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Atividade Direito Tributario

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 68.450 E 68.741 
(IMUNIDADES SUBJETIVAS NOS IMPOSTOS INDIRETOS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 68.450 E 68.741 
(IMUNIDADES SUBJETIVAS NOS IMPOSTOS INDIRETOS) 
 
 
 
 
 
Trabalho realizado ao Centro Universitário 
Uninovafapi como requisito para nota da disciplina de 
Direito Tributário. 
Professor: Paulo Alves da Silva Paiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERESINA 
2023 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.450, STF 
 
 
TÓPICO 01: A ORIGEM DA CONTROVÉRSIA 
 
 
A origem da presente controvérsia reside na discussão acerca da imunidade tributária 
recíproca prevista na Constituição Federal, especificamente quanto à sua aplicação ao Estado 
da Bahia. 
Em contrapartida, a União alega que o Estado da Bahia não preenche os requisitos 
necessários para gozar da referida imunidade, na medida em que não se enquadra nas hipóteses 
previstas na Carta Magna. Dessa forma, a controvérsia gravita em torno da correta interpretação 
e aplicação dos dispositivos constitucionais relacionados à imunidade tributária recíproca, 
especialmente no que diz respeito aos entes federativos. 
No caso concreto, o Estado da Bahia, por intermédio da Secretaria de Estradas de 
Rodagem de Rondônia, requereu a imunidade tributária em relação ao Imposto de Consumo 
incidente sobre veículos e materiais adquiridos de uma indústria paulista. Nesse sentido, 
invocou o disposto no artigo 31, inciso V, da Constituição Federal de 1946, sustentando ter 
direito ao referido benefício. 
Assim, a presente controvérsia envolve a análise detida dos dispositivos constitucionais 
que disciplinam a imunidade tributária recíproca e sua aplicação aos entes federativos, exigindo, 
portanto, uma análise minuciosa e aprofundada dos argumentos trazidos pelas partes 
envolvidas. 
No que tange aos embargos de divergência opostos pela União, a controvérsia se 
encontra na divergência de julgamento similar proferido pela antiga Terceira Turma, no RE 
52.479/66, e ainda, em jurisprudência firmada pelo STF em sessões plenárias do ERE 58.097 e 
58.215, que decidiram que ainda que protegido pela imunidade tributária o comprador do 
produto devia o valor do tributo. 
 
TÓPICO 02: DESCRIÇÃO DO PROBLEMA 
 
 
As unidades administradas, contempladas pela isenção de pagamento de impostos 
federais, pode por meio de remédio constitucional cabível pleitear o não pagamento de impostos 
relacionados ao consumo. 
Ao seguir o preceito, O Estado da Bahia adquiriu materiais de consumo de fábrica de 
São Paulo, voltadas para o serviço público, e não para comercialização com objetivo de auferir 
lucro 
Assim, o Estado da Bahia impetrou mandado de segurança para que seja exercido o seu 
direito a imunidade tributária ao comprar viaturas e materiais industriais adquiridos do Estado 
de São Paulo. No entanto, seu direito não foi conferido pelo Tribunal Federal. Sendo assim, o 
Estado da Bahia recorreu por meio de recurso extraordinário ao alegar não cumprimento do Art 
31, V, a CF/46 e Art 20, III, a CF/67. 
Pois, de acordo com o dispositivo legal, os itens adquiridos ao serviço público, e não 
direcionados a revenda a terceiros, não deveria repercutir o imposto de consumo ao consumidor, 
ou a terceiro. Desta forma, a imunidade caberia, e foi negada. 
 
