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Tecnologia e Formação Docente

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Tecnologia em Metodologias Ativas
A formação profissional docente 
para o uso de tecnologias
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 compreender a relação da educação e tecnologia, ou seja, quais os pressupostos principais da educação tecnológica e 
a interatividade;
•	 interiorizar e identificar em si quais competências docentes possui e quais deve se esforçar para adquirir; 
•	 compreender a importância da formação docente e da formação continuada frente aos avanços na área da educação; 
•	 perceber o papel docente frente aos avanços tecnológicos.
Caros(as) alunos(as),
O papel do educador no processo de aprendizagem é 
de extrema importância. É ele que vai conduzir, orientar, 
encaminhar, encorajar, mediar a aprendizagem, enfim, é dele 
que parte a ação para obtenção do conhecimento. Os estudantes 
têm, no educador, um porto seguro que pode conduzi-lo ao 
sucesso que tanto busca. É uma profissão gratificante, muito 
prazerosa e enriquecedora. Vocês, futuros educadores, precisam 
estar em constante formação, visto que o mundo se transforma 
a cada dia, que as tecnologias acompanham esse ritmo e na sala 
de aula não pode ser diferente. 
Para que possamos entender melhor sobre a formação 
docente.
Começaremos analisando os objetivos e verificando as 
seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bons estudos!
Bons estudos!
7º Aula
47
1 - O professor no contexto da educação informatizada
2 - A formação docente e a educação a distância
3 - Competências docentes e as tecnologias educacionais
1 - O professor no contexto da 
educação informatizada
Figura 1 - O professor e a educação informatizada
Fonte Disponível em: educadores.diaadia.pr.gov.br.
Vimos, nas aulas anteriores, que o professor deixou de 
ser o centro do conhecimento. Ele, agora, passa a ser um 
mediador do processo de ensino-aprendizagem. Com as 
novas ferramentas tecnológicas, o professor tem inúmeras 
possibilidades do fazer pedagógico. Através delas, o estudante 
desenvolve suas potencialidades, passa a ser o protagonista do 
conhecimento. Nas salas de aula, os estudantes precisam ser 
incentivados a mudar sua postura, tão acostumados a apenas 
ouvir e seguir o que o professor expunha.
O professor, nesse sentido, também vai se colocar numa 
outra postura. Ele precisa deixar de lado a sua roupagem de 
detentor do conhecimento, seu papel nesse novo momento 
passa a ser o do mediador.
Como assinala Silva (2001, p.9):
[...] Uma pedagogia baseada nessa disposição 
à coautoria, à interatividade, requer a morte 
do professor narcisicamente investido do 
poder. Expor sua opção crítica à intervenção, 
à	modificação	requer	humildade.	Mas	diga-se	
humildade e não fraqueza ou minimização da 
autoria, da vontade, da ousadia. Em sala de 
aula presencial ou virtual o professor não é um 
contador de histórias. À maneira do design de 
software interativo, ele constrói um conjunto 
de territórios a explorar, não uma rota. Mais 
do que “conselheiro” ou “facilitador”, ele 
converte-se em formulador de problemas, 
provocador de interrogações, coordenador 
de equipes de trabalho, sistematizador de 
experiências.
Para atender a essa demanda, o professor vai precisar 
de um esforço que não é simplesmente individual, mas 
coletivo, quando a escola propõe em sua formação 
possibilidades para a mudança de comportamento e de 
postura	diante	desse	desafio.
Seções de estudo
Os centros de formação de professores precisam 
assumir essa responsabilidade para com a educação, pois 
não se pode simplesmente deixar nas mãos dos professores 
a tarefa de mudar tal situação, como se fosse só ele o 
iluminado.
Pensar um educador voltado para o nosso tempo é 
pensar a política educacional, é pensar em mudanças em 
todos os níveis da educação, principalmente no currículo.
