Corr._Igrejas russas-T2

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
 Escola superior de Desenho Industrial 
 Curso de Arquitetura e Urbanismo 
 Igrejas russas 
 Clara Muniz S. Almeida 
 Eryka J. S. Almeida 
 Giulienne Lannes 
 Karoline C. Tavares 
 Pedro Custódio S. Antunes 
 Petrópolis 
 2022 
 1 
 SUMÁRIO 
 1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................03 
 2 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................04 
 2.1 Contexto histórico.......................................................................................................04 
 2.1.1 Princípio e conversão do Estado da Rus de Kiev……………………………………..04 
 2.1.2 As construções das primeiras igrejas ortodoxas Russas................................................04 
 2.1.3 A decadência de Kiev, o surgimento de novos centros políticos 
 e novas arquiteturas................................................................................................................05 
 2.1.4 O florescimento de Moscou..........................................................................................07 
 2.1.5 A ocidentalização do Império Russo...........................................................................08 
 2.1.6 As igrejas de madeira..................................................................................................09 
 2.2 Catedral de Santa Sofia de Kiev..............................................................................11 
 2.2.1 Aspectos históricos......................................................................................................11 
 2.2.2 Parte técnica da arquitetura.........................................................................................13 
 2.2.3 Mosaicos e afrescos.....................................................................................................15 
 2.3 Catedral de São Basílio.............................................................................................17 
 2.3.1 Onion domes’ ………………………………………………………………………...17 
 2.3.2 A história da Catedral de São Basilio………………………………….…………..…18 
 2.3.3. Características da arquitetura de São Basilio……………………….……………..…19 
 3 CONCLUSÕES.........................................................................................................23 
 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................24 
 2 
 1 INTRODUÇÃO 
 A Rússia é um país que, desde suas primeiras ocupações, apresenta uma característica que 
 permanece enraizada até os dias de hoje, que é o isolamento diante das demais nações. O principal 
 fator para tal isolamento é sua geografia peculiar, com grandes períodos de frio e neve que fez com 
 que houvesse sempre uma distância de influências estrangeiras, às vezes mínima, dependendo do 
 período e região. Esse fato fez com que seu desenvolvimento cultural fosse extremamente diferente, 
 não podendo se encaixar em um eixo comumente difundido como ocidental ou oriental. 
 Algo semelhante aconteceu com sua arquitetura, que, por mais que tenha recebido 
 influências diversas de diferentes lugares e épocas, desenvolveu uma linguagem única que 
 caracteriza até hoje o país. 
 No período da idade média, pode-se destacar uma grande, talvez a maior, influência na 
 cultura russa vinda do império Bizantino, tanto na religião como na cultura e arquitetura. 
 “...em regiões mais distantes que não eram até aquele momento parte da órbita de Bizâncio (como a Rússia); poderia ter 
 vindo de Bizâncio toda a sua experiência arquitetônica, ou fundi-la com o de outras tradições. ” (MANGO, Cyril, 1974) 
 Por influência de Constantinopla, a Rússia adotou o catolicismo ortodoxo, desenvolvendo ao 
 longo da idade média inúmeras igrejas com muitas características similares às do império Bizantino, 
 mas com outras tantas características únicas e diferenciadas. 
 Este trabalho visa expor as características, técnicas, influências e o desdobrar do 
 desenvolvimento arquitetônico das igrejas russas com o passar do tempo. Um pequeno contexto 
 histórico da política e economia russas no período da idade média será apresentado, assim como 
 uma evolução da arquitetura com o passar do tempo será apresentada. Uma análise cuidadosa da 
 Catedral de Santa Sofia de Kiev e da Catedral de São Basílio serão apresentadas destacando os 
 principais aspectos arquitetônicos das igrejas ortodoxas russas. 
 3 
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época?
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Nota
desenvolver um pouco mais.
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informar corretamente: (Sobrenome do autor, ano, p. xx).
 2 DESENVOLVIMENTO 
 2.1 Contexto histórico 
 2.1.1 Princípio e conversão do Estado da Rus de Kiev 
 A cidade de Kiev começou a se desenvolver quando caiu sob o domínio da Dinastia 
 Rurikovichi, de origem nórdica. Esta centralizou o poder, dando origem a uma classe de 
 comerciantes governada pela nobreza. O crescimento da cidade também se deu pelo grande sistema 
 de rios navegáveis, sendo o principal chamado, Dnieper. Este ligava a Escandinávia à Bizâncio, 
 também tendo grande importância o Volkhov, ligando o Mar branco ao Negro e também o Volga do 
 Mar Cáspio ao norte. Os rios foram, desde o início, principal via de comércio e ligação com outras 
 cidades. 
 A conversão da Rússia ao catolicismo se deu de forma lenta e gradual. Foi no ano de 989 
 que o império Russo adotou o catolicismo ortodoxo, após anos de observações e missões enviadas a 
 outros países para conhecer as religiões. 