TÓPICO 03: SUJEITOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO E SEUS DISCURSOS E 
ARGUMENTOS 
 
Sujeitos: 
RECORRENTE: Estado da Bahia 
RECORRIDA: União Federal 
MINISTRO (PRESIDENTE): Luiz Gallotti 
MINISTRO (RELATOR): Aliomar Baleeiro 
 
Tendo em vista que no acordão não há relatos sobre os demais argumentos do réu e 
autor, passo analisar os argumentos do ministro; 
 
Discursos e argumentos do Ministro Aliomar Baleeiro 
O ministro relata que não existe contestação ou dúvidas acerca dos fatos, tendo em vista 
que a Bahia comprou os materiais para o serviço público de construção da rodoviária 
diretamente a fabricantes, em São Paulo, e pleiteia a exclusão do cômputo dessas operações o 
imposto de consumo que os industriais devem antecipar à União, para recobrar da adquirente, 
acionando-o ao valor das faturas. 
Conheceu do recurso pelas “a” e “d”, pois fica evidente a violação constitucional da 
imunidade tributária recíproca e a dissidência com os padrões citados. 
Também cita o artigo 31, V, “a” da Constituição de 1946, e determina que os meios de 
ação de um Governo, dentro da federação, não sejam embargados pelos impostos de outro. 
Relata que aquele primeiro julgado visava proteger um Banco da União contra impostos 
estaduais. Porém, outros arestos estabeleceram as recíprocas de que os serviços, bens e rendas 
dos Estados também não poderiam ser onerados por impostos federais. 
O ministro menciona que o caso dos autos, trata-se de típico e incontestável serviço 
público do Estado, que não revende o material comprado, dessa forma não pode repercutir sobre 
terceiros o imposto de consumo, que lhe transferir o fabricante. 
Conclui-se que o caso dos autos é de Pessoa de Direito Público – um Estado, 
reivindicando imunidade que lhe reconhece a Constituição. Identifica-se com os Acórdãos 
proferidos noutras causas semelhantes em que o Supremo Tribunal reconheceu à Pessoa de 
Direito Público o direito à segurança contra imposição inconstitucional. 
 
NO QUE TANGE OS EMBARGOS NO RECURSO EXTRARORDINÁRIO Nº 68.450 
 
 
Sujeitos: 
EMBARGANTE: União Federal 
EMBARGADO: Estado da Bahia 
MINISTRO (PRESIDENTE): Aliomar Baleeiro 
MINISTRO (RELATOR): Eloy da Rocha 
 
Tendo em vista que no acordão não há relatos sobre os demais argumentos do réu e 
autor, passo analisar os argumentos dos ministros; 
 
Discursos e argumentos do Ministro Eloy da Rocha 
O ministro restabeleceu sentença de primeira instância, que concedeu mandado de 
segurança impetrado pelo recorrente, para reconhecer imunidade do imposto de consumo sobre 
produtos a ele vendido. 
Também conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal desde o julgamento, 
em sessão plenária de 9.9.1970, dos ERE 58.097 e 66.215, era devido, no caso pelo contribuinte 
legal, o antigo imposto de consumo, ainda que o comprador fosse pessoa por imunidade 
tributária. 
Por fim, conheceu dos embargos 2003, para cassar o mandado de segurança. 
 
 
Discursos e argumentos do Ministro Aliomar Baleeiro 
O ministro conheceu dos embargos, mas não os recebeu, pois ainda não tinha se 
convencido da jurisprudência. 
 
TÓPICO 04: INSTÂNCIAS ACIONADAS E SUAS DECISÕES E FUNDAMENTOS 
 
 
Primeira instância 
Decisão: Em primeira instancia concedeu o mandado de segurança impetrado pela 
recorrente para reconhecer a imunidade do imposto de consumo 
Fundamentos: Levando em consideração os fatos e os art. 31, V (a” e “d”,) da 
Constituição Federal. 
 
