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Tecnologia em Metodologias Ativas A formação profissional docente para o uso de tecnologias Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender a relação da educação e tecnologia, ou seja, quais os pressupostos principais da educação tecnológica e a interatividade; • interiorizar e identificar em si quais competências docentes possui e quais deve se esforçar para adquirir; • compreender a importância da formação docente e da formação continuada frente aos avanços na área da educação; • perceber o papel docente frente aos avanços tecnológicos. Caros(as) alunos(as), O papel do educador no processo de aprendizagem é de extrema importância. É ele que vai conduzir, orientar, encaminhar, encorajar, mediar a aprendizagem, enfim, é dele que parte a ação para obtenção do conhecimento. Os estudantes têm, no educador, um porto seguro que pode conduzi-lo ao sucesso que tanto busca. É uma profissão gratificante, muito prazerosa e enriquecedora. Vocês, futuros educadores, precisam estar em constante formação, visto que o mundo se transforma a cada dia, que as tecnologias acompanham esse ritmo e na sala de aula não pode ser diferente. Para que possamos entender melhor sobre a formação docente. Começaremos analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bons estudos! Bons estudos! 7º Aula 47 1 - O professor no contexto da educação informatizada 2 - A formação docente e a educação a distância 3 - Competências docentes e as tecnologias educacionais 1 - O professor no contexto da educação informatizada Figura 1 - O professor e a educação informatizada Fonte Disponível em: educadores.diaadia.pr.gov.br. Vimos, nas aulas anteriores, que o professor deixou de ser o centro do conhecimento. Ele, agora, passa a ser um mediador do processo de ensino-aprendizagem. Com as novas ferramentas tecnológicas, o professor tem inúmeras possibilidades do fazer pedagógico. Através delas, o estudante desenvolve suas potencialidades, passa a ser o protagonista do conhecimento. Nas salas de aula, os estudantes precisam ser incentivados a mudar sua postura, tão acostumados a apenas ouvir e seguir o que o professor expunha. O professor, nesse sentido, também vai se colocar numa outra postura. Ele precisa deixar de lado a sua roupagem de detentor do conhecimento, seu papel nesse novo momento passa a ser o do mediador. Como assinala Silva (2001, p.9): [...] Uma pedagogia baseada nessa disposição à coautoria, à interatividade, requer a morte do professor narcisicamente investido do poder. Expor sua opção crítica à intervenção, à modificação requer humildade. Mas diga-se humildade e não fraqueza ou minimização da autoria, da vontade, da ousadia. Em sala de aula presencial ou virtual o professor não é um contador de histórias. À maneira do design de software interativo, ele constrói um conjunto de territórios a explorar, não uma rota. Mais do que “conselheiro” ou “facilitador”, ele converte-se em formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador de experiências. Para atender a essa demanda, o professor vai precisar de um esforço que não é simplesmente individual, mas coletivo, quando a escola propõe em sua formação possibilidades para a mudança de comportamento e de postura diante desse desafio. Seções de estudo Os centros de formação de professores precisam assumir essa responsabilidade para com a educação, pois não se pode simplesmente deixar nas mãos dos professores a tarefa de mudar tal situação, como se fosse só ele o iluminado. Pensar um educador voltado para o nosso tempo é pensar a política educacional, é pensar em mudanças em todos os níveis da educação, principalmente no currículo. As novas tecnologias vêm contribuindo para a mudança das práticas na escola, pois elas demandam reorganizações das metodologias utilizadas, para que de fato ocorra a tão falada interatividade. Conforme Lobato (2009, p.13 ): [...] É por meio de tais ferramentas que o professor complementa as explicações iniciadas em cada aula, mediando ações que conduzem o aluno a refletir, levantar problemáticas, em um espaço propício às ações críticas. Para Moran (2003), com a educação on-line os papéis do professor se multiplicam, diferenciam e complementam, exigindo uma grande capacidade de adaptação, de criatividade diante de novas situações, propostas, atividades. O professor que até pouco tempo atuava somente em salas de aula presenciais, na qual “expunha conteúdos”, no