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Sumário
PORTUGUÊS ...................................................................................................................... 4
CAPÍTULO 1 .............................................................................................................. 4
INTERPRETE CORRETAMENTE UM FRAGMENTO DE TEXTO. .................... 4
CAPÍTULO 2 ............................................................................................................ 10
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO. FIGURAS DE LINGUAGEM ......................... 10
CAPÍTULO III ........................................................................................................... 18
DEZ DICAS DE COMO INTERPRETAR TEXTOS. .......................................... 18
ERROS MAIS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL: .......................... 24
CAPÍTULO V ........................................................................................................... 35
ORTOGRAFIA: ................................................................................................. 36
CAPÍTULO VI .......................................................................................................... 58
CLASSE DE PALAVRAS: ................................................................................ 59
CAPÍTULO VII ......................................................................................................... 76
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA ............................................... 77
CAPÍTULO VIII ........................................................................................................ 85
COLOCAÇÃO PRONOMINAL: ........................................................................ 85
CAPÍTULO IX .......................................................................................................... 88
USO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS: ...................................................... 88
CAPÍTULO X ........................................................................................................... 95
ESTRUTURA DO PERÍODO E DA ORAÇÃO .................................................. 96
CAPÍTULO XI ........................................................................................................ 115
REDAÇÃO (DOMÍNIO DA EXPRESSÃO ESCRITA) ..................................... 115
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................................................................................ 145
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DISPOSIÇÕES GERAIS A CERCA DA CF/88: .................................................. 145
ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO DE MINAS GERAIS ................................... 226
LEI nº 869 de 05 de julho de 1952 .................................................................... 226
EM LINHAS GERAIS, APRESENTAÇÃO RESUMIDA DA LEP .............................. 307
BREVE INTRODUÇÃO SOBRE PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE ......... 307
CÓDIGO PENAL....................................................................................................... 399
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................... 399
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................... 409
HISTÓRIA: ......................................................................................................... 409
LEI DA CARREIRA DO AGENTE PENITENCIÁRIO ............................................... 429
Lei n° 14.695/03 MG - Cria a Superintendência de Coordenação da Guarda
Penitenciária ................................................................................................................. 429
CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO PRELIMINAR................................................................... 429
Parágrafo único. A denominação, a competência e a descrição das unidades
administrativas de que trata este artigo serão estabelecidas em decreto. ........ 430
LEI DOS CRIMES DE TORTURA............................................................................. 440
DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS ........... 440
INTRODUÇÃO AO RACIOCÍNIO LÓGICO .............................................................. 445
COJUNTOS NUMÉRICOS E ARITMÉTICA ....................................................... 450
INTRODUÇÃO DE FRAÇÕES ........................................................................ 453
FRAÇÕES .......................................................................................................... 456
OPERAÇÕES ENTRE FRAÇÕES .................................................................. 463
RACIOCÍNIO LÓGICO NA TEORIA DOS CONJUNTOS...................................... 484
PORCENTAGEM ............................................................................................ 491
RACIOCÍNO LÓGICO EM SEQUÊNCIA DE PALAVRAS .............................. 494
PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS .................................................. 510
Regras de Inferência .......................................................................................... 524
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PORTUGUÊS
CAPÍTULO 1
EXPLICAÇÕES PRELIMINARES
INTERPRETE CORRETAMENTE UM FRAGMENTO DE TEXTO.
Todas as pessoas possuem dificuldades com o tema: interpretação de textos.
Encare isso como algo normal, inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com
segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo.
1) desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos
publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu
alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é
“ler por ler”, para se livrar.
2) aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça
exercícios de sinônimos e antônimos. (Consulte o nosso Redação para Concursos, que
tem uma seção dedicada a isso.)
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade,
eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior.
Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na qualidade de um
amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de
tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entende-
lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma,
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leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas. Tenha a paciência
necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um
determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso,
leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele
se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o texto. Tudo é uma questão
de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma. Então - acredite nisso -
alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a
uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou
candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é importante
desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado, lendo jornais e
revistas especializadas.
II) Paráfrase
Chama-se paráfrase a reescrita de um texto sem alteração de sentido. Questões de interpretação
com frequência se baseiam nesse conhecimento, nessa técnica. Vários recursos podem ser
utilizados para parafrasear um texto.
1) Empregode sinônimos.
Ex.: Embora voltasse cedo, deixava os pais preocupados.
Conquanto retornasse cedo, deixava os genitores preocupados.
Quero ressaltar aqui o emprego de duas conjunções importantes. EMBORA E
CONTANTO são conjunções adverbiais concessivas.
2) Emprego de antônimos, com apoio de uma palavra negativa.
Ex.: Ele era fraco.
Ele não era forte.
3) Utilização de termos anafóricos, isto é, que remetem a outros já citados no texto.
Ex.: Paulo e Antônio já saíram. Paulo foi ao colégio; Antônio, ao cinema.
Paulo e Antônio já saíram. Aquele foi ao colégio; este, ao cinema.
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Aquele = Paulo
Este = Antônio
Aquele e este são pronomes demonstrativos
4) Troca de termo verbal por nominal, e vice-versa.
Ex.: É necessário que todos colaborem.
É necessária a colaboração de todos.
Veja que interessante. Temos aqui o que a gente chama de oração subordinada
substantiva subjetiva. Repare que temos duas orações, trataremos deste tema mais a
frente.
Quero o respeito do grupo.
Quero que o grupo me respeite.
* veja que temos o verbo quero. Aqui temos um sujeito oculto (eu quero).
5) Omissão de termos facilmente subentendidos.
Ex.: Nós desejávamos uma missão mais delicada, mais importante.
Desejávamos missão mais delicada e importante.
*veja neste caso, retiramos o pronome nós, a oração passou a ter um sujeito oculto.
6) Mudança de ordem dos termos no período.
Ex.: Lendo o jornal, cheguei à conclusão de que tudo aquilo seria esquecido após três ou
quatro meses de investigação.
Cheguei à conclusão, lendo o jornal, de que tudo aquilo, após três ou quatro meses
de pesquisa, seria esquecido.
7) Mudança de voz verbal
Ex.: A mulher plantou uma roseira em seu jardim. (voz ativa)
* a mulher praticou a ação
Uma roseira foi plantada pela mulher em seu jardim. (voz passiva analítica)
*a mulher sofreu a ação
*Note que o termo PELA MULHER é agente da passiva
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Obs.: Se o sujeito for indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito
expresso na frase), haverá duas mudanças possíveis.
Ex.: Plantaram uma roseira. (voz ativa)
Uma roseira foi plantada. (voz passiva analítica)
Plantou-se uma roseira. (voz passiva sintética)
8) Troca de discurso
Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo: - Cortarei a grama sozinho.
(Discurso direto)
Naquela tarde, Pedro dirigiu-se ao pai dizendo que cortaria a grama sozinho.
(Discurso indireto)
9) Troca de palavras por expressões perifrásticas (vide perífrase, no capítulo seguinte) e
vice-versa
Perífrase é um recurso que consiste na troca de uma expressão mais curta por outra
mais longa.
Assim, uma conjugação perifrástica é aquela que utiliza mais de um verbo para
expressar a ideia. Ela é formada por um verbo principal no infinitivo ou no gerúndio e um
verbo auxiliar.
Ex.: Castro Alves visitou Paris naquele ano.
O poeta dos escravos visitou a cidade luz naquele ano.
* veja que houve uma substituição de CASTRO ALVES e PARIS pelos termos
correspondentes (poeta dos escravos E cidade luz)
10) Troca de locuções por palavras e vice-versa:
Ex.: O homem da cidade não conhece a linguagem do céu.
O homem urbano não conhece a linguagem celeste.
*HOMEM DA CIDADE ------ HOMEM URBANO (da cidade é uma locução adjetiva)
*LINGUAGEM CELESTE --------- LINGUAGEM DO CÉU, que é também uma locução
adjetiva
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Da cidade e do céu são locuções adjetivas e correspondem aos adjetivos urbano e
celeste. É importante conhecer um bom número de locuções adjetivas. Consulte o
assunto em nosso livro Redação para Concursos.
Numa paráfrase, vários desses recursos podem ser utilizados concomitantemente, além
de outros que não foram aqui referidos, mas que a prática nos apresenta. O importante é
ler com extrema atenção o trecho e suas possíveis paráfrases. Se perceber mudança de
sentido, a reescritura não pode ser considerada uma paráfrase. Há muitas questões de
provas baseadas nisso.
EXERCÍCIO:
Leia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que NÃO OCORRE uma
paráfrase.
O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não reconhecer no seu
íntimo a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas.
*veja que eu negritei aqui os verbos. Você deve sempre analisar verbo antes de tudo....
Essa é uma dica de ouro.
a) Frequentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu
íntimo o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas.
b) Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, de todas as
coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado.
c) Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas,
sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida frequentemente desnorteado.
d) O ser humano segue, com frequência, vida afora, sem rumo, porquanto não reconhece,
em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou
grandiosas.
e) O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo
íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa. * perceba
que esta alternativa está incorreta. A palavra sempre generaliza. Sempre é diferente de
“às vezes”.
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O trecho foi reescrito cinco vezes. Utilizaram-se vários recursos. Em quatro opções, o
sentido é rigorosamente o mesmo. Tal fato não se dá, porém, na letra e, que seria o
gabarito.
O texto original diz que “o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado...”,
contudo a reescritura nos diz “sempre desnorteado”. Ora, muitas vezes é uma coisa,
sempre é outra, bem diferente.
OBSERVAÇÕES
a) Tenha cuidado com a mudança de posição dos termos dentro da frase. Palavras ou
expressões podem alterar profundamente o sentido de um texto.
Ex.: Encontrei determinadas pessoas naquela cidade.
Encontrei pessoas determinadas naquela cidade.
Na primeira frase, determinadas é um pronome indefinido, equivalente a certas, umas,
algumas; na segunda, é um adjetivo e significa decididas.
b) Cuidado também com a pontuação, que costuma passar despercebida.
Ex.: A criança agitada corria pelo quintal.
A criança, agitada, corria pelo quintal.
Na primeira frase, o adjetivo agitada indica uma característica da criança, algo inerente a
ela, isto é, trata-se de uma pessoa sempre agitada. Na segunda, as vírgulas indicam que
a criança está agitada naquele momento, sem que necessariamente ela o seja no seu dia-
a-dia.
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CAPÍTULO 2
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO. FIGURAS DE LINGUAGEM
Denotação
Consultando o dicionário Houaiss, encontramos para a palavra jóia as seguintes
definições:
1. objeto de metal precioso finamente trabalhado, em que muitas vezes se engastam
pedras preciosas, pérolas etc. ou a que é aplicado esmalte, us. Como acessório de
vestuário, adorno de cabeça, pescoço, orelhas, braços, dedos etc.
2. Pedra preciosa de grande valor.
3. p. ext. qualquer objeto caro e trabalhado com arte (estatueta, relógio, cofre, vaso
etc).
As definições são claras, precisas. Todas giram em torno de um objeto devalor. A partir
dessas definições, podemos criar frases com muita segurança.
Ex.: Essa joia em seu pescoço está há várias gerações em nossa família.
O rubi é uma joia que encanta meus olhos.
Aquele vaso, provavelmente chinês, é uma joia de raro acabamento.
A palavra joia, presente nas três frases citadas, foi empregada em seussentidos reais,
primitivos. A isso se dá o nome de denotação.
Conotação
Voltando ao dicionário citado, encontramos na sequência da leitura o
seguinte:
4 fig. pessoa ou coisa muito boa e querida (sua sobrinha é uma joia.
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O próprio dicionarista nos dá um exemplo. Vejamos outras frasesabaixo.
Ela é uma joia de menina.
Que joia esse cachorrinho!
Minha irmã se tornou uma joia muito especial.
Observe que, em todas as frases, a palavra joia extrapolou o sentido original de objeto
caro. Ela está se referindo a pessoas e animais, que, na realidade, não podem ser joias,
se levarmos em conta o sentido denotativo do termo. Há uma comparação implícita em
cada frase: bonito ou bonita como uma joia. Dizemos então que se trata de conotação.
Vamos comparar as duas frases abaixo:
Comi uma fruta deliciosa.
Ela escreveu uma frase deliciosa.
Na primeira, o adjetivo deliciosa está empregado denotativamente, pois indica o gosto
agradável da fruta; trata-se do sentido real do termo. Na segunda, o adjetivo não pode ser
entendido “ao pé da letra”, uma vez que frase não tem gosto, não tem sabor. É um
emprego especial, estilístico da palavra deliciosa.
Assim, ela está usada conotativamente.
Muitas vezes, as perguntas de interpretação se voltam para o emprego denotativo ou
conotativo dos vocábulos. E mais: o entendimento global do texto pode depender disso.
Leia-o, pois, com atenção. A leitura atenta é tudo.
Figuras de linguagem
As figuras constituem um recurso especial de construção, valorizando e embelezando o
texto. Há questões de provas, inclusive em concursos públicos, que cobram, direta ou
indiretamente, o emprego adequado da linguagem figurada.
Vejamos as mais importantes, que você não pode desconhecer. Elas não serão, aqui,
agrupadas de acordo com sua natureza: de palavras, de pensamento e de sintaxe. Não
há importância nessa distinção, para interpretarmos um texto.
1. Comparação ou simile
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Consiste, como o próprio nome indica, em comparar dois seres, fazendo uso de
conectivos apropriados.
Ex.: Esse liqüido é azedo como limão.
A jovem estava branca qual uma vela.
2. Metáfora
Tipo de comparação em que não aparecem o conectivo nem o elemento comum aos
seres comparados.
Ex.: “Minha vida era um palco iluminado...” (Minha vida era alegre, bonita etc. como um
palco iluminado.).
Tuas mãos são de veludo. (Entenda-se: mãos macias como o veludo)
“A vida, manso lago azul...” (Júlio Salusse)
(Neste exemplo, nem o verbo aparece, mas é clara a idéia da comparação: a vida é
suave, calma como um manso lago azul.)
3. Metonímia
Troca de uma palavra por outra, havendo entre elas uma relação real, concreta, objetiva.
Há vários tipos de metonímia.
Ex.: Sempre li Érico Veríssimo, (o autor pela obra)
Ele nunca teve o seu próprio teto. (a parte pelo todo)
Cuidemos da infância. (o abstrato pelo concreto: infância / crianças)
Comerei mais um prato. (o continente pelo conteúdo)
Ganho a vida com meu suor. (o efeito pela causa)
4. Hipérbole
Consiste em exagerar as coisas, extrapolando a realidade.
Ex.: Tenho milhares de coisas para fazer.
Estava quase estourando de tanto rir.
Vive inundado de lágrimas.
5. Eufemismo
É a suavização de uma idéia desagradável. Chamado de linguagemdiplomática.
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Ex.: Minha avozinha descansou. (morreu)
Ele tem aquela doença. (câncer)
Você não foi feliz com suas palavras. (foi estúpido, grosseiro)
6. Prosopopeia ou personificação
Consiste em se atribuir a um ser inanimado ou a um animal ações próprias dos seres
humanos.
Ex. A areia chorava por causa do calor.
As flores sorriam para ela.
7. Pleonasmo
Repetição enfática de um termo ou de uma ideia.
Ex.: O pátio, ninguém pensou em lavá-lo. (lo = O pátio)
Vi o acidente com olhos bem atentos. (Ver só pode ser com os olhos.)
8. Anacoluto
É a quebra da estruturação sintática, de que resulta ficar um termo sem função sintática
no período. É parecido com um dos tipos de pleonasmo.
Ex.: O jovem, alguém precisa falar com ele.
Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele não se encaixa
sintaticamente no período. Caso disséssemos Com o jovem, teríamos um pleonasmo:
com o jovem = com ele.
9. Antítese
Emprego de palavras ou expressões de sentido oposto.
Ex.: Era cedo para alguns e tarde para outros.
“Não és bom, nem és mau: és triste e humano.” (Olavo Bilac)
10. Sinestesia
Consiste numa fusão de sentidos.
Ex.: Despertou-me um som colorido. (audição e visão)
Era uma beleza fria. (visão e tato)
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11. Catacrese
É a extensão de sentido que sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento
do termo apropriado. Essa extensão ocorre com base na analogia. Por isso, ela é uma
variação da metáfora.
Ex.: Leito do rio. Dente de alho. Barriga da perna. Céu da boca.
Curiosas são as catacreses constituídas por verbos: embarcar num trem, enterrar uma
agulha no dedo etc. Embarcar é entrar no barco, não no trem; enterrar é entrar na terra,
não no dedo.
12. Hipálage
Adjetivação de um termo em vez de outro.
Ex.: O nado branco dos cisnes o fascinou, (brancos são os cisnes)
Acompanhava o voo negro dos urubus, (negros são os urubus)
13. Quiasmo
Ao mesmo tempo repetição e inversão de termos, podendo haver algumas alterações.
Ex.: “No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho “(C. D.
Andrade) “Vinhas fatigada e triste, e triste e fatigado eu vinha.” (Olavo Bilac)
14. Silepse
Concordância anormal feita com a ideia que se faz do termo e não com o próprio termo.
Pode ser:
a) de gênero
Ex.: V Sa é bondoso.
A concordância normal seria bondosa, já que V. Sa é do gênero feminino.
Fez-se a concordância com a ideia que se possui, ou seja, trata-se de um homem.
b) de número
Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta.
O segundo verbo do período deveria concordar com grupo.
Mas a ideia de plural contida no coletivo leva o falante a botar o verbo no
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plural: conversavam. Tal concordância anormal não deve ser feita com o primeiro verbo.
c) de pessoa.
Ex.: Os brasileiros somos otimistas.
Em princípio, dir-se-ia são, pois o sujeito é de terceira pessoa do plural.
Mas, por estar incluído entre os brasileiros, é possível colocar o verbo na primeira pessoa:
somos.
15. Perífrase
Emprego de várias palavras no lugar de poucas ou de uma só.
Ex.: “Se lá no assento etéreo onde subiste...” (Camões)
assento etéreo = céu.
Morei na Veneza brasileira.
Veneza brasileira = Recife
Não provoque o rei dos animais.
rei dos animais = leão.
Obs.: Questões que envolvem perífrase pedem, frequentemente, conhecimento
independente do texto.
16. Assíndeto
Ausência de conectivo. É um tipo especial de elipse, que é a omissão de qualquer termo.
Ex.: Entrei, peguei o livro, fui para a rede.
Ligando as duas últimas orações, deveria aparecer a conjunção e.
17. Polissíndeto
Repetição da conjunção, geralmente e.
Ex.: “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” (Padre Antônio Tomás)
“E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta.” (Olavo Bilac)
18. Zeugma
Omissão de um termo, geralmente verbo, empregado anteriormente.
Variação da elipse.
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Ex.: “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.” (Tomás Ribeiro)
“São estas as tradições das nossas linhagens; estes os exemplos de nossos avós.”
(Herculano)
Obs. Na primeira frase, está subentendida a forma verbal legisla; na segunda, são.
19. Apóstrofe
Chamamento, invocação de alguém ou algo, presente ou ausente.
Corresponde ao vocativo da análise sintática.
Ex.: “Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?!” (Castro Alves)
“Erguei-vos, menestréis, das púrpuras do leito!” (Guerra Junqueiro)
20. Ironia
Consiste em dizer-se o contrário do que se quer. É figura muito importante para a
interpretação de textos.
Ex.: “Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta, um amor.”
(Mário de Andrade)
Observe que, após chamar a moça de burra, o poeta encerra a estrofe com um
aparente elogio: um amor.
21. Hipérbato
É a inversão da ordem dostermos na oração ou das orações no período.
Ex.: “Aberta em par estava a porta.” (Almeida Garrett)
“Essas que ao vento vêm Belas chuvas de junho!” (Joaquim Cardozo)
22. Anástrofe
Variante do hipérbato. Consiste em se inverter a ordem natural existente entre o termo
determinado (principal) e o determinante (acessório).