As novas tecnologias vêm contribuindo para a mudança 
das práticas na escola, pois elas demandam reorganizações 
das metodologias utilizadas, para que de fato ocorra a tão 
falada interatividade. Conforme Lobato (2009, p.13 ):
[...] É por meio de tais ferramentas que 
o professor complementa as explicações 
iniciadas em cada aula, mediando ações 
que	 conduzem	 o	 aluno	 a	 refletir,	 levantar	
problemáticas, em um espaço propício às 
ações críticas. Para Moran (2003), com a 
educação on-line os papéis do professor se 
multiplicam, diferenciam e complementam, 
exigindo uma grande capacidade de adaptação, 
de criatividade diante de novas situações, 
propostas, atividades. O professor que até 
pouco tempo atuava somente em salas de aula 
presenciais, na qual “expunha conteúdos”, 
no contexto atual passa a se deparar com a 
possibilidade de transcender as “informações 
fechadas” em blocos, para caminhar livremente 
em um ambiente próprio para que professor e 
aluno revejam a posição de emissor-receptor 
informacional. Trata-se, portanto, de se 
constatar a existência de um “novo” enredo 
educativo no qual mediatizar todo o processo 
de conhecimento é transcender as próprias 
barreiras geradas na construção deste mesmo 
processo de conhecimento: é tempo de ações 
de	(re)conhecimento	e	ressignificação.
Diante desse cenário os educadores estão percorrendo 
um caminho de crítica e autocrítica das suas práticas docentes. 
A novidade gerada nesse momento é também esse exercício 
que estão tendo que fazer agora. Tarefa esta que não se faz 
de um dia para o outro, pois repensar a prática educacional 
requer um esforço muito grande, já que é preciso inovar, 
abandonar velhos hábitos, por anos arraigados.
De acordo com Silva (2001, p.15):
[...] Então é preciso enfatizar: o essencial 
não é a tecnologia, mas um novo estilo de 
pedagogia sustentado por uma modalidade 
comunicacional que supõe interatividade, isto 
é, participação, cooperação, bidirecionalidade 
e multiplicidade de conexões entre 
informações e atores envolvidos. Mais do 
que	 nunca	 o	 professor	 está	 desafiado	 a	
modificar	 sua	 comunicação	 em	 sala	 de	 aula	
e	 na	 educação.	 Isso	 significa	 modificar	 sua	
autoria enquanto docente e inventar um novo 
modelo de educação. Como diz Edgar Morin, 
48Tecnologia em Metodologias Ativas
“Hoje, é preciso inventar um novo modelo 
de educação, já que estamos numa época que 
favorece a oportunidade de disseminar um 
outro modo de pensamento”. A época é essa!: 
a era digital, a sociedade em rede, a sociedade 
de informação, a cibercultura.
É este mais um tempo de mudança para a educação, 
que embora esteja sempre mudando de roupa, preserva 
velhos	hábitos,	e	novamente	está	sendo	desafiada	a	viver	o	
tempo presente, e hoje esse tempo traz em seu bojo atitudes 
que sinalizam momentos de reorganização.
Nesse sentido, é preciso compreender esse momento 
que	se	configura	“sem	tempo	e	espaço	limitados”	para	que	
ocorra	 a	 promoção	 de	 uma	 aprendizagem	 desafiadora,	
marcada pelo diálogo e interatividade.
Assim, não basta apenas desenvolver ou absorver as 
novas tecnologias e novos métodos, é preciso considerar 
as particularidades que esse momento requer. Não apenas o 
perfil	do	estudante,	mas	as	próprias	ferramentas	que	estão	
disponíveis na educação.
Portanto,	 o	 desafio	 é	 associar	 as	 tecnologias	 com	 o	
processo de ensino aprendizagem, que sejam inovadores e 
de fato participativos, que deem direito à voz não apenas a 
aqueles que fazem a escola, mas a todas as outras vozes para 
se ter uma educação participativa.
A	 educação	 não	 pode	 ficar	 refém	 dos	 grupos	
empresariais que atuam na área educacional e tecnológica, 
já que tem interesses distintos, assim ela não pode 
simplesmente comprar as ferramentas sem pensar sobre 
elas.
No entanto, nos dias atuais, presenciamos faculdades 
que não primam pela transmissão de conhecimento. Como 
aponta Moran (2001, p. 23):
[...] Aqui também, o mundo das tecnologias 
envolve muitos grupos empresariais que 
querem ganhar dinheiro, que só querem 
vender, que vendem tudo como solução. 