 Segundo a lenda, os russos e os eslavos aderiram ao catolicismo ortodoxo (oriental) em 
 contraposição do catolicismo romano (latino) influenciados por uma viagem à Constantinopla. 
 Conta a história que o imperador russo ficou tão maravilhado com sua visita à Basílica de Santa 
 Sofia em Constantinopla, chegando a dizer que ‘já não sabia se estava na terra ou no paraíso', que 
 não havia visto lugar mais magnífico na terra que decidiu adotar tal religião na Rússia. 
 Não podemos afirmar qual foi fator determinante para a adoção do catolicismo na Rússia 
 mas sabe-se que a princesa Olga (Santa Olga de Kiev), aceita o batismo e finalmente seu neto 
 Vladimir I (São Vladimir de Kiev), adotou o cristianismo como religião do Estado em 989 e obteve 
 a permissão para se casar com a irmã de Basílio II (imperador bizantino). Assim a Rússia abraçou o 
 legado literário eslavo de São Cirilo e São Metódio. Desta forma a Rússia caiu sob domínio da 
 cultura bizantina. 
 2.1.2 As construções das primeiras igrejas ortodoxas Russas 
 A influência bizantina na construção das igrejas russas de forma direta durou até 990-1070, 
 a partir desse momento manteve-se apenas de forma clara a cruz grega inscrita até o período 
 moscovita. Os russos acompanharam as inovações bizantinas na decoração interna, já que um artista 
 4 
 itinerante poderia trazer isso de forma mais fácil. Já a construção em si exigia experiência contínua 
 e organização do trabalho, sendo desenvolvida, aprimorada e modificada com o passar do tempo, 
 atingindo uma identidade única. 
 A primeira igreja de alvenaria construída na Rússia, a Igreja do Dízimo (concluída em 996) 
 foi destruída pelos tártaros em 1240. Após estudos arqueológicos nenhum acordo foi alcançado 
 sobre suaforma, porém uma devida certeza pode-se ter: entre elas a cúpula central e também a 
 técnica onde era adotada a constantinopolitana, usada em Kiev até o século XI. A decoração interna 
 era composta por lajes de mármore esculpidas, afrescos e um piso opus sectile (técnica onde peças 
 de pedras coloridas são arranjadas em painéis compondo uma imagem, a do mosaico, mas ao 
 contrário deste, que usa peças pequenas e regulares, o opus sectile emprega peças maiores de 
 formas variadas). 
 Outra igreja importante para o país, é a igreja de Santa Sofia (concluída em 1052). Sobre seu 
 estilo há diversas opiniões, umas dizem que é puramente bizantina, outros que há influência 
 românica, outros ainda que a influência mais direta veio do Cáucaso e por fim que é uma inspiração 
 bizantina, mas uma criação local. Ela será apresentada em detalhes no decorrer do texto. 
 2.1.3 A decadência de Kiev, o surgimento de novos centros políticos e novas arquiteturas 
 A decadência do principado de Kiev no século XII fez com que florescesse novos centros 
 políticos no nordeste da Rússia como as cidades de Rostov, Suzdal’, Vladimir, Perejaslavl’-Zalessij 
 e Moscou, ocasionando o desenvolvimento de uma arquitetura propriamente russa. 
 As principais diferenças das igrejas dessas cidades para as de Kiev são os materiais 
 utilizados nas construções, onde ao invés de tijolos foram usadas pedras, calcário e concreto, e a 
 eliminação do nártex, mudando assim as proporções das construções. Alguns artesãos eram trazidos 
 de terras búlgaras para participarem das construções, e traziam uma certa influência românica, 
 refletida nos arcos que aparecem nas igrejas. 
 Um dos locais onde houve grande movimentação e desenvolvimento arquitetônico foi na 
 cidade de Vladmir, onde se observa influência kievana e constantinopolitana, estabelecendo neste 
 local a sede de um bispado metropolitano, com a construção da Catedral da Dormição (1158-60) 
 (figura 1). 
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figura?
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Nota
idem.
 Figura 1- Catedral da Dormição em Vladmir 
 Fonte: 
 https://st2.depositphotos.com/1773648/12001/i/450/depositphotos_120016548-stock-photo-dormition-cathedral-1160-in 
 -vladimir.jpg , acessado em 2022 
 Outro exemplo é a igreja Pokrov (da Intercessão da Virgem, figura 2) onde há elementos que 
 se tornaram típicos na arquitetura russa, sendo estes os portais românicos profundamente recuados, 
 a divisão da fachada em duas áreas por uma sequência de arcos sustentados por colunas 
 ornamentais e a introdução da escultura no exterior, sendo esta igreja uma construção simples. 
