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As duas principais qualidades que um material deve ter para poder ser usado como estrutura são: ▪ Resistência. ▪ Durabilidade. ▪ Materiais utilizados desde a antiguidade: pedra e madeira – extraídos da natureza. ▪ Pedra: alta resistência elevada a esforços de compressão e baixa resistência a esforços de tração, durabilidade muito grande e dificuldade de obtenção. ▪ Madeira: boa resistência a esforços de compressão e tração, durabilidade limitada e facilidade de obtenção. SISTEMAS ESTRUTURAIS – CONCRETO Introdução – qualidades de um material estrutural O material concreto ▪ Possui alta resistência a esforços de compressão, mas praticamente não resiste a esforços de tração. ▪ De uma maneira bem simples, pode ser considerado como uma pedra artificial, tendo, assim, grande durabilidade. ▪ Pode ser fundido em quaisquer formas e dimensões. Introdução – o concreto Para suprir sua baixa resistência à tração, associa-se o concreto ao aço, criando, assim, o concreto armado. ▪ O concreto e o aço funcionam conjuntamente com base na aderência entre eles. ▪ O aço é colocado nas regiões em que a estrutura está submetida a esforços de tração, de forma que esses esforços acabam sendo resistidos pelo aço. ▪ E o concreto deve envolver as barras de aço, de forma a protegê-las contra a corrosão provocada pelas intempéries. Introdução – o porquê do concreto ser armado ▪ Ao conjunto de barras de aço existentes dentro do concreto dá-se o nome de armadura. ▪ Outras denominações comuns são armação e ferragem (esse mais popular). ▪ E a camada de proteção recebe o nome de cobrimento da armadura (ou recobrimento da armadura). Seu valor varia em função, basicamente, da agressividade do local. Os valores dos cobrimentos mínimos estão definidos pela Norma NBR 6118/2014. Introdução – armadura do concreto armado Os materiais constituintes do concreto são: cimento, água e agregados (agregado miúdo: areia; agregado graúdo: brita, pedra) ▪ Pasta (ou nata) = cimento + água ▪ Argamassa = pasta + agregado miúdo (areia) ▪ Concreto = argamassa + agregado graúdo (brita, pedra) A combinação desses materiais em várias proporções é denominada “traço” e fornece concretos com várias características diferentes – resistência, trabalhabilidade, deformabilidade etc. Introdução – constituintes do concreto As etapas de preparo do concreto podem ser resumidas em: ▪ Dosagem e mistura dos componentes. ▪ Transporte. ▪ Lançamento. ▪ Adensamento (vibração). ▪ Cura. ▪ Desforma. Introdução – sequência de preparo do concreto Comentários importantes sobre lançamento e cura do concreto: ▪ As formas do concreto servem de molde para o concreto a ser lançado – não podem ser deformáveis nem absorver a água de preparo do concreto. ▪ As formas precisam estar apoiadas em estruturas provisórias (denominadas “cimbramento” ou “escoramento”) que suportam o peso das formas e do concreto lançado até que o concreto adquira a resistência necessária. ▪ A cura do concreto consiste nas operações que evitam a perda de água do concreto lançado, garantindo a sua reação química com o cimento. Assim será obtido um concreto com a resistência adequada. Introdução – sequência de preparo do concreto ▪ Como o concreto ganha resistência com a idade, a retirada da forma (e do escoramento ou cimbramento) só pode ser feita após o tempo para que ele tenha uma resistência mínima. Observações: ▪ A idade padrão para a resistência padrão do concreto é 28 dias. ▪ A simbologia para a resistência característica à compressão do concreto é fck. ▪ Caso se queira desformar o concreto antes dos 28 dias, a estrutura poderá apresentar uma deformação excessiva, pois o concreto ainda não atingiu o módulo de elasticidade desejável. Introdução – sequência de preparo do concreto ▪ Concreto armado: concreto + armadura passiva (barras de aço posicionadas nas foras, sem tensão, antes da concretagem). ▪ Concreto protendido: concreto + armadura ativa (barras, fios ou