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181 Assessoria em reuniões No mundo corporativo, as reuniões são muito frequentes. Por meio delas se infor- mam e discutem assuntos, se coletam ideias e alternativas e, principalmente, tomam-se decisões conjuntas. Por isso é uma estratégia de gestão que visa à participação, desen- volvimento e comprometimento de cada integrante, consequentemente, do grupo. Para que a reunião alcance os seus objetivos, deve ser criteriosamente planejada e organizada, bem coordenada e ter conclusões, isto é, depois do assunto debatido, o grupo deve chegar a decisões ou encaminhamentos acerca do mesmo, pois a ausên- cia de conclusões dá espaço para o sentimento de estagnação, “tanto se discutiu mas não se chegou a lugar algum”. Outro fator que interfere diretamente no andamento e resultados de uma reunião é a habilidade comunicativa dos participantes, visto que se expressam (verbal ou não verbalmente) e também escutam. Os secretários desempenham um papel imprescindível nas reuniões, este vai da assessoria no planejamento, organização e execução até o momento pós-reunião, dando os devidos encaminhamentos às questões abordadas, conforme o combinado em reunião. Neiva e D’Élia (2009, p. 201) lembram que “[...] quando se desejam reuniões eficazes, convém pensar no antes, durante e depois da reunião”. Também é responsabi- lidade do secretário a elaboração da ata, documento em que se registra o ocorrido na reunião e que tem valor administrativo e jurídico. O envolvimento do profissional de secretariado com reuniões é destacado por Bobbi Linkemer (1999, p.123): “[...] hoje se espera que as secretárias planejem reuniões, sejam especialistas de relações públicas e coordenadoras de eventos especiais: tudo isso exige uma série especial de habilidades de comunicação relacionadas com reuniões”. Por essas razões, este capítulo tem o propósito de contribuir na capacitação dos secretários para a assessoria em reuniões, destacando as suas atribuições para que a reunião tenha bons resultados. Serão abordados os temas: planejamento, organização, execução, avaliação e elaboração de ata de reunião. Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 181 13/10/2010 16:45:17 182 Tipos de reuniões A reunião pode envolver duas, cem ou mais pessoas. Pode durar dez minutos ou duas horas. Pode ser interna, entre funcionários e seu superior ou entre as principais autoridades da empresa, bem como social (externa). Todas são reuniões e merecem cuidados em termos de planejamento, liderança e comunicação. É claro que quanto mais pessoas envolvidas, maior é a complexidade da reunião e a possibilidade de con- flitos, exigindo ainda mais habilidades interpessoais, de liderança e comunicação. As reuniões também podem ser classificadas em ordinárias e extraordinárias. As ordinárias são as previstas no estatuto ou regimento da organização. Em dada ins- tituição de ensino, por exemplo, é determinado, pelo regimento, que os colegiados de curso devem reunir-se, pelo menos, uma vez por semestre. Já as extraordinárias são convocadas a partir da necessidade, ao surgir um problema que precisa ser deliberado conjuntamente. Para manter o exemplo anterior, imagine que ocorreu um problema no curso que precisa ser discutido com seus integrantes, e a reunião ordinária já ocor- reu. Nesses casos, o coordenador convoca uma reunião extraordinária. Além dessa classificação, “[...] determinados tipos de reunião, por suas caracterís- ticas e públicos, constituem-se em eventos específicos” (NUNES, 1996, p. 107), assim podem ocorrer de diversas formas, de acordo com a finalidade, participantes e exposi- ção do assunto. A seguir, listamos os tipos mais usuais. Assembleia: reuniões em que representantes de determinado grupo deba- tem assuntos de interesse grupal, sendo que cada representante ocupa lugar específico no plenário. As conclusões são votadas e funcionam como reco- mendações da assembleia. Conferência: quando o assunto é exposto por uma pessoa que pode ou não fazer parte do grupo, mas com profundo conhecimento do assunto. Limita-se o tempo de exposição para posterior discussão e respostas a perguntas da plateia. Congresso: são reuniões com o propósito de estudar temas de interesse de grupos profissionais como secretários, administradores e médicos, promovi- dos por entidades associativas. Mesa-redonda: as pessoas que compõem a mesa opinam a respeito do as- sunto, com tempo limitado e posteriormente debatem entre si. O presidente A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 182 13/10/2010 16:45:17 183 A ssessoria em reuniões da mesa faz a coordenação e funciona como moderador, orientando e contro- lando a discussão em torno do tema proposto, e pode formular perguntas aos membros. Painel: parte dos participantes expõe o tema proposto e parte assiste para posterior discussão. Seminário: a reunião visa que os presentes estudem e debatam determina- do assunto, que é de interesse comum, sendo voltado para a aprendizagem. Faz-se a análise dos fatos e apresentação dos resultados alcançados. Simpósio: conta com a participação de especialista(s) no assunto em discus- são, que tece(m) comentários a respeito do tema. Independente da forma como o assunto é apresentado e discutido, todas as reuniões precisam ser sistematicamente planejadas para que bons resultados sejam obtidos. Planejamento de reuniões O tempo é algo precioso e cada vez mais escasso no ambiente organizacional, por isso o que mais se evita é usar as melhores horas do dia em conversas que não levam a lugar algum. Entretanto, é comum nos profissionais o sentimento de frustração por ter participado de reuniões excessivamente longas, desgastantes e improdutivas. Apesar da importância que as reuniões exercem, a possibilidade de que gerem