 Figura 2 - Igreja da Intercessão da Virgem em Pokrov 
 Fonte: 
 https://st2.depositphotos.com/1000693/5572/i/450/depositphotos_55723495-stock-photo-church-intercession-of-holy-vi 
 rgin.jpg , acessado em 2022 
 O último período na evolução do estilo Vladmir-Suzdal é representado pela igreja de São 
 Jorge em Yur’ev-Pol’skij (1230-34) (figura 3) da qual resta apenas a parte inferior. Suas 
 características eram a decoração que se apresentava dividida: dos arcos para cima era em alto-relevo 
 e representava composições bíblicas complexas, já na parte inferior era coberta por um baixo-relevo 
 contínuo com desenhos de plantas que também invadiam as colunas recuadas, os arcos recuados e 
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https://st2.depositphotos.com/1773648/12001/i/450/depositphotos_120016548-stock-photo-dormition-cathedral-1160-in-vladimir.jpg
https://st2.depositphotos.com/1773648/12001/i/450/depositphotos_120016548-stock-photo-dormition-cathedral-1160-in-vladimir.jpg
https://st2.depositphotos.com/1000693/5572/i/450/depositphotos_55723495-stock-photo-church-intercession-of-holy-virgin.jpg
https://st2.depositphotos.com/1000693/5572/i/450/depositphotos_55723495-stock-photo-church-intercession-of-holy-virgin.jpg
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Nota
ampliar.
 voltados para os portais. Porém esse desenvolvimento arquitetônico e artístico foi interrompido com 
 a invasão dos Tártaros, principalmente das regiões sul e nordeste da Rússia. 
 Figura 3 - Igreja de São Jorge em Yur’ev-Pol’skij 
 Fonte: MANGO, 1974 
 2.1.4 O florescimento de Moscou 
 Seguindo o legado de Vladmir-Suzdal, 150 anos depois, houve no principado de Moscou um 
 grande florescer da arquitetura. Fundada no século XIII, no período em 1316 o bispo metropolitano 
 migrou para a cidade, e deu início à construção da primeira igreja de pedra, a Catedral da Dormição 
 de Moscou (figura 10). 
 Figura 4 - Catedral da Dormição de Moscou 
 Fonte: https://live.staticflickr.com/4808/45278135185_ab8624e4ef_c.jpg , acessado em 2022 
 O caráter da arquitetura moscovita foi claramente definida a partir de 1400, podemos ver 
 isso em igrejas como a do mosteiro Servius em Zagorsk e o de Andronikov. Uma novidade é que 
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https://live.staticflickr.com/4808/45278135185_ab8624e4ef_c.jpg
 uma faixa de baixo-relevo que costumava ser encontrada no meio das fachadas, no lugar dos arcos 
 cegos da escola de Vladmir-Suzdal. 
 Com o passar do tempo, em meados do século XV, essa arquitetura se tornou ultrapassada 
 pois a cidade de Moscou estava crescendo, e após a queda de Constantinopla, tomou para si o papel 
 da “Terceira Roma”, sendo a única potência ortodoxa do mundo. Então o grão-duque Ivan III 
 mandou construir a Catedral da Dormição (1476-79) em maiores proporções. Sendo iniciada por um 
 artesão local, a obra acabou não dando certo, então foi contratado um engenheiro veneziano 
 chamado Aristóteles Fioravanti, sendo então a igreja construída com algumas inovações com 
 espirito renascentista, mas com diretrizes tradicionais, remetendo a arquitetura local. 
 Em 1500 um estrangeiro poderia ter a impressão de que o principado de Moscou e 
 posteriormente o czarado da Rússia estava se “ocidentalizando” e se adaptando como uma potência 
 europeia, porém estava muitíssimo enganado, pois os mesmos retornaram às suas origens e 
 tradições arquitetônicas. Primeiro com uma explosão cultural sob o reinado do príncipe Basílio II e 
 o czar Ivan IV (o terrível), usando um estilo diferente, supostamente nativo, sendo um grande 
 exemplo a Catedral de São Basílio (figura 5) na Praça Vermelha. Esse estilo perdurou até o advento 
 do barroco e do neoclassicismo europeu. A arquitetura peculiar dessa catedral será explorada 
 adiante nesse trabalho. 
 Figura 5 - Catedral de São Basílio 
 Fonte: https://blog.kondorimoveis.com.br/wp-content/uploads/2018/06/01_IMAGEM_BLOG.png , acessado em 2022 
 2.1.5 A ocidentalização do império russo 
 No início do século XVIII, Pedro Grande (1682-1725), decidiu construir uma nova cidade, 
 São Petersburgo, seguindo uma antiga tradição vinda de Ivã IV (1440-1505), querendo então o 
 imperador “ocidentalizar” seu país ao gosto russo, levando a capital de Moscou, para a respectiva 
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https://blog.kondorimoveis.com.br/wp-content/uploads/2018/06/01_IMAGEM_BLOG.png
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Nota
idem.
 cidade, refletindo-se assim nas edificações eclesiásticas, como a Catedral de São Pedro e São Paulo 
 (figura 6), erigida entre 1712 a 1733, sendo em estilo barroco. 
 Figura 6 - Catedral de São Pedro e São Paulo 
 Fonte: 
 http://1.bp.blogspot.com/-gzH7eiFM7Jw/VFYD4QuLHRI/AAAAAAAAMhw/qxtbUiAjRC0/s1600/DSC_0531.JPG , 
 acessado em 2022. 