cabos de aço tensionados antes ou depois da concretagem, provocando tensões de compressão no concreto)*. ▪ Concreto simples: apenas concreto, sem função estrutural (para enchimento, revestimento ou lastro de concreto magro)**. * O termo “protendido” significa “pré-tensionado”. ** Lastro de concreto magro é uma camada de concreto simples previamente lançado nas superfícies das estruturas em contato com o solo para que o solo não absorva a água do concreto. Introdução – associações entre concreto e aço ▪ No concreto armado, a armadura é solicitada apenas após a retirada do cimbramento (escoramento), quando a estrutura entra em funcionamento e começa a se deformar. Também é chamada de armadura passiva (ou armadura frouxa). ▪ No concreto protendido, a armadura de protensão é tracionada e aplica esforços de compressão no concreto. Essa protensão, de forma genérica, é feita após a concretagem (após o concreto adquirir uma determinada resistência), mas pode ser feita antes da concretagem. Também é chamada de armadura ativa. Introdução – funcionamento da armadura CÁLCULO ESTRUTURAL: Abrange o dimensionamento, a verificação e o detalhamento de todos os elementos da estrutura. Dimensionamento e verificação: Deve considerar todas as situações possíveis de carregamento, respeitando as limitações das normas técnicas e considerando os coeficientes de segurança definidos por elas. Isso se refere não só à capacidade de resistir aos esforços, como de apresentar deformações dentro dos limites das normas, ter estabilidade e apresentar pouca vibração. Introdução – o Cálculo Estrutural Detalhamento: Apresentação de todas as peças gráficas (desenhos) - Permitem a troca de informações com todas as áreas envolvidas - O orçamento da estrutura e o planejamento da obra - A execução de maneira adequada - Quanto mais detalhado, melhor é o produto - Deve seguir as convenções e normas de apresentação Introdução – o Cálculo Estrutural Elementos estruturais básicos: vigas, lajes e pilares ▪ Elementos lineares – Vigas – Pilares cargas perpendiculares ao eixo cargas predominantes: normais esforços de flexão e cisalhamento esforços de compressão Elementos estruturais básicos Elementos bidimensionais – lajes (placas), cargas perpendiculares ao plano médio, esforços de flexão (e cisalhamento baixo), elementos bidimensionais: Elementos estruturais básicos Elementos tridimensionais – Blocos de fundação. – Sapatas. Elementos estruturais básicos Pilar Bloco de fundação (bloco de coroamento) Sapata isolada Pilar Sapata corrida Cargas (ações) nas estruturas: ▪ Cargas permanentes – peso próprio da estrutura, cargas das paredes, revestimentos de piso e paredes, enchimentos, impermeabilização, forros, caixilhos, portas, instalações, telhas, empuxos etc. ▪ Cargas variáveis – cargas de uso da estrutura – a serem consideradas em função da destinação da estrutura, ação do vento, água e variação de temperatura. ▪ No caso de edificações, a carga de uso é denominada carga acidental*. ▪ No caso de pontes, passarelas e viadutos, a carga de uso é denominada carga móvel. * “Carga acidental” ou “sobrecarga” Cargas nas edificações Em uma estrutura convencional, as paredes não têm função estrutural. ▪ as cargas acidentais são aplicadas nas lajes; ▪ essas cargas, adicionadas às cargas permanentes das lajes (e, eventualmente, das paredes diretamente sobre as lajes), encaminham-se para as vigas; ▪ as vigas recebem as cargas das lajes, que se somam ao seu peso próprio e ao peso das paredes sobre elas; essas cargas totais seguem até os pilares, às vezes passando por outras vigas; ▪ as cargas dos pilares vão se somando desde o topo e descem até chegar ao solo por meio das fundações. Funcionamento típico de uma estrutura convencional Ou seja, cada pavimento possui um funcionamento independente dos demais, a não ser os pilares, que recebem as cargasdesde o pavimento mais alto e vêm recebendo acréscimos de carga a cada pavimento. O tipo de fundação depende do solo e das cargas