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Eficácia na Comunicação Oral Apresentação Habilidade na comunicação oral, que ocorre dentro e fora das organizações, pode auxiliar o interlocutor a entregar sua mensagem de forma eficaz. Você sabe como isso pode ser alcançado? Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as técnicas de comunicação verbal e não verbal utilizadas e entender como e por que elas podem auxiliar um gestor na condução de reuniões e de apresentações de projetos eficazes. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as técnicas para conduzir e para participar de reuniões.• Reconhecer as diferenças entre comunicação informal e formal.• Demonstrar métodos de apresentação apropriados.• Desafio Você foi contratado recentemente como gerente regional de uma empresa que possui diversas filiais pelo interior do estado. Uma de suas primeiras atribuições é fazer reuniões locais com as equipes das filiais para comunicar sua forma de trabalho, as metas semestrais e as novas políticas da empresa. Conhecendo os passos para uma comunicação oral eficaz, como você se prepararia para este trabalho? Elabore sua resposta usando técnicas utilizadas na comunicação oral. Infográfico Para que uma reunião empresarial tenha eficácia, ela depende diretamente de planejamento, liderança e controle. Estes três conceitos implicam, também, no rumo que a reunião vai tomar: quem conduz a reunião precisa dominar as técnicas de comunicação oral para observar e saber como agir diante do grupo. Com base nisso, observe o esquema que apresenta direcionamentos que auxiliam a eficácia nesse tipo de comunicação oral. Conteúdo do livro No livro Comunicação e Expressão, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai encontrar mais detalhes a respeito da comunicação verbal. Este trecho selecionado para sua leitura aborda as conversas informais (ouvir e falar), elementos de uma comunicação verbal eficaz (ao telefone e correio de voz) e como observar, na prática, de que forma o emprego dessas técnicas podem auxiliar em uma comunicação mais eficaz. Leia o capítulo Eficácia na Comunicação Oral,e aprofunde seus conhecimentos. Boa leitura. COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Debbie Mello Noble Eficácia na comunicação oral Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as técnicas para conduzir e para participar de reuniões. � Reconhecer as diferenças entre comunicação informal e formal. � Demonstrar métodos de apresentação apropriados. Introdução Neste capítulo, você vai ler sobre a comunicação oral, reconhecendo algumas situações do cotidiano nas quais sua eficácia é essencial, como, por exemplo, na participação e na condução de reuniões. Além disso, você compreenderá as diferenças entre situações de comunicação formal e informal, bem como conhecerá e saberá escolher os métodos mais apropriados para uma comunicação oral. Condução e participação de reuniões No mundo dos negócios, na educação, na política ou em qualquer área em que seja necessária a organização de um grupo de trabalho, as reuniões se tornam indispensáveis. No entanto, podemos dizer que há um senso comum sobre as reuniões: elas podem dispender muito tempo útil e ser ineficientes. Uma reportagem da Revista Exame mostrou que as reuniões sobre assuntos burocráticos e tarefas pouco produtivas podem roubar até 10 horas semanais de trabalho de cada funcionário (CARVALHO, 2014). No entanto, se estivermos preparados para conduzir e/ou participar de uma reunião, essa ideia negativa pode desaparecer. Parte disso passa pela capacidade de planejar e se preparar, além disso, é fundamental a objetividade da comunicação. Ter objetivos definidos, planejar o tempo e listar as pessoas indispensáveis na tomada de decisão são fundamentais para conduzir bem ou participar mais efetivamente de uma reunião. Objetivos e tipos de reuniões A questão principal para se preparar para uma reunião é ter muito claros os objetivos que justificam sua necessidade. Ou seja, independentemente de estar conduzindo ou participando de uma reunião, é preciso estabelecer ou conhecer seus objetivos, bem como compreender se ela é indispensável para atingir esses objetivos. Como há diversos tipos de reunião, de acordo com as diferentes situações, é importante