 2.1.6 As igrejas de madeira 
 Até o século XXa madeira foi o principal material utilizado nas edificações, sendo a 
 alvenaria apenas uma parte da história russa. Isso se dava pela facilidade e abundância do material e 
 também por ser um isolante térmico mais eficaz, diferentemente da alvenaria, levando em 
 consideração o rigoroso inverno que assola o país. Essas construções são semelhantes à dos nativos 
 norte-americanos, mas diferente das européias que eram feitas para atravessar séculos; a deles (os 
 indígenas) eram logo abandonadas assim que algo melhor fosse construído. 
 Uma desvantagem é que a madeira facilmente apodrece e incendeia, restando assim poucas 
 destas construções de pé. Tanto lendas quando evidências físicas indicam que a mais antiga 
 edificação de madeira ainda restante na Rússia é a Igreja da Ressurreição de Lázaro (cerca de 
 1391), do mosteiro de Morozesky (figura 7). 
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http://1.bp.blogspot.com/-gzH7eiFM7Jw/VFYD4QuLHRI/AAAAAAAAMhw/qxtbUiAjRC0/s1600/DSC_0531.JPG
 Figura 7 - Igreja da Ressurreição de Lázaro, do mosteiro de Morozesky. 
 Fonte: FAZIO, 2011 
 Com o decorrer do tempo os projetos foram se elaborando cada vez mais, os telhados foram 
 aumentados e elevados, tornando as igrejas mais verticalizadas, e as próprias edificações também 
 foram elevadas, devido ao grande acúmulo de neve no inverno. Estes elementos podem ser 
 encontrados na Igreja da Natividade da Virgem (1593) (figura 8), originalmente construída na vila 
 de Peredki. Podemos encontrar na construção características pré-cristãs permanentes na decoração e 
 composição das edificações, como os signos solares encontrados nos remates decorativos nas 
 extremidades empenas e um outro pássaro entalhado decorando a comeeira, para trazer sorte. 
 Figura 8 - Igreja da Natividade da Virgem, da vila de Peredki. 
 Fonte: FAZIO, 2011 
 Tanto as preocupações práticas quanto as simbólicas já citadas, são amplamente 
 aproveitadas na obra-prima, que é a Igreja da Transfiguração (1714) (figura 9), em Kizhi, sendo esta 
 10 
 a única restante de ao menos três igrejas com cúpulas múltiplas construídas por Pedro Grande, 
 seguindo a tradição iniciada a quase 700 anos antes, na Igreja de Santa Sofia de Kiev. 
 Figura 9 - Igreja da Transfiguração, em Kizhi 
 Fonte: FAZIO, 2011 
 2.2 Catedral de Santa Sofia de Kiev 
 2.2.1 Aspectos históricos 
 A Catedral de Santa Sofia (figura 10) está localizada no centro antigo da cidade de Kiev, na 
 Ucrânia. Segundo os dados do serviço de inteligência ucraniana, no início do ano de 2022, estava 
 sendo ameaçado sobre um ataque aéreo coordenado pelas tropas russas. A embaixada ucraniana 
 chegou a fazer um apelo ao governo russo para que não destruísse a ‘Pérola Ucraniana’, que seria 
 considerado um crime a uma obra arquitetônica datada do século XI. (El debate, 2022) 
 Figura 10 - Catedral de Santa Sofia de Kiev 
 Fonte: Revista Casa Vogue – Globo, acessado em 2022 
 11 
 Existem duas versões conhecidas para a fundação do Santuário, a primeira é que ela foi 
 construída em 1037 por Yaroslav, o sábio e a outra que é a mais aceita tanto pelo governo ucraniano 
 como pela UNESCO é que ela foi fundada em 1011 por Vladimir, o Grande e em 2011 celebrou 
 1000° aniversário. 
 A Catedral, na época, servia como Centro Social e Cultural da Rússia, desse modo, reis e 
 embaixadores estrangeiros eram recebidos em suas dependências. Várias coroações foram 
 celebradas nela, o que afirmava o tamanho da sua importância. 
 A primeira biblioteca da Rússia foi fundada dentro da Catedral, daí seu nome SOFIA, que 
 vem da palavra grega, que significa SABEDORIA, sendo assim, Santa Sofia (Sabedoria de Deus). 
 Seu estilo arquitetônico é da antiga arquitetura bizantina, em 1240 aconteceu a invasão 
 Mongol e a catedral foi atacada repetidamente por invasores, sendo queimada e reconstruída muitas 
 vezes depois. Também foi muito danificada quando a Polônia e a Ucrânia estavam tentando unir as 
 Igrejas Católicas e Ortodoxas. 
 Em 1633, sobre a supervisão do Arquiteto italiano Otaviano Mancini, começou a 
 restauração no exterior da Catedral, que foi totalmente renovado e passou a ter formas barrocas 
 ucranianas, foi assim que ela ganhou as cúpulas douradas em forma de pêra e suas cúpulas verdes 
 escuras. Em 1740 terminou a reconstrução da catedral e a restauração de seus afrescos e mosaicos 
 que decoram toda a Catedral. Hoje em dia o edifício da Catedral tem construções dos séculos XVII, 
 XVIII e XIX. 
