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Questões comentadas para OAB Processo Pena 2

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@ G U I A D A O A B
Questões para
PROCESSO PENAL
Comentadas
 
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1 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 01 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Caio foi denunciado pela suposta prática do crime de estupro de vulnerável. Ocorre que, apesar da 
capitulação delitiva, a denúncia apresentava-se confusa na narrativa dos fatos, inclusive não sendo 
indicada qual seria a idade da vítima. Logo após a citação, Caio procurou seu advogado para 
esclarecimentos, destacando a dificuldade na compreensão dos fatos imputados. 
O advogado de Caio, constatando que a denúncia estava inepta, deve esclarecer ao cliente que, sob o 
ponto de vista técnico, com esse fundamento poderia buscar 
 
A) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso em sentido estrito em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova denúncia. 
B) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso de apelação em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, ou oferecer, posteriormente, nova denúncia. 
C) sua absolvição sumária, podendo o Ministério Público apresentar recurso em sentido estrito em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, mas, transitada em julgado a decisão, não poderá ser oferecida 
nova denúncia com base nos mesmos fatos. 
D) a rejeição da denúncia, podendo o Ministério Público apresentar recurso de apelação em caso de 
acolhimento do pedido pelo magistrado, mas, uma vez transitada em julgado a decisão, não caberá 
oferecimento de nova denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
A decisão que rejeita a denúncia não faz coisa julgada material por razão evidente: o juiz não analisa o mérito 
e nem tem como fazer isso diante de uma denúncia inepta. Assim, a decisão faz coisa julgada formal, apenas, 
pois não existe análise da questão de fundo, razão pela qual o MP poderá oferecer nova denúncia. 
 
Fundamentação legal: 
CPP 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
I - for manifestamente inepta; 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
 
 
QUESTÃO 02 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Durante longa investigação, o Ministério Público identificou que determinado senador seria autor de um 
crime de concussão no exercício do mandato, que teria sido praticado após sua diplomação. Com o 
indiciamento, o senador foi intimado a, se fosse de sua vontade, prestar esclarecimentos sobre os fatos no 
procedimento investigatório. Preocupado com as consequências, o senador procurou seu advogado para 
esclarecimentos. 
Considerando apenas as informações narradas e com base nas previsões constitucionais, o advogado 
deverá esclarecer que 
 
A) o Ministério Público não poderá oferecer denúncia em face do senador sem autorização da Casa 
Legislativa, pois a Constituição prevê imunidade de natureza formal aos parlamentares. 
B) a denúncia poderá ser oferecida e recebida, assim como a ação penal ter regular prosseguimento, 
independentemente de autorização da Casa Legislativa, que não poderá determinar a suspensão do 
processo, considerando que o crime imputado é comum, e não de responsabilidade. 
C) a denúncia não poderá ser recebida pelo Poder Judiciário sem autorização da Casa Legislativa, em razão 
da imunidade material prevista na Constituição, apesar de poder ser oferecida pelo Ministério Público 
independentemente de tal autorização. 
 
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2 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
D) a denúncia poderá ser oferecida e recebida independentemente de autorização parlamentar, mas deverá 
ser dada ciência à Casa Legislativa respectiva, que poderá, seguidas as exigências, até a decisão final, sustar 
o andamento da ação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
A exigência de autorização do Poder Legislativo para que seja oferecida denúncia existe apenas para os cargos 
de Presidente da República, Vice-Presidente da República e Ministros de Estado. 
 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: 
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado; 
 
Com relação aos demais cargos pode ser oferecida denúncia independentemente de qualquer autorização, 
sem prejuízos das imunidades formais a que fazem jus os Deputados (Federais e Estaduais) e Senadores: 
 
Art. 53, § 3º, da CRFB/88: Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo 
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de 
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
 
 
QUESTÃO 03 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Tiago e Talles, imputando-lhes a prática do crime de 
sequestro qualificado, arrolando como testemunhas de acusação a vítima, pessoas que presenciaram o 
fato, os policiais responsáveis pela prisão em flagrante, além da esposa do acusado Tiago, que teria 
conhecimento sobre o ocorrido. 
Na audiência de instrução e julgamento, por ter sido arrolada como testemunha de acusação, Rosa, esposa 
de Tiago, compareceu, mas demonstrou que não tinha interesse em prestar declarações. O Ministério 
Público insistiu na sua oitiva, mesmo com outras testemunhas tendo conhecimento sobre os fatos. 
Temendo pelas consequências, já que foi prestado o compromisso de dizer a verdade perante o 
magistrado, Rosa disse o que tinha conhecimento, mesmo contra sua vontade, o que veio a prejudicar seu 
marido. Por ocasião dos interrogatórios, Tiago, que seria interrogado por último, foi retirado da sala de 
audiência enquanto o corréu prestava suas declarações, apesar de seu advogado ter participado do ato. 
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, considerando apenas as informações narradas, Tiago 
 
A) não teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na sua ausência durante o 
interrogatório de Talles e nem na oitiva de Rosa na condição de testemunha, já que devidamente arrolada 
pelo Ministério Público. 
B) teria direito de anular a instrução probatória com fundamento na ausência de Tiago no interrogatório de 
Talles e na oitiva de Rosa na condição de testemunha. 
C) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, 
mas deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, já que ela poderia se recusar a prestar 
declarações. 
D) não teria direito de anular a instrução probatória com base na sua ausência no interrogatório de Talles, 
mas deveria questionar a oitiva de Rosa como testemunha, pois, em que pese seja obrigada a prestar 
declarações, deveria ser ouvida na condição de informante, sem compromisso legal de dizer a verdade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Não era necessário nesse caso a oitiva da Rosa, podendo o advogado questionar esse ponto. Ela poderia se 
abster por ser cônjuge. 
 
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3 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Vejamos o artigo 206 do CPC: 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou 
descendente, o afim em linha reta, O CÔNJUGE, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo 
quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 
 
 
QUESTÃO 04 - FGV - 2020 - OAB - Examede Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Durante escuta telefônica devidamente deferida para investigar organização criminosa destinada ao 
contrabando de armas, policiais obtiveram a informação de que Marcelo receberia, naquele dia, grande 
quantidade de armamento, que seria depois repassada a Daniel, chefe de sua facção. 
Diante dessa informação, os policiais se dirigiram até o local combinado. Após informarem o fato à 
autoridade policial, que o comunicou ao juízo competente, eles acompanharam o recebimento do 
armamento por Marcelo, optando por não o prender naquele momento, pois aguardariam que ele se 
encontrasse com o chefe da sua organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se 
dirigiu ao encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas, quando, então, ambos foram 
surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. 
Encaminhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado para esclarecimentos 
sobre a validade das prisões ocorridas. 
Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer aos seus clientes que a prisão em 
flagrante efetuada pelos policiais foi 
 
A) ilegal, por se tratar de flagrante esperado. 
B) legal, restando configurado o flagrante preparado. 
C) legal, tratando-se de flagrante retardado. 
D) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A supra questão envolve o crime de organização criminosa (Lei nº 12.850/13). 
 