esclarecer bem seus objetivos antes de se preocupar com outros detalhes ou notificar os participantes (HINDLE, 1999). Os objetivos mais comuns de uma reunião, geralmente, enquadram-se em um destes exemplos (HINDLE, 1999): � transmitir informações ou conselhos; � divulgar instruções; � mediar conflitos; � tomar ou implementar decisões; � gerar ideias criativas; � apresentar propostas para discussão e/ou decidir sobre elas. Após identificar os objetivos da reunião, podemos direcionar os próximos passos, como: � escolha dos participantes; � quantidade necessária de pessoas envolvidas; � condições em que essa reunião deverá ser realizada. Para entender melhor, confira o Quadro 1. Eficácia na comunicação oral2 Fonte: Adaptado de Hindle (1999). Objetivos Condições Tipo Estudar informações (divulgar ou receber relatórios, dar instruções, anunciar e explicar mudanças de métodos) Envolve, no máximo, três pessoas De poucas pessoas Envolve uma equipe Formal Requer feedback e discussão Informal ou formal Envolve informar o máximo de pessoas de fora da organização, inclusive a mídia Assembleia pública Envolve palestrantes que trazem informações Conferência Resolver problemas Diz respeito a apenas uma pessoa One-on-one (um a um) Requer dados de várias pessoas ou uma equipe Subcomissão especial Lida com problemas urgentes Improvisada/ de incidente Tomar decisões Requer discussão rápida ou envolve temas não regulamentares Improvisada Envolve temas comuns do negócio Formal Requer autorização ou uma maior discussão Conselho Estimular novas ideias Envolve a discussão de ideias criativas Informal Precisa de novas ideias rapidamente Brainstorm (tempestade de ideias) Envolve relatórios sobre temas a serem pensados, discutidos e preparados Formal Quadro 1. Tipos de reuniões conforme objetivos 3Eficácia na comunicação oral A partir do Quadro 1, podemos ter uma ideia inicial para o planejamento de uma reunião conforme seus objetivos. Assim, é possível se preparar em relação à pauta, ao pessoal envolvido e convocado para a reunião e ao nível de formalidade aplicado. O próximo passo para o sucesso da condução de uma reunião é o planejamento da pauta e do tempo. Planejamento, propósito e tempo Segundo Hindle (1999), qualquer encontro de pessoas que vise resolver um problema ou tomar uma decisão é considerado uma reunião, mesmo que ocorra entre colegas de modo informal. Nesse sentido, para que um desses encontros seja frutífero, é preciso ter um propósito claramente definido entre os participantes. O responsável por conduzir uma reunião deve planejá-la com antecedência e comunicar os envolvidos, para que todos saibam da importância de sua participação. Assim, deve elaborar uma pauta e revisá-la, preparando-se ade- quadamente para falar sobre cada um dos tópicos ou comunicando previamente os responsáveis por abordá-los. O passo a passo do planejamento de uma pauta consiste em (HINDLE, 1999): � decidir quais assuntos devem ser discutidos na reunião; � enviar o rascunho da pauta aos participantes, solicitando sugestões de tópicos a acrescentar (assim se evita a dispersão e se administra melhor o tempo); � incorporar as sugestões e fazê-las circular novamente para que sejam aprovadas em definitivo. Outra questão importante é estar preparado em relação aos recursos ne- cessários para a realização da reunião. Assim, é preciso: � reservar uma sala de reuniões ou definir um espaço condizente com o tipo de reunião (conforme vimos anteriormente); � verificar se haverá participantes de forma remota (ou seja,que estarão presentes virtualmente); � preparar todo o equipamento necessário com antecedência. Eficácia na comunicação oral4 Ainda na etapa do planejamento da reunião, devem ser identificadas as possibilidades de abertura que a pauta pode ter, ou seja, antecipar possíveis argumentos contrários ou fuga do foco da pauta. A produtividade e a as- sertividade nas reuniões são fundamentais para evitar a perda de foco e de tempo. Segundo Oliveira (2017), as reuniões ineficientes podem gerar perdas até mesmo financeiras para as empresas. Um método de produtividade e melhor aproveitamento do tempo muito utilizado atualmente pelas empresas é o Getting Things Done (GTD), criado por David Allen. Para o autor, um sistema de produtividade eficiente consiste