 A Catedral de Santa Sofia é famosa por sua arquitetura e belíssimo interior. Além da sua 
 importância histórica para a capital da Ucrânia, Kiev. Certamente existem pouquíssimos templos e 
 catedrais que conseguem se equiparar a tamanha grandiosidade de cultura e arquitetura, afinal, essa 
 catedral foi construída com intuito de ser o principal templo da Rússia, na época em que o território 
 da Ucrânia pertencia ao território russo. 
 Desde a sua construção original a catedral passou por muitas mudanças, depois de sofrer 
 dois saques, um em 1169 e outro em 1240 pelos tártaros mongóis; A Catedral caiu em desuso. Ela 
 sofreu várias reformas e foram acrescidos novos salões e esse complexo foi se tornando ainda 
 maior. Em 1932 foi traçado um plano da Rússia para a demolição da catedral, já que a URSS tinha 
 práticas antirreligiosas. 
 12 
 A Catedral faz parte do que se chama Complexo Nacional de Conservação da Santa Sofia, 
 em que outros prédios também fazem parte e apresentam museus e exposições, é um marco da 
 cidade há mais de 1000 anos, ela é a igreja cristã mais antiga e preservada na parte da Europa 
 Oriental. 
 2.2.2 Parte técnica da arquitetura 
 Mesmo sofrendo alterações no projeto inicial com o passar dos anos, em decorrência de 
 intempéries e interferências políticas e sociais, ainda apresenta as características originais da 
 construção que foram preservadas ou restauradas. O sistema construtivo de Santa Sofia, por mais 
 que não se saiba a autoria do projeto é empregado a técnica bizantina de alvenaria mista, onde 
 temos a utilização em camadas alternadas de pedras (granito e quartzo) e tijolos de vedação, que é 
 possível visualizar em algumas partes da fachada. Sua planta cruciforme (a interseção da nave 
 central com o transepto principal forma uma cruz espacial equilátera) (figura 11) conta com cinco 
 absides, cinco naves provenientes de cada abside, doze pilares, treze cúpulas, ambulatórios e nártex 
 com duas torres de escada que levavam ao coro e foram adicionadas posteriormente no fim do 
 século XI. 
 Figura 11 - Plano reconstruído da Catedral de Santa Sofia de Kiev 
 Fonte: MANGO, 1974, (modificado pelos autores). 
 Santa Sofia conta também com uma torre sineira (figura 12) oriunda de uma das reformas 
 que ocorreram entre os séculos XVII e XVIII, gerenciada por Ivan Mazepa e Pedro Moguila na qual 
 a igreja passou a ter características barrocas. Ornada com estuque branco com formatos de águias de 
 cabeça dupla, medalhões, folhas e guirlandas de flores, entre outros, a torre possui altura de 76 
 13 
User
Riscado
User
Nota
organização espacial e materialidade técnico-construtiva.
 metros econta com 4 andares que gradativamente diminuem de tamanho e apoiam uma cúpula 
 dourada de forma facetada que se assemelha a uma pêra. 
 Figura 12 - Torre sineira da Catedral de Santa Sofia, Kiev. 
 Fonte: https://megaconstrucciones.net/?construccion=catedral-santa-sofia-kiev, acessado em 2022. 
 Atualmente assim que nos deparamos com o exterior de Santa Sofia podemos identificar 
 como ponto focal da construção suas 13 cúpulas de altíssima pregnância visual devido sua cor, 
 forma e escala. Porém elas são mais uma das implementações das reformas do século XVII e XVIII 
 que trazem a fachada a característica barroca que já citamos anteriormente, no entanto, é 
 interessante relembrarmos como eram originalmente as cúpulas da catedral. Inicialmente Santa 
 Sofia foi projetada com cúpulas semi esféricas abobadadas que totalizavam 13 unidades, onde uma 
 unidade, a central, representava cristo e as outras 12 unidades ao redor da central representavam 
 seus doze apóstolos. 
 O sistema estrutural adotado para a construção das cúpulas presentes hoje na catedral foi a 
 utilização de uma base quadrangular com trompas pendentes, unindo assim a cúpula aos arcos que 
 serviam como um sistema para a descarga do peso e distribuição das forças (figuras 13 e 14). As 
 cúpulas possuem uma forma facetada e pontiaguda com tambores que fornecem aberturas para a 
 passagem de luz, também é possível observar que a cúpula central recebe maior hierarquia visual 
 através de sua escala e acabamento, justamente por estar simbolizando cristo, enquanto que nas 
 outras somente a lanterna recebe acabamento dourado. 
 14 
 Figura 13 - Sistema de cúpulas século XI Catedral de Santa Figura 14 - Ilustração de sistema construtivo de Sofia, 
 Kiev. cúpulas. 