A ação controlada (espécie de flagrante postergado/diferido) encontra previsão no art. 8º, da Lei nº 
12.850/13, que assim dispõe: 
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização 
criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no 
momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações. 
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, 
estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
 
Extrai-se do referido dispositivo que não há falar em autorização judicial, mas sim, de simples comunicação 
ao juiz. 
Não se pode, ainda, confundir o flagrante postergado (caso da questão) com o flagrante preparado ou 
provocado, que são provas ilícitas: 
 
Súmula 145/STF: 
“não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação” 
 
 
QUESTÃO 05 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Mariana foi vítima de um crime de apropriação indébita consumado, que teria sido praticado por Paloma. 
Ao tomar conhecimento de que Paloma teria sido denunciada pelo crime mencionado, inclusive sendo 
apresentado pelo Ministério Público o valor do prejuízo sofrido pela vítima e o requerimento de reparação 
 
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4 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
do dano, Mariana passou a acompanhar o andamento processual, sem, porém, habilitar-se como 
assistente de acusação. 
No momento em que constatou que os autos estariam conclusos para sentença, Mariana procurou seu 
advogado para adoção das medidas cabíveis, esclarecendo o temor de ver a ré absolvida e não ter seu 
prejuízo reparado. 
O advogado de Mariana deverá informar à sua cliente que 
 
A) não poderá ser fixado pelo juiz valor mínimo a título de indenização, mas, em caso de sentença 
condenatória, poderá esta ser executada, por meio de ação civil ex delicto, por Mariana ou seu representante 
legal. 
B) poderá ser apresentado recurso de apelação, diante de eventual sentença absolutória e omissão do 
Ministério Público, por parte de Mariana, por meio de seu patrono, ainda que não esteja, no momento da 
sentença, habilitada como assistente de acusação. 
C) poderá ser fixado pelo juiz valor a título de indenização em caso de sentença condenatória, não podendo 
a ofendida, porém, nesta hipótese, buscar a apuração do dano efetivamente sofrido perante o juízo cível. 
D) não poderá ser buscada reparação cível diante de eventual sentença absolutória, com trânsito em julgado, 
que reconheça não existir prova suficiente para condenação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Conforme previsto nos artigos 31 e 598 do CPP, vejamos: 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir 
na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão 
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo 
Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado 
como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo. 
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério 
Público. 
 
 
QUESTÃO 06 - FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase 
 
Ricardo foi pronunciado pela suposta prática do crime de homicídio qualificado. No dia anterior à sessão 
plenária do Tribunal do Júri, o defensor público que assistia Ricardo até aquele momento acostou ao 
processo a folha de antecedentes criminais da vítima, matérias jornalísticas e fotografias que poderiam ser 
favoráveis à defesa do acusado. O Ministério Público, em sessão plenária, foi surpreendido por aquele 
material do qual não tinha tido ciência, mas o juiz presidente manteve o julgamento para a data agendada 
e, após o defensor público mencionar a documentação acostada, Ricardo foi absolvido pelos jurados, em 
23/10/2018 (terça-feira). 
No dia 29/10/2018, o Ministério Público apresentou recurso de apelação, acompanhado das razões 
recursais, requerendo a realização de novo júri, pois a decisão dos jurados havia sido manifestamente 
contrária à prova dos autos. 
O Tribunal de Justiça conheceu do recurso interposto e anulou o julgamento realizado, determinando nova 
sessão plenária, sob o fundamento de que a defesa se utilizou em plenário de documentos acostados fora 
do prazo permitido pela lei. A família de Ricardo procura você, como advogado(a), para patrocinar os 
interesses do réu. 
Considerando as informações narradas, você, como advogado(a) de Ricardo, deverá questionar a decisão 
do Tribunal, sob o fundamento de que 
 
A) respeitando-se o princípio da amplitude de defesa, não existe vedação legal na juntada e utilização em 
plenário de documentação pela defesa no prazo mencionado. 
B) diante da nulidade reconhecida, caberia ao Tribunal de Justiça realizar, diretamente, novo julgamento, e 
não submeter o réu a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. 
 
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5 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
C) não poderia o Tribunal anular o julgamento com base em nulidade não arguida, mas tão só reconhecer, se 
fosse o caso, que a decisão dos jurados era manifestamente contrária à prova dos autos. 
D) o recurso foi apresentado de maneira intempestiva, de modo que sequer deveria ter sido conhecido. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
O tribunal não pode reconhecer de ofício uma nulidade sem que ela tenha sido pleiteada. 
Súmula 160 do STF: "É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados 
os casos de recurso de ofício." 
 
Deveria tão só reconhecer se fosse o caso, que a decisão dos jurados era manifestamente contrária a prova 
dos autos. 
 
 
QUESTÃO 07 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Carlos, advogado, em conversa com seus amigos, na cidade de Campinas, afirmou, categoricamente, queo desembargador Tício exigiu R$ 50.000,00 para proferir voto favorável para determinada parte em 
processo criminal de grande repercussão, na Comarca em que atuava. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, já que uma das pessoas que participavam da conversa era amiga do 
filho de Tício, o desembargador apresentou queixa-crime, imputando a Carlos o crime de calúnia majorada 
(Art. 138 c/c. o Art. 141, inciso II, ambos do CP. Pena: 06 meses a 2 anos e multa, aumentada de 1/3). 
Convicto de que sua afirmativa seria verdadeira, Carlos pretende apresentar exceção da verdade, com a 
intenção de demonstrar que Tício realmente havia realizado a conduta por ele mencionada. Procura, 
então, seu advogado, para adoção das medidas cabíveis. 
Com base apenas nas informações narradas, o advogado de Carlos deverá esclarecer que, para julgamento 
da exceção da verdade, será competente 
 
A) a Vara Criminal da Comarca de Campinas, órgão competente para apreciar a queixa-crime apresentada. 
B) o Juizado Especial Criminal da Comarca de Campinas, órgão competente para apreciar a queixa-crime 
apresentada. 
C) o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, apesar de não ser o órgão competente para apreciar a queixa-
crime apresentada. 
D) o Superior Tribunal de Justiça, apesar de não ser o órgão competente para apreciar a queixa-crime 
apresentada. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Carlos afirmou que o desembargador Ticio exigiu 50 mil reais para proferir voto favorável à determinada 
parte em processo criminal. 
Atente-se logo a uma coisa, o desembargador Tício supostamente PRATICOU CRIME, qual tipo penal? 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (art. 357 do Código Penal). 
Se o desembargador Tício praticou crime, de quem é a competência para julgá-lo? Do STJ. Onde tem essa 
informação? Na CRFB/88. Veja: 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores 
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os 
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas 
dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
 
 
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6 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
É O FAMOSO FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. 
 
Porém, quem apresentou a queixa-crime pela prática do crime de calúnia primeiramente foi o 
desembargador, e Carlos não tem foro por prerrogativa de função. No entanto, não é isso que a questão quer 
saber. 
 
Continuando, Carlos não deu o braço a torcer e decidiu provar que o desembargador cometeu o crime de 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO, e a forma que ele fará isso é usando do que se veio a chamar de EXCEÇÃO DA 
VERDADE, com isso, o desembargador passa a figurar no polo passivo como réu pela suposta prática de crime 
comum, por isso, o juízo competente será o Superior Tribunal de Justiça (STJ), não o sendo competente pela 
queixa-crime, já que nesse caso o Réu é Carlos e nesse crime (CALÚNIA MAJORADA) será julgado pela Vara 
Criminal de Campinas. 
 
