duas seções 
 Três seções 
 Paralelo ou three-way 
 Intermediário ou four-way 
 
Em uma instalação elétrica predial há vários tipos de comandos que 
controlam os pontos de luz, destacando-se: 
• comando simples; 
• comando de vários pontos de luz de um só ponto; 
• comando de um ponto (ou mais pontos) de luz por 2 pontos; 
• comando de um (ou mais pontos) de luz por mais de 2 pontos, os quais 
passam a ser descritos a seguir, supondo-se que a fonte é constituída por uma 
fase e neutro: 
 
 O comando simples É o comando mais utilizado, sendo composto 
por um interruptor simples que comanda um ponto de luz. O circuito e o 
diagrama unifilar correspondente são apresentados na figura abaixo. 
 
Em comando de vários pontos de luz por um só ponto empregam-
se chaves interruptoras duplas ou triplas, inseridas em circuitos análogos aos 
do item anterior. A figura abaixo apresenta, a título ilustrativo, 3 pontos de luz 
de um salão comandados por apenas um ponto. 
 
108 
 
O comando de um ponto de luz a partir de dois pontos utiliza os 
interruptores “paralelos”, conforme ilustrado no circuito elétrico da figura 
abaixo: 
 
Note que o circuito da figura abaixo, apesar de funcionar, não deve ser 
utilizado, uma vez que não respeita a norma, pois em certos estados dos 
interruptores, a lâmpada permanece desligada submetida à tensão de fase. 
Além disso, a diferença de potencial nos terminais do interruptor, em 
determinadas situações, é igual à d.d.p. fase/neutro, transgredindo as suas 
especificações. 
 
 
A utilização conjugada de interruptores four-ways e paralelos permite o 
comando de um ponto de luz por 3 ou mais pontos, conforme mostra a figura 
abaixo. Note que a medida que se insere mais um interruptor four-ways nos 
circuitos dos retornos, obtém-se mais um ponto de comando. 
109 
 
 
 
 
 
 
83. (Cespe – MPU – 2010) Julgue o próximo item, acerca de 
procedimentos em engenharia civil. 
 
Considere que, em uma ligação de dois interruptores para 
controlar uma lâmpada (ligação de interruptor em paralelo ou 
threeway), sejam utilizados dois interruptores apropriados com 3 
polos — o polo do meio fecha o circuito com os polos extremos. 
Considere, ainda, que um interruptor tenha polos A, B e C (sendo 
B o polo do meio) e o outro tenha polos D, E e F (sendo E o do 
meio) e que a lâmpada tenha polos G e H, sendo, ainda, N o 
neutro e P a fase. Nessa situação, para a ligação em paralelo 
funcionar adequadamente, seria correto ligar H a N; G a B; A a D; 
C a F; e E a P. 
 
Resolução: 
 Inicialmente vamos ilustrar a correta instalação de dois disjuntores ThreeWay: 
110 
 
 
O importante é que um interruptor esteja ligado pelo polo do 
meio na fase e outro pólo na lampada. O exemplo da questão está 
invertido a ordem dos disjuntores mas funcionaria do mesmo jeito. 
 
Gabarito: C 
 
84. (Cesgranrio – Caixa – 2012) Considere os dados e o croqui a 
seguir, o qual representa parte de uma instalação elétrica 
monofásica com tensão de 127 V. Os interruptores indicados 
destinam-se exclusivamente ao acionamento do ponto externo I. 
Os pontos de iluminação internos são acionados por outros 
interruptores que não estão representados no croqui. 
 
 
Analisando-se exclusivamente os condutores para o acionamento 
do ponto I, Julgue o item a seguir. 
 
111 
 
Não considerando o terra (proteção) e sabendo que a fase desce 
no ponto IV, passam pelo trecho II-III 3 retornos. 
 
Resolução: 
 Veja que temos conjugados dois interruptores paralelos ( ) e um 
intermediário ( ). Então entre II e III temos 3 retornos, como mostra o 
diagrama unifilar abaixo. (mudei as cores dos retornos para facilitar a 
visualização) 
 
 
Gabarito: C 
 
85. (FCC – Infraero – 2011) Considere a planta de instalações 
elétricas prediais de baixa tensão, apresentada na figura a seguir 
e julgue o item a seguir: 
 
 
 
Na planta de instalações elétricas da sala de estar, os 
interruptores são do tipo intermediário. 
 
Resolução: 
112 
 
 Vimos que é o símbolo para interruptores paralelos, ou three-way. 
Relembrando: 
Interruptores 
 
Uma seção 
 Duas seções 
 Três seções 
 Paralelo ou three-way 
 Intermediário ou four-way 
 
Gabarito: E 
 
Outro ponto importante é a locação dos pontos de consumo, que consiste 
na marcação em plantas, em escalas adequadas, dos quadros de distribuição, 
pontos de iluminação, tomadas de uso geral, tomadas para aparelhos 
específicos e interruptores. 
Os pontos de luz devem ser locados com base no projeto luminotécnico 
do ambiente. No caso de instalações simples, onde o número de luminárias é 
reduzido, o projeto de luminotécnica pode ser dispensado, valendo-se apenas 
da experiência do projetista e do arquiteto. 
Entretanto para a determinação das cargas de iluminação em unidades 
residenciais pode ser adotado o seguinte critério: 
• em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m² 
 deve ser prevista uma carga mínima de 100 VA; 
• em cômodos ou dependências com área superior a 6m² deve ser 
prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6m², acrescida de 60 
VA para cada aumento de 4m² inteiros. 
As tomadas denominadas específicas são aquelas destinadas ao 
suprimento de aparelhos determinados, geralmente não portáteis, tais como: 
chuveiros, geladeiras, condicionadores de ar, etc. As demais tomadas, 
destinadas a ligação dos demais aparelhos, são denominadas de uso geral. 
As tomadas devem ser previstas nas seguintes quantidades mínimas, 
conforme o local, nas instalações residenciais: 
Nas unidades residenciais e acomodações de hotéis, motéis e similares, o 
número de tomadas de corrente para uso não específico (tomadas de uso 
geral) deve ser fixado de acordo com o critério seguinte: 
• em banheiros, pelo menos uma tomada junto ao lavatório; 
• em cozinhas, copas e copas-cozinhas, no mínimo uma tomada para 
cada 3,5 m, ou fração de perímetro, sendo que acima de cada bancada com 
largura igual ou superior a 0,30 m deve ser prevista pelo menos uma tomada; 
• em subsolos, varandas, garagens e sótãos, pelo menos uma tomada; 
• nos demais cômodos e dependências, se a área for igual ou inferior a 
6m², pelo menos uma tomada; se a área for superior a 6m², pelo menos uma 
tomada para cada 5m, ou fração, de perímetro, espaçadas tão uniformemente 
quanto possível. 
As tomadas de uso específico devem ser instaladas no máximo a 1,5 m 
do local previsto para o equipamento a ser alimentado. 
Às tomadas de corrente devem ser atribuídas as seguintes potências: 
113 
 
• para as tomadas de uso específico, a potência nominal do equipamento 
a ser alimentado; 
• para as tomadas de uso geral em banheiros, cozinhas, copas, copa- 
cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo 600 VA 
por tomada, até 3 tomadas e 100 VA por tomada, para as excedentes; 
• para as tomadas de uso geral nos demais cômodos ou dependências, o 
mínimo 100 VA por tomada. 
A locação dos interruptores deve levar em conta a posição das portas, a 
circulação das pessoas e deve ser analisada previamente com o cliente. 
 
86. (Cespe – INSS – 2009) As instalações elétricas compõem 
importantes elementos das edificações e devem ser 
dimensionadas e especificadas seguindo critérios adequados à 
necessidade do ambiente e de acordo com as recomendações das 
normas técnicas vigentes. A respeito desse tema, julgue: 
 
A instalação elétrica deve ser dividida em tantos circuitos 
quantos necessários, devendo cada circuito ser projetado de 
forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação 
inadvertida através de outro circuito. 
 
Resolução: 
 Uma vez determinadas as cargas a serem alimentadas em uma 
instalação elétrica, podemos planejar a distribuição destas cargas pelos 
diversos circuitos. Vejamos a seguir as regras da ABNT NBR 5410:2004 sobre 
o assunto. 
 
Pontos de iluminação e tomadas 
 
Em 4.2.5.1, temos: “A instalação deve ser dividida em tantos circuitos 
quantos necessários, devendo cada circuito ser concebido de forma a 
poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida através 
de outro circuito”. 
 
E, em 4.2.5.5, “Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função 
dos equipamentos de utilização que alimentam. Em particular, devem ser 
previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos 
de tomada”. Juntas, estas duas prescrições obrigam a separação de 
iluminação e tomadas nas instalações em geral. 
 
No caso particular de locais de habitação, em 9.5.3.3 admite-se que, em 
algumas situações, pontos de iluminação e tomadas possam ser alimentados 
por circuito comum, desde que respeitadas algumas condições: 
 
a) A corrente de projeto do circuito comum (iluminação + tomadas) não 
deve ser superior a 16 A; 
 
114 
 
b) Os pontos de iluminação não devem ser alimentados, em sua 
totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação 
+ tomadas); e 
 
c) Os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não 
podem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse 
circuito seja comum (iluminação + tomadas). 
 
 Assim, é importante ressaltar que a regra geral para a divisão de 
circuitos é sempre a separação das cargas de iluminação e tomadas, 
ficando a exceção com alguns casos na área residencial. E mesmo nessa área, 
a junção de iluminação e tomadas no mesmo circuito é opcional. 
 
 Adicionalmente, nos casos em que iluminação e tomadas são separadas, 
um circuito de iluminação deve ter seção mínima de 1,5 mm2 e um 
circuito de tomada deve ter seção mínima de 2,5 mm2, sendo evidente 
que, quando associarmos estas cargas no mesmo circuito, este deve ter 
seção mínima de 2,5 mm2. 
 
 Gabarito: C 
 
 Instalações Hidro-sanitárias 
 
Os edifícios construídos em zonas servidas por sistema de abastecimento 
público deverão ligar-se obrigatoriamente a este sistema. Na ausência de 
redes públicas são admitidas soluções individuais de abastecimento de água, 
mas a instalação hidráulica predial ligada à rede pública não poderá ser 
também alimentada por outras fontes. 
A instalação predial de água fria, abastecida pelo sistema público de 
águas, é em grande parte dos casos um subsistema de um sistema maior, 
composto também pelas instalações prediais de água quente e de combate a 
incêndio. 
As instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, 
durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos seguintes 
requisitos: 
 preservar a potabilidade da água; 
 garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidadeadequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito 
funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e 
demais componentes; 
 promover economia de água e de energia; 
 possibilitar manutenção fácil e econômica; 
 evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; 
 proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização 
adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões 
satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário. 
 
A corrosão dos materiais metálicos e a degradação dos materiais 
plásticos são fenômenos particularmente importantes a serem considerados, 
115 
 
desde a fase de escolha de componentes até a fase de utilização da instalação 
predial de água fria. São fenômenos complexos para os quais contribuem 
fatores de diversa natureza. 
Assim, as instalações prediais de água fria devem ser projetadas, 
executadas e usadas de modo a evitar ou minimizar problemas de corrosão ou 
degradação. 
Os serviços devem ser executados por profissionais habilitados e com 
ferramentas apropriadas. Não se deve concretar tubulações dentro de colunas, 
pilares, vigas ou outros elementos estruturais, entretanto é permitido somente 
passagens. 
 
 
As tubulações aparentes deverão ser convenientemente fixadas por 
braçadeiras ou tirantes, para evitar deslocamentos que possam comprometer a 
sua integridade. 
A colocação de tubos de ponta e bolsa será feito de jusante para 
montante, com as bolsas voltadas para o ponto mais alto. Esse procedimento é 
realizado para minimizar os vazamentos. 
A norma exige um cobrimento mínimo para tubulações enterradas no 
solo: 
 0,30m em local sem tráfego de veículo 
 0,50m em local com tráfego leve 
 0,70m em local com tráfego pesado 
 
 
 
Abaixo uma instalação típica de água fria com seus principais 
componentes. 
116 
 
 
O ramal predial é a tubulação compreendida entre a rede pública de 
abastecimento de água e a extremidade a montante do alimentador predial ou 
de rede predial de distribuição. O ponto onde termina o ramal predial deve ser 
definido pela concessionária. 
Deve ser executado pela concessionária até uma distância máxima de 15 
metros. A aquisição e montagem do padrão de ligação de água são feitas pelo 
usuário. Os custos da extensão adicional relativos às distâncias maiores 
poderão ser cobrados do usuário. Os prazos de ligação são de quatro dias para 
a vistoria e de seis para a ligação. 
O alimentador predial é a tubulação que liga a fonte de abastecimento 
a um reservatório de água de uso doméstico. 
Os reservatórios são unidades hidráulicas de acumulação e passagem 
de água com a finalidade de armazenar água e de regular a pressão. Nenhum 
edifício será abastecido diretamente pela rede pública. 
Para edifícios cujo reservatório superior estiver a mais de 7 metros acima 
do nível da rua é necessária a construção de um reservatório inferior, que será 
alimentado diretamente pela rede pública. A água será recalcada para os 
reservatórios superiores, de onde será feita a distribuição. São condições para 
o reservatório inferior: 
 Não é permitido enterrar o reservatório 
 Paredes lisas e tampa removíveis e cantos abaulados 
 Ter fundo inclinado para a tubulação de limpeza 
 Capacidade maior que 60% do total 
 Localizado em posição de fácil acesso 
 Existência de áreas destinadas ao conjunto bomba-motor 
 Facilidade de constatação de fugas e vazamentos 
 
 Já para o reservatório superior, são exigidos: 
 Não possa servir de ponto de drenagem de águas residuais ou 
estagnadas em sua volta 
 Tampa de cobertura deve ser impermeabilizada 
 Entrada deve possuir bóia e registro de gaveta 
117 
 
 Descarga livre e controle de nível por automático 
 Não se permitirá a utilização do forro como fundo do reservatório 
 Fundo do reservatório ao forro = 60 cm 
 
O barrilete é a tubulação que se origina no reservatório e da qual 
derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. 
No caso de tipo de abastecimento direto, pode ser considerado como a 
tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de 
abastecimento particular. 
A coluna de distribuição é a tubulação derivada do barrilete e 
destinada a alimentar ramais. O ramal é a tubulação derivada da coluna de 
distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. O sub-ramal é a tubulação 
que liga o ramal ao ponto de utilização. 
 
 
Outros componentes importantes das instalações prediais são os 
registros, que podem ser de fechamento e de utilização. Todos os registros 
serão colocados a uma altura de 1,80 m do piso 
O registro de fechamento é o componente instalado na tubulação e 
destinado a interromper a passagem da água. Deve ser usado totalmente 
fechado ou totalmente aberto. Geralmente, empregam-se registros de gaveta 
ou registros de esfera. Em ambos os casos, o registro deve apresentar seção 
de passagem da água com área igual à da seção interna da tubulação onde 
está instalado. 
O registro de utilização é componente instalado na tubulação e 
destinado a controlar a vazão da água utilizada. Geralmente empregam-se 
registros de pressão ou válvula-globo em sub-ramais. 
Antes de utilizar as instalações hidráulicas, mostra-se necessário 
proceder um teste de prova de pressão. As canalizações de água serão 
submetidas à prova de pressão hidrostática antes do revestimento emboço e 
reboco. Na prática usa-se encher a tubulação, fechando todas as torneiras com 
"bujão" por dois dias a fim de verificar a existência ou não de vazamento. 
Neste procedimento, aplica-se uma pressão de 1,5 vezes a pressão no projeto. 
118 
 
A limpeza consiste na remoção de materiais e substâncias 
eventualmente remanescentes nas diversas partes da instalação predial de 
água fria e na subsequente lavagem através do escoamento de água potável 
pela instalação. Deve ser realizada, após a conclusão da execução, inclusive 
inspeção, ensaios e eventuais reparos. 
 
87. (Cesgranrio – Caixa – 2012) Em instalações prediais de água 
fria, julgue o item a seguir. 
 
O registro de gaveta tem a mesma função que o registro de 
pressão. 
 
Resolução: 
 Vimos que o registro de gaveta é um registro de fechamento, ou seja, 
destinado a interromper a passagem da água. 
 O registro de utilização é componente instalado na tubulação e destinado 
a controlar a vazão da água utilizada. Geralmente empregam-se registros 
de pressão ou válvula-globo em sub-ramais. 
 
Gabarito: E 
 
Rotina para dimensionamento das tubulações 
 Preparar o esquema isométrico da rede e numerar 
sequencialmente cada nó ou ponto de utilização desde o 
reservatório ou desde a entrada do cavalete 
 Introduzir a identificação de cada trecho da rede na planilha 
 Determinar a soma dos pesos relativos de cada trecho 
 Calcular para cada trecho a vazão estimada, em l/s 
 Partindo da origem de montante da rede, selecionar o diâmetro 
interno da tubulação de cada trecho, considerando que a 
velocidade da água não deva ser superior a 3 m/s. Registrar o 
valor da velocidade e o valor da perda de carga unitária de cada 
trecho. 
 Determinar a diferença de cotas entre a entrada e a saída de cada 
trecho, considerando positiva quando a entrada tem cota superior 
à da saída e negativa em caso contrário. 
 Determinar a pressão disponível na saída de cada trecho, somando 
ou subtraindo à pressão residual na sua entrada o valor do produto 
da diferença de cota pelo peso específico da água (10 kN/m³). 
 Medir o comprimento real do tubo que compõe cada trecho 
considerado 
 Determinar o comprimento equivalente de cada trecho somando ao 
comprimento real os comprimentos equivalentes das conexões 
 Determinar a perda de carga de cada trecho 
 Determinar a perda de carga provocada por registros e outras 
singularidades dos Trechos 
 Obter a perda de carga total de cada trecho 
 Determinar a pressão disponível residual na saída de cada trecho, 
subtraindo a perdade carga total da pressão disponível. 
119 
 
 Se a pressão residual for menor que a pressão requerida no ponto 
de utilização, ou se a pressão for negativa, repetir os passos, 
selecionando um diâmetro interno maior para a tubulação de cada 
trecho. 
 
 
 
88. (FCC – DPSP – 2013) O dimensionamento das tubulações de 
água fria deve garantir que a vazão de projeto estabelecida 
esteja disponível nos pontos de utilização. 
 
 
A NBR 5626 estabelece, para o dimensionamento, que a 
velocidade da água, em m/s, em qualquer trecho da tubulação de 
água fria NÃO atinja valores superiores a 5 m/s. 
 
Resolução: 
 Como vimos no dimensionamento das tubulações, a velocidade da água 
não deva ser superior a 3 m/s. 
 
Gabarito: E 
 
89. (Cespe – MPU – 2010) As instalações hidráulicas sob 
pressão são constituídas por tubulações, acessórios de natureza 
120 
 
diversa (válvulas, curvas ou conexões em geral), além de, 
eventualmente, uma máquina hidráulica. Esses acessórios 
provocam, localizadamente, a alteração do módulo ou direção da 
velocidade média do fluxo e da pressão. A esse respeito, julgue o 
próximo item. 
 
Nos projetos de redes de distribuição de água, com tubulações de 
diâmetros e comprimentos relativamente grandes, as perdas de 
carga por atrito costumam ser desprezadas em relação às perdas 
localizadas 
 
Resolução: 
 PERDAS DE CARGA: Denomina-se perda de carga de um sistema, o 
atrito causado pela resistência da parede interna do tubo quando da passagem 
do fluido pela mesma. 
 As perdas de carga classificam-se em: 
 CONTÍNUAS: Causadas pelo movimento da água ao longo da 
tubulação. É uniforme em qualquer trecho da tubulação (desde que 
de mesmo diâmetro), independente da posição do mesmo. 
 LOCALIZADAS: Causadas pelo movimento da água nas paredes 
internas e emendas das conexões e acessórios da instalação, sendo 
maiores quando localizadas nos pontos de mudança de direção do 
fluxo. Estas perdas não são uniformes, mesmo que as conexões e 
acessórios possuam o mesmo diâmetro 
 
 A perda por carga de atrito para comprimento relativamentes grandes 
NÃO é desprezível em relação ‘as perdas localizadas. 
 
Gabarito: E 
 
90. (Cespe – TRE – 2012) Acerca das instalações, 
equipamentos, dispositivos e componentes das edificações, 
julgue os item que se segue. 
 
De acordo com as normas vigentes, até um certo limite de 
potência demandada, as tomadas e a iluminação de uma 
edificação podem ser dimensionadas em um mesmo circuito, mas 
os chuveiros podem ser dimensionados em circuitos individuais. 
 
Resolução: 
 De acordo com a NBR 5410/97 devem ser previstos circuitos 
independentes para iluminação e tomadas de corrente. Adicionalmente, 
conforme a mesma norma, deverá haver circuitos independentes para 
correntes acima de 10 A para residências, hotéis, motéis e/ou 
similares. 
 
Gabarito: E 
 
121 
 
91. (Cespe – TRE – 2012) Acerca das instalações, 
equipamentos, dispositivos e componentes das edificações, 
julgue os item que se segue. 
 
Os elevadores são equipamentos de saída de emergência das 
edificações. 
 
Resolução: 
 Pessoal, em todo o lugar tem o aviso; NÂO usar os elevadores em 
caso de emergência. Obviamente não constitui como equipamento de 
emergência. 
 
Gabarito: E 
 
92. (Cespe – TRE – 2012) Acerca das instalações, 
equipamentos, dispositivos e componentes das edificações, 
julgue os item que se segue. 
 
O símbolo gráfico ilustrado na figura abaixo, utilizado em 
projetos de instalações, representa saída para telefone interno 
na parede: 
 
Resolução: 
 Abaixo a tabela da NBR5444 que versa sobre o assunto: 
 
Gabarito: C 
 
122 
 
 
Agora vamos estudar os sistemas prediais de esgoto sanitário. 
O sistema de esgoto sanitário tem por funções básicas coletar e conduzir 
os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários a um 
destino apropriado. 
Por uso adequado dos aparelhos sanitários pressupõe-se a sua não 
utilização como destino para resíduos outros que não o esgoto. 
O sistema predial de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: 
 evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua 
qualidade de consumo, tanto no interior dos sistemas de 
suprimento e de equipamentos sanitários, como nos ambientes 
receptores; 
 permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos 
introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de 
depósitos no interior das tubulações; 
 impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial 
de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização; 
 impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema; 
 permitir que os seus componentes sejam facilmente 
inspecionáveis; 
 impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação; 
 permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por 
dispositivos que facilitem a sua remoção para eventuais 
manutenções. 
 
