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Página 1 de 12 UNINGÁ – CENTRO UNIVERSITÁRIO Curso de Farmácia EAD NEIVA ANDRIELI ROMANEK ZACHETKO RA 111255 21 RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE MICROBIOLOGIA BÁSICA E IMUNOLOGIA Cândido de Abreu, 04 de abril de 2023 https://ambienteonline.uninga.br/course/view.php?id=16600 https://ambienteonline.uninga.br/course/view.php?id=16600 Página 2 de 12 1. INTRODUÇÃO O presente relatório de aula prática descreve as atividades desenvolvidas na disciplina de Microbiologia Básica E Imunologia da Universidade de Maringá (Uningá) com a análise de agua do meio ambiente. Nesse sentido, a prática no laboratório possibilita que os alunos vivenciem o dia a dia da profissão, aplicando o que aprenderam em sala de aula. Além disso, as práticas laboratoriais contribuem para desenvolver o raciocínio do estudante e estimular a tomada de decisões em procedimentos importantes. Nas aulas práticas abordaram a Manipulação Asséptica, Meios de Cultura e Técnicas de Semeadura e Coloração de Gram e Morfologia Bacteriana. O processo asséptico acontece dentro da área descrita como sala limpa, que deve possuir controle ambiental bem definido, a fim de que as partículas suspensas no ar sejam controladas, e deve ser construída de forma a minimizar a entrada, geração e permanência de partículas dentro da mesma. (LUDWIG; SILVA, 2019). É de extrema importância que seja realizado o treinamento e qualificação dos 3 colaboradores, uma vez que os mesmos podem ser a principal fonte de geração de contaminações (XAVIER et al., 2017). As técnicas de semeadura em laboratório de microbiologia consistem justamente em métodos pelo qual se transfere pequenas quantidades de microrganismos para um meio de cultura em que o material a ser analisado será semeado, ou seja: é preparado um ambiente perfeito para que determinado microrganismo presente em uma amostra de material cresça e se desenvolva para análise posterior. As técnicas de semeadura empregadas em uma análise mudam de acordo com o tipo do meio de cultura e microrganismo que será estudado. Para garantir que somente o organismo desejado seja semeado, é preciso ter certeza de que o ambiente esteja totalmente estéril. A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853 - 1938), em 1884, que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com os reagentes cristal violeta, lugol álcool-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas https://www.prolab.com.br/blog/o-que-e-meio-de-cultura-e-para-que-serve/ Página 3 de 12 (de acordo com as características tintoriais apresentadas após a coloração), além da determinação de morfologia, arranjo e tamanho das amostras analisadas. 2. OBJETIVOS Manipulação Asséptica: conhecer os equipamentos, instrumentos e materiais do laboratório, aprender a manusear os materiais para realizar uma manipulação asséptica, desinfetar a bancada e realizar a lavagem asséptica das mãos. Meios de Cultura e Técnicas de Semeadura: aprender as técnicas de semeadura via tubo e em placas. Coloração de Gram e Morfologia Bacteriana: diagnosticar a coloração Gram e observar a morfologia bacteriana, acondicionar os materiais usados e analisar a agua do meio ambiente. 3. MATERIAL E MÉTODOS MANIPULAÇÃO ASSÉPTICA: Parte 1: Apresentação do laboratório – equipamentos, instrumentos e materiais: funções e usos Material: Meios de cultura, agitador/aquecedor, balança, autoclaves, estufa e geladeiras, banhos maria, microscópio, bico de Bunsen, Erlenmeyer, béquer, pipeta, tubo de ensaio, placa de Petri, estante, alça e agulha de níquel-cromo, pipetador, pissetas. Parte 2: Manipulação asséptica Material utilizado: placa de Petri, água destilada com corante, pipeta, pipetador, tubos de ensaio. Método: 1. Com apenas uma das mãos, abrir e fechar a placa de Petri repetidas vezes; 2. Com o auxílio do pipetador, pipetar 5 ml de água destilada do béquer e transferir 4 ml para um dos tubos; 