efeitos negativos é grande quando: são realizadas em número excessivo; a pauta não foi bem definida; são convocadas as pessoas erradas; faltam decisões, conclusões ou resoluções. Por outro lado, esses fatores podem ser combatidos com um criterioso planeja- mento que inicia com os questionamentos: Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 183 13/10/2010 16:45:17 184 A reunião é necessária? Qual é o seu objetivo? Esse objetivo pode ser alcançado sem reunir as pessoas? Ao responder essas perguntas, o gestor já estará eliminando uma parcela dos pro- blemas decorrentes de reuniões, pois somente irá convocar as pessoas quando esta for a melhor alternativa para o problema em questão, pois as pessoas precisam realmente estar juntas para discutir, sugerir e encaminhar a solução. Quando o assunto é apenas informativo, ou seja, a decisão já foi tomada, há que se avaliar a possibilidade de in- formar numa reunião ordinária, ou então unir vários assuntos para realizar a reunião. Esses procedimentos reduzem a frequência das reuniões, que é o que se deseja. Se a reunião é a alternativa apropriada, indica que ela tem um objetivo claro, que ao final precisa ser alcançado. Linkemer (1999, p. 125) alerta que uma das grandes causas que torna a reunião improdutiva é a falta de objetivo. Ninguém sabe por que está ali. O objetivo da reunião jamais é anunciado ou questionado. A discussão arrasta-se de tópico em tópico. São aventadas saídas, mas as questões não são resolvidas. Mencionam-se problemas que nunca são solucionados. E as pessoas vão embora confusas ou frustradas. A partir do delineamento do objetivo, o próximo passo do planejamento é a de- limitação dos assuntos a serem tratados, que devem ser relevantes a ponto de moti- var as pessoas a participarem do encontro. É melhor evitar assuntos polêmicos que possam causar constrangimentos. Os assuntos devem aparecer na pauta na ordem de prioridade e essa também será a ordem a ser seguida durante a reunião. De acordo com o(s) assunto(s) se estima o tempo de discussão e, com isso, o de reunião, lem- brando que a recomendação é de, no máximo, duas horas. “Todos nós sabemos que cansaçoe tensão geram dispersão. Portanto, não é aconselhável mais de duas horas de reunião” (NEIVA, D’ELIA, 2009, p. 202). Deste modo, o tempo deve permitir a exploração dos tópicos, sem tornar o encontro cansativo para os presentes. Com os assuntos definidos, é hora de pensar nas pessoas a serem convocadas para tal discussão, lembrando que pessoas a mais ou a menos se tornam problemas. As pessoas que forem convocadas sem necessidade possivelmente perderão tempo, em contrapartida, a ausência de pessoas que deveriam ser convocadas, mas não foram, prejudicará o andamento da discussão, pois suas contribuições são decisivas para a compreensão do assunto em questão. Um questionamento pode auxiliar nessa definição. A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 184 13/10/2010 16:45:17 185 A ssessoria em reuniões Quem participará e por quê? Com a nominata1 dos participantes, pode-se pensar em local, dia e horário, pois a reunião deve ser programada de forma a facilitar a participação dos envolvidos. Para agilizar, o secretário já deve saber da disponibilidade das pessoas de participar de reuniões. Caso não tenha, o ideal é consultá-las antes de agendar. Quanto maior o número de participantes, maior a dificuldade de conciliar as disponibilidades. Nem sempre é possível ter uma data e horário comum a todos, mas procura-se conciliar pelo menos os da maioria. Quando os assuntos realmente são importantes para as pessoas, elas se organizam e, se for necessário, desmarcam outro compromisso para participar. Por outro lado, quando os assuntos são irrelevantes, mesmo que se atendam as prefe- rências de agenda, corre-se o risco de pouca participação. Há grupos que se reúnem sistematicamente: mensal, quinzenal ou semanal, então se combina uma data e horário, e agenda-se as reuniões por um período. Os diretores de uma empresa, por exemplo, tendem a se reunir todas as semanas, podendo ser as segundas-feiras, das 8 às 9 horas. Outro grupo, ao se reunir mensalmente, pode definir a primeira quarta-feira do mês, das 17 às 19 horas. Assim, todos já sabem que nesse dia e horário têm compromisso, sem a necessidade de agendar novamente. Uma vez estipulado o horário de início e término, esses deverão ser respeitados. Em relação ao local, normalmente são feitas na própria estrutura da empresa ou entidade a que o assunto está relacionado, num espaço que comporte o número de pessoas, que tenha boa ventilação, iluminação e seja de fácil acesso. Há que se pensar até mesmo na estrutura para estacionamento, refeições, banheiros, especialmente quando o grupo é grande ou envolve convidados especiais. Enfim, há uma série de detalhes que devem ser programados pelo secretário e que fazem a diferença. De posse de todos esses dados, parte-se para a elaboração da convocação da reu- nião. A convocação pode ser feita por meio de correspondência específica ou edital. Nas organizações públicas também é utilizado o ofício, e nas privadas a carta. Vejamos um exemplo de convocação. 1 Relação de nomes. Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 185 13/10/2010 16:45:17 186 Figura 1 – Exemplo de convocação. 1 - Identificação do emissor. 2 - Data de elaboração. 3 - Título, em destaque. 4 - Texto com informações de quem convoca, a classe/grupo convocado, data, horário de início e término e local da reunião. 5 - Pauta. 6 - Fecho, despedida. 