contexto atual passa a se deparar com a possibilidade de transcender as “informações fechadas” em blocos, para caminhar livremente em um ambiente próprio para que professor e aluno revejam a posição de emissor-receptor informacional. Trata-se, portanto, de se constatar a existência de um “novo” enredo educativo no qual mediatizar todo o processo de conhecimento é transcender as próprias barreiras geradas na construção deste mesmo processo de conhecimento: é tempo de ações de (re)conhecimento e ressignificação. Diante desse cenário os educadores estão percorrendo um caminho de crítica e autocrítica das suas práticas docentes. A novidade gerada nesse momento é também esse exercício que estão tendo que fazer agora. Tarefa esta que não se faz de um dia para o outro, pois repensar a prática educacional requer um esforço muito grande, já que é preciso inovar, abandonar velhos hábitos, por anos arraigados. De acordo com Silva (2001, p.15): [...] Então é preciso enfatizar: o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que supõe interatividade, isto é, participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre informações e atores envolvidos. Mais do que nunca o professor está desafiado a modificar sua comunicação em sala de aula e na educação. Isso significa modificar sua autoria enquanto docente e inventar um novo modelo de educação. Como diz Edgar Morin, 48Tecnologia em Metodologias Ativas “Hoje, é preciso inventar um novo modelo de educação, já que estamos numa época que favorece a oportunidade de disseminar um outro modo de pensamento”. A época é essa!: a era digital, a sociedade em rede, a sociedade de informação, a cibercultura. É este mais um tempo de mudança para a educação, que embora esteja sempre mudando de roupa, preserva velhos hábitos, e novamente está sendo desafiada a viver o tempo presente, e hoje esse tempo traz em seu bojo atitudes que sinalizam momentos de reorganização. Nesse sentido, é preciso compreender esse momento que se configura “sem tempo e espaço limitados” para que ocorra a promoção de uma aprendizagem desafiadora, marcada pelo diálogo e interatividade. Assim, não basta apenas desenvolver ou absorver as novas tecnologias e novos métodos, é preciso considerar as particularidades que esse momento requer. Não apenas o perfil do estudante, mas as próprias ferramentas que estão disponíveis na educação. Portanto, o desafio é associar as tecnologias com o processo de ensino aprendizagem, que sejam inovadores e de fato participativos, que deem direito à voz não apenas a aqueles que fazem a escola, mas a todas as outras vozes para se ter uma educação participativa. A educação não pode ficar refém dos grupos empresariais que atuam na área educacional e tecnológica, já que tem interesses distintos, assim ela não pode simplesmente comprar as ferramentas sem pensar sobre elas. No entanto, nos dias atuais, presenciamos faculdades que não primam pela transmissão de conhecimento. Como aponta Moran (2001, p. 23): [...] Aqui também, o mundo das tecnologias envolve muitos grupos empresariais que querem ganhar dinheiro, que só querem vender, que vendem tudo como solução. A tecnologia nos ajuda, mas também nos complica. Tem um lado que nos favorece eum lado que nos controla: essas câmeras que eles colocam nas grandes cidades que servem para observar o trânsito e também para vigiar os cidadãos, para controle dos movimentos sociais. Temos também muitas ambiguidades no uso das tecnologias. Então, como sociedade nós avançamos muito sob o ponto de vista tecnológico. Dizia Arnold Toynbee que, tecnologicamente, somos como que deuses, enquanto do ponto de vista humano, ainda somos como primatas. Isso não acontece só no Terceiro Mundo. As guerras mais cruéis, os grandes genocídios do século XX aconteceram na Europa avançada, na Europa refinada, na Europa cheia de museus e de história. Portanto, mesmo vivenciando a era digital, a sociedade da informação, sobre a educação recai a importante tarefa de se elaborar, transmitir conhecimento e este ainda requer a presença humana como a única máquina que pode avaliar, reorganizar, modificar e estabelecer relações significativas. Em uma aula de laboratório, por exemplo, em que a rede trava, a internet para de funcionar, o professor tem que estar atendo para mudar estratégias, e isso só pode acontecer quando ele tem a tecnologia como parte e não como a totalidade da aula. Pensar na dinamização da aprendizagem na aula presencial