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SUMÁRIO: FISCALIDADE (DIREITO FISCAL)
· Conceito e Categorias das Normas Fiscais
· O Direito Fiscal e Outros Ramos de Direito 
· Fontes de direito fiscal
· Os Princípios Fundamentais da Fiscalidade ou Direito Fiscal 
FISCALIDADE (DIREITO FISCAL)
Direito Fiscal – è o conjunto de normas que disciplinam as relações que se estabelecem entre o Estado e outros entes públicos, por um lado, e os cidadãos, pelo outro, por via do imposto, ou seja, ao conjunto de normas que regulam o Imposto nas suas várias fases. Incidência, lançamento, liquidação e cobrança. 
Os termos da relação jurídica – fiscal são, por um lado, o Estado como sujeito activo ou credor do imposto e, por outro, o contribuinte (pessoa singular ou pessoa colectiva) como sujeito passivo ou devedor do mesmo imposto.
Não podemos deixar de referir que as autarquias hoje, figuram como sujeito activo no sistema de imposto locais.
NATUREZA DO DIREITO FISCAL
O DIREITO FISCAL – é um ramo do Direito Público, que:
a) Tutela fundamentalmente interesses colectivos
b) Nas obrigações tributárias um dos intervenientes é um ente público ou que exerce funções públicas.
c) Nas respectivas relações jurídicas esses entes públicos surgem em posição de supremacia.
d) Dispõe de princípios jurídicos próprios.
Embora reconhecida á autonomia cientifica do Direito Fiscal, dado o carácter unitário do Direito, qualquer dos seus ramos está necessariamente ligado a todos os outros, com os quais forma um todo uno e indivisível.
Além disso, tendo em conta a natureza e o âmbito do Direito Fiscal, este mantém relações especiais (de contexto e dependência) com os seguintes ramos de Direito:
· Direito Constitucional, pois o Direito Fiscal é denominado por princípios e regras com assento constitucional (Constituição)
· Direito Penal, pois o Direito Fiscal é dominado por princípios e regras com Direito Penal Geral.
· Direito Processual, pois toda a regulamentação processual tributária é informada pelos princípios e formas que presidem ao processo civil e ao processo penal.
· Direito Privado – pois algumas situações jurídicas emergentes da aplicação dos impostos tem natureza meramente civil
· Direito Internacional, pois o Direito terá de dispor internamente de normas para resolver os conflitos entre os sistemas fiscais nacional e estrangeiros (por exemplo, as conversações para evitar a dupla tributação internacional e a evasão fiscal)
O DIREITO FISCAL E OUTROS RAMOS DE DIREITO
1. Direito Fiscal e o Direito Constitucional
O Direito Fiscal subordina-se as normas constantes do Direito Constitucional material e inerentes as Estado de Direito (Cap. IV, art. 27, sistema Fiscal) e aos princípios da Constituição, por exemplo a igualdade jurídica dos cidadãos, consagrado no art. 35 da Constituição da República de Moçambique.
O próprio texto Constitucional contem normas de natureza fiscal que a doutrina designa de Constituição Fiscal, como sucede com as normas constantes dos art. 50 da alínea j) do nº 2 do art.135.
2. Direito Fiscal e o Direito Administrativo
Embora se reconheça a autonomia destes dois ramos de Direito, as relações entre si são bem intimas, uma vez que todas as actividades de lançamento, liquidação e cobrança dos impostos, seguem um processo administrativo, que é conduzido por órgãos da Administração pública.
3. Direito Fiscal e o Direito Privado
O Direito Fiscal, alguma das vezes, acolhe conceitos de Direitos privado, com o sentido técnico – jurídico, que ai possuem. É o caso do conceito de obrigação, as regras da relação jurídica obrigacional do Estado – contribuinte, são as regras da obrigação do Direito Privado.