7 - Assinatura, nome e cargo do emissor. D an ie la G ia re ta D ur an te . A da p ta do . Editora Curitibano Rua Manoel Ribas, 254 – Mercês Curitiba/PR – 82530-240 Tel. (41) 3208-2560 - www.editoracuritibano.com.br Curitiba, 1 de julho de 2010. C O N V O C A Ç Ã O A Diretoria Administrativa convoca os vendedores para reunião a ser realizada no dia 20 de julho de 2010, das 10 às 11 horas e 30 minutos, em sua sede administrativa, para tratar da seguinte pauta: a) Horário especial de atendimento na feira do livro. b) Novos projetos para segundo semestre. c) Redução de custos com viagens. d) Previsão de férias. e) Assuntos gerais. Salienta-se que a presença de todos é imprescindível para o bom andamento dos trabalhos. Atenciosamente, Daniela Giareta Durante, Gerente Administrativa. 1 2 3 4 5 6 7 A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 186 13/10/2010 16:45:19 187 A ssessoria em reuniões A convocação deve ser dirigida a cada pessoa convocada. Há casos em que ela precisa ser entregue “em mãos” e o receptor confirmar recebimento, por meio da assi- natura de protocolo. Em outros casos, pode ser enviada até mesmo por e-mail, sendo que a confirmação de recebimento também é feita por e-mail. O secretário deve asse- gurar-se de que todos os convocados receberam o documento. As pessoas devem ser comunicadas antecipadamente acerca da reunião, em tempo para poderem se organizar. Para reuniões ordinárias, adota-se a emissão da convocação com sete dias de antecedência, quando os documentos institucionais não estabelecem o prazo. Para as reuniões extraordinárias recomenda-se pelo menos 48 horas de antecedência ou a avaliação da urgência do assunto, podendo-se inclusive consultar os envolvidos. Quando o assunto em pauta exige a leitura prévia de material, coleta de informa- ções ou outra preparação para acompanhar a reunião, deve ficar explícita para o re- ceptor na convocação. Os materiais podem ser providenciados pelo próprio secretário, quando é o caso, e disponibilizados juntamente com a convocação. Elaborar e tornar pública a convocação não significa, entretanto, que o planeja- mento foi concluído. Foi um passo importante, mas não suficiente para garantir a efe- tividade da reunião. Conforme o momento da reunião (dia e horário) vai se aproximan- do, outros procedimentos precisam ser tomados. Organização de reuniões Visando ao bom andamento da reunião, um ou dois dias antes é essencial a che- cagem e organização de um conjunto de elementos, podendo-se destacar cinco que são detalhados na sequência. - Confirmação dos presentes; - Serviços de copa; - Preparação de mesas e cadeiras; - Instalação dos equipamentos; - Organização dos materiais. Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 187 13/10/2010 16:45:19 188 Recomenda-se fazer contato com os convocados, lembrando da reunião e confir- mando a presença. A confirmação pode ser feita por e-mail ou telefone. O telefone é mais adequado para a confirmação de uma autoridade superior àquela que convocou. Com base no número de participantes, e tempo de reunião, contrata-se os serviços de copa, lembrando que água e café são sempre bem-vindos. Também se organiza o ambiente, que dependerá, além da quantidade de par- ticipantes, da forma de exposição do assunto, como foi apresentado anteriormente (conferência, mesa-redonda, painel etc). A disposição de mesas e cadeiras comumente usadas são: - Mesa circular com cadeiras ao redor. - Mesa retangular com cadeiras nos dois lados. - Mesa em U com cadeiras somente na parte externa. - Mesa em T com cadeiras de frente. - Mesa retangular e cadeiras tipo anfiteatro (para grande número de participantes). Outro procedimento a ser realizado diz respeito aos equipamentos que serão uti- lizados durante a reunião. Como o secretário tem conhecimento pleno da pauta e de quem irá expor os assuntos, sabe também os equipamentos que serão necessários. Não tendo certeza, cabe consultar o coordenador da reunião. Geralmente são usados microcomputador ou notebook e projetor multimídia. O secretário também deve ter um notebook disponível para, durante a reunião, fazer as anotações para a elaboração da ata ou a ata propriamente dita. Uma alternativa que vem sendo escolhida por organizações é a realização de reu- niões por videoconferência, especialmente quando precisam contar com a participa- ção de pessoas que se encontram em locais distantes. Tem sido a preferência princi- palmente das organizações multinacionais.As salas de videoconferência transmitem imagens simultâneas e em tempo real, possibilitando a discussão de assuntos sem que as pessoas tenham que sair dos seus escritórios. A reunião acontece como se estives- sem frente a frente, sem despesas com deslocamento, hospedagem, e com ganho de tempo. É um método ágil e eficaz, mas que depende de a organização investir em uma estrutura para videoconferências. Não havendo essa estrutura na empresa, ainda pode-se contratar uma empresa que preste esse serviço. A tecnologia facilita bastante quando tudo funciona. Além de ter os equipamen- tos disponíveis, é igualmente importante testá-los para que não ocorram imprevistos A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 188 13/10/2010 16:45:19 189 A ssessoria em reuniões durante a reunião, mas, mesmo assim, eles poderão acontecer e o secretário deverá ser proativo, agir rápido e eficazmente para solucionar o problema. Se serão apresentados slides, gráficos, planilhas em Excel, por exemplo, cabe testá-los e verificar a compa- tibilidade de softwares antecipadamente. Isso pode evitar que as pessoas já estejam reunidas e tenham que aguardar a troca de equipamento, ou que um técnico resolva o incidente. O secretário proativo também tem sempre a segunda opção: E se o projetor não funcionar? E se faltar energia elétrica? Para reduzir os transtornos, sugere-se que os principais materiais para a compre- ensão do assunto e consulta como slides, orçamentos, relatórios sejam impressos e dis- ponibilizados aos participantes, bem como blocos e canetas para anotações. Podem ser