 
QUESTÃO 08 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Após uma partida de futebol amador, realizada em 03/05/2018, o atleta André se desentendeu com 
jogadores da equipe adversária. Ao final do jogo, dirigiu-se ao estacionamento e encontrou, em seu carro, 
um bilhete anônimo, em que constavam diversas ofensas à sua honra. Em 28/06/2018, André encontrou 
um dos jogadores da equipe adversária, Marcelo, que lhe confessou a autoria do bilhete, ressaltando que 
Luiz e Rogério também estavam envolvidos na ofensa. 
André, em 17/11/2018, procurou seu advogado, apresentando todas as provas do crime praticado, 
manifestando seu interesse em apresentar queixa-crime contra os três autores do fato. Diante disso, o 
advogado do ofendido, após procuração com poderes especiais, apresenta, em 14/12/2018, queixa-crime 
em face de Luiz, Rogério e Marcelo, imputando-lhes a prática dos crimes de calúnia e injúria. 
Após o recebimento da queixa-crime pelo magistrado, André se arrependeu de ter buscado a 
responsabilização penal de Marcelo, tendo em vista que somente descobriu a autoria do crime em 
decorrência da ajuda por ele fornecida. Diante disso, comparece à residência de Marcelo, informa seu 
arrependimento, afirma não ter interesse em vê-lo responsabilizado criminalmente e o convida para a 
festa de aniversário de sua filha, sendo a conversa toda registrada em mídia audiovisual. 
Considerando as informações narradas, é correto afirmar que o(a) advogado(a) dos querelados poderá 
 
A) questionar o recebimento da queixa-crime, com fundamento na ocorrência de decadência, já que 
oferecida a inicial mais de 06 meses após a data dos fatos. 
B) buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, diante da renúncia ao exercício do direito de queixa 
realizado por André, que poderá ser expresso ou tácito. 
C) buscar a extinção da punibilidade de Marcelo, mas não de Luiz e Rogério, em razão da renúncia ao exercício 
do direito de queixa realizado por André. 
D) buscar a extinção da punibilidade dos três querelados, caso concordem, diante do perdão oferecido a 
Marcelo por parte de André, que deverá ser estendido aos demais coautores. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
O prazo da ação privada (6 meses) inicia do conhecimento da autoria, não do fato! Portanto, se foi sabido 
dia 28 de junho, o prazo para apresentar a queixa vai até o fim de dezembro. 
 
Sobre a desistência de persistir com o intuito de processar, observe que foi após o recebimento da inicial. 
Isso caracteriza o perdão, e sobre ele vale a leitura do art. 51 do CPP; 106, I, §1º e 107, V, do CP. Estes artigos 
aclaram que o perdão: 
- É bilateral. Portanto pode ser recusado pelo querelado. 
- Pode ser expresso ou tácito. A postura de convidar o querelado para um aniversário configura um perdão 
tácito. 
 
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7 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
- Se concedido a um, a todos aproveita (que aceitarem), pois a ação privada é regida pelo princípio da 
indivisibilidade. Não é meio para vinganças e perseguições. 
- Ela extingue a punibilidade . 
 
 
QUESTÃO 09 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Fred foi denunciado e condenado, em primeira instância, pela prática de crime de corrupção ativa, sendo 
ele e seu advogado intimados do teor da sentença no dia 05 de junho de 2018, terça-feira. A juntada do 
mandado de intimação do réu ao processo, todavia, somente ocorreu em 11 de junho de 2018, segunda-
feira. 
Considerando as informações narradas, o prazo para interposição de recurso de apelação pelo advogado 
de Fred, de acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, será iniciado 
 
A) no dia seguinte à juntada do mandado de intimação (12/06/18), devendo a data final do prazo ser 
prorrogada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana. 
B) no dia da juntada do mandado de intimação (11/06/18), devendo ser cumprido até o final do prazo de 05 
dias previsto em lei, ainda que este ocorra no final de semana. 
C) no dia da intimação (05/06/18), independentemente da data da juntada do mandado, devendo ser 
cumprido até o final do prazo de 05 dias previsto em lei, ainda que este ocorra no final de semana. 
D) no dia seguinte à intimação (06/06/18), independentemente da data da juntada do mandado, devendo a 
data final do prazo ser prorrogada para o primeiro dia útil seguinte, caso se encerre no final de semana. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
S. 710 do STF: "No processo penal, contam-se os prazos dadata da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta 
precatória ou de ordem". 
 
Portanto, o dia de início foi dia 05 (terça), começando a contar a partir do dia seguinte (dia 06, quarta). O 
prazo da Apelação é de 5 dias (6-7-8-9-10). O prazo terminará no dia 10, domingo, devendo ser prorrogado 
para o próximo dia útil subsequente: dia 11 (segunda). 
 
E sobre a data final do prazo, será no primeiro dia útil subsequente caso o prazo fatal seja domingo ou feriado, 
conforme o art. 798 §3º do CPP, vejamos: 
Art. 798 CPP. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou 
dia feriado. 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida 
aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr. 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária. 
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 10 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
Rogério foi denunciado pela prática de um crime de homicídio qualificado por fatos que teriam ocorrido 
em 2017. Após regular citação e apresentação de resposta à acusação, Rogério decide não comparecer aos 
atos do processo, apesar de regularmente intimado, razão pela qual foi decretada sua revelia. 
Em audiência realizada na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, sem a presença de Rogério, 
mas tão só de sua defesa técnica, foi proferida decisão de pronúncia. Rogério mudou-se e não informou 
ao juízo o novo endereço, não sendo localizado para ser pessoalmente intimado dessa decisão, ocorrendo, 
então, a intimação por edital. Posteriormente, a ação penal teve regular prosseguimento, sem a 
participação do acusado, sendo designada data para realização da sessão plenária. 
Ao tomar conhecimento desse fato por terceiros, Rogério procura seu advogado para esclarecimentos, 
informando não ter interesse em comparecer à sessão plenária. 
Com base apenas nas informações narradas, o advogado de Rogério deverá esclarecer que 
 
A) o processo e o curso do prazo prescricional, diante da intimação por edital, deveriam ficar suspensos. 
B) a intimação da decisão de pronúncia por edital não é admitida pelo Código de Processo Penal. 
C) o julgamento em sessão plenária do Tribunal do Júri, na hipótese, poderá ocorrer mesmo sem a presença 
do réu. 
D) a revelia gerou presunção de veracidade dos fatos e a intimação foi válida, mas a presença do réu é 
indispensável para a realização da sessão plenária do Tribunal do Júri. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A) Errado, pois só haveria possibilidade de suspensão de prazo se o réu não possuísse advogado (art. 366, 
CPP). 
B) Errado, pois o artigo 361 do CPP autoriza a intimação por edital. 
C) Certo, é o descrito no artigo 457 do CPP. 
D) Errado, pois não há que se falar em revelia no Direito Penal, ou seja, o réu não está obrigado a comparecer 
a todos os atos processuais, em regra. 
 
 
QUESTÃO 11 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira Fase 
 
O advogado de Josefina, ré em processo criminal, entendendo que, entre o recebimento da denúncia e o 
término da instrução, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva estatal, apresentou requerimento, antes 
mesmo do oferecimento de alegações finais, de reconhecimento da extinção da punibilidade da agente, 
sendo o pedido imediatamente indeferido pelo magistrado. 
Intimado, caberá ao(à) advogado(a) de Josefina, discordando da decisão, apresentar 
 
A) recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias. 
B) recurso de apelação, no prazo de 5 dias. 
C) carta testemunhável, no prazo de 48h. 
D) reclamação constitucional, no prazo de 15 dias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Indeferimento de causa extintiva de punibilidade na sentença cabe Apelação, mas caso tal indeferimento 
ocorra em outro momento processual, caberá RESE (art. 581, IX, CPP), vejamos: 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade. 
 