é compreender o contexto econômico, político, social e cultural no momento atual no qual o mundo está inserido no processo de globalização. A novidade do mundo globalizado não é apenas as tecnologias, mas o alcance que elas tomaram e as novas ferramentas postas à disposição da sociedade. As novas tecnologias têm pautado várias áreas como a saúde, a cultura, as relações e em especial a educação. Dessa forma, pensar o contexto educacional nesse tempo é pensar nos estudantes, nos currículos, na formação do corpo docente, no acesso à tecnologia e na relação com o lado de fora da escola. Daí a relevância da análise da dinâmica presencial no tempo do advento das novas tecnologias. Nesse sentido, a educação tem um grande e novo desafio pela frente, aliás, mais um, já que ela está sempre sendo desafiada. Neste momento, o desafio é inserir as novas tecnologias sem perder de vista a figura do professor que continua sendo imprescindível. Porém, este também necessita reformular as suas aulas, rever as suas práticas e absorver as novas tecnologias como ferramentas na contribuição do processo ensino- aprendizagem. Para alcançar essa nova dinâmica, que passa a ser exigência da sociedade da informação, o professor terá que retomar práticas e metodologias já anunciadas tempos atrás por teóricos, defensores da democratização da educação. Essas práticas, se de fato forem democratizadas, vão imprimir uma relação em que a interatividade de fato vai ocorrer, pois ela requer a interação com o conteúdo, isso significa modificar a estrutura, inserir textos, imagens, pesquisar informações em diversos links. O professor, nesse contexto, continua sendo primordial, só que nessa dinâmica o seu papel vai ser de mediador, de questionador, de coordenador dos trabalhos desenvolvidos. Ele vai deixar de ser o sujeito investido de conhecimento, e o estudante aquele que simplesmente recebe a informação dada por esse iluminado. É necessário haver uma mudança em todos os sentidos. Postura na e da escola devem ser repensadas e redefinidos seus trajetos e que estes estejam de acordo com o mundo globalizado e que preserve a participação e a construção de uma educação cidadã. Uma forma sustentada de atuação envolve ações como incentivar o uso das tecnologias digitais em diferentes modelos, não apenas substituindo recursos já existentes, mas mantendo aquilo que sustenta o ensino naquela escola. Trata-se, portanto, de organizar a escola de forma a aproveitar o melhor do que lhe é apresentado. 49 2 - A formação docente e a educação a distância Fonte Disponível em: hubead.com.br. Acesso em: 20 jun. 2019 Na seção de estudo anterior, estudamos o novo papel do professor na sociedade globalizada e tecnológica. O professor no contexto da educação informatizada é de implementação de novas práticas pedagógicas, seja na educação presencial, seja na educação a distância. Acabamos? Não, ainda não! Tem mais assuntos interessantes a serem vistos. Vamos lá? Uma preocupação eminente que surge com esse crescimento da educação a distância é a formação dos professores que vão atuar com essas novas tecnologias, e que serão formados nessa nova modalidade. Isso é muito importante, pois além de não permitir a diminuição da qualidade do ensino, esse modelo de educação não pode ser uma mera transposição das aulas presencias. Assim, segundo Oliveira (2003, p. 2): Um novo fio passou a entremear as inquietações investigativas: a análise de ambientes de aprendizagem, virtuais ou presenciais, que oportunizassem a troca, o diálogo, a colaboração, a elaboração conjunta, dimensões que podem ser sintetizadas na questão da interatividade. Outro impasse surge: quem garante a interatividade – a ferramenta de trabalho ou a orientação constante e sistemática do professor ou orientador acadêmico? Ainda sem decidir que ponto focalizar na pesquisa que ora se apresenta, outros “nós” foram sobressaindo-se na trama da EAD, como por exemplo, a questão do conhecimento: que tipo de conhecimento priorizar – o científico ou o saber prático da experiência – e qual a maneira mais adequada de organizá-lo – em disciplinas ou temas e projetos inter/multi ou transdisciplinares? Como nos remete a autora acima, os desafios da educação a distância, como a formação dos professores, são variados, e é preciso pensar nessa variação dentro de um contexto que impõe novos paradigmas sociais. A novidade que se faz presente neste momento, não é apenas ver a educação atendendo às exigências