organizadas pastas personalizadas com diferentes materiais. Ainda deve ser providenciada antecipadamente a lista de presença, que nada mais é do que a nominata dos convocados com espaço para assinatura. Nem sempre a lista de presença é adotada pela organização, mas para grandes grupos é aconselhável, pois, posteriormente, poderá ser anexada à ata sem a necessidade de nova assinatura, o que favorece bastante o trabalho. Para grandes grupos, também aconselha-se o uso de crachás, que igualmente devem ser providenciados com antecedência. Com todos esses procedimentos e cuidados, possivelmente a ocorrência de im- previstos e transtornos durante a reunião será menor. Assim, todos, participantes, se- cretário e coordenador, poderão concentra-se exclusivamente na deliberação da pauta e finalidades da reunião. Durante a reunião É chegada a hora! O secretário já checou novamente o ambiente (limpeza, acomo- dações), os serviços de copa, equipamentos e materiais. Conforme os convocados vão se aproximando, ele faz a recepção, coleta assinatura na lista de presença e entrega os materiais. Durante a reunião, está disponível para aquilo que o coordenador precisar, visando ao bom andamento dos trabalhos: auxiliar na exposição do assunto, fornecer informações, contatar com uma pessoa que não chegou, entre outras. O secretário também é o responsável pela elaboração da ata da reunião, que é o registro oficial das discussões e encaminhamentos. Para isso, deverá estar atento a tudo o que for dito, fazer as devidas anotações, uma espécie de rascunho. Por essa Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 189 13/10/2010 16:45:19 190 razão, não pode se ausentar por muitos minutos. No tópico seguinte trataremos espe- cificamente da elaboração da ata. O coordenador, com a assessoria do secretário, é o responsável por liderar a reu- nião. A forma como é liderada, por sua vez, interfere significativamente nos resulta- dos. De nada adianta todo o cuidado no planejamento e organização, se não for bem conduzida. Por reunir um grupo de pessoas, cada qual com sua maneira de pensar e expor sua opinião acerca do assunto, somado aos interesses antagônicos, que podem existir em torno da mesma questão, as reuniões tornam-se um campo frutífero para conflitos, que exige habilidades distintas de quem coordena, sobretudo, de relacionamento in- terpessoal, liderança e comunicação. Neste sentido, Linkemer (1999) caracteriza as reuniões como laboratório vivo. Argumenta que muitos fatores são previsíveis e que por isso podem ser prevenidos, como os citados no planejamento e organização. Outros, contudo, não. São as surpre- sas decorrentes principalmente do comportamento das pessoas e do grupo. Embora se tenha uma noção de como o grupo reage, sempre surgem situações difíceis de serem contornadas. Para a autora, o maior problema é quando a causa do conflito envolve o coordenador. Antes de tudo, o coordenador precisa ter consciência de que conduzir uma reu- nião não é motivo de honra ou celebridade, de impor seu posicionamento ou ideia sobre o grupo. Seu papel é dirigir a exposição e deliberação da pauta, motivar os parti- cipantes para que concedam suas opiniões e sugestões, ou seja, provocar a discussão e, ao mesmo tempo, manter a objetividade com o intuito final de chegar a conclusões, decisões ou encaminhamentos criativos para a questão. Se o coordenador tem essas habilidades, ou pelo menos consciência do seu papel, ótimo, mas quando o mediador é passivo, as possibilidades de frustrações com a reu- nião crescem. Nesses casos, o trabalho do secretário é ainda mais complexo no sentido de dar todo o apoio e estrutura para que seu superior tenha uma atuação apropriada. Cabe aqui uma expressão conhecida na profissão secretarial de que a relação entre secretário e superior é de complementação: “O secretário deve ser muito bom naquilo que seu chefe não é!” Para colaborar, listamos um conjunto de atitudes a serem tomadas pelo coorde- nador durante a reunião e que contribuem para a efetividade da mesma: A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 190 13/10/2010 16:45:19 191 A ssessoria em reuniões dar boas-vindas a todos, agradecendo pela presença; na presença de convidados ou pessoas que não se conhecem, fazer as devidas apresentações; lembrar o(s) objetivo(s) da reunião e sua pauta; expor os assuntos, seguindo a pauta. Quando cumprido o primeiro passa-se para os segundo; provocar as discussões, mas sem exageros, mantendo um ritmo dinâmico e possibilitando que todos exponham suas opiniões; manter a discussão no assunto específico, para que a reunião atinja seu obje- tivo e avance; controlar o tempo, tanto na exposição quanto na discussão do assunto, a fim de respeitar o previsto na convocação; coletar e destacar as boas contribuições; administrar as diferenças das pessoas do grupo, normalmente as mais acentu- adas são entre o falante e o calado, ou entre o otimista e o pessimista. controlar as interrupções, chegadas e saídas durante o andamento dos traba- lhos; manter as pessoas interessadas e envolvidas no assunto; ao encerrar a reunião, lembrar mais uma vez o principal objetivo da mesma, anunciar em que medida ele foi atingido. Cabe resumir as conclusões e as de- cisões tomadas, bem como distribuir as tarefas a serem desenvolvidas para atender tais conclusões e decisões; agradecer a presença e contribuições dos participantes. Um fator que merece destaque é o tempo de reunião. Como já foi exposto, o máximo que uma reunião deve durar é duas horas. A convocação irá informar ao parti- cipante o horário de início e de término, a partir do qual ele se organizará para chegar no horário, bem como sair no horário. O que muitas vezes ocorre é o atraso no início, devido a alguma providência que não foi antecipada ou porque