Ex.: Sentimos do vento a carícia.
Determinado: a carícia
Determinante: do vento
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Obs.: Nem sempre é simples a distinção entre hipérbato e anástrofe. Há certa
discordância entre os especialistas do assunto.
23. Onomatopeia
Palavra que imita sons da natureza.
Ex.: O ribombar dos canhões nos assustava.
Não aguentava mais aquele tique-taque insistente.
“Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)
24. Aliteração
Repetição de fonemas consonantais.
Ex.: Nem toda tarefa é tão tranquila.
“Ruem por terra as emperradas portas.” (Bocage)
“Os teus grilhões estrídulos estalam.” (Raimundo Correia)
Obs.: Nos dois últimos exemplos, as aliterações procuram reproduzir, sons naturais,
constituindo-se também em onomatopeias.
25. Enálage
Troca de tempos verbais.
Ex.: Se você viesse, ganhava minha vida mais entusiasmo,
Agora que murcharam teus loureiros
Fora doce em teu seio amar de novo.” (Álvares de Azevedo)
Obs.: Na primeira frase, ganhava está no lugar de ganharia; na segunda, fora substitui
seria.
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CAPÍTULO III
DEZ DICAS DE COMO INTERPRETAR TEXTOS.
A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos
de gêneros textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas
pessoas é a interpretação de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é
muito difícil. Concordo. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca
argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de interpretar. A
interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente
quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de
nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e
pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso." Com certeza, várias vezes. Temos aí a
identificação de nossos pensamentos com os pensamentos dos autores, mas para que
aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever
quando puder e quiser.
A prática das escolas em relação à escrita e interpretação tem mudado, mas a passos
lentos, aliás como tudo que acontece na educação. Ainda temos professores em sala de
aula que cortam a veia literária de seus alunos com comentários medíocres, que
permitem apenas uma interpretação possível, a que vem no livro do professor com a tarja
"uso do professor/venda proibida".
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas
acredite, valerá a pena para sua vida futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é
difícil, você exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo.
Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um olhar de desaprovação mesmo
sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino está a fim de você numa boate
pela troca de olhares.
A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumentamos, expomos
nossos pontos de vista. Mas, basta o (a) professor (a) dizer "Vamos agora interpretar esse
texto" para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... Pois ao se
calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o
medo de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes
que pense, o medo terá ido embora.
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Vou colocar aqui algumas dicas para quando você interpretar um texto:
O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é a chave.
Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá
apenas os aspectos superficiais primeiro
Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os
personagens - Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais fácil será para
interpretar o texto.
Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem
escrever no texto.
Não tenha medo de opinar - Já vi em sala de aula muitos alunos terem medo de
dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito.
Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não viaje muito
na interpretação. Veja os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se
aos caminhos que lhe são mostrados.
Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens - Se um
determinado personagem tem como característica ser mentiroso, por exemplo, o que
ele diz no texto poderá ser mentira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens
são pontos necessário para uma boa interpretação de texto.
Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos acontecimentos, o
feedback, conta muito na hora de interpretar.
Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É importante que
você saiba ou pesquise sobre a época narrada no texto, assim, certas contradições ou
estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura da época sendo
demonstrada.
Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia
estamos concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito.
Bem, não digo que seguindo essas dicas você agora interpretará todo texto que ler, mas
já é um caminho. E, lembre-se: o hábito da leitura auxilia automaticamente a sua maneira
de interpretar.
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AGORA VAMOS COLOCAR EM PRÁTICA ESTAS DEZ DICAS:
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
COMO O REI DE UM PAÍS CHUVOSO
Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de diversas
maneiras. Algumas de suas vítimas invadem o “shopping center” e, empunhando um
cartão de crédito, comprometem o futuro do marido ou da mulher e dos filhos. A maioria
opta por ficar horas diante da TV, assistindo a “reality shows”, os quais, por razões que
me escapam, tornam interessante para seu público a vida comum de estranhos, ou seja,
algo idêntico à própria rotina considerada vazia, claustrofóbica.
O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos
naturalmente imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram capazes de se divertir
umas com as outras ou até sozinhas. Dotadas de cérebros que, como esponjas, tudo
absorvem e de um ambiente, qualquer um, no qual tudo é novo, tudo é infinito, nunca lhes
faltam informação e dados a processar. Elas não precisam ser entretidas pelos adultos,
pois o que quer que estes façam ou deixem de fazer lhes desperta, por definição, a
curiosidade natural e aguça seus instintos analíticos. E, todavia, os pais se veem cada
vez mais compelidos a inventar maneiras de distrair seus filhos durante as horas ociosas
destes, um conceito que, na minha infância, não existia. É a ideia de que, se a família os
ocupar com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida.
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. Se o mal em si nada
tem de original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como o medo, o nojo e a raiva, junto
com nossa espécie ou, quem sabe, antes, também é verdade que, por milênios, somente
uma minoria dispunha das precondições necessárias para sofrer dele. Falamos do
homem cujas refeições da semana dependiam do que conseguiria caçar na segunda-
feira, antes de, na terça, estar fraco o bastante para se converter em caça e de uma
mulher que, de sol a sol, trabalhava com a enxada ou o pilão. Nenhum deles tinha tempo
de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e sistemáticopara se manifestar em
grande escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória
coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide social, a
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reis, nobres, magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, organizadas e
avançadas, transformavam a faina abusiva da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.
O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que Baudelaire,
para, há século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país chuvoso, como se
experimentar delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de
“aristocrata de espírito”.
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram
raridades reservadas a uma elite mínima. E, se houve um produto que se difundiu com
sucesso notável pelos mais inesperados andares e cantos do edifício social, esse
produto foi o tédio. Nem se requer uma fartura de Primeiro Mundo para se chegar à sua
massificação. Basta, a rigor, que à satisfação do biologicamente básico se associe o
cerceamento de outras possibilidades (como, inclusive, a da fuga ou da emigração), para
que o tempo ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi assim que, após as emoções
fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios fabricantes de
tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seus rivais capitalistas. O
tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se não existisse o tédio, não
haveria, por exemplo, tantas empresas de entretenimento e tantas fortunas decorrentes
delas. Seja como for, nem esta nem soluções tradicionais (a alta cultura, a religião
organizada) resolverão seus impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as
massas de crianças e jovens perpetuamente desempregados, funcionários, gente
aposentada e cidadãos em geral ameaçados não pela fome, guerra ou epidemias, mas
pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas?
ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado)
“Como o rei de um país chuvoso”
1) O título do texto contém, sobretudo,
A) uma alusão à antítese entre a facilidade de provimento das necessidades materiais e o
vazio decorrente do ócio e da monotonia pela ausência de motivos por que lutar.
B) uma comparação que trata da dificuldade de convivência entre a opulência do poder e
a manipulação decorrente do consumismo exacerbado.
C) uma metáfora relacionada à coabitação da angústia existencial contemporânea com a
busca de sentidos para a vida, especialmente entre os membros da aristocracia.
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D) uma referência ao conflito advindo da solidão do poder, especialmente no que se
refere ao desânimo oriundo da ausência de perspectivas para a vida em sociedade.
2) O texto NÃO menciona como causa para a presença do tédio na sociedade
moderna
A) a ausência de atividades físicas compulsórias relacionadas com a sobrevivência.
B) a facilidade de acesso aos bens que proveem as necessidades físicas primárias.
C) a limitação da mobilidade física e privação de certas liberdades.
D) a proliferação de empresas e de espaços de lazer e de consumo.
3) A alternativa em que o termo destacado NÃO está corretamente explicado entre
parênteses é:
A) “[...] aos membros privilegiados de sociedades que [...] transformavam a faina abusiva
da maioria no luxo de pouquíssimos eleitos.” (linhas 30-32) (A CARÊNCIA, A MISÉRIA)
B) “Basta [...] que à satisfação do biologicamente básico se associe o cerceamento de
outras possibilidades [...]” (linhas 41-43) (A RESTRIÇÃO, A SUPRESSÃO)
C) “[...] os países socialistas se revelaram exímios fabricantes do tédio[...]” (linhas 45- 46)
(EMINENTES, PERFEITOS)
D) “Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio.” (linha 1) (UM
FANTASMA, UMA AMEAÇA)
4) “O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás,
julgávamos naturalmente imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9)
A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por:
A) a uma ou duas gerações.
B) acerca de duas gerações.
C) há uma ou duas gerações.
D) por uma ou duas gerações.
5) “Se não existisse o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.” (linhas 47-49)
Alterando-se os tempos verbais, haverá erro de coesão em:
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A) Não existindo o tédio, não haveria, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
B) Se não existe o tédio, não terá havido, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
C) Se não existir o tédio, não vai haver, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
D) Se não tivesse existido o tédio, não teria havido, por exemplo, tantas empresas de
entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas.
6) A supressão da vírgula implica alteração do sentido em:
A) “Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, previamente, eram
raridades reservadas a uma elite mínima.” (linhas 37-38)
Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que previamente eram
raridades reservadas a uma elite mínima.
B) “Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, que pressupõe ócio abundante e
sistemático [...]” (linhas 26-27) Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio que pressupõe
ócio abundante e sistemático [...]
C) “O tédio não é piada, nem um problema menor.” (linha 47)
O tédio não é piada nem um problema menor.
D) “[...] também é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das
precondições necessárias [...]” (linhas 21-23) [...] também é verdade que por milênios
somente uma minoria dispunha das precondições necessárias [...]
GABARITO
1B 2D 3A 4C 5C 6A
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CAPÍTULO IV
ERROS MAIS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL:
As questões de interpretação de textos vêm ganhando espaço nos concursos públicos.
Também é a partir de textos que as questões normalmente cobram a aplicação das
regras gramaticais nos grandes concursos de hoje em dia.
POR ISSO, É CADA VEZ MAIS IMPORTANTE OBSERVAR OS COMANDOS DAS
QUESTÕES. NORMALMENTE O CANDIDATO É CONVIDADO A:
Identificar: Reconhecer elementos fundamentais apresentados no texto.
Comparar:
Descobrir as relações de semelhanças ou de diferenças entre situações
apresentadas no texto.
Comentar: Relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.
Resumir: Concentrar as ideias centrais em um só parágrafo.
Parafrasear: Reescrever o texto com outras palavras.
Continuar: Dar continuidade ao texto apresentado, mantendo a mesma linha temática.
São condições básicas para o candidato interpretar textos: o conhecimento histórico (aí
incluída a prática da leitura), o conhecimento gramatical e semântico
(significado das palavras, aí incluídos homônimos, parônimos, sinônimos, denotação,
conotação), e a capacidade de observação, de síntese e de raciocínio.
ERROS COMUNS DE INTERPRETAÇÃO:
EXTRAPOLAÇÃO “viagem”:
Ocorre quando o candidato sai do contexto, acrescentando ideias que não estão
no texto, normalmente porque já conhecia o tema por uso de sua imaginação
criativa.
Portanto, é proibido viajar.
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REDUÇÃO:
É o oposto da extrapolação.
Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto é
um conjunto de ideias.
CONTRADIÇÃO:
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o
candidato chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Portanto, internalize as ideias do autor e ponha-se no lugar dele.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.Exemplo:
“Indique a alternativa que apresenta idéia contrária à do texto”
Cada vez torna-se mais usada a interpretação de textos em testes importantes, como
vestibular, concursos públicos e provas de proficiência. Eles costumam ser o “bicho-
papão” que apavora os alunos, mas não deveria ser assim, já que provavelmente são a
única parte do teste que já traz suas próprias respostas, bastando que o aluno as
encontre.
Antes de interpretar um texto o aluno deve entender que tipo de análise está sendo
proposto. Basicamente existem dois tipos de análise:
Subjetiva
Nesse tipo de análise pede-se que o aluno responda o que ele pensou, sua opinião e
deduções sobre o texto. A margem de acerto é mais elástica, sendo permitida uma
variação maior nas respostas, mas por ser também mais difícil de corrigir devido à sua
subjetividade é pouco frequente o encontrarmos em provas importantes, como vestibular
ou concursos públicos. Costuma ser mais empregado no primeiro ou segundo graus,
quando a meta a ser atingida é que o aluno aprenda a escrever e ordenar ideias, ou
aprender figuras de linguagem e emprego de vocabulário mais rico.
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Nesse tipo de análise existem questões como:
Quando o autor diz “sentado à beira do caminho”, o que você acha que ele quis dizer?
Como se vê, é pedida uma conclusão ou opinião do aluno, o que é comum nesse tipo de
análise. Esse tipo de análise pode ser apresentado como múltipla escolha ou dissertativo.
Objetiva
Esse é o tipo de análise mais usado hoje em provas oficiais, pede-se que seja citado
exatamente o que constava do texto, explícita ou implicitamente.
Exemplo:
No texto consta: “Maria costumava chegar atrasada no início da semana.”
Questão: Qual era o problema de Maria?
Nesse caso a resposta pode estar explícita se a alternativa correta for “chegar atrasada
no início da semana” ou implícita se for “chegar atrasada às segundas”. Apesar de a
segunda hipótese (chegar atrasada às segundas) não estar literalmente contida no texto,
ela está implícita, uma vez que segunda-feira é o início da semana.
Tome cuidado nesse tipo de análise para citar exatamente o que está no texto. Muitas
alternativas são semelhantes, mas escolha sempre aquela que mais se aproxima ao
texto em significado. Na análise objetiva de um texto científico sobre assunto específico,
cite apenas o que está no texto.
Análises sobre assuntos muito debatidos e atuais costumam prejudicar o aluno porque
muitas vezes há alternativas com elementos que não estão no texto mas são informações
que o aluno já tinha anteriormente sobre o assunto.
Tome também cuidado porque não se pedem respostas “morais”, ou seja, não se leva em
conta a sua opinião, e sim o que o autor escreveu. Se o texto é sobre o aborto e lá
constar que “o aborto é a melhor solução quando a mãe é de uma família de baixa renda”
é isso que você deve colocar como resposta na questão:
“Segundo o autor, qual a melhor solução para grávidas de famílias de baixa renda?”
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Não importa o que você acha, o que importa é apenas interpretar o texto, portanto se
você é contra o aborto, nada de marcar outra resposta que não seja “o aborto“.
Erros comuns na interpretação objetiva
Os alunos pecam essencialmente por:
1- Excesso – algumas alternativas vão além do que está no texto, induzindo o aluno
desatento ao erro.
No texto: “Maria estava muito triste.”
Resposta incorreta: Maria estava muito triste e chorou.
Note que no texto não se disse que ela chorou. O fato de o início da frase ser semelhante
à frase do texto induz o aluno ao erro, pois ele lê apenas o começo da frase, não
percebendo que o final “e chorou” é uma informação não contida no texto.
2- Falta de elementos importantes – o aluno assinala uma resposta incompleta em
relação ao que está sendo pedido.
No texto: “Maria costumava chegar atrasada ao trabalho às segundas”
Resposta incorreta: “Maria costumava se atrasar às segundas.”
Antes de assinalar essa resposta, veja se não há outra especificando que ela chegava
atrasada ao trabalho, pois o texto não sugere que ela chegue atrasada a outros lugares,
apenas ao trabalho.
3- Semelhança – por conter muitas palavras semelhantes ao texto o aluno assinala
respostas cujo sentido é um pouco ou totalmente divergente do que está escrito.
No texto: “Maria às vezes chegava atrasada ao trabalho.”
Resposta incorreta: “Maria sempre chegava atrasada ao trabalho.”
Nesse tipo de questão costuma haver uma alternativa, que mesmo não contendo
exatamente as mesmas palavras do texto, é semelhante em seu sentido. A resposta
correta poderia ser, por exemplo: “Maria nem sempre chegava ao trabalho no horário.”
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Se dizemos que Maria chegava atrasada às vezes e se dizemos que ela nem
sempre chegava no horário, o significado é basicamente o mesmo.
Conclusão
Da próxima vez em que for analisar um texto, lembre-se de não incorrer nesses erros e
preste muita atenção ao que está sendo pedido, pois algumas questões costumam ser
fatais se você não ler o enunciado. São comuns enunciados como abaixo:
Assinale o que não foi citado no texto.
Segundo o texto, o que é falso.
Veja que nesse tipo de questão você terá que encontrar exatamente o contrário do que
está no texto.
EXERCÍCIOS:
TEXTO I
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se
poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja
começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a
primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para
quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e
mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo:
diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias
Póstumas de Brás Cubas)
1) Pode-se afirmar, com base nas ideias do autor-personagem, que se trata:
a) de um texto jornalístico.
b) de um texto religioso.
c) de um texto científico.
d) de um texto autobiográfico.
e) de um texto teatral
2) Para o autor-personagem, é menos comum:
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a) começar um livro por seu nascimento.
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte.
c) começar um livro por sua morte.
d) não começar um livro por sua morte.
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.
3) Deduz-se do texto que o autor-personagem:
a) está morrendo.
b) já morreu.
c) não quer morrer.
d) não vai morrer.
e) renasceu.
4) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos:
a) escreveram livros.
b) se preocupam com a vida e a morte.
c) não foram compreendidos.
d) valorizam a morte.
e) falam sobre suas mortes.
5) A diferença capital entre o autor e Moisés é que:
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida.
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso.
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte.
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte.
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.
6) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco:
a) não fala da morte de Moisés.
b) foi lido pelo autor do texto.
c) foi escrito por Moisés.
d) só fala da vida de Moisés.
e) serviu de modelo ao autor do texto.
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7) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para:
a) introito
b) princípio
c) cabo
d) berço
e) fim
8) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua):
a) conformismo diante da morte ;
b) tristeza por se sentir morto
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação
d) otimismo quanto ao futuro literário
e) atividade apesar de estar morto
TEXTO II
Segunda maiorprodutora mundial de embalagem longa vida, a SIG Combibloc, principal
divisão do grupo suíço SIG, prepara a abertura de uma fábrica no Brasil. A empresa,
responsável por 1 bilhão do 1,5 bilhão de dólares de faturamento do grupo, chegou ao
país há dois anos disposta 5 a brigar com a líder global, Tetrapak, que detém cerca de
80% dos negócios nesse mercado. Os estudos para a implantação da fábrica foram
recentemente concluídos e apontam para o Sul do país, pela facilidade logística junto ao
Mercosul. Entre os oito atuais clientes da Combibloc na região estão a Unilever, com a
marca de atomatado Malloa, no Chile, e a 10 italiana Cirio, no Brasil. (Denise Brito, na
Exame, dez./99)
9) Segundo o texto, a SIG Combibloc:
a) produz menos embalagem que a Tetrapak.
b) vai transferir suas fábricas brasileiras para o Sul.
c) possui oito clientes no Brasil.
d) vai abrir mais uma fábrica no Brasil.
e) possui cliente no Brasil há dois anos, embora não esteja instalada no país.
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Atualizada em 2021
10) Segundo o texto:
a) O Mercosul não influiu na decisão de instalar uma fábrica no Sul.
b) a SIG Combibloc está entrando no ramo de atomatado.
c) a empresa suíça SIG ocupa o 2o lugar mundial na produção de embalagem longa vida.
d) a Unilever é empresa chilena
e) a SIG Combibloc detém 2/3 do faturamento do grupo.
11) Os estudos apontam para o Sul porque:
a) o clima favorece a produção de embalagens longa vida.
b) está próximo aos demais países que compõem o Mercosul.
c) a Cirio já se encontra estabelecida ali. -v-.v.
d) nos países do Mercosul já há clientes da Combibloc.
e) o Sul é uma região desenvolvida e promissora.
12) “...que detém cerca de 80% dos negócios nesse mercado.” (/. 5-6) Das
alterações feitas nessa passagem do texto, a que não mantém o sentido original é:
a) a qual detém cerca de 80% dos negócios em tal mercado.
b) que possui perto de 80% dos negócios nesse mercado.
c) que detém aproximadamente 80% dos negócios em tais mercados.
d) a qual possui aproximadamente 80% dos negócios nesse mercado.
e) a qual detém perto de 80% dos negócios nesse mercado.