A disposição final do efluente (estudaremos com mais detalhe na Aula 6) 
do coletor predial de um sistema de esgoto sanitário deve ser feita: 
 em rede pública de coleta de esgoto sanitário, quando ela existir; 
 em sistema particular de tratamento, quando não houver rede 
pública de coleta de esgoto sanitário. 
 
 
Acima, vemos esquematizados os principais componentes de um sistema 
de esgoto sanitário. 
Aparelho sanitário é o componente destinado ao uso da água ou ao 
recebimento de dejetos líquidos e sólidos. Incluem-se nessa definição 
123 
 
aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, também, 
lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras de hidromassagem, etc. 
 
O sifão é o componente separador destinado a impedir a passagem dos 
gases do interior das tubulações para o ambiente sanitário. 
 
 
O ramal de descarga é a tubulação que recebe diretamente os efluentes 
de aparelhos sanitários. Todos os trechos horizontais previstos no sistema de 
coleta e transporte de esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos 
efluentes por gravidade, devendo, para isso, apresentar uma declividade 
constante. 
Recomendam-se as seguintes declividades mínimas: 
 2% para tubulações com diâmetro nominal igual ou inferior a 75; 
 1% para tubulações com diâmetro nominal igual ou superior a 100. 
 
As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com 
peças com ângulo central igual ou inferior a 45°. As mudanças de direção 
(horizontal para vertical e vice-versa) podem ser executadas com peças com 
ângulo central igual ou inferior a 90°. 
O tubo de queda é a tubulação vertical que recebe efluentes de 
subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga. Os tubos de queda 
devem, sempre que possível, ser instalados em um único alinhamento. Quando 
necessários, os desvios devem ser feitos com peças formando ângulo central 
igual ou inferior a 90°, de preferência com curvas de raio longo ou duas curvas 
de 45°. 
124 
 
 
A coluna de ventilação é o tubo ventilador vertical que se prolonga 
através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à 
atmosfera, ou ligada a tubo ventilador primário ou a barrilete de ventilação. 
O coletor predial é o trecho de tubulação compreendido entre a última 
inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção 
geral e o coletor público ou sistema particular. 
O coletor predial e os subcoletores devem ser de preferência retilíneos. 
Quando necessário, os desvios devem ser feitos com peças com ângulo central 
igual ou inferior a 45°, acompanhados de elementos que permitam a inspeção. 
Todos os trechos horizontais devem possibilitar o escoamento dos 
efluentes por gravidade, devendo, para isso, apresentar uma declividade 
constante. A declividade máxima a ser considerada é de 5%. 
Os subcoletores e coletor predial são dimensionados pela somatória das 
UHC conforme os valores da tabela abaixo. 
A unidade de Hunter de contribuição (UHC) é o fator numérico que 
representa a contribuição considerada em funçãoda utilização habitual de cada 
tipo de aparelho sanitário. 
 
A tubulação de ventilação primária é o prolongamento do tubo de 
queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com extremidade superior 
aberta à atmosfera situada acima da cobertura do prédio. 
A tubulação de ventilação secundária é conjunto de tubos e conexões 
com a finalidade de promover a ventilação secundária do sistema predial de 
esgoto sanitário. 
O ramal de ventilação é o tubo ventilador que interliga o desconector, 
ou ramal de descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários 
a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário. 
125 
 
 
 
93. (FCC – TRERN – 2011) Em relação aos projetos e na 
execução de sistemas prediais de esgoto sanitário, Julgue o item 
a seguir. 
 
Todos os trechos horizontais do sistema de coleta e transporte de 
esgoto sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes 
por gravidade, para tanto, devem apresentar uma declividade 
constante. 
 
 
Resolução: 
 A declividade mínima para tubulações de esgoto sanitário é de 2% para 
tubulações com diâmetro nominal igual ou inferior a 75 e de 1% para 
tubulações com diâmetro nominal igual ou superior a 100. 
 A declividade máxima para tubulações de esgoto sanitário é de 5%. 
O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo DN 100. 
O coletor predial e os subcoletores devem ser de preferência retilíneos. 
Quando necessário, os desvios devem ser feitos com peças com ângulo central 
igual ou inferior a 45°, acompanhados de elementos que permitam a inspeção. 
Todos os trechos horizontais do sistema de coleta e transporte de esgoto 
sanitário devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, para 
tanto, devem apresentar uma declividade constante. 
 
Gabarito: C 
 
Há ainda os dispositivos complementares: as caixas de gordura, poços de 
visita e caixas de inspeção, que devem ser perfeitamente impermeabilizados, 
providos de dispositivos adequados para inspeção, possuir tampa de fecho 
hermético, ser devidamente ventilados e constituídos de materiais não 
atacáveis pelo esgoto. 
É recomendado o uso de caixas de gordura quando os efluentes 
contiverem resíduos gordurosos. Quando o uso de caixa de gordura não for 
exigido pela autoridade pública competente, a sua adoção fica a critério do 
projetista. As caixas de gordura devem ser instaladas em locais de fácil acesso 
e com boas condições de ventilação. 
126 
 
Para fechar a parte de instalações sanitárias de esgoto, veremos a 
simbologia prevista em norma. 
94. (FCC – DPSP – 2013) Segundo a NBR 8160, as caixas 
sifonadas podem ser utilizadas para a coleta de despejos de 
aparelhos sanitários. Julgue o item a seguir. 
 
A simbologia utilizada para a representação gráfica de uma caixa 
sifonada corresponde a 
 
Resolução: 
 Observando a simbologia apresentada previamente, vemos que a 
alternativa se refere a caixa de inspeção e não apresenta o símbolo da caixa 
sinfonada 
 
Gabarito: E 
 
95. (Cespe – TRE – 2012) Acerca das instalações, 
equipamentos, dispositivos e componentes das edificações, 
julgue os item que se segue. 
 
As unidades Hunter de contribuição são unidades de medida 
127 
 
utilizadas no dimensionamento das tubulações hidráulicas dos 
edifícios. 
 
Resolução: 
 É utilizada no dimensionamento da Tubulação de Ventilação 
 A ventilação em uma instalação de esgoto é extremamente importante, 
uma vez que impede o rompimento dos fechos hídricos dos desconectores, 
além de impedir a saída dos gases do esgoto para a atmosfera. Precisamos 
conhecer um conceito importante: a Unidade Hunter de Contribuição (UHC) 
 UHC é um número que representa a contribuição de esgoto dos 
aparelhos sanitários em função da sua utilização habitual. Cada aparelho 
sanitário possui um valor de UHC específico, conforme pode ser visto na tabela 
EG03, fornecida pela norma NBR 8160. 
 
 Por exemplo, 
 Lavatório: 1 UHC 
 Chuveiro: 2 UHC 
 Banheira: 2 UHC 
 Vaso sanitário: 6 UHC 
 
Gabarito: E 
 
Chegou a hora de estudar Prevenção de incêndios. 
A proteção contra incêndios deve ser entendida como o conjunto de 
medidas para a detecção e controle do crescimento do incêndio e sua 
consequente contenção ou extinção. 
Os objetivos da prevenção são: 
 A garantia da segurança à vida das pessoas que se encontrarem no 
interior de um 
 A prevenção da conflagração e propagação do incêndio, 
envolvendo todo o edifício, quando da ocorrência de um incêndio; 
 A proteção do conteúdo e a estrutura do edifício; e 
 Minimizar os danos materiais de um incêndio. 
 
Os meios de combate à incêndio podem ser por extintores, hidrantes, 
magotinhos, chuveiros automáticos (sprinklers) ou brigadas de incêndio. 
O extintor portátil é um aparelho manual, constituído de recipiente e 
acessório, contendo o agente extintor, destinado a combater princípios de 
incêndio. 
 
O extintor sobre rodas (carreta) também é constituído em um único 
recipiente com agente extintor para extinção do fogo, porém com capacidade 
de agente extintor em maior quantidade. 
128 
 
 
As previsões destes equipamentos nas edificações decorrem da 
necessidade de se efetuar o combate ao incêndio imediato, após a sua 
detecção, em sua origem, enquanto são pequenos focos. 
Além disso, os preparativos necessários para o seu manuseio não 
consomem um tempo significativo, e consequentemente, não inviabilizam sua 
eficácia em função do crescimento do incêndio. 
Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser divididos em cinco tipos, 
de acordo com o agente extintor que utilizam: 
 Água; 
 Espuma mecânica; 
 Pó químico seco; 
 Bióxido de carbono; e 
 Halon. 
 
Esses agentes extintores se destinam a extinção de incêndios de 
diferentes naturezas. A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre 
rodas devem ser dimensionados para cada ocupação em função: 
 Da área a ser protegida; 
 Das distâncias a serem percorridas para alcançar o extintor; e 
 Dos riscos a proteger (decorrente de variável “natureza da 
atividade desenvolvida ou equipamento a proteger”). 
 
Sistema de hidrantes é uma proteção ativa, destinada a conduzir e 
distribuir tomadas de água, com determinada pressão e vazão em uma 
edificação, assegurando seu funcionamento por determinado tempo. 
Sua finalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edificação, um meio 
de combate para os princípios de incêndio no qual os extintores manuais se 
tornam insuficientes. 
 
Os mangotinhos apresentam a grande vantagem de poder ser operado 
de maneira rápida por uma única pessoa. Devido a vazões baixas de consumo, 
seu operador pode contar com grande autonomia do sistema. 
129 
 
Por estes motivos os mangotinhos são recomendados pelos bombeiros, 
principalmente nos locais onde o manuseio do sistema é executado por 
pessoas não habilitadas (Ex.: uma dona de casa em um edifício residencial). 
 
O sistema de chuveiros automáticos é composto por um suprimento 
d’água em uma rede hidráulica sob pressão, onde são instalados em diversos 
pontos estratégicos, dispositivos de aspersão d’água (chuveiros automáticos), 
que podem ser abertos ou conter um elemento termo-sensível, que se rompe 
por ação do calor proveniente do foco de incêndio, permitindo a descarga 
d’água sobre os materiais em chamas. 
 
O sistema de chuveiros automáticos para extinção a incêndios possui 
grande confiabilidade, e se destina a proteger diversos tipos de edifícios. 
 
 
O dimensionamento da Brigada de Incêndio deve atender às 
especificações contidas nas normas técnicas adotadas pelo Corpo de 
Bombeiros, por meio de Norma Técnica. 
A população do edifício deve estar preparada para enfrentar uma 
situação de incêndio, quer seja adotando as primeiras providências no sentido 
de controlar o incêndio e abandonar o edifício de maneira rápida e ordenada. 
Para isto ser possível é necessário como primeiro passo, a elaboração de 
planospara enfrentar a situação de emergência que estabeleçam em função 
dos fatores determinantes de risco de incêndio, as ações a serem adotadas e 
os recursos materiais e humanos necessários. A formação de uma equipe com 
este fim específico é um aspecto importante deste plano, pois permitirá a 
execução adequada do plano de emergência. 
Essas equipes podem ser divididas em duas categorias, decorrente da 
função a exercer: 
 Equipes destinadas a propiciar o abandono seguro do edifício em 
caso de incêndio; e 
 Equipe destinada a propiciar o combate aos princípios de incêndio 
na edificação. 
 
As classes de incêndio são a classificação didática na qual se definem 
fogos de diferentes naturezas. Adotada no Brasil em quatro: fogo classe A, 
fogo classe B, fogo classe C e fogo classe D. 
130 
 
 classe A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam 
em superfície e profundidade, deixando resíduos. 
 classe B: Fogo em líquidos e gases inflamáveis ou combustíveis 
sólidos, que se liquefazem por ação do calor e queima somente em 
superfície. 
 classe C: Fogo em equipamentos de instalações elétricas 
energizadas. 
 classe D: Fogo em metais pirofóricos. 
 
96. (Cespe – TRE – 2012) Com relação a proteção e combate a 
incêndios e explosões, julgue o item subsequente. 
 
De acordo com a norma, que trata de proteção contra incêndios, 
os locais de trabalho deverão dispor de saídas em número 
suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem 
nesses locais possam abandonar o recinto com rapidez e 
segurança em caso de emergência. As saídas devem ser dispostas 
de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se 
percorra distância maior que quinze metros em situações de risco 
grande e trinta metros em situações de risco médio ou pequeno. 
 
Resolução: 
 A NR-23 é uma das normas regulamentadoras da CLT, sobre 
saídas de emergência, seguem os requisitos: 
 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e 
dispostas, de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam 
abandoná-los com rapidez e segurança, em caso de emergência. 
 A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro 
e vinte centímetros). 
 O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de 
trabalho. 
 Onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em 
caráter permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou 
corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20m (um 
metro e vinte centímetros). 
 Quando não for possível atingir, diretamente, as portas de saída, 
deverão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, 
com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) sempre 
rigorosamente desobstruídos. 
 
 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente 
assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da 
saída. 
 As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e 
qualquer local de trabalho, não se tenha de percorrer distância maior 
que 15m (quinze metros) nos de risco grande e 30m (trinta metros) de 
risco médio ou pequeno. 
 Estas distâncias poderão ser modificadas, para mais ou menos, a 
critério da autoridade competente em segurança do trabalho, se houver 
131 
 
instalações de chuveiros sprinklers, automáticos, e segundo a 
natureza do risco. 
 As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem 
degraus; as passagens serão bem iluminadas. 
 Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem 
suavemente e, neste caso, deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, 
no sentido do da descida. 
 Escadas em espiral, de mãos ou externas de madeira, não serão 
consideradas partes de uma saída. 
 
Gabarito: C 
 
97. (Cespe – PF – 2004) No que se refere a sistemas de 
prevenção e combate a incêndios, julgue o item seguinte 
 
Em uma área de 250 m2 , com risco médio de incêndio e classe de 
ocupação B, segundo o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), a 
ser protegida por uma unidade extintora, a distância máxima 
recomendada para o alcance do extintor pelo operador é de 16 m. 
 
 
Resolução: 
 A NBR que trata sobre extintores é a 12693, dispõe que nesse caso a 
distância mínima é de 20 metros. 
 
 
132 
 
Gabarito: E 
 
 
98. (Cespe – TRE – 2012) Com relação a proteção e combate a 
incêndios e explosões, julgue o item subsequente. 
 
O processo conhecido por convecção é aquele em que o calor é 
transmitido através de uma massa de ar aquecida, que se desloca 
do local em chamas, levando para outros locais quantidade de 
calor suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes 
atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo. 
 
Resolução: 
 Condução, convecção e irradiação são diferentes processos de 
propagação do calor. A definição de calor é energia térmica em trânsito, ou 
seja, está em constante movimentação e transferência entre os corpos do 
universo. No entanto, para que ocorra transferência de calor entre dois corpos 
é necessário que ambos possuam diferentes temperaturas, pois dessa forma, o 
calor irá fluir sempre do corpo de maior temperatura para o corpo de menor 
temperatura. 
 
 A condução térmica 
 
 Tipo de propagação do calor que consiste na transferência de energia 
térmica entre as partículas que compõe o sistema. Por exemplo: coloca-se 
uma das extremidades de uma barra metálica na chama de fogo. Após alguns 
instantes, percebe-se que a outra extremidade também esquenta, mesmo 
estando fora da chama de fogo. Esse fato ocorre porque as partículas que 
formam o material receberam energia e, dessa forma, passaram a se agitar 
com maior intensidade. Essa agitação se transfere de partícula por partícula e 
se propaga em toda a barra até alcançar a outra extremidade. 
 
 Esse tipo de transferência ocorre com maior ou menor facilidade 
dependendo da constituição atômica do material, a qual faz com que ele seja 
classificado condutor ou isolante de calor. Nas substâncias condutoras esse 
processo de transferência acontece mais rápido como, por exemplo, nos 
metais. Já nas substâncias isolantes, como na borracha e na lã, esse processo 
é muito lento. 
 
 A convecção térmica 
 
 É o tipo de propagação do calor que ocorre nos fluidos em geral em 
decorrência da diferença de densidade entre as partes que formam o sistema. 
 Por exemplo: na geladeira os alimentos são resfriados dessa forma. 
Como sabemos, o ar quente é menos denso que o ar frio e é por esse motivo 
que o congelador fica na parte de cima da geladeira. Dessa maneira, formam-
se as correntes de convecção: o ar quente dos alimentos sobe para ser 
resfriado e o ar frio desce refrigerando os alimentos, mantendo-os sempre bem 
133 
 
conservados. Essa também é a explicação do porquê o ar condicionador ser 
colocado na parte de cima de um ambiente. 
 
 A irradiação térmica 
 
 A condução e a convecção são formas de propagação de calor que para 
ocorrer é necessário que haja meio material, contudo, existe uma forma de 
propagação de calor que não necessita de um meio material (vácuo) para se 
propagar, esta é a irradiação térmica. Esse tipo de propagação do calor ocorre 
através dos raios infravermelhos que são chamadas ondas eletromagnéticas. É 
dessa forma que o Sol aquece a Terra todos os dias, como também é o meio 
que a garrafa térmica mantém, por longo tempo, o café quentinho em seu 
interior. 
 
Gabarito: C 
 
99. (Cespe – TRE – 2012) Com relação a proteção e combate a 
incêndios e explosões, julgue o item subsequente. 
 
Os incêndios são classificados de acordo com as características 
dos seus combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza 
do material que está queimando, pode-se definir o melhor 
método para uma extinção rápida e segura. Desse modo, não é 
recomendável a utilização de um extintor de espuma para 
incêndio de classe C, porque a espuma possui águana sua 
composição. 
 
Resolução: 
 
Gabarito: C 
 
100. (Cesgranrio – Caixa – 2012) Analisando um certo projeto de 
prevenção contra incêndio, o engenheiro, observando um dos 
circuitos de detecção, percebeu que o projeto não apresenta 
fiação de retorno à central, de forma que uma eventual 
interrupção desse circuito implica paralisação parcial ou total de 
seu funcionamento. Julgue o item a seguir: 
 
Esse tipo de circuito de detecção é classificado como Classe A. 
 
Resolução: 
 Circuito de Detecção ou “Laço” é o circuito no qual estão instalados os 
detectores automáticos, acionadores manuais ou quaisquer outros tipos de 
sensores pertencentes ao sistema, e podem ser das classes A e B. 
O Circuito de Detecção ou “Laço” Classe A é todo circuito no qual existe a 
fiação de retorno à central (laço de ida e volta – circuito redundante). 
Recomenda-se que o circuito de retorno à central tenha trajeto distinto 
daquele da central proveniente. 
134 
 
O Circuito de Detecção ou “Laço” Classe B é todo circuito no qual 
não existe a fiação de retorno à central (fios saem da central para os 
dispositivos e não voltam para fechar um laço). 
 
Gabarito: E 
 
Em qualquer edificação, os pavimentos sem saída em nível para o espaço 
livre exterior devem ser dotados de escadas, enclausuradas ou não, as quais 
devem: 
 Quando enclausuradas, ser constituídas com material incombustível; 
 Quando não enclausuradas, além da incombustibilidade, oferecer nos 
elementos estruturais resistência ao fogo de, no mínimo, 2 h; 
 Ter os pisos dos degraus e patamares revestidos com materiais 
resistentes à propagação superficial de chama, isto é, com índice "A" 
da NBR 9442; 
 Ser dotados de guardas em seus lados abertos; 
 Ser dotadas de corrimãos; 
 Atender a todos os pavimentos, acima e abaixo da descarga, mas 
terminando obrigatoriamente no piso desta, não podendo ter 
comunicação direta com outro lanço na mesma prumada; 
 Ter os pisos com condições antiderrapantes, e que permaneçam 
antiderrapantes com o uso; 
 
101. (FCC – Infraero – 2011) Em relação às precauções nos 
projetos de proteção contra incêndios em edificações, Julgue o 
item a seguir: 
 
as escadas enclausuradas devem ter suas caixas enclausuradas 
por paredes resistentes a 2 horas de fogo e ter ingresso por 
antecâmaras ventiladas, as quais devem ter a abertura de 
entrada de ar do duto respectivo, situada junto ao piso, com área 
mínima de 0,54 m2. 
 
Resolução: 
 As escadas de emergência são integrantes de uma rota de saída, 
podendo ser uma escada enclausurada à prova de fumaça, escada 
enclausurada protegida ou escada não enclausurada. 
 As escadas enclausuradas protegidas devem: 
 ter suas caixas isoladas por paredes resistentes a 2 h de fogo, no 
mínimo; 
 ter as portas de acesso a esta caixa de escada resistentes ao fogo 
por 30 min (PRF), e, preferencialmente, dotadas de vidros aramados 
transparentes com 0,50 m² de área, no máximo; 
 ser dotadas, em todos os pavimentos (exceto no da descarga, onde isto 
é facultativo), de janelas abrindo para o espaço livre exterior; 
 ser dotadas de alçapão de alívio de fumaça (alçapão de tiragem) que 
permita a ventilação em seu término superior, com área mínima de 1,00 
m²; 
 
135 
 
Gabarito: E 
 
102. (Cespe – TRE – 2012) Acerca das instalações, 
equipamentos, dispositivos e componentes das edificações, 
julgue os item que se segue. 
 
Toda tubulação de gás aparente de uma edificação deve ser 
pintada na cor amarela. 
 