 Fonte: https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia- Fonte: https://pin.it/2XQnZbB, acessado em 2022. 
 museum/architecture-of-the-cathedral/ , acessado em 2022. 
 A catedral de santa sofia serviu também como sarcófago, onde o alto clero e os membros da 
 nobreza eram sepultados no local, no entanto, após intempéries e reformas, atualmente só é possível 
 encontrar o túmulo de Yaroslav, o Sábio. 
 2.2.3 Mosaicos e afrescos 
 Não é somente a fachada que Santa Sofia que encanta a quem a observa, seu interior 
 também apresenta muita riqueza visual. A catedral possui um interior altamente preservado e quase 
 que inalterado de sua arquitetura e arte original, conta com o mais completo conjunto mundial de 
 mosaicos e afrescos originais do século XI, sendo 260 metros quadrados de mosaicos e 3.000 
 metros quadrados de afrescos. Seus mosaicos utilizam uma rica paleta de cores com 117 
 tonalidades, sendo os principais: azul, roxo e cinza claro, além claro, do característico fundo 
 dourado que refletia ainda mais a luz vinda das aberturas e trazia consigo o simbolismo do brilho 
 celestial. 
 Os mosaicos de maior “valor” religioso estão localizados em pontos mais altos, como, por 
 exemplo, o Cristo Pantocrador que está localizado na cúpula central (figura 15). Ao redor de Cristo 
 temos quatro arcanjos, onde o que possui o manto azul está preservado e os outros três foram 
 15 
 pintados por M. Vrubel no final do século XIX, abaixo, nos tambores de luz estão situadas as 
 figuras dos 12 apóstolos. Sobre os triângulos esféricos, estão quatro evangelistas: João, Mateus, 
 Marcos e Lucas. Já nos arcos temos medalhões representando os Quarenta Mártires de Sebaste. 
 Figura 15 - Mosaicos sobre a cúpula central da Catedral de Santa Sofia, Kiev. 
 Fonte: https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia-museum/mosaics-and-frescoes/, acessado em 2022. 
 Nas outras paredes da catedral, encontramos os afrescos feitos em gesso úmido diluído em 
 água com tintas minerais. Tais afrescos contavam histórias bíblicas, mas também temos os que 
 retratam a família real do príncipe Kyivan (figuras 16 e 17), fragmentos do retrato representando os 
 filhos do príncipe foram preservados: quatro figuras na parede sul da nave central e duas na parede 
 norte. O príncipe e a princesa foram pintados na parte central do afresco, que não sobreviveu por 
 estar localizado na parede desmontada no final do século XVII. De acordo com o esboço de A. van 
 Westerfeld de 1651 podemos ter uma ideia de como seria essa parte perdida do afresco. Visto que as 
 crônicas chamam Yaroslav de fundador de Sophia, geralmente se acreditava que a figura do trono 
 de Cristo foi originalmente retratada no centro do afresco, ao qual a família de Yaroslav se 
 aproximou por dois lados: um príncipe com filhos e uma princesa com filhas. 
 16 
 Figura 16 - O retrato do Grande Príncipe, parte sul, Figura 17 - Esboço do afresco, kiev. 
 catedral de santa sofia, kiev. 
 Fonte: https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st- Fonte: https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st- 
 sophia-museum/mosaics-and-frescoes/ , acessado sophia-museum/mosaics-and-frescoes/ , acessado 
 em 2022. em 2022. 
 2.3 Catedral de São Basílio 
 As igrejas católicas ortodoxas russas, como a Catedral de São Basílio, são muito peculiares e 
 apresentam diversos elementos arquitetônicos que a representam, como as múltiplas cúpulas em 
 forma de cebola, a verticalidade das construções e os inúmeros elementos ornamentais 
 multicoloridos, que contrastam com a paisagem predominantemente coberta do branco da neve. 
 Foi no século 16 a construção de uma das maiores catedrais russas que se transformou num 
 símbolo do país, a Catedral de São Basílio. Situada no coração de Moscou, essa catedral, que na 
 verdade é composta por diversas pequenas capelas unidas num arranjo circular, apresenta cúpulas 
 coloridas e com a forma de cebola, que virou um símbolo das arquiteturas das igrejas russas. 
 2.3.1 ‘Onion domes’ 
 As cúpulas em forma de cebola (do inglês onion dome ) são uma característica típica das 
 igrejas pertencentes à Igreja Ortodoxa Russa. Existem edifícios semelhantes em outros países da 
 Europa Oriental e, ocasionalmente, em alguns países da Europa Ocidental, como na Baviera da 
 Alemanha, na Áustria e no nordeste da Itália. Edifícios com cúpulas de cebola também são 
 encontrados nas regiões orientais da Ásia Central e do Sul e no Oriente Médio. No entanto, os 
 prédios antigos fora da Rússia geralmente não têm a construção típica do design da cebola russa. 
 Acredita-se que a origem do projeto seja o estilo arquitetônico nativo das primeiras tribos Rus'. 
 17 
https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia-museum/mosaics-and-frescoes/
https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia-museum/mosaics-and-frescoes/
User
Nota
foto em detalhe?