3. Pipetar, do tubo, 3 ml de água destilada, e transferir 2 ml ao outro tubo; Página 4 de 12 4. Repetir os passos descritos, manipulando atrás do bico de Bunsen desligado. Parte 3: Desinfecção da bancada e lavagem asséptica das mãos Material utilizado: álcool 70%, água, placa de Petri com TSA, sabão e papel toalha Método: 1. Retirar uma placa de Petri na bancada no fundo da sala, dividir em três partes com caneta de retroprojetor e identificá-la. 2. Esfregar 1 ou 2 dedos assepticamente, na placa de Petri com meio TSA no 1/3 da placa identificada mão sem lavar" (MSL), conforme instruções da docente. 3. Higienizar as mãos conforme orientações da docente, vigorosamente, durante 15 a 20 segundos (lavagem básica ou social), a seguir esfregar os dedos no 1/3 da placa identificada "mãos lavadas" (MLV). 4. Fazer a antissepsia das mãos pré-lavadas com álcool 70%, deixar secar naturalmente. Repetir a manobra de esfregar os dedos no 1/3 da placa identificada mãos limpas" (MLP). 5. Borrifar álcool 70%, em quantidade necessária para umedecer a bancada, limpar e enxugar a bancada com papel toalha. MEIOS DE CULTURA E TÉCNICAS DE SEMEADURA Material utilizado: Tubo com meio líquido semeado, tubo com meio líquido estéril, tubo com meio semi-sólido, tubo com meio sólido inclinado, placa com meio sólido, placa esterilizada, Erlenmeyer com ágar-simples aquecido (45°C), pipeta, alça de níquel-cromo. Método: 1. Repique em meio liquido: flambar a alça, pegar o tubo semeado, abrir, flambar a boca, retirar uma gota com a alça, flambar a boca e fechar. Pegar o tubo com meio estéril, abrir, flambar a boca, colocar a alça carregada no meio e agitar delicadamente, retirar a alça, flambar a boca do tubo e fechar, e flambar a alça. 2. Semeadura em tubo com meio semissólido por picada: flambar a agulha, pegar o tubo semeado, abrir. Flambar a boca, carregar a agulha, flambar a boca e fechar. Pegar o tubo com meio estéril, abrir, flambar a boca e com a agulha Página 5 de 12 carregada, semear fazendo uma picada no centro do meio de cultura penetrando até a metade da sua altura. 3. Semeadura em tubo com meio sólido inclinado por estrias: flambar a alça, pegar o tubo semeado, abrir, flambar a boca, retirar uma gota com a alça, flambar a boca e fechar. Pegar o tubo com meio estéril, abrir, flambar a boca e com a alça carregada, semear em estrias na superfície do meio. 4. Semeadura em placa por esgotamento: dividir o fundo da placa em 3 partes com caneta de retroprojetor. Carregar a alça como na 1º técnica, abrir a placa, encostar a alça na borda do 1/3, semear em estrias (inicialmente próximas e ir distanciando). Semear os outros 2/3 sem carregar a alça. Evitar passar a alça 2 no mesmo local e aproveitar toda a superfície do meio sem afundar a alça. COLORAÇÃO DE GRAM E MORFOLOGIA BACTERIANA Parte 1: Coloração de Gram Material utilizado: Lâmina, alça de níquel-cromo, solução salina estéril, Cristal violeta, Lugol, Álcool cetona e Fucsina, placa ou tubo semeado com Pseudomonas aeruginosa ou Sthaphylococeus aureus. Método: 1. Com auxílio da alça de níquel-cromo, depositar no centro da lâmina uma gotícula de solução salina; 2. Coletar pequena quantidade de massa bacteriana e espalhar sobre a lâmina para se obter um esfregaço fino e uniforme; 3. Fixar o esfregaço passando a parte inferior da lâmina 3 vezes na chama. Esperar esfriar; 4. Cobrir com cristal violeta, deixar agir por l minuto e verter o excesso: 5. Cobrir com solução de Lugol, deixar agir por I minuto e enxaguar em filete de água corrente; 6. Descorar com o álcool cetona (5 a 10 segundos) e enxaguar imediatamente em água corrente; 7. Cobrir com Fucsina, deixar agirpor 30 segundos. Enxaguar em água corrente e secar com papel toalha; Página 6 de 12 Parte 2: Observação da morfologia bacteriana: Método: 1. Observar a lâmina no microscópio, com objetiva de 100x (óleo de imersão): 2. Identificar as diferentes colorações e morfologias bacterianas observadas. Parte 3: Observação de outras morfologias bacterianas e suas organizações coloniais Material utilizado: Lâmina de coloração de gram de leite fermentado, microscópio e óleo de imersão. Método: 1. Observar a lâmina no microscópio, com objetiva de 100x (óleo de imersão). 