 
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9 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 12 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Anderson, Cláudio e Jorge arquitetam um plano para praticar crime contra a agência de um banco, empresa 
pública federal, onde Jorge trabalhava como segurança. Encerrado o expediente, em 03/12/2017, Jorge 
permite a entrada de Anderson e Cláudio no estabelecimento e, em conjunto, destroem um dos cofres da 
agência e subtraem todo o dinheiro que estava em seu interior. 
Após a subtração do dinheiro, os agentes roubam o carro de Júlia, que trafegava pelo local, e fogem, sendo, 
porém, presos dias depois, em decorrência da investigação realizada. 
Considerando que a conduta dos agentes configura os crimes de furto qualificado (pena: 2 a 8 anos e multa) 
e roubo majorado (pena: 4 a 10 anos e multa, com causa de aumento de 1/3 até metade), praticados em 
conexão, após solicitação de esclarecimentos pelos envolvidos, o(a) advogado(a) deverá informar que 
 
A) a Justiça Federal será competente para julgamento de ambos os delitos conexos. 
B) a Justiça Estadual será competente para julgamento de ambos os delitos conexos. 
C) a Justiça Federal será competente para julgamento do crime de furto qualificado e a Justiça Estadual, para 
julgamento do crime de roubo majorado, havendo separação dos processos. 
D) tanto a Justiça Estadual quanto a Federal serão competentes, considerando que não há relação de 
especialidade entre estas, prevalecendo o critério da prevenção. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Podemos encontrar fundamentação para a resposta em diversos dispositivos legais, vejamos: 
 
Compete à justiça federal processar e julgar infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. Art. 109, IV, CF. 
 
A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo no concurso entre a jurisdição 
comum e a militar; no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. Art. 79, I, II, CPP. 
 
Sumula 122 STJ - Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de 
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal. 
 
Súmula 556 
É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista. 
 
 
QUESTÃO 13 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Tomás e Sérgio foram denunciados como incursos nas sanções penais do crime do Art. 217-A do Código 
Penal (estupro de vulnerável), narrando a acusação que, no delito, teria ocorrido ato libidinoso diverso da 
conjunção carnal, já que os denunciados teriam passado as mãos nos seios da criança, e que teria sido 
praticado em concurso de agentes. 
Durante a instrução, foi acostado ao procedimento laudo elaborado por um perito psicólogo oficial, 
responsável pela avaliação da criança apontadacomo vítima, concluindo que o crime teria, de fato, 
ocorrido. As partes tiveram acesso posterior ao conteúdo do laudo, apesar de intimadas da realização da 
perícia anteriormente. 
O magistrado responsável pelo julgamento do caso, avaliando a notícia concreta de que Tomás e Sérgio, 
durante o deslocamento para a audiência de instrução e julgamento, teriam um plano de fuga, o que 
envolveria diversos comparsas armados, determinou que o interrogatório fosse realizado por 
videoconferência. 
 
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10 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
No momento do ato, os denunciados foram ouvidos separadamente um do outro pelo magistrado, ambos 
acompanhados por defesa técnica no estabelecimento penitenciário e em sala de audiência durante todo 
ato processual. Insatisfeitos com a atuação dos patronos e acreditando na existência de ilegalidades no 
procedimento, Tomás e Sérgio contratam José para assistência técnica. 
Considerando apenas as informações narradas, José deverá esclarecer que 
 
A) o interrogatório dos réus não poderia ter sido realizado separadamente, tendo em vista que o acusado 
tem direito a conhecer todas as provas que possam lhe prejudicar. 
B) não poderia ter sido realizado interrogatório por videoconferência, mas tão só oitiva das testemunhas na 
ausência dos acusados, diante do direito de presença do réu e ausência de previsão legal do motivo 
mencionado pelo magistrado. 
C) o laudo acostado ao procedimento foi válido em relação à sua elaboração, mas o juiz não ficará adstrito 
aos termos dele, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
D) o laudo deverá ser desentranhado dos autos, tendo em vista que elaborado por apenas um perito oficial, 
sendo certo que a lei exige que sejam dois profissionais e que seja oportunizada às partes apresentação de 
quesitos complementares. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Trata-se do conhecido: Judex Peritus Peritorum, O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou 
rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
Art. 182 do CPP, vejamos: 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
 
Comentando as alternativas: 
a) CPP. Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente. 
b) CPP. Art. 185. 
§ 2 Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do 
réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde 
que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: 
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização 
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
c) CPP. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. 
d) CPP. Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
 
 
QUESTÃO 14 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Luiz foi denunciado pela prática de um crime de estelionato. Durante a instrução, o ofendido apresentou, 
por meio de assistente de acusação, documento supostamente assinado por Luiz, que confirmaria a prática 
delitiva. Ao ter acesso aos autos, Luiz informa ao patrono ter certeza de que aquele documento seria falso, 
pois não foi por ele assinado. 
Com base nas informações narradas, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, o advogado 
de Luiz poderá 
 
A) alegar apenas a insuficiência de provas e requerer a extração de cópias para o Ministério Público, mas não 
poderá, neste processo, verificar a veracidade do documento. 
B) alegar, desde que seja procurador com poderes especiais, a falsidade do documento para fins de 
instauração de incidente de falsidade. 
C) arguir, com procuração com poderes gerais, a falsidade do documento, gerando incidente de falsidade em 
autos em apartado. 
D) alegar, oralmente, a falsidade do documento, devendo o incidente ser decidido nos autos principais. 
 
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11 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Fundamentação legal: 
Código Processo Penal: 
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: 
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta; 
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas alegações; 
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias; 
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao 
Ministério Público. 
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais. 
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. 
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil. 
 
Comentando demais alternativas: 
A) INCORRETA. Pode verificar a falsidade sim. 
C) INCORRETA. A procuração exige poderes específicos. 
D) INCORRETA. A alegação de falsidade de documento se dará por escrito e será autuada em apartado. 
 
 
QUESTÃO 15 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Vitor foi denunciado pela prática de um crime de peculato. O magistrado, quando da análise da inicial 
acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência de justa causa. 
O Ministério Público apresentou recurso em sentido estrito, sendo os autos encaminhados ao Tribunal, de 
imediato, para decisão. Todavia, Vitor, em consulta ao sítio eletrônico do Tribunal de Justiça, toma 
conhecimento da existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e demonstra 
preocupação com a revisão da decisão do juiz de primeira instância. 
Considerando as informações narradas, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o 
advogado de Vitor deverá esclarecer que 
 
A) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de rejeição da 
denúncia é irrecorrível. 
B) o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e não recurso 
em sentido estrito. 
C) ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda não figurar como réu, mas 
tão só como denunciado. 
D) caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de primeira instância 
para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A - o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, tendo em vista que a decisão de rejeição da 
denúncia é irrecorrível. - É recorrível e está no rol taxativo do RESE [CPP, 581]; 
B - o Tribunal não poderá conhecer do recurso apresentado, pois caberia recurso de apelação, e não recurso 
em sentido estrito. - Seria Apelação se fosse um crime de menor potencial ofensivo [Lei nº 9099/95, 82]; 
D - caso o Tribunal dê provimento ao recurso, os autos serão encaminhados para o juízo de primeira instância 
para nova decisão sobre recebimento ou não da denúncia. - A admissibilidade do recurso já serve como 
decisão de recebimento 
C (ALTERNATIVA CORRETA) - ele deveria ter sido intimado para apresentar contrarrazões, apesar de ainda 
não figurar como réu, mas tão só como denunciado. - "Súmula 707/STF: Constitui nulidade a falta de 
intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, nãoa 
suprindo a nomeação de defensor dativo." 
 