 Não está totalmente claro quando e por que as cúpulas em forma de cebola se tornaram uma 
 característica típica da arquitetura russa. O estilo cebola curva apareceu fora da Rússia, tanto no 
 mundo ocidental quanto no Oriente posteriormente. Mas ainda existem várias teorias de que a 
 forma da cebola russa foi influenciada por países do Oriente, como Índia e Pérsia,com quem a 
 Rússia teve um longo intercâmbio cultural. As igrejas bizantinas e a arquitetura da Rus de Kiev 
 eram caracterizadas por cúpulas mais largas e planas, sem uma estrutura especial. A arquitetura 
 russa usou a forma de cúpula não apenas para igrejas, mas também para outros edifícios. 
 2.3.2 A história da Catedral de São Basílio. 
 A catedral de São Basílio (figura 18) é uma igreja localizada na famosa praça vermelha em 
 Moscou, considerada uma das igrejas mais importantes da Rússia. Foi construída entre os anos 1555 
 a 1561 a mando do primeiro czar da Rússia, Ivan IV o terrível, com a finalidade de celebrar a 
 vitória do país na guerra Russo-Kazan em 1522, onde houve uma expansão significativa do 
 território russo. Situada fora dos muros do Kremlin, a Catedral de São Basílio simbolizava a 
 conexão do czar com o povo. Como tal, este edifício é um monumento à ideologia do czarismo 
 russo e da Igreja Ortodoxa Russa. Atualmente a catedral é um símbolo de Moscou e uma das 
 atrações turísticas mais famosas da cidade. É designado como Patrimônio Mundial da UNESCO e 
 hoje serve como um museu. 
 18 
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Nota
este deve ser o primeiro tópico.
 Figura 18 - Catedral de São Basílio na praça Vermelha, Moscou. 
 Fonte: 
 https://rees.sas.upenn.edu/sites/default/files/styles/spotlight_node/public/1_Saint_Basils_Cathedral.jpg?itok=Dy 
 Mwz2JP, acessado em 2022. 
 2.3.3 Características da arquitetura de São Basílio 
 A catedral é um complexo com 9 capelas cobertas por torres, sendo 8 capelas menores que 
 circundam a capela central dedicada à proteção da Virgem Maria (figura 19). Cada capela é 
 dedicada a uma entidade, são elas: Entrada de Cristo em Jerusalém; São Jorge, o Iluminador da 
 Armênia; Santos Mártires Cipriano e Justinia; Os Três Patriarcas de Alexandria; A Santíssima 
 Trindade; São Alexander Svirsky; São Nicolau Velikoretsky e São Barlaam Khutyn. 
 Em 1588 uma 10ª capela foi adicionada ao complexo em homenagem a São Basílio a quem 
 a catedral é nomeada hoje e em 1672, o anexo recebeu outra capela para o véu da Virgem, 
 posteriormente dedicada à Natividade de Theotokos. 
 19 
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Nota
incluir vista aérea tb. para visualização do entorno.
 Figura 19 - Planta baixa do complexo de capelas da Catedral de São Basílio. 
 Fonte: 
 https://medievalists.gumlet.io/wp-content/uploads/2021/05/rsz_st_basils_cathedral_line_drawing.jpg?format=we 
 bp&compress=true&quality=80&w=640&dpr=1.3, acessado em 2022, (modificado pelos autores). 
 Todas essas capelas envolvem a grande capela central que é a capela da Interseção ou de proteção 
 da Virgem Maria que possui uma torre central com 47,5 m de altura revestidas por cúpulas. Ao 
 contrário de como é conhecida hoje, quando foi construída, a catedral era composta basicamente por 
 3 cores em sua totalidade, vermelho nos tijolos em suas paredes, branco nas pedras que compunham 
 sua fundação e suas cúpulas eram revestidas de dourado. 
 Em 1583 houve um incêndio no edifício que o obrigou a ser reconstruído, e as cúpulas 
 douradas foram substituídas pelas cúpulas em formato de cebola tão características da arquitetura 
 russa, permanecendo douradas até 1670 onde foram pintadas com suas cores características de hoje 
 (figura 20) (as paredes coloridas datam de algumas dessas reformas feitas no séc. XVII). 
 Figura 20 - Cores e texturas dos domos da Catedral de São Basílio. 
 Fonte: https://br.stockfresh.com/image/2876630/st-basil-cathedral-red-square-in-moscow-russia 
 20 
 Todas suas cúpulas são recobertas com domos em formato de ‘cebola’, que são marca 
 registrada da arquitetura russa. Sem paralelo de edifício religioso bizantino ou eslavo, a Catedral de 
 São Basílio é intrigante do ponto de vista arquitetônico e em termos de design deslumbrante e 
 elementos decorativos coloridos. O padrão brilhante das cúpulas da igreja faz com que pareça um 
 jardim florido do céu. 