em: � lista de tarefas ativas — próximas ações a serem completadas nos próximos dias; � lista de projetos ativos — projetos a completar nas próximas semanas/meses; � calendário — compromissos futuros com data e hora específica; � lista um dia/talvez — ideias a explorar, mas não agora; � referência — informação ou documentos que podem ser importantes para con- sultas futuras; � ferramenta de recolha — algo que ajude a capturar as ideias e próximas ações assim que surgem na mente. Para ler mais sobre o tema, acesse o link: https://qrgo.page.link/xC9kB Caso seja uma reunião com objetivo decisório, devemos focar em conduzir bem os argumentos, prevendo aqueles que possam surgir na direção contrária, antecipando-se a eles. Além disso, devemos revisar a pauta para verificar se está clara e coerente com os objetivos previamente estabelecidos. Durante a reunião, é apresentado um resumo dos objetivos, de modo a reforçá-los para os participantes. Em seguida, repassamos a pauta e nos cer- tificamos de que nenhum tópico importante relacionado ao objetivo principal da reunião ficou de fora. Os demais participantes podem ter algo a adicionar nesse momento, por isso, devemos prever um tempo não muito reduzido para abordar cada tópico. Ainda em relação ao tempo, é preciso conduzir a reunião de forma que todos sintam-se confortáveis em participar, porém, devemos ficar atentos às eventuais fugas da pauta, para que a reunião não se estenda além do previsto e não deixe os colegas com a sensação de tempo perdido e poucas decisões tomadas. 5Eficácia na comunicação oral Para otimizar o tempo e envolver a todos, devemos questionar os partici- pantes sobre determinados assuntos que são de seus domínios. Citamos aqui 10 dicas para uma reunião mais produtiva, elaboradas pela Você RH (OLIVEIRA, 2017, documento on-line): � o encontro é, de fato, necessário; � existe uma pauta clara e objetivos; � um material prévio é compartilhado; � apenas os participantes necessários são convocados; � os convidados aparecem no horário; � a reunião começa e termina na hora combinada; � a conversa se resume ao assunto central; � os participantes se preparam para os tópicos da pauta; � ninguém usa o celular nem sai da sala durante o encontro; � a reunião dura no máximo duas horas. Diferenças entre comunicação informal e formal A comunicação oral, seja ela formal ou informal, faz, inevitavelmente, parte de nossas vidas. No meio profissional, usamos a palavra falada a todo momento para muitas situações, que vão desde um contexto extremamente informal até uma situação oposta, totalmente formal: � participar de reuniões; � expor produtos e serviços; � ministrar aulas; � apresentar pessoas e solenidades; � prestar homenagens; � dar entrevistas; � fazer entrevistas de emprego; � participar de reuniões sociais; � falar ao telefone. Eficácia na comunicação oral6 A importância de falar bem é destacada por Polito (1996). Para o autor, a boa comu- nicação proporciona muitos benefícios, entre eles: � é percebida como o reflexo de uma personalidade forte e segura; � projeta e põe em evidência os conhecimentos que o orador possui sobre o tema; � colabora para o marketing pessoal daquele que fala; � é um valioso recurso de persuasão; � contribui para o crescimento profissional; � proporciona melhores relacionamentos. Nas diferentes situações de comunicação oral, assim como na forma de se vestir, é necessário estarmos adequados ao contexto. No meio corporativo, não é diferente: se a pessoa trabalha em um escritório de advocacia, deverá utilizar roupas mais formais e adequar sua maneira de se comunicar. Isso ocorre porque a comunicação oral, para ser eficaz, depende do interlocutor e do contexto em que estamos inseridos. Comunicação informal Quando estamos entre amigos, família e colegas mais próximos de trabalho, raramente nos preocupamos com a forma como estamos falando. Nessas situa- ções, estamos confortáveis e despreocupados, comunicamo-nos — idealmente — sem nenhuma dificuldade. No entanto, há momentos em que a comunicação oral é informal, porém, ainda assim, exige certa seriedade. No trabalho, por exemplo, há reuniões que não comportam formalidade, mas ainda assim necessitam de seriedade. Um exemplo disso são as reuniões para resolução de problemas ou de incidentes de última hora, bem como reuniões de feedback ou de brainstorm (ideias criativas). Nesses momentos, a comunicação é informal, isto é, não demanda tantas regras ou adequação à linguagem culta formal. Porém, não podemos confundir informalidade com falta de compromisso, motivo pelo qual podemos atentar para alguns elementos fundamentais da comunicação verbal, seja ela em uma situação formal ou informal. 