 
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12 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 16 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Vanessa foi condenada pela prática de um crime de furto qualificado pela 1ª Vara Criminal de Curitiba, em 
razão de suposto abuso de confiança que decorreria da relação entre a vítima e Vanessa. 
Como as partes não interpuseram recurso, a sentença de primeiro grau transitou em julgado. Apesar de 
existirem provas da subtração de coisa alheia móvel, a vítima não foi ouvida por ocasião da instrução por 
não ter sido localizada. Durante a execução da pena por Vanessa, a vítima é localizada, confirma a 
subtração por Vanessa, mas diz que sequer conhecia a autora dos fatos antes da prática delitiva. Vanessa 
procura seu advogado para esclarecimento sobre eventual medida cabível. 
Considerando apenas as informações narradas, o advogado de Vanessa deve esclarecer que 
 
A) não poderá apresentar revisão criminal, tendo em vista que a pena já está sendo executada, mas poderá 
ser buscada reparação civil. 
B) caberá apresentação de revisão criminal, sendo imprescindível a representação de Vanessa por advogado, 
devendo a medida ser iniciada perante o próprio juízo da condenação. 
C) não poderá apresentar revisão criminal em favor da cliente, tendo em vista que a nova prova não é apta 
a justificar a absolvição de Vanessa, mas tão só a redução da pena. 
D) caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa apresentar a ação autônoma 
independentemente de estar assistida por advogado, ou por meio de procurador legalmente habilitado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
O advogado de Vanessa deve esclarecer que: "caberá apresentação de revisão criminal, podendo Vanessa 
apresentar a ação autônoma independentemente de estar assistida por advogado, ou por meio de 
procurador legalmente habilitado". 
Conforme em comento no art. 623, CPP, diz que: A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por 
procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou 
irmão. 
Ainda assim, vale reforçar o que diz a Súmula 393 STF que: 
"Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à prisão". 
 
Vejamos os comentários por alternativas: 
A) INCORRETA: Cabe revisão criminal a qualquer tempo (desde que tenha havido trânsito em julgado), ou 
seja, independente da fase processual em que se encontre, antes ou após a extinção da pena. 
Art. 622, CPP - A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. 
 
B) INCORRETA: A representação por advogado não é imprescindível, tendo em vista que a Revisão pode ser 
interposta pelo próprio réu, por procurador legalmente habilitado ou, em caso de morte, pelo cônjuge, 
ascendente, descendente ou irmão do condenado. 
Art. 623, CPP - A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, 
pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
 
C) INCORRETA: A Revisão é cabível tanto para absolvição quanto para redução da pena aplicada, entretanto, 
não se presta a piorar a situação do réu. 
Art. 621, CPP - A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize 
diminuição especial da pena. 
 
D) CORRETA: 
Art. 623, CPP - A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, 
pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas; 
 
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13 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos. 
OBS: A Revisão criminal é uma ação autônoma. 
 
 
QUESTÃO 17 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira Fase 
 
Glauber foi denunciado pela prática de um crime de roubo majorado. Durante a audiência de instrução e 
julgamento, que ocorreu na ausência do réu, em razão do temor da vítima e da impossibilidade de 
realização de videoconferência, o Ministério Público solicitou que a vítima descrevesse as características 
físicas do autor do fato. Após a vítima descrever que o autor seria branco e baixo e responder às perguntas 
formuladas pelas partes, ela foi conduzida à sala especial, para a realização de reconhecimento formal. 
No ato de reconhecimento, foram colocados, com as mesmas roupas, lado a lado, Glauber, branco e baixo, 
Lucas, branco e alto, e Thiago, negro e baixo, apesar de a carceragem do Tribunal de Justiça estar repleta 
de presos para a realização de audiências, inclusive com as características descritas pela ofendida. A vítima 
reconheceu Glauber como o autor dos fatos, sendo lavrado auto subscrito pelo juiz, pela vítima e por duas 
testemunhas presenciais. 
Considerando as informações narradas, o advogado de Glauber, em busca de futuro reconhecimento de 
nulidade da instrução ou absolvição de seu cliente, de acordo com o Código de Processo Penal e a 
jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá consignar, na assentada da audiência, seu inconformismo 
em relação ao reconhecimento realizado pela vítima, 
 
A) em razão da oitiva da vítima na ausência do réu, já que o direito de autodefesa inclui o direito de presença 
em todos os atos do processo. 
B) tendo em vista que, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, ela não poderia ter descrito 
as características do autor dos fatos antes da realização do reconhecimento. 
C) em razão das características físicas apresentadas pelas demais pessoas colocadas ao lado do réu quando 
da realização do ato, tendo em vista a possibilidade de participarem outras pessoas com características 
semelhantes. 
D) tendo em vista que o auto de reconhecimento deveria ter sido subscrito pelo juiz, pelo réu, por seu 
defensor e pelo Ministério Público, além de três testemunhas presenciais. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
Vejamos o artigo 226 do CPP: 
Art. 226/CPP. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; 
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer 
semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não 
diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao 
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. 
Parágrafo único. O disposto no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. 
 
Agora, vejamos os comentários por alternativas. 
Alternativa A: o direito de autodefesa pode ser flexibilizado se a defesa técnica do réu estiver presente na 
oitiva da vítima. 
Alternativa B: primeiro descreve (inc. I do art. 226) e depois reconhece (inc. II) 
Alternativa C: CORRETA! 
Alternativa D: inciso IV do artigo acima. Só precisa subscrevera autoridade, a pessoa chamada p/ reconhecer 
e DUAS testemunhas presenciais (e não 3). 
 
 
 
 
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14 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 18 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Adolfo e Arnaldo são irmãos e existe a informação de que estão envolvidos na prática de crimes. Durante 
investigação da suposta prática de crime de tráfico de drogas, foi deferida busca e apreensão na residência 
de Adolfo, em busca de instrumentos utilizados na prática delitiva. 
O oficial de justiça, com mandado regularmente expedido, compareceu à residência de Adolfo às 03.00h, 
por ter informações de que às 07.00h ele deixaria o local. Apesar da não autorização para ingresso na 
residência por parte do proprietário, ingressou no local para cumprimento do mandado de busca e 
apreensão, efetivamente apreendendo um caderno com anotações que indicavam a prática do crime 
investigado. 
Quando deixavam o local, os policiais e o oficial de justiça se depararam, na rua ao lado, com Arnaldo, 
sendo que imediatamente uma senhora o apontou como autor de um crime de roubo majorado pelo 
emprego de arma, que teria ocorrido momentos antes. 
Diante disso, os policiais realizaram busca pessoal em Arnaldo, localizando um celular, que era produto do 
crime de acordo com a vítima, razão pela qual efetuaram a apreensão desse bem. 
Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Adolfo e Arnaldo procurou você, como advogado(a), para a 
adoção das medidas cabíveis. 
Assinale a opção que apresenta, sob o ponto de vista técnico, a medida que você poderá adotar. 
 
A) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo e a da busca e apreensão pessoal em 
Arnaldo. 
B) Pleitear a invalidade da busca e apreensão residencial de Adolfo, mas não a da busca e apreensão pessoal 
de Arnaldo. 
C) Não poderá pleitear a invalidade das buscas e apreensões. 
D) Pleitear a invalidade da busca e apreensão pessoal de Arnaldo, mas não a da busca e apreensão residencial 
de Adolfo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Pela leitura rápida do enunciado, já poderíamos ter em mente que algo de errado aconteceu. Só temos que 
encontrar esse algo. 
O oficial de justiça tinha um mandado judicial, até aí tudo bem, porém, percebe-se pela leitura do enunciado 
que o oficial compareceu à residência de Adolfo às 03:00h, esse horário é madrugada, então, é período 
noturno, e se lembrassem da regrinha básica incutida lá na Constituição Federal, lembrariam que não é 
permitida a entrada na casa do indivíduo durante a noite, mesmo com mandado judicial, salvo exceções, que 
não o caso dessa. 
Sendo assim, essa busca e apreensão deve ser invalidada. 
Em relação a Arnaldo, a mesma sorte não lhe assiste, pois fica claro que o mesmo é o suspeito da prática do 
crime. 
 
Fundamentação Jurídica: 
CRFB/885°, Xl (..) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o DIA, por determinação judicial. 
 
Destrinchando o inciso: 
A regra é que a casa é asilo inviolável, porém, toda regra tem exceção, e, aqui, temos várias. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial em caso de flagrante delito, a qualquer hora do dia, manhã, 
tarde ou noite. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial em caso de desastre, a qualquer hora do dia, manhã, tarde ou 
noite. 
A casa pode ser violada sem mandado judicial para prestar socorro, a qualquer hora do dia, manhã, tarde ou 
noite. 
 