Outras vezes, conceitos com um sentido próprio em Direito Privado são utilizados pelo Direito Fiscal noutro sentido. Por Exemplo:
· O código do SISA, considera transmissão de prioridade imobiliária a promessa de compra e venda com tradição e os arrendamentos a longo prazo, o código da contribuição predial define prédio rústico (simples) e urbano de acordo com o critério da afectação ou destino, critério diferente do adoptado pelo art. 204, do Código Civil, para efeitos de contribuição predial, proprietário poderá ser quem tiver efectiva posse do prédio, e o conceito de comercio do código do imposto sobre pessoas colectivas é um conceito económico e não jurídico – o código sujeita a imposto os lucros das empresas que exerçam actividades de natureza comercial ou industrial, enquanto o código comercial considera comerciais as próprias empresas industriais.
4. Direito Fiscal e o Direito Internacional
Os Estados estabelecem relações jurídicas entre si, para evitar que a mesma situação seja tributada (dupla tributação) em mais de um deles ou em nenhum (evasão fiscal).
O Governo da República de Moçambique tem vindo a celebrar com diversos países convenções para evitar estes fenómenos de dupla tributação e evasão fiscal internacionais.
Para os países desenvolvidos os acordos para evitar a dupla tributação servem para privilegiar as suas empresas, a aplicação dos seus capitais e da sua tecnologia noutros países.
Para os países em vias de desenvolvimento vêem nos acordos uma forma de incentivar o investimento estrangeiro, permitindo que o investidor seja tributado apenas num dos países.
5. Direito Fiscal e o Direito Criminal
O não cumprimento das obrigações fiscais será sujeito a sanções. Em todos os códigos de impostos existe um capitulo relativo as penalidades, no qual se estabelecem as respectivas punições e as regras de procedimentos.
Em alguns países admitem-se penas de prisão nas transgressões fiscais, para o caso de Moçambique, as dividas fiscais até Dezembro de 2002 não são convertíveis em prisão, mas a reforma introduzida pela Lei 15/2002 estabelece a possibilidade de certas infracções fiscais poderem vir a ser considerados crimes puníveis com pena de prisão.
FONTES DE DIREITO FISCAL
Em Moçambique e de acordo com a hierarquia, são consideradas Fontes de Direito Fiscal as seguintes:
1. A Lei Constitucional
2. As Leis Ordinárias da Assembleia da República
3. Os Decretos do Concelho de Ministros 
4. Os Regulamentos
5. Os tratados Internacionais
A Lei Constitucional (Constituição Formal), no topo da hierarquia das leis aparece a Lei Constitucional, ou seja, a constituição. Ela é a lei fundamental do Estado, que fixa os grandes princípios da organização política e de ordem jurídica em geral, além dos direitos e deveres fundamentais dos cidadãos.
Os princípios fundamentais da constituição de um Estado de Direito, interessa-nos fundamentalmente os princípios do Direito Fiscal, também consagrados em grande parte na Constituição, pelo que se chega também a falar em Constituição Fiscal.
As leis ordinárias da Assembleia das República: a lei em sentido restrito e forma é o acto legislativo emanado pela Assembleia da República, depois de devidamente promulgada pelo Presidente da República e publicada no Boletim da República (ver art. 181, 204, 210, 163,133,135 e 141 da Constituição da República de Moçambique)
Há outros actos normativos (art. 182 e 210), que tem seguintes designações:
· Decretos do Presidente da República (Decretos Presidenciais)
· Decretos do Concelho de Ministros (apenas Decretos)
· Resoluções (da Assembleia da República ou do Concelho de Ministros)
· Diplomas do Primeiro-ministro
· Regulamentos,
· Despachos Normativos
Importa referir que esta enumeração não é exaustiva, pois há a considerar ainda a vigência de Decretos – Leis, tanto no período colonial, como pós independência, e ainda as portarias, Diplomas Legislativos e outros, que não sendo contrários a Constituição se mantém em vigor.
Regulamentos: são normas jurídicas, emanadas de órgãos administrativos, no desempenho da função administrativa. Excluem aqui os regulamentos internos que sob forma de ofícios, circulares, instruções, a administração emite com o fim de esclarecer os seus funcionários dentro do âmbito dos seus serviços, sendo que este tipo de regulamentos não são fontes de Direito Fiscal.