7Eficácia na comunicação oral Alguns desses elementos são: Voz — Cada pessoa possui um estilo diferente de voz. Ele varia de acordo com o tom, a velocidade e o volume com que cada pessoa se expressa oralmente. Para alcançarmos qualidade na voz e estarmos confortáveis com nosso estilo de voz, podemos aperfeiçoá-la. O tom de voz (grossa, fina, estridente, rouca) é uma característica difícil de mudar, mas que pode ser amenizada quando se aprende a controlar a altura e a velocidade da fala. Para aqueles que possuem dificuldades em se expressar em tons mais altos mesmo quando necessário ou que sentem estarem forçando a voz, os fonoaudiólogos recomendam alguns exercícios de fonoterapia, em que o paciente aprende a aquecer sua voz, de forma a não a forçar. Os especialistas em fonoaudiologia também recomendam gravar a própria voz a fim de com- preender seu funcionamento e seu estilo. Isso evita também forçar demais o aparelho vocal e a ocorrência de possíveis lesões. O link a seguir apresenta algumas dicas de especialistas em fonoaudiologia sobre como cuidar da voz. https://goo.gl/u3Euqp Polito (2018) recomenda o cuidado com o ritmo da fala. Isso porque o sucesso de uma comunicação eficaz está, para o autor, na alternância do volume da voz e na velocidade da fala. Em determinados momentos, é preciso falar mais alto, enquanto outros pedem um tom mais baixo; em alguns instantes, devemos falar mais rápido, já, em outros, mais lentamente. Essa alternância do ritmo envolve e motiva o público a acompanhar o conteúdo. Adaptação — É também fundamental para tornar a comunicação oral mais eficaz. Isso diz respeito ao interlocutor: mesmo em situações informais, de- vemos adaptar o que vai ser dito, pois o modo de falar não pode ser o mesmo usado com um colega de trabalho, um amigo ou um líder. Eficácia na comunicação oral8 Esses critérios também são válidos quando pensamos na comunicação formal. Vejamos a seguir o funcionamento da comunicação formal para com- parar as situações e o modo de aplicá-la em cada uma. Comunicação formal Como vimos, a adaptação à situação de comunicação é essencial para uma comunicação oral eficaz. No caso das situações que exigem um modo formal de se comunicar, é preciso atentar para alguns critérios, como o público para o qual estamos nos dirigindo e o tempo de fala. Os especialistas em oratória apontam outros detalhes importantes a serem observados na comunicação formal. Algumas dicas dizemrespeito à preparação para uma comunicação do tipo formal, outras estão mais ligadas à situação de comunicação formal em si, seja ela qual for. Conhecimento do assunto — Segundo Polito (1996, p. 64), “[...] quanto mais profundo o conhecimento do assunto, maiores as chances de comunicação”. O autor recomenda eliminar ao máximo as dúvidas sobre o tema e estudar bem as respostas adequadas para as possíveis perguntas do público. Essa preparação prévia vai auxiliar na confiança, levando a pessoa a se sentir mais segura para falar diante de seu público. Tempo — É importante sempre saber quanto tempo possuímos de fala, assim, podemos nos preparar treinando e cronometrando o tempo de fala. Da mesma forma, ao cronometrar o tempo, evitamos que o material preparado seja insu- ficiente, especialmente em situações como palestras e cursos. Prática leva à perfeição — O planejamento do assunto, o tempo e a prática estão intrinsicamente ligados. Quanto mais praticarmos, mais chances a co- municação tem de ser eficaz. Envolver o público — Durante a apresentação, procuramos envolver a plateia desde o início. É interessante conhecer o público para o qual vamos falar, mesmo que de forma genérica. Ou seja, podemos investigar a faixa etária, os interesses ou a profissão do interlocutor. Pode ser uma plateia grande ou pequena ou pode ser uma situação formal, porém individual, com um pre- sidente da empresa ou algum executivo importante. Adequar-se ao público na linguagem e no tom de voz é tão importante quanto saber se o conteúdo é relevante, sendo essencial para uma comunicação eficaz. 