13) “...e apontam para o Sul do país...” O trecho destacado só não pode ser
entendido, no texto, como:
a) e indicam o Sul do pai
b) e recomendam o Sul do país
c) e incluem o Sul do país
d) e aconselham o Sul do país
e) e sugerem o Sul do país
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TEXTO III
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no
desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram,
eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria extrativa, na caça, na pesca, em
determinados ofícios 5 mecânicos e na criação do gado. Dificilmente se acomodavam,
porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos canaviais. Sua
tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem
exercer-se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. (Sérgio
Buarque de Holanda, in Raízes)
14) Segundo o autor, os antigos moradores da terra:
a) foram o fator decisivo no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.
b) colaboravam com má vontade na caça e na pesca.
c) não gostavam de atividades rotineiras.
d) não colaboraram com a indústria extrativa.
e) levavam uma vida sedentária.
15) “Trabalho acurado” (l. 6) é o mesmo que:
a) trabalho apressado
b) trabalho aprimorado
c) trabalho lento
d) trabalho especial
e) trabalho duro
16) Na expressão “tendência espontânea” (/. 7), temos uma(a):
a) ambiguidade
b) cacofonia
c) neologismo
d) redundância
e) arcaísmo
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Atualizada em 2021
17) Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses
b) os negros
c) os índios
d) tanto os índios quanto os negros
e) a miscigenação de portugueses e índios
18) Pelo visto, os antigos moradores da terra não possuíam muito (a):
a) disposição
b) responsabilidade
c) inteligência
d) paciência
e) orgulho
TEXTO III
Com todo o aparato de suas hordas guerreiras, não conseguiram as bandeiras realizar
jamais a façanha levada a cabo pelo boi e pelo vaqueiro. Enquanto que aquelas, no
desbravar, sacrificavam indígenas aos milhares, despovoando sem fixarem-se, estes
foram 5 pontilhando de currais os desertos trilhados, catequizando o nativo para seus
misteres, detendo-se, enraizando-se. No primeiro caso era o ir e voltar; no segundo, era o
ir-e-ficar. E assim foi o curral precedendo a fazenda e o engenho, o vaqueiro e o lavrador,
realizando uma obra de conquista dos altos sertões, exclusive a pioneira. (José Alípio
Goulart, in Brasil do Boi)
19) Segundo o texto:
a) tudo que as bandeiras fizeram foi feito também pelo boi e pelo vaqueiro.
b) o boi e o vaqueiro fizeram todas as coisas que as bandeiras fizeram.
c) nem as bandeiras nem o boi e o vaqueiro alcançaram seus objetivos.
d) o boi e o vaqueiro realizaram seu trabalho porque as bandeiras abriram o caminho.
e) o boi e o vaqueiro fizeram coisas que as bandeiras não conseguiram fazer.
20) Com relação às bandeiras, não se pode afirmar que:
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a) desbravaram
b) mataram
c) catequizaram
d) despovoaram
e) não se fixaram
21) Os índios foram:
a) maltratados
b) aviltados
c) expulsos
d) presos
e) massacrados
22) O par que não caracteriza a oposição existente entre as bandeiras e o
boi e o vaqueiro é:
a) aquelas (/. 3) / estes (/. 4)
b) ir-e-voltar (/. 6/7) / ir-e-ficar (/. 7)
c) no primeiro caso (/. 6) / no segundo (/. 7)
d) enquanto (/. 3) / e assim [1.7)
e) despovoando (/. 4) / pontilhando (/. 5)
23) “...catequizando o nativo para seus misteres...” Das alterações feitas na
passagem acima, a que altera basicamente o seu sentido é:
a) doutrinando o indígena para seus misteres
b) catequizando o aborigine para suas atividades
c) evangelizando o nativo para seus ofícios
d) doutrinando o nativo para seus cuidados
e) catequizando o autóctone para suas tarefas
24) O elemento conector que pode substituir a preposição com (/. 1),
mantendo o sentido e a coesão textual, é:
a) mesmo
b) não obstante
c) de
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Atualizada em 2021
d) a respeito de
e) graças a
25) “...o aparato de suas hordas guerreiras...” sugere que as conquistas dos
bandeirantes ocorreram com:
a) organização e violência
b) rapidez e violência
c) técnica e profundidade
d) premeditação e segurança
e) demonstrações de racismo e violência
GABARITO
1.D 2.C 3.B 4.E 5.D 6.C 7.D 8.E 9.E 10.E
11.B 12.C 13.C 14.C 15.B 16.D 17.C 18.B 19.E 20.C
21.E 22.D 23.D 24.B 25.A
CAPÍTULO V
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Atualizada em 2021
ORTOGRAFIA:
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa
grafia baseia-se no padrão culto da língua.
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua
grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são
chamadas de homônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim,
significa música vocal). As palavras homônimas dividem-se em homógrafas,
quando tem a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do
verbo gostar) e homófonas, quando tem o mesmo som (paço, palácio ou passo,
movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes
regras:
O fonema s:
Escreve-se com S e não com C/Ç:
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta das palavras. Essa grafia
baseia-se no padrão culto da língua.
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e
pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chamadas dehomônimas (canto, do grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal). As
palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a mesma grafia (gosto,
substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o
mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras:
O fonema s:
Escreve-se com S e não com C/Ç:
as palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr
e sent.
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Atualizada em 2021
Exemplos: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter -
inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir -
impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer -
discurso / sentir - sensível / consentir - consensual
Escreve-se com SS e não com C e Ç:
impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão
/ regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter -
submissão
quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por s
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir
no pretérito imperfeito simples do subjuntivo
Exemplos: ficasse, falasse
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS:
os vocábulos de origem árabe:
Exemplos: cetim, açucena, açúcar
os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica
Exemplos: cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique
os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.
Exemplos: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça,
dentuço
nomes derivados do verbo ter.
Exemplos: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter - retenção
após ditongos
Exemplos: foice, coice, traição
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Atualizada em 2021
OBSEVAÇÃO:
os nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com
verbos terminados por tir ou meter
Exemplos: agredir - agressivo / imprimir
os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e
títulos nobiliárquicos.
Exemplos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose.
Exemplos: catequese, metamorfose.
as formas verbais pôr e querer.
Exemplos: pôs, pus, quisera, quis, quiseste.
nomes derivados de verbos com radicais terminados em d.
Exemplos: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir - difusão
os diminutivos cujos radicais terminam com s
Exemplos: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
após ditongos
Exemplos: coisa, pausa, pouso
em verbos derivados de nomes cujo radical termina com s.
Exemplos: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar
Escreve-se com Z e não com S:
os sufixos ez e eza das palavras derivadas de adjetivo
Exemplos: macio - maciez / rico - riqueza
os sufixos izar (desde que o radical da palavra de origem não termine com s)
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Atualizada em 2021
Exemplos: final - finalizar / concreto - concretizar
como consoante de ligação se o radical não terminar com s.
Exemplos: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho
palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r)
Exemplos: marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção
Escreve-se com J e não com G:
as palavras de origem latinas
Exemplos: jeito, majestade, hoje.
as palavras de origem árabe, africana ou exótica.
Exemplos: alforje, jibóia, manjerona.
as palavras terminada com aje.
Exemplos: laje, ultraje
OBSERVAÇÃO
Exceção: pajem
as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.
Exemplos: sufrágio, sortilégio, litígio, relógio, refúgio.
os verbos terminados em ger e gir.
Exemplos: eleger, mugir.
depois da letra "r" com poucas exceções.
Exemplos: emergir, surgir.
depois da letra a, desde que não seja radical terminado com j.
Exemplos: ágil, agente.
40
Atualizada em 2021
O fonema j:
Escreve-se com G e não com J:
as palavras de origem grega ou árabe
Exemplos: tigela, girafa, gesso.
estrangeirismo, cuja letra G é originária.
Exemplos: sargento, gim.
as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções)
Exemplos: imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
O fonema ch:
Escreve-se com X e não com CH:
as palavras de origem tupi, africana ou exótica.
Exemplo: abacaxi, muxoxo, xucro.
as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).
Exemplos: xampu, lagartixa.
depois de ditongo.
Exemplos: frouxo, feixe.
depois de en.
Exemplos: enxurrada, enxoval
OBSERVAÇÃO:
Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio -
(enchente)
Escreve-se com CH e não com X:
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Atualizada em 2021
as palavras de origem estrangeira
Exemplos: chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
As letras e e i:
os ditongos nasais são escritos com e: mãe, põem. Com i, só o ditongo interno
cãibra.
PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS
Parônimos: são palavras que apresentam significados diferentes embora sejam
parecidas na grafia ou na pronúncia.
“Estória” é a grafia antiga de “história” e essas palavras possuem significados diferentes.
Quando dizemos que alguém nos contou uma estória, nos referimos a uma exposição
romanceada de fatos imaginários, narrativas, contos ou fábulas; já quando dizemos que
fizemos prova de história, nos referimos a dados históricos, que se baseiam em
documentos ou testemunhas.
Ambas as palavras constam no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da
Academia Brasileira de Letras. Porém, atualmente, segundo o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa, é recomendável usar a grafia “história” para denominar ambos os
sentidos.
Outros exemplos: Flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)
Mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
Inflação (alta dos preços) / infração (violação)
Eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
Arrear (pôr arreios) / arriar (descer, cair)
Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, mas significados
diferentes.
Acender (pôr fogo) / ascender (subir)
Estrato (camada) / extrato (o que se extrai de)
Bucho (estômago) / buxo (arbusto)
Espiar (observar) / expiar (reparar falta mediante cumprimento de pena)
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Atualizada em 2021
POR QUE / POR QUÊ / PORQUE OU PORQUÊ?
Existem várias formas de diferenciar a forma exata de utilizar os porquês, entenda em
quais situações utilizar cada um.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a
seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais
imprecisão a respeito desse assunto.
Por que
O por que tem dois empregos diferenciados: Quando for a junção da reposição por +
pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por
qual motivo”:
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Quando for a junção da preposição por +
pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela
qual, pelos quais, pelas quais. Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar.
(pelo qual)
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir
acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.
Porque
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para
que”.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicarávocê mesmo. (uma vez que)
Porquê
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Atualizada em 2021
É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo,
pronome, adjetivo ou numeral.
Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada.
(motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
O EMPREGO DO HÍFEN
O hífen representa um sinal gráfico, cujas funções estão associadas a uma infinidade de
ocorrências linguísticas, tais como:
ligar palavras compostas;
- fazer a junção entre pronomes oblíquos e algumas formas verbais, representadas
pela mesóclise e ênclise;
- separar as sílabas de um dado vocábulo;
- ligar algumas palavras precedidas de prefixos.
Com o advento da Nova Reforma Ortográfica, houve algumas mudanças em relação à
sua aplicabilidade. Sendo assim, dada a complexidade que se atribui ao sinal em questão,
o presente artigo tem por finalidade evidenciá-las, procurando enfatizar, em alguns casos,
o que antes prevalecia e o que atualmente vigora. Mediante tais pressupostos,
constatemos, pois:
Circunstâncias linguísticas a que se deve o emprego do hífen:
# O hífen passa a ser usado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra
começa com a mesma vogal.
Antes Depois
antiinflamatório Anti-inflamatório
Antiinflacionário Anti-inflacionário
microondas Micro-ondas
Microorganismo Micro-organismo
Nota importante:
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Atualizada em 2021
- Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do Acordo.
auto-observação – auto-ônibus – contra-atacar
- Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra
comece com a mesma vogal que termina o prefixo.
coobrigar – coadquirido - coordenar – reeditar – proótico - proinsulina...
# Com prefixos, emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”.
anti-higiênico – anti-histórico – co-herdeiro - extra-humano – pró-hidrotópico - super-
homem...
# Emprega-se o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra
começar com a mesma consoante.
inter-regional – sub-bibliotecário – super-resistente...
# Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen.
sub-regional – sub-raça – sub-reino...
# Diante dos prefixos “-além, -aquém, -bem, -ex, -pós, -recém, -sem, - vice, usa-se o
hífen.
além-mar – aquém-mar – recém-nascido – sem-terra – vice-diretor...
# Diante do advérbio “mal” , quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o hífen
está presente.
mal-humorado – mal-intencionado – mal-educado...
# Com os prefixos “-circum” e “-pan”, diante de palavras iniciadas por “vogal, m, n ou h”,
emprega-se o hífen.
circum-navegador - pan-americano – circum-hospitalar – pan-helenismo...
# Usa-se o hífen em casos relacionados à ênclise e à mesóclise.
entregá-lo – amar-te-ei – considerando-o...
# Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-mirim”, usa-se
o hífen.
jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu...
Casos em que não se emprega o hífen:
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Atualizada em 2021
# Não se usa mais o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra
começar por uma vogal diferente.
Antes Depois
Auto-avaliação Autoavaliação
Auto-escola Autoescola
Auto-estima Autoestima
Co-autor Coautor
Infra-estrutura Infraestrutura
Semi-arido semiárido
Nota importante:
- Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do Acordo.
aeroespacial – antiamericano – socioeconômico...
# Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de
composição.
Antes Depois
Manda-chuva Mandachuva
Pára-quedas Paraquedas
Pára-quedista paraquedista
OBSERVAÇÃO:
- O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação,
como também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.
azul-escuro – bem-te-vi – couve-flor – guarda-chuva – erva-doce – pimenta-de-cheiro...
# Não se emprega mais o hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais,
verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas.
fim de semana – café com leite...
Exceções:
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Atualizada em 2021
O hífen ainda permanece em alguns casos, expressos por:
água-de- colônia – água-de-coco – cor-de-rosa...
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
Para analisar a formação de uma palavra, deve-se procurar a origem dela. Caso seja
formada por apenas um radical, diremos que foi formada por derivação; por dois ou mais
radicais, composição. São os seguintes os processos de formação de palavras:
Derivação:
Formação de novas palavras a partir de apenas um radical.
Derivação Prefixal
Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação.
Por exemplo: antepasto, reescrever, infeliz.
Derivação Sufixal
Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação.
Por exemplo: felizmente, igualdade, florescer.
Derivação Prefixal e Sufixal
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de
prefixação e sufixação.
Por exemplo: infelizmente, desigualdade, reflorescer.
Derivação Parassintética
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de
parassíntese.
Por exemplo: envernizar, enrijecer, anoitecer.
Obs.: A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre Derivação Prefixal e
Sufixal e Derivação Parassintética é a seguinte: retira-se o prefixo; se a palavra que
sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, retira-se, agora, o sufixo; se a palavra
que sobrou existir, será Der. Pref. e Suf.; caso contrário, será Der. Parassintética. Por
exemplo, retire o prefixo de envernizar: não existe a palavra vernizar; agora, retire o
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Atualizada em 2021
sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi formada por
Parassíntese.
Derivação Regressiva
É a retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a palavra
derivada.
Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o
substantivo debate.
Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.
Composição por justaposição
Na união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao se
unirem os radicais ponta e pé, obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre com
mandachuva, passatempo, guarda-pó.
Composição por aglutinação
Na união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por exemplo: ao
se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o
desaparecimento do a. O mesmo acontece com embora (em boa hora), planalto (plano
alto).
Hibridismo
É a formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes.
Por exemplo: automóvel, sociologia, sambódromo, burocracia.
Onomatopeia
Consiste em criar palavras, tentando imitar sons da natureza. Por exemplo: zunzum,
cricri, tique-taque, pingue-pongue.
Abreviação Vocabular
Consiste na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais
curta.
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Atualizada em 2021
Por exemplo: de extraordinário forma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto;
de cinematografia, cinema ou cine.
Neologismo semântico
Forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado,
somado ao que já existe.
Por exemplo, a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro:
pessoa boa, pessoa legal.
Empréstimo linguístico
É o aportuguesamento de palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modifica,
ela deve ser
escrita entre aspas. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu,
"shopping center".
Siglas
As siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de palavras
que constitui um nome.
Por exemplo: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (ImpostoPredial,
Territorial e Urbano).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela Gramática
Normativa. Esta compõe-se de algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
procurando estabelecer uma relação de familiaridade e, consequentemente, colocando-as
em prática na linguagem escrita.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de redigir,
automaticamente aprimoramos essas competências, e tão logo nos adequamos à forma
padrão.
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Atualizada em 2021
Em se tratando do referido assunto, devemos nos ater à questão das Novas Regras
Ortográficas da Língua Portuguesa, as quais entraram em vigor desde o dia 1º de
janeiro de 2009. E como toda mudança implica em adequação, o ideal é que façamos
uso das novas regras o quanto antes.
O estudo exposto a seguir visa aprofundar nossos conhecimentos no que se refere à
maneira correta de grafarmos as palavras, levando em consideração as regras de
acentuação por elas utilizadas. Lembrando que elas já estão voltadas para o novo acordo
ortográfico.
Regras básicas – Acentuação tônica
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das
palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica.
As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de
átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na penúltima sílaba.
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se evidencia na antepenúltima
sílaba.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Como podemos observar, mediante todos os exemplos mencionados, os vocábulos
possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba
somente: são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam certa
diferenciação quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em uma dada sequência de
palavras. Assim como podemos observar no exemplo a seguir:
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Atualizada em 2021
“Sei que não vai dar em nada, Seus segredos sei de cor”.
Os monossílabos ora em destaque, classificam-se como tônicos; os demais, como átonos
(que, em, de).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
OS ACENTOS
# acento agudo (´)
– Colocado sobre as letras "a", "i", "u" e sobre o "e" do grupo “em” indica que estas letras
representam as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns. Sobre as
letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu
# acento circunflexo (^)
– Colocado sobre as letras “a”, “e” e “o”, indica além da tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
# acento grave (`)
– Indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
# O trema (¨)
– De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Ex.: mülleriano (de Müller)
# O til (~)
– indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais.
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Regras fundamentais:
Palavras oxítonas:
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Atualizada em 2021
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: "a", "e", "o", "em", seguidas ou não do
plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos
tônicos terminados em "a", "e", "o", seguidos ou não de “s”.
Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em "a", "e", "o" tônicos, seguidas de lo, la, los, lãs.
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is
táxi – lápis – júri
- us, um, uns
vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, aos
ímã – ímãs – órfão – órgãos
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
água – pônei – mágoa – jóquei
Regras especiais:
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Atualizada em 2021
#Os ditongos de pronúncia aberta "ei", "oi", que antes eram acentuados, perderam
o acento de acordo com a nova regra. Ex.:
Antes Agora
Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Geléia Geleia
Jibóia Jiboia
Apóia (verbo apoiar) Apoia
Paranóico Paranoico
Observação importante – O acento das palavras herói, anéis, fiéis ainda permanece.
# Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de "s",
haverá acento:
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois
de ditongo: Ex.:
Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
Sauípe Sauipe
# O acento pertencente aos hiatos “oo” e “ee” que antes existia, agora foi abolido.
Ex.:
Antes Agora
crêem creem
lêem leem
vôo voo
enjôo enjoo
#Não se acentuam o "i" e o "u" que formam hiato quando seguidos, na mesma
sílaba, de l, m, n, r ou z:
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Atualizada em 2021
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se estiverem seguidas do
dígrafo nh:
ra-i-nha, ven-to-i-nha.
#Não se acentuam as letras "i" e "u" dos hiatos se vierem precedidas de vogal
idêntica:
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
No entanto, tratando-se de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de
acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo
# As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com "u" tônico
precedido de "g" ou "q" e seguido de "e" ou "i" não serão mais acentuadas.
Ex.:
Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
# Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de:
ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm
# A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster.
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
# Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para
diferenciá-las de outras semelhantes. Apenas em algumas exceções, como:
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Atualizada em 2021
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo
indicativo) ainda continua sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira
pessoa do singular do presente do indicativo).
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por.