Os tratados Internacionais: a expressão “Tratado Internacional” designa um acordo internacionalconcluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer esteja consignado num instrumento técnico, quer em dois ou mais instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular (Convenção de Viena, art. 2. alínea a)
O acolhimento dos tratados Internacionais como Fontes de Direito está condicionado a sua ratificação e publicação dos referidos tratados pela Assembleia da República.
Breves Considerações:
O costume não pode ser Fonte de Direito Fiscal, no domínio dos elementos essenciais dos impostos, como decorre do princípio de legalidade.
No entanto, a verdade é que o art. 348 do código Civil da República de Moçambique, determina que “aquele que invocar Direito Consuetudinário (costume), local ou estrangeiro, compete fazer a prova e da sua existência e conteúdo, mas o Tribunal deve procurar oficiosamente obter o respectivo reconhecimento”
Também a Doutrina não é fonte de Direito Fiscal, apesar do largo desenvolvimento dos cultores da ciência fiscal, nas últimas décadas, a doutrina não produz comandos normativos, sendo de assinalar, não obstante o seu papel educativo e por vezes influente na feitura das leis ou na sua reforma.[footnoteRef:1] [1: Ibraimo Ibraimo, O Direito e a Fiscalidade, p.27, 2002] 
Os Princípios Fundamentais que deve reger-se a Fiscalidade ou Direito Fiscal são:
a) Princípios da Legalidade Tributária – de acordo com este princípio, os impostos só podem ser criados por Lei (“NullumTributum Sine Lege” – não pode haver nenhum tributo sem Lei. No caso de Moçambique, a Constituição estabelece no seu art. 100 que ” Os impostos são criados por lei, que os fixa segundo critérios de justiça Social”.
A Lei Constitucional tende a regular os chamados elementos essenciais do imposto, ou seja, determinar a incidência, fixar a taxa e enunciar o âmbito das isenções. Caso um imposto seja criado por outro diploma que não a Lei, estaremos perante uma inconstitucionalidade.
O princípio da legalidade desdobra-se actualmente em 2 grandes sub - princípios, que são:
· O sub princípios da preeminência da Lei, ou seja, a regra da conformidade, pelo qual os actos da Administração Fiscal não podem ser contrários a Lei Material;
· O sub principio da reserva da Lei, ou seja a regra da conformidade, pelo qual cada acto concreto da Administração Fiscal carece de autorização da Lei Material.
b) Princípio da Igualdade Tributária – a representação dos encargos públicos entre cidadãos deve fazer-se de tal maneira que o sacrifício imposto a cada um seja igual ao sacrifício exigido aos outros. Desse modo, todos os cidadãos estão adstritos ao pagamento dos impostos, não havendo entre eles, portanto qualquer distinção.
A Constituição da República de Moçambique estabelece no art.36 um princípio fundamental que consubstancia a igualdade; “Todos os cidadãos são iguais perante a Lei” e nos termos desta Lei, “ Todos os cidadãos estão sujeitos aos mesmos sacrifícios de acordo com o seu rendimento e riqueza, independentemente do seu extracto social e os mesmos critérios de tributação”, È pela via do imposto sobre o rendimento que tendencialmente se diminuem as desigualdades sociais.
c) Princípios da Autorização Anual de Cobrança – os impostos são votados anualmente pelos parlamentos dos respectivos países.
No caso de Moçambique, este principio está contemplado na alínea m) do nº 2 do art. 178 da Constituição, pois ao aprovar o Orçamento Geral do Estado está a ser autorizada a cobrança da relação de receitas (impostos) para um dado ano. Nesta conformidade fica restringida a possibilidade da alteração dos impostos nos intervalos que mediam a aprovação do Orçamento na Assembleia da República. Portanto, compete a Assembleia da República sobre o Plano e Orçamentos Anuais.
	
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