9Eficácia na comunicação oral A comunicação formal é um dos maiores desafios da comunicação oral, porque geralmente ocorre em situações que colocam o orador diante de uma plateia numerosa ou especializada. Diante desse desafio, muitas pessoas acabam desenvolvendo um medo ou uma ansiedade muito grande e conhecida por muitos: o medo de falar em público. Algumas causas desse medo são apontadas por Polito (1996): � não conhecimento do assunto com profundidade; � falta de prática ou experiência (seja no ramo profissional ou em apre- sentar temas complexos); � falta de autoconhecimento. Para vencer o medo de falar em público, que ainda hoje é tão comum, o orador precisa analisar atentamente as causas do seu medo, conhecer a sua forma de falar, com bastante prática e ensaios, e entender seus pontos fortes e fracos. Métodos de apresentação Uma apresentação formal em qualquer contexto gera, muitas vezes, nervosismo e ansiedade. Por conta dessas sensações, podem ocorrer diversos problemas durante a apresentação, resultando em algo diferente do esperado. Por esse motivo, devemos estar bem preparados para que a apresentação seja eficaz e não haja espaço para insegurança. Vejamos, a seguir, algumas dicas de como se preparar para uma apresen- tação e escolher os métodos de apresentação apropriados para cada contexto e/ou situação. Adequação da apresentação Ao longo da nossa carreira — desde a universidade, com apresentações de tópicos estudados, trabalhos e até mesmo congressos acadêmicos, até o mundo corporativo, em reuniões, palestras e diversos outros eventos —, somos de- mandados a realizar apresentações. Por conta da variedade de ocasiões em Eficácia na comunicação oral10 que precisaremos apresentar algo, devemos estar atentos à situação e ao seu contexto desde o início do planejamento. Devemos ter alguns cuidados: Quanto ao público — Devemos saber se vamos nos apresentar para um pequeno ou grande grupo de pessoas: de acordo com esse conhecimento prévio, saberemos como colocar a voz para que todos nos compreendam sem dificuldade, bem como providenciaremos recursos eletrônicos, como microfone e caixa de som. Quanto à linguagem — Devemos perguntar qual a formação/profissão/idade das pessoas em geral. Estar ciente do público é fundamental para adequar nossa linguagem aos interlocutores. Se estivermos diante do presidente da empresa ou de um público mais especializado, devemos focar na linguagem formal e considerar a norma culta padrão da língua. Por outro lado, se estivermos entre colegas, realizando uma apresentação informal ou mesmo em uma palestra para um público mais jovem, podemos utilizar a linguagem informal e, até mesmo, interagir com o público por meio de piadas e chistes para quebrar o gelo. Provocar o riso é interessante para quebrar o gelo, mas em excesso acaba tornando- -se ineficaz e até mesmo tedioso em uma apresentação, por mais informal que seja. Preparação e condução de uma apresentação Ao prepararmos uma apresentação, existem diversos passos e técnicas que podemos utilizar para fazê-la ser mais eficaz. Escolher os tópicos — Devemos escolher um tópico com o qual temos fami- liaridade. Devemos considerar nosso conhecimento sobre o tema e o público. Normalmente, o tópico escolhido deve ser um assunto conhecido, ainda assim, devemos nos preparar com cuidado para não comprometer a qualidade da apresentação. Preparar a apresentação — Toda apresentação exige uma boa preparação. Assim, precisamos dominar o assunto, pesquisar muito e ter pleno domínio 11Eficácia na comunicação oral do tema da apresentação. Segundo Mattoso Câmara Jr. (1986), determinar o que vai ser dito, consolidando o conhecimento com reflexões e pesquisas, é essencial. Além disso, é preciso organizar a distribuição do assunto da maneira mais clara e interessante para o público. Uma apresentação formal, normalmente, divide-se em (CÂMARA JUNIOR, 1986): � introdução; � corpo; � conclusão. A introdução serve para que o orador se apresente e capte a atenção e a simpatia do seu público. Nesse momento da apresentação, ocorre um ajustamento das expectativas entre o orador e o público, entre