Palavras homógrafas
pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo
polo (s) (substantivo) - polo (s) (contração de por + o)
pera (substantivo) - pera (preposição antiga)
para (verbo) - para (preposição)
pelo(s) (substantivo) - pelo (do verbo pelar)
pela, pelas (substantivo e verbo) - pela,pelas (contração de preposição +artigo)
SINAIS DE PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação representam os recursos atribuídos à escrita. Dentre suas muitas
finalidades, está a de reproduzir pausas e entonações da fala.
Para que servem os sinais de pontuação? No geral, para representar pausas na fala,
nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações, nos casos do ponto de
exclamação e de interrogação, por exemplo.
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na
escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Vejamos aqui alguns empregos:
Vírgula (,)
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou,
chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais oque se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
http://www.brasilescola.com/gramatica/sinais-pontuacao.htm
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Atualizada em 2021
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo
suado! (antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto
adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo,
além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais
do que esperava.
Pontos
Ponto-final (.)
É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
Ponto de Interrogação (?)
O ponto de interrogação é usado para:
a) Formular perguntas diretas:
Você quer ir conosco ao cinema?
Desejam participar da festa de confraternização?
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma
determinada situação:
O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
http://www.brasilescola.com/gramatica/os-pontos.htm
http://www.brasilescola.com/gramatica/os-pontos.htm
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Atualizada em 2021
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)
Ponto de Exclamação (!)
Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo,
surpresa, súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)
b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!
Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e
admiração, o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento,
não há problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.
Ponto e vírgula (;)
É usado para:
a) separar itens enumerados:
http://www.brasilescola.com/gramatica/os-pontos.htm
http://www.brasilescola.com/gramatica/pontoevirgula.htm
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Atualizada em 2021
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.
b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada,
apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.
Dois-pontos (:)
É usado quando:
a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com
seus colegas e não responda à professora.
Aspas (“”)
São usadas para indicar:
a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início
firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do
Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de
“outdoor”.
Reticências (...)
São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa, o bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
http://www.brasilescola.com/gramatica/doispontos.htm
http://www.brasilescola.com/gramatica/aspas.htm
http://www.brasilescola.com/gramatica/reticencias.htm
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Atualizada em 2021
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
Parênteses ( )
São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples
indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o
predomínio de vírgulas).
CAPÍTULO VI
http://www.brasilescola.com/gramatica/parenteses.htm
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Atualizada em 2021
CLASSE DE PALAVRAS:
A Primeira gramática do Ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que identificava
oito partes do discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposição, advérbio e conjunção.
Atualmente, são reconhecidas dez classes gramaticais pela maioria dos gramáticos:
substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, conjunção, interjeição, preposição, artigo, numeral
e pronome.
Como podemos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de
palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e portanto vem sendo alterada
pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os responsáveis por estas
mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer.
Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da língua
portuguesa estão incluídas dentro de uma das dez classes gramaticais dependendo das
suas características.
A parte da gramática que estuda as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo =
forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma.
Na morfologia, portanto, não estudamos as relações entre as palavras, o contexto em que
são empregadas, ou outros fatores que podem influenciá-la, mas somente a forma da
palavra.
Há discordância entre os gramáticos quanto a algumas definições ou características das
classes gramaticais, mas podemos destacar as principais características de cada classe
de palavras:
SUBSTANTIVO – é dita a classe que dá nome aos seres, mas não nomeia somente
seres, como também sentimentos, estados de espírito, sensações, conceitos filosóficos
ou políticos, etc. Exemplo: Democracia, Andréia, Deus, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
Quanto à formação
Dá-se o nome de substantivo a todas as palavras que nomeiam seres, lugares, objetos,
sentimentos e outros.
Quanto à existência de radical, o substantivo pode ser classificado em:
http://www.infoescola.com/portugues/participio-2/
http://www.infoescola.com/portugues/morfologia/
http://www.infoescola.com/portugues/substantivos/
http://www.infoescola.com/portugues/classes-de-palavras/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radical
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Atualizada em 2021
Primitivo, derivado, simples e composto:
• Primitivo: palavras que não derivam de outras. Ex.: flor, pedra, jardim, leite, goiaba,
ferro, cobre, uva, maçã, metal...
• Derivado: vem de outra palavra existente na língua. O substantivo que dá origem ao
derivado (substantivo primitivo) denominado radical. Ex.: pedreiro(pedra),
jornalista(jornal), gatarrão, homúnculo.
Quanto ao número de radicais, pode ser classificado em:
• Simples: tem apenas um radical. Ex.: água, couve, sol ...
Composto: tem dois ou mais radicais. Ex.: água-de-cheiro, couve-flor, girassol,
lança-perfume, pé-de-moleque, cachorro-quente, guarda-chuva...
Quanto ao tipo
Quando se referir a especificação dos seres, pode ser classificado em:
Concreto: designa seres que existem ou que podem existir por si só. Ex.: casa,
cadeira.
Também podem ser concretos os substantivos que nomeiam divindades (Deus, anjos,
almas) e seres fantásticos (fada, duende), pois, existentes ou não, são sempre
consideradoscomo seres com vida própria.
Abstrato: designa ideias ou conceitos, cuja existência está vinculada a alguém ou a
alguma outra coisa. Ex.: justiça, amor, trabalho, etc.
Próprio: denota um elemento individual que tenha um nome próprio dentro de um
conjunto, sendo grafado sempre com letra maiúscula. Ex.: João, Maria, Bahia, Brasil,
Rio de Janeiro, Japão.
Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome singular dado a um conjunto de
seres. No entanto, vale ressaltar que não se trata necessariamente de quaisquer seres
daquela espécie. Alguns exemplos:
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gatarr%C3%A3o&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hom%C3%BAnculo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser
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Atualizada em 2021
Uma biblioteca é um conjunto de livros, mas uma pilha de livros desordenada não é
uma biblioteca. A biblioteca discrimina o gênero dos livros e os acomoda em
prateleiras.
Uma orquestra ou banda é um conjunto de instrumentistas, mas nem todo conjunto de
músicos ou instrumentistas pode ser classificado como uma orquestra ou banda. Em
uma orquestra ou banda, os instrumentistas estão executando a mesma peça musical
ao mesmo tempo.
Uma "turma" é um conjunto de estudantes, mas se juntarem num mesmo alojamento
os estudantes de várias carreiras e universidades numa sala, não se tem uma turma.
Na turma, os estudantes assistem simultaneamente à mesma aula. Eles possuem
alguma ação ou característica em comum em relação ao grupo.
Todos os substantivos que não são próprios podem ser chamados de substantivos
comuns.
Quanto ao gênero
Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas,
podem ser:
Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical.
Exemplos: menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna, gato - gata.
Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou
flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra
para o masculino. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo -
episcopisa, bode - cabra, ovelha - carneiro.
Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo
ser classificados em:
Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente.
Quando é necessário discriminar o sexo do animal, acrescenta-se a palavra "macho"
ou "fêmea". Exemplos: a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea;
a foca macho - a foca fêmea.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Livro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Orquestra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Banda
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_gramatical
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Atualizada em 2021
Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o
dentista - a dentista, um jovem - uma jovem, o imigrante italiano - a imigrante italiana.
Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos:a criança, o indivíduo, a
testemunha (não existem formas como "o criança", "a indivíduo","o testemunha", nem
palavras como "crianço" ou "indivídua" ou "testemunho").
ARTIGO
Classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os substantivos,
antecedendo-os.
Exemplo: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
Artigos são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-
los. Os artigosdefinidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados,
conhecidos da pessoa que fala ou escreve.
• Falei com o médico.
• Já encontramos os livros perdidos.
Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.
• Uma pessoa lhe telefonou.
• Uns garotos faziam barulho na rua.
Os artigos definidos são "declináveis" (não é uma declinação verdadeira), podendo se
combinar com algumas preposições, formando os seguintes casos:
• Genitivo: do, da, dos, das (preposição "de")
• Locativo: no, na, nos, nas (preposição "em")
• Dativo: ao, à, aos, às (preposição "a")
• Ablativo: pelo, pela, pelos, pelas (preposição "por")
• Comitativo: co, coa, cos, coas (preposição "com")
Algumas preposições também se ligam aos artigos indefinidos:
http://www.infoescola.com/portugues/artigos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Substantivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Preposi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_gramatical
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_genitivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_locativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_dativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_ablativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_comitativo
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Atualizada em 2021
• Genitivo: dum, duma, duns, dumas (preposição "de")
• Locativo: num, numa, nuns, numas (preposição "em")
ADJETIVO
Classe das características, qualidades. Os adjetivos servem para dar características aos
substantivos.
Exemplo: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
Adjetivo é toda palavra que se refere a um substantivo indicando-lhe um
atributo. Flexionam-se em gênero,número e grau.
Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos,
aos adjetivos e a outros advérbios.
Exemplos: borboleta branca
Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos contribuem para a organização do
mundo em que vivemos. Assim, distinguimos uma fruta azeda de uma doce, por exemplo.
Eles também estão ligados a nossa forma de ver o mundo: o que pode ser bom para uns
pode ser mau para outros.
Flexão de adjetivos
Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.
Flexão de Gênero
Quanto a flexão de gênero, os adjetivos são divididos em dois tipos ou gêneros:
• Adjetivos uniformes : Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino
e feminino). Exemplos: capaz, competente.
• Adjetivos biformes : Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e
feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)
Para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para formar o
masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_genitivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_locativo
http://www.infoescola.com/portugues/adjetivos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Substantivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_(gram%C3%A1tica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grau_(gram%C3%A1tica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adv%C3%A9rbio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Substantivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_gramatical
http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAmero_(gram%C3%A1tica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grau_(gram%C3%A1tica)
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Atualizada em 2021
Exemplo: criativo (masculino)/criativa (feminino). Pode haver exceções, como no caso dos
masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia (europeu, europeia).
Flexão de Número
O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.
• Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural.
Exemplo: poemas herói-cômicos
Há exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos.
• Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:
• adjetivos compostos com nome de cor + substantivo: olhos verde-mar
• adjetivo azul-marinho: calças azul-marinho
• locuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-de-
rosa
• os substantivos empregados em função adjetivas quando está implicita a ideia de cor:
sapatos cinza
Regras para flexão de número para adjetivos compostos
• Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural
Exemplos:
• lente côncavo-convexas
• Nos adjetivos cores, eles ficam invariáveis quando o último elemento for um
substantivo
Exemplos:
• papel azul-turquesa/papéis azul-turquesa;• olho verde-água / olhos verde-água
Flexão de Grau
A única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau
superlativo absoluto. Exemplos: atual - atualíssimo, negro - nigérrimo, fácil - facílimo.
Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo. Exemplos: grande -
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maior,pequeno - menor, bom - melhor (não confundir com o advérbio bem - melhor.
Exemplo: Esse é bom, aquele é melhor ≠ Ele fezbem, você fez melhor).
Nos demais casos, o grau é indicado não por flexões, mas por advérbios. São distintos os
seguintes graus:
• Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de
igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto...quanto, ...assim
como..., tão...quanto, ...do mesmo jeito que..., e outras variações. Por exemplo: "Fulano
é tão alegre quanto sicrano".
• Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de
superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas
locuções: mais...que ou mais...do que. Exemplo: "José é mais alegre que Pedro".
• Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de
inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas
locuções: menos...que ou menos...do que. Exemplo: "José menos alegre que Pedro".
• Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o
substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie.
Exemplo: "José é muito alto".
• Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais
comum é –íssimo.
Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”,
“Seremos tolerantíssimos”.
• Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os
demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o mais alto de todos".
Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os
demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o menos alto.
PRONOME
Palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que determina a
pessoa do discurso.
http://www.infoescola.com/portugues/pronomes/
66
Atualizada em 2021
Exemplo: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
Pronome é toda palavra que substitui ou pode substituir um nome, um substantivo.[1]
Assim, o pronome adquire sua classe de acordo com sua função na frase, de acordo com
a coesão textual, e por isto os pronomes são substantivos, adjetivos, ou adjuntos.
Todavia, ao contrário dessas classes de palavras, o pronome não
aceita sufixos aumentativos, diminutivos, e superlativos tais como ão, zão, inho,íssimo,
etc, no que são semelhantes aos numerais.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa)
que funciona como um sintagma nominal completo.
A semântica caracteriza o pronome por indicar algo, caracteriza-o como dêixis; dêixis
quer dizer apontar para, pois se formos observar, o pronome atua na frase remetendo a
algo dentro dela, ou em seu exterior, apontando e se referindo a outros elementos do
contexto, situação, discurso.
Tabela dos pronomes pessoais
Pronomes pessoais
Primeira
pessoa
Segunda pessoa Terceira pessoa
Singular Plural Singular Plural
Reflexiv
o
Masculino Feminino
Singul
ar
Plural
Singul
ar
Plural
Sujeito eu nós tu vós - ele eles ela elas
Objetos diretos me nos te vos se o os a as
Objetos
indiretos
me nos te vos se lhe lhes lhe lhes
Objeto
preposicionado
mim nós ti vós si ele eles ela elas
Comutativo comigo conosco contigo convosco consigo com ele
com
eles
com
ela
com
elas
VERBO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pronome
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sufixo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diminutivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Superlativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Numeral
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%AAixis
http://www.infoescola.com/portugues/verbos/
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Atualizada em 2021
Palavras que expressam ações ou estados se encontram nesta classe gramatical.
Exemplo: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz.
Pode indicar, entre outros processos:
ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados.
Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao
de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades
de flexão que esses verbos possuem.
Estrutura das Formas Verbais
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.
Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o
verbo.
Por exemplo:
fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.
http://www.infoescola.com/portugues/classes-de-palavras/
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Atualizada em 2021
Por exemplo
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
d) Desinência número-pesssoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª,
2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
Por exemplo
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Observação:
O verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª
conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de
acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal:
opinei, aprenderão, nutriríamos.
Verbo é a palavra que exprime um fato (geralmente uma ação, estado ou fenômeno da
natureza) e localiza-o no tempo, usados também para ligar o sujeito ao predicado. Mas o
verbo é identificado principalmente por ser a classe de palavras que mais admitem flexões
(em número, pessoa, modo, tempo e voz), dependendo do idioma. Podem ser divididos
das seguintes formas:
Quanto à semântica
Verbos transitivos: Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos, e
que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na
ação.Podendo ser transitivo direto, quando não exigir preposição depois do verbo, ou
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Atualizada em 2021
transitivo indireto, quando exigir preposição depois do verbo. Ou ainda transitivo direto e
indireto.
Verbos intransitivos: Designam ações que não afetam outros indivíduos.
Exemplos: andar, existir,nadar, voar etc.
Verbos impessoais: São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas
nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não têm sujeito nem objeto
na oração. Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver (no sentido de existência) etc.
Verbos de ligação: São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar
o sujeito ao predicativo.
Exemplos: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se, ficar, viver, virar
etc...
Quanto à conjugação
Verbos da primeira conjugação: São os verbos terminados
em ar: molhar, cortar, relatar, etc.
Verbos da segunda conjugação: São os verbos terminados
em er: receber, conter, poder,etc. O verbo anômalo pôr (único com o temaem o), com
seus compostos (compor, depor, supor, transpor, antepor, etc.), também é considerado
da segunda conjugação devido à sua conjugação já antes realizada
(Ex: fizeste, puseste), decorrente de sua forma do português arcaicopoer, vinda
do latim ponere.
Verbos da terceira conjugação: são os verbos terminados
em ir: sorrir, fugir, iludir, cair, abrir, etc.
Quanto à morfologia
Verbos regulares: Flexiona sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a
que pertencem. Exemplos: amar, vender, partir, etc.
Verbos irregulares: Sofrem modificações em relação aos paradigmas da conjugação
a que pertencem, tendo modificações no radical e nas terminações. Exemplos:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
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Atualizada em 2021
resfolegar, caber, medir ("eu resfolgo", "eu caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu
cabo", "eu medo").
Verbos anômalos: Entre os irregulares se destacam os anômalos. São verbos que
não seguem os paradigmas da conjugação a que pertence, sendo que muitas vezes o
radical é diferente em cada conjugação. Exemplos: ir, ser, ter. O verbo "pôr" pertence à
segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio infinitivo.
Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas. Exemplo:
precaver - não existe a forma "precavenha".
Verbos abundantes: Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação.
Exemplos: encher - enchido, cheio; fixar - fixado, fixo.
Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:
Número: singular e plural.
Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).
Modo: indicativo,subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo, gerúndio
e particípio).
Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito,
futuro do presente, futuro do pretérito.
Voz: ativa, passiva (analítica ou sintética), reflexiva.
Ativa: O sujeito da oração é que faz a ação. Ele sempre fica na frente da frase.
Ex : Os alunos resolveram todas questões.
Passiva : O sujeito recebe a ação.Ele sempre fica no final da frase.
Ex : Todas questões foram resolvidas pelos alunos.
Reflexiva : O sujeito faz e também recebe a ação.
Ex: Ana se cortou e se machucou.
Formas nominais
O infinitivo: São terminados em r. Ex.: Amar, Comer, Latir.
O particípio: São terminados em ado, ada, ido ou ida. Ex.: Amado, Amada, Comido,
Comida, Latido, Latida.
O gerúndio: São terminados em ndo. Ex.: Amando, Comendo, Latindo.
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Atualizada em 2021
ADVÉRBIO
Palavras que se associam a verbos, adjetivos ou outros advérbios, modificando-os.
Exemplo: não, muito, constantemente, sempre, etc.
Advérbio é a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um
outro advérbio. Nunca modificam um substantivo. É a palavra invariável que indica as
circunstâncias em que ocorre a ação verbal.[1]
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são flexionados, sendo que os
demais são todos invariáveis. A única flexão propriamente dita que existe na categoria
dos advérbios é a de grau, a saber:
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - longíssimo, pouco -
pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitucionalissimamente, etc;
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho,
devagar - devagarinho, etc.
Os advérbios "bem" e "mal" admitem ainda o grau comparativo de superioridade,
respectivamente, "melhor" e "pior".
Existem também as formas analíticas de representar o grau, que não são flexionadas,
mas sim, representadas por advérbios de intensidade como "mais", "muito", etc. Nesse
caso, existe o grau comparativo (de igualdade, de superioridade, de inferioridade) e o
grau superlativo (absoluto e relativo).[2]Também é bom saber que o advérbio tem 3
modos, Indicativo, Imperativo e Subjuntivo.
Indicativo é indicação de fato;
Imperativo é indicação de ordem;
Subjuntivo é indicação de dúvida.
Advérbios de modo
Assim, bem, mal, acinte (de propósito, deliberadamente), adrede (de caso pensado, de
propósito, para esse fim), debalde (inutilmente), depressa, devagar, melhor, pior,
bondosamente, generosamente, cuidadosamente, calmamente e muitos outros
terminados em mente.
http://www.infoescola.com/portugues/adverbios/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_gramatical
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adjetivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Substantivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adv%C3%A9rbio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adv%C3%A9rbio
72
Atualizada em 2021
Locuções Adverbiais de Modo
às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
Advérbios de lugar
abaixo, acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar), nenhures (em
nenhum lugar), ali, aqui, aquém, atrás, cá, dentro, embaixo, externamente, lá, longe,
perto.
Locuções Adverbiais de Lugar
a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em
volta, por aqui, em baixo, ao meio, em algum lugar.
Advérbios de tempo
afinal, agora, amanhã, amiúde (da expressão a miúdo - repetidas vezes, frequentemente),
antes, ontem, breve, cedo, constantemente, depois, enfim, entrementes (enquanto isso),
hoje, imediatamente, jamais, nunca, sempre, outrora, primeiramente, tarde,
provisoriamente, sucessivamente, já.
Locuções adverbiais de tempo
às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em
quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Advérbios de Negação
não, tampouco (também não), nunca, negativamente, Jamais.
Locuções adverbiais de negação
de modo algum, de jeito nenhum, de forma nenhuma.
Advérbios de Afirmação
sim, certamente, realmente, decerto, certo.