Resolução: 
 NBR 13933 - Requisitos Gerais 
 A tubulação da rede interna não pode passar no interior de: 
a-Dutos de lixo, ar-condicionado e águas pluviais 
b-Reservatórios de água; 
c-Dutos para incineradores de lixo 
d-Poços de elevadores; 
e-Compartimentos de equipamentos elétricos; 
f-Compartimentos destinados a dormitórios; 
g-Poços de ventilação capazes de confinar o gás proveniente de 
eventual vazamento 
h-Qualquer vazio ou parede contígua a qualquer vão formado pela 
estrutura ou alvenaria ou por estas e o solo, sem a devida 
ventilação.Ressalvados os vazios construídos e preparados 
especificamente para este fim (shafts),os quais devem conter 
apenas as tubulações de gás,líquidos não inflamáveis e demais 
acessórios,com ventilação permanente nas extremidades,sendo 
que estes vazios devem ser sempre visitáveis e previstos em área 
de ventilação permanente e garantida. 
i-qualquer tipo de forro falso ou compartimento não 
ventilado,exceto quando utilizado tubo-luva 
 
Proteção 
 
As válvulas e os reguladores de pressão devem ser instalados de 
modo a permanecer protegidos contra danos físicos e a permitir 
fácil acesso,conservação e substituição a qualquer tempo. 
 
Localização 
 
As tubulações aparentes devem: 
a-Ter as distâncias mínimas entre a tubulação de gás e 
condutores eletricidade de 0,30m, se o condutor for 
protegido por conduíte,e 0,50m, nos casos contrários; 
b-Ter um afastamento no mínimo de 2m de pára raio e seus 
respectivos pontos de aterramento ou conforme a NBR 5419. 
 
Revestimento 
 
136 
 
Toda tubulação de gás aparente deve ser pintada na cor 
amarela conforme padrão 5Y8/12 do Sistema Munsell da 
NBR 12694. 
 
Abrigo para medidores de consumo e reguladores de 
pressão. 
 
a) O local para leitura do consumo de gás deve ser 
construído em áreas de servidão comum.É permitida a leitura 
à distância ou remota. 
b) O abrigo deve permanecer limpo e não pode ser utilizado 
como depósito ou outro fim que não aquele a que se destina. 
c) É vedada a localização do abrigo do medidor ou regulador 
na antecâmara e/ou nas escadas de emergência. 
 
Gabarito: C 
 
 
137 
 
c) Sistemas Estruturais 
 
Toda construção necessita de uma estrutura suporte, que por sua vez 
necessita de projeto, planejamento e execução própria. A Estrutura em uma 
construção possui função prioritária de garantir a forma espacial idealizada, 
com segurança, por um determinado período de tempo. 
Estruturas ou sistemas estruturais podem ser entendidas como 
disposições racionais e adequadas de diversos elementos estruturais. Já os 
Elementos estruturais são corpos sólidos deformáveis com capacidade de 
receber e de transmitir solicitações em geral. Podem ser: 
 Linear: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem 
menores que a terceira (Barras); 
 
 
 Superfície: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem 
maiores que a terceira; 
 
 
138 
 
 Volume: três dimensões da mesma ordem de grandeza. 
 
 
 
As estruturas lineares são Formadas por uma ou mais barras (vigas, 
pilares, arcos, pórticos, grelhas, etc.). 
As vigas são estruturas lineares, dispostas horizontalmente ou 
inclinadas, com um ou mais apoios. 
 
 
 
 
As treliças são estruturas lineares constituídas por barras retas, 
dispostas de modo a formar painéis triangulares, e solicitadas 
predominantemente por tração ou compressão. 
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 Painel: trecho de uma estrutura linear compreendido entre dois 
alinhamentos consecutivos de montantes; 
 Nó: junção das extremidades das barras de uma estrutura linear; 
 Viga treliçada: treliça de banzos paralelos; 
 Tesoura: treliça de banzos não paralelos, destinada ao suporte de 
uma cobertura. 
 
Pilares são barras onde predominam forças normais de compressão. Com 
seção circular, recebem a denominação de colunas. 
 
Pórticos são estruturas lineares planas, não sendo constituídas de barra 
única de eixo teoricamente retilíneo. 
 
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As grelhas são constituídas por estruturas lineares (vigas), situadas em 
um mesmo plano, formando uma malha que recebem solicitações não 
coplanares. 
 
 
As estruturas pênseis são estruturaslineares cujos elementos principais 
são constituídos por cabos. 
 Fio: barras que só podem resistir a solicitações de tração segundo 
seu eixo; 
 Cabo: conjunto de fios; 
 Rede: estrutura linear não plana, cujas barras se dispõem de modo 
que seus eixos se situam em uma superfície homeoforma do plano. 
 
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Os arcos são barras curvas, em que os esforços solicitantes 
predominantes são forças normais de compressão, agindo simultaneamente ou 
não, com momentos fletores. 
 
 
 
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Estruturas de superfície são definidas a partir de sua superfície média e 
lei de variação da sua espessura. Destacam-se as placas, chapas e cascas. 
 Chapa: folha plana sujeita a esforços apenas no seu plano médio; 
 Viga-parede: chapa disposta verticalmente sobre apoios isolados; 
 Placa: folha plana sujeita principalmente a esforços fora do seu 
plano médio. 
 
 
 Casca: folha curva sujeita a esforços no seu plano médio; 
 Abóboda: casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais 
de compressão. 
 
 
 Abóboda: casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais 
de compressão. 
 Cúpula: casca de dupla curvatura sujeita principalmente a esforços 
de compressão; 
 Folha prismática: folha poliédrica de arestas paralelas. 
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Estruturas de bloco são elementos estruturais comumente empregados 
nas fundações das construções ou também em grandes obras, como barragens. 
 
 
103. (Cespe – TCU – 2007) No dimensionamento das treliças 
metálicas, considera-se o fato de que as barras funcionam com 
esforços de tração ou compressão. 
 
Resolução: 
 As treliças são estruturas lineares constituídas por barras retas, dispostas 
de modo a formar painéis triangulares, e solicitadas predominantemente por 
tração ou compressão. 
 
Gabarito: C 
 
Equilíbrio em um corpo rígido 
 
As condições de equilíbrio garantem o equilíbrio estático de qualquer 
porção isolada da estrutura ou da estrutura como um todo. Elas estão baseadas 
nas três leis de Newton: 
1ª Lei de Newton (Princípio da Inércia): “Todo corpo permanece em seu 
estado de repouso ou de movimentos retilíneo uniforme até que uma ação 
externa, não equilibrada, atue sobre ele”. 
2ª Lei de Newton: “A partir do momento em que o corpo ficar 
submetido à ação de uma força resultante F, o corpo irá adquirir uma 
aceleração a, de tal forma F = ma, sendo m a massa do corpo”. 
3ª Lei de Newton: “A toda ação corresponde uma reação de mesma 
intensidade e de sentido contrário”. 
 
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Estruturas civis estão sempre em estado de repouso (velocidade e 
aceleração nulas). Portanto, “a força resultante em uma estrutura deve ser 
nula”. 
Lembre-se que uma força é uma grandeza vetorial, com intensidade, 
direção e sentido. Para o caso de quadros planos, a imposição de resultante de 
força nula fornece duas condições para o equilíbrio global da estrutura. 
 
Somatório de forças na direção horizontal deve ser nulo: 
∑ 
 
Somatório de forças na direção vertical deve ser nulo: 
∑ 
 
Uma estrutura tem dimensões grandes e tem comportamento diferente de 
uma partícula sem dimensão. Além disso, as cargas atuam em uma estrutura 
em vários pontos de aplicação. Nesse caso, a ação à distância de uma força 
deve ser considerada. O efeito de uma força F atuando à distância h é chamado 
de momento: M = F x h. 
 
 
Assim, a 2ª lei de Newton, para estruturas em repouso, pode ser 
estendida para momentos: “o momento resultante em uma estrutura deve ser 
nulo”. No caso de quadros planos, isso resulta em mais uma condição para o 
equilíbrio global da estrutura: 
∑ 
 
Essa condição de equilíbrio garante que o corpo não vai girar. 
 
 
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Estruturas civis se deformam quando submetidas a solicitações (cargas, 
etc.). Mas as deformações e os deslocamentos de estruturas são muito 
pequenos, a ponto de serem desprezados quando são impostas condições de 
equilíbrio. Isto é, as condições de equilíbrio são impostas para a geometria 
original (indeformada) da estrutura. Esta hipótese é chamada de hipótese de 
pequenos deslocamentos. 
 
Tipos de apoio 
 
Em um modelo estrutural, as ligações com o meio externo têm que ser 
especificadas. Isso é feito através de restrições de apoios, também 
denominadas vínculos externos. Em um quadro plano, um apoio pode 
restringir o deslocamento horizontal x, o deslocamento vertical y, ou a rotação z 
no ponto da estrutura onde está posicionada. 
Além disso, um apoio pode impedir cada componente de deslocamento ou 
rotação em separado, aos pares, ou todos juntos. Os tipos mais comuns de 
apoios estão indicados abaixo, onde também estão indicadas as suas 
representações no modelo estrutural. 
 
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1° gênero: impede movimento linear em 1 direção; 
2° gênero: impede movimento linear nas 2 direções; 
3° gênero: impede movimento linear nas 2 direções + a rotação em 
torno do próprio ponto. 
 
Cada restrição de apoio está associada a uma reação de apoio, que é a 
força ou momento que o vínculo externo exerce sobre a estrutura. O 
impedimento a um deslocamento está associado ao aparecimento de uma 
reação força. O impedimento de uma rotação está associado ao aparecimento 
de uma reação momento. 
Dessa forma, um apoio do 1º gênero está associado a uma reação força 
vertical. Um apoio do 2º gênero está associado está associado a uma reação 
força horizontal e uma reação força vertical. Um engaste está associado a três 
reações de apoio: uma reação força horizontal, uma reação força vertical e uma 
reação momento. 
 
 
 
 
 
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Esforços solicitantes 
 
Os quatro principais esforços internos de uma estrutura são a normal 
(N), a cortante (C), o momento fletor (M) e o Momento Torçor (T). 
 
 
Podemos definir esforço normal em uma seção de corte como sendo a 
soma algébrica das componentes de todas as forças externas na direção 
perpendicular à referida seção (seção transversal), ou seja, todas as forças de 
um dos lados isolado pelo corte na direção do eixo x. 
O esforço normal será considerado positivo quando alonga a fibra 
longitudinal (tração) e negativo no caso de encurtamento (compressão). 
 
 
 
Podemos definir esforço cortante em uma seção de referência como a 
soma vetorial das componentes do sistema de forças de um dos lados do corte 
(referência), sobre o plano da seção considerada. 
O efeito do esforço cortante é o de provocar o deslizamento no sentido 
do esforço de uma seção sobre a outra infinitamente próxima acarretando o 
corte ou cisalhamento da estrutura. 
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Seja ( ) a carga distribuída na estrutura, define-se o esforço cortante 
como: 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
O momento fletor em uma seção de referência como a soma vetorial 
dos momentos provocados pelas forças externas de um dos lados da referência 
em relação aos eixos contidos pela seção de referência (eixos y e z). 
O efeito do momento fletor é provocar o giro a seção tranversal em torno 
de um eixo contido pela própria seção. As fibras de uma extremidade são 
tracionadas enquanto que na outra são comprimidas. 
 
O momento fletor Mz é considerado positivo quando traciona as fibras 
de baixo da estrutura (caso mais comum) e My é positivo quando traciona as 
fibras internas (no caso da esquerda)da estrutura. 
 
O momento é calculado pela integral da cortante na estrutura. 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
 
Se denomina momento torsor ao componente paralelo ao eixo 
longitudinal do momento de força resultante de uma distribuição de tensões 
sobre uma seção transversal de prisma mecânico. 
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O momento torsor representa a soma algébrica dos momentos gerados 
por cargas contidas ou que possuam componentes a um plano coincidente com 
a seção, perpendicular a um determinado eixo. Em outras palavras, o momento 
torsor é a soma algébrica dos momentos, em relação a um eixo perpendicular 
ao plano da secção e passando pelo seu centro de gravidade, das forças 
exteriores situadas de um mesmo lado desta secção, e o seu efeito é o de 
torcer a secção em torno da normal. 
O momento torsor pode ainda ser definido em uma seção de referência 
como a soma algébrica das componentes dos momentos das forças externas de 
um dos lados da referência em relação ao eixo longitudinal da peça 
(considerada, por convenção, seu eixo x). 
 
 
 
104. (Cespe – TRE/RJ – 2012) O sistema estrutural na forma de 
grelha não está sujeito a esforços de torção, uma vez que a 
direção das cargas que atuam sobre eles é transversal ao seu 
plano. 
 
Resolução: 
 O sistema estrutural na forma de grelha está sujeito a três esforços: 
esforço cortante, momento fletor e momento torsor. As cargas atuam 
perpendicular ao plano da estrutura. 
 
Gabarito: E 
 
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Quadro resumo 
 
 
 
*Q é o esforço cortante 
 
 
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Com base nas figuras 1 e 2 acima, que representam a estrutura isostática 
de uma viga biapoiada com carregamento concentrado e uniformemente 
distribuído, respectivamente, julgue os próximos itens. 
 
105. (Cespe – Inmetro – 2009) Para o caso da viga biapoiada com 
carregamento concentrado, se a carga for deslocada em direção 
ao ponto B (para a direita) a uma distância equivalente a 10% do 
tamanho total da viga, a reação no ponto B aumentará em 20%. 
 
Resolução: 
 Vamos calcular a reação em B em ambos os casos. Inicialmente: 
 
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Das equações de equilíbrio, sabemos que o somatório do momento no 
eixo z no ponto A é igual a zero. 
∑ 
 
 
 Agora calcularemos no segundo caso: 
 
∑ 
 
 
De fato observamos que aumentou 20%. 
 
Gabarito: C 
 
106. (Cespe – Inmetro – 2009) Os diagramas de momento fletor e 
as reações nos apoios A e B são iguais para os dois casos. 
 
Resolução: 
 Vamos desenhar os diagramas em ambos os casos. Na viga 1: 
 
Das equações de equilíbrio, sabemos que o somatório do momento no 
eixo z no ponto A é igual a zero. 
∑ 
 
 
∑ 
 
 
 
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Calculando o momento da esquerda para a direita, partindo de A. 
1º trecho: entre A e o meio da viga 
 ( ) 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
 ( ) ∫ 
 
 
 
 ( ) 
 ( ) 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
 ( ) ∫ 
 
 
 
 ( ) 
 ( ) 
 Da simetria sabemos que a outra metade é espelhada, então: 
 
 
Agora calcularemos para a segunda viga. Da simetria, vemos que metade 
da carga vai para cada apoio, assim: 
 
 
 
 
 
 
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Calculando o momento da esquerda para a direita, partindo de A. 
 ( ) 
 
 
 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
 ( ) ∫ 
 
 
 
 ( ) 
 ( ) 
 ( ) ∫ ( ) 
 
 
 
 ( ) ∫ 
 
 
 
 ( ) 
 
 
 
 
Logo os diagramas não são iguais. 
 
Gabarito: E 
 
 
 
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Estaticidade 
 
A análise do tipo de uma estrutura extrapola o simples contar do número 
de incógnitas com o número de equações, visto que no caso de estruturas 
hiperestáticas essa análise é mais complexa. Lembre-se que temos sempre as 
três equações de equilíbrio: 
∑ 
∑ 
∑ 
 
As estruturas podem ser classificadas em isostáticas, hipostáticas e 
hiperestáticas. Toda estrutura é dita isostática quanto esta possui vínculos 
suficientes para garantir a sua total imobilidade. 
 
Neste exemplo temos três equações (de equilíbrio) e três incógnitas. 
 
Toda estrutura é dita hipostática quanto esta não possui vínculos 
suficientes para garantir a sua total imobilidade. 
 
Veja agora que o apoio A permite deslocamentos horizontais, assim temos 
duas reações e , e a estrutura não possui equilíbrio. 
 
A estrutura é dita hiperestática quanto possui vínculos em abundância 
para garantir a sua total imobilidade. Quando não é possível a determinação de 
todos os esforços externos e internos apenas com a aplicação das equações das 
equações de equilíbrio da Mecânica Geral recorre-se a equações de 
compatibilidade das deformações. 
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Incógnitas hiperestáticas (ou redundantes): são os esforços externos ou 
internos que existem a mais do que aqueles que podem ser determinados com 
as equações de equilíbrio. 
Hiperestaticidade externa: é o número de reações de apoio superior a 
três. 
Hiperestaticidade interna: é o número de incógnitas hiperestáticas 
supondo conhecidas todas as reações. Ocorre em geral quando um conjunto de 
barras não todas articuladas entre si, formam uma poligonal fechada. 
Hiperestaticidade total: é a soma da externa mais a interna. 
Veja que no exemplo abaixo (com quatro reações) o apoio B é 
“desnecessário” ao equilíbrio da estrutura. 
 
 
Mostra-se relevante lembrar o conceito de rótula em estruturas. A rótula 
são descontinuidades criadas para anular os momentos fletores em 
determinados pontos. Essas estruturas são as chamadas vigas Gerber e sua 
maior aplicação é em pontes. 
 
 
A viga Vierendeel é um sistema estrutural formado por barras que se 
encontram em pontos denominados nós, assim como as treliças. É como se 
dentro de um quadro rígido (com todas as articulações enrijecidas), formado 
por uma viga superior e uma inferior, fossem colocados montantes, e a 
influência de uma barra em outra provoca a diminuição nas suas deformações 
e, em consequência, nos esforços atuantes, permitindo que o conjunto possa 
receber um carregamento maior ou vencer um vão maior. 
As barras horizontais da viga Vierendeel são chamadas de membruras e 
as verticais, montantes. A membrura superior e os montantes estão sujeitos a 
esforços de compressão simples, a momento fletor e a força cortante. Já a 
membrura inferior a tração simples, a momento fletor e a força cortante. 
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Por sua exigência por nós rígidos, é interessante a utilização de materiais 
que facilitam a execução de vínculos rígidos. O aço, com seção tubular 
retangular, é o mais indicado, assim como, quando utilizado concreto armado, 
as seções retangulares são recomendadas pela maior facilidade da execução, 
porém não deixa de ser um trabalho de fôrma extremamente difícil. 
 
São muito utilizadas quando se exige grandes vazios na alma, para 
passagem de tubulações ou de ventilação e iluminação, ou ainda para tornar 
vigas de grande porte visualmente mais leves, podendo sustentar ao mesmo 
tempo coberturas (na membrura superior) e pisos (na membrura inferior. 
 
Uma estrutura é classificada segundo seu grau de estaticidade (g), que 
relacionará as reaçõesde apoio, rótulas e as forças empregadas sobre a 
estrutura. O grau de estaticidade pode ser interno e/ou externo. 
No mais, para determiná-lo vamos tomar por base a seguinte fórmula: 
 ∑ ∑ 
 
r é o número de reações de apoio; 
i é o número de esforços internos na seção do elemento; 
m é o número de membros ou de elementos da estrutura; 
e é o número de equações de equilíbrio da estática aplicáveis a cada nó 
na estrutura; 
n é o número de nós da estrutura; 
nr é o número de equações adicionais, devidas às seções rotuladas. 
A análise dos resultados obtidos para g são a questão fundamental para o 
tipo de estrutura que se quer construir: 
 Se g < 0 Estrutura hipostática 
 Se g = 0 Estrutura isostática 
 Se g > 0 Estrutura hiperestática 
 
 
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107. (Cespe – MPU – 2010) A viga vierendeel é um sistema 
estrutural composto de barras resistentes na forma de quadros, 
cujos nós são articulados. 
 
Resolução: 
 Vigas Vierendeel são as vigas-quadro, portanto possuem ligações 
rígidas. São mais deformáveis que as vigas treliças planas e resistem a 
esforços de normais, cortantes e flexão. 
 
Gabarito: E 
 
108. (Cespe – MP – 2012) As vigas-quadro são mais deformáveis 
que as vigas treliçadas planas e são recomendadas quando são 
necessários grandes vazios na alma para passagem de tubulações. 
 
Resolução: 
 As vigas-quadro são muito utilizadas quando se exige grandes vazios na 
alma, para passagem de tubulações ou de ventilação e iluminação, ou ainda 
para tornar vigas de grande porte visualmente mais leves, podendo sustentar 
ao mesmo tempo coberturas (na membrura superior) e pisos (na membrura 
inferior. 
 
Gabarito: C 
 
Uma estrutura composta de barras e nós (os vínculos podem ser 
representados por barras) é uma treliça. Chamando de b o número de barras e 
n o número de nós (apoio móvel substituído por uma barra e o fixo por duas) 
tem-se: 
 b < 2n treliça indeterminada ou móvel 
 b = 2n treliça isostática 
 b > 2n treliça hiperestática 
 
A expressão b = 2n é necessária, mas não suficiente para a determinação 
geométrica de uma treliça. Existem “casos excepcionais” em que as treliças 
apresentam mobilidade apesar de verificada a expressão b = 2n. Os casos mais 
simples de excepcionalidade podem ser reconhecidos intuitivamente e os mais 
complexos, através do determinante dos coeficientes do sistema de equações 
de equilíbrio ∆ = 0 (bastante trabalhoso). 
 
 
Observe que são necessárias 3 vinculações de apoio, portanto, internamente 
→ bint = 2n - 3 
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109. (Cespe – MPU – 2010) Quanto à estaticidade, uma treliça 
pode ser hipostática, isostática ou hiperestática. Sendo R o 
número de reações de apoio a determinar, B o número de barras 
(igual ao número de esforços normais a determinar) e N o número 
total de nós em uma treliça plana, na situação em que R + B > 2 × 
N, não é possível concluir que a treliça seja hiperestática. 
 
Resolução: 
 A afirmação está correta! Veja que temos: 
 
 
Como o menor valor possível para r é três, não é possível concluir que a 
treliça seja hiperestática. 
 
Gabarito: C 
 
 
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4) Meio Ambiente 
 
a) Licenciamento Ambiental 
 
Planejamento é uma ferramenta de gestão. É um processo de 
organização de tarefas para se chegar a um fim, com fases características e 
sequenciais que, em geral, estão na seguinte ordem: 
 Identificar o objeto do planejamento; 
 Criar uma visão sobre o assunto; 
 Definir o objetivo do planejamento; 
 Determinar uma missão ou compromisso para se atingir o objetivo 
do planejamento; 
 Definir políticas e critérios de trabalho; 
 Estabelecer metas; 
 Desenvolver um plano de ações necessárias para se atingir as 
metas e cumprir a missão e objetivos; 
 Estabelecer um sistema de monitoramento, controle e análise das 
ações planejadas; 
 Definir um sistema de avaliação sobre os dados controlados e, 
finalmente, 
 Prever a tomada de medidas para prevenção e correção quanto aos 
desvios que poderão ocorrer em relação ao plano. 
 