2. Identificar as diferentes morfologias bacterianas observadas. Parte 3.1. Acondicionamento de materiais Material utilizado: pipeta, algodão, gaze, erlenmeyer barbante e papel craft. Método: 1 Para a preparação da "boneca" (tampa do erlenmeyer), dispor as duas tiras de gaze no formato de cruz sobre a bancada. 2.Colocar um pedaço de algodão no centro, fechando como se fosse uma "trouxinha", e experimentando no bocal do erlenmeyer. Ao perceber bem ajustado, amarrar com auxílio do barbante. 3,. Após fechar o erlenmeyer com a boneca, acondicionar essa área com ajuda do papel craft. Envolver a tira de papel ao redor e amarrar com o barbante. 4. Para acondicionar a pipeta, dobre a ponta do papel para reforçar a região onde ficará a ponta da pipeta, e comece a enrolá-la na diagonal protegendo bem a ponta. Ao final, torcer a ponta do papel excedente. OBS. Após acondicionamento dos materiais, cola-se um pedaço da fita adesiva sinalizadora sobre o papel, que mudará de cor após o processo de autolavagem. Parte 4: Análise de água do ambiente Página 7 de 12 Material utilizado: Tubo de ensaio com 5 ml de meio de cultura EC (especifico para coliformes fecais), (concentração dupla) e tubo de Durhan, coletores de urina não estéril, pipeta estéril. Método: 1. Com ajuda do coletor de urina não-estéril, coletar água do ambiente de sua escolha. 2. Acender o bico de Bunsen, e posicionar a amostra coletada sobre a bancada, próxima ao bico. 3. Desembalar a pipeta e com seu auxílio, coletar 5 ml da amostra transferindo-a para o tubo contendo o meio EC. Cuidado ao liberar a amostra, faça lentamente sem deslocar os tubos de Durhan de sua posição. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Manipulação Asséptica: Na primeira parte foi realizado uma aula teórica sobre o funcionamento de todos os componentes do laboratório. Na parte dois o processo de manipulação asséptica consiste em executar etapas do processo produtivo (p.e. enchimento de pós) com os insumos (p.e. matérias-primas) ou produto intermediário (p.e. solução esterilizada por filtração) estéreis, em ambiente controlado, visando minimizar o risco de recontaminação do produto. Na parte 03 foi aprendido que antes de iniciar qualquer atividade as bancadas devem ser desinfetadas e providenciado recipiente com solução de hipoclorito de sódio para descarte das pipetas. As soluções podem ser armazenadas em pissetas plásticas e deve-se ter sempre o cuidado de lavar e realizar a antissepsia das mãos, antes e após o término dos trabalhos realizados no laboratório. Meios de Cultura e Técnicas de Semeadura: As técnicas de semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos (repique) de um meio de cultura ou material a ser analisado (ex.: secreções, alimentos etc.) para um outro Página 8 de 12 meio de cultura. Para garantir que apenas o micro-organismo desejado seja semeado, são utilizadas as técnicas assépticas. Comumente, a semeadura é feita em tubos de ensaio ou em placas de Petri, utilizando-se meios líquidos (caldos), semissólidos ou sólidos (contendo ágar). Porém, quando se precisa de grande quantidade de bactérias, é possível fazer cultivos em caldos, como o Caldo LB, em recipientes maiores, como erlenmeyers. Coloração de Gram e Morfologia bacteriana: Na parte 01 foi aprendido que a coloração de Gram é um passo muito importante na caracterização e classificação inicial das bactérias. Afinal, esse método de coloração permite que as bactérias sejam visualizadas no microscópio óptico, uma vez que sem a coloração é impossível observá-las ou identificar sua estrutura. Em suma, o procedimento de coloração de Gram permite que as bactérias retenham a cor com base nas diferenças nas propriedades