 As formas arquitetônicas ornamentais que fazem com que essa catedral seja tão distinta e 
 única parecem ter sido inspiradas nas tradições italiana, gótica e também local. Ao contrário das 
 igrejas russas anteriores, que eram feitas de madeira e exibiam pinturas ou esculturas em relevo em 
 suas paredes externas, as decorações de São Basílio se concentram em formas vegetais, geométricas 
 e abstratas. Neste edifício, a alvenaria é empregada tanto para aspectos estruturais quanto para 
 efeitos decorativos, arcos arredondados, colunas encaixadas, cornijas e vários tipos de pilastras 
 derivadas de formas clássicas e italianas articulam a fachada do edifício. Além dos motivos 
 semicirculares, de origem Moscovita, dispostos em múltiplas fileiras nas partes superiores das 
 torres, que se tornaram uma característica popular da arquitetura russa a partir do século XVI. 
 O interior das capelas é pequeno, porém aconchegante com suas paredes muito decoradas 
 com pinturas de desenhos florais e motivos cristãos. As capelas são interligadas por corredores que 
 formam labirintos onde se pode observar as paredes cobertas de tijolo. Sua decoração mostra uma 
 riqueza de detalhes que impressiona. 
 Figura 21 - Interior da Catedral, mostrando um dos tetos. Figura 22 - Interior da Catedral mostrando a decoração 
 uhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhuhu floral de um dos corredores. 
 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=BbAiYaS22 Fonte: https://www.melevaviajar.com.br/wp-content/ 
 dc&ab_channel=KaimarkLifestyle, acessado em 2022. uploads /2016/08/Catedral-de-S%C3%A3o-Bas%C3 
 %A3o-Bas%C3%ADlio-labirinto.jpg, acessado em 
 dvdv 2022. 
 21 
https://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia-museum/mosaics-and-frescoes/
 Mesmo sendo considerado um dos edifícios mais emblemáticos da Rússia não se sabe ao 
 certo quem, de fato, o construiu. Alguns historiadores atribuem seu projeto a arquitetos italianos 
 que trabalhavam no Kremlin na época, porém outros defendem que a construção foi realizada por 
 dois russos, Ivan Barma e Postnik Yakovlev . Diz a lenda que Ivan, o terrível, cegou os arquitetos ao 
 final da construção para que eles nunca mais pudessem construir algo tão magnífico. 
 Independentemente de quem tenha construído a catedral, uma coisa ninguém discorda: é uma 
 construção realmente impressionante com traços de diversos estilos que criaram um estilo único da 
 Rússia. 
 22 
 3 CONCLUSÕES 
 A arquitetura das igrejas ortodoxas russas teve, inicialmente, grande influência bizantina em 
 seu desenvolvimento. Entretanto ao longo dos séculos foi se desenvolvendo uma arquitetura 
 própria, recebendo tanto influência ocidental através de artesãos e técnicas européias, mas também 
 oriental, vinda de regiões além das frias estepes com os mongóis. Devido ao isolamento do país em 
 relação aos demais, seja por motivos geográficos, políticos e até mesmo religiosos, alguns 
 elementos tradicionais foram retirados e outros acrescentados no corpo das edificações eclesiásticas, 
 resultando em um estilo próprio. Com o passar de sua história, a Rússia criou uma nova arquitetura, 
 sempre se mantendo fiel a sua tradição. Novas construções foram aparecendo, entretanto as antigas 
 igrejas de madeira se desenvolviam em paralelo (um fato aparentementecontraditório), resultando 
 num conjunto arquitetônico rico e diversificado, uma arquitetura impressiona e encanta com suas 
 formas alongadas, múltiplas torres e cores e ornamentação distintas em diversos locais do país. 
 23 
 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 - FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. A história da 
 arquitetura mundial. Editora AMGH , 2003; 
 - GLANCEY, Jonathan. A história da arquitetura. Editora Edições Loyola, 2007; 
 - MANGO, Cyril. Architettura bizantina. Electa Editrice, 1974; 
 - CHING, Francis D.K.; JAZOMBEK, Mark; PRAKASH, Vikramaditya. História global da 
 arquitetura. Editora Bookman, 2019; 
 - h�ps://st-sophia.org.ua/en/museums-en/st-sophia-museum/st-sophia-museum/, acessado 
 em 2022; 
 - h�ps://whc.unesco.org/en/list/527 , acessado em 2022; 
 - SHEVTSOVA, Galyna, GORBYK, Olena; MEZHENNA, Nataliia; CHOBITKO, Oksana; KOZAK, 
 Yurii; ANDROPOVA, Olga. The Architecture of the Cathedral of Saint Sophia in Kyiv: 
 Uniqueness and Universality in Historical Cultural Spaces . IOP Conference Series: 
 Materials Science and Engineering. 960. 022105. 10.1088/1757-899X/960/2/022105, 2020; 
 - HEPBURN, Daria. Saint Basil’s Cathedral: History and Architecture of Moscow’s 
 Greatest Church. 2012; 
 - SULLIVAN, Alice Isabela. St. Basil’s Cathedral: Medieval Russia’s Iconic Building. 
 2021. 
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