A tecnologia nos ajuda, mas também nos 
complica. Tem um lado que nos favorece eum lado que nos controla: essas câmeras que 
eles colocam nas grandes cidades que servem 
para observar o trânsito e também para vigiar 
os cidadãos, para controle dos movimentos 
sociais. Temos também muitas ambiguidades 
no uso das tecnologias. Então, como sociedade 
nós avançamos muito sob o ponto de vista 
tecnológico. Dizia Arnold Toynbee que, 
tecnologicamente, somos como que deuses, 
enquanto do ponto de vista humano, ainda 
somos como primatas. Isso não acontece só 
no Terceiro Mundo. As guerras mais cruéis, os 
grandes genocídios do século XX aconteceram 
na	Europa	avançada,	na	Europa	 refinada,	na	
Europa cheia de museus e de história.
Portanto, mesmo vivenciando a era digital, a sociedade 
da informação, sobre a educação recai a importante tarefa 
de se elaborar, transmitir conhecimento e este ainda requer 
a presença humana como a única máquina que pode avaliar, 
reorganizar,	modificar	e	estabelecer	relações	significativas.
Em uma aula de laboratório, por exemplo, em que a 
rede trava, a internet para de funcionar, o professor tem 
que estar atendo para mudar estratégias, e isso só pode 
acontecer quando ele tem a tecnologia como parte e não 
como a totalidade da aula.
Pensar na dinamização da aprendizagem na aula 
presencial é compreender o contexto econômico, político, 
social e cultural no momento atual no qual o mundo está 
inserido no processo de globalização.
A novidade do mundo globalizado não é apenas as 
tecnologias, mas o alcance que elas tomaram e as novas 
ferramentas postas à disposição da sociedade. As novas 
tecnologias têm pautado várias áreas como a saúde, a 
cultura, as relações e em especial a educação.
Dessa forma, pensar o contexto educacional nesse 
tempo é pensar nos estudantes, nos currículos, na formação 
do corpo docente, no acesso à tecnologia e na relação 
com o lado de fora da escola. Daí a relevância da análise 
da dinâmica presencial no tempo do advento das novas 
tecnologias.
Nesse sentido, a educação tem um grande e novo 
desafio	pela frente, aliás, mais um, já que ela está sempre 
sendo	 desafiada.	 Neste	 momento,	 o	 desafio	 é inserir as 
novas tecnologias sem	perder	de	vista	a	figura	do	professor	
que continua sendo imprescindível.
Porém, este também necessita reformular as suas 
aulas, rever as suas práticas e absorver as novas tecnologias 
como ferramentas na contribuição do processo ensino-
aprendizagem.
Para alcançar essa nova dinâmica, que passa a ser 
exigência da sociedade da informação, o professor terá que 
retomar práticas e metodologias já anunciadas tempos atrás 
por teóricos, defensores da democratização da educação.
Essas práticas, se de fato forem democratizadas, vão 
imprimir uma relação em que a interatividade de fato vai 
ocorrer, pois ela requer a interação com o conteúdo, isso 
significa	 modificar	 a	 estrutura,	 inserir	 textos, imagens, 
pesquisar informações em diversos links.
O professor, nesse contexto, continua sendo primordial, 
só que nessa dinâmica o seu papel vai ser de mediador, de 
questionador, de coordenador dos trabalhos desenvolvidos. 
Ele vai deixar de ser o sujeito investido de conhecimento, e 
o estudante aquele que simplesmente recebe a informação 
dada por esse iluminado.
É necessário haver uma mudança em todos os sentidos. 
Postura	na	e	da	escola	devem	ser	repensadas	e	redefinidos	
seus trajetos e que estes estejam de acordo com o mundo 
globalizado e que preserve a participação e a construção de 
uma educação cidadã. Uma forma sustentada de atuação 
envolve ações como incentivar o uso das tecnologias digitais 
em diferentes modelos, não apenas substituindo recursos 
já existentes, mas mantendo aquilo que sustenta o ensino 
naquela escola. Trata-se, portanto, de organizar a escola de 
forma a aproveitar o melhor do que lhe é apresentado.