químicas e físicas da parede celular. De fato, o uso dos corantes permite aumentar o contraste e evidenciar a estrutura bacteriana. A princípio, há diferentes graus de permeabilidade na parede dos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. A bactéria Gram-positiva retém o cristal violeta devido à presença de uma espessa camada de peptidoglicano (polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias) em suas paredes celulares, apresentando-se na cor roxa. Já as bactérias Gram- negativas possuem uma parede de peptidoglicano mais fina que não retém o cristal violeta durante o processo de descoloração e recebem a cor vermelha no processo de coloração final. Na parte 02 e 03 podemos observar ao Microscópio a morfologia celular das células procarióticas (bactérias e arqueias) e também https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/04/placa-de-petri.html https://en.wikipedia.org/wiki/Lysogeny_broth Página 9 de 12 observar que estas células têm tamanho diminuto quando comparadas às eucarióticas. Empregando aumento mínimo de 1.000X é possível observar uma variedade de formas e esta observação pode ser utilizada como uma ferramenta auxiliar para se identificar uma bactéria. Na parte 03.1 foi explicado como realizar um correto acondicionamento. Na parte 04 foi analisado ss componentes na água, as suas concentrações e outros parâmetros influenciam o tratamento que será realizado e depende também das condições locais quanto à geologia, ao clima e à atividade humana. Assim, os processos de tratamento e análise da água devem ser adaptados de acordo com seu uso.A principal preocupação quanto à qualidade da água está certamente relacionada ao consumo humano. Um dos maiores riscos para a nossa saúde é a contaminação fecal. É por essa razão que a análise microbiológica da água é tão importante. 5. CONCLUSÃO Conhecer o laboratório e o seu funcionamento, bem como as técnicas de desinfestação mostram como devem ser criteriosamente higienizadas e desinfetadas para poder realizar tais experimentos. A preparação de lâminas a partir de diferentes é um procedimento simples, mas que requer toda atenção e cuidado para que cada etapa seja criteriosamente executada, a fim de evitar possíveis alterações nos resultados esperados. Seguindo a técnica de coloração de Gram, os resultados obtidos foram satisfatórios quando comparados com a literatura disponível, já levando em conta as possíveis limitações da própria técnica. A observação de culturas em meio sólido nos possibilitou a caracterização macroscópica da cultura, dado que a morfologia dos microrganismos é um elemento ligado às suas características genéticas, o que nos possibilita uma rápida identificação, uma vez que se conheça as morfologias existentes. Página 10 de 12 A prática em laboratório, a partir de breves orientações e com o auxílio de professores e monitores proporcionou uma experiência muito importante e enriquecedora, tanto para a unidade curricular de microbiologia geral quanto para a formação acadêmica. 6. REGISTRO FOTOGRÁFICO Página 11 de 12 BIBLIOGRAFIA BERRÍOS, Carolina Serrano; ILABACA, Rodrigo Gutiérrez. Manual de microbiología. Ediciones UC, 2018. DA SILVA, Neusely et al. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. Editora Blucher, 2017. Página 12 de 12 GRIST, N. R. Manual de biossegurança para o laboratório. In: Manual de biossegurança para o laboratório. 1995.p. 133-133. LUDWIG, F. P.; SILVA, I. da. Requisitos de área limpa para produção de medicamentos injetáveis na indústria farmacêutica, 2019. NEDER, Rahme Nelly. Microbiologia: manual de laboratório. In: Microbiologia: manual de laboratório. 1992. p. 137-137. XAVIER, M. P.; NOGUEIRA, H. S.; XAVIER, M. A. de S.; XAVIER, A. R. E. de O.; Monitoramento microbiológico de áreas grau A e grau B de uma produção asséptica. Revista Unimontes Científica, Montes Claros, v.19, n.2 - jul./dez. 2017.
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