pessoas são aguarda- Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 191 13/10/2010 16:45:19 192 das. Iniciar no horário é crucial e demonstra respeito com as pessoas que foram pontuais, caso contrário, na próxima reunião esses também terão o direito de chegar depois. O que pode haver são cinco minutos de tolerância, desde que o coordenador os gerencie durante a reunião e informe “São 9 horas. Vamos aguardar cinco minutos e iniciamos”. A maior falha é atrasar oinício da reunião por atraso do coordenador. A esse respei- to Linkemer (1999, p. 129) explica: Como líder de reunião, você estabelece o tom estando presente ou não antes de alguém entrar na sala. Apenas a sua presença – sentada calmamente e, é claro, pronta para começar – transmite a mensagem clara que tanto a reunião quanto seus participantes são importantes para você. Chegando atrasada – correndo – depois de os outros já estarem sentados – e tropeçando para encontrar o ponto de partida, você transmite uma mensagem bem diferente. E se o tempo previsto de reunião se esgotou e a pauta não foi cumprida? Isso ocorre quando não foi bem planejada, organizada ou coordenada. É um feedback interessante para o secretário e o coordenador. Quando acontece, os presentes precisam ser consultados acerca da preferência por continuarem a reunião por mais X tempo a fim de cumprirem a pauta ou a marcação de nova data para dar continuidade. A decisão é do grupo. O cumprimento dos horários reduz as entradas e saídas durante a reunião, que é outro problema a ser enfatizado. Na prática, conforme o horário de encerramento vai se aproximando, as pessoas tendem a sair, com isso a discussão e decisão ficam compro- metidas, porque já não contam com os atores necessários. Os participantes, portanto, também devem cumprir os horários, tanto de chegada como de saída, em respeito à autoridade que convocou e para não prejudicar o andamento dos trabalhos. As saídas antecipadas podem ser efeitos do próprio andamento da reunião e são motivos para posterior avaliação do coordenador e secretário. Quando não há envolvi- mento ou participação na discussão, a reunião está muito desgastante, o assunto é polê- mico ou não merece ser discutido, a comunicação não flui, faltam encaminhamentos, as pessoas tendem a desmotivar-se e sair. Isso significa que o trabalho com a reunião, além de começar bem antes da sua exe- cução (planejamento), não termina com ela. Após a reunião, pelo menos três atividades são essenciais. Uma delas é a avaliação, momento de análise do secretário e coordena- dor (o ideal é que o façam juntos) acerca do que foi alcançado, do percurso da reunião, dos aspectos positivos e os que não podem se repetir na próxima. A outra atividade é recolher as pastas, materiais e equipamentos, bem como solicitar serviços de limpeza a fim de reorganizar a sala. A terceira diz respeito às ações a partir das decisões. Para exem- plificar, imagine que em determinado assunto, a opção foi pela contratação de mais um funcionário. Após a reunião, há que se dar encaminhamento à nova contratação. A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 192 13/10/2010 16:45:19 193 A ssessoria em reuniões Elaboração da ata da reunião A ata é um documento oficial, o registro resumido das ocorrências, encaminha- mentos e principalmente decisões da reunião. Tem valor jurídico e administrativo, por isso as decisões lavradas em ata, sendo esta aprovada, devem ser cumpridas a não ser que o mesmo grupo novamente se reúna e anule tal decisão, cuja anulação também é lavrada em ata. É responsabilidade do secretário da reunião a elaboração da ata, que pode ser manuscrita em livro próprio ou digitada em um editor de texto como o Word. Nos dias de hoje, a preferência recai pelo uso de editor de texto, pelos recursos disponíveis que facilitam e agilizam a elaboração, bem como agregam maior qualidade ao texto, pois o documento não pode conter rasuras e erros. Após aprovada, deve ser impressa, assi- nada e organizada em livro. Além de poder se manuscrita ou digitada, sua elaboração ainda pode ser feita em dois momentos: Durante a reunião – conforme os assuntos são tratados o secretário vai re- digindo a ata. Antes de o coordenador informar o encerramento da reunião, o secretário faz a leitura da mesma. Podem haver alterações, inclusões ou su- pressões no texto. A ata é aprovada pelos presentes e assinada. Após a reunião – o secretário faz apenas as anotações das discussões e deci- sões durante a reunião, uma espécie de rascunho da ata, sendo que sua ela- boração, dentro das normas, é feita após. A ata é disponibilizada aos partici- pantes, que na reunião seguinte farão a aprovação ou não da mesma. Após aprovada, é assinada. As duas modalidades apresentam vantagens e desvantagens. A primeira é mais apropriada por já se sair da reunião com ela aprovada e servindo, portanto, como prova para as ações que serão tomadas, desde que o texto tenha qualidade, o que nem sempre ocorre, pela dificuldade de elaboração em meio a conversas e discussões. O secretário precisa ouvir e escrever ao mesmo tempo. A segunda modalidade resulta em textos mais coesos, ideias claras e bem desen- volvidas, no entanto, tem desvantagens na aprovação. Nem sempre os participantes são os mesmos de uma ou outra reunião, e quem não participou não pode opinar a respeito dela. Por outro lado, ao ler a ata na reunião seguinte, retoma-se e se atualiza o grupo do que foi discutido anteriormente. A estratégia utilizada por alguns grupos é dar autonomia ao coordenador para aprovar a ata, o que também tem vantagens e desvantagens. Outros grupos preferem recebê-la por e-mail para análise, aprovando Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 193 13/10/2010 16:45:19 194 ou propondo alterações. A partir disso, o secretário