mercadológicas, mas acima de tudo é saber como interagir com ela nesse momento em que as tecnologias da informação são ferramentas constantes e as mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais ocorrem em ritmo acelerado. No entanto, não são apenas as ferramentas tecnológicas que estão em pauta, mas a qualificação de um projeto de formação. Para isso, as instituições que oferecem essa modalidade de ensino devem se voltar para esse projeto de formação que se propõem a oferecer. É preciso ter clareza do aporte teórico/metodológico educacional que estão oferecendo, pois dependendo desse aporte, podem ser oferecidos programas de formação que se volte a uma qualidade social da educação ou também, a uma formação apenas que visa a entender a educação como simples mercadoria. Segundo Rios (2003, p. 17), o que se tem visto na formação dos professores por meio da educação a distância é: A institucionalidade da educação a distância e a racionalidade política, tal qual ocorre na reforma do Estado e na reforma educacional, A institucionalidade da educação a distância e a racionalidade política, tal qual ocorre na reforma do Estado e na reforma educacional, de formar professores que sejam capazes de lidar com as diversidades do mundo contemporâneo. Nesse sentido, as várias experiências dos cursos de formação a distância oferecidos por algumas instituições públicas têm demonstrado que é preciso arremessar-se na pluralidade dos procedimentos de investigações, construindo assim uma rede de articulações entre o conhecimento dito oficial e as práticas pedagógicas plurais existentes. É nesse sentido que a importância de se trabalhar a formação de professores aproveitando a diversidade que é dada pelo momento, no qual o global deve interagir com o local, do geral com o específico e até mesmo do coletivo com o individual. É preciso que a formação de professores prepare o homem e a mulher para lidar com as especificidades do século XXI. Para isso é fundamental entender que nesse contexto não basta somente ter acesso às novas tecnologias e à internet. É preciso analisar que neste momento o acesso a outras culturas, outras formasde educação se fazem presentes e o tempo todo estão sendo colocadas em evidência para a educação do Brasil. A formação de professores não pode simplesmente fugir desse contexto, é preciso aprender a lidar com ele, diante de uma realidade que também é específica, que é a sociedade brasileira e, em especial, a educação brasileira. Desse modo, a interação com outras realidades poderá obter uma construção da educação que se volte para a elaboração do conhecimento, este, por sua vez, não pode fugir do paradigma de ser social ou socialmente construído (LUCKESI et. al., 1985). Segundo Luckesi et al. (1985), a compreensão do mundo que possuímos no momento atual, seja nos seus aspectos cotidianos, seja nos seus aspectos científicos, seja nos seus aspectos filosóficos, é produto de uma prática que se faz social e historicamente situada. Portanto, talvez o maior desafio seja a elaboração desse novo paradigma, esse que se apresenta como emergente, mas que por isso mesmo, não deve ser edificado sem a presença da 50Tecnologia em Metodologias Ativas construção histórica e social da educação. O ritmo acelerado que está colocado para a sociedade mundial hoje, contribui para a constituição de ações que promulgam o aniquilamento das diversidades. Hoje as propostas para as políticas sociais são homogeneizadas, mesmo aparecendo o debate sobre as diferenças na sociedade. Essa disputa está colocada nas esferas da educação e no que tange à formação dos professores. Esse é um debate que não deve ficar do lado de fora dos currículos, sejam eles na educação presencial como na educação a distância. Como nos aponta Oliveira (2003, p. 5): [...] Percebemos que o mundo ao nosso redor está mudando de forma bastante acelerada e a educação continua assentada no paradigma conservador/dominante. Este reforça um ensino fragmentado e conservador, caracterizado pela reprodução do conhecimento – parcelarizado, estático, linear, descontextualizado – e pela adoção de metodologias que conduzem a respostas únicas e convergentes, mesmo utilizando sofisticados instrumentos tecnológicos. Na formação docente, através da educação a distância, tem-se o mesmo objetivo do ensino presencial, que é o de contribuir de forma positiva para o aprendizado do aluno, de formar profissionais competentes e comprometidos com a