o público e o conteúdo e mesmo entre o orador e seu conteúdo, pois é possível perceber o que está funcionando naquela situação concreta. O corpo da exposição nada mais é do que a divisão do conteúdo. É preciso mensurar alguns critérios de divisão para que não haja uma superexposição de algum tópico e outros acabem ficando de fora. A conclusão da apresentação abrange um apanhado geral de tudo o que foi exposto de forma sucinta. Não há necessidade de retornar nos tópicos para não cansar o público com o que foi dito. Devemos ressaltar o que consideramos essencial e realizar um fechamento das ideias, que deixe claro para o público o objetivo da fala. Escolher o método — Assim como é preciso adequar-se ao público e à lin- guagem formal ou informal, precisamos adequar a apresentação no que diz respeito ao método. A apresentação pode ser improvisada, lida ou memorizada. Linguagem não verbal — Não devemos nos esquecer da máxima que diz que o corpo fala. Não é só de palavras que a apresentação se constitui. Devemos também cuidar da linguagem não verbal, como gestos e postura corporal, que ficam muito em evidência quando estamos diante de um público. A postura inclui a maneira de falar, a forma de se vestir e andar, a linguagem utilizada e a expressão facial. Segundo Gasparini (2017), as pessoas que possuem uma tendência natu- ral a gesticular enquanto falam correm o risco de distrair a plateia, pois os Eficácia na comunicação oral12 gestos podem se tornar ruídos para a comunicação com a plateia. O oposto também é preocupante: os apresentadores que ficam muito tempo parados em uma mesma posição ou nunca gesticulam tendem a perder a atenção dos espectadores facilmente. No link a seguir, os especialistas dão sete dicas de expres- são corporal para as quais devemos ficar atentos em uma próxima apresentação. https://qrgo.page.link/Zo3Kk É interessante não se colocar em nenhum desses extremos para que não haja estranhamento e, consequentemente, perda de foco por parte da plateia. Para isso, os especialistas recomendam que os palestrantes treinem muito e busquem se observar, até mesmo com a ajuda de uma filmagem. Métodos de apresentação Há vários métodospara se fazer uma apresentação formal. Os mais tradicio- nais são: � improviso; � leitura; � memorização. Vejamos a seguir os métodos existentes e como escolher o mais adequado para cada apresentação: Improviso — Ocorre quando precisamos fazer uma apresentação rápida sobre um tema que se domina. Recomenda-se só escolher esse método no caso de uma apresentação rápida. 13Eficácia na comunicação oral Apresentação lida — Ocorre quando se tem e utiliza um material de apoio para leitura. Essa opção pode ser bastante entediante se predominar ou dominar totalmente uma apresentação. Memorização — É a maneira mais difícil de realizar uma apresentação, pois exige muita segurança em relação ao tema abordado. No entanto, o melhor método para prender a atenção do público é estar confortável com o assunto, de forma a variar entre esses métodos: a utilização do roteiro possui em seu material de apoio a leitura de trechos significativos e a memorização de conceitos, improvisando de acordo com as reações do público. Assim, a apresentação será mais dinâmica e o orador demonstrará segurança e domínio do assunto abordado. Existem muitas outras maneiras de mostrar o conteúdo em uma apresentação, além do tradicional recurso de PowerPoint. O link a seguir apresenta oito formas criativas de elaborar uma apresentação. https://qrgo.page.link/XyChQ Para o sucesso das apresentações ser contínuo, devemos realizar uma autoavaliação antes e depois da apresentação. Antes de apresentar, devemos ensaiar os pontos que temos insegurança, treinar a voz e regular o tempo de apresentação. Após as apresentações, devemos buscar vídeos, fotos e feedbacks da apresentação para corrigir os pontos fracos que porventura existam. CÂMARA JUNIOR, J. M. Manual de expressão oral e escrita. Petrópolis, RJ: Vozes, 1986. CARVALHO, J. Empresas perdem até 1/4 de seu tempo com reuniões inúteis. Exame, 11 abr. 2014. Seção Negócios. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/ Eficácia na comunicação oral14 empresas-perdem-ate-1-4-de-seu-tempo-com-reunioes-inuteis/>. Acesso em: 07 nov. 2018. GASPARINI, C. 7 erros que não dá mais para cometer em apresentações de trabalho. Você S/A, 23 fev. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/7-erros-que- nao-da-mais-para-cometer-em-apresentacoes-de-trabalho/>. Acesso em: 07 nov. 2018. HINDLE, T. Como liderar reuniões. São Paulo: Publifolha, 1999. OLIVEIRA, A. C. Saiba como ter reuniões mais produtivas. Você RH, 28 nov. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/prepare-se-para-as-reunioes-produtivas/>. Acesso em: 07 nov. 2018. POLITO, R. Aproveite bem a sua voz. 2018. Disponível em: <https://reinaldopolito.com. br/aproveite-bem-a-sua-voz/>. Acesso em: 07 nov. 2018. POLITO, R. Vença o medo de falar em público. São Paulo: Saraiva, 1996. Leituras recomendadas ABRANTES, T. 7 dicas de linguagem corporal para apresentações. Você S/A, 09 mar. 2014. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/7-dicas-de-linguagem-corporal- para-apresentacoes/>. Acesso em: 07 nov. 2018. ABRANTES, T. 8 jeitos para surpreender nas apresentações do trabalho. Você S/A, 21 mar. 2013. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/8-jeitos-para-surpreender- nas-apresentacoes-do-trabalho/>. Acesso em: 07 nov. 2018. ALLEN, D. A arte de fazer acontecer – Gettting things done: estratégias para aumentar a produtividade e reduzir o estresse. Rio de Janeiro: Sextante, 2015. ESPECIALISTAS dão dicas de como professores podem cuidar da voz. 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2014/10/especialistas-dao-dicas-de- como-professores-podem-cuidar-da-voz.html>. Acesso em: 07 nov. 2018. GIMENEZ JUNIOR, W. Aumente a sua produtividade utilizando o método GTD (Getting Things Done). A Arte de Fazer Acontecer. Disponível em: <https://medium.com/@wilson_66291/ aumente-a-sua-produtividade-utilizando-o-m%C3%A9todo-gtd-getting-things-done- -a813f2e24bf9>. Acesso em: 22 ago. 2019. 15Eficácia na comunicação oral Dica do professor Para muitos gestores, o tipo mais difícil da comunicação verbal é a apresentação formal. Por outro lado, os gestores que possuem habilidades em fazer uma apresentação formal eficaz têm mais chances de obter recursos, promoções e influência na empresa. O vídeo a seguir apresenta dicas de como um gestor pode se tornar um bom comunicador. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/1cbbae985566b1ce7ba53d619af67595 Exercícios 1) O planejamento de uma reunião envolve, dentre outros, a definição de objetivos claros e consistentes. Depois, é preciso priorizar a comunicação oral, para que o tempo compartilhado possa desdobrar-se em resultados. De quantas reuniões participamos ao longo de nossa trajetória profissional? Seja como for, o ponto principal não é o número de reuniões de que já participamos, mas o quanto estas experiências foram eficazes para o atingimento de objetivos comuns no ambiente organizacional, de modo geral. Com relação ao planejamento de reunião, com base em Hindle (1999), escolha, abaixo, a alternativa correta: A) É importante que a pauta principal e assuntos a serem debatidos na reunião sejam escolhidos pelos participantes assim que a reunião tiver início. B) Com vistas a evitar a ampla quantidade de sugestões de novos tópicos, é importante que o responsável pela pauta da reunião, evite publicizá-la entre os participantes antes que a reunião comece. C) O primeiro passo para o planejamento de uma reunião, independentemente da definição dos objetivos e do número de participantes, é a definição do tempo de duração. D) Durante a etapa de planejamento, é fundamental que os objetivos da reunião sejam definidos. Dentre estes, os mais comuns são: escolha dos participantes; quantidade necessária de pessoas envolvidas; condições em que essa reunião deverá ser realizada. E) A definição do propósito da reunião, a escolha dos participantes e do número de participantes, a definição da pauta, a publicização e a revisão da pauta antes da reunião, planejamento de tempo e de recursos, são etapas do planejamento de reunião. Imagine que você trabalha na empresa “Comunicare”. O CEO de sua empresa acaba de voltar de uma experiência no Vale do Silício, região da Califórnia, nos Estados Unidos, onde estão localizadas as grandes organizações de tecnologia do mundo; como a Google, Pixar, Intel, Apple. A partir desta experiência, ele resolve implementar a metodologia OKR (Objectives and Key Results), objetivos e resultados-chave, popularizada pela Google em 1999. De forma geral, nesta metodologia, os objetivos dizem respeito ao que queremos atingir, são qualitativos e os resultados-chave, por sua vez, são as métricas (quantitativas) por meio das quais saberemos se atingimos os objetivos. A participação dos colaboradores no desenvolvimento destes objetivos e resultados-chave é imprescindível. Desse modo, um processo de comunicação eficaz é bastante importante para o sucesso desta metodologia. 