contempla as sugestões e a ata é assinada por ele e pelo coordenador, apenas. Em seguida é disponibilizada cópia a todos os presentes. Nos grupos que se reúnem com certa frequência, como diretores de empresas, recomenda-se que o secretário combine os procedimentos acerca da ata, se manus- crita ou digitada, se elaborada durante ou depois da reunião, se assinada por todos ou por ele e o coordenador da reunião, registrando a decisão em ata para após seguir conforme o combinado. Independentemente da modalidade que for adotada para a elaboração, a ata pre- cisa atender algumas normas para que tenha valor administrativo e jurídico. Vamos examiná-las juntamente com suas partes: Título1. – Ata - o número e ano. A numeração recomeça a cada ano. Em reuniões esporádicas pode-se usar a identificação da reunião como por exemplo, Ata da Eleição da CIPA. Localizadores temporais2. – dia, mês, ano e hora da reunião. Todos os números são grafados por extenso na ata. Local da reunião 3. – sala, sede da instituição, rua, número, cidade etc. Nome completo4. (para pequenos grupos) ou qualificação (para grupos maio- res) das pessoas presentes. Professores, sócios, diretores, conselheiros, acionis- tas, médicos são exemplos de qualificação dos presentes. Quando pertinente, informa-se o número de presentes e dos que justificaram a ausência. Identificação do coordenador da reunião5. – informando também a convoca- ção prévia ou estatutária que determinou a reunião. Finalidade6. (s) da reunião. Assuntos tratados7. – é a parte mais trabalhosa, principalmente quando a reu- nião é longa e o grupo grande. Inicialmente cita-se a pauta, podendo-se enu- merar os assuntos para ficar mais claro. Na sequência se expõe cada um dos assuntos, sintetizando-os de maneira clara e precisa. Priorizam-se as decisões e encaminhamentos acerca do assunto em questão, finalizando o registro de um para passar para o outro. Um dos problemas da ata é quando se escreve sobre mais de um assunto ao mesmo tempo, visto que o leitor não identifica A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 194 13/10/2010 16:45:19 195 A ssessoria em reuniões a qual exatamente se refere. Recomenda-se o uso de expressões do tipo “Em relação ao segundo assunto da pauta – Novos projetos para o segundo semes- tre –, decidiu-se que... ” para melhor situar o leitor. Atualmente prefere-se a ata síntese (decisões) e não aquela que descreve todos os pormenores e deva- neios. O secretário deverá perceber a preferência do seu grupo e atender. Fecho8. – declaração do encerramentodos trabalhos (podendo-se informar quem encerrou), de quem lavrou a ata, da leitura e aprovação da ata (quando for o caso) e quem irá assinar (todos os presentes ou o coordenador). Ainda faz parte do fecho, a data, neste momento podendo ser em números arábicos. Assinaturas9. – assinam a ata, geralmente, todas as pessoas presentes na reu- nião. Às vezes, todavia, ela é assinada somente pelas pessoas que presidiram (presidente e secretário), desde que seja combinado com o grupo. Nesses casos, anexa-se o protocolo de presença, devidamente assinado por todos os presentes. A primeira assinatura é sempre a de quem redigiu a ata, o secretá- rio, a segunda a de quem presidiu a reunião, seguidas das demais (quando é o caso). Destaca-se que a elaboração da ata deve ser de tal maneira que, após aprova- da, impossibilite a introdução de modificações. O texto é compacto, sem parágrafos, termina um elemento e inicia o outro, tudo seguidamente, com margens justificadas, para evitar que, nos espaços em branco, façam-se acréscimos. Além disso, os números são grafados por extenso, para impedir que sejam adulterados. Apenas as atas aprova- das e devidamente assinadas têm valor. Quando se opta pela elaboração manuscrita, ao se constatar um erro no momen- to da redação, emprega-se a partícula corretiva “digo”. Por exemplo: [...] na sala dez, digo, na sala doze [...]. Quando, porém, o erro for percebido após a redação de toda a ata, utiliza-se a expressão: “em tempo”, ao final do documento, mas antes das assinaturas, juntamente com o texto correto. Por exemplo: Em tempo: na linha 20 onde se lê “regulamento”, leia-se “regimento”. Na sequência é apresentado um exemplo de ata tomando por base os dados da convocação constantes na figura 1. Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 195 13/10/2010 16:45:19 196 Fi gu ra 2 – E xe m p lo d e at a. A ss in at ur a do se cr et ár io A os v in te d ia s do m ês d e ju lh o de d oi s m il e de z, à s de z ho ra s, n a se de a dm in is tr at iv a da e m p re sa X X , s al a ci nc o, r eu ni r- se o s ve nd ed or es d a em p re sa , s ob a c on vo ca çã o e co or de na çã o da d ire to ria a dm in is tr at iv a, s en ho ra D an ie la G ia re ta D ur an te , p ar a tr at ar d os s eg ui nt es a ss un to s: 1 ) H or ár io e sp ec ia l d e at en di m en to n a fe ira d o liv ro ; 2) N ov os p ro je to s p ar a se gu nd o se m es tr e; 3 ) Re du çã o de c us to s co m v ia ge ns ; 4) Pr ev is ão d e fé ria s e 5) A ss un to s ge ra is . E st iv er am p re se nt es t rin ta e d oi s ve nd ed or es e ou tr os d oi s ju st ifi ca ra m a a us ên ci a p or m ot iv o de a te st ad o m éd ic o. I ni ci an do a re un iã o, a d ire to ria d eu b oa s- vi nd as a t od os o s p re se nt es , a gr ad ec eu a p re se nç a e le m b ro u os a ss un to s em p au ta . L em b ro u ta m b ém q ue a ss un to s ge ra is p od er ia m s er in sc rit os c om o s ec re tá rio d ur an te a d el ib er aç ão d os d em ai s. 1 ) E m re la çã o ao h or ár io es p ec ia l d e at en di m en to n a fe ira d o liv ro , d es ta co u a im p or tâ nc ia d e a em p re sa , p or m ei o do s ve nd ed or es , f az er -s e p re se nt e na fe ira d o liv ro d o Es ta do , a r ea liz ar -s e no m ês d e ag os to d o co rr en te a no , n a ci da de d e C ur iti b a. O s ve nd ed or es p ro p us er am a el ab or aç ão d e um c ro no gr am a p ar a qu e ne nh um h or ár io fi qu e de sc ob er to e q ue p el o m en os d oi s ve nd ed or es e st ej am n o lo ca l. A p ro p os ta fo i a ce ita , o c ro no gr am a se rá or ga ni za do e e nv ia do n o p ra zo d e do is d ia s p ar a co ns ul ta d e ca da u m 2 ) q ua nt o ao s no vo s p ro je to s p ar a o se gu nd o se m es tr e, fo i [ ... ]. 