Assim, Planejamento ambiental é a organização do trabalho de uma 
equipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os impactos 
resultantes, que afetam negativamente o ambiente em que vivemos, 
sejam minimizados e que, os impactos positivos, sejam maximizados. 
Então, o primeiro passo para um bom planejamento ambiental é o seu 
correto licenciamento ambiental, sendo esse instrumento fundamental na 
busca do desenvolvimento sustentável. Sua contribuição é direta e visa a 
encontrar o convívio equilibrado entre a ação econômica do homem e o 
meio ambiente onde se insere. Busca-se a compatibilidade do 
desenvolvimento econômico e da livre iniciativa com o meio ambiente, dentro 
de sua capacidade de regeneração e permanência. 
A qualidade do licenciamento ambiental depende, em grande parte, 
da disponibilidade e da produção de informação básica acerca dos recursos 
naturais (solos, minerais, fauna, flora, ecossistemas, dentre outros) de uma 
determinada região configurando ainda o licenciamento um relevante 
instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), regida pela 
lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, destacaremos a seguir os artigos 
mais prováveis de serem contemplados no certame: 
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
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I. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a 
ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo; 
II. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
III. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
V. Controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
VI. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas 
para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
VIII. Recuperação de áreas degradadas; 
IX. Proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X. Educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente. 
 
 
 
 Do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 
 Art. 8º Compete ao CONAMA: 
I. Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios 
para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo 
IBAMA; 
II. Determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos 
das alternativas e das possíveis consequências ambientais de 
projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, 
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as 
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de 
impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras 
ou atividades de significativa degradação ambiental, 
especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional; 
III. (REVOGADO); 
IV. (VETADO); 
V. Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou 
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, 
em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito;VI. Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de 
controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e 
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
VII. Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e 
à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao 
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uso racional dos recursos ambientais, principalmente os 
hídricos. 
 
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem 
prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama. 
 
Como isso cai? 
 
110. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca de licenciamento ambiental 
e avaliação de impacto ambiental, julgue o item que se segue. 
 
A avaliação de impactos ambientais no Brasil é instrumento 
previsto na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e 
não se encontra regulada por normas específicas sobre formas de 
identificação, análise e previsão de impactos, ao contrário do 
instrumento de licenciamento de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras, que possui definição legal e diversas 
normas técnicas estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA). 
Resolução: 
 Está correto, veja o que diz a Lei 6.938/81 em seu artigo 9º: 
 Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I. O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II. O zoneamento ambiental; 
III. A avaliação de impactos ambientais; 
IV. O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras; 
V. Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação 
ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade 
ambiental; 
VI. A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo 
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; 
VII. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
VIII. O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental; 
IX. As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção 
da degradação ambiental. 
X. A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser 
divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
XI. A garantia da prestação de informações relativas ao Meio 
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando 
inexistentes; 
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XII. O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente 
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. 
XIII. Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão 
ambiental, seguro ambiental e outros. 
 
 Lembrando o já visto na aula de hoje no Art. 8º, inciso I da mesma lei, 
que compete ao CONAMA: Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e 
critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
 
 Gabarito: C 
 
 Avaliação dos Riscos Ambientais 
 
 A NBR ISO 14.001 recomenda que as avaliações ambientais em 
organizações tenham a seguinte abrangência: 
a) Requisitos legais e regulamentares; 
b) Identificação dos aspectos ambientais significativos; 
c) Exame de todas as práticas e procedimentos de gestão ambiental 
existentes; 
d) Avaliação das informações provenientes de investigações de incidentes 
anteriores. 
 
 É recomendado que, em todos os casos, sejam levadas em consideração 
as operações normais e anormais da organização, bem como as potenciais 
condições de emergência. 
 Uma abordagem apropriada da avaliação ambiental inicial pode incluir 
listas de verificação, entrevistas, inspeções e medições diretas, resultados de 
auditorias anteriores ou outras análises, dependendo da natureza das 
atividades. 
 É recomendado ainda que o processo para a identificação dos aspectos 
ambientais significativos associados às atividades das unidades operacionais 
considere, quando pertinente, 
a) Emissões atmosféricas; 
b) Lançamentos em corpos d’água; 
c) Gerenciamento de resíduos; 
d) Contaminação do solo; 
e) Uso de matérias-pRIMAs e recursos naturais; 
f) Outras questões locais relativas ao meio ambiente e à comunidade. 
 
 É recomendado ainda que o processo considere as condições normais de 
operação e as de parada e partida, bem como o potencial de impactos 
significativos associados a situações razoavelmente previsíveis ou de 
emergência. 
 A Constituição Federal previu, em seu art. 225, que “todos têm direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
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presentes e futuras gerações.” Com isso, o meio ambiente tornou-se 
direito fundamental do cidadão, cabendo tanto ao governo quanto a cada 
indivíduo o dever de resguardá-lo. 
 A defesa do meio ambiente apresenta-se também como princípio 
norteador e inseparável da atividade econômica na Constituição Federal. Desse 
modo, não são admissíveis atividades da iniciativa privada e pública que 
violem a proteção do meio ambiente. 
 A previsão do licenciamento na legislação ordinária surgiu com a edição 
da Lei 6.938/81, que em seu art. 10 estabelece: 
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente 
poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento 
por órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional 
do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama, em caráter 
supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. 
 
 A Resolução Conama 237/97 traz o seguinte conceito de licenciamento 
ambiental: 
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a 
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de 
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente 
poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental, considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. 
 
 Por procedimento entende-se um encadeamento de atos que visam a 
um fim: a concessão da licença ambiental. Esse procedimento é conduzido 
no âmbito do Poder Executivo, na figura de seus órgãos ambientais nas 
várias esferas, e advém do regular exercício de seu poder de polícia 
administrativa. 
 A licença ambiental é, portanto, uma autorização emitida pelo órgão 
público competente. Ela é concedida ao empreendedor para que exerça seu 
direito à livre iniciativa, desde que atendidas as precauções requeridas, a fim de 
resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Importante notar que, devido à natureza autorizativa da licença ambiental, 
essa possui caráter precário. Exemplo disso é a possibilidade legal de a 
licença ser cassada caso as condições estabelecidas pelo órgão 
ambiental não sejam cumpridas. 
 
 Competências 
 A Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, fixou normas 
para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum 
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relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio 
ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação 
das florestas, da fauna e da flora .Constituiação administrativa da União, de 
acordo com o estabelecido no inciso XIV do art. 7° da Lei Complementar nº 
140/11, promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) Localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país 
limítrofe; 
b) Localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma 
continental ou na zona econômica exclusiva; 
c) Localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) Localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas 
pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) Localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) De caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos 
termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e 
emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar 
nº 97, de 9 de junho de 1999; 
g) Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que 
utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, 
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou 
h) Que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a 
partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a 
participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e 
natureza da atividade ou empreendimento. 
 
 Constitui ação administrativa dos Estados, de acordo com o estabelecido 
no inciso XIV do art. 8º da Lei Complementar nº 140/11, promover o 
licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de 
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob 
qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos 
Arts. 7º e 9º, que definem as ações de competência da União e dos Municípios, 
respectivamente. Constitui também ação administrativa dos Estados 
promoverem o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos 
localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo 
Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). 
 Constitui ação administrativa dos Municípios, de acordo com o 
estabelecido no inciso XIV do art. 9º da Lei Complementar nº 140/11, promover 
o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a) Que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, 
conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de 
Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e 
natureza da atividade; ou 
b) Localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, 
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
 
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 A inexistência de órgão ambiental capacitado ou de conselho 
municipal de meio ambiente ativo dará ensejo à instauração da 
competência supletiva do Estado para o desempenho das ações 
administrativas municipais até a sua criação e pleno funcionamento. 
 
Tipos de Licenças Ambientais 
 
 O licenciamento é composto por três tipos de licença: prévia, de 
instalação e de operação. Cada uma refere-se a uma fase distinta do 
empreendimento e segue uma sequência lógica de encadeamento. Essas 
licenças, no entanto, não eximem o empreendedor da obtenção de outras 
autorizações ambientais específicas junto aos órgãos competentes, a 
depender da natureza do empreendimento e dos recursos ambientais 
envolvidos. Atividades que se utilizam de recursos hídricos, por exemplo, 
também necessitarão da outorga de direito de uso desses, conforme os 
preceitos constantes da Lei 9.433/97, que institui a Política Nacional de 
Recursos Hídricos. Outros exemplos de autorizações e licenças específicas são 
apresentados a seguir: 
 Concessão de licença de instalação para atividades que incluam 
desmatamento depende também de autorização específica do órgão 
ambiental 
 Autorização para supressão de área de preservação permanente 
para a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade 
pública ou interesse social. 
 Licença para transportar e comercializar produtos florestais. 
 Licença para construção e autorização para operação de 
instalações nucleares e transferência da propriedade ou da posse de 
instalações nucleares e comércio de materiais nucleares; 
 Autorização para queimada controlada em práticas agropastoris e 
florestais; 
 Concessões das agências reguladoras, como por exemplo, 
autorização para exploração de centrais hidrelétricas até 30MW e 
autorização para implantação, ampliação ou repotenciação de centrais 
geradoras termelétricas, eólicas e de outras fontes alternativas de 
energia. 
 
 As licenças não são exigidas para todo e qualquer empreendimento. 
A Lei 6.938/81 determina a necessidade de licenciamento para as atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva e potencialmente 
poluidoras, bem como as capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental. 
 A Resolução Conama 237/97 traz, em seu Anexo I, um rol de atividades 
sujeitas ao licenciamento ambiental. Para as atividades lá listadas, o 
licenciamento é essencial. No entanto, essa relação é exemplificativa e não 
pretende esgotar todas as possibilidades, o que seria impossível, mas funciona 
como norteador para os empreendedores. Atividades comparáveis ou com 
impactos de magnitude semelhante têm grande probabilidade de também 
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necessitarem de licenciamento. Novamente, a consulta ao órgão ambiental 
elucidará essa dúvida. 
 Muitas vezes, o empreendedor acaba também procurando o órgão 
ambiental por exigência de outros órgãos da administração pública 
responsáveis por autorizações de atividades em geral, tais como: 
 Prefeituras, para loteamentos urbanos e construção civil em geral; 
 INCRA, para atividades rurais; 
 DNER e DER, para construção de rodovias; 
 DNPM, para atividade de lavra e/ou beneficiamento mineral; 
 IBAMA ou órgão ambiental estadual, para desmatamento. 
 
 
111. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca de licenciamento ambiental 
e avaliação de impacto ambiental, julgue o item que se segue. 
 
Alguns empreendimentos, como aqueles relacionados à indústria 
de papel e celulose, são dispensados de licenciamento ambiental 
pelo CONAMA. 
 
Resolução: 
 Errado, indústria de papel e celulose estão inclusas no item XII do art. 
2 da resolução Nº 001, de 23 de janeiro de 1986, observe: 
Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e 
respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à 
aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA e em caráter supletivo, o 
licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: 
I. Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; 
II. Ferrovias; 
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV. Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-
Lei nº 32, de 18.11.66; 
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários 
de esgotos sanitários; 
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; 
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais 
como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de 
saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, 
drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de 
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
VIII. Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX. Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código 
de Mineração; 
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos 
tóxicos ou perigosos; 
XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de 
energia primária, acima de 10MW;Manual de Engenharia Civil para Concursos 
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XII. Complexo e unidades industriais e agroindustriais 
(petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de 
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); 
XIII. Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; 
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima 
de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas 
significativas em termos percentuais ou de importância do 
ponto de vista ambiental; 
XV. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos 
municipais e estaduais competentes; 
XVI. Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade 
superior a dez toneladas por dia. 
 
 Preste bem atenção nas quantidades mínimas que destaquei em 
negrito em alguns itens, a CESPE gosta de explorar esse tipo de informação 
em suas questões. 
 
 Gabarito: E 
 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
 
 O estudo de impacto ambiental (EIA) é o exame necessário para o 
licenciamento de empreendimentos com significativo impacto ambiental. Apesar 
de a Resolução Conama 01/86, em seu art. 2º, listar, a título exemplificativo, 
os casos de empreendimentos ou atividades sujeitas ao EIA e ao RIMA, caberá 
ao órgão ambiental competente identificar as atividades e os empreendimentos 
causadores de “impactos significativos”. 
 Cabe salientar que o termo “significativo” é alvo de grande 
subjetividade. Contudo, seria impossível o estabelecimento de um critério 
objetivo único que pudesse vigorar em todo o território nacional. O que é 
significativo, importante, relevante, em um grande centro, poderá não ter a 
mesma significação na zona rural. 
 Há empreendimentos perfeitamente suportáveis, do ponto de vista do 
controle ambiental, em certos lugares, mas absolutamente inadmissíveis em 
outros. 
 O EIA deve ser elaborado por profissionais legalmente habilitados 
e deve: 
i. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização 
de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do 
projeto; 
ii. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais 
gerados nas fases de implantação e operação da atividade; 
iii. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou 
indiretamente afetados pelos impactos, denominados área de 
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia 
hidrográfica na qual se localiza; 
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iv. Considerar os planos e programas governamentais propostos e 
em implantação na área de influência do projeto e sua compatibilidade. 
 
112. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca de licenciamento ambiental 
e avaliação de impacto ambiental, julgue o item que se segue. 
 
Para a finalidade de licenciamento ambiental, a Resolução 
CONAMA n.º 1/1986 estabelece que o estudo de impacto 
ambiental (EIA) deverá conter o diagnóstico ambiental da área de 
influência do projeto avaliado, completa descrição e análise dos 
recursos ambientais e suas interações, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área antes da implantação do projeto. 
 
Resolução: 
 Caro aluno, veja o que diz a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de 
janeiro de 1986 em seu Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental 
desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: 
I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto 
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas 
interações, tal como existem, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, 
considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando 
os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os 
corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as 
correntes atmosféricas; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a 
flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade 
ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de 
extinção e as áreas de preservação permanente; 
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos 
da água e a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos 
arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações 
de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e 
a potencial utilização futura desses recursos. 
 
II. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas 
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e 
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, 
discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e 
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas 
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e 
benefícios sociais. 
III. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, 
entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento 
de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. 
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IV. Elaboração do programa de acompanhamento e 
monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os 
fatores e parâmetros a serem considerados). 
 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto 
Ambiental o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o 
Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, 
pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área 
 
 Gabarito: C 
 
Relatório De Impacto Ambiental – RIMA 
 
 O RIMA é exigido nos mesmos casos em que se exige o EIA. 
Diferentemente do que vem ocorrendo em muitos casos, o RIMA não é, e nem 
deve ser, um resumo do EIA. 
 O EIA e o RIMA são dois documentos distintos com focos diferenciados. O 
EIA tem como objeto o diagnóstico das potencialidades naturais e 
socioeconômicas, os impactos do empreendimento e as medidas destinadas a 
mitigação, compensação e controle desses impactos. 
 Já o RIMA oferece informações essenciais para que a população tenha 
conhecimento das vantagens e desvantagens do projeto e as consequências 
ambientais de sua implementação. Em termos gerais, pode-se dizer que o EIA é 
um documento técnico e que o RIMA é um relatório gerencial. 
 O RIMA deve conter, de acordo com os incisos I a VIII do art. 9º da 
Resolução Conama 01/86: 
I. Os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e sua 
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas 
governamentais; 
II. A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e 
locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de 
construção e operação, a área de influência, as matérias pRIMAs e 
mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica 
operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia 
e os empregos diretos e indiretos a serem gerados; 
III. A síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da 
área de influência do projeto; 
IV. A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e da 
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os 
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando 
métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, 
quantificação e interpretação; 
V. A caracterização da qualidade ambiental futura da área de 
influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto 
e suas alternativas e a hipótese de sua não-realização; 
VI. A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras 
previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles 
que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado; 
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VII. O programa de acompanhamento e monitoramentodos impactos; 
VIII. A recomendação quanto à alternativa mais favorável 
(conclusões e comentários de ordem geral). 
 
113. (Cespe – AGU – 2007) O estudo de impacto ambiental (EIA) 
e o seu relatório (RIMA) são documentos técnicos de caráter 
sigiloso, de forma a impedir danos às empresas concorrentes da 
obra pública em estudo. 
 
Resolução: 
 Errado. Tanto o EIA como o RIMA tem caráter Público. Os estudos 
ambientais em nada afetam a competitividade da obra pública em estudo, visto 
que as informações que são repassadas a todos são de cunho ambiental. 
 
 Gabarito: E 
 
114. (Cespe – JF - 2007) A exigência, ou não, de EIA decorre 
sempre da discricionariedade do administrador, que deve 
verificar, em cada caso, o grau de ofensividade ambiental do 
empreendimento proposto e determinar, se necessária, a 
formação do EIA e do RIMA. 
 
Resolução: 
 Está Errado. Em algumas atividades independente do porte exigem EIA e 
RIMA independentemente da discricionariedade do administrador. 
 
Gabarito: E 
 
115. (Cespe – JF - 2007) A licença prévia é um instrumento pelo 
qual a administração atesta a viabilidade da obra ou da atividade, 
mas a sua expedição independe de EIA e de RIMA, visto que, por 
ela, ainda não se acha autorizada a operação do empreendimento. 
 
Resolução: 
 Errado. Para as atividades consideradas efetivamente ou potencialmente 
causadoras de significativa degradação ambiental, a concessão da licença prévia 
dependerá de aprovação de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo 
relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA). 
 
 Gabarito: E 
 
116. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca de licenciamento ambiental 
e avaliação de impacto ambiental, julgue o item que se segue. 
O processo de licenciamento ambiental é composto por um grupo 
de três licenças: licença prévia, licença de instalação e licença de 
operação. Essas licenças são complementares e interdependentes. 
 
Resolução: 
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 Correto. Para cada etapa do processo de licenciamento ambiental, é 
necessária a licença adequada: no planejamento de um empreendimento ou de 
uma atividade, a licença prévia (LP); na construção da obra, a licença de 
instalação (LI) e na operação ou funcionamento, a licença de operação (LO). 
 
 LICENÇA PRÉVIA – LP 
 A LP deve ser solicitada na fase preliminar do planejamento da atividade. 
É ela que atestará a viabilidade ambiental do empreendimento, aprovará sua 
localização e concepção e definirá as medidas mitigadoras e compensatórias 
dos impactos negativos do projeto. Sua finalidade é definir as condições com as 
quais o projeto torna-se compatível com a preservação do meio ambiente que 
afetará. É também um compromisso assumido pelo empreendedor de que 
seguirá o projeto de acordo com os requisitos determinados pelo órgão 
ambiental. 
 Para as atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de 
significativa degradação ambiental, a concessão da licença prévia dependerá de 
aprovação de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório 
de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA). Esses instrumentos 
também são essenciais para solicitação de financiamentos e obtenção de 
incentivos fiscais. 
 Durante o processo de obtenção da licença prévia, são analisados diversos 
fatores que definirão a viabilidade ou não do empreendimento que se pleiteia. É 
nessa fase que: 
 São levantados os impactos ambientais e sociais prováveis do 
empreendimento; 
 São avaliadas a magnitude e a abrangência de tais impactos; 
 São formuladas medidas que, uma vez implementadas, serão capazes de 
eliminar ou atenuar os impactos; 
 São ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes; 
 São ouvidos órgãos e entidades setoriais, em cuja área de atuação se 
situa o empreendimento; 
 São discutidos com a comunidade, caso haja audiência pública, os 
impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras e 
compensatórias; e 
 É tomada a decisão a respeito da viabilidade ambiental do 
empreendimento, levando-se em conta sua localização e seus prováveis 
impactos, em confronto com as medidas mitigadoras dos impactos 
ambientais e sociais. 
 
 O prazo de validade da Licença Prévia deverá ser, no mínimo, igual 
ao estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e 
projetos relativos ao empreendimento ou atividade, ou seja, ao tempo 
necessário para a realização do planejamento, não podendo ser 
superior a cinco anos. 
 
 LICENÇA DE INSTALAÇÃO – LI 
 Após a obtenção da licença prévia, inicia-se então o detalhamento do 
projeto de construção do empreendimento, incluindo nesse as medidas de 
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controle ambiental determinadas. Antes do início das obras, deverá ser 
solicitada a licença de instalação junto ao órgão ambiental, que verificará se o 
projeto é compatível com o meio ambiente afetado. Essa licença dá validade à 
estratégia proposta para o trato das questões ambientais durante a fase de 
construção. 
 Ao conceder a licença de instalação, o órgão gestor de meio ambiente 
terá: 
 Autorizado o empreendedor a iniciar as obras; 
 Concordado com as especificações constantes dos planos, programas 
e projetos ambientais, seus detalhamentos e respectivos cronogramas 
de implementação; 
 Verificado o atendimento das condicionantes determinadas na licença 
prévia; 
 Estabelecido medidas de controle ambiental, com vistas a garantir 
que a fase de implantação do empreendimento obedecerá aos padrões 
de qualidade ambiental estabelecidos em lei ou regulamentos; 
 Fixado as condicionantes da licença de instalação (medidas 
mitigadoras e/ou compensatórias). 
 
 O órgão ambiental realizará o monitoramento das condicionantes 
determinadas na concessão da licença. O acompanhamento é feito ao longo 
do processo de instalação e será determinado conforme cada empreendimento. 
 O prazo de validade da licença de instalação será, no mínimo, igual ao 
estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a seis anos. 
 