49
2 - A formação docente e a educação 
a distância
Fonte Disponível em: hubead.com.br. Acesso em: 20 jun. 2019
Na seção de estudo anterior, estudamos o novo papel do 
professor na sociedade globalizada e tecnológica. O professor 
no contexto da educação informatizada é de implementação 
de novas práticas pedagógicas, seja na educação presencial, 
seja na educação a distância.
Acabamos? Não, ainda não! Tem mais assuntos 
interessantes a serem vistos.
Vamos lá?
Uma preocupação eminente que surge com esse 
crescimento da educação a distância é a formação dos 
professores que vão atuar com essas novas tecnologias, e 
que serão formados nessa nova modalidade. Isso é muito 
importante, pois além de não permitir a diminuição da 
qualidade do ensino, esse modelo de educação não pode ser 
uma mera transposição das aulas presencias.
Assim, segundo Oliveira (2003, p. 2):
Um	 novo	 fio	 passou	 a	 entremear	 as	
inquietações investigativas: a análise de 
ambientes de aprendizagem, virtuais ou 
presenciais, que oportunizassem a troca, o 
diálogo, a colaboração, a elaboração conjunta, 
dimensões que podem ser sintetizadas na 
questão da interatividade. Outro impasse surge: 
quem garante a interatividade – a ferramenta 
de trabalho ou a orientação constante e 
sistemática do professor ou orientador 
acadêmico? Ainda sem decidir que ponto 
focalizar na pesquisa que ora se apresenta, 
outros “nós” foram sobressaindo-se na trama 
da EAD, como por exemplo, a questão do 
conhecimento: que tipo de conhecimento 
priorizar	–	o	científico	ou	o	saber	prático	da	
experiência – e qual a maneira mais adequada 
de organizá-lo – em disciplinas ou temas e 
projetos inter/multi ou transdisciplinares?
Como	nos	remete	a	autora	acima,	os	desafios	da	educação	
a distância, como a formação dos professores, são variados, 
e é preciso pensar nessa variação dentro de um contexto 
que impõe novos paradigmas sociais. A novidade que se 
faz presente neste momento, não é apenas ver a educação 
atendendo às exigências mercadológicas, mas acima de tudo 
é saber como interagir com ela nesse momento em que as 
tecnologias da informação são ferramentas constantes e as 
mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais ocorrem 
em ritmo acelerado.
No entanto, não são apenas as ferramentas tecnológicas 
que		estão		em		pauta,		mas		a		qualificação		de		um		projeto	
de formação. Para isso, as instituições que oferecem essa 
modalidade de ensino devem se voltar para esse projeto de 
formação que se propõem a oferecer.
É preciso ter clareza do aporte teórico/metodológico 
educacional que estão oferecendo, pois dependendo desse 
aporte, podem ser oferecidos programas de formação que 
se volte a uma qualidade social da educação ou também, a 
uma formação apenas que visa a entender a educação como 
simples mercadoria.
Segundo Rios (2003, p. 17), o que se tem visto na 
formação dos professores por meio da educação a distância é: 
A institucionalidade da educação a distância e a racionalidade 
política, tal qual ocorre na reforma do Estado e na reforma 
educacional,
A institucionalidade da educação a distância e a 
racionalidade política, tal qual ocorre na reforma do 
Estado e na reforma educacional, de formar professores 
que sejam capazes de lidar com as diversidades do mundo 
contemporâneo.
Nesse sentido, as várias experiências dos cursos de 
formação a distância oferecidos por algumas instituições 
públicas têm demonstrado que é preciso arremessar-se na 
pluralidade dos procedimentos de investigações, construindo 
assim uma rede de articulações entre o conhecimento dito 
oficial	e	as	práticas	pedagógicas	plurais	existentes.
É nesse sentido que a importância de se trabalhar a 
formação de professores aproveitando a diversidade que é 
dada pelo momento, no qual o global deve interagir com o 
local,	do	geral	com	o	específico	e	até	mesmo	do	coletivo	com	
o individual.