Locuções adverbiais de afirmação
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Atualizada em 2021
de certeza, com certeza, etc.
Advérbios de dúvida
acaso, casualmente, porventura, possivelmente, provavelmente, talvez, quiçá, será.
Locuções adverbiais de dúvida
por certo, quem sabe.
Advérbios de intensidade ou quantidade
assaz (bastante, suficientemente), bastante, demais, mais, menos, bem, muito, quanto,
quão, quase, tanto, pouco, demasiado, imenso.
Locuções adverbiais de intensidade ou quantidade
em excesso, de todo, de muito, por completo, por demais.
NUMERAL – como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.
Exemplo: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.
PREPOSIÇÃO – Servem para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre
elas.
Exemplo: em, de, para, por, etc.
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. Isso significa que a preposição é o
termo que liga substantivo a substantivo,verbo a substantivo, substantivo a
verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc. Junto com as posposições e as
raríssimas circumposições, as preposições formam o grupo das adposições.
Exemplo: "Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles comovidos", teremos
como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a
qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: "do" liga "alunos" a
"colégio", "ao" liga "assistiram" a "filme", "de" liga "filme" a "Walter Salles". Portanto são
preposições. O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que a
sucede, regido. Portanto, em "Os alunos do colégio...", teremos: os alunos = elemento
regente;o colégio = elemento regido.
http://www.infoescola.com/portugues/numeral/
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Substantivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adjetivohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Adv%C3%A9rbio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Posposi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Walter_Salles
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Atualizada em 2021
ESSENCIAIS
Aquelas que só funcionam como preposição, são elas: à (ou "ao" antes de palavra
masculina) - a - ante - até - após - com - contra - de - desde - em - entre - para -
per - perante - por - sem - sob - sobre - trás.
ACIDENTAIS:
Aquelas que passaram a ser preposições, mas são provenientes de outras classes
gramaticais, como:afora, menos, salvo, conforme, exceto, como, que, consoante,
segundo, durante, mediante... Exemplos: Agimos conforme a Atitude deles.
CONTRAÇÃO
afora, menos, salvo, conforme, exceto, como, que, consoante, segundo, durante,
mediante... Exemplos: Agimos conforme a Atitude deles.
CONJUNÇÃO – São palavras que ligam orações, estabelecendo entre elas relações de
coordenação ou subordinação.
Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
Conjunção é uma das dez classes de palavras definidas pela gramática. As conjunções
são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de
mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de
simples coordenação.
São exemplos de
conjunções: portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando,
ora, que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.
Aditivas
Indicam uma relação de adição à frase: e, nem, mas também, como também, além de
(disso, disto, aquilo), quanto (depois de tanto), bem como etc.
Ex.: Comi e fiquei satisfeita.
Todos aqui estão contentes e despreocupados.
Adversativas
Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as
unidades ligadas. Também pode gerar um sentido de consequência a algo dito
http://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavras_invari%C3%A1veis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frase,_ora%C3%A7%C3%A3o_e_per%C3%ADodo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fun%C3%A7%C3%A3o_sint%C3%A1tica
75
Atualizada em 2021
anteriormente. São elas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não
obstante,contudo, etc. Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.
Ex: O carro bateu, mas ninguém se feriu.
Alternativas ou disjuntivas
Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por
incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos. São elas: ou...
ou, ou, ora... ora, já... já, quer... quer, etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.
Explicativas
Expressam a relação de explicação, razão ou motivo. São
elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo).
Ex: Ele não entra porque está sem tempo.
Conclusivas
Indicam relação de conclusão. São elas: pois (posposta ao
verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por isto,assim, etc.[2][3]
Ex.: Ele bebeu bem mais do que poderia; logo, ficou embriagado.
INTERJEIÇÃO – Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois
algumas de suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir
as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de espírito.
Exemplo: Nossa! Ave Maria! Uau! Que pena! Oh!
As interjeições são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, ou mais
abrangente: sensações e estados de espírito; ou até mesmo servem como auxiliadoras
expressivas para o interlocutor, já que, lhe permitem a adoção de um comportamento que
pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas.
As interjeições podem ser classificadas de acordo com o sentimento que traduzem. Os
principais tipos de interjeição são aqueles que exprimem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjun%C3%A7%C3%A3o
http://www.infoescola.com/portugues/interjeicao/
http://www.infoescola.com/portugues/classes-de-palavras/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palavra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emo%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sentimento
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Atualizada em 2021
a) afugentamento: arreda!, fora!, passa!, sai!, roda!, rua!, toca!, xô!, xô pra lá!
b) alegria/contentamento: oh!, ah!, olá!, olé!, eta!, eia!, oba!, eba!, viva!, uhu!, eh! , gol!,
que bom!, iupi!
c) advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!
d) admiração: puxa!, nossa!, que coisa!, ah!, chi!, ih!, oh!, uh!, ué!, puxa!, uau!, caramba!,
caraca!, putz!, gente!, céus!, uai!, horra!, nossa! (francês: ou la la)
e) alívio: ufa!, uf!, arre!, ah!, ainda bem!
f) animação/estímulo: coragem!, eia!, avante!, upa!, vamos!, firme!
g) apelo: alô!, olá!, ó!
h) aplauso: bis!, bem!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, hup!, hurra!, isso!, muito bem!,
parabéns!
i) agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!
j) chamamento: Alô!, hei!, olá!, psiu!, pst!, socorro!
k) estímulo: ânimo!, adiante!, avante!, eia!, coragem!, firme!, força!, toca!, upa!, vamos!
l) desculpa: perdão! desculpe!, desculpa!, mal!, foi mal!
m) desejo: oh!, oxalá!, tomara!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!
n) despedida: adeus!, até logo!, bai-bai!, tchau!
o) dor: ai!, ui!, ai de mim!
p) dúvida: hum?, hem?, hã?
q) cessação: basta!, para!
r) invocação: alô!, ô, olá!, psiu!, socorro!, ei!
s) espanto: uai!, hi!, ali!, ué!, ih!, oh!, poxa!, quê!, caramba!, nossa!, opa!, Virgem!, xi!,
terremoto!, barrabás!, barbaridade!, meu Deus!, menino Jesus!
t) impaciência: arre!, hum!, puxa!, raios!, hem!, diabo!, pô!
u) saudação: ave!, oi!, olá!, ora viva!, salve!, viva!, adeus!, alô!
v) saudade: ah!, oh!
w) silêncio: psiu!, silêncio!, calada!, psiu! (bem demorado), psit!, alto! basta! chega!
quietos!
x) suspensão: alto!, alto lá!
y) terror/medo: credo!, cruzes!, Jesus!, que medo!, uh!, ui!, fogo!, barbaridade!, socorro!
z) interrogação: hei!?…
CAPÍTULO VII
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Atualizada em 2021
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observe:
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando
com o seu sujeito,as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está
concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se
refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se
correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo
ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
SUJEITO SIMPLES
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os
exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural
Casos Particulares
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Atualizada em 2021
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante
hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a
concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que
nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por
isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o
grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um
substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta
interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando
especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singularenfatiza a unidade do
conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse
conjunto.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca
de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda
com o substantivo. Observe:
Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olímpíadas.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem
reciprocidade, o plural é obrigatório:
Por Exemplo:
Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao
outro)
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Atualizada em 2021
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita
levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar
no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.
Exemplos:
Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo.
Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos,
alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com
o pronome pessoal. Veja:
Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou
a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de
tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso
não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada
fizeram.", frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará
no singular.
Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de
substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo.
Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
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Atualizada em 2021
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o número. Veja:
25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é
feita com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.
ATENÇÃO:
A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve
efetivamente, são construções como:
"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".
Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:
"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."
A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada.
Assim, as formas aceitáveis são:
" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."
" Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um"
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira
pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome.
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Atualizada em 2021
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular
ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo
concordará com esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª
pessoa do singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:
82
Atualizada em 2021
Exemplos:
Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sujeito
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância
ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda
pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Pais e filhos precisam respeitar-se.
Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda
pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural.
Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova
possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito,
o verbo pode estabelecer concordância com onúcleo do sujeito mais próximo. Convém
insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita
obrigatoriamente no plural.Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Casos Particulares
83
Atualizada em 2021
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o
verbo pode ficar no plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo
pode ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na
combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série
gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá
ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os
núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do
sujeito, ou seja, se osnúcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
Por Exemplo:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma
ser feita no singular, embora o plural tambémseja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural.
Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem
sentido muito próximo ao de "e". Veja:
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Atualizada em 2021
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro
elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O
sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado"
são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não
só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o
verbo concorda de preferência no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto
recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.
Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
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Atualizada em 2021
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a
concordância verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os
verbos intransitivos, transitivos indiretose de ligação, que obrigatoriamente são
conjugados na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos
diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve
concordar com o sujeito da oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
CAPÍTULO VIII
COLOCAÇÃO PRONOMINAL:
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Atualizada em 2021
Sobre os pronomes:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome
pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos
entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce.
Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo,
são pertencentes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe”
exercendo função de complemento, e consequentemente é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe”, da
segunda oração, aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
IMPORTANTE: Em observação à segunda oração, o emprego do pronome oblíquo
"lhe" é justificado antes do verbo intransitivo "ajudar" porque o pronome oblíquo pode
estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso "ajudar ")
estiver no infinitivo ou gerúndio.
Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são
precedidos de preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de
preposição.
Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.
Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.
Colocação pronominal
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a
posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao
verbo a que se referem.
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos.
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Atualizada em 2021
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo
2. ênclise: pronome depois do verbo
3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Próclise
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos:
• Palavras com sentido negativo:
Nada me faz querer sair dessa cama.
Não se trata de nenhuma novidade.
• Advérbios:
Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.
• Pronomes relativos:
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.
• Pronomes indefinidos:
Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.
• Pronomes demonstrativos:
Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
• Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar.
• Conjunção subordinativa:
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
Ênclise
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Atualizada em 2021
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com
pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:
• O verbo estiver no imperativo afirmativo:
Amem-se uns aos outros.
Sigam-me e não terão derrotas.
• O verbo iniciar a oração:
Diga-lhe que está tudo bem.
Chamaram-me para ser sócio.
• O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição "a":
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
• O verbo estiver no gerúndio:
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada.
Despediu-se, beijando-me a face.
• Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
Mesóclise
A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro
do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã.
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.
CAPÍTULO IX
USO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS:
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Atualizada em 2021
O verbo pode se flexionar de quatro maneiras: PESSOA, NÚMERO, TEMPO e MODO.
É a classe mais rica em variações de forma ou acidentes gramaticais.
Através de um morfema chamado DESINÊNCIA MODO TEMPORAL, são marcados o
tempo e o modo de um verbo. Vejamos mais detalhadamente…
O MODO VERBAL caracteriza as várias maneiras como podemos utilizar o verbo,
dependendo da significação que pretendemos dar a ele.
Rigorosamente, são três os modos verbais: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e IMPERATIVO.
Porém, alguns gramáticos incluem, também como modos verbais, o PARTICÍPIO,
o GERÚNDIO e o INFINITIVO.
Alguns autores, no entanto, as denominam FORMAS NOMINAIS DO VERBO.
Segundo o gramático Rocha Lima, existem algumas particularidades em cada uma destas
formas que podem impedir-nos de considerá-las modos verbais:
INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de
sujeito ou de complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um
artigo.
GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de
tempo, modo, condição e lugar.
PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o
substantivo,apresenta ainda concordância em gênero e número.
Mas voltemos aos modos verbais, propriamente ditos:
MODO INDICATIVO: O verbo expressa um ação que provavelmente acontecerá, uma
certeza, trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a
certeza comprovada da realização daquela ação.
MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a
incerteza, trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.
MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele
nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que
http://www.infoescola.com/portugues/verbos/
http://www.infoescola.com/portugues/morfemas/
http://www.infoescola.com/portugues/participio-2/
http://www.infoescola.com/portugues/gerundio/
http://www.infoescola.com/portugues/tempo-e-modo-verbal/
http://www.infoescola.com/portugues/formas-nominais-do-verbo/
http://www.infoescola.com/portugues/tempo-e-modo-verbal/
http://www.infoescola.com/portugues/modo-indicativo/
http://www.infoescola.com/portugues/modo-subjuntivo-3/
http://www.infoescola.com/portugues/imperativo-4/
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Atualizada em 2021
queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um
conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado.
Já o TEMPO VERBAL informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já
aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer.
São essencialmente três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO.
Os tempos verbais são:
PRESENTE SIMPLES (amo) – expressa algo que acontece no momento da fala.
PRETÉRITO PERFEITO (amei) – expressa uma ação pontual, ocorrida em um
momento anterior à fala.
PRETÉRITO IMPERFEITO (amava) – expressa uma ação contínua, ocorrida em um
intervalo de tempo anterior à fala.
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO (amara) – contrasta um acontecimento no
passado ocorrido anteriormente a outro fato também anterior ao momento da fala.
FUTURO DO PRESENTE (amarei) – expressa algo que possivelmente acontecerá em
um momento posterior ao da fala.
FUTURO DO PRETÉRITO (amaria) – expressa uma ação que era esperada no
passado, porém que não aconteceu.
CONJUGAÇÃO DOS VERBOS:
Modelos de conjugação
Primeira conjugação – amar
Indicativo
Pronome Radical Presente Pretérito Pretérito Pretérito Futuro Futuro
http://www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais/
http://www.infoescola.com/portugues/tempo-e-modo-verbal/
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Atualizada em 2021
Perfeito Imperfeito Mais-
Que-
Perfeito
do
Presente
do
Pretérito
EU am o ei ava ara arei aria
TU am as aste avas aras arás arias
ELE am a ou ava ara ará aria
NÓS am amos amos ávamos áramos aremos aríamos
VÓS am ais astes áveis áreis areis aríeis
ELES am am aram avam aram arão ariam
Subjuntivo Imperativo
Formas
Nominais
Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo
Infinitivo
Pessoal
EU am e asse ar ar
TU am es asses ares a não -es ares
ELE am e asse ar e não -e ar
NÓS am emos ássemos armos emos não -emos armos
VÓS am eis ásseis ardes ai não -eis ardes
ELES am em assem arem em não -em arem
Formas Nominais
Radical
Infinitivo
Impessoal Gerúndio
Particípio
Presente
am ar ando ante
Indicativo
Formas
Nominais
Pronom
e
Pretérito
Perfeito
Compost
o
Pretérit
o
Anterior
Pretérito
Mais-Que-
Perfeito
Composto
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Anterior
Futuro
do
Present
e
Anterior
Futuro
do
Pretérit
o
Anterior
Radica
l
Particípi
o
Passado
EU tenho tive tinha tivera terei teria am ado
TU tens tiveste tinhas tiveras terás terias am ado
ELE tem teve tinha tivera terá teria am ado
NÓS temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos am ado
VÓS tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis am ado
ELES têm tiveram tinham tiveram terão teriam am ado
Subjuntivo Imperativo
Formas
Nominais
Particípio
Passado
92
Atualizada em 2021
Pronom
e
Pretérito
Perfeito
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Futuro
Anterior
Afirmativ
o
Passado
Negativ
o
Passado
Infinitivo
Pessoal
Pretérito
Radica
l
Particípi
o
Passado
EU tenha tivesse tiver ter am ado
TU tenhas tivesses tiveres tem tenhas teres am ado
ELE tenha tivesse tiver tenha tenha ter am ado
NÓS tenhamos
tivéssemo
s tivermos tenhamos tenhamos termos am ado
VÓS tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais terdes am ado
ELES tenham tivessem tiverem tenham tenham terem am ado
Formas Nominais
Particípio
Passado
Infinitivo
Impessoal
Passado
Gerúndio
Passado Radical
Particípio
Passado
am ado
Segunda conjugação - vender
Indicativo
Pronome Radical Presente
Pretérito
Perfeito
Pretérito
Imperfeito
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Futuro
do
Presente
Futuro do
Pretérito
EU vend o i
TU vend es este ias eras erás erias
ELE vend e eu ia era erá eria
NÓS vend emos emos íamos êramos eremos eríamos
VÓS vend eis estes íeis êreis ereis eríeis
ELES vend em eram iam eram erão eriam
Subjuntivo Imperativo
Infinitivo
Pessoal
Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo
EU vend a esse er er
TU vend as esses eres e as eres
ELE vend a esse er a a er
NÓS vend amos êssemos ermos amos amos ermos
VÓS vend ais êsseis erdes ei ais erdes
ELES vend am essem erem am am erem
Infinitivo
Impessoal Gerúndio
Particípio
Presente
93
Atualizada em 2021
temer temendo temente
Pron
ome
Pretérito
Perfeito
Composto
Pretérito
Anterior
Pretérito
Mais-Que-
Perfeito
Composto
Pretérito Mais-
Que-Perfeito
Anterior
Futuro do
Presente
Anterior
Futuro do
Pretérito
Anterior
EU
tenho
vendido
tive
vendido
Tinha
vendido
tivera
vendido
terei
vendido
teria
vendido
TU
tens
vendido
Tiveste
vendido
tinhas
vendido
tiveras
vendido
terás
vendido
terias
vendido
ELE
tem
vendido
Teve
vendido
tinha
vendido
tivera
vendido
terá
vendido
teria
vendido
NÓS
temos
vendido
Tivemos
vendido
tínhamos
vendido
tivéramos
vendido
teremos
vendido
Teríamos
vendido
VÓS
Tendes
vendido
Tivestes
vendido
tínheis
vendido
tivéreis
vendido
tereis
vendido
Teríeis
vendido
ELES
Têm
vendido
Tiveram
vendido
tinham
vendido
tiveram
vendido
terão
vendido
teriam
vendido
Subjuntivo Imperativo
Infinitivo
Pessoal
Prono
me
Pretérito
Perfeito
Pretérito Mais-
Que-Perfeito
Futuro
Anterior
Afirmativo
Passado
Negativo
Passado
Infinitivo
Pessoal
EU
tenha
vendido
tivesse
vendido
tiver
vendido * * ter
TU
Tenhas
vendido
Tivesses
vendido
tiveres
vendido
tem
vendido
Tenhas
vendido
teres
vendido
ELE
Tenha
vendido
tivesse
vendido
Tiver
vendido
tenha
vendido
tenha
vendido
ter
vendido
NÓS
Tenhamos
vendido
tivéssemos
vendido
tivermos
vendido
tenhamos
vendido
tenhamos ve
ndido
termos
vendido
VÓS
tenhais
vendido
tivésseis
vendido
tiverdes
vendido
tende
vendido
tenhais
vendido
Terdes
vendido
ELES
Tenham
vendido
tivessem
vendido
tiverem
vendido
tenham
vendido
tenham
vendido
terem
vendido
Infinitivo
Impessoal
Passado
Gerúndio
Passado
Particípio
Passado
ter vendido tendo vendido ido
Terceira conjugação – partir
94
Atualizada em 2021
Indicativo
Pronome Radical Presente
Pretérito
Perfeito
Pretérito
Imperfeito
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Futuro
do
Presente
Futuro
do
Pretérito
EU part o i ia ira irei iria
TU part es iste ias iras irás irias
ELE part e iu ia ira irá iria
NÓS part imos imos íamos íramos iremos iríamos
VÓS part is istes íeis íreis ireis iríeisELES part em iram iam iram irão iriam
Subjuntivo Imperativo
Infinitivo
Pessoal
Pronome Radical Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo
EU part a isse ir ir
TU part as isses ires e as ires
ELE part a isse ir a a ir
NÓS part amos íssemos irmos amos amos irmos
VÓS part ais ísseis irdes i ais irdes
ELES part am issem irem am am irem
Infinitivo
impessoal Gerúndio
Particípio
passado
ir indo inte
Pronome
Pretérito
Perfeito
Composto
Pretérito
Anterior
Pretérito
Mais-Que-
Perfeito
Composto
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Anterior
Futuro
do
Presente
Anterior
Futuro
do
Pretérito
Anterior
Particípio
Passado
EU tenho tive tinha tivera terei teria radical-ido
TU tens tiveste tinhas tiveras terás terias radical-ido
ELE tem teve tinha tivera terá teria radical-ido
NÓS temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos radical-ido
VÓS tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis radical-ido
ELES têm tiveram tinham tiveram terão teriam radical-ido
Subjuntivo Imperativo
Infinitivo
Pessoal
95
Atualizada em 2021
Pronome
Pretérito
Perfeito
Pretérito
Mais-
Que-
Perfeito
Futuro
Anterior
Afirmativo
Passado
Negativo
Passado
Infinitivo
Pessoal
EU tenha tivesse tiver * * ter
radical-
ido
TU tenhas tivesses tiveres tem tenhas teres
radical-
ido
ELE tenha tivesse tiver tenha tenha ter
radical-
ido
NÓS tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos termos
radical-
ido
VÓS tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais terdes
radical-
ido
ELES tenham tivessem tiverem tenham tenham terem
Infinitivo
Impessoal
Passado
Gerúndio
Passado
Particípio
Passado
ter partido tendo partido ido
CAPÍTULO X
96
Atualizada em 2021
ESTRUTURA DO PERÍODO E DA ORAÇÃO
Frase, período e oração:
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa
juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza
emoções.