Segunda instancia - Tribunal federal de Recursos 
Decisão: Segundo o acórdão de f.42/47 da segunda turma do Tribunal federal de 
Recursos, que cassou a segurança. 
Fundamentos: Conforme jurisprudência do supremo tribunal federal utilizada desde o 
início do julgamento do ERE 68.097 e 66.215 (Era devido no caso pelo contribuinte legal, o 
antigo imposto de consumo ainda que o comprador fosse pessoa protegida por imunidade 
tributária) 
 
Terceira instancia - Supremo tribunal federal 
Decisão: A Primeira turma do supremo tribunal federal proveu o recurso extraordinário 
contra decisão do tribunal federal do recurso, restabeleceu a sentença da primeira instancia por 
unanimidade, (ambas atestaram procedente o pedido de mandado de segurança impetrado pelo 
recorrente reconhecendo a imunidade do imposto de consumo sobre produtos a eles vendidos). 
Fundamentos: O supremo Tribunal Federal concedeu o recurso levando em 
consideração o art. 31, V (a” e “d”,) conjuntamente com o art. 20, III, a da Constituição 
Federal de 1946.Que corroborampara a sentença. 
Reconhece o recurso devido a evidencia de violação constitucional da imunidade 
tributária recíproca. 
 
TÓPICO 05: TEMAS E INSTITUTOS JURÍDICOS RELACIONADOS AO CASO 
 
 
Os temas retratados no caso do Recurso Extraordinário e de seu 
Embargo, remetem à imunidade tributária recíproca e ao Imposto de Consumo, 
respectivamente. Aquele é um instituto jurídico previsto na Constituição Federal brasileira 
que impede a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios de cobrarem impostos uns 
dos outros. Essa regra é essencial para a proteção do pacto federativo e da autonomia dos entes 
federativos. No entanto, a jurisprudência tem reconhecido que a imunidade não é absoluta, 
principalmente quando há atividade econômica envolvida. 
A imunidade prevista na alínea a do art. 150, VI, é chamada de imunidade recíproca, 
pois a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem cobrar impostos sobre 
o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Esse preceito decorre do princípio do pacto 
federativo, que pressupõe a autonomia dos entes públicos 
Já Imposto de Consumo, o tema citado nos Embargos do Recurso Extraordinário, é 
um tributo que incide sobre a comercialização de bens e serviços. No Brasil, ele é cobrado, 
principalmente, pelo Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS) ou Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), que 
é um imposto federal, estadual e municipal respectivamente. 
Além disso, há inserido o PIS/PASEP é um tributo de competência da União que se 
destina aos programas de contribuições sociais para os trabalhadores privados e servidores 
públicos. E o COFINS que é um tributo de competência da União que se destina aos programas 
de seguridade social. 
Deve-se lembrar que no ordenamento jurídico já houve um tributo 
denominado expressamente imposto sobre o Consumo, a parti da Constituição de 1937. Foi a 
emenda constitucional n. o 18/1965 que alterou a denominação, atribuindo então à União o 
Imposto sobre Produtos Industrializados, além dos demais impostos citados. À época, a referida 
mudança, legitimou-se porque o imposto não era pago pelos consumidores, mas pelos 
produtores e comerciantes. 
Por fim, pela relação dos dois institutos no Recurso, entendeu-se que a pessoa jurídica 
de direito público, quando na posição de contribuinte de fato, poderia se opor ao pagamento do 
imposto. 
 
TÓPICO 06: PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO, À LUZ DO DIREITO 
APLICÁVEL, COM A DEVIDA FUNDAMENTAÇÃO, NÃO ESTANDO A MESMA 
ADSTRITA AO QUE RESTOU DECIDIDO NO CASO REAL 
 
No caso em tela, vislumbra-se o seguinte: 
EMENTA:IMUNIDADE RECIPROCA. AS UNIDADES ADMINISTRATIVAS, 
IMUNES A TRIBUTAÇÃO, E AS EMPRESAS BENEFICIADAS POR ISENÇÃO DE 
TODOS OS IMPOSTOS FEDERAIS PODEM, ATRAVÉS DE MANDADO DE 
SEGURANÇA OU OUTRO REMEDIO JUDICIAL IDONEO, OPOR-SE AO 
PAGAMENTO DO IMPOSTO DE CONSUMO, EXIGIDO DE FABRICANTES OU 
OUTROS CONTRIBUINTES DE IURE PELOS FORNECIMENTOS QUE LHES 
FACAM. (RE 68450, Relator(a): ALIOMAR BALEEIRO, Primeira Turma, julgado 
em 04/12/1969, DJ 29-12-1969 PP-06251 EMENT VOL-00788-07 PP-02651). 
 