É preciso que a formação de professores prepare o 
homem	 e	 a	 mulher	 para	 lidar	 com	 as	 especificidades	 do	
século XXI. Para isso é fundamental entender que nesse 
contexto não basta somente ter acesso às novas tecnologias 
e à internet. É preciso analisar que neste momento o acesso a 
outras culturas, outras formasde educação se fazem presentes 
e o tempo todo estão sendo colocadas em evidência para a 
educação do Brasil.
A formação de professores não pode simplesmente fugir 
desse contexto, é preciso aprender a lidar com ele, diante de 
uma	 realidade	 que	 também	 é	 específica,	 que	 é	 a	 sociedade	
brasileira e, em especial, a educação brasileira.
Desse modo, a interação com outras realidades poderá 
obter uma construção da educação que se volte para a 
elaboração do conhecimento, este, por sua vez, não pode 
fugir do paradigma de ser social ou socialmente construído 
(LUCKESI et. al., 1985).
Segundo Luckesi et al. (1985), a compreensão do mundo 
que possuímos no momento atual, seja nos seus aspectos 
cotidianos,	 seja	 nos	 seus	 aspectos	 científicos,	 seja	 nos	 seus	
aspectos	 filosóficos,	 é	 produto	 de	 uma	 prática	 que	 se	 faz	
social e historicamente situada.
Portanto,	talvez	o	maior	desafio	seja	a	elaboração	desse	
novo paradigma, esse que se apresenta como emergente, mas 
que	por	isso	mesmo,	não	deve	ser	edificado	sem	a	presença	da	
50Tecnologia em Metodologias Ativas
construção histórica e social da educação.
O ritmo acelerado que está colocado para a sociedade 
mundial hoje, contribui para a constituição de ações que 
promulgam o aniquilamento das diversidades. Hoje as 
propostas para as políticas sociais são homogeneizadas, 
mesmo aparecendo o debate sobre as diferenças na sociedade. 
Essa disputa está colocada nas esferas da educação e no que 
tange à formação dos professores. Esse é um debate que 
não	deve	ficar	do	lado	de	fora	dos	currículos,	sejam	eles	na	
educação presencial como na educação a distância.
Como nos aponta Oliveira (2003, p. 5):
[...] Percebemos que o mundo ao nosso 
redor está mudando de forma bastante 
acelerada e a educação continua assentada 
no paradigma conservador/dominante. 
Este reforça um ensino fragmentado e 
conservador, caracterizado pela reprodução 
do conhecimento – parcelarizado, estático, 
linear, descontextualizado – e pela adoção 
de metodologias que conduzem a respostas 
únicas e convergentes, mesmo utilizando 
sofisticados	instrumentos	tecnológicos.
Na formação docente, através da educação a distância, 
tem-se o mesmo objetivo do ensino presencial, que é o de 
contribuir de forma positiva para o aprendizado do aluno, de 
formar	 profissionais	 competentes	 e	 comprometidos	 com	 a	
educação.
 As universidades que formam educadores a distância 
oferecem	 diversificadas	 metodologias	 ativas	 em	 suas	
plataformas. Existe apenas a separação física, e também os 
professores contam com um intermediário, o tutor, que está 
presente auxiliando-o e aos alunos. 
As novas tecnologias permitiram a expansão das 
graduações docentes pois atingem as mais remotas regiões 
onde, muitas vezes, não há universidades próximas ou no 
local. E o desejo de ser um educador não conhece fronteiras. 
A formação docente EAD é um caminho e um auxílio nessa 
tarefa. 