Normalmente a frase é composta por dois termos - o sujeito e o predicado - mas não
obrigatoriamente, pois, em Português há orações ou frases sem sujeito: Há muito tempo
que não chove.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a
entoação é reduzida a sinais de pontuação.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de
seus elementos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:
frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma pergunta. / Que
queres fazer?
frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem ou faz um pedido. /
Dê-me uma mãozinha! - Faça-o sair!
frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo. / Que dia difícil!
frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.
Quanto a estrutura da frase, as frases que possuem verbo são estruturadas por dois
elementos essenciais: sujeito e predicado.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É o "ser de
quem se declara algo", "o tema do que se vai comunicar".
O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Ele se
refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
97
Atualizada em 2021
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o
núcleo estiver num nome, teremos um predicado nominal.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.
A existência é frágil.
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples) quando encerra um
pensamento completo e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, ponto-de-
exclamação e por reticências.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.
Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.
Mas, nem sempre oração é frase: "convém que te apresses" apresenta duas orações mas
uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento completo.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de
um verbo. A oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na
existência de um predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:
Rua!
Que é uma frase, não é uma oração.
Já em:
"Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem."
Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si
mesmas não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por uma ou mais orações, formando
um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de
oração absoluta.
Chove.
98
Atualizada em 2021
A existência é frágil.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.
Quero uma linda rosa.
Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:
"Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver."
Cantei, dancei e depois dormi.
Termos essenciais da oração:
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, sujeito e
predicado são termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem
orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a
presença do verbo.
O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.
"Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.";
"Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos".
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha e primeira referem-se ao
conceito básico expresso em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito,
sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito se relaciona com o
verbo, estabelecendo a concordância.
A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna
uma função substantiva da oração.
Pronomes substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas (derivação
imprópria) também podem exercer a função de sujeito.
Ele já partiu;
Os dois sumiram;
Um sim é suave e sugestivo.
99
Atualizada em 2021
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de determinação ou
indeterminação e o de núcleo do sujeito.
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável pela concordância verbal. O
sujeito determinado pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível identificar claramente a que se
refere a concordância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não interessa indicar
precisamente o sujeito de uma oração.
Estão gritando seu nome lá fora;
Trabalha-se demais neste lugar.
O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único núcleo. Esse vocábulo
pode estar no singular ou no plural; pode também ser um pronome indefinido.
Nós nos respeitamos mutuamente;
A existência é frágil;
Ninguém se move;
O amar faz bem.
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais de um núcleo.
Alimentos e roupas andam caríssimos;
Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
O amar e o odiar são tidos como duas
faces da mesma moeda.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência ao sujeito oculto, isto é,
ao núcleo do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela desinência verbal
ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras.
100
Atualizada em 2021
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se pode identificar claramente
a que o predicado da oração se refere. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, casocontrário teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de duas maneiras:
com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente:
Bateram à porta;
Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do pronome se. Esta é uma
construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto:
Precisa-se de mentes criativas;
Vivia-se bem naqueles tempos;
Trata-se de casos delicados;
Sempre se está sujeito a erros.
O pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito.
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de m verbo
impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de
orações sem sujeito com:
os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu repentinamente;
Está chuviscando.
os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se
relacionam ao tempo em geral:
Está tarde.
Ainda é cedo.
Já são três horas, preciso ir;
Faz frio nesta época do ano;
101
Atualizada em 2021
Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;
Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
Deve fazer meses que ele partiu.
o verbo haver, na indicação de existência ou acontecimento:
Havia bons motivos para nossa apreensão;
Deve haver muitos interessados no seu trabalho;
Houve alguns problemas durante o trabalho.
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração contém a informação
nova para o ouvinte.
Nas orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
Chove muito nesta época do ano;
Houve problemas na reunião.
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se declara a respeito desse
sujeito.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que difere do sujeito numa
oração é o seu predicado.
Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
Passou-me (predicado) uma idéia estranha (sujeito) pelo pensamento (predicado).
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo está num nome ou num
verbo. Deve-se considerar também se as palavras que formam o predicado referem-se
apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres de opinião.
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As
demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.
A existência (sujeito) é frágil (predicado).
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da oração. O verbo atua como
elemento de ligação entre o sujeito e a palavra a ele relacionada.
102
Atualizada em 2021
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano;
Senti seu toque suave;
O velho prédio foi demolido.
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas para indicar o estado do
sujeito, mas indicam processos.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; esse nome
atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito.
O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de um verbo.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é, não indica um processo. O
verbo une o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do
sujeito:
"Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas."
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar, andar, ficar, parecer,
permanecer ou continuar, atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras
a ele relacionadas.
A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo ou substantivo.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo
e um nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao
complemento verbal.
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo, indicando processos. É
também sempre por intermédio do verbo que o predicativo se relaciona com o termo a
que se refere.
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo
significativo e a de verbo de ligação. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um
verbal e outro nominal:
103
Atualizada em 2021
O dia amanheceu;
O dia estava ensolarado.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens como o
predicativo inconstantes.
Termos integrantes da oração
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são
chamados termos integrantes da oração.
Os complementos verbais integram o sentido do verbos transitivos, com eles formando
unidades significativas. Esses verbos podem se relacionar com seus complementos
diretamente, sem a presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de
preposição.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao verbo.
Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
Dou-lhes três.
Buscamos incessantemente o Belo;
Houve muita confusão na partida final.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
Com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:
Amar a Deus;
Adorar a Xangô;
Estimar aos pais.
Com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:
Não excluo a ninguém;
Não quero cansar a Vossa Senhoria.
Para evitar ambiguidade:
104
Atualizada em 2021
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria outra)
Com pronomes oblíquos tônicos (preposição obrigatória):
Nem ele entende a nós, nem nós a ele.
O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente ao verbo, ou seja,
através de uma preposição.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
Os homens pedem-lhes amor sincero;
Gosto de música popular brasileira.
O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal. O
complemento nominal liga-se ao nome que completa por intermédio de preposição:
Desenvolvemos profundo respeito à arte;
A arte é necessária à vida;
Tenho-lhe profundo respeito.
Os nomes que se fazem acompanhar de complemento nominal pertencem a dois
grupos:
substantivos, adjetivos ou advérbios derivados de verbos transitivos,
adjetivos transitivos e seus derivados.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO E VOCATIVO:
Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, explicativos,
circunstanciais.
São termos acessórios o adjunto adverbial, adjunto adnominal e o aposto.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal,
ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio.
É uma função adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais exercer o papel
de adjunto adverbial.
105
Atualizada em 2021
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:
acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
afirmação: Sim, realmente irei partir.
assunto: Falavam sobre futebol.
causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede... são tantas vezes gestos
naturais.
companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
dúvida: Talvez nos deixem entrar.
fim: Estudou para o exame.
freqüência: Sempre aparecia por lá.
instrumento: Fez o corte com a faca.
intensidade: Corria bastante.
limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
lugar: Vou à cidade. matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
meio: Viajarei de trem.
modo: Foram recrutados a dedo.
negação: Não há ninguém que mereça.
preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.
tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um
substantivo. É uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
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Atualizada em 2021
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos
adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.
O adjunto adnominal se liga diretamente ao substantivo a que se refere, sem participação
do verbo.
Já o predicativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
O poeta português deixou uma obra inacabada.
O poeta deixou-a inacabada.
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio; o
adjunto nominal relaciona-se apenas ao substantivo.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a
idéia contida num termo que exerça qualquer função sintática.
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem. Dizemos que o aposto é
sintaticamente equivalente ao termo que se relaciona porque poderia substituí-lo:
Segunda-feira passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na oração, em:
explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas, permite-nos interpretar
melhor nossa relação com o mundo.
enumerativo: A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, arte, ação.
resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo isso forma o carnaval.
comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na
baía anoitecida.
Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos demais por não ser marcado por
sinais de pontuação (dois-pontos ou vírgula).
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Atualizada em 2021
A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ou
hipotético.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes substantivos,
numerais e palavras substantivadas esse papel na linguagem.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente completas,
ou seja, equivalentes.
Os homens investigam o mundo, descobrem suas riquezas e constroem suas sociedades
competitivas.
O período acima é formada por três orações, no entanto essas orações são
independentes e poderiam constituir orações absolutas, caracterizando o período
composto por coordenação.
Quanto às orações coordenadas, elas estão divididas em assindéticas e sindéticas,
sendo estas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
As orações coordenadas assindéticas são aquelas ligadas sem o uso da conjunção:
Um pé-de-vento cobria de poeira a folhagem das imburanas, sinhá Vitória catava piolhos
no filho mais velho, Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.
Já as orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por meio de conjunções:
Dormiu e sonhou.
As orações coordenadas sindéticas aditivas são ligadas por meio de conjunções aditivas.
Ocorrem quando os fatos estão em sequência simples, sem que acrescente outra idéia.
As aditivas típicas são e e nem.
Discutimos as várias propostas e analisamos possíveis soluções.
Não discutimos as várias propostas, nem (e não) analisamos quaisquer soluções.
108
Atualizada em 2021
As orações sindéticas aditivas podem também ser ligadas pelas locuções não
só, mas(também), tanto ... como.
Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de
reestruturação social do país.
As coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções adversativas.
A segunda oração exprime contraste, oposição ou compensação em relação à anterior.
As adversativas típicas são mas, porém, contudo, todavia, entanto, entretanto, e as
locuções no entanto, não obstante, nada obstante.
Este mundo é redondo mas está ficando muito chato.
O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda penúria.
Já as coordenadas sindéticas alternativas são introduzidas por conjunções alternativas,
indicando pensamentos ou fatos que se alternam ou excluem.
A conjunção alternativa típica é ou. Há também os pares ora... ora, já... já, quer... quer,
seja... seja.
Diga agora ou cale-se para sempre.
Ora atua com dedicação e seriedade, ora age de forma desleixada e relapsa.
As coordenadas sindéticas conclusivas são introduzidas por conjunções conclusivas.
Nesse caso, a segunda oração exprime conclusão ou conseqüência lógica da primeira.
As conjunções e locuções típicas são logo, portanto, então, assim, por isso, por
conseguinte, de modo que, em vista disso, pois (apenas quando não anteposta ao
verbo).
Aquela substância é altamente tóxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.
As coordenadas sintéticas explicativas são introduzidas por conjunções explicativas e
exprimem o motivo, a justificativa de se ter feito a declaração anterior. As conjunções
explicativas são que, porque e pois (anteposta ao verbo).
"Vem, que eu te quero fraco."
Ele se mudou, pois seu apartamento está vazio.
109
Atualizada em 2021
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
O período composto por subordinação é aquele composto por uma oração principal
(aquela que tem pelo menos um dos termos representado por uma oração subordinada) e
por orações subordinadas (aquelas que exercem função sintática em outra oração).
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais.
Quanto às formas, elas podem ser desenvolvidas (apresentam verbos numa das formas
finitas [tempos do indicativo, subjuntivo, imperativo], apresentam normalmente conjunção
e pronome relativo) e reduzidas (apresentam verbos numa das formas nominais [infinitivo,
gerúndio, particípio] e não apresentam conjunções nem pronomes relativos, podem
apresentar preposição):
Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
As orações subordinadas substantivas exercem funções substantivas no interior da
oração principal de que fazem parte. Elas podem ser desenvolvidas ou reduzidas e são
classificadas de acordo com suas seis funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.
As subordinadas substantivas subjetivas são aquelas orações que exercem a função de
sujeito do verbo da oração principal:
É preciso que haja alguma coisa de flor em tudo isso.
É preciso haver alguma coisa de flor em tudo isso.
O verbo da oração principal sempre se apresenta na terceira pessoa do singular. E os
verbos e expressões que apresentam essa oração como sujeito podem ser divididos em
três grupos:
verbos de ligação mais predicativo (é bom, é claro, parece certo);
verbos na voz passiva sintética ou analítica (sabe-se, conta-se, foi anunciado);
verbos do tipo convir, cumprir, importar, ocorrer, acontecer, suceder, parecer,
constar, quando na terceira pessoa do singular.
As subordinadas substantivas objetivas diretas exercem a função de objeto direto do
verbo da oração principal:
110
Atualizada em 2021
Juro que direi a verdade.
Juro dizer a verdade.
Algumas objetivas diretas são introduzidas pela conjunção subordinativa integrante se e
por pronomes interrogativos (onde, por que, como, quando, quando).
Essas oraçõesocorrem em formas interrogativas diretas:
Desconheço se ele chegou.
Desconheço quando ele chegou.
Os verbos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e os auxiliares sensitivos (ver,
sentir, ouvir e perceber) formam orações principais que apresentam objeto direto na forma
de orações subordinadas substantivas reduzidas de infinitivo:
Deixe-me partilhar seus segredos.
As subordinadas substantivas objetivas indiretas exercem o papel de objeto indireto do
verbo da oração principal:
Aspiramos a que a situação nacional melhore.
Lembre-me de ajudá-lo em seus afazeres.
As subordinadas substantivas completivas nominais exercem papel de complemento
nominal de um termo da oração principal:
Tenho a sensação de que estamos alcançando uma situação mais alentadora.
Já as subordinadas substantivas predicativas exercem o papel de predicativo do sujeito
da oração principal:
Nossa constatação é que vida e morte são duas faces de uma mesma
realidade.
As subordinadas substantivas apositivas exercem função de aposto de um termo da
oração principal:
Só desejo uma coisa: que nossa situação melhore.
As orações subordinadas adjetivas exercem a função sintática dos pronome relativo.
Exerce a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração principal, sendo
111
Atualizada em 2021
introduzida por pronome relativo (que, qual/s, como, quanto/a/s, cujo/a/s, onde). Estes
pronomes relativos podem ser precedidos de preposição.
As subordinadas adjetivas dividem-se em restritivas e explicativas.
As restritivas restringem o sentido da oração principal, sendo indispensáveis.
Apresentam sentido particularizante do antecedente.
O professor castigava os alunos que se comportavam mal.
As explicativas tem a função de explicar o sentido da oração principal, sendo
dispensável. Apresentam sentido universalizante do antecedente.
Grande Sertão: Veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto.
Geralmente, as orações explicativas vêm separadas da oração principal por vírgulas ou
travessões.
Os pronomes relativos que introduzem as orações subordinadas adjetivas
desempenham funções sintáticas. Para esse tipo de análise, deve-se substituir o pronome
relativo por seu antecedente e proceder a análise como se fosse um período simples.
O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros - sujeito
Os trabalhos que faço me dão prazer - objeto direto
Os filmes a que nos referimos são italianos - objeto indireto
O homem rico que ele era hoje passa por dificuldades - predicativo do sujeito
O filme a que fizeram referência foi premiado - complemento nominal
O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso - adjunto adnominal
O bandido por quem fomos atacados fugiu - agente da passiva
A escola onde estudamos foi demolida - adjunto adverbial
Cujo sempre funciona como adjunto adnominal; onde como adjunto adverbial de lugar e
como será adjunto adverbial de modo.
As oração subordinadas adverbial corresponde sintaticamente a um adjunto adverbial,
sendo introduzida por conjunções subordinativas adverbiais. A ordem direta do período é
oração principal + oração subordinada adverbial, entretanto muitas vezes a oração
adverbial vem antes da oração principal.
112
Atualizada em 2021
As orações subordinadas adverbiais podem ser do tipo:
Causal, fator determinante do acontecimento relatado na oração principal. (Saí
apressado, porque estava atrasado)
As principais conjunções são: porque, porquanto, desde que, já que, visto que, uma
vez que, como, que...
A oração causal introduzida por como fica obrigatoriamente antes da principal.
Consecutiva, resultado ou efeito da ação manifesta na oração principal. (Saímos tão
distraídos, que esquecemos os ingressos)
As principais conjunções são: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho), de maneira
que, de forma que...
Comparativa, comparação com o que aparece expresso na oração principal,
buscando entre elas semelhanças ou diferenças. Pode aparecer com o verbo elíptico.
(Naquele lugar chovia, como chove em Belém)
As principais conjunções são: assim como, tal qual, que, do que, como, quanto...
Condicional, circunstância da qual depende a realização do fato expresso na oração
principal. (Sairei, se você der autorização)
As principais conjunções são: se (= caso), caso, contanto que, dado que, desde que,
uma vez que, a menos que, sem que, salvo se, exceto se...
Conformativa, idéia de adequação, de não contradição com o fato relatado na
oração principal. (Saímos na hora, conforme havíamos combinado)
As principais conjunções são: conforme, como, segundo, consoante...
Concessiva, admissão de uma circunstância ou idéia contrária, a qual não impede
a realização do fato manifesto na oração principal. (Saímos cedo, embora o
espetáculo fosse mais tarde)
As principais conjunções: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, apesar de que,
conquanto, sem que...
113
Atualizada em 2021
As conjunções concessivas sempre aparecem com verbo no subjuntivo.
Temporal, circunstância de tempo em que ocorreu o fato relatado na oração
principal. (Saímos de casa, assim que amanheceu)
As principais conjunções são: quando, assim que, logo que, tão logo, enquanto, mal,
sempre que...
Final, objetivo ou destinação do fato relatado na oração principal. (Fomos embora,
para que não houvesse confusão)
As principais conjunções são: para que, para, a fim de que, com a finalidade de...
Proporcional, relação existente entre dois elementos, de modo que qualquer
alteração em um deles implique alteração também no outro. (Os alunos saíram, à
medida que terminavam a prova)
As principais conjunções são: à medida que, à proporção que, enquanto, ao passo
que, quanto...
Uma oração pode ser subordinada a uma principal e, ao mesmo tempo, principal em
relação a outra (ele age / como você / para estar em evidência)
A Norma Gramatical Brasileira não faz referência às orações adverbiais modais e
locativas (introduzida por onde) - Falou sem que ninguém notasse / Estaciona-se sempre
onde é proibido.
As subordinadas reduzidas apresentam duas características básicas:
não é introduzida por conectivos, mas equivale a uma oração desenvolvida;
apresenta verbo numa das três formas nominais.
Não é a falta de conectivo que determina a existência de uma oração reduzida, e sim a
forma nominal do verbo.
Classificam-se em reduzida de particípio, gerúndio ou infinitivo, em função da forma
verbal que apresentam.
As reduzidas de infinitivo podem vir ou não precedidas de preposição e, geralmente, são
substantivas ou adverbiais, raramente adjetivas.
114
Atualizada em 2021
As orações adverbiais, em geral, vêm precedidas de preposição. Entretanto, as
proporcionais e as comparativas são sempre desenvolvidas.
Algumas orações reduzidas de infinitivo merecem atenção: vem depois dos verbos
deixar, mandar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e outros verbos causativos e sensitivos.