aplicadas. Funcionamento típico de uma estrutura convencional Viga Laje Pilar Fundação Em uma estrutura em alvenaria estrutural, as paredes têm função estrutural, substituindo os pilares. ▪ não existem pilares e as lajes se apoiam diretamente na paredes, que fazem a função de pilares; ▪ ou seja, as cargas totais nas lajes são transferidas às paredes; ▪ não existem vigas nem pilares; ▪ as cargas descem pelas paredes até chegar nas fundações. Condições para uma parede ter função estrutural: ✓ ela deve ter uma capacidade de resistência; ✓ ela não pode ter muitas aberturas; ✓ ela precisa ter a mesma prumada nos vários andares. Funcionamento de uma estrutura em alvenaria estrutural Na comparação com as estruturas convencionais, pode-se salientar que as estruturas em alvenaria estrutural reúnem as seguintes condições: ▪ As paredes têm posição definida, não podem ser recortadas nem deslocadas: ✓ Isso limita a arquitetura. ▪ As lajes só podem ser executadas quando as paredes estiverem executadas: ✓ Isso afeta o prazo de construção. ▪ O custo da estrutura tende a ser menor, com a eliminação de vigas e pilares. Comparação entre estruturas – aspectos principais ▪ A concepção da estrutura, também chamada de “lançamento da estrutura” ou simplesmente “estruturação”, consiste em posicionar e dimensionar os elementos estruturais de modo a resultar em um sistema estrutural eficiente e econômico, capaz de resistir aos esforços internos provocados pelas ações verticais e horizontais atuantes no edifício e transmiti-los ao solo por meio das fundações. ▪ A estrutura deve estar em consonância com as necessidades do projeto arquitetônico e com os projetos das instalações (elétricas, hidráulicas e de ar condicionado) e demais projetos complementares. Concepção estrutural – edificações DESENHOS DE FORMAS (ou planta de formas)* ▪ Mostram a geometria da estrutura de cada piso. ▪ Identificam todos os elementos da estrutura e todas as medidas e os detalhes necessários à compreensão das formas da estrutura. ▪ Servem para a construção de moldes ou formas para a moldagem da estrutura. ▪ Fornecem subsídios para a troca de informações com as áreas envolvidas no projeto – arquitetura, instalações e elaboração de orçamento para a obra. * (NBR-7191 – Execução de Desenhos para Obras de Concreto) Representação das formas ▪ Identificam todos os elementos estruturais por meio de suas numerações: vigas (V), lajes (L), pilares (P), tirantes (T), blocos (B ou BL), sapatas (S) etc. ▪ Indicam, basicamente, apenas os elementos estruturais – não apresentam detalhes de arquitetura como paredes, janelas, portas etc. (a não ser que seja necessário). ▪ De uma forma geral, as formas representam uma vista inferior da estrutura; portanto, as arestas visíveis pela parte inferior aparecem em linha contínua; as arestas não visíveis por baixo aparecem como linhas tracejadas. Opcionalmente, as formas podem ser uma vista superior da estrutura. Representação das formas ▪ Os pilares aparecem como se estivessem cortados, ou seja, com as linhas de contorno mais grossas. É aconselhável a apresentação de uma legenda para pilares que morrem, seguem ou nascem. ▪ Além do desenho em planta, as informações devem ser complementadas com cortes e detalhes. O uso de cortes rebatidos na própria estrutura é muito comum e ajuda na compreensão. ▪ Critérios gerais e convenções – dimensões dos elementos estruturais: Lajes – espessura = h Vigas – base / altura ou base x altura (da seção transversal) Pilares – base / altura ou base x altura (da seção transversal) Representação das formas Exemplo: desenho de formas medidas em centímetro (as cotas estão em vermelho para evidenciar) notar a numeração laje L4 está em balanço Desenho de formas – exemplo P1 20/30 P4 20/30 P6 20/30 20 495 V1 V2 20/50 L1 h=10 L3 h=10 V3 20/40 20/40 V 4 2 0 /3 0 2 0 2 8 0 2 0 3 4 5 2 0 P2 20/30 P5 20/30 20 20/30 2 0 330 6 4 5 L2 h=10 V 5 2 0 /3 0 P7 20/30 20/30 2 0 20 P3 20/30 140 L4 h=92 0 /7 0 V 6 P8 20/30 