 LICENÇA DE OPERAÇÃO – LO 
 A licença de operação autoriza o interessado a iniciar suas atividades. 
Tem por finalidade aprovar a forma proposta de convívio do empreendimento 
com o meio ambiente e estabelecer condicionantes para a continuidade da 
operação. 
 Sua concessão é por tempo finito. A licença não tem caráter 
definitivo e, portanto, sujeita o empreendedor à renovação, com 
condicionantes supervenientes. O prazo de validade da licença de operação 
deverá considerar os planos de controle ambiental e será, em regra, de, no 
mínimo, quatro anos e, no máximo, dez anos. 
 Cada ente da federação determinará, dentro desse limite, seus prazos. O 
ideal é que esse prazo termine quando terminarem os programas de controle 
ambiental, o que possibilitará uma melhor avaliação dos resultados bem como a 
consideração desses resultados no mérito da renovação da licença. No entanto, 
o órgão ambiental poderá estabelecer prazos de validade específicos para a 
licença de operação de empreendimentos que, por sua natureza e 
peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos 
inferiores. 
 A renovação da LO deverá ser requerida pelo empreendedor com 
antecedência mínima de 120 dias do prazo de sua expiração. O pedido de 
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renovação deverá ser publicado no jornal oficial do estado e em um periódico 
regional ou local de grande circulação. 
 Caso o órgão ambiental não conclua a análise nesse prazo, a licença 
ficará automaticamente renovada até sua manifestação definitiva. Na 
renovação da licença de operação, é facultado ao órgão ambiental, mediante 
justificativa, aumentar ou reduzir seu prazo de validade, mantendo os limites 
mínimo e máximo dequatro e dez anos. A decisão será tomada com base na 
avaliação do desempenho ambiental da atividade no período anterior. 
 A licença de operação possui três características básicas: 
 É concedida após a verificação, pelo órgão ambiental, do efetivo 
cumprimento das condicionantes estabelecidas nas licenças 
anteriores (prévia e de instalação); 
 Contém as medidas de controle ambiental (padrões ambientais) 
que servirão de limite para o funcionamento do empreendimento ou 
atividade; e 
 Especifica as condicionantes determinadas para a operação do 
empreendimento, cujo cumprimento é obrigatório, sob pena de 
suspensão ou cancelamento da operação. 
 
 Gabarito: C 
 
117. (Cespe – JF - 2007) O licenciamento ambiental é um 
procedimento por meio do qual o Estado desenvolve seu poder de 
polícia no âmbito preventivo, exercendo o controle prévio sobre 
atividades potencialmente causadoras de dano ao meio ambiente. 
 
Resolução: 
 Certo. A licença prévia possui extrema importância no atendimento ao 
princípio da prevenção. Esse princípio se desenha quando, diante da ineficácia 
ou pouca valia em se reparar um dano e da impossibilidade de se recompor 
uma situação anterior idêntica, a ação preventiva é a melhor solução. Nesse 
conceito se encaixam os danos ambientais, cujo impacto negativo muitas vezes 
é irreversível e irreparável. 
 
 Gabarito: C 
 
 
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118. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca dos procedimentos de 
licenciamento ambiental e das normas que regem o estudo de 
impacto ambiental e o respectivo relatório de impacto ambiental 
(EIA/RIMA), julgue o item seguinte. 
 
Considere que o órgão ambiental licenciador, pautado no interesse 
público e por decisão motivada, decida promover a alteração de 
condicionante de licença ambiental, expedida a fim de ampliar 
medidas mitigadoras de impactos negativos omitidos pela equipe 
multidisciplinar que elaborou o EIA/RIMA. Nesse caso, o 
empreendedor titular da licença ambiental deve sujeitar-se ao 
novo regime imposto. 
 
Resolução: 
 Corretíssimo. O licenciamento é um compromisso, assumido pelo 
empreendedor junto ao órgão ambiental, de atuar conforme o projeto 
aprovado. Portanto, modificações posteriores, como, por exemplo, redesenho 
de seu processo produtivo ou ampliação da área de influência, deverão ser 
levadas novamente ao crivo do órgão ambiental. Além disso, o órgão ambiental 
monitorará, ao longo do tempo, o trato das questões ambientais e das 
condicionantes determinadas ao empreendimento, e ainda por ser de caráter 
autorizativo, pode ser cassada a qualquer momento caso não atenda ao novo 
regime imposto. 
 
 Gabarito: C 
 
119. (Cespe – IBAMA – 2009) Acerca dos procedimentos de 
licenciamento ambiental e das normas que regem o estudo de 
impacto ambiental e o respectivo relatório de impacto ambiental 
(EIA/RIMA), julgue o item seguinte. 
 
Se o procedimento de licenciamento for baseado em EIA/RIMA, o 
órgão ambiental licenciador obriga-se a realizar audiência pública 
em todos os municípios diretamente afetados pelo 
empreendimento. 
 
Resolução: 
 Errado. De fato realizam-se audiências públicas nos casos em que são 
exigidos EIA/RIMA e as audiências públicas estão previstas como condicionantes 
para discussão e aprovação dos Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA) 
vinculados aos Estudos de Impacto Ambiental (EIA). 
 Porém as audiências públicas são realizadas na área onde haverá 
interferência, caso o empreendimento seja implantado, sendo prioritário o 
município onde os impactos forem mais significativos. Em função das 
peculiaridades do empreendimento, pode haver mais de uma audiência 
pública sobre o mesmo RIMA, em municípios da área de influência do 
empreendimento. 
 
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 Gabarito: E 
 
Valoração do Dano Ambiental 
 
 A necessidade de atribuir o valor de determinado recurso natural, de 
estimar por meio de uma medida monetária o valor de um dano ecológico é 
fundamental, na medida em que se pretenda compatibilizar o artigo 170 com o 
artigo 225 da Constituição Federal de 1988, disciplinando a apropriação dos 
recursos naturais trabalhando com os princípios do poluidor-pagador, da 
responsabilidade por danos e do desenvolvimento sustentável. Uma 
gestão responsável e eficiente dos recursos naturais, a busca de uma poupança 
ou preservação desses recursos para as gerações futuras só poderá ser 
alcançada quando forem mais amplamente conhecidos os limites de sua 
utilização e os custos do consumo de tais recursos. 
 Outra razão para valorar os recursos naturais está fundada no fato da 
legislação ambiental básica estar centrada no princípio da responsabilidade que 
impõem a reparação do equivalente após a ocorrência do dano. O próprio 
princípio do poluidor-pagador obriga ao conhecimento dos custos, dos valores 
que o poluidor potencial pagará para desenvolver a atividade. Assim diversos 
autores chegam a equação: 
 
Valor econômico total = valor de uso + valor de opção + valor de 
existência 
 
 No que respeita ao valor de uso pode ser dividido em valor de uso 
produto e valor de uso consumo. O valor de uso é o atribuído ao ambiente pelas 
próprias pessoas que usam de fato ou ocasionalmente os insumos naturais, 
pagando ou não. É a idéia, corretíssima, de que todas as pessoas, independente 
do nível da renda, usufruem algum recurso natural. O oxigênio, por exemplo, 
todo o ser vivo inspira oxigênio que está na atmosfera em equilíbrio e devolve 
CO2. Ninguém paga nada por este precioso recurso, no entanto, ninguém 
duvida do seu valor de uso. Já o valor de uso produto é o dos recursos 
negociados no mercado, os que se compram e vendem e quanto a estes não há 
dificuldade maior em atribuir lhes valor econômico. O valor de uso consumo é 
dos bens consumidos sem passar pelo mercado, por exemplo, o extrativismo, a 
pesca de subsistência, esses bens tem valor de uso e podem ser contabilizados. 
 O valor de opção é um valor indireto atribuído ao ambiente com base no 
risco de perda. A sociedade valoriza as atividades conservacionistas, então, o 
valor de opção significa o quanto consentimos em pagar hoje para ter direito de 
exploração desse recurso no futuro. O exemplo é o da planta que ainda não 
conhecemos, não-classificada, mas que pode conter o princípio ativo do 
remédio para uma doença grave, ou para a eterna-juventude. 
 O valor de existência, o valor em si, é a dimensão ética e a parcela mais 
difícil de ser conceituada. Representa o valor atribuído ao meio ambiente em si, 
é o valor intrínseco. 
 
 Critérios e metodologias para valoração dos recursos naturais 
 
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 No tocante aos critérios e metodologias, podemos elencar os seguintes 
critérios ou técnicas de mensuração, a saber: 
I. Técnicas baseadas em preços de mercado; 
II. Diferencial da produtividade; 
III. Perda de ganhos. 
 
 Preços de mercado 
 Essas técnicas baseiam-se em preços de mercado e avaliam os efeitos das 
mudanças na qualidade e quantidade de produtos que circulam no mercado. 
 
 Diferencial de produtividade 
 O desenvolvimento de um projeto, uma construção, um acidente 
ecológico podem influenciar a produtividade positiva ou negativamente. Os 
efeitos provocados pelo desmatamento como possível de avaliação pelo 
método, anotando que em um primeiro momento, a produtividade agrícola 
cresce e no momento seguinte há a diminuição da fertilidade do solo pela 
erosão e a produção agrícola cai, sendo também prejudicada pelo assoreamento 
dos rios e aumento das cheias. 
 
 Perda de ganhos 
 É a abordagem recomendada quando as mudanças ambientais refletem 
na saúde humana. Ocorre que cada vez mais somos obrigados a reconhecer 
que pagamos um altíssimo preço em razão do descaso com o meioambiente. 
Colocar preço na vida humana é controverso, todavia, sabe-se que cada obra 
de engenharia usou indiretamente essa valoração da vida na ocasião em que 
escolheu o nível de segurança que teria a obra. 
 Pode-se, perfeitamente, mensurar a produção perdida com a morte ou 
doença de um trabalhador. As indústrias realizam esta quantificação à 
perfeição. A indústria turística e hoteleira poderá imediatamente avaliar a perda 
de negócios em razão de acidentes com o comprometimento de praias e locais 
turísticos. 
 Esse é um assunto que não cai muito, mas vamos fazer algumas 
questões de concursos passados por desencargo de consciência: 
 
120. (Cespe – OAB - 2007) Com relação à responsabilidade por 
danos ambientais, julgue o item a seguir: 
 
A natureza objetiva da responsabilidade civil por danos 
ambientais inspira-se em um postulado de equidade, pois aquele 
que obtém lucros com uma atividade, deve responder por 
eventuais prejuízos dela resultantes, independentemente de 
culpa, sendo igualmente irrelevante saber se a atividade danosa é 
lícita ou ilícita. 
 
Resolução: 
 Certo. Pelo Princípio da Responsabilidade o poluidor, pessoa física ou 
jurídica, responde por suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente, 
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ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas. Logo, a 
responsabilidade por danos ambientais é objetiva, conforme prevê o § 3º do 
Art. 225 CF/88. 
 
 Gabarito: C 
 
121. (Cespe – OAB - 2007) Com relação à responsabilidade por 
danos ambientais, julgue o item a seguir: 
 
Consoante o princípio do POLUIDOR PAGADOR, a definição dos 
custos de produção de determinada empresa poluidora não pode 
levar em consideração os custos sociais externos decorrentes de 
sua atividade poluente, sob pena de cometimento de infração 
administrativa ambiental. 
 
Resolução: 
Errado. O Princípio do Poluidor Pagador obriga quem poluiu a pagar pela 
poluição causada ou que pode ser causada, assim a empresa irá incorrer em 
custos que refletirão no seu custo de produção. 
 
 Gabarito: E 
 
 Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
 
 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o 
conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e 
municipais. É composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se 
diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que 
precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas 
que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo. 
 O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UC, de modo 
que sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demais UC, 
assegurando que amostras significativas e ecologicamente viáveis das 
diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente 
representadas no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o 
SNUC é gerido pelas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). 
 Além disso, a visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de 
decisão possibilita que as UC, além de conservar os ecossistemas e a 
biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem uma 
efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um 
todo. 
 O SNUC tem os seguintes objetivos: 
I. Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e 
dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; 
II. Proteger as espécies ameaçadas de extinção; 
III. Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de 
ecossistemas naturais; 
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IV. Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos 
naturais; 
V. Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da 
natureza no processo de desenvolvimento; 
VI. Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza 
cênica; 
VII. Proteger as características relevantes de natureza geológica, 
morfológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, 
paleontológica e cultural; 
VIII. Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; 
IX. Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, 
estudos e monitoramento ambiental; 
X. Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; 
XI. Favorecer condições e promover a educação e a interpretação 
ambiental e a recreação em contato com a natureza; e 
XII. Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações 
tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura 
e promovendo-as social e economicamente. 
 
122. (Cespe – MP/AP -2006) Quanto às unidades de conservação, 
julgue o item a seguir. 
 
As unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (SNUC) dividem-se em dois grupos, com 
características específicas: as unidades de uso sustentável — cujo 
objetivo é compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável da totalidade de seus recursos naturais — e as 
unidades de proteção integral — que objetivam a preservação da 
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos 
naturais, excetuando-se os casos previstos em lei. 
 
Resolução: 
 Correto. O SNUC prevê 12 (doze) categorias complementares de unidades 
de conservação, organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e 
tipos de uso em dois grandes grupos: 
 As Unidades de Proteção Integral tem como objetivo básico a preservação 
da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com 
exceção dos casos previstos na Lei do SNUC; 
 As Unidades de Uso Sustentável visam compatibilizar a conservação da 
natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais, ou seja, é 
aquele que permite a exploração do ambiente, porém mantendo a 
biodiversidade do local e os seus recursos renováveis. 
 Assim está perfeita a divisão em dois grandes grupos: de uso sustentável 
e de proteção integral. 
 
 Gabarito: C 
 
 
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123. (Cespe – MP/AP -2006) Quanto às unidades de conservação, 
julgue o item a seguir. 
A unidade de proteção integral denominada refúgio de vida 
silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde 
sejam asseguradas condições para a existência ou a reprodução 
de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou 
migratória. 
 
Resolução: 
 Correto. Veja a Descrição das 12 categorias: 
Grupo Categoria SNUC Descrição 
Proteção 
integral 
Estação ecológica 
De posse e domínio público, servem à 
preservação da natureza e à realização de 
pesquisas científicas. A visitação pública é 
proibida, exceto com objetivo educacional. 
Pesquisas científicas dependem de 
autorização prévia do órgão responsável. 
Reserva biológica 
Visam a preservação integral da biota e 
demais atributos naturais existentes em seus 
limites, sem interferência humana direta ou 
modificações ambientais, excetuando-se as 
medidas de recuperação de seus ecossistemas 
alterados e as ações de manejo necessárias 
para recuperar e preservar o equilíbrio 
natural, a diversidade biológica e os processos 
ecológicos. 
Parque nacional 
Tem como objetivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande relevância 
ecológica e beleza cênica, possibilitando a 
realização de pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de atividades de educação e 
interpretação ambiental, de recreação em 
contato com a natureza e de turismo 
ecológico. 
Monumento 
natural 
Objetivam a preservação de sítios naturais 
raros, singulares ou de grande beleza cênica. 
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Refúgio de vida 
silvestre 
Sua finalidade é a proteção de ambientesnaturais que asseguram condições para a 
existência ou reprodução de espécies ou 
comunidades da flora local e da fauna 
residente ou migratória. 
Uso 
sustentável 
Área de relevante 
interesse 
ecológico 
Geralmente de pequena extensão, são áreas 
com pouca ou nenhuma ocupação humana, 
exibindo características naturais 
extraordinárias ou que abrigam exemplares 
raros da biota regional, tendo como objetivo 
manter os ecossistemas naturais de 
importância regional ou local e regular o uso 
admissível dessas áreas, de modo a 
compatibilizá-lo com os objetivos de 
conservação da natureza. 
Reserva 
particular do 
patrimônio 
natural 
De posse privada, gravada com perpetuidade, 
objetivando conservar a diversidade biológica. 
Área de proteção 
ambiental 
São áreas geralmente extensas, com um 
certo grau de ocupação humana, dotadas de 
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou 
culturais especialmente importantes para a 
qualidade de vida e o bem-estar das 
populações humanas, e tem como objetivos 
básicos proteger a diversidade biológica, 
disciplinar o processo de ocupação e 
assegurar a sustentabilidade do uso dos 
recursos naturais. 
Floresta nacional 
É uma área com cobertura florestal de 
espécies predominantemente nativas e tem 
como objetivo básico o uso múltiplo 
sustentável dos recursos florestais e a 
pesquisa científica, com ênfase em métodos 
para exploração sustentável de florestas 
nativas. 
Reserva de 
desenvolvimento 
sustentável 
São áreas naturais que abrigam populações 
tradicionais, cuja existência baseia-se em 
sistemas sustentáveis de exploração dos 
recursos naturais, desenvolvidos ao longo de 
gerações, adaptados às condições ecológicas 
locais, que desempenham um papel 
fundamental na proteção da natureza e na 
manutenção da diversidade biológica. 
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Reserva de fauna 
É uma área natural com populações animais 
de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, 
residentes ou migratórias, adequadas para 
estudos técnico-científicos sobre o manejo 
econômico sustentável de recursos 
faunísticos. 
Reserva 
extrativista 
Utilizadas por populações locais, cuja 
subsistência baseia-se no extrativismo e, 
complementarmente, na agricultura de 
subsistência e na criação de animais de 
pequeno porte, áreas dessa categoria tem 
como objetivos básicos proteger os meios de 
vida e a cultura dessas populações, e 
assegurar o uso sustentável dos recursos 
naturais da unidade. 
 
 Gabarito: C 
 
124. (Cespe – MP/AP -2006) Quanto às unidades de conservação, 
julgue o item a seguir. 
 
A reserva extrativista é uma área utilizada por populações 
extrativistas tradicionais de subsistência baseada exclusivamente 
no extrativismo, sendo vetadas a prática da agricultura — mesmo 
que apenas de subsistência — e a criação de animais. 
 
Resolução: 
 Errado. Complementarmente pode basear-se sim em agricultura de 
subsistência e criação de animais de pequeno porte. 
 
 Gabarito: E 
 
 
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b) Abastecimento de Água 
 
Um sistema de abastecimento de água deve fornecer e garantir à 
população água de boa qualidade do ponto de vista físico, químico, biológico e 
bacteriológico, sem impurezas prejudiciais à saúde. Esses sistemas 
compreendem cinco etapas: 
 Captação: a água bruta é captada em mananciais superficiais 
(barragens, lagos, etc) ou subterrâneos (poços); 
 Adução: a água captada nos mananciais é bombeada até as ETAs 
(Estações de Tratamento de Água) para que possa ter tratamento 
adequado; 
 Tratamento: através de uma série de processos químicos e físicos, 
a água bruta é tornada potável para que possa ser distribuída à 
população; 
 Transporte e reserva: depois de tratada, a água é bombeada até 
reservatórios para que fique à disposição da rede distribuidora; 
 Distribuição: a parte final do sistema, onde a água é efetivamente 
entregue ao consumidor, pronta para ser consumida. 
 
 
 
 
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Como esses sistemas são concebidos? 
 
Para que o estudo de concepção possa ser feito é necessário: 
 definição do objetivo do estudo; 
 definição do grau de detalhamento e de precisão do estudo de 
concepção em geral e das partes constituintes do sistema, que 
exigem diferentes graus de detalhamento e de precisão; 
 aspectos e condições econômicas e financeiras, condicionantes do 
estudo; 
 definição de condições e parâmetros que, pela Norma, são de 
iniciativa do contratante. 
 
125. (Cespe – MPU – 2010) Compõem um sistema convencional de 
abastecimento público de água as seguintes unidades: manancial, 
captação, adução, tratamento, reservação, distribuição e recalque. 
 
Resolução: 
 São as seguintes as unidades de um sistema convencional de 
abastecimento público: Captação, Adução, Tratamento, Reservação e 
Distribuição. 
Veja que a questão acrescentou como “unidades” o manancial e o 
recalque. Ambos estão implícitos na análise convencional da literatura técnica. 
Na minha visão isso dá margem à anulação, mas não é hora de nos 
preocuparmos com isso. 
 
O recalque é a atividade de elevar a água, com o objetivo de aumentar a 
pressão de serviço. 
 
Gabarito: C 
 
A implantação ou a melhoria de um sistema de abastecimento de água vai 
repercutir imediatamente sobre a saúde da população, assim porque: 
 ocorre a erradicação de doenças de veiculação ou de origem hídrica; 
 ocorre a diminuição dos índices de mortalidade geral e em especial 
da mortalidade infantil; 
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 as melhores condições de higiene pessoal e do ambiente que 
proporciona vai implicar diminuição de uma série de doenças não 
relacionadas diretamente à água. (Efeito Mills-Reincke). 
 
A importância econômica é também relevante. A implantação do 
abastecimento público de água se traduz num aumento de vida média útil da 
população e na redução de número de horas perdidas com diversas doenças, 
refletindo num aumento sensível de número de horas trabalhadas dos membros 
da comunidade beneficiada e com isto, aumento de produção. O homem é um 
ser que trabalha, sendo portanto um fator de produção. 
A água constitui matéria-prima de muitas indústrias ou auxiliar de 
processos em atividades industriais, como água para caldeira e outras. 
O estudo de concepção de uma rede de abastecimento de água deve 
abordar, dependendo de sua aplicação e definição do contratante, os seguintes 
aspectos: 
 os problemas relacionados com a configuração topográfica e 
características geológicas da região de localização dos elementos 
constituintes do sistema; 
 os consumidores a serem atendidos até o alcance do plano e sua 
distribuição na área a ser abastecida pelo sistema; 
 a quantidade de água exigida por diferentes classes de 
consumidores e as vazões de dimensionamento; 
 no caso de existir sistema de distribuição, a integração das partes 
deste ao novo sistema; 
 a pesquisa e a definição dos mananciais abastecedores; 
 a demonstração de que o sistema proposto apresenta total 
compatibilidade entre suas partes; 
 o método de operação do sistema; 
 a definição das etapas de implantação do sistema; 
 a comparação técnico-econômica das concepções; 
 o estudo de viabilidade econômico-financeira da concepção básica. 
 
Os elementos cartográficos utilizados para elaboração de estudos de 
concepção podem ser constituídos de mapas, fotografias aéreas, levantamentos 
aerofotogramétricos, topográficos planimétricos ou planialtimétricos ou 
levantamentos expeditos. 
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Devem pelo menos cobrir a região em que se encontra a área urbana a 
ser abastecida(incluindo as áreas de expansão previstas) e de possível 
localização das partes isoladas do sistema; devem também cobrir as regiões em 
que se encontram os presumíveis mananciais abastecedores e as faixas de 
terreno nas quais podem se localizar os condutos de interligação dos 
mananciais e partes do sistema, isoladas ou não. 
 
A escala dos elementos cartográficos utilizados deve: 
 ser suficiente para permitir a análise e comparação das soluções 
possíveis (a figura acima claramente não atende, por exemplo); 
 possibilitar a apresentação dos estudos de forma que resultem 
perfeitamente caracterizados todos os elementos definidores de 
cada uma das soluções. 
 