Deixei-os fugir (= que eles fugissem) - orações subordinada substantiva objetiva direta.
Este é o único caso em que o pronome oblíquo exerce função sintática de sujeito (caso de
sujeito de infinitivo).
As reduzidas de gerúndio, geralmente adverbial, raramente adjetiva e coordenada aditiva.
A maioria das adverbiais são temporais. Não há consecutiva, comparativa e final reduzida
de gerúndio.
Segundo Rocha Lima, as orações subordinadas adverbiais modais só aparecem sob a
forma reduzida de gerúndio, uma vez que não existem conj. modais. (A disciplina não se
aprende na fantasia, sonhando, ou estudando)
A reduzida de particípio, geralmente adjetiva ou adverbial, também sendo mais comuns
as temporais. Eventualmente, uma oração coordenada pode vir como reduzida de
gerúndio.
As adjetivas reduzidas de particípio são ponto de discussão entre os gramáticos. A
tendência atual é considerar estes particípiossimples adjetivos (adjuntos adnominais).
115
Atualizada em 2021
CAPÍTULO XI
REDAÇÃO (DOMÍNIO DA EXPRESSÃO ESCRITA)
REDAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
A Prova de Redação em Língua Portuguesa tem o objetivo de avaliar a capacidade de
expressão na modalidade escrita da Língua Portuguesa. O candidato deverá produzir
texto dissertativo, com extensão mínima de 30 linhas e máxima de 60 linhas, legível,
caracterizado pela coerência e coesão, com base em um tema formulado pela banca
examinadora. Com a função de motivar o candidato para a redação, despertando ideias e
propiciando o enriquecimento de informações, poderá haver, na prova, textos e outros
elementos correlacionados ao assunto em questão.
Os critérios de avaliação mais abrangentes referem-se ao desenvolvimento do tema, à
observância da apresentação e da estrutura textual e ao domínio da expressão escrita.
Em termos restritos, estabelecem-se critérios específicos ligados a cada item.
LEMBRETE:
Não se esqueça de responder ao questionário socio-cultural para o CESPE.
Cuidado com letras maiúsculas fora da lógica dos Períodos construídos no texto!
A LETRA
A letra pode mostrar a sua personalidade. Existe uma ciência que trata disto é a
GRAFOLOGIA.
Para nós o que interessa na Redação é a Estética da escrita e a aplicação da técnica de
dissertação:
- Nada de n parecido com r;
- Nada de s parecido com j;
- Nada de j com cara de s ou vice-versa;
116
Atualizada em 2021
- Nada de y com cara de g e vice-versa;
- Nada de m com cara de n;
- Nada de sc com cara de x e vice-versa;
- Nada de t com cara de f;
- Nada de ç com cara de ss;
- Nada de bolinha nos is;
- Nada de h com cara de m maiúsculo;
- Nada de letra maiúscula onde deveria ser minúscula exceto se a norma pedir;
- Nada de rr com cara de m ou vice-versa;
- Procure fazer uma letra manuscrita, a de forma confunde muito, ocupa espaço e não
se pode distinguir a CAIXA ALTA da BAIXA;
- Não se perca em detalhes mas escreva com boa grafia (normalmente as moças
prezam mais pela boa letra mas podem perder tempo enfeitando muito);
- Não escreva palavras com dúvida de grafia;
- Não acelere o ritmo para acabar logo nem demore demais para não perder tempo;
- Não exceda em reticências, ponto e vírgula, dois pontos e vírgula sem necessidade;
- Não ultrapasse as margens do papel tanto nas laterais quanto no topo e no fim da
pauta. Para isto existem as faixas de limite do papel;
O mais importante: Letra com firmeza e segurança, bem nítida, bem clara, média,
com ritmo tranquilo e sem correria e bastante estética na redação para facilitar a
leitura e a compreensão da estrutura de seus pensamentos e opinião pessoal ou
dentro da sugestão do texto apresentado.
Resumindo as últimas dicas, podemos dizer que o ato de escrever exige:
- Um plano articulado e você já aprendeu como fazê-lo;
- Meditação e concentração na formação de ideias. Isto depende do quanto escreveu,
atualizou e de sua segurança na dissertação;
- Esquematização da estrutura e você viu muito disto nas dicas;
- Reflexão no entendimento da mensagem (Eu escritor também sou leitor e mais que
isto: Sou Examinador e Crítico de meu próprio texto. O meu "Eu" se registra em minha
117
Atualizada em 2021
redação pela organização, pela letra e pela lógica de meus pensamentos. Isto já é
tema para uma tese de pós-gradução em linguística por sua importância na análise de
redações dos vestibulandos;
- Uma escrita legível, proporcional, nem dilatada nem apertada demais, bem limpa
sem borrões, com uma velocidade rítmica regular (muitas vezes a turma começa a
rabiscar e nada se entende no final), sem muitos ornamentos na letra, com uma
pressão forte e segura e sem muita tensão;
- Calma e atenção. Autocontrole e fidelidade ao tema;
- Muito exercício e treino. Análise do texto e compreensão das estruturas gramaticais;
- Determinação em suas exposições e opinião final;
- Capacidade de coordenar suas ideias sem perder a facilidade de expressão;
- Bastante leitura acerca do assunto e concentração no que vai ser redigido;
- Prática de Redação Dissertativa (quanto mais cedo começar a escrever melhor sua
integração de estilo que é pessoal e ninguém faz duas redações iguais exatamente
pela capacidade dialética de reter informações expondo-as na memória e dispondo-as
de maneiras diferentes dentro de sua forma de pensamento);
- Cuidado com a ortografia e as acentuações;
- Atualização dos fatos através de jornais e revistas;
- Ser fiel ao que escreve e sentir segurança (como vocês dizem: "sentir firmeza");
- Conhecimento de suas estruturas e técnicas. Você já teve um despertar sobre este
assunto!
- Idéias bem delimitadas com opinião pessoal e bem objetiva (quando exigida) ou de
acordo com a análise do texto proposto para afirmar ou negar sua opinião (seu
pensamento escrito);
- Seleção e ordenação da ideia central que fortalecerá as acessórias mantendo a
unidade da redação;
- Uma redação espontânea e natural que agrade os dois lados da comunicação
(vestibulando/examinador) mostrando harmonia e simplicidade na forma estrutural-
lógica, prezando pelas normas gramaticais (regências, concordâncias e análise
sintática);
- Uma estrutura com equilíbrio na exposição de ideias e regularidade de conjunto;
118
Atualizada em 2021
- Não faça menos que o exigido e nem ultrapasse o máximo de linhas na dissertação
da folha de Redação (Para isto você ganha uma folha de rascunho).
Dificuldades linguísticas refletidas na inabilidade expressional
As práticas escolares equivocadas se refletem na inabilidade quanto ao uso da língua. A
competência para selecionar a variedade lingüística mais apropriada para a produção de
um texto em conformidade com sua temática e destinação deveria ser objeto de imediata
atenção durante as aulas de linguagem. No entanto, a ainda presente neurose da
“decoreba” das normas gramaticais apartadas de suas relações com a eficiência
comunicacional alimenta um modelo improdutivo de ensino.
Considerada a riqueza da língua portuguesa do Brasil e a infinidade de situações de
comunicação por que passam os usuários, a escola deixa escapar um sem-número de
oportunidades de desenvolvimento da competência verbal escrita e reitera a imagem de
uma escola quase inútil, quando comparada com os resultados de concursos de seleção
de pessoal habilitado para esta ou aquela função.
Do bilhete de geladeira à procuração jurídica, a prática da escrita pode tornar-se uma
atividade costumeira envolta na mais plena eficiência comunicativa, desde que o usuário
seja instruído sobre a variedade dessas produções e dos ingredientes por elas
demandados.
Se a escola começasse a prática redacional desde as primeiras séries escolares, por
meio da produção de pequenos textos em que os alunos mandassem recados, dessem
explicações sobre impedimentos, pedissem permissão, mandassem notícias etc. o
desenvolvimento da habilidade redacional seria construído paulatinamente, e os sujeitos
não “sofreriam” o ato de redigir como uma prática negativa, um castigo ou um desafio
impossível.
Muito das dificuldades alegadas reside na noção errada de domínio lingüístico. Todo
falante domina sua variedade lingüística antes mesmo de entrar na escola. Esta tem o
compromisso de iniciar ou orientar o usuário na variedade padrão, condicionada pelas
normas gramaticais e que dá acesso a um universo de informações registradas em textos
(livros, enciclopédias, registros cartoriais, legislação etc.). Porém, o não-domínio desta
variedade não significa incompetência comunicacional ou verbal. Há outras variedades
além da padrão que comunicam idéias eficientemente entre os interlocutores que
119
Atualizada em 2021
dominam tais variedades. Por isso, um dos pecados do ensino escolar é tero uso padrão
como ponto de partida e de chegada. O ponto de partida tem de ser o mais próximo
possível da variante usada pelo aprendiz. Isto porque a aprendizagem da organização
textual não seria agravada pela da modalidade padrão e suas regras. Com isto, o sucesso
das tarefas se tornaria mais garantido, e o aprendiz iria perdendo o medo da prática
redacional, ao mesmo tempo que iria familiarizando-se com usos lingüísticos diversos dos
que já conhece.
NARRAÇÃO
Narrar é contar um fato, um episódio; todo discurso em que algo é CONTADO possui os
seguintes elementos, que fatalmente surgem conforme um fato vai sendo narrado:
onde ?
|
quando? --- FATO --- com quem?
|
como?
A representação acima quer dizer que, todas as vezes que uma história é contada (é
NARRADA), o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com quem
ocorreu o episódio.
É por isso que numa narração predomina a AÇÃO: o texto narrativo é um conjunto de
ações; assim sendo, maioria dos VERBOS que compõem esse tipo de texto são os
VERBOS DE AÇÃO. O conjunto de ações que compõem o texto narrativo, ou seja, a
história que é contada nesse tipo de texto, recebe o nome de ENREDO.
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas PERSONAGENS, que são
justamente as pessoas envolvidas no episódio que está sendo contado ("com quem?" do
quadro acima). As personagens são identificadas (=nomeadas) no texto narrativo pelos
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes( mesmo sem querer) ele acaba contando
"onde" (=em que lugar) as ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar
onde ocorre uma ação ou ações é chamado de ESPAÇO, representado no texto pelos
ADVÉRBIOS DE LUGAR.
120
Atualizada em 2021
Além de contar onde , o narrador também pode esclarecer "quando" ocorreram as ações
da história. Esse elemento da narrativa é o TEMPO, representado no texto narrativo
através dos tempos verbais, mas principalmente pelos ADVÉRBIOS DE TEMPO.
É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele que indica ao leitor "como" o fato
narrado aconteceu. A história contada, por isso, passa por uma INTRODUÇÃO (parte
inicial da história, também chamada de prólogo), pelo DESENVOLVIMENTO do enredo (é
a história propriamente dita, o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e
termina com a CONCLUSÃO da história (é o final ou epílogo). Aquele que conta a história
é o NARRADOR, que pode ser PESSOAL (narra em 1a pessoa : EU...) ou IMPESSOAL
(narra em 3a. pessoa: ELE...).
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos de ação, por advérbios de
tempo, por advérbios de lugar e pelos substantivos que nomeiam as personagens, que
são os agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas pelos
verbos, formando uma rede: a própria história contada.
DESCRIÇÃO
Descrever é CARACTERIZAR alguém, alguma coisa ou algum lugar através de
características que particularizem o caracterizado em relação aos outros seres da sua
espécie. Descrever, portanto, é também particularizar um ser. É "fotografar" com
palavras.
No texto descritivo, por isso, os tipos de verbos mais adequados (mais comuns) são os
VERBOS DE LIGAÇÃO (SER, ESTAR, PERMANECER, FICAR, CONTINUAR, TER,
PARECER, etc.), pois esses tipos de verbos ligam as características - representadas
linguisticamente pelos ADJETIVOS - aos seres caracterizados - representados pelos
SUBSTANTIVOS.
Ex. O pássaro é azul . 1-Caractarizado: pássaro / 2-Caracterizador ou
característica: azul / O verbo que liga 1 com 2 : é
Num texto descritivo podem ocorrer tanto caracterizações objetivas (físicas, concretas),
quanto subjetivas (aquelas que dependem do ponto de vista de quem descreve e que se
referem às características não-físicas do caracterizado). Ex.: Paulo está pálido
(caracterização objetiva), mas lindo! (carcterização subjetiva).
121
Atualizada em 2021
DISSERTAÇÃO
Além da narração e da descrição há um terceiro tipo de redação ou de discurso:
DISSERTAÇÃO.
Dissertar é refletir, debater, discutir, questionar a respeito de um determinado tema,
expressando o ponto de vista de quem escreve em relação a esse tema.
Dissertar, assim, é emitir opiniões de maneira convincente, ou seja, de maneira que elas
sejam compreendidas e aceitas pelo leitor ; e isso só acontece quando tais opiniões estão
bem fundamentadas, comprovadas, explicadas, exemplificadas, em suma:
bem ARGUMENTADAS (argumentar= convencer, influenciar, persuadir). A argumentação
é o elemento mais importante de uma dissertação.
Embora dissertar seja emitir opiniões, o ideal é que o seu autor coloque no texto seus
pontos de vista como se não fossem dele e sim, de outra pessoa ( de prestígio, famosa,
especialista no assunto, alguém...), ou seja, de maneira IMPESSOAL, OBJETIVA e sem
prolixidade ("encher lingüiça"): que a dissertação seja elaborada com VERBOS E
PRONOMES EM TERCEIRA PESSOA. O texto impessoal soa como verdade e, como já
citado, fazer crer é um dos objetivos de quem disserta.
Na dissertação, as idéias devem ser colocadas de maneira CLARA E COERENTE e
organizadas de maneira LÓGICA:
O elo de ligação entre pontos de vista e argumento se faz de maneira coerente e
lógica através das CONJUNÇÕES (=conectivos) - coordenativas ou subordinativas,
dependendo da idéia que se queira introduzir e defender; é por isso que as
conjunções são chamadas de MARCADORES ARGUMENTATIVOS.
Todo texto dissertativo é composto por três partes coesas e coerentes:
INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO.
A introdução é a parte em que se dá a apresentação do tema, através de um CONCEITO
( e conceituar é GENERALIZAR, ou seja, é dizer o que um referente tem em comum em
relação aos outros seres da sua espécie) ou através de QUESTIONAMENTO(s) que ele
sugere, que deve ser seguido de um PONTO DE VISTA e de seu ARGUMENTO
PRINCIPAL. Para que a introdução fique perfeita, é interessante seguir esses passos:
122
Atualizada em 2021
Transforme o tema numa pergunta;
Responda a pergunta ( e obtém-se o PONTO DE VISTA);
Coloque o porquê da resposta ( e obtém-se o ARGUMENTO).
O desenvolvimento contém as idéias que reforçam o argumento principal, ou seja, os
ARGUMENTOS AUXILIARES e os FATOS-EXEMPLOS ( verdadeiros, reconhecidos
publicamente).
A conclusão é a parte final da redação dissertativa, onde o seu autor deve "amarrar"
resumidamente ( se possível, numa frase) todas as idéias do texto para que o PONTO DE
VISTA inicial se mostre irrefutável, ou seja, seja imposto e aceito como verdadeiro.
Antes de iniciar a dissertação, no entanto, é preciso que seu autor:
1 - Entenda bem o tema;
2 - Reflita a respeito dele;
3 - Passe para o papel as idéias que o tema lhe sugere;
4 - Faça a organização textual ( o "esqueleto do texto"), pois a quantidade de idéias
sugeridas pelo tema é igual a quantidade de parágrafos que a dissertação terá no
DESENVOLVIMENTO do texto.
VARIAÇÃO LINGUISTICA
A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia, sistemática e
coerentemente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os
falantes dessa língua se manifestam verbalmente.
É o conjunto das diferenças de realização linguística - falada ou escrita - pelos locutores
de uma mesma língua. Tais diferenças decorrem do fato de o sistema lingüístico não ser
unitário, mas comportar vários eixos de diferenciação: estilístico, regional, sociocultural,
ocupacional e etário.
A variação e a mudança podem ocorrer em algum ou em vários dos subsistemas
constitutivos de uma língua (fonético, morfológico, fonológico, sintático, léxico
e semântico). O conjunto dessas mudanças constitui a evolução dessa língua.[1]
A variação é também descrita como um fenômeno pelo qual, na prática corrente de um
dado grupo social, em dada época e em dado lugar, uma línguanunca é idêntica ao que
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_natural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estil%C3%ADstica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fon%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sintaxe
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9xico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sem%C3%A2ntica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_(lingu%C3%ADstica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_social
123
Atualizada em 2021
ela é em outra época e outro lugar, na prática de outro grupo social. O termo variação
pode também ser usado como sinônimo de variante.[2]
Existem diversos fatores de variação possíveis - associados a aspectos geográficos e
sociolinguísticos, à evolução linguística e ao registro linguístico.
Variedade ou variante linguística se define pela forma pela qual determinada
comunidade de falantes, vinculados por relações sociais ou geográficas, usa as formas
linguísticas de uma língua natural.
É um conceito mais forte do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Refere-se a cada
uma das modalidades em que uma língua se diversifica, em virtude das possibilidades de
variação dos elementos do seu sistema (vocabulário, pronúncia, sintaxe) ligadas a fatores
sociais ou culturais (escolaridade, profissão, sexo, idade, grupo social etc.) e geográficos
(tais como o português do Brasil, o português de Portugal, os falares regionais etc.).
A língua padrão e a linguagem popular também são variedades sociais ou culturais.
Um dialeto é uma variedade geográfica.[3]
Variações de léxico, como ocorre na gíria e no calão, podem ser consideradas como
variedades mas também como registros ou, ainda, como estilos - a depender da definição
adotada em cada caso. Os idiotismos são às vezes considerados como formas de estilo,
por se limitarem a variações de léxico.
Utiliza-se o termo 'variedade' como uma forma neutra de se referir a diferenças
linguísticas entre os falantes de um mesmo idioma. Evita-se assim ambiguidade de
termos como língua (geralmente associado à norma padrão) ou dialeto (associado a
variedades não padronizadas, consideradas de menor prestígio ou menos corretas do que
a norma padrão).
O termo "leto" também é usado quando há dificuldade em decidir se duas variedades
devem ser consideradas como uma mesma língua ou como línguas ou dialetos diferentes.
Alguns sociolinguistas usam o termo leto no sentido de variedade linguística - sem
especificar o tipo de variedade. As variedades apresentam não apenas diferenças de
vocabulário mas também diferenças de gramática, fonologia e prosódia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_(lingu%C3%ADstica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Registro_(lingu%C3%ADstica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_natural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vocabul%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pron%C3%BAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sintaxe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_culta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Varia%C3%A7%C3%A3o_(lingu%C3%ADstica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%ADria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cal%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Registro_(lingu%C3%ADstica)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estil%C3%ADstica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idiotismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9xico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idioma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_padr%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialeto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pros%C3%B3dia
124
Atualizada em 2021
Língua padrão
A língua padrão, que na sociolinguística anglófona se denomina standard language, é
a variedade culta formal do idioma. Há quem tome o termo norma culta, indevidamente,
como sinônimo de língua padrão. Ocorre que a língua culta, isto é, a das pessoas com
nível elevado de instrução, pode ser formal ou informal. A língua padrão é a culta, sim,
mas limitada à sua vertente formal. É, pois, necessário distinguir os dois conceitos.
Língua culta é um termo mais amplo que língua padrão, uma vez que abrange não só o
padrão, que é supra-regional, mas também as variedades cultas informais de cada região.
Entendam-se como cultos os dialetos sociais das pessoas acima de determinado grau
de escolaridade. Desse modo o termo adquire objetividade e nos desvencilhamos do
ranço de preconceito de que está impregnado.