2 4 0 ▪ Vista inferior esquemática Desenho de formas – visualização em perspectiva O mesmo desenho, com cortes rebatidos Convenção para os cortes rebatidos Desenho de formas – exemplo P1 20/30 V1 20/40 2 0 P2 20/30 20/30 2 0 P3 20/30 20 495 20 330 20 L1 h=10 3 4 5 P4 20/30 2 0 /3 0 V 4 P6 20/30 V3 20/40 V2 20/50 2 0 L3 h=10 2 8 0 V 5 2 0 /3 0 P7 20/30 2 0 P8 20/30 20/30 2 0 /7 0 V 6 L4 h=9 140 P5 20/302 0 6 4 5 L2 h=10 2 4 0 Caso a L3 seja rebaixada (rebaixo de 20 cm): Convém realçar as lajes que estão em outro nível, como as lajes rebaixadas (no caso, a L3 – hachurada). Desenho de formas – exemplo P1 20/30 V1 20/40 2 0 P2 20/30 20/30 2 0 P3 20/30 20 495 20 330 20 L1 h=10 P4 20/30 V2 20/50 V 4 2 0 /3 0 P6 20/30 2 0 P7 20/30 2 0 L2 h=10 20/30 2 0 /7 0 V 6 6 4 5 P8 20/30 3 4 5 2 0 P5 20/30 L4 h=9 2 4 0 140 V3 20/40 2 8 0L3 h=10 20 V 5 2 0 /3 0 Vista superior esquemática Lajes e vigas de colorações diferentes. Laje rebaixada em laranja. Desenho de formas – visualização em perspectiva ▪ Vista superior esquemática – corte passando pela laje rebaixada Desenho de formas – visualização em perspectiva Vigas comuns (ou, apenas, “vigas”) Vigas invertidas (a face inferior da viga coincide com o fundo da laje) Vigas semi-invertidas (situação intermediária) Desenho de formas – complementações – vigas – tipos e representações CORTE VIGA COMUM VIGA INVERTIDA VIGA SEMI-INVERTIDA TOPO DA LAJE FUNDO DA LAJE TOPO DA LAJE PLANTA V i V i V i b /h b /h b /h ▪ As vigas invertidas (e semi-invertidas) funcionam, basicamente, do mesmo jeito que as vigas comuns. ▪ A grande diferença é na colaboração da laje (ou não) para ajudar à resistência dos esforços de flexão, quando a laje está na borda comprimida da viga. Comentários sobre o funcionamento das vigas Legenda de pilares: (exemplo) Desenho de formas – pilares – nomenclaturas PILAR QUE SEGUE PILAR QUE MORRE PILAR QUE NASCE PILAR NASCE PILAR MORRE PILAR SEGUE PISO ACIMA PISO ESTUDADO PISO ABAIXO P É -D IR E IT O Aberturas (ou “buracos”) representação Desenho de formas – aberturas – representações ▪ CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS (edificações residenciais e comerciais em concreto armado*) * Os valores apresentados têm caráter orientativo e devem ser confirmados pelos cálculos estruturais específicos. ▪ As lajes existem onde houver piso (lajes retangulares são as mais econômicas). Concepção estrutural – edificações ▪ As vigas devem estar posicionadas preferivelmente nas extremidades da edificação em planta e nas laterais de aberturas, como poços de elevador e escadas; além dessas vigas, devem ser colocadas outras vigas intermediárias, de modo a diminuir os vãos das lajes. ▪ As distâncias entre duas vigas paralelas devem ficar, de preferência, entre 3 e 6 metros; definido, assim, os vãos das lajes entre 3 e 6 metros. ▪ É recomendável que os panos de laje sejam da mesma ordem de grandeza. Concepção estrutural – edificações ▪ Os pilares devem ser posicionados preferivelmente próximos aos cantos da estrutura. ▪ A distância entre pilares ideal é entre 4 a 6 metros, definindo os vãos das vigas entre 4 e 6 metros. ▪ Para diminuir os vãos das vigas e, consequentemente, suas alturas, podem ser colocados pilares intermediários, de preferência nos cruzamentos de vigas.* ▪ A locação dos pilares deve resultar em vãos das vigas da mesma ordem de grandeza (diferenças de até 20% nos vãos adjacentes de vigas são consideradas econômicas). * Não há obrigatoriedade da colocação de pilares em todos os cruzamentos de vigas. Concepção estrutural – edificações▪ Os pilares devem ser posicionados preferivelmente sem descontinuidade, da fundação até a cobertura, evitando-se a utilização de vigas de transição. Vigas de transição: vigas que onde nascem pilares Ou seja: Vigas que recebem as cargas dos pilares Concepção estrutural – edificações PILAR NASCE PILAR MORRE PILAR SEGUE PISO ACIMA PISO ESTUDADO PISO ABAIXO VIGA DE TRANSIÇÃO
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