Exemplos: 
Escalas de 1:250 000 a 1:50 000 
 indicação de mananciais disponíveis; 
 evidenciação de núcleos populacionais e localização de outros 
agentes poluidores com vistas a problemas de poluição de 
mananciais. 
 
Escala de 1:25 000 
 estudo da localização de mananciais; 
 indicação de posição aproximada da rede e dos demais 
elementos constitutivos do sistema de distribuição em textos 
explicativos ou em folhas-índices; 
 Localização aproximada e forma de escoamento, baseadas em 
inspeção e cotas significativas levantadas com altímetro. 
 Pesquisa da região para localização da ETA, considerando vias de 
acesso e posição relativa ao sistema. 
 
 Escala de 1:10 000 
 Definição das áreas a serem atendidas pelas diferentes redes; 
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 Definição do local e posição do fundo com relação ao terreno, 
baseadas em inspeção local ou em levantamento expedito. 
 
Escala de 1:5 000 a 1:2 000 
 Definição da área servida pela rede com delimitação de 
perímetro das zonas de pressão; 
 Escolha do local para implantação de reservatórios; 
 
Escala 1:2 000 a 1:1 000 
 Escolha da área destinada à implantação da ETA; 
 Avaliação da área e desapropriação. 
 
Veja que quanto maior a escala (menor denominador), maior o 
nível possível de detalhamento. Podem ser utilizadas fotografias aéreas para 
as mesmas finalidades indicadas, para os levantamentos nas escalas de 1:250 
000 até 1:25 000. 
 
Ampliações gráficas de elementos cartográficos podem ser feitas 
unicamente com a finalidade de facilitar a apresentação do sistema estudado, 
permanecendo para grau de precisão, no máximo, aquele do documento que 
deu origem à ampliação. 
Podem ser utilizados levantamentos expeditos para comparação de 
soluções, desde que o erro cometido na avaliação das grandezas relacionadas 
com as concepções comparadas não prejudique a conclusão do estudo. 
Os levantamentos expeditos podem ser feitos mediante o uso de 
altímetro, bússola, goniômetro, trena ou odômetro, bem como mediante 
qualquer artifício que permita estabelecer as posições relativas das diferentes 
partes que devem constituir o sistema de abastecimento. 
Os levantamentos que não dispuserem de elementos comprobatórios de 
sua precisão ou de elementos que tornem possível a verificação dessa precisão 
só podem ser utilizados em estudos de concepção como se fossem 
levantamentos expeditos. 
Nenhuma concepção pode deixar de ser examinada, por falta ou 
inadequação, de elementos cartográficos. 
 
Os consumidores a serem considerados compreendem os 
estabelecimentos residenciais, industriais e públicos. A População abastecível 
deve ser constituída, no alcance do plano, de: 
 pelo menos 80% da população residente, quando esse 
percentual não é fixado pelo contratante; 
 parcelas das populações flutuante e temporária, cujos 
abastecimentos apresentem interesse econômico ou social, a juízo 
do contratante. 
 
Devem ser abastecidos os estabelecimentos comerciais e públicos que: 
 se situem no interior da área abastecível; 
 se situem fora da área abastecível, mas que, a juízo do contratante, 
sejam considerados consumidores especiais. 
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Podem ser abastecidos os estabelecimentos industriais que: 
 se situem no interior da área abastecível e não utilizem água do 
sistema público em seus processamentos; 
 se situem fora da área abastecível, mas que, a juízo do contratante, 
sejam considerados consumidores especiais, quer utilizem ou não 
água nos seus processamentos. 
 
A população residente deve ser avaliada de acordo com um dos seguintes 
critérios: 
Mediante a extrapolação de tendências de crescimento, definidas por 
dados estatísticos suficientes para constituir uma série histórica, observando-
se: 
 a aplicação de modelos matemáticos (mínimos quadrados) aos 
dados censitários do IBGE. Deve ser escolhida como curva 
representativa de crescimento futuro, aquela que melhor se ajustar 
aos dados censitários; 
 o emprego de métodos que considerem os índices de natalidade, 
mortalidade, crescimento vegetativo e correntes migratórias. Em 
ambos os casos, devem ser considerados fatores que venham a 
alterar a tendência de evolução sócio-econômica da comunidade em 
estudo e da região; 
 todas as discrepâncias apresentadas nos dados estatísticos, 
utilizados para definir a tendência de crescimento, devem ser 
devidamente estudadas e explicadas; 
 a utilização de dados estatísticos não provenientes do IBGE exige a 
comprovação de confiabilidade. 
 
Mediante a aplicação à última população conhecida da comunidade em 
estudo das mesmas tendências verificadas em comunidades com características 
análogas às da comunidade em estudo, quando inexistirem dados 
característicos suficientes para constituir uma série histórica. 
Pode ser aceito o estudo de crescimento de população, realizado com 
outra finalidade, desde que satisfaça aos critérios acima. 
As populações flutuante e temporária devem ser avaliadas mediante 
critérios particulares, estabelecidos de comum acordo com o contratante. 
Na falta de dados estatísticos ou informações de outras fontes e a critério 
do contratante, pode ser admitido que o número de estabelecimentos 
comerciais e públicos deve manter o mesmo fator de proporcionalidade com a 
população residente. 
Os estabelecimentos industriais, que utilizam ou não água em seus 
processamentos, devem ser definidos por ocasião da elaboração do estudo de 
concepção, a partir de levantamento dos estabelecimentos existentes, com seus 
planos de expansão e dos que tiveram sua instalação já autorizada. 
 
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A população que condiciona o dimensionamento do sistema de 
abastecimento deve ser a população prevista até o alcance do plano, 
estudada segundo os critérios estabelecidos anteriormente. 
Na determinação da demanda de água devem ser considerados o 
consumo das ligações medidas e não medidas e o volume de perdas no 
sistema. 
Os volumes faturados não servem de base para o cálculo da demanda de 
água. Os valores das demandas de água, adotados para dimensionamento do 
sistema de abastecimento, devem ser baseados em condições locais, 
ressalvados os casos previstos em norma. 
No caso de comunidade que contam com sistema público de 
abastecimento de água, as demandas devem ser determinadas através de 
dados de operação do próprio sistema, a menos que ocorram condições que 
tornem esses dados não confiáveis. 
Devem ser apresentadas, em relatório, condições que tornem os dados 
não confiáveis, seus efeitos e as possibilidades de solução. 
Quando os dados disponíveis são confiáveis, os valores de consumo 
devem ser determinados de acordo com os seguintes critérios: 
 O consumo médio é igual à média dos volumes diários, consumidos 
no período mínimo de um ano. 
 O coeficiente do dia de maior consumo (k1) deve ser obtido da 
relação entre o maior consumo diário, verificado no período de um 
ano e o consumo médio diário neste mesmo período, considerando-
se sempre as mesmas ligações. Recomenda-se que sejam 
considerados, no mínimo,cinco anos consecutivos de observações, 
adotando-se a média dos coeficientes determinados. Esse valor 
varia de 1,2 a 2,0 dependendo das condições locais. 
 
 
 
 
 
 O coeficiente da hora de maior consumo (k2) é a relação entre 
a máxima vazão horária e a vazão média do dia de maior consumo. 
Durante o dia ocorrem sensíveis variações no consumo de água. As 
horas de maior demanda situam-se em torno daquelas em que a 
população está habituada a tomar refeições, em virtude do uso mais 
acentuado de água na cozinha, antes e depois das mesmas. O 
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consumo mínimo verifica-se no período noturno, geralmente nas 
fases iniciais da madrugada. Seu valor varia entre 1,5 e 3,0. 
 
 
 
 
 
 Para a determinação dos valores do consumo médio diário, do 
coeficiente do dia de maior consumo e do coeficiente da hora de 
maior consumo, devem ser excluídos os consumos dos dias em que 
ocorram acidentes, no sistema, ou fatos excepcionais responsáveis 
por alteração do consumo. 
 
O coeficiente K1 é utilizado na composição da vazão de dimensionamento 
das unidades do sistema que antecedem o reservatório de distribuição, ou 
seja: as unidades de produção, tais como obras de captação, adutoras, 
elevatórias de água bruta, estações de tratamento, elevatórias de água tratada. 
O coeficiente K2 é utilizado quando se pretende dimensionar a rede de 
distribuição. 
 
Os estabelecimentos residenciais, comerciais e públicos devem ter seus 
consumos avaliados com base no histórico das economias medidas e através de 
uma estimativa de consumo para as economias não medidas, cujos critérios 
devem ser fixados de comum acordo com as entidades intervenientes. 
 
Aproveitamento do sistema existente Para as comunidades que dispõem 
de sistema de abastecimento deve ser feito estudo do aproveitamento de suas 
partes para constituir partes do novo sistema a ser projetado. 
O aproveitamento de qualquer das partes deve ser feito de modo a se 
integrar, permanente ou temporariamente, no novo sistema. 
 
 
Fatores que afetam o consumo 
 
Clima: quanto mais quente a região maior é o consumo de água. 
Hábitos e Nível de Vida da População: quanto maior o nível de vida e 
o poder aquisitivo maior o consumo. 
Natureza da Cidade: as cidades industriais e mistas apresentam maior 
consumo que as cidades tipicamente residenciais. 
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Tamanho da Cidade: A experiência tem demonstrado que quanto maior 
a cidade, maior o número de estabelecimentos comerciais e industriais e de 
repartições públicas, jardins e equipamentos públicos, implicando aumento 
nesses dois tipos de consumo. 
A maior extensão de redes de distribuição vai também acarretar maior 
volume de perdas por vazamentos, além de apresentarem, obviamente, um 
maior contingente populacional e, portanto, maior consumo doméstico. 
Existência ou Ausência de Medição: Quando o consumo é estimado 
em lugar de ser hidrometrado, a população não se sente motivada a 
economizar água, nem evitar desperdícios. 
Pressão na Rede: quando na rede reina pressões elevadas, uma 
abertura mínima de torneiras e válvulas ocasiona uma grande saída de água, 
elevando o consumo. 
 
Captação 
 
Devem ser considerados abastecedores todos os mananciais que 
apresentem condições sanitárias satisfatórias e que, isolados ou agrupados, 
apresentem vazão suficiente para atender à demanda máxima prevista para o 
alcance do plano. 
 
O levantamento das condições sanitárias de qualquer manancial 
superficial, com vistas à escolha do ponto de captação, deve ser feito por 
inspeção sanitária realizada na sua bacia, complementada por análises de 
amostras de suas águas coletadas em pontos significativos e em períodos 
representativos. 
A inspeção sanitária deve englobar o levantamento, com localização em 
planta dos núcleos populacionais, das indústrias, das explorações agropecuárias 
e de qualquer outro agente poluidor, bem como suas características e seu 
regime de funcionamento. 
Quando a área da bacia for consideravelmente maior do que a necessária 
para abastecer a população no alcance do plano, sem obras de regularização, a 
inspeção sanitária pode-se restringir aos agentes poluidores considerados mais 
significativos, de acordo com indicação do contratante. 
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As análises das águas dos mananciais devem realizar-se conforme 
indicação do contratante. 
Devem ser levadas em conta as condições futuras que os mananciais 
possam apresentar, em decorrência do crescimento de agentes poluidores. 
A vazão a ser considerada, para fins de escolha de mananciais 
abastecedores, deve ser a correspondente ao dia de demanda máxima 
prevista para o alcance do plano. 
Devem ser criteriosamente considerados quaisquer outros usos dos 
mananciais que possam ser abastecedores do sistema. 
Cabe ao contratante tomar as providências legais necessárias para tornar 
possível o uso de um manancial como abastecedor e para garantir a 
possibilidade das expansões previstas em projeto. 
Quando a diferença entre a vazão disponível estimada para o manancial 
ou mananciais e a vazão requerida não ultrapassar 10% da vazão necessária, 
além do manancial ou dos mananciais estudados para abastecer o sistema, 
deve ser prevista solução para a hipótese de aqueles se revelarem insuficientes. 
Deve-se complementar a vazão requerida em condições técnicas e econômicas 
aceitáveis. 
As obras de captação deverão ser implantadas, preferencialmente em 
trechos retilíneos do curso de água ou, quando em curva, junto à sua curvatura 
externa (margem côncava), onde a velocidade da água é maior. Evitam-se, 
assim, bancos de areia que poderão obstruir as entradas de água. Nessa 
margem côncava as profundidades são maiores e poderão oferecer melhor 
submersão aos componentes da entrada de água. 
Quanto à tomada de água, deve-se prever nos condutos livres e forçados 
à velocidade de pelo menos 0,60 m/s. 
Deverá ser considerada a necessidade de acesso ao local da captação, 
mesmo ocorrendo fortes temporais e inundações, pântanos e áreas alagadiças 
devem ser evitados. 
Por essa razão, é contraindicada a construção de obras em terrenos 
baixos, próximos do curso de água, mesma que a casa de bombas fique ao 
abrigo das cheias. As estradas de acesso devem propiciar livre trânsito em 
qualquer época do ano. 
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126. Um engenheiro está consultando a NBR 12213:1992 (Projeto 
de captação de água de superfície para abastecimento público – 
Procedimento) para o desenvolvimento de um projeto. Estudando 
as condições para tomada d’água, ele verificou que, no caso de 
condutos livres, a velocidade não deve ser inferior a 0,60 m/s 
 
Resolução: 
 Exato! Quanto à tomada de água, deve-se prever nos condutos livres e 
forçados à velocidade de pelo menos 0,60 m/s. 
 
Gabarito: C 
 
 
127. (Cespe – TCU – 2007) Para definir um manancial, é 
imprescindível fazer uma estimativa de sua vazão máxima e um 
levantamento sanitário da bacia hidrográfica a montante dos 
possíveis locais de captação. 
 
 
Resolução: 
 O erro da questão é enfatizar a vazão máxima do manancial. A vazão 
máxima não é tão importante. Para definir um manancial, se está mais 
interessado na vazão que poderá ser utilizada, ou seja, nas vazões médias e 
mínimas. 
 A vazão mínima é importante porque normalmente não é desejável 
utilizar toda a água de um manancial, porque isso poderia comprometer os 
cursos naturais a jusante. 
 
Gabarito: E 
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128. A captaçãoé o conjunto de estruturas e dispositivos 
construído ou montado junto ao manancial, para se efetuar a 
tomada de água destinada ao sistema de abastecimento. As obras 
de captação devem ser projetadas e construídas de forma a 
assegurar, em qualquer época do ano, condições de fácil entrada 
de água e, tanto quanto possível, da melhor qualidade encontrada 
no manancial escolhido. As obras de captação deverão ser 
implantadas, preferencialmente em trechos retilíneos do curso de 
água ou, quando em curva, junto à sua curvatura interna, onde a 
velocidade da água é maior. 
 
Resolução: 
 A afirmação ia bem até falar que a captação em curva deve ser junto a 
sua curvatura interna. Sabemos que a velocidade é maior na curvatura 
externa! 
 
Gabarito: E 
 
129. Em um sistema de abastecimento de água convencional, a 
unidade para retirada de água do manancial abastecedor é 
denominada adução. 
 
Resolução: 
 Errado. Adução é o transporte da água. A questão se refere a captação! 
 
Gabarito: E 
 
No caso de captação de lençol profundo mediante poços, deve-se 
proceder através das seguintes atividades: 
 prescrição do método de perfuração; 
 locação topográfica do poço; 
 estimativa das profundidades mínima e máxima do poço; 
 estimativa da vazão do poço; 
 fixação dos diâmetros nominais úteis do poço; 
 fixação do(s) diâmetro(s) nominal(is) de perfuração do poço; 
 previsão da coluna estratigráfica a ser perfurada até o limite 
do solo, da transição solo-rocha e da extensão em rocha(s); 
 previsão da zona de saturação a ser explotada, do potencial e 
das pressões existentes, representadas pelos níveis 
piezométricos, tipos de vazios e sua geometria; 
 previsão das prováveis posições do nível dinâmico; 
 avaliação do perfil hidroquímico da(s) água(s) na zona de 
saturação; 
 previsão da extensão e do tipo de revestimento de 
acabamento em tubo liso ou filtro; quando necessária, a 
colocação de filtro deve ser decidida após a perfilagem elétrica 
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do trecho considerado, indicando- se o posicionamento das 
seções de filtros na coluna de revestimento; 
 indicação da cota de posição da sapata da coluna parcial de 
tubos de revestimento lisos ou filtro, a fim de se obter 
absoluta estanqueidade na transição da formação friável para 
a consistente; 
 análise granulométrica da formação aquífera, quando friável, 
e verificação da necessidade de pré-filtro; 
 definição das características do filtro quanto à abertura, área 
útil e qualidade do material; 
 definição das dimensões e dos materiais usados no 
revestimento definitivo do poço, tais como tubos lisos e filtros; 
 caracterização da natureza e previsão da granulometria dos 
materiais do pré-filtro; 
 indicação dos trechos do poço e do revestimento a serem 
cimentados; 
 indicação do trecho de cimentação de proteção sanitária 
superficial; 
 especificação da laje de concreto de proteção do poço; 
 definição do tipo de desinfecção do poço, após a conclusão de 
todos os trabalhos. 
 
No arranjo das partes de um sistema, o pré-dimensionamento dessas 
partes e o relacionamento entre elas devem garantir o abastecimento contínuo, 
sanitariamente seguro e sob condições de operação aceitáveis, em qualquer 
etapa prevista de implantação do sistema. 
Deve ser feita uma análise de funcionamento de cada uma das partes do 
sistema e das condições que esse funcionamento impôe às demais partes, 
direta ou indiretamente relacionadas, determinando os parâmetros indicativos 
de suas qualidades ou características técnicas, tendo em vista a projeção anual 
de demandas até o alcance do plano, sob as condições de operação 
estabelecidas para o sistema. 
O abastecimento é considerado contínuo quando o sistema, em todas as 
suas partes, é dotado de condições operacionais que, em qualquer instante, 
haja na rede distribuidora água com pressão e quantidade suficiente, conforme 
condições estabelecidas em Norma. 
 
A operação de um órgão ou parte do sistema pode ser automática quando 
se destina ao ajuste de qualquer condição de funcionamento desse órgão ou 
parte do sistema, podendo ser condicionada através de medidas e controle, sob 
forma permanente, de uma ou mais das seguintes grandezas: 
 pressão em condutos forçados; 
 velocidade ou vazão de água em condutos; 
 nível de água; 
 intensidade de corrente elétrica em condutores de energia; 
 diferença de potencial disponível no fornecimento de energia 
elétrica. 
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A comparação econômica das concepções técnicas deve ser feita, 
considerando os valores de investimentos ao longo do plano e as despesas de 
operação e manutenção. 
As seguintes simplicações são admitidas para a comparação econômica: 
 as diferentes concepções de uma parte ou unidade do sistema 
podem ser comparadas economicamente em separado das demais 
partes ou unidades, quando a escolha resultante da comparação 
feita não interfere na comparação de qualquer outra parte ou 
unidade do sistema; 
 para a comparação econômica de concepções de qualquer parte ou 
unidade do sistema, não é necessário considerar as condições 
comuns a todas elas. 
 
O estudo de concepção deve conter estimativa de custos para cada parte 
ou unidade do sistema. A estimativa de custos deve ser baseada em orçamento 
e/ou curva de custos, sendo indispensável citar a origem dos preços e das 
curvas, bem como justificar suas validades. 
Os índices para avaliação de custos de partes ou unidades do sistema, 
quando dados por curvas de custos, devem ser específicos para cada uma 
dessas partes ou unidades, em função das grandezas que as caracterizam. 
 
As despesas de manutenção e operação resultam da avaliação com: 
 pessoal; 
 consumo de energia elétrica; 
 reposição de materiais e ferramentas; 
 consumo de produtos químicos; 
 consumo de combustíveis; 
 oficinas; 
 transporte. 
 
A comparação econômica de diversas concepções técnicas para a escolha 
da concepção básica deve ser feita mediante métodos e critérios de uso 
corrente, ou de acordo com os estabelecidos pelo contratante ou entidade 
financiadora do investimento. 
 
130. (Cespe – Inmetro – 2009) A extração de água do aquífero 
subterrâneo para consumo dos moradores dos edifícios está entre 
as atividades sujeitas à outorga de direito de uso dos recursos 
hídricos pelo poder público. 
 
 
Resolução: 
 De fato, a extração de água do aquífero está sujeita à outorga de direito 
de uso dos recursos hídricos pelo poder público. É importante lembrar que o 
tratamento de esgoto é cobrado em função do consumo de água. Com a 
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utilização de água sem outorga o consumidor está deixando de pagar o 
tratamento desta água. 
 
Gabarito: C 
 
Adução 
 
Adutoras são canalizações que conduzem a água entre as unidades do 
sistema que precedem a rede de distribuição. Não possuem derivações para 
alimentarem distribuidores de rua ou ramais prediais. Há casos em que da 
adutora principal partem ramificações (subadutoras) para levar água a outros 
pontos fixos do sistema. As adutoras interligam tomadas de água, estações de 
tratamento e reservatórios, geralmente na sequência indicada. 
São canalizações de importância vital para o abastecimento de cidades. 
Qualquer interrupção, que venham a sofrer, afetará o abastecimento da 
população, com reflexos negativos. 
As adutoras devem ser criteriosamente projetadas e construídas de forma 
a minimizar as possibilidades de “panes” que podem determinar falta de água 
por longos períodos. 
Para o traçado das adutoras, devem-se levar em consideração vários 
fatores, tais como: topografia, características geológicas do solo, facilidades de 
acesso. Deve-se evitar a passagem por regiões acidentadas, com rampasmuito 
fortes, pois isto, além de encarecer a construção e a manutenção, pode dar 
origem a pressões elevadas nos pontos baixos da linha, obrigando o emprego 
de tubos de maior resistência. 
Os terrenos rochosos dificultam seriamente o assentamento de adutoras 
enterradas. Os solos agressivos como os de pântanos ou terreno turfosos 
podem prejudicar a durabilidade de certos tipos de tubulação. Por isso, um 
exame local complementado por sondagens é desejável na fase que precede a 
elaboração do projeto definitivo. 
Devem ser evitados os trajetos que necessitem de obras complementares 
caras tanto na construção como na manutenção. A escolha do caminhamento 
deve se pautar pela economia, segurança e facilidades futuras de operação e de 
manutenção. 
 