3) N o to ca nt e a re du çã o de c us to s co m v ia ge ns , [ ... ]. 4) A re sp ei to d a p re vi sã o de fé ria s, [. ..] . N ão h av en do a ss un to s ge ra is p ar a a di sc us sã o e to do s os d em ai s de lib er ad os , à s on ze h or as e q ui nz e m in ut os , a di re to ra e nc er ro u a re un iã o e eu , J oã o C os ta L ar ga , s ec re tá rio , l av re i a p re se nt e at a, qu e ap ós li da e a p ro va da p el os p re se nt es s er á as si na da p or m im e a d ire to ra . C ur iti b a, 20 d e ju lh o de 2 01 0. J oã o C os ta L ar ga , D an ie la G ia re ta D ur an te . A ta N .° 5/ 20 10 Tí tu lo Lo ca l Q ue m co nv oc ou e co or de no u a re un iã o Id en tifi ca çã o do s p re se nt es Pa ut a Q ua nt os es tiv er am p re se nt es e se h ou ve ju st ifi ca tiv a de a us ên ci a In tr od uç ão In íc io d a re un iã o C on cl us ão da d el ib er aç ão da p au ta In íc io d o fe ch o D el ib er aç ão do s as su nt os A ss in at ur a do co or de na do r D at a Lo ca liz ad or es te m p or ai s Daniela Giareta Durante. A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 196 13/10/2010 16:45:20 197 A ssessoria em reuniões Para reuniões internas e/ou informais, que tratam de assuntos e atos rotineiros, como pode ser considerada a reunião descrita anteriormente, a ata tem sido substituída pela síntese da reunião. O grupo ou a empresa adota uma espécie de formulário que é preenchido pelo secretário. Vejamos um exemplo: D an ie la G ia re ta D ur an te . Diretoria Administrativa Síntese de reunião Data: 20/07/2010 Local: Sede administrativa, sala 5 Horário início: 10 horas Horário término: 11h15min Coordenador: Daniela Giareta Durante Secretário: João Costa Participantes: 32 vendedores Pauta Decisões Providências Horário especial de atendimento na feira do livro Elaboração de um cronograma para que nenhum horário fique descoberto e que pelo menos dois vendedores estejam no local Organizar o cronograma e enviar no prazo de dois dias para consulta dos vendedores Novos projetos para segundo semestre Redução de custos com viagens Previsão de férias Assuntos que ficaram pendentes Assinatura do secretário Assinatura do coordenador Figura 3 – Exemplo de formulário para síntese de reunião. Síntese das atribuições do secretário em reuniões Neste momento, você já está convencido da importância da assessoria que o se- cretário presta em reuniões, desde o planejamento até a avaliação. Com o intuito de sintetizar o que foi discutido neste capítulo, listamos as suas principais atribuições: Antes da reunião discutir com seu executivo a necessidade da reunião, seu objetivo e pauta; definir o local, data e horário de início e término da reunião; convocar, por meio de correspondência, as pessoas para a reunião; Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 197 13/10/2010 16:45:20 198 providenciar e enviar para os convocados o material que será discutido na reu- nião, quando necessário; solicitar os serviços de limpeza e copa; preparar o ambiente: mesas, cadeiras, decoração; organizar pastas e materiais que serão utilizados durante a reunião; providenciar os equipamentos; confirmar as presenças; elaborar o protocolo de presenças; Durante a reunião recepcionar os participantes; coletar assinaturas; entregar materiais;fazer, com muita atenção, os registros para a elaboração da ata ou a ata pro- priamente dita; auxiliar na exposição dos assuntos e deliberação da pauta; auxiliar no controle do tempo; assessorar na coordenação da reunião; coordenar a reunião (quando for o caso). Depois da reunião solicitar os serviços de limpeza e organização da sala da reunião; recolher os materiais, equipamentos utilizados; avaliar, juntamente com o coordenador, a reunião; tomar as providências acerca dos encaminhamentos decididos na reunião; elaborar a ata (quando não é feita durante a reunião). A ss es so ria e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 198 13/10/2010 16:45:20 199 A ssessoria em reuniões Como organizar e liderar uma reunião 11 dicas que farão seu encontro de negócios mais produtivo (ANDRADE NETO, 2003, p. 8-9) Não há escapatória. Cedo ou tarde, de um jeito ou de outro, você participará de uma reunião. Muitas são longas, se estendem por horas. Você ali, presa, já na quinta xícara de cafezinho, tentando decifrar o que o chefão quer dizer com todos aqueles números que ele aponta com a varinha. Dá para se entreter um pouco olhando para os outros integrantes da reunião. O Libério da produção, por exemplo. Mal uma ideia ou solução começa a surgir, ele corre colocar empecilhos técnicos, de logística, de motivação, seja o que for para matar a ideia no ar. O problema é que esse espírito contagia a todos e, não raro, tem gente saindo da reunião disposto a pedir a concor- data da empresa, já que nada vai dar certo, mesmo. Tem a Consuelo do marketing. Indefectível, terninho de grife, brincos ao mesmo tempo discretos e que chamam a atenção, sorriso de superioridade permanente nos lábios. É só alguém abrir a boca que a Consuelo já tem uma resposta pronta: um número que ninguém sabe bem para que serve, mas impressiona, uma frase feita, a opinião de um consumidor. Não se sabe bem qual a utilidade dos dados que ela leva para a reunião, mas que impressiona e faz com que todos admirem sua