2) Assim, para dar início à atualização do processo, o CEO, então, comunica a adoção desta nova metodologia para definição de metas. Após, convoca reuniões com cada equipe, separadamente, para que conhecem o método com um profissional expert nesta metodologia. Com base em Hindle (1999), trata-se de uma reunião do tipo: A) Conferência, com compartilhamento de novas informações. B) Formal, para resolver problemas. C) Informal, para tomar decisões D) Subcomissão especial, para tomar decisões. E) Improvisada, para resolver problemas. 3) Reuniões são utilizadas diariamente por empresas de todos os segmentos. No entanto, essas atividades podem perder sua efetividade se não forem bem conduzidas. É importante que todos os pontos planejados sejam abordados. Para que isso ocorra, o que é necessário fazer? A) Não desenvolver uma pauta,pois só é usada em reuniões não-formais. B) Não fazer perguntas aos participantes. C) Seguir uma pauta, concluindo cada ponto para então partir para o próximo. D) Encorajar os participantes a falarem sobre tópicos não relacionados à pauta. E) Deixar os participantes falarem o quanto querem, mesmo que extrapole o tempo. 4) A comunicação oral eficaz exige adaptação às diferentes situações. Imagine que você foi escolhido para apresentar os resultados anuais da empresa onde você trabalha: a Indicadores da Fala. Dada a formalidade que a demanda exige, escolha, abaixo, as opções corretas para orientar o desenvolvimento de sua apresentação: A) Independentemente de você conhecer profundamente o assunto da apresentação, as suas dificuldades de comunicação irão lacunar a sua confiança. B) Evite cronometrar o tempo, pois esta escolha poderá deixá-lo ainda mais ansioso e nervoso para a performance. C) Ensaiar a apresentação antes é importante, mas evite a prática e a repetição excessivas – pois são processos que se desdobram em engessamento da comunicação verbal. D) Caso você tenha medo de falar em público, é importante evitar a análise da causa destes medos até que a apresentação finalize, impedido, assim, que os sintomas se externalizem ao grande público. E) É fundamental que você pesquise e conheça sobre o público para o qual irá realizar a apresentação, buscando, com isso, adequação de linguagem e de conteúdo. 5) Ao preparar uma apresentação, é importante lembrar que para a eficácia da comunicação oral também é fundamental cuidar da linguagem não verbal. Existem técnicas eficazes de apresentação que compreendem essa linguagem. O que a plateia/público percebe mais facilmente e diz muito a respeito do apresentador? A) Linguagem gestual. B) Aparência pessoal. C) Postura. D) Forma de caminhar. E) Expressão facial. Na prática O gestor deve trabalhar para alcançar eficácia aprimorando suas habilidades de comunicação oral dentro da organização. No entanto, há situações em que o gestor pode estar do outro lado: procurando uma vaga no mercado de trabalho. Isso mesmo! Não são só os jovens em início de carreira que precisam de dicas para ter sucesso na hora da entrevista. Nesse momento, é preciso atentar para os pontos em que a postura se torna parte da comunicação, estabelecendo uma mensagem que chega até o empregador como de conteúdo positivo, neutro ou negativo, se for o caso. A comunicação que se estabelece nesta situação apresenta elementos formais e informais. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Comportamento Organizacional Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Como fazer uma reunião mais produtiva Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Como marcar reuniões pelo telefone Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/ERWKam79ZI0 https://www.youtube.com/embed/qIY-2uDQDCk
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