As adutoras são classificadas quanto ao líquido transportado (água bruta 
ou tratada) e quanto à energia de movimentação da água. 
 Adutoras por gravidade 
o conduto forçado 
 
o conduto livre ou aqueduto 
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o combinação de forçados e livres 
 
 Adutoras por recalque 
o recalque único 
 
o recalques múltiplos 
 
 Adutoras mistas 
 
 
 
131. (Cespe – TCU – 2009) No dimensionamento das adutoras, a 
vazão é condicionada, entre outros aspectos, pelo consumo de 
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água da população e pela posição dos reservatórios em relação à 
adutora considerada. 
 
 
Resolução: 
 Exato! O “entre outros aspectos” deixa a alternativa correta. 
 Nas adutoras por gravidade devem-se conhecer os seguintes 
parâmetros: 
 Vazão de adução (Q) 
 Comprimento da adutra (L) 
 Material do conduto 
A vazão (Q) é estabelecida em função da população a ser abastecida, do 
consumo médio per capita e do coeficiente de variação diária do consumo K1. 
 O comprimento do trecho e a diferença entre os níveis de água (no início 
e no fim da adutora) são dados físicos previamente fixados. Utiliza-se 
comumente a fórmula de Hazen & Williams para os condutos forçados. A 
fórmula de Manning é a mais usada para condutos livres. 
A rigor, no dimensionamento de adutoras deveriam também ser 
computadas as perdas de carga localizadas. Contudo, tais perdas atingem, na 
maioria dos casos, um valor desprezível, comparativamente às perdas por atrito 
ao longo da tubulação. Por esse motivo são desprezadas. 
No traçado de uma linha adutora em conduto forçado, deve-se fazer com 
que a linha piezométrica fique sempre acima da tubulação. Caso contrário, o 
trecho teria pressão inferior à atmosférica, situação que deve ser evitada. A 
vazão veiculada por um conduto forçado independe da pressão reinante no seu 
interior. 
Entretanto, por razões econômicas, não é desejável que uma tubulação 
fique sujeita a uma pressão excessiva, quando é possível evitar. Às vezes a 
simples alteração do traçado poderá aliviar consideravelmente a pressão 
interna. Podem-se adotar caixas de quebra de pressão, em adutoras por 
gravidade e em conduto forçado, para evitar pressões inconvenientes. 
 
Nas adutoras por recalque devem-se conhecer os seguintes parâmetros: 
 Vazão de adução (Q) 
 Comprimento da adutra (L) 
 Material do conduto 
 Desnível a ser vencido (Hg) 
 
O pré-dimensionamento é feito através da fórmula de Bresse modificada. 
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Gabarito: C 
 
Transporte 
 
Muito raramente, nos dias atuais, são encontrados sistemas de 
abastecimento de água que não possuam um ou vários conjuntos 
elevatórios. 
Os sistemas que funcionam inteiramente por gravidade escasseiam-se, 
cada vez mais, apesar das vantagens que oferecem, a saber: 
 evitam despesas com energia elétrica e com pessoal e material de 
operação e manutenção; 
 independem de falhas ou interrupções de energia e são mais fácies 
de operar e manter, por não possuírem equipamentos mecanizados; 
 resultam, frequentemente, em maior facilidade de proteção da bacia 
hidrográfica, para a preservação da qualidade, pois as águas mais 
altas acham-se mais próximas das nascentes ou cabeceiras. 
 
O fato de muitas cidades se localizarem em cotas bastante elevadas, em 
relação aos mananciais próximos, ou às enormes distâncias dos mananciais que 
podem suprir as cidades por gravidade, torna-se necessário o uso de 
equipamentos de bombeamento. 
Uma estação elevatória compõe-se, geralmente de: 
• salão de máquinas e dependências complementares; 
• poço de sucção; 
• tubulação e órgãos acessórios; 
• equipamentos elétricos e dispositivos auxiliares. 
 
 
 
 
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Reservatório de distribuição de água 
 
Depois de tratada, a água é armazenada em reservatórios de distribuição 
para, depois, ser levada até os reservatórios de bairros, estrategicamente 
localizados. De lá, a água segue por tubulações maiores (adutoras) e entra nas 
redes de distribuição até chegar ao consumidor final. 
Geralmente, o armazenamento é feito em caixas-d’água. A 
responsabilidade da concessionária de serviços de água é levar a água até a 
entrada da residência, onde estão o cavalete e o hidrômetro (o relógio que 
registra o consumo de água). A partir daí, o cliente deve cuidar das instalações 
internas e da limpeza e conservação do seu reservatório. 
Os reservatórios têm por finalidades: 
 atendimento das variações do consumo; 
 atendimento das demandas de emergência da cidade; 
 melhoria e adequação das condições de pressão. 
 
Atendimento das variações de consumo 
 
O consumo de água não é constante, variando ao longo do dia. A 
colocação do reservatório entre o sistema produtor e a rede de distribuição 
possibilita adotar uma vazão constante para dimensionar as unidades 
componentes do sistema. Essas unidades serão dimensionadas para a vazão 
correspondente ao dia de maior consumo. A rede de distribuição terá seus 
condutos dimensionados para a vazão correspondente ao consumo máximo 
horário desse dia. 
 
Atendimento das demandas de emergência 
 
Os reservatórios podem permitir a continuidade do abastecimento da 
cidade, quando ocorrem paralisações do sistema produtor por falta de energia 
elétrica ou por qualquer outro acidente tais como: rupturas das canalizações de 
adução, queima de motores e outros. Nesses casos os reservatórios devem ser 
dimensionados prevendo tais ocorrências. Para o combate a incêndios deve ser 
também previsto em projeto o armazenamento de vazões para atender tais 
situações. 
 
Melhoria das condições de pressão 
 
As localizações dos reservatórios vão servir para estabelecer “zonas de 
pressão” convenientes para os diversos setores da cidade, levando em 
consideração a topografia da localidade em suas condições altimétricas. 
Usualmente as pressões devem ficar compreendidas entre os seguintes limites 
em uma rede de distribuição. 
Pressão máxima (estática) = 50 mca (500 kPa) 
Pressão mínima (dinâmica) = 10 mca (100 kPa) 
 
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132. (Cespe – PF – 2004) A pressão estática máxima na rede de 
distribuição de sistema de abastecimento de água, em uma zona 
de pressão, deve ser de 500 kPa. 
 
Resolução: 
 Exato! É sempre bom saber esses valores. 
 
Gabarito: C 
 
 
133. (Cespe – MS – 2010) Em condições estáticas (sem 
escoamento), a pressão da água em qualquer ponto de utilização 
da rede predial de distribuição não deve ser superior a 1.000 kPa. 
 
Resolução: 
 Viu como elas se repetem? O correto é 100 kPa. 
 
Gabarito: E 
 
Classificação dos reservatórios 
 
 Quanto à localização no sistema 
o reservatório de montante 
 
o reservatório de jusante (ou de sobras) 
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 Quanto à localizaçãono terreno 
o enterrado 
 
o semienterrado 
 
 
o apoiado 
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134. Os reservatórios têm por finalidades: atendimento das 
variações do consumo; atendimento das demandas de emergência 
da cidade; melhoria e adequação das condições de pressão. 
 
Resolução: 
 Perfeito! Essas são as três principais funções de um reservatório na rede 
de abastecimento de água. 
 
Gabarito: C 
 
135. Para definir a capacidade do reservatório de um sistema de 
distribuição, existem várias fórmulas e maneiras, porém na 
prática se adota 1/2 do consumo máximo diário. 
 
Resolução: 
 Na prática se adota 1/3 do consumo máximo diário. 
 
Gabarito: E 
 
 
136. Um reservatório retangular em planta terá o menor 
comprimento de paredes se suas dimensões guardarem a relação 
x/y = 3/4 
 
Resolução: 
 Fixado o tipo, a forma e a capacidade do reservatório é possível estudar 
as dimensões que o tornem de mínimo custo. 
Um reservatório apoiado para o qual foram fixadas a capacidade e a 
altura, e que se deseja ampliar no futuro deverá ser retangular. Um 
reservatório retangular em planta terá o menor comprimento de paredes se 
suas dimensões guardarem a relação: x/y = 3/4. 
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Gabarito: C 
 
137. Um reservatório elevado será mais econômico se sua seção 
horizontal for circular. Os reservatórios cilíndricos têm dimensões 
econômicas, quando a relação entre a altura de água e o raio do 
reservatório estiver na proporção 1:1, ou h = R. 
 
Resolução: 
 Correto. Pode guardar essa informação! 
 
Gabarito: C 
 
 
Redes de distribuição de água 
 
A rede de distribuição é constituída por um conjunto de condutos 
assentados nas vias públicas, com a função de conduzir a água para os prédios 
e demais edificações e pontos de consumo público. 
Esses condutos caracterizam-se pelas numerosas derivações (distribuição 
em marcha) e uma disposição em rede, derivando daí o seu nome. 
Nas redes de distribuição têm-se dois tipos de condutos: principais e 
secundários. 
Os condutos principais, troncos ou mestres, são as canalizações de 
maior diâmetro, responsáveis pela alimentação dos condutos secundários. 
Efetuam o abastecimento de extensas áreas da cidade. 
Os condutos secundários, de menor diâmetro (usualmente 50 e 75mm), 
são os que estão em imediato contato com os prédios a abastecer. A área 
servida por um conduto secundário é restrita e está nas suas vizinhanças. 
O traçado dos condutos principais deve considerar de preferência: 
• ruas sem pavimentação ou de pavimento barato; 
• ruas de menor intensidade de trânsito; 
• proximidade de grandes usuários; 
• proximidades de áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra 
incêndios. 
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Conforme a disposição dos condutos principais, as redes podem ser: 
ramificadas ou malhadas. 
As redes ramificadas são aquelas em que os condutos principais são 
traçadas, a partir de um conduto principal central, com disposição ramificada, 
como sugere sua denominação. É um sistema típico de cidades ou setores que 
têm uma dimensão mais pronunciada. As redes ramificadas podem ser: 
 Espinha de peixe 
 
 Grelha 
 
Nas redes ramificadas a circulação da água faz-se praticamente em um 
único sentido. Uma interrupção acidental em um conduto tronco prejudica 
sensivelmente as áreas situadas a jusante do local em que ocorreu o acidente. 
Já as redes malhadas são aquelas nas quais os condutos principais 
formam malhas, anéis ou circuitos. 
 
A vazão de distribuição é calculada para as condições atualmente comuns 
nas cidades brasileiras isto é, existem reservatórios domiciliares que recebem 
água da rede pública e alimentam a rede predial. Nestas condições, a vazão de 
dimensionamento da rede pública se referirá a uma particular situação 
desfavorável, correspondente à hora de maior consumo do dia de maior 
consumo. 
 ( ) 
 
 
 
 
P é a população prevista para o fim do plano; q é o consumo per capita; 
K1 é o coeficiente de variação diária do consumo; k2 é o coeficiente de variação 
horária do consumo e Q é a vazão de dimensionamento da rede. 
 
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Condições de funcionamento das redes de distribuição 
 
Diâmetros mínimos: condutos principais = 100 mm; 
Diâmetros mínimos condutos secundários = 50mm; 
Pressão dinâmica mínima = 10 mca; 
 
 
 
138. Considere o sistema de abastecimento de um município, 
esquematizado a seguir. 
 
 
Para fins de projeto, estima-se que o município terá uma população futura de 
100.000 habitantes, consumo médio per capita de 172,8 litros por dia, 
coeficiente de variação diária (k1) igual a 1,2 e coeficiente de variação horária 
(k2) igual a 1,4. Sabendo-se que a água necessária para a lavagem dos filtros 
da estação de tratamento é de 4% do volume tratado, a vazão do trecho "a" é 
de 240 litros por segundo. 
 
Resolução: 
 A vazão no trecho a será a demanda populacional mais a quantidade de 
água necessária para a lavagem dos filtros, ou seja, mais 4%. 
 
Calculando-se a demanda populacional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vazão no trecho a: 
 
 
 
 O coeficiente de variação horária (k2) não é considerado no trecho a não 
é considerado por causa do reservatório. 
 
Gabarito: E 
 
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A Funasa, por meio do Departamento de Engenharia de Saúde Pública 
(Densp), financia a implantação, ampliação e/ou melhorias em sistemas de 
abastecimento de água nos municípios com população de até 50.000 
habitantes. 
Esta ação tem como objetivo fomentar a implantação de sistemas de 
abastecimento de água para controle de doenças e outros agravos, com a 
finalidade de contribuir para a redução da morbimortalidade – provocada 
por doenças de veiculação hídrica – e para o aumento da expectativa de vida e 
da produtividade da população. 
Nesta ação, são financiadas a execução de serviços tais como captação 
de água bruta em mananciais superficiais, captação subterrânea, adutora, 
estação elevatória de água, estação de tratamento de água, 
reservatórios, rede de distribuição, ligações domiciliares etc. 
Os projetos de abastecimento de água deverão seguir as orientações 
contidas no manual “Apresentação de Projetos de Sistemas de Abastecimento 
de Água”, disponível na página da Funasa na Internet. 
 
http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2012/05/eng_abastec.pdf 
 
Não serão passíveis de financiamento os sistemas de abastecimento de 
água dos municípios que estejam sob contrato de prestação de serviço com 
empresa privada. 
É exigido da entidade pública concessionária do serviço de abastecimento 
de água o aval ao empreendimento proposto, mediante documento, e ainda 
termo de compromisso para operar e manter as obras e os serviços 
implantados. 
Os projetos devem incluir programas que visem à sustentabilidade dos 
sistemas implantados e contemplem os aspectos administrativos, tecnológicos, 
financeiros e de participação da comunidade. 
Os proponentes deverão promover ações de educação em saúde e de 
mobilização social durante as fases de planejamento, implantação e operação 
das obras e serviços de engenharia como uma estratégia integrada para 
alcançar os indicadores de impacto correspondentes, de modo a estimular o 
controle social e a participação da comunidade beneficiada. 
 
 
http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/uploads/2012/05/eng_abastec.pdf
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c) Saneamento 
 
Estações de Tratamento de Água (ETA). 
 
Para elaboração do projetoda Estação de Tratamento de Água devem ser 
observadas as condições indicadas a seguir. 
A ETA deve ser localizada em ponto de fácil acesso, em qualquer 
época do ano. 
O terreno para implantação da ETA deve estar situado em local livre de 
enxurradas e acima da cota de máxima enchente, de modo que esta não 
comprometa a operação. 
 
Na escolha do local para implantação da ETA, devem ser levados em 
conta a disponibilidade de vias de acesso, a facilidade de fornecimento de 
energia elétrica, as posições relativas ao manancial e ao centro de consumo, o 
corpo receptor de descargas da ETA e a disposição do lodo dos decantadores. 
Particular atenção deve ser dada à natureza do solo, a fim de prevenir 
problemas de fundação e construção e oferecer a possibilidade de situar as 
unidades acima do nível máximo de água do subsolo. 
Inexistindo terreno livre de enchentes, exige-se pelo menos que: 
 as bordas das unidades e dos pisos dos recintos, onde são feitos 
armazenamentos ou se localizam as unidades básicas para o 
funcionamento da ETA, estejam situadas pelo menos 1,00 m acima 
do nível máximo de enchente; 
 a estabilidade da construção, estudada levando em conta a 
ocorrência de enchentes, deve prever, quando necessárias, obras 
especiais para evitar erosão das fundações; 
 as descargas da ETA possam realizar-se sob qualquer cota de 
enchente. 
 
O acesso à ETA deve contar com estrada em condições de garantir o 
trânsito permanente das viaturas utilizadas no transporte dos produtos 
químicos necessários ao tratamento da água. 
No caso de ETA em que o consumo global diário de produtos químicos 
exceda 500 kg, o leito da estrada de acesso deve permitir carga de pelo menos 
10 t por eixo, e ter as seguintes características: 
 largura mínima - 6 m; 
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 rampa máxima - 10%; 
 raio mínimo - 30 m. 
 
A área mínima reservada para a ETA deve ser a necessária para permitir a 
sua implantação, ampliações futuras e a construção de todas as obras 
indispensáveis ao seu funcionamento, tais como portaria, estações elevatórias, 
cabine de força, reservatórios, canalizações, áreas e edifícios para 
armazenamento, oficinas de manutenção, pátios para estacionamento, 
descarga e manobra de veículos e vias para trânsito de veículos e pedestres. 
Toda a área da ETA deve ser fechada de modo a impedir o acesso de 
pessoas estranhas. 
As unidades e o reservatório de água tratada devem ser projetados de 
modo que as cotas de fundo sejam superiores ao nível máximo do lençol 
freático. Não sendo isto possível, as estruturas devem ser projetadas de modo a 
permitir inspeções periódicas, com vista à identificação de defeitos causadores 
de infiltração pelas paredes ou pelo fundo. 
 
Definição dos processos de tratamento 
 
Devem ser considerados os seguintes tipos de águas naturais para 
abastecimento público: 
Tipo A - águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias 
sanitariamente protegidas, e as demais satisfazendo aos padrões de 
potabilidade; 
Tipo B - águas subterrâneas ou superficiais, provenientes de bacias não-
protegidas, e que possam enquadrar-se nos padrões de potabilidade, mediante 
processo de tratamento que não exija coagulação; 
Tipo C - águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, e que 
exijam coagulação para enquadrar-se nos padrões de potabilidade; 
Tipo D - águas superficiais provenientes de bacias não protegidas, 
sujeitas a fontes de poluição, e que exijam processos especiais de tratamento 
para que possam enquadrar-se nos padrões de potabilidade. 
 
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Águas receptoras de produtos tóxicos, excepcionalmente, podem ser 
utilizadas para abastecimento público, quando estudos especiais garantam sua 
potabilidade, com autorização e controle de órgãos sanitários e de Saúde 
Pública competentes. 
 
O tratamento mínimo necessário a cada tipo de água é o seguinte: 
Tipo A - desinfecção e correção do pH; 
Tipo B - desinfecção e correção do pH e, além disso: 
 decantação simples, para águas contendo sólidos sedimentáveis, 
quando, por meio desse processo, suas características se 
enquadrem nos padrões de potabilidade; ou 
 filtração, precedida ou não de decantação, para águas de turbidez 
natural, medida na entrada do filtro, sempre inferior a 40 Unidades 
Nefelométricas de Turbidez (UNT) e cor sempre inferior a 20 
unidades, referidas aos Padrões de Platina; 
Tipo C - coagulação, seguida ou não de decantação, filtração em filtros 
rápidos, desinfecção e correção do pH; 
Tipo D - tratamento mínimo do tipo C e tratamento complementar 
apropriado a cada caso. 
 
As unidades devem ser dispostas de modo a permitir o escoamento 
por gravidade, desde a chegada da água bruta até a saída da água tratada; é 
permitido o recalque de água apenas para lavagem e usos auxiliares. 
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Qualquer unidade de um conjunto agrupado em paralelo deve ter 
dispositivo de isolamento. 
Quando existe apenas uma unidade, esta deve ter dispositivo de 
isolamento com passagem direta da água. 
O arranjo dos diferentes grupos deve ser feito considerando a 
possibilidade de a estação exigir ampliações superiores às previstas. 
Os centros de operações devem situar-se próximos das unidades sujeitas 
ao seu controle. 
O acesso às diferentes áreas de operações ou de observação do 
desenvolvimento dos processos deve ser estudado de modo a evitar escadas ou 
rampas pronunciadas. 
O projeto deve permitir que a ETA seja construída em etapas, sem 
necessidade de obras provisórias para interligação nem paralisação do 
funcionamento da parte inicialmente construída. 
A conveniência da execução em etapas deve ser fixada levando em conta 
fatores técnicos, econômicos e financeiros. 
O dimensionamento hidráulico deve considerar as vazões mínimas e 
máximas levando em conta a divisão em etapas e a possibilidade de 
sobrecargas. 
 
As grades destinam-se a reter materiais grosseiros existentes nas águas 
superficiais; são utilizadas na ETA quando circunstâncias especiais não 
permitem a sua localização na captação. 
 
Unidades de micropeneiramento destinam-se a reter sólidos finos não-
coloidais em suspensão e podem ser adotadas num dos seguintes casos: 
 quando a água apresenta algas ou outros microrganismos de tipo e 
em quantidade tal que sua remoção seja imprescindível ao 
tratamento posterior; 
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 quando permite a potabilização da água sem necessidade de outro 
tratamento, exceto desinfecção; 
 quando permite redução de custos de implantação ou operação de 
unidades de tratamento subsequentes. 
 
Os aeradores destinam-se a introduzir ar na água para remoção de 
compostos voláteis e oxidáveis e gases indesejáveis.Os dispositivos de aeração 
admitidos são: 
 plano inclinado, formado por uma superfície plana com declividade 
de 1:2 a 1:3, dotado de protuberâncias destinadas a aumentar o 
contato da água com a atmosfera; 
 bandejas perfuradas sobrepostas, com ou sem leito percolador, 
formando conjunto no mínimo com quatro unidades; 
 cascatas, constituídas de pelo menos quatro plataformas 
superpostas, com dimensões crescentes de cima para baixo; 
 escadas, por onde a água deve descer sem aderir às superfícies 
verticais; 
 ar comprimido difundido na água contida em tanques; 
 tanques com aeradores mecânicos; 
 torre de aeração forçada, com anéis Rashing ou similares; 
 outros de comprovada eficiência. 
 
A mistura rápida é a operação destinada a dispersar produtos químicos 
na água a ser tratada, em particular no processo de coagulação, para o qual 
são destinadas. As condições ideais em termos de gradiente de velocidade, 
tempo de misturae concentração da solução de coagulante devem ser 
determinadas preferencialmente através de ensaios de laboratório. 
 
Os floculadores são unidades utilizadas para promover a agregação de 
partículas formadas na mistura rápida. 
O período de detenção no tanque de floculação e os gradientes de 
velocidade a serem aplicados devem ser determinados por meio de ensaios 
realizados com a água a ser tratada. 
Dependendo do porte da estação e a critério do órgão contratante, não 
sendo possível proceder aos ensaios destinados a determinar o período de 
detenção adequado, podem ser adotados valores entre 20 min e 30 min, para 
floculadores hidráulicos, e entre 30 min e 40 min, para os mecanizados. 
 