preparação, ah, isso impressiona. E sentado ali no canto, o Mirandinha da contabilidade. Capaz de fazer a reunião se arrastar com sua obsessão por detalhes. Na semana passada, na hora de aprovar o novo modelo de contrato e garantia dos produtos, todas as cláusulas passaram intactas, até o Mirandinha encrencar com o tamanho da letra. Por que escrito em corpo 11? Por que não em 12? Ou em 10? O triste é que todos embarcaram nessa “útil” discussão. E, finalmente, o seu Torres. Afinal, o que faz o seu Torres na empresa? Difícil de saber. O que é certo é que ele trabalha ali desde sempre. Se tem de ter um cargo, é o de “dono da verdade”. Em todas as reuniões dá suas opiniões e, imediatamente, passa a atacar quem é contra. Afinal, já trabalhava antes de você começar a falar e a andar, fazia cálculos e negociava com presidentes de empresas enquanto você só pensava em brincar de boneca. Vai querer dizer que ele está errado? Texto complementar Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 199 13/10/2010 16:45:20 200 Esses tipos de pessoas são apenas um dos aspectos que podem arruinar com uma reunião. Se você estiver organizando e presidindo um desses encontros, siga essas dicas para garantir a produtividade e o sucesso: 1. Levante e resolva. Muitas empresas, entre elas a agência de publicidade W/Brasil, contam com salas de reuniões especiais: a mesa é mais alta e não existem cadeiras. A intenção é que as coisas sejam resolvidas rapidamente, pois as pessoas se sentem um pouco desconfortáveis e querem sair dali o quanto antes. É uma boa alternativa. 2. Se a reunião tem hora para começar, também deve ter hora para terminar. Se não conseguirem liquidar o assunto no tempo exigido, combinem para terminar em um próximo encontro, ou conversem por e-mail. 3. Tenha um objetivo claro para a reunião. Reunir só para reunir é perda de tempo. Coloque a pauta a ser discutida em lugar visível e vá riscando os itens que vocês já trataram. 4. Cuidado com as pessoas desagregadoras. Quando alguém começar a inter- romper a reunião sem acrescentar nada de útil (veja as figuraças do começo dessa matéria), diga que respeita a opinião dela, mas que os números e fatos apontam para outro caminho. Ou que aquela pessoa percebeu bem tais e tais lados da questão, mas que existem também outros fatores, que são... E ponha o assunto em votação. 5. Não permita de maneira alguma que a reunião vire ataque pessoal. Vez por outra a discussão de um assunto se torna uma competição de reclamações contra a Janaína do RH. A partir desse momento, nada mais pode ser feito, a reunião torna- -se um ringue de boxe. O melhor é evitar tais situações logo no nascimento. Assim que o primeiro ataque pessoal surgir, pare tudo e exija que se retorne ao tópico em questão. Aja assim em absolutamente todas as vezes, para evitar acusações de favo- recimento ou perseguições. Concentre-se em resolver o problema. 6. Faça um rodízio no comando da reunião. Caso você se reúna com as mesmas pessoas sempre, faça com que cada encontro seja presidido por uma pessoa (depois que as outras regras forem aprendidas, lógico). Assim, você vai estimular a participa- ção de todos e reforçar o sentido de grupo. 7. Elogie quem cumpre o horário. Criticar quem chega atrasado é pedir para ouvir uma longa desculpa. Ao contrário, elogie quem chega na hora ao compromisso. 8. Dar material para que as pessoas se preparem para a reunião é algo contro- verso. Se apenas um participante não ler, você jogou tempo e dinheiro fora , pois vai ter de explicar tudo de novo. Então, em vez de escrever longos memorandos, prefira As se ss or ia e m re un iõ es Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 200 13/10/2010 16:45:20 201 A ssessoria em reuniões mandar ao pessoal um rápido e-mail, avisando sobre os assuntos que serão trata- dos no encontro. Não há ninguém que evite ler duas ou três linhas e é o suficiente para que todos se inteirem do assunto, fazendo com que as discussões corram mais rapidamente. 9. Ainda quanto à duração, em nenhum lugar está escrito que uma reunião deve durar uma hora. Estudos mostram que o ser humano só consegue prestar o máximo de atenção e um assunto por 40 ou 45 minutos. Experimente diminuir o tempo de suas reuniões. Significará um ganho de no mínimo dez minutos sem muito prejuízo ao conteúdo e à troca de ideias. Parece pouco, mas é o suficiente para telefonar para um cliente, responder a e-mails ou estudar as propostas de dois possíveis novos fornecedores. 10. Mantenha as distrações ao mínimo. Muitas pessoas aproveitam as reuniões para demonstrar toda sua perícia no PowerPoint e programas similares. São gráficos coloridos, cheios de sons e animações que ajudam na reunião... em absolutamente nada. Ao contrário, distraem o pessoal, fazem com que o pensamento saia do pro- blema e se fixe nas figurinhas coloridas, e dificultam a troca de ideias – afinal, quem pode ser contra uma ideia descrita na tela por um cachorrinho simpático ou coisa parecida? Se for necessário mostrar algo aos participantes da reunião, faça-o de ma- neira simples. Prefira fundo claro e letras escuras e nada além do necessário. 11. Por fim, nada disso significa que a reunião deva ser extremamente séria, em ritmo militar. Se algum participante (ou filho de participante) estiver fazendo aniversário, dê-lhe os parabéns, deixe que as pessoas contem fatos pitorescos rela- cionados ao assunto, sorria. Isso ajuda no fluxo das ideias. Atividade Apesar de a reunião ser uma importante ferramenta de gestão, nem sempre 1. seus resultados são positivos. Explique por que ela é considerada uma ferra- menta de gestão, e quais as principais causas dos efeitos indesejados. Topicos_especiais_em_tecnicas_de_secretariado.indb 201 13/10/2010 16:45:20
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