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15 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
A casa pode ser violada nos demais casos que não sejam os citados anteriormente, porém, somente com 
mandado judicial e tem que ser durante o período do dia, o que não inclui o período noturno, ressalte-se que 
se o morador consentir com a entrada, poderá ser a qualquer momento também. 
 
Art. 244 CPP: A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa 
esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no 
curso de busca domiciliar. 
 
Destrinchando o artigo: 
 
A busca pessoal independerá de mandado no caso de prisão; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de arma proibida; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de objetos que constituam corpo de delito; 
A busca pessoal independerá de mandado quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse 
de papeis que constituam corpo de delito; 
A busca pessoal independerá de mandado no caso de prisão quando a medida for determinada no curso de 
busca domiciliar. 
 
 
QUESTÃO 19 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
A autoridade policial recebeu denúncia anônima informando que Gabriel seria autor de um crime de 
apropriação indébita (Art. 168 do CP. Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa). Realizou, então, diligências 
para verificar a relevância daquela informação e, após constatar que havia motivos para justificar o início 
de investigação, instaurou inquérito para apurar a infração penal antes mencionada, indiciando Gabriel. 
O primeiro ato da investigação foi requerer, ao juízo competente, interceptação das comunicações 
telefônicas de Gabriel, pedido esse que foi deferido. Após a interceptação, a autoridade policial buscou 
obter outros elementos informativos, ouvindo a vítima e testemunhas que tinham conhecimento dos fatos 
e da autoria delitiva. 
Após o fim do prazo de 15 dias fixado para interceptação, com nova representação da autoridade policial 
e requerimento do Ministério Público, o juiz deferiu a prorrogação da medida, reiterando os termos da 
decisão que autorizou a medida inicial e destacando que aqueles fundamentos persistiam e foram 
confirmados pelo teor das transcrições das conversas já obtidas. 
Gabriel, no curso das investigações, foi intimado para prestar esclarecimentos, momento em que entrou 
em contato com seu advogado, que obteve acesso ao procedimento. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Gabriel poderá questionar a interceptação 
telefônica realizada, porque 
 
A) a primeira notícia do crime foi oriunda de denúncia anônima, o que impede que seja instaurada 
investigação, ainda que a autoridade policial realize diligências para confirmar a necessidade de iniciar 
procedimento investigatório. 
B) o crime investigado é punido com pena de reclusão que não ultrapassa 04 anos de pena privativa de 
liberdade. 
C) a prova da infração poderia ter sido obtida por outros meios disponíveis. 
D) a decisão de prorrogação do prazo da medida utilizou-se de fundamentação per relationem, o que não é 
admitido no Processo Penal brasileiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
 
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16 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Bem, primeiramente, em relação ao conteúdo, o candidato deveria saber pelo menos uma base sobre 
quando é cabível a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, pois esta é uma medida excepcional, que para ser utilizada 
deverá preencher alguns requisitos. 
 
Desta feita, o enunciado informa que depois que fora deferida a interceptação, a autoridade policial utilizou 
de outros meios para obter mais informações, deixando claro que não era necessário o pedido de 
interceptação telefônica para solucionar o caso. Com isso, já poderíamos chegar ao nosso gabarito. 
 
Utilizando os macetes, observaríamos que na alternativa C temos uma palavra que indica possibilidade, o 
vocábulo PODERIA, encaixando-seperfeitamente no nosso método. 
 
Fundamentação Jurídica: 
Lei 9.296/1996c: Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes 
hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. 
 
 
QUESTÃO 20 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Jucilei foi preso em flagrante quando praticava crime de estelionato (Art. 171 do CP), em desfavor da 
Petrobras, sociedade de economia mista federal. De acordo com os elementos informativos, a fraude teria 
sido realizada na cidade de Angra dos Reis, enquanto a obtenção da vantagem ilícita ocorreu na cidade do 
Rio de Janeiro, sendo Jucilei preso logo em seguida, mas já na cidade de Niterói. 
Ainda em sede policial, Jucilei entrou em contato com seu(sua) advogado(a), que compareceu à Delegacia 
para acompanhar seu cliente, que seria imediatamente encaminhado para a realização de audiência de 
custódia perante autoridade judicial. 
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer ao seu cliente que será 
competente para processamento e julgamento de eventual ação penal pela prática do crime do Art. 171 
do Código Penal, o juízo junto à 
 
A) Vara Criminal Estadual da Comarca do Rio de Janeiro. 
B) Vara Criminal Estadual da Comarca de Angra dos Reis. 
C) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade do Rio de Janeiro. 
D) Vara Criminal Federal com competência sobre a cidade de Angra dos Reis. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
Colocar a Petrobras como “vítima” foi para induzir o candidato ao erro e fazê-lo acreditar ser competência 
da VARA CRIMINAL. Quando perceberem essa INDUÇÃO, NÃO CAIAM. 
 
Fundamentação Jurídica: 
Súmula n. 42, do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia 
mista e os crimes praticados em seu detrimento. 
Art. 70, CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo 
lugar em que for praticado o último ato de execução. 
 
E a Jurisprudência, esclarece que no crime de ESTELIONATO, o LOCAL da ação é onde se deu a obtenção da 
vantagem ilícita, sendo este o lugar de fixação da COMPETÊNCIA, como aduz o art. 70 do CPP, neste caso, de 
acordo com o teor da questão, tal vantagem ilícita ocorreu na cidade do Rio de Janeiro. 
 
 
 
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17 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 21 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Miguel foi denunciado pela prática de um crime de extorsão majorada pelo emprego de arma e concurso 
de agentes, sendo a pretensão punitiva do Estado julgada inteiramente procedente e aplicada sanção 
penal, em primeira instância, de 05 anos e 06 meses de reclusão e 14 dias multa. 
A defesa técnica de Miguel apresentou recurso alegando: 
(i) preliminar de nulidade em razão de violação ao princípio da correlação entre acusação e sentença; 
(ii) insuficiência probatória, já que as declarações da vítima, que não presta compromisso legal de dizer a 
verdade, não poderiam ser consideradas; 
(iii) que deveria ser afastada a causa de aumento do emprego de arma, uma vez que o instrumento 
utilizado era um simulacro de arma de fogo, conforme laudo acostado aos autos. 
A sentença foi integralmente mantida. Todos os desembargadores que participaram do julgamento 
votaram pelo não acolhimento da preliminar e pela manutenção da condenação. Houve voto vencido de 
um desembargador, que afastava apenas a causa de aumento do emprego de arma. 
Intimado do teor do acórdão, o(a) advogado(a) de Miguel deverá interpor 
 
A) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, sua absolvição e o 
afastamento da causa de aumento de pena reconhecida. 
B) embargos infringentes e de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar e o afastamento da causa de 
aumento do emprego de arma, apenas. 
C) embargos de nulidade, buscando o acolhimento da preliminar, apenas. 
D) embargos infringentes, buscando o afastamento da causa de aumento do emprego de arma, apenas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra D. 
 
Essa questão é um pouco difícil para quem não conhece um pouco do assunto. Até o uso dos macetes não 
ajudariam muito. 
 
Se o candidato soubesse apenas a diferença de embargos INFRINGENTES e EMBARGOS DE NULIDADE, 
mataria fácil a questão, pois os embargos infringentes versam sobre o MÉRITO (jus puniendi) e os embargos 
de nulidade versam sobre VÍCIO PROCESSUAL. E na questão, o que fora alegado pelo advogado de defesa 
está voltado para o mérito, e não vício processual. Com isso, observando as alternativas, apenas a alternativa 
D não traz a expressão EMBARGOS DE NULIDADE. 
 