Diante do exposto, verifica que fora decidido que a pessoa jurídica de direito público 
pode se opor ao pagamento de tributo, mas com base em julgados posteriores e consolidados, 
podemos trazer como proposta de solução para a questão, à luz do direito aplicável a adoção de 
uma interpretação de cunho formal, que leva em consideração somente a perspectiva jurídica, 
excluindo dela o aspecto econômico. Nesse sentido, a súmula 591 do STF dispõe que a 
imunidade tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do IPI. 
No que tange os efeitos de cunho formal é importante mencionar o comentário de 
Carvalho (2004, p.233), ponderando sobre a adoção de uma posição que considera apenas a 
perspectiva jurídica na repercussão tributária. Ele argumenta que “predomina a orientação no 
sentido de que tais fatos não seriam alcançados pela imunidade, uma vez que os efeitos 
econômicos iriam beneficiar elementos estranhos ao Poder Público, afastando-se do espírito da 
providencia constitucional”. 
Por fim, a imunidade recíproca é um importante instituto jurídico que visa proteger a 
autonomia e a soberania dos entes federativos, devendo ser respeitado e preservado. A 
fundamentação legal da imunidade recíproca se encontra no art. 150, VI, a, da Constituição 
Federal. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.741, STF 
 
 
TÓPICO 01: A ORIGEM DA CONTROVÉRSIA E A DESCRIÇÃO DO PROBLEMA 
EM TORNO DA IMUNIDADE FISCAL RECÍPROCA 
 
A controvérsia no Recurso Extraordinário 68.741 teve origem na cobrança do Imposto 
sobre Produtos Industrializados (IPI) à Caixa Econômica Federal do Estado de São Paulo. A 
instituição alegou que, por ser uma entidade autárquica estadual, era imune ao pagamento do 
tributo em questão, tendo em vista a imunidade fiscal recíproca prevista na Constituição 
Federal. 
A discussão, portanto, se centra na interpretação dessa imunidade fiscal recíproca, que 
estabelece a não incidência de impostos entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Enquanto a Caixa Econômica do Estado de São Paulo defende a aplicação dessa imunidade em 
seu favor, a União argumenta pela incidência do IPI sobre veículos adquiridos pela instituição. 
O caso em si refere-se à disputa entre a Caixa Econômica e a União sobre a exigência 
do IPI no caso específico de veículos adquiridos pela instituição. A Caixa invocou a imunidade 
fiscal recíproca, argumentando que, por ser uma entidade autárquica estadual, não deveria pagar 
o imposto. Embora tenha conseguido uma decisão favorável em primeira instância, o Tribunal 
Federal de Recursos deu provimento ao agravo da União, determinando o pagamento do tributo. 
A Caixa recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que negou provimento ao recurso com base em 
orientação jurisprudencial anterior, que considerava que a imunidade fiscal recíproca não se 
aplicava à cobrança do IPI. 
No entanto, o caso gerou mais controvérsia, uma vez que decisões anteriores haviam 
considerado a realidade econômica para identificar o contribuinte de fato, mesmo que estranho 
à relação tributária, o que poderia resultar na exclusão da obrigação de pagamento do imposto. 
 