Os filtros lentos são unidades destinadas a tratar águas tipo B, ou águas 
que, após pré-tratamento, se enquadrem nas desse tipo. A camada filtrante 
deve ser constituída de areia, com as seguintes características: 
 espessura mínima de 0,90 m; 
 tamanho efetivo de 0,25 a 0,35 mm; 
 coeficiente de uniformidade menor que 3. 
 
Na falta de areia no local, deve ser previsto tanque destinado a lavagem 
de areia retirada dos filtros, dotado de extravasor, descarga de fundo e entrada 
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de água bruta e de água filtrada, sendo a areia lavada acumulada em local com 
capacidade para o volume correspondente a duas retiradas sucessivas. 
A transição entre a camada filtrante e o sistema de drenagem dos filtros 
deve ser feita através de camada suporte, salvo com sistema drenante 
projetado de forma a dispensá-la. 
 
Os filtros rápidos são unidades destinadas a remover partículas em 
suspensão, em caso de a água a tratar ser submetida a processo de 
coagulação, seguido ou não de decantação, ou quando comprovado que as 
partículas capazes de provocar turbidez indesejada possam ser removidas pelo 
filtro, sem necessidade de coagulação. 
Os filtros podem ser de camada filtrante simples ou dupla, de fluxo 
ascendente ou descendente, sendo os de fluxo ascendente sempre de camada 
simples. 
 
139. (FCC – Infraero – 2011) Determinado engenheiro, 
encarregado de fazer o projeto do sistema público de 
abastecimento de água, cuidará de selecionar um manancial cuja 
água seja potabilizável, depois de submetida à linha convencional 
de tratamento de água. 
 
Nos filtros rápidos, o processo de tratamento é físico e químico. 
 
Resolução: 
 Os filtros rápidos são unidades destinadas a remover partículas em 
suspensão, em caso de a água a tratar ser submetida a processo de coagulação 
(químico), seguido ou não de decantação (físico), ou quando comprovado que 
as partículas capazes de provocar turbidez indesejada possam ser removidas 
pelo filtro, sem necessidade de coagulação. 
 
Gabarito: C 
 
140. (FCC – Infraero – 2011) Determinado engenheiro, 
encarregado de fazer o projeto do sistema público de 
abastecimento de água, cuidará de selecionar um manancial cuja 
água seja potabilizável, depois de submetida à linha convencional 
de tratamento de água. 
 
Os filtros lentos destinam-se a águas de turbidez elevada. 
 
Resolução: 
 A filtração lenta aplicável apenas às águas de pouca turbidez (até 50 
ppm), porque ele funciona com taxas de filtração muito baixas, sendo, exigindo, 
por isso, grandes áreas de terreno e volume elevado de obras civis. Entretanto, 
é um processo simples e de grande eficiência. 
 
Gabarito: E 
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141. (FCC – Infraero – 2011) Determinado engenheiro, 
encarregado de fazer o projeto do sistema público de 
abastecimento de água, cuidará de selecionar um manancial cuja 
água seja potabilizável, depois de submetida à linha convencional 
de tratamento de água. 
 
A decantação quase sempre precede a filtração rápida, salvo nos 
casos de águas brutas de baixa turbidez, quando então é possível 
efetuar a filtração direta. 
 
Resolução: 
 Correto! Normalmente é econômica e necessária a decantação antes da 
filtração rápida. Entretanto para águas de boa qualidade (pouco turvas) 
eventualmente mostra-se desnecessária a decantação. 
 
Gabarito: C 
 
142. (FCC – Infraero – 2011) Determinado engenheiro, 
encarregado de fazer o projeto do sistema público de 
abastecimento de água, cuidará de selecionar um manancial cuja 
água seja potabilizável, depois de submetida à linha convencional 
de tratamento de água. 
 
Na coagulação e floculação, deseja-se tratar quimicamente a 
água, de modo que as partículas coloidais sejam desestabilizadas 
e aglutinadas umas às outras. 
 
Resolução: 
 Exato! É importante diferenciar os processos físicos dos processos 
químicos. 
 
Gabarito: C 
 
143. (Cespe – MPU – 2010) Na desinfecção da água, utiliza-se 
agente físico ou químico cuja finalidade é a destruição de 
microrganismos patogênicos que possam transmitir doenças. São 
agentes desinfetantes: o cloro, o ozônio, a luz ultravioleta, os íons 
de prata e o flúor. 
 
Resolução: 
 Agente desinfetante, normalmente químico, que mata as formas 
vegetativas, mas não necessariamente as formas esporuladas de 
microrganismos patogênicos. Geralmente essas substâncias são aplicadas em 
objetos inanimados. 
 São agentes desinfetantes o cloro, o ozônio, a luz ultravioleta, os íons de 
prata. 
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Entretanto o flúor é um elemento químico adicionado à água de 
abastecimento, durante o tratamento, visando à prevenção da cárie infantil. 
 
Gabarito: E 
 
144. (Cespe – MPU – 2010) Floculação, decantação e filtração são 
etapas do tratamento de água necessárias e suficientes para a 
garantia da sua potabilidade. 
 
Resolução: 
 Essas etapas de tratamento, embora comuns, não são nem necessárias 
nem suficientes. Algumas águas tem qualidade tão boa que praticamente não 
precisam ser tratadas. Por outro lado, há águas tão contaminadas que apenas 
esses processos não são suficientes. 
 
Gabarito: E 
 
Saneamento 
 
Saneamento básico é a atividade relacionada com o abastecimento de 
água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a 
limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e o controle de pragas e qualquer 
tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. 
Trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, 
em regime de concessão, por empresas privadas, sendo esses serviços 
considerados essenciais, tendo em vista a necessidade imperiosa desse por 
parte da população, além da importância para a saúde de toda a sociedade e 
para o meio ambiente. 
A falta de saneamento básico aliada a fatores sócio-econômico-cultural 
são determinantes para o surgimento de infecções por enteroparasitoses, tendo 
as crianças o grupo que apresenta maior susceptibilidade às doenças 
infectocontagiosas. 
O saneamento básico é geralmente uma atividade econômica monopolista 
em todos os países do mundo, já que seu monopólio é um poder típico do 
Estado, sendo que este pode delegar à empresas o direito de explorar estes 
serviços através das chamadas concessões de serviços públicos. Tendo em vista 
a dificuldade física e prática em se assentar duas ou três redes de água e/ou 
esgotos de empresas diferentes no equipamento urbano, geralmente, apenas 
uma empresa, seja pública ou privada, realiza e explora economicamente esse 
serviço. 
O setor de saneamento básico também se caracteriza por necessidade de 
um elevado investimento em obras e constantes melhoramentos, sendo que os 
resultados destes investimentos, na forma de receitas e lucros, são de longa 
maturação. 
Saneamento básico é um conjunto de procedimentos adotados numa 
determinada região que visa proporcionar uma situação higiênica saudável para 
os habitantes. 
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Entre osprocedimentos do saneamento básico, podemos citar: 
tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de 
ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros 
sanitários regularizados) e materiais (através da reciclagem). 
Referente a saneamento, o edital fala especificamente de tratamento de 
esgoto, e este é o tema central desta aula. 
 
145. Os objetivos do saneamento são: abastecimento de água; 
coleta, remoção, tratamento e disposição final dos esgotos; coleta, 
remoção, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos - 
lixos; drenagem das águas pluviais; higiene dos locais de trabalho 
e de lazer, escolas e hospitais; higiene e saneamento dos 
alimentos; controle de artrópodes e de roedores (vetores de 
doenças); controle da poluição do solo, do ar e da água, poluição 
sonora e visual; saneamento em épocas de emergências. 
 
Resolução: 
 Os objetivos do saneamento são: 
• abastecimento de água; 
• coleta, remoção, tratamento e disposição final dos esgotos; 
• coleta, remoção, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos - lixos; 
• drenagem das águas pluviais; 
• higiene dos locais de trabalho e de lazer, escolas e hospitais; 
• higiene e saneamento dos alimentos; 
• controle de artrópodes e de roedores (vetores de doenças); 
• controle da poluição do solo, do ar e da água, poluição sonora e visual; 
• saneamento em épocas de emergências (quando ocorrem calamidades, 
como: enchentes, terremotos, maremotos, tufões, tornados, ciclones etc., ou 
quando ocorrem epidemias de determinadas doenças). 
 
Gabarito: C 
 
146. (Cespe – Inpi – 2013) O saneamento básico abrange o 
abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de 
resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais e outras ações de 
saneamento básico de interesse para a melhoria da salubridade 
ambiental, incluindo o provimento de banheiros e unidades 
hidrossanitárias para populações de baixa renda. 
 
Resolução: 
 Exato! 
 
Gabarito: C 
 
147. (Cespe – Inpi – 2013) O saneamento básico deve ser 
projetado com o horizonte de trinta anos, avaliados anualmente e 
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revisados a cada quatro anos, preferencialmente em períodos 
coincidentes com os de vigência dos planos plurianuais. 
 
Resolução: 
 Correto. É importante guardar esses números! 
 
Gabarito: C 
 
Tratamento de esgoto: características físicas, químicas e 
biológicas. 
 
A qualidade da água é determinada pela presença de inúmeros 
elementos e compostos que podem ocorrer na forma sólida, líquida ou gasosa. 
Estas substâncias são provenientes do ar, na etapa de precipitação atmosférica; 
do solo sobre o qual a água circula ou é armazenada e, principalmente devido 
ao lançamento de poluentes das atividades antrópicas. 
Estes elementos ou compostos ocorrem tanto em solução quanto em 
suspensão e são identificados mediante procedimentos padronizados de 
laboratório, classificados em parâmetros físicos, químicos e biológicos de 
análise da água. 
Podemos agrupar estes parâmetros em três grandes grupos, em função 
do aproveitamento dos recursos hídricos: 
 
 Estéticos: cor, turbidez, odor, sabor. 
 Fisiológicos: toxicidade, patogenicidade, salinidade. 
 Ecológicos: pH, oxigênio dissolvido, produtividade primária. 
 
Os parâmetros estéticos levam em conta a percepção do usuário. A cor, 
turbidez, odor, sabor, materiais em suspensão ou flutuantes na água não 
causam necessariamente riscos para sustentação da vida animal ou vegetal. 
Os parâmetros fisiológicos são os que afetam a saúde especialmente do 
ser humano. A classificação de água potável requer ausência de organismos 
patogênicos bem como de substâncias tóxicas. 
Os parâmetros ecológicos são os que interferem na vida e reprodução 
dos organismos aquáticos. Neste caso a qualidade da água determina se o 
ambiente aquático é propício à biota aquática. 
A seleção das técnicas de tratamento de efluentes requer a identificação 
dos poluentes a serem destruídos ou removidos, o que é realizado pelo estudo e 
inter-relação entre as características físicas, químicas e biológicas das águas 
residuárias. 
 
Características físicas 
 
As características físicas de interesse para identificação de poluentes em 
águas residuárias são baseadas nas seguintes análises: 
 Turbidez 
 Cor 
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 Odor 
 Temperatura 
 Quantidade de matéria sólida 
 Condutividade elétrica 
 Vazão 
 
Análises físicas adicionais podem ser requeridas em casos particulares, 
tais como a radioatividade, massa específica, viscosidade. 
São empregados diversos parâmetros para identificação de poluentes 
presentes em águas residuárias. Entretanto, podemos destacar a matéria 
sólida como um dos mais importantes, pois indica de maneira rápida e 
simplificada a quantidade total de impurezas presentes na água. 
Os sólidos suspensos correspondem às impurezas presentes na água com 
tamanho médio superior a 1μ. A técnica de análise emprega membrana filtrante 
que retém as partículas com tamanho maior que 1μ (0,47 a 1,2μ) e posterior 
pesagem da membrana para determinação do seu incremento de massa. Por 
consequência, os sólidos dissolvidos correspondem a parcela das impurezas que 
passa através da mesma membrana. Ambos são expressos em unidades de 
mg/L. 
Adicionalmente, os sólidos voláteis podem ser relacionados a impurezas 
de origem orgânica, enquanto os sólidos fixos dizem respeito à presença de 
impurezas de origem mineral. 
A identificação do tamanho e origem das impurezas consiste na primeira 
etapa de identificação das tecnologias de tratamento de efluentes. 
 
A sedimentação e filtração podem ser empregadas para remoção de 
sólidos suspensos, enquanto que a coagulação química permite a remoção 
adicional de parcela dos sólidos dissolvidos (coloidais). Trataremos destes 
processos mais adiante. 
Os sólidos sedimentáveis correspondem a parcela dos sólidos 
suspensos que sedimenta num intervalo de tempo padrão (30 min) e são 
expressos em mL/L. Emprega-se um cone Imhoff para facilitar a leitura do 
volume de lodo. Este parâmetro é importante e de fácil leitura e permite avaliar 
o desempenho dos decantadores primários empregados no tratamento de 
efluentes. 
A turbidez está relacionada à presença de sólidos em suspensão e indica 
o desempenho das unidades de clarificação da água. Pode ser medida por 
sensores online o que facilita o seu emprego para monitoramento de processos 
de tratamento. 
A avaliação da cor em águas residuárias indica a presença de poluentes 
coloidais ou dissolvidos, sendo usualmente avaliada em conjunto com a turbidez 
para monitoramento de processos de tratamento. 
O odor indica o grau de septicidade das águas residuárias e deve ser 
controlado devido ao desconforto e risco ambiental que pode causar para as 
comunidades próximas a uma estação de tratamento. O consumo do oxigênio 
gasoso presente na água por microrganismos resulta em condições anaeróbias 
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com possibilidade de produção de gás sulfídrico, o que ocorre de maneira mais 
intensa em condições de verão. 
A temperatura afeta a velocidade das reações químicas e bioquímicas 
bem como a viscosidade e densidade da água. A temperatura seleciona 
diferentes grupos de microrganismos nas águas residuárias. 
Valores abaixo de 4°C inibem a atividade dos microrganismos presentes 
na água, o que é vantajoso para preservação de amostras. Temperaturas acima 
de 55°C aceleram a destruição de organismos patogênicos, porém podem 
reduzir igualmente o metabolismo bacteriano, o que prejudica a eficiência do 
tratamento. 
A vazão é uma das características físicas mais importantes no projeto de 
estações de tratamento de efluentes, podendo ser calculada a partir do 
consumode água de uma determinada população ou atividade industrial. A 
elaboração de um hidrograma de vazões permite identificar os valores extremos 
(máximo e mínimo), porém requer a existência de rede coletora de esgotos. 
Como na maioria dos casos a rede coletora é inexistente ou parcialmente 
implantada, as vazões máxima e mínima são calculadas a partir de coeficientes 
(p.ex. K1x K2) definidos no projeto da rede pública de abastecimento de água. 
 
 
 
148. A turbidez da água é causada pela presença de materiais em 
suspensão na água, tais como partículas insolúveis de solo, 
matéria orgânica e organismos microscópicos. 
 
Resolução: 
 Definição correta! 
 
Gabarito: C 
 
 
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149. (Cespe – Antaq – 2009) A concentração de material sólido na 
água de vias navegáveis está associada à sua turbidez e, nesse 
contexto, o disco de Secchi serve para a avaliação da turbidez da 
água de rios. 
 
Resolução: 
 O disco de Secchi é um disco especialmente construído para medir a 
transparência e o nível de turbidez de corpos de água como oceanos, lagos, e 
rios. 
Tradicionalmente o disco vem montado em uma vara, corda, ou fita, para 
ser baixado, aos poucos, às profundezas das águas. O objetivo é registrar 
precisamente a profundidade na qual o padrão gráfico do disco não pode mais 
ser detectado a olho nu. 
Esta medida denomina-se profundidade de Secchi. Atualmente também 
existem modelos de instrumentos eletrônicos manuais a venda no mercado que 
simulam o disco de Secchi tradicional. 
 
Gabarito: C 
 
Características químicas 
 
As análises químicas podem ser classificadas em: orgânicas e 
inorgânicas. 
Os principais poluentes orgânicos em águas residuárias são os 
carboidratos, proteínas e gorduras, e dependendo da fonte de poluição podem 
também ocorrer grande variedade de compostos orgânicos oriundos de 
processos industriais ou agrícolas (hidrocarbonetos, tensoativos, defensivos 
agrícolas). Entretanto, devido a grande variedade destes resíduos, a 
identificação de cada um destes compostos pode consumir muito tempo e 
apresentar custo elevado. 
Desta forma, prefere-se o uso de parâmetros que permitem a 
quantificação global destes poluentes, destacando-se: 
Demanda bioquímica de oxigênio (DBO): Mede o consumo de gás 
oxigênio requerido por microrganismos para degradação da matéria orgânica 
presente na água. Portanto, permite estimar, de maneira indireta, o impacto da 
descarga de águas residuárias contendo poluentes orgânicos (biodegradáveis) 
nos mananciais hídricos. 
A DBO é medida na temperatura de 20 °C em intervalo de tempo 
padronizado de 5 dias (DBO5). Também pode ser medido o consumo de O2 no 
intervalo de 20 dias (DBO20), o que engloba o consumo de O2 para bioxidação 
da matéria orgânica carbonácea e do nitrogênio amoniacal. O valor da DBO é 
expresso em termos de mg O2/L. 
Demanda química de oxigênio (DQO): Mede o consumo de oxidante 
químico enérgico requerido para destruição da matéria orgânica presente na 
água (biodegradável ou não) sendo a quantidade de oxidante consumido 
expresso em termos de massa de O2 contido no oxidante por unidade de 
volume de água (mg O2/L). 
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A relação entre o valor da DBO e DQO permite estimar a fração 
dos poluentes que podem ser removidos num sistema de tratamento 
biológico. 
 
A análise de carbono orgânico total (COT) pode também ser empregada 
na avaliação de poluentes orgânicos presentes na água com a vantagem de 
medir diretamente a massa de carbono orgânico, ao invés da estimativa do 
consumo de O2 requerido para sua oxidação. 
Da mesma forma que mencionado para poluentes orgânicos, ocorre 
grande variedade de resíduos inorgânicos nas águas residuárias. Nesta etapa 
são destacados os seguintes parâmetros: 
 
 pH 
 acidez 
 alcalinidade 
 nitrogênio 
 fósforo 
 metais 
 gases 
 
O pH é um indicador do equilíbrio entre substâncias ácidas e básicas 
presentes na água. A sua importância é devido a sua influência sobre a 
velocidade das reações químicas e bioquímicas. Processos biológicos requerem 
valor do pH na faixa do neutro (pH= 7), sendo toleradas variações máximas de 
até duas unidades na faixa ácida ou básica. 
A acidez e alcalinidade da água residuária pode afetar o valor do pH, 
entretanto as águas residuárias normalmente contêm substâncias com 
capacidade “tampão”, que auxiliam na estabilidade do pH nos processos de 
tratamento. 
A avaliação da presença de nitrogênio e fósforo nas águas residuárias é 
de grande interesse devido ao risco de eutrofização dos corpos de água 
receptores. O desenvolvimento exagerado de organismos fotossintetizantes 
(algas) pode causar toxicidade ao ambiente aquático bem como, prejuízos a 
qualidade da água para abastecimento urbano e industrial. 
A presença de metais na água também pode causar toxicidade e 
inviabilizar o seu uso para abastecimento urbano, principalmente, no caso de 
metais pesados, como o níquel, cromo, cádmio, mercúrio e outros. 
A água pode conter grande variedade de gases dissolvidos, destacando-
se a presença do oxigênio, essencial para a vida aquática. Outros gases podem 
estar dissolvidos, sendo o gás sulfídrico e gás amônia os de maior preocupação 
devido à toxicidade que causam aos seres vivos. 
 
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150. A Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a quantidade de 
oxigênio molecular necessária à estabilização da matéria orgânica 
decomponível aerobiamente por via biológica. É, portanto, um 
parâmetro que indica a quantidade de oxigênio necessária, em um 
meio aquático, à respiração de microrganismos aeróbios, para 
consumirem a matéria orgânica introduzida na forma de esgotos 
ou de outros resíduos orgânicos. 
 
Resolução: 
 A afirmação traz o conceito de Demanda Biológica de Oxigênio. Não 
confunda! 
 
Gabarito: E 
 
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151. (Cespe – Saeb/BA – 2013) O aumento do intervalo de tempo 
entre a coleta e a análise de praticamente todos os constituintes 
da água, entre eles, o fósforo, nitrogênio, ferro, sólidos filtráveis, 
pode ser obtido pelo congelamento da amostra a ser analisada. 
 
Resolução: 
 São critérios de rejeição da amostra de água a ser analisada: 
 Amostras de água congeladas; 
 Amostras que ultrapassarem 24h até a realização da análise; 
 Amostras com vazamento; 
 Amostras contaminadas com qualquer tipo de fita adesiva ou alfinete na 
bolsa ou com o derretimento do gelo da caixa de isopor; 
 Amostras sem identificação, com rasuras; 
 Amostras em acondicionamento divergente ao padronizado. 
 
Gabarito: E 
 
152. (Cespe – Saeb/BA – 2013) A Demanda Bioquímica de 
Oxigênio (DBO) é o parâmetro mais usual de indicação de poluição 
orgânica da água. No teste DBO, quantifica-se o consumo de 
oxigênio dissolvido (OD), que representa uma medida direta da 
matéria orgânica na amostra de água analisada. 
 
Resolução: 
 De fato, a DBO é o parâmetro mais usual de indicação de poluição 
orgânica da água. No teste DBO, quantifica-se o consumo de oxigênio dissolvido 
(OD), que permite estimar, de maneira indireta, o impacto da descarga de 
águas residuárias contendo poluentes orgânicos (biodegradáveis) nos 
mananciais hídricos. 
 
Gabarito: E 
 
Características biológicas 
 
Os principais organismos encontrados nos esgotos são as bactérias, os 
fungos, os protozoários, os vírus e os helmintos. 
As bactérias constituem o grupo mais importante do ponto vista biológico, 
já que são os responsáveis pela decomposição e estabilização da matéria 
orgânica. 
Há vários organismos num corpo d’água que indicam uma forma qualquer 
de poluição, mas para indicar a poluição fecal e para determinar a extensão 
desta

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