 
QUESTÃO 22 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Marcus, advogado, atua em duas causas distintas que correm perante a Vara Criminal da Comarca de 
Fortaleza. Na primeira ação penal, Renato figura como denunciado em ação penal por crime de natureza 
tributária, enquanto, na segunda ação, Hélio consta como denunciado por crime de peculato. 
Entendendo pela atipicidade da conduta de Renato, Marcus impetra habeas corpus, perante o Tribunal de 
Justiça, em busca do “trancamento” da ação penal. Já em favor de Hélio, impetra mandado de segurança, 
também perante o Tribunal de Justiça, sob o fundamento de que o magistrado de primeira instância, de 
maneira recorrente, não estava permitindo o acesso aos autos do processo. 
Na mesma data são julgados o habeas corpus e o mandado de segurança por Câmara Criminal do Tribunal 
de Justiça do Ceará, sendo que a ordem de habeas corpus não foi concedida por maioria de votos, 
enquanto o mandado de segurança foi denegado por unanimidade. 
Intimado da decisão proferida no habeas corpus e no mandado de segurança, caberá a Marcus apresentar, 
em busca de combatê-las, 
 
A) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. 
B) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
 
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18 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
C) Embargos infringentes, nos dois casos. 
D) Embargos infringentes e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
O examinando deve ter atenção quanto ao CABIMENTO DO RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES E DE 
NULIDADE. 
 
Só caberá Embargos Infringentes e de nulidade da decisão não unanime de tribunal de decisão que julgar: 
Recurso de Apelação; Recurso em Sentido Estrito, e Recurso de Agravo em Execução. 
 
Quanto a decisão não unanime que julgar HC e MS, caberá ROC (Recurso Ordinário Constitucional). 
 
Obs.: Não cabe Recurso de Embargos infringentes e de nulidade da decisão não unanime proferida pela 
turma recursal do JECRIM. 
 
 
QUESTÃO 23 - FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase 
 
Gabriel, nascido em 31 de maio 1999, filho de Eliete, demonstrava sua irritação em razão do tratamento 
conferido por Jorge, namorado de sua mãe, para com esta. Insatisfeito, Jorge, no dia 1º de maio de 2017, 
profere injúria verbal contra Gabriel. 
Após a vítima contar para sua mãe sobre a ofensa sofrida, Eliete comparece, em 27 de maio de 2017, em 
sede policial e, na condição de representante do seu filho, renuncia ao direito de queixa. No dia 02 de 
agosto de 2017, porém, Gabriel, contra a vontade da mãe, procura auxílio de advogado, informando que 
tem interesse em ver Jorge responsabilizado criminalmente pela ofensa realizada. 
Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Gabriel deverá esclarecer que 
 
A)Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente, em razão da renúncia do representante legal do 
ofendido, sem prejuízo de indenização no âmbito cível. 
B) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, mas, para que o patrono assim atue, precisa de 
procuração com poderes especiais. 
C) Jorge não poderá ser responsabilizado criminalmente em razão da decadência, tendo em vista que 
ultrapassados três meses desde o conhecimento da autoria. 
D) poderá ser proposta queixa-crime em face de Jorge, pois, de acordo com o Código de Processo Penal, ao 
representante legal é vedado renunciar ao direito de queixa. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
As ações penais públicas podem ser condicionadas ou incondicionadas. A questão trata das ações 
condicionadas à representação da vítima, que são aquelas que interferem de forma tão expressiva na vida 
íntima do indivíduo, que o Ministério Público deixa a cargo deste a decisão de ingressar com a ação. 
Entretanto, uma vez ingressada, o Ministério Público a assume incondicionalmente. 
No caso em estudo, à época dos fatos Gabriel era menor de idade e, portanto, precisaria ser representado 
para oferecer a queixa. Entretanto, teve o direito de queixa renunciado pela mãe, sua representante. 
Em momento posterior, quando já era maior de idade, resolve ir em frente com a representação, contratando 
advogado para tanto. Nesse caso, o advogado só poderá atuar se Gabriel lhe conceder poderes especiais 
para oferecer a queixa, indicando na procuração o nome de Gabriel e o fato criminoso, especificamente. É o 
que determina o art. 44 do Código de Processo Penal: 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
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19 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Assim, a alternativa correta é a letra B. 
 
Analisemos as demais afirmações: 
a) INCORRETA. Ainda que Eliete tenha renunciado ao direito de queixa quando representava Gabriel, este 
poderá oferecê-la novamente ao completar 18 anos, desde que dentro do prazo decadencial de até 6 meses 
após o crime, contados da ciência da autoria. Diz o Parágrafo único do art. 50, CPP: 
 
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não 
privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. 
 
No mesmo sentido, diz a Súmula 594 do STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. 
 
b) CORRETA. 
 
c) INCORRETA. O prazo decadencial é de 6 meses, os quais não terão expirado caso Gabriel ou seu advogado 
ofereçam a queixa em tempo. Diz o art. 38 do CPP: 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa 
ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber 
quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da 
denúncia. 
 
d) INCORRETA. A afirmação contraria o previsto no “caput” do art. 50 do CPP: 
 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. 
 
 
QUESTÃO 24 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Paulo, ofendido em crime contra o patrimônio, apesar de sua excelente condição financeira, veio a 
descobrir, após a identificação da autoria, que o autor dos fatos adquiriu, com os proventos da infração, 
determinado bem imóvel. Diante da descoberta, procurou você, na condição de advogado(a), para a 
adoção das medidas cabíveis. 
Com base apenas nas informações expostas, a defesa técnica do ofendido deverá esclarecer ser cabível 
 
A) o sequestro, desde que após o oferecimento da denúncia, mas exige requerimento do Ministério Público 
ou decisão do magistrado de ofício. 
B) o arresto, ainda que antes do oferecimento da denúncia, mas a ação principal deverá ser proposta no 
prazo máximo de 30 dias, sob pena de levantamento. 
C) o sequestro, ainda que antes do oferecimento da denúncia, podendo a decisão judicial ser proferida a 
partir de requerimento do próprio ofendido. 
D) o arresto, que deve ser processado em autos em apartados, exigindo requerimento do Ministério Público 
ou decisão do magistrado de ofício. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS 
SEQUESTRO 
 
 
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20 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) o sequestro trata-se de uma medida assecuratória 
regulada pelo Código de Processo Penal, devendo ser ingressada perante o juízo criminal, visando à 
indisponibilidade de bens móveis ou imóveis havidos pelo investigado ou pelo réu com o proveito extraído 
da infração penal (art. 125 do CPP). Exemplo: imóveis adquiridos pelo réu com valores provenientes do desvio 
de verbas públicas. 
 
Características: 
* bens determinados de origem ilícita. 
* Bens móveis ou imóveis (desde que tenham origem ilícita); 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima e impedir que o criminoso obtenha benefícios com 
a prática da infração. 
 
ARRESTO 
 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) o arresto previsto no art. 137 do CPP é simétrico à 
hipoteca legal, referindo-se, porém, a bens móveis de origem lícita pertencentes ao réu. Em suma, os 
requisitos, como legitimidade, fases e procedimento, antes examinados em relação à hipoteca, têm inteira 
aplicação ao arresto. 
 
Características: 
* Bens indeterminados de origem lícita (aqueles bens que foram adquiridos de forma justa e licita 
* Bens móveis 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima 
 
HIPOTECA 
 
Conforme dispõe Norberto Avena (2018, Processo Penal) a hipoteca trata-se de direito real de garantia que 
incide sobre bens imóveis lícitos pertencentes ao réu (arts. 134 e 135 do CPP), não podendo atingir 
patrimônio registrado em nome de terceiro. Alerta-se que existe entendimento no sentido de que é possível 
a especialização do patrimônio do terceiro, se este for corresponsável civil, caso em que o procedimento 
servirá como preparatório ou incidental para o processo de conhecimento condenatório, uma vez que o 
terceiro responsável não é parte no processo penal. 
 