A importância de uma formação continuada também 
deve ser destacada aqui. Ela ocorre nas escolas, no início do 
ano letivo, mas também pode acontecer de forma online. Os 
momentos presenciais, com palestras e discussões entre pares, 
por exemplo, podem ser substituídos por modelos em que 
as discussões ocorram por meio de tecnologias digitais, com 
o uso de fóruns de discussões, em diferentes plataformas, e 
em que as palestras, consideradas momentos síncronos de 
aprendizagem, possam ocorrer de forma on-line, por meio de 
videoconferência. Vários autores (DEDE; EISENKRAFT, 
2016; FISHMAN, 2016) consideram as vantagens da formação 
continuada no formato on-line em relação à formação 
presencial. Entre elas, podemos destacar: a possibilidade de 
adequação à agenda dos professores, uma vez que os horários 
podem	 ser	 mais	 flexíveis	 e	 o	 professor	 pode	 aprender	 no	
seu próprio tempo e ritmo, o que garante certo nível de 
personalização; a oportunidade de troca de experiências 
entre professores de diferentes localidades, compartilhando 
estratégias e recursos que podem ser utilizados de acordo com 
a realidade da escola ou do professor. 
A formação de professores é considerada a chave 
para a melhoria das escolas e para uma produtiva reforma 
curricular. É preciso que o professor esteja consciente de 
seu papel na formação educacional de seus discentes e que 
considere a experiência de aprender também, através das 
tecnologias digitais e tecnologias ativas, um meio importante 
para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional,	que	passe	além	
de aprender sobre o uso de tecnologias, a aprender com o 
uso delas. Não é possível vivenciar na prática aquilo que se 
desconhece, tampouco é possível promover a aprendizagem 
de conteúdos que não se domina, que não se teve a 
oportunidade de construir (MELLO, 2000). 
 
3 - Competências docentes e as 
tecnologias educacionais
A disseminação das tecnologias de informação e 
comunicação	na	 sociedade	 são	amplamente	 significativos.	
Elas têm a capacidade de mudar o comportamento das 
pessoas e pode gerar, inclusive, um descompasso entre 
as gerações de quem ensina e de quem aprende porque o 
conhecimento não se limita à idade. As transformações 
tecnológicas atuais impuseram novos ritmos, novas 
percepções e racionalidades múltiplas, de maneira que 
surgiram novos comportamentos de aprendizagem. Se antes 
a tarefa de ensino aprendizagem era exclusiva da escola, 
hoje são múltiplas as agências que possibilitam informações 
e conhecimentos a que se pode ter acesso (KENSKI, 1997; 
2008)
Como	 afirma	 Almeida	 (2005),	 a	 configuração	 dos	
papéis do professor e do aluno em metodologias ativas de 
aprendizagem associadas às tecnologias digitais possibilita a 
reflexão	sobre	as	teorias	pedagógicas	e	sua	associação	com	
as práticas em sala de aula.
O professor atua como mediador, facilitador, 
incentivador,	 desafiador,	 investigador	 do	 conhecimento,	
da própria prática e da aprendizagem individual e grupal. 
Ao mesmo tempo em que exerce sua autoria, o professor 
coloca-se como parceiro dos alunos, respeita-lhes o estilo 
de trabalho, a coautoria e os caminhos adotados em seu 
processo evolutivo. Os alunos constroem o conhecimento 
por meio da exploração, da navegação, da comunicação, da 
troca, da representação, da criação/recriação, organização/
reorganização, ligação/religação, transformação e 
elaboração/reelaboração (ALMEIDA, 2005, p. 73).
Para Romero (2008, p.237), são dois os tipos de 
competências básicas que o professor precisa adquirir: a 
competência intercultural e a competência tecnológica. 
A competência intercultural se refere à atenção dada para 
as diferenças educativas interculturais dos estudantes 
que trazem consigo diferentes contextos culturais e ao 
reconhecimento da própria identidade cultural em sala de 
aula. Já a competência tecnológica, situa-se no contexto 
51
do letramento digital e requer do professor, a aquisição 
de habilidades para integrar as tecnologias no processo de 
ensino-aprendizagem.
Ainda segundo a autora, três competências são 
necessárias aos professores que trabalham com as 
tecnologias:
•	 Competências tecnológicas: domínio de 
ferramentas de criação e aplicações com o uso da 
internet;
•	 Competências didáticas: capacidade de criar 
materiais e produzir tarefas relevantes para os 
alunos, de adaptação a novos formatos e processos 
de ensino, de produção de ambientes direcionados 
à autorregulação por parte do aluno e utilização de 
múltiplos recursos e possibilidades de exploração;
•	 Competências tutoriais: habilidades de 
comunicação, mentalidade aberta para novas 
propostas e sugestões, capacidade de adaptação 
a características e condições dos alunos para 
acompanhar o processo de ensino-aprendizagem 
do aluno.