TÓPICO 02: SUJEITOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO E SEUS DISCURSOS E 
ARGUMENTOS 
 
Sujeitos: 
RECORRENTE: Caixa Econômica do Estado de São Paulo 
RECORRIDA: União Federal 
RELATOR: Sr. Ministro Bilac Pinto 
PRESIDENTE: Adalicio Nogueira 
 
ARGUMENTOS DE CADA AGENTE: 
 
 
Caixa Econômica (AUTORA): 
Em seu discurso inicial alegou, com sede no artigo 19, III, “a” e §1º da Constituição 
federal de 1969, que o instituto da imunidade fiscal reciproca abarcava a incidência do imposto 
sobre produtos industrializados (IPI) no que tange ao veículo adquirido para o uso da 
instituição, com base na interpretação extensiva do relatório disposto no acordão, subtrai-se o 
seguinte entendimento: 
O artigo 19, III, a da Constituição de 1969 prevê a imunidade fiscal recíproca entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nos seguintes termos: 
 
"Art. 19 - São reservadas aos Estados as seguintes atribuições: (...) 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, 
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos 
fixados em lei; 
a) os impostos sobre: 
1 - Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros." 
O parágrafo 1º do mesmo artigo dispõe: 
"Parágrafo 1º - Fica vedada a instituição de tributos sobre patrimônio, renda ou 
serviços uns dos outros, entre as pessoas jurídicas de direito público." 
 
No caso em questão, a Caixa Econômica, como instituição pública federal, estaria 
amparada pela imunidade fiscal recíproca prevista no artigo 19, III, a e parágrafo 1º da 
Constituição de 1969, em relação ao imposto sobre produtosindustrializados (IPI) que incide 
sobre o veículo adquirido para uso da instituição. Nesse sentido, a imunidade fiscal recíproca 
visa a preservar a autonomia e a independência dos entes federados, garantindo que um não 
exerça seu poder de tributar sobre o outro. 
Assim, a argumentação que se extrai da mera disposição do relatório, seria que a defesa 
da imunidade fiscal recíproca, no caso em questão, se basearia na interpretação literal do artigo 
19, III, a e parágrafo 1º da Constituição de 1969, que vedaria a tributação entre pessoas jurídicas 
de direito público. 
 
Uniao Federal (REU): 
A mera citação desprendida do relatório sobre os argumentos da união federal foi que o 
ente recorreu ao tribunal de recurso por meio de agravo a decisão de primeira instancia, recurso 
esse que foi acolhido. 
A tese defendida a época dos fatos pelos entes e Tribunais Federais era que a imunidade 
fiscal recíproca não se aplica à cobrança do IPI. Dessa forma, mesmo que a instituição possa 
ser considerada como ente imune, a imunidade não se estende ao IPI, pois o objetivo é evitar a 
bitributação entre os entes federativos, e não beneficiar entidades privadas ou públicas em 
detrimento do interesse coletivo. 
 
Ministro Bilac Pinto (RELATOR): 
O relator Sr. Ministro Bilac Pinto, acolheu o recurso tendo em vista a divergência 
existente a época dos fatos, assim buscando sanar e pacificar entendimento sobre a matéria, o 
ministro proferiu entendimento de que a imunidade recíproca não se aplica na cobrança do IPI, 
pois o contribuinte de direito é o industrial ou produtor, e não a instituição financeira que 
adquire o produto. 
Destacou ainda que não se pode opor a forma jurídica à realidade econômica, e que a 
relação tributária se estabelece unicamente entre o poder tributante e o contribuinte ou 
responsável, nos termos da lei, ou seja, o contribuinte de fato, que adquire o produto para uso 
próprio, é considerado estranho à relação jurídica tributária e não pode alegar a seu favor a 
imunidade recíproca. 
Tal entendimento, segundo o relator, foi fruto das orientações jurisprudenciais 
proferidas pelo Tribunal Pleno em sede dos julgamentos dos seguintes recursos extraordinários: 
68.215, 68.097 e 67.625/70, ao qual pacificaram a relação que o sujeito passivo desempenha 
para a concessão da imunidade fiscal reciproca, pois no caso em questão, o contribuinte de iure 
é o industrial ou produtor, sendo descartado o contribuinte de fato, agente alheio a relação 
tributaria existente. 
 