A língua culta informal, portanto, não é padrão. A variedade padrão da língua “lidera”
um conjunto de códigos que se influenciam mutuamente, a saber:
a. as variedades orais cultas informais das diversas áreas geográficas;
b. a língua escrita culta informal
c. as variedades literárias do idioma, que se baseiam no padrão, mas, no caso do
Brasil, nem sempre correspondem fielmente a ele.
A língua literária seria, em princípio, a variedade padrão artistificada, mas pode dar-se
ao caso de ela se desviar do padrão quando o desvio é esteticamente necessário, daí a
importância de distinguir também língua padrão de língua literária, embora se
empreguem com freqüência os dois termos como equivalentes, impropriedade a que se
acrescenta mais uma, a de incluir língua escrita nessa série pseudo-sinonímica, inclusão
obviamente inexata, visto que a língua padrão, embora se use sobretudo na escrita, pode
usar-se também na comunicação oral formal.
A língua oral culta é geograficamente mais diversificada do que sua correspondente
escrita, ou seja, do que o padrão, e, entre as formas escritas da língua, no caso do
português atual do Brasil, as literárias variam mais, de uma região para outra, que as não-
literárias, em consequência de um compromisso da literatura brasileira, nas últimas nove
décadas, com os registros coloquiais.
125
Atualizada em 2021
Dez dicas essenciais de redação para concursos públicos.
Todos os anos, milhares de brasileiros preparam-se para realizar um grande sonho:
conquistar uma vaga no funcionalismo público. É uma tarefa bastante árdua, e para
facilitar o caminho desses esforçados sonhadores a Scritta preparou um texto repleto de
dicas rápidas e muito funcionais. Confira, e prepare-se para ser o próximo convocado.
1) Jamais use a primeira pessoa do singular. Os verbos adequados são aqueles na
terceira pessoa do singular: percebe-se, admite-se, compreende-se. Lembre-se: a
redação deve ser impessoal.
2) Preste muita atenção à elaboração do primeiro parágrafo. É nele que você irá
definir o ponto de vista que será defendido em seu texto. Não se esqueça: trata-se de
uma redação dissertativo-argumentativa.
3) Planeje seu texto. Afinal, você vai trabalhar em um órgão público e precisa saber
que a Redação Oficial, por exemplo, tem regras formais bem claras. Trace um esquema,
visualize a estrutura de sua redação. Dessa maneira não há como você se perder.
4) Não generalize. Afirmações como “todos os políticos brasileiros são corruptos”
denunciam que você não está refletindo sobre o tema.
5) Em sua argumentação, utilize apenas exemplos que sejam de domínio público,
isto é, que tenham figurado na mídia.
6) Em cada parágrafo, procure elaborar de dois a três períodos. Não redija períodos
excessivamente longos ou curtos. Concisão, essa é a palavra de ordem.
7) Palavras abstratas podem ser utilizadas sem prejuízo ao texto, desde que
apareçam em sua forma singular. Exemplos: “Diminuir a maioridade penal não irá reduzir
o crime” (em lugar de “os crimes”). “O projeto de lei do deputado tem gerado muita
polêmica” (em lugar de “muitas polêmicas”).
8) Não escreva um texto “sujo”, repleto de marcas gráficas como interrogações,
exclamações, travessões e aspas. Eles interrompem o fluxo de leitura de seu texto.
9) Respeite as margens e indicações de parágrafo. Sim, isso será avaliado!
10)Revise seu texto. Observe especialmente se você utilizou a norma culta.
Verifique se há inadequações quanto à pontuação, ortografia, acentuação, vocabulário,
concordância, regência, construção do período e uso de conectores.
126
Atualizada em 2021
Dica-bônus: Em provas e concursos, as redações devem ser
desenvolvidas em torno de um tema proposto pela comissão de avaliação. Pense
em seu texto como uma resposta. Sim, todo texto é uma resposta. Mas você
precisa conhecer bem a pergunta. Leia a proposta (pergunta) com muita atenção
e fiscalize-se para não fugir dela sob nenhuma hipótese. O desenvolvimento do
tema, a objetividade frente à sua apresentação, a seleção e articulação dos
argumentos e a consistência da argumentação são quesitos avaliados com muito
rigor.
Conheça o Manual de Redação da Presidência da República.
No Vestibular o tipo de redação mais utilizado é a DISSERTAÇÃO, que envolve técnicas
descritivas e narrativas como podemos comparar:
Exemplo de Descrição
Este é o técnico da seleção: Um homem de cabelos embranquecidos pela vida de futebol
e por demais atacado pela calvície e possuidor de um temperamento contestador mas
audaz em sua decisão de levar o Brasil ao título do Pentacampeonato tão almejado por
um Povo de autenticidade futebolística e técnicos de coração verde e amarelo que
bradam e vivem a vitória e a derrota de cada etapa num grito eufórico de gol !
Exemplo de Narração
Vai iniciar mais uma partida de mais um clássico de futebol. E parece que o dia está claro
para um jogo jamais visto em todo este campeonato. É o Brasil buscando o nosso
Pentacampeonato contra a Jamaica. Vai ser dado o chute inicial e o jogo vai começar...
Vai, Brasil !
Exemplo de Dissertação
O que nos interessa é a dissertação que não foge a estrutura redacional da introdução, do
desenvolvimento e finalmente a conclusão das duas partes da estrutura. Assim temos
sempre que ter um plano de estrutura que determine o tema projetando suas limitações,
inicie um tópico frasal definindo a ideia geral que deve ser desenvolvida, manifeste a
opinião e argumentação da ideia geral e desenvolve a redação até chegar ao final da
ideia geral proposta e das ideias desenvolvidas. Analise esta dissertação e veja se ela
realmente seguiu as etapas que estruturam uma boa redação e não se esqueça de
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Atualizada em 2021
verificar a ortografia. A melhor dica é escrever sempre e ler bastante acompanhando as
técnicas redacionais apresentadas a cada semana para desenvolver ordenadamente sua
dissertação e até conhecer algumas formas de fazer um núcleo ou tópico frasal bem
definido com o tema.
Exemplo:
Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas
vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências
comerciais, ganhou seu lugar nas festividades do Domingo de Páscoa assim como outra
tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia).
Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Exodus e depois a Nova Páscoa está descrita
no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da
História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que
Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro
foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová.
E com a ceia vieram os pães ázimos sem fermento e as ervas amargas comidas com o
cordeiro pelos hebreus com os cinturões cingidos aos rins, prontos para ir embora do
Egito, ao amanhecer. Depois temos o anúncio do Cordeiro de Deus por João Batista e a
revelação do Filho do Homem até a sua crucificação e a Ressurreição. Somente a partir
deste período, os cristãos das catacumbas começam a usar o Ovo como símbolo de vida
nova, além do que depois do jejum da Quaresma e da Semana Santa era o alimento para
a preparação da festa, entre 22 de março a 25 de abril, variando de ano para ano.
A origem das tradições pascais variam de civilização a civilização e de tudo que pode ser
incorporado como os ovos egípcios ganhou afeição dos teutônicos e na China, na Festa
da Primavera, distribuíam ovos coloridos. Os missionários trouxeram o costume que se
ocidentalizou-se e a Igreja concordou e oficializou no século XVIII.
No mundo todo, a cerimônia religiosa da Páscoa varia conforme as tradições e costumes,
mas seus significados de Libertação e Vida Nova ainda são traduzidos nas festividades
pascais e nas suas formas de comemorações até mesmo com a malhação do Judas no
Sábado de Aleluia e a Missa de Páscoa de Domingo, tudo faz parte da civilização cristã
ocidental e da história da vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo narrada no Antigo e
Novo Testamento.
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EXERCÍCIOS DE ORTOGRAFIA
1. Estão corretamente empregadas as palavras na frase:
a) Receba meus cumprimentos pelo seu aniversário.
b) Ele agiu com muita descrição.
c) O pião conseguiu o primeiro lugar na competição.
d) Ele cantou uma área belíssima.
e) Utilizamos as salas com exatidão.
2. Todas as alternativas são verdadeiras quanto ao emprego da inicial maiúscula,
exceto:
a) Nos nomes dos meses quando estiverem nas datas.
b) No começo de período, verso ou alguma citação direta.
c) Nos substantivos próprios de qualquer espécie
d) Nos nomes de fatos históricos dos povos em geral.
e) Nos nomes de escolas de qualquer natureza.
3. Indique a única sequência em que todas as palavras estão grafadas
corretamente:
a) fanatizar - analizar - frizar.
b) fanatisar - paralizar - frisar.
c) banalizar - analisar - paralisar.
d) realisar - analisar - paralizar.
e) utilizar - canalisar - vasamento.
4. A forma dual que apresenta o verbo grafado incorretamente é:
a) hidrólise - hidrolisar.
b) comércio - comercializar.
c) ironia - ironizar.
d) catequese - catequisar.
e) análise - analisar.
5. Quanto ao emprego de iniciais maiúsculas, assinale a alternativa em que não há
erro de grafia:
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a) A Baía de Guanabara é uma grande obra de arte da Natureza.
b) Na idade média, os povos da América do Sul não tinham laços de amizade com a
Europa.
c) Diz um provérbio árabe: "a agulha veste os outros e vive nua."
d) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incensos e mirra " (Manuel
Bandeira).
e) A Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, foi ornamentada na época de natal.
6. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:
a) enxotar - trouxa - chícara.
b) berinjela - jiló - gipe.
c) passos - discussão - arremesso.
d) certeza - empresa - defeza.
e) nervoso - desafio - atravez.
7. A alternativa que apresenta erro(s) de ortografia é:
a) O experto disse que fora óleo em excesso.
b) O assessor chegou à exaustão.
c) A fartura e a escassez são problemáticas.
d) Assintosamente apareceu enxarcado na sala.
e) Aceso o fogo, uma labareda ascendeu ao céu.
8. Assinale a opção cm que a palavra está incorretamente grafada:
a) duquesa.
b) magestade.
c) gorjeta.
d) francês.
e) estupidez.
9. Dos pares de palavras abaixo, aquele em que a segunda não se escreve com a
mesma letra sublinhada na primeira é:
a) vez / reve___ar.
b) propôs / pu__ eram.
c) atrás / retra __ ado.
d) cafezinho/ blu __ inha.
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e) esvaziar / e___ tender.
10. Indique o item em que todas as palavras devem ser preenchidas com x:
a) pran__a / en__er / __adrez.
b) fei__e / pi__ar / bre__a.
c) __utar / frou__o / mo__ila.
d) fle__a / en__arcar / li__ar.
e) me__erico / en__ame / bru__a.
11. Todas as palavras estão com a grafia correta, exceto:
a) dejeto.
b) ogeriza.
c) vadear.
d) iminente.
e) vadiar.
12. A alternativa que apresenta palavra grafada incorretamenteé:
a) fixação - rendição - paralisação.
b) exceção - discussão - concessão.
c) seção - admissão - distensão.
d) presunção - compreensão - submissão.
e) cessão - cassação - excurção.
13. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:
a) analizar - economizar - civilizar.
b) receoso - prazeirosamente - silvícola.
c) tábua - previlégio - marquês.
d) pretencioso - hérnia - majestade.
e) flecha - jeito - ojeriza.
14. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:
a) atrasado - princesa - paralisia.
b) poleiro - pagem - descrição.
c) criação - disenteria - impecilho.
d) enxergar - passeiar - pesquisar.
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e) batizar - sintetizar - sintonisar.
15. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente:
a) tijela - oscilação - ascenção.
b) richa - bruxa - bucha.
c) berinjela - lage - majestade.
d) enxada - mixto - bexiga.
e) gasolina - vaso - esplêndido.
16. Marque a única palavra que se escreve sem o h:
a) omeopatia.
b) umidade.
c) umor.
d) erdeiro.
e) iena.
17. (CFS/95) Assinalar o par de palavras parônimas:
a) céu - seu
b) paço - passo
c) eminente – evidente
d) descrição – discrição
18. (CFS/95) Assinalar a alternativa em que todas as palavras devem ser escritas
com "j".
a) __irau, __ibóia, __egue
b) gor__eio, privilé__io, pa__em
c) ma__estoso, __esto, __enipapo
d) here__e, tre__eito, berin__ela
19. (CFC/95) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas do
seguinte período: "Em _____ plenária, estudou-se a _____ de terras a _____
japoneses."
a) seção - cessão - emigrantes
b) cessão - sessão - imigrantes
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c) sessão - secção - emigrantes
d) sessão - cessão – imigrantes
20. (CFC/95) Assinalar a alternativa que apresenta um erro de ortografia:
a) enxofre, exceção, ascensão
b) abóbada, asterisco, assunção
c) despender, previlégio, economizar
d) adivinhar, prazerosamente, beneficente
21. (CFC/95) Assinalar a alternativa que contém um erro de ortografia:
a) beleza, duquesa, francesa
b) estrupar, pretensioso, deslizar
c) esplêndido, meteorologia, hesitar
d) cabeleireiro, consciencioso, manteigueira
22. (CFC/96) Assinalar a alternativa correta quanto à grafia das palavras:
a) atraz - ele trás
b) atrás - ele traz
c) atrás - ele trás
d) atraz - ele traz
23. (CFS/96) Assinalar a palavra graficamente correta:
a) bandeija
b) mendingo
c) irrequieto
d) carangueijo
24. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na
ordem em que aparecem. "O Brasil de hoje é diferente, _____ os ideais de uma
sociedade _____ justa ainda permanecem".
a) mas - mas
b) mais - mas
c) mas - mais
d) mais – mais
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25. (CESD/98) Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras
homônimas. Associe as duas colunas e assinale a alternativa com a seqüência
correta.
1 - conserto ( ) valor pago
2 - concerto ( ) juízo claro
3 - censo ( ) reparo
4 - senso ( ) estatística
5 - taxa ( ) pequeno prego
6 - tacha ( ) apresentação musical
a) 5-4-1-3-6-2
b) 5-3-2-1-6-4
c) 4-2-6-1-3-5
d) 1-4-6-5-2-3
26. (CFC/98) Assinalar o par de palavras antônimas:
a) pavor - pânico
b) pânico - susto
c) dignidade - indecoro
d) dignidade – integridade
27. (CFS/97) O antônimo para a expressão "época de estiagem" é:
a) tempo quente
b) tempo de ventania
c) estação chuvosa
d) estação florida
28. (CFS/96) Quanto à sinonímia, associar a coluna da esquerda com a da direita e
indicar a seqüência correta.
1 - insigne ( ) ignorante
2 - extático ( ) saliente
3 - insipiente ( ) absorto
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4 - proeminente ( ) notável
a) 2-4-3-1
b) 3-4-2-1
c) 4-3-1-2
d) 3-2-4-1
29. (ITA/SP) Em que caso todos os vocábulos são grafados com "x" ?
a) __ícara, __ávena, pi__e, be__iga
b) __enófobo, en__erido, en__erto, __epa
c) li__ar, ta__ativo, sinta__e, bro__e
d) ê__tase, e__torquir, __u__u, __ilrear
1 A / 2 A / 3 C / 4 D / 5 D / 6 C / 7 D / 8 B / 9 D / 10 E / 11 B / 12 E / 13 E / 14 A / 15 E / 16
B / 17 D / 18 A / 19 D / 20 C / 21 B / 22 B / 23 C / 24 C / 25 A / 26 C / 27 C / 28 B / 29 B
1. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de:
também, incrível e caráter.
a) alguém, inverossímil, tórax
b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nós
2. Assinale a alternativa correta
a) Não se deve colocar acento circunflexo em palavra como avo, bisavo, porque há
palavras homógrafas com pronúncia aberta
b) Não se deve colocar acento grave no a do contexto: Fui a cidade
c) Não se deve colocar trema em palavras como tranquilo, linguiça, sequência
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Atualizada em 2021
d) Não se deve colocar trema em palavras derivadas como avozinho, vovozinho
e) O emprego do trema é facultativo
3. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:
a) voo, orfão, taxi, balaustre
b) itens, parabens, alguem, tambem
c) tactil, amago, cortex, roi
d) papeis, onix, bau, ambar
e) hifen, cipos, leem, pe
4. Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estejam
agrupadas pelo mesmo motivo gramatical.
a) problemáticos, fácil, álcool
b) já, até, só
c) também, último, análises
d) porém, detêm, experiência
e) país, atribuíram, cocaína
5. "À luz de seu magnífico ______ -de-sol ______ parece uma cidade ______ .
a) por, Itaguaí, tranquila
b) por, Itaguai, tranqila
c) por, Itaguaí, tranqüila
d) pôr, Itaguaí, tranqüila
e) pôr, Itaguai, tranquila
6. Marque item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) historia
b) ciume
c) amem
d) numero
e) ate
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7. São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:
a) há - até - atrás
b) história - ágeis - você
c) está - até - você
c) ordinário - apólogo - insuportável
c) mágoa - ícone – número
8. Assinale a série cuja acentuação gráfica se justifique da mesma forma que em:
baiúca - ônus - apóio.
a) viúvo, ônibus, pastéis
b) vírus, hífen, jibóia
c) centopéia, Garibáldi, caí
d) egoísmo, Quéops, escarcéu
e) lápis - vôlei – girassóis
9. Das alternativas abaixo, aquela em que as demais não se acentuam com base na
mesma regra da palavra entre aspas é:
a) "holandês" - anunciá-lo / paletós
b) "desejável" - açúcar / hífen
c) "público" - súbito / álcool
d) "matéria" - glória / idéia
e) "daí" - viúva / sanduíche
10. Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:
a) juízo, aí, saíste, saúde
b) poética, árabes, lírica, metáfora
c) glória, apóia, série, inócuo
d) réptil, fêmur, contábeis, ímã
e) assembléia, dói, papéis, céu
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Atualizada em 2021
11. Todas as palavras devem ser acentuadas na alternativa:
a) pudico, pegada, rubrica
b) gratuito, avaro, policromo
c) abdomen, itens, harem
d) magoo, perdoe, ecoa
e) contribuia, atribuimos, caiste
12. O ________ resulta da __________ entre a alga e o fungo.
a) líquen, simbiose
b) liquen, simbiose
c) liquem, simbiose
d) líquen, simbióse
e) líquem, simbiose
13. Assinale o item em que as palavras estão acentuadas segundo a mesma regra:
a) miúdo, pêndulo
b) história, distância
c) pedrês, porém
d) respeitável, pálpebra
e) Lucília, três
14. Há erro(s) de acentuação gráfica em:
a) recém-vindo, decano, refrega
b) pudico, bímano, gratuito
c) inaudito, pegada, zênite
d) íbero, ávaro, levedo
e) filantropo, opimo, aziago
15.Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados
graficamente:
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Atualizada em 2021
a) perdoo, balaustre, bambu
b) itens, assembleia, cafeina
c) tuneis, juri, pessoa
d) aerodromo, estrategia, néctar
e) agape, apoio (subst.), nuvens
16. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados os vocábulos da opção:
a) refrega, ibero, decano
b) aziago, pegada, avaro
c) leucocito, alcoolatra, interim
d) inaudito, batavo, erudito
e) rubrica, maquinaria, pudico
17. Qual dentre as palavras abaixo deve ser necessariamente acentuada:
a) ai
b) pais
c) doida
d) sauva
e) saia
18. Assinale a opção em que os vocábulos obedecem à mesma regra de acentuação
gráfica:
a) pés, hóspedes
b) sulfúrea, distância
c) fosforecência, provém
d) últimos, terrível
e) satânico, porém
19. Num dos itens abaixo, a acentuação gráfica não está devidamente justificada.
Assinale este item:
a) círculo: vocábulo paroxítono
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Atualizada em 2021
b) além: vocábulo oxítono terminado em -em
c) órgão: vocábulo paroxítono terminado em til
d) dócil: vocábulo paroxítono terminado em -l
e) pôde: acento diferencial
20. Marque a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:
a) voo, parabens, hifen, sofas
b) fenix, esplendido, voce, volatil
c) aneis, rubrica, tenis, urubu
d) chama-la, veem, Tamanduatei, tambem
e) cipos, biceps, rape, sauva
21