Características: 
* Bens indeterminados de origem lícita (aqueles bens que foram adquiridos de forma justa e lícita) 
* Bens imóveis 
* Tem como objetivo garantir o ressarcimento da vítima 
 
 
QUESTÃO 25 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Flávio apresentou, por meio de advogado, queixa-crime em desfavor de Gabriel, vulgo “Russinho”, 
imputando-lhe a prática do crime de calúnia, pois Gabriel teria imputado falsamente a Flávio a prática de 
determinada contravenção penal. 
Na inicial acusatória, assinada exclusivamente pelo advogado, consta como querelado apenas o primeiro 
nome de Gabriel, o apelido pelo qual é conhecido, suas características físicas e seu local de trabalho, tendo 
em vista que Flávio e sua defesa técnica não identificaram a completa qualificação do suposto autor do 
fato. A peça inaugural não indicou rol de testemunhas, apenas acostando prova documental que 
confirmaria a existência do crime. Ademais, foi acostada ao procedimento a procuração de Flávio em favor 
de seu advogado, na qual consta apenas o nome completo de Flávio e seus dados qualificativos, além de 
poderes especiais para propor eventuais queixas-crime que se façam pertinentes. 
 
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21 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Após citação de Gabriel em seu local de trabalho para manifestação, considerando apenas as informações 
expostas, caberá à defesa técnica do querelado pleitear, sob o ponto de vista técnico, a rejeição da queixa-
crime, 
 
A) sob o fundamento de que não poderia ter sido apresentada sem a completa qualificação do querelado, 
sendo insuficiente o fornecimento de características físicas marcantes, apelido e local de trabalho que 
poderiam identificá-lo. 
B) porque, apesar de fornecidos imprescindíveis poderes especiais, a síntese do fato criminoso não consta 
da procuração. 
C) porque a classificação do crime não foi adequada de acordo com os fatos narrados, e a tipificação realizada 
vincula a autoridade judicial. 
D) tendo em vista que não consta, da inicial, o rol de testemunhas. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra B. 
 
Conforme previsto no CPP, vejamos: 
Art. 44 Código de Processo penal 
 A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
 
QUESTÃO 26 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Após receber denúncia anônima, por meio de disque denúncia, de grave crime de estupro com resultado 
morte que teria sido praticado por Lauro, 19 anos, na semana pretérita, a autoridade policial, de imediato, 
instaura inquérito policial para apurar a suposta prática delitiva. Lauro é chamado à Delegacia e apresenta 
sua identidade recém-obtida; em seguida, é realizada sua identificação criminal, com colheita de digitais e 
fotografias. 
Em que pese não ter sido encontrado o cadáver até aquele momento das investigações, a autoridade 
policial, para resguardar a prova, pretende colher material sanguíneo do indiciado Lauro para fins de futuro 
confronto, além de desejar realizar, com base nas declarações de uma testemunha presencial localizada, 
uma reprodução simulada dos fatos; no entanto, Lauro se recusa tanto a participar da reprodução simulada 
quanto a permitir a colheita de seu material sanguíneo. É, ainda, realizado o reconhecimento de Lauro por 
uma testemunha após ser-lhe mostrada a fotografia dele, sem que fossem colocadas imagens de outros 
indivíduos com características semelhantes. 
Ao ser informado sobre os fatos, na defesa do interesse de seu cliente, o(a) advogado(a) de Lauro, sob o 
ponto de vista técnico, deverá alegar que 
 
A) o inquérito policial não poderia ser instaurado, de imediato, com base em denúncia anônima 
isoladamente, sendo exigida a realização de diligências preliminares para confirmar as informações iniciais. 
B) o indiciado não poderá ser obrigado a fornecer seu material sanguíneo para a autoridade policial, ainda 
que seja possível constrangê-lo a participar da reprodução simulada dos fatos, independentemente de sua 
vontade. 
C) o vício do inquérito policial, no que tange ao reconhecimento de pessoa, invalida a ação penal como um 
todo, ainda que baseada em outros elementos informativos, e não somente no ato viciado. 
D) a autoridade policial, como regra, deverá identificar criminalmente o indiciado, ainda que civilmente 
identificado, por meio de processo datiloscópico, mas não poderia fazê-lo por fotografias. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra A. 
 
CPP 
 
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22 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
Art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública PODERÁ, 
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar 
inquérito. 
 
Tanto o STF quanto o STJ possuem o mesmo entendimento. A instauração do inquérito policial baseada tão 
somente em denúncia anônima não é possível, mas é possível que a autoridade policial faça diligências e, a 
partir delas, caso encontre algum elemento que justifique, poderá instaurar o inquérito policial. 
 
Vejamos os comentários por alternativa: 
A - CERTO. Para instaurar com base em denúncia anônima é necessário VPI (Verificação de procedência das 
informações) 
 
B - ERRADO. Princípio da vedação à autoacusação - nemo tenetur se detegere 
 
C - ERRADO. Em regra, vícios no IP não contaminam a AP. 
 
D - ERRADO. O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo casos específicos. 
 
 
QUESTÃO 27 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
No âmbito de ação penal, foi proferida sentença condenatória em desfavor de Bernardo pela suposta 
prática de crime de uso de documento público falso, sendo aplicada pena privativa de liberdade de cinco 
anos. Durante toda a instrução, o réu foi assistido pela Defensoria Pública e respondeu ao processo em 
liberdade. 
Ocorre que Bernardo não foi localizado para ser intimado da sentença, tendo o oficial de justiça certificado 
que compareceu em todos os endereços identificados. Diante disso, foi publicado edital de intimação da 
sentença, com prazo de 90 dias. Bernardo, ao tomar conhecimento da intimação por edital 89 dias após 
sua publicação, descobre que a Defensoria se manteve inerte, razão pela qual procura, de imediato, um 
advogado para defender seus interesses, assegurando ser inocente. 
Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que 
 
A) houve preclusão do direito de recurso, tendo em vista que a Defensoria Pública se manteve inerte. 
B) foi ultrapassado o prazo recursal de cinco dias, mas poderá ser apresentada revisão criminal. 
C) é possível a apresentação de recurso de apelação, pois o prazo de cinco dias para interposição de apelação 
pelo acusado ainda não transcorreu. 
D) é possível apresentar medida para desconstituir a sentença publicada, tendo em vista não ser possível a 
intimação do réu sobre o teor de sentença condenatória por meio de edital. 
 
COMENTÁRIOS: 
Alternativa correta letra C. 
 
A resposta está no art. 392, VI, §§ 1º e 2º c/c art. 593, I do CPP: 
Art. 392. A intimação da sentença será feita: 
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça. 
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 
60 dias, nos outros casos. 
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer 
das outras formas estabelecidas neste artigo. 
 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular. 
 
 
 
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23 Questões comentadas para OAB – Processo Penal 
QUESTÃO 28 - FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase 
 
Após ser instaurado inquérito policial para apurar a prática de um crime de lesão corporal culposa 
praticada na direção de veículo automotor (Art. 303 da Lei nº 9.503/97 – pena: detenção de seis meses a 
dois anos), foi identificado que o autor dos fatos seria Carlos, que, em sua Folha de Antecedentes Criminais, 
possuía três anotações referentes a condenações, com trânsito em julgado, pela prática da mesma infração 
penal, todas aptas a configurar reincidência quando da prática do delito ora investigado. 
Encaminhados os autos ao Ministério Público, foi oferecida denúncia em face de Carlos pelo crime antes 
investigado; diante da reincidência específica do denunciado

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