Para Amaral (2008), a educação deve capacitar as 
pessoas não apenas para o consumo crítico das tecnologias, 
mas também para a criação de meios para expressar suas 
próprias	mensagens.	O	autor	ainda	afirma	que	o	diálogo	é	
um aspectofundamental da comunicação. É preciso ter uma 
competência comunicativa para lidar com as tecnologias 
na educação e requer, portanto, dos educadores “a 
compreensão intelectual do meio digital, a leitura crítica de 
suas mensagens e a formação para seu uso livre e criativo”.
Percebemos, então, que saber fazer o uso das 
tecnologias na educação como suporte para informação 
é	insuficiente.	Deve-se	compreender	mais	profundamente	
a cultura digital instaurada na sociedade e, principalmente, 
na educação, em suas relações na prática pedagógica e suas 
possibilidades para criação e interatividade.
Figura 2 - Competências do Professor do Futuro
Fonte Disponível em: revistaensinosuperior.com. Acesso em: 20 jun. 2019.
Vamos a um breve resumo dos conteúdos estudados 
nesta aula!?
Retomando a aula
1 - O professor no contexto da educação 
informatizada
Pensar o contexto educacional nesse tempo é pensar 
nos estudantes, nos currículos, na formação do corpo 
docente, no acesso à tecnologia e na relação com o lado de 
fora da escola. Nesse sentido, a educação tem um grande 
e	novo	desafio	pela	 frente,	aliás, mais um, já que ela está 
sempre	 sendo	 desafiada.	 Neste	 momento,	 o	 desafio	 é 
inserir as novas tecnologias sem perder de vista	a	figura	do	
professor que continua sendo imprescindível. Porém, este 
também necessita reformular as suas aulas, rever as suas 
práticas e absorver as novas tecnologias como ferramentas 
na contribuição do processo ensino-aprendizagem.
2 - A formação docente e a educação a distância
É preciso que a formação de professores prepare 
o	 homem	 e	 a	 mulher	 para	 lidar	 com	 as	 especificidades	
do século XXI. É preciso analisar que neste momento 
o acesso a outras culturas, outras formas de educação se 
fazem presentes e o tempo todo estão sendo colocadas 
em evidência para a educação do Brasil. A formação de 
professores não pode simplesmente fugir desse contexto, 
é preciso aprender a lidar com ele, diante de uma realidade 
que	também	é	específica,	que	é	a	sociedade	brasileira	e	em	
especial a educação brasileira.
Na formação docente através da educação a distância, 
tem-se o mesmo objetivo do ensino presencial, que é o de 
contribuir de forma positiva para o aprendizado do aluno, 
de	 formar	 profissionais	 competentes	 e	 comprometidos	
com a educação.
3 - Competências docentes e as tecnologias 
educacionais
As transformações tecnológicas atuais impuseram 
novos ritmos, novas percepções e racionalidades múltiplas, 
de maneira que surgiram novos comportamentos 
de aprendizagem. As tecnologias digitais interativas 
vislumbram a possibilidade de práticas não apenas 
dinâmicas, mas a formação de um trabalho docente cheio 
de	desafios.	Para	isso,	o	docente	deve	conhecer-se,	saber	de	
suas competências e procurar desenvolver as que lhe são 
falhas.
52Tecnologia em Metodologias Ativas
ACICH, Lilian; NETO, Adolfo T.; TREVISANI, 
Fernando de M. Ensino híbrido. Porto Alegre. Grupo A, 
2015. [Minha Biblioteca].
BRASIL. Comitê Gestor da Internet. TIC educação 
2014: pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação 
e comunicação nas escolas brasileiras. São Paulo: Comitê 
Gestor da Internet no Brasil, 2014. Disponível em: 
https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_
Educacao_2014_livro_eletronico.pdf . Acesso em: 09 de 
out. 2022.
CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Petrópolis: 
Vozes, 2006.
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