TÓPICO 03: INSTÂNCIAS ACIONADAS E SUAS DECISÕES E FUNDAMENTOS 
 
 
Cabe relatar que o acesso a integra do processo não foi possível, sendo pertinente 
pontuar que os argumentos posto a seguir se refere apenas ao relatório encontrado no inteiro 
teor fornecido pelo site do STF. 
Assim, no caso em questão, a Caixa Econômica invocou em Primeira Instancia a 
imunidade recíproca com base na Constituição de 1969, em vigor a época dos fatos, para evitar 
o pagamento do IPI incidente sobre o veículo adquirido para uso da instituição. Como 
mencionado anteriormente, a Constituição de 1969 estabelecia em seu artigo 19, inciso II, que 
a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios eram isentos de impostos sobre o 
patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros. 
A decisão de primeira instância foi favorável à Caixa Econômica, mas a União recorreu 
da decisão e o Tribunal Federal de Recursos deu provimento ao agravo, ou seja, reformou a 
decisão anterior e decidiu em favor da União. 
Sem ter acesso ao processo específico, não é possível analisar os fundamentos da 
decisão do Tribunal Federal de Recursos. No entanto, é possível afirmar que a imunidade 
recíproca, como garantia fundamental prevista na Constituição, deve ser interpretada de forma 
restritiva e em consonância com os princípios da capacidade contributiva e da solidariedade 
social. Assim, a imunidade recíproca não pode ser utilizada de forma abusiva ou para burlar a 
obrigação fiscal estabelecida pela lei. 
Prosseguindo, a Caixa Econômica inconformada com a decisão do Tribunal Federal de 
Recursos, interpôs o Recurso Extraordinário nº 68.741, com fundamento na letra d, do art. 19, 
III, da Constituição Federal de 1969. 
A letra d, do art. 19, III, da Constituição Federal de 1969 estabelecia que a União, os 
estados, o Distrito Federal e os municípios eram isentos de impostos sobre templos de qualquer 
culto, patrimônio e renda dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 
Em sede de decisão sobre o recurso ordinário 68.741, o STF entendeu que a imunidade 
recíproca não se aplica na cobrança do IPI, pois o contribuinte de direito é o industrial ou 
produtor, e não a instituição financeira que adquire o produto, embora a empresa possa transferir 
o ônus financeiro do imposto para o consumidor, isso não afeta a natureza da obrigação 
tributária. 
Pois, a jurisprudência do STF a época dos fatos, pacificava no sentido de que não se 
pode opor a forma jurídica à realidade econômica. Ademais, na análise de questões tributárias, 
não se deve levar em consideração apenas a forma como uma transação ou negócio foi 
estruturado juridicamente, mas sim a sua substância econômica. Isso porque muitas vezes as 
partes envolvidas em uma transação utilizam formas jurídicas específicas para obter benefícios 
fiscais ou evitar o pagamento de impostos. 
Portanto, o fato de o contribuinte de fato ser o consumidor final do produto não lhe 
confere o direito de invocar a imunidade recíproca, pois ele é estranho à relação tributária 
estabelecida entre o Estado e o produtor, e não pode alegar a seu favor a imunidade recíproca 
prevista na Constituição Federal. 
 
TÓPICO 04: TEMAS E INSTITUTOS JURÍDICOS RELACIONADOS AO CASO 
 
 
O tema abordado neste Recurso Extraordinário é a imunidade fiscal recíproca, que é 
reconhecida pela autoridade autárquica estadual e impede a cobrança de impostos sobre 
produtos industrializados adquiridos para uso de instituições. 
A imunidade fiscal é um instituto jurídico que tem como base um conjunto de normas 
reguladoras da criação legal e impede a incidência de tributação prevista na Constituição 
Federal. Essa imunidade pode exigir do Estado que se abstenha de cobrar tributos, e a nova 
contribuinte de fato passa a ser considerada estranha à relação jurídica tributária. 
Outro tema importante, neste caso, é a Tributação, que é o processo de arrecadação de 
impostos, taxas e contribuições pelo Estado. 
Temos ainda, a interpretação da Constituição: O caso em questão envolve a 
interpretação da Constituição Federal de 1969 e seus dispositivos relacionados à imunidade 
fiscal recíproca. A Caixa Econômica alega que a Constituição a ampara em relação ao IPI que 
incide sobre o veículo adquirido para uso da instituição, enquanto a União Federal defende que 
a imunidade fiscal recíproca não se aplica à cobrança do IPI. O relator do caso, por sua vez, 
acolheu o recurso tendo em vista a divergência existente e buscou pacificar o entendimento 
sobre a matéria. 
E por fim temo o contribuinte de fato: é a pessoa que adquire o produto para uso próprio, 
mas não é o sujeito passivo da obrigação tributária. No caso do IPI, a instituição financeira que 
adquire o veículo para uso próprio é considerada contribuinte de fato, mas não é o sujeito 
passivo da obrigação tributária. 
 
TÓPICO 05: PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO, À LUZ DO DIREITO 
APLICÁVEL, COM A DEVIDA FUNDAMENTAÇÃO, NÃO ESTANDO A MESMA 
ADSTRITA AO QUE RESTOU DECIDIDO NO CASO REAL 
 
Ao iluminarmos o caso em questão com a Constituição federal de 1988 e os julgados 
atuais, aduzimos que a imunidade tributária recíproca é um instituto constitucional que garante 
que os entes federados, seja ele a União, o Estados, o Distrito Federal ou Municípios,não podem 
cobrar impostos uns dos outros, ou seja, nenhum ente da federação pode instituir impostos sobre 
patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. A imunidade abrange não só os entes federados 
em si, mas também suas autarquias e fundações, não se aplicando as empresas públicas e 
sociedades de economia mista. 
Porém, é importante destacar que a imunidade recíproca não é absoluta e há exceções 
previstas em lei, como é o caso da incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 
sobre a importação de produtos estrangeiros. 
Um exemplo seria o tema nº 342 de Repercussão Geral do STF, fixa a seguinte tese: 
“A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de 
contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante 
para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão 
econômica do tributo envolvido.” 
 
O tema 342 de repercussão geral do STF trata da imunidade tributária recíproca prevista 
no artigo 150, VI, "a", da Constituição Federal, tendo o supremo tribunal entendido que a 
imunidade tributária recíproca não pode ser invocada pelo contribuinte de fato, ou seja, aquele 
que suporta o ônus econômico do tributo. Isso porque a imunidade é uma proteção concedida 
aos entes federados em si, e não a quem apenas arca com o custo do tributo. Assim, mesmo que 
o contribuinte de fato seja uma autarquia ou fundação de um ente federado, ele não poderá se 
valer da imunidade tributária recíproca para deixar de pagar um tributo que lhe é devido. 
Dessa forma, o tema 342 de repercussão geral do STF definiu o entendimento de que a 
imunidade tributária recíproca se aplica apenas aos contribuintes de direito, ou seja, aqueles 
que são legalmente obrigados a recolher o tributo, e não aos contribuintes de fato, que apenas 
suportam o ônus econômico da tributação. 
Atrelando ao que foi retratado ao longo do estudo sobre o Recurso Extraordinários 
68.741, percebemos que mesmo separados por anos, o entendimento pacificado está de 
encontro aos entendimentos atuais, pois seguiu a linha de raciocínio ao afirmar que a imunidade 
tributária recíproca não se aplica à cobrança do IPI, e que a figura do contribuinte de fato é 
estranha à relação jurídico-tributária, não podendo alegar a seu favor a imunidade. 
REFERÊNCIAS: 
 
CAVALCANTE, Silvania Matias. O alcance da imunidade tributária recíproca nos 
impostos indiretos. UFRN. Acesso em: 3 abr. 2023. 
 
GRADVOHL, Michel. Artigo | Reforma Tributária sobre o consumo: o que precisa ser 
feito. Brasil de Fato - Minas Gerais. Disponível em: 
<https://www.brasildefatomg.com.br/2021/06/17/artigo-reforma-tributaria-sobre-o-consumo- 
o-que-precisa-ser-feito>. Acesso em: 3 abr. 2023. 
 
PLANALTO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1967. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67emc69.htm. 
Acesso em: 2 abr. 2023. 
 
PLANALTO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso 
em: 1 abr. 2023. 
 
SENADO. Proposta simplifica sistema tributário e unifica tributos sobre consumo - 
Notícias. Portal da Câmara dos Deputados. Disponível em: 
<https://www.camara.leg.br/noticias/555563-proposta-simplifica-sistema-tributario-e-unifica- 
tributos-sobre-consumo>. Acesso em: 3 abr. 2023. 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.741. Disponível 
em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search. Acesso em: 2 abr. 2023. 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.450. Disponível 
em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search. Acesso em: 2 abr. 2023. 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EMBARGOS EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
68.450. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search. Acesso em: 2 abr. 2023. 
http://www.brasildefatomg.com.br/2021/06/17/artigo-reforma-tributaria-sobre-o-consumo-
http://www.brasildefatomg.com.br/2021/06/17/artigo-reforma-tributaria-sobre-o-consumo-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67emc69.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.camara.leg.br/noticias/555563-proposta-simplifica-sistema-tributario-e-unifica-
http://www.camara.leg.br/noticias/555563-proposta-simplifica-sistema-tributario-e-unifica-
	CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
	ESTUDO DE CASO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 68.450 E 68.741
	ESTUDO DE CASO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 68.450 E 68.741
	RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.450, STF
	TÓPICO 02: DESCRIÇÃO DO PROBLEMA
	TÓPICO 03: SUJEITOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO E SEUS DISCURSOS E ARGUMENTOS
	Discursos e argumentos do Ministro Aliomar Baleeiro
	NO QUE TANGE OS EMBARGOS NO RECURSO EXTRARORDINÁRIO Nº 68.450
	Discursos e argumentos do Ministro Eloy da Rocha
	Discursos e argumentos do Ministro Aliomar Baleeiro
	TÓPICO 04: INSTÂNCIAS ACIONADAS E SUAS DECISÕES E FUNDAMENTOS
	Segunda instancia - Tribunal federal de Recursos
	Terceira instancia - Supremo tribunal federal
	TÓPICO 05: TEMAS E INSTITUTOS JURÍDICOS RELACIONADOS AO CASO
	TÓPICO 06: PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO, À LUZ DO DIREITO APLICÁVEL, COM A DEVIDA FUNDAMENTAÇÃO, NÃO ESTANDO A MESMA ADSTRITA AO QUE RESTOU DECIDIDO NO CASO REAL
	RECURSO EXTRAORDINÁRIO 68.741, STF
	TÓPICO 02: SUJEITOS ENVOLVIDOS NA QUESTÃO E SEUS DISCURSOS E ARGUMENTOS
	ARGUMENTOS DE CADA AGENTE:
	Uniao Federal (REU):
	Ministro Bilac Pinto (RELATOR):
	TÓPICO 03: INSTÂNCIAS ACIONADAS E SUAS DECISÕES E FUNDAMENTOS
	TÓPICO 04: TEMAS E INSTITUTOS JURÍDICOS RELACIONADOS AO CASO
	TÓPICO 05: PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO, À LUZ DO DIREITO APLICÁVEL, COM A DEVIDA FUNDAMENTAÇÃO, NÃO ESTANDO A MESMA ADSTRITA AO QUE RESTOU DECIDIDO NO CASO REAL
	REFERÊNCIAS:
	PLANALTO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1967.
	PLANALTO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.

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