educação. As universidades que formam educadores a distância oferecem diversificadas metodologias ativas em suas plataformas. Existe apenas a separação física, e também os professores contam com um intermediário, o tutor, que está presente auxiliando-o e aos alunos. As novas tecnologias permitiram a expansão das graduações docentes pois atingem as mais remotas regiões onde, muitas vezes, não há universidades próximas ou no local. E o desejo de ser um educador não conhece fronteiras. A formação docente EAD é um caminho e um auxílio nessa tarefa. A importância de uma formação continuada também deve ser destacada aqui. Ela ocorre nas escolas, no início do ano letivo, mas também pode acontecer de forma online. Os momentos presenciais, com palestras e discussões entre pares, por exemplo, podem ser substituídos por modelos em que as discussões ocorram por meio de tecnologias digitais, com o uso de fóruns de discussões, em diferentes plataformas, e em que as palestras, consideradas momentos síncronos de aprendizagem, possam ocorrer de forma on-line, por meio de videoconferência. Vários autores (DEDE; EISENKRAFT, 2016; FISHMAN, 2016) consideram as vantagens da formação continuada no formato on-line em relação à formação presencial. Entre elas, podemos destacar: a possibilidade de adequação à agenda dos professores, uma vez que os horários podem ser mais flexíveis e o professor pode aprender no seu próprio tempo e ritmo, o que garante certo nível de personalização; a oportunidade de troca de experiências entre professores de diferentes localidades, compartilhando estratégias e recursos que podem ser utilizados de acordo com a realidade da escola ou do professor. A formação de professores é considerada a chave para a melhoria das escolas e para uma produtiva reforma curricular. É preciso que o professor esteja consciente de seu papel na formação educacional de seus discentes e que considere a experiência de aprender também, através das tecnologias digitais e tecnologias ativas, um meio importante para seu crescimento pessoal e profissional, que passe além de aprender sobre o uso de tecnologias, a aprender com o uso delas. Não é possível vivenciar na prática aquilo que se desconhece, tampouco é possível promover a aprendizagem de conteúdos que não se domina, que não se teve a oportunidade de construir (MELLO, 2000). 3 - Competências docentes e as tecnologias educacionais A disseminação das tecnologias de informação e comunicação na sociedade são amplamente significativos. Elas têm a capacidade de mudar o comportamento das pessoas e pode gerar, inclusive, um descompasso entre as gerações de quem ensina e de quem aprende porque o conhecimento não se limita à idade. As transformações tecnológicas atuais impuseram novos ritmos, novas percepções e racionalidades múltiplas, de maneira que surgiram novos comportamentos de aprendizagem. Se antes a tarefa de ensino aprendizagem era exclusiva da escola, hoje são múltiplas as agências que possibilitam informações e conhecimentos a que se pode ter acesso (KENSKI, 1997; 2008) Como afirma Almeida (2005), a configuração dos papéis do professor e do aluno em metodologias ativas de aprendizagem associadas às tecnologias digitais possibilita a reflexão sobre as teorias pedagógicas e sua associação com as práticas em sala de aula. O professor atua como mediador, facilitador, incentivador, desafiador, investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e grupal. Ao mesmo tempo em que exerce sua autoria, o professor coloca-se como parceiro dos alunos, respeita-lhes o estilo de trabalho, a coautoria e os caminhos adotados em seu processo evolutivo. Os alunos constroem o conhecimento por meio da exploração, da navegação, da comunicação, da troca, da representação, da criação/recriação, organização/ reorganização, ligação/religação, transformação e elaboração/reelaboração (ALMEIDA, 2005, p. 73). Para Romero (2008, p.237), são dois os tipos de competências básicas que o professor precisa adquirir: a competência intercultural e a competência tecnológica. A competência intercultural se refere à atenção dada para as diferenças educativas interculturais dos estudantes que trazem consigo diferentes contextos culturais e ao reconhecimento da própria identidade cultural em sala de aula. Já a competência tecnológica, situa-se no contexto 51 do letramento digital e requer do professor, a aquisição de habilidades para integrar as tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Ainda segundo a autora, três competências são necessárias aos professores que trabalham com as tecnologias: • Competências tecnológicas: domínio de ferramentas de criação e aplicações com o uso da internet; • Competências didáticas: capacidade de criar materiais e produzir tarefas relevantes para os alunos, de adaptação a novos formatos e processos de ensino, de produção de ambientes direcionados à autorregulação por parte do aluno e utilização de múltiplos recursos e possibilidades de exploração; • Competências tutoriais: habilidades de comunicação, mentalidade aberta para novas propostas e sugestões, capacidade de adaptação a características e condições dos alunos para acompanhar o processo de ensino-aprendizagem do aluno. Para Amaral (2008), a educação deve capacitar as pessoas não apenas para o consumo crítico das tecnologias, mas também para a criação de meios para expressar suas próprias mensagens. O autor ainda afirma que o diálogo é um aspectofundamental da comunicação. É preciso ter uma competência comunicativa para lidar com as tecnologias na educação e requer, portanto, dos educadores “a compreensão intelectual do meio digital, a leitura crítica de suas mensagens e a formação para seu uso livre e criativo”. Percebemos, então, que saber fazer o uso das tecnologias na educação como suporte para informação é insuficiente. Deve-se compreender mais profundamente a cultura digital instaurada na sociedade e, principalmente, na educação, em suas relações na prática pedagógica e suas possibilidades para criação e interatividade. Figura 2 - Competências do Professor do Futuro Fonte Disponível em: revistaensinosuperior.com. Acesso em: 20 jun. 2019. Vamos a um breve resumo dos conteúdos estudados nesta aula!? Retomando a aula 1 - O professor no contexto da educação informatizada Pensar o contexto educacional nesse tempo é pensar nos estudantes, nos currículos, na formação do corpo docente, no acesso à tecnologia e na relação com o lado de fora da escola. Nesse sentido, a educação tem um grande e novo desafio pela frente, aliás, mais um, já que ela está sempre sendo desafiada. Neste momento, o desafio é inserir as novas tecnologias sem perder de vista a figura do professor que continua sendo imprescindível. Porém, este também necessita reformular as suas aulas, rever as suas práticas e absorver as novas tecnologias como ferramentas na contribuição do processo ensino-aprendizagem. 2 - A formação docente e a educação a distância É preciso que a formação de professores prepare o homem e a mulher para lidar com as especificidades do século XXI. É preciso analisar que neste momento o acesso a outras culturas, outras formas de educação se fazem presentes e o tempo todo estão sendo colocadas em evidência para a educação do Brasil. A formação de professores não pode simplesmente fugir desse contexto, é preciso aprender a lidar com ele, diante de uma realidade que também é específica, que é a sociedade brasileira e em especial a educação brasileira. Na formação docente através da educação a distância, tem-se o mesmo objetivo do ensino presencial, que é o de contribuir de forma positiva para o aprendizado do aluno, de formar profissionais competentes e comprometidos com a educação. 3 - Competências docentes e as tecnologias educacionais As transformações tecnológicas atuais impuseram novos ritmos, novas percepções e racionalidades múltiplas, de maneira que surgiram novos comportamentos de aprendizagem. As tecnologias digitais interativas vislumbram a possibilidade de práticas não apenas dinâmicas, mas a formação de um trabalho docente cheio de desafios. Para isso, o docente deve conhecer-se, saber de suas competências e procurar desenvolver as que lhe são falhas. 52Tecnologia em Metodologias Ativas ACICH, Lilian; NETO, Adolfo T.; TREVISANI, Fernando de M. Ensino híbrido. Porto Alegre. Grupo A, 2015. [Minha Biblioteca]. BRASIL. Comitê Gestor da Internet. TIC educação 2014: pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras. São Paulo: Comitê Gestor da Internet no Brasil, 2014. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_ Educacao_2014_livro_eletronico.pdf . Acesso em: 09 de out. 2022. CLOT, Y. A função psicológica do trabalho. Petrópolis: Vozes, 2006. COLL, C.; MAURI, T.; ONRUBIA, J. A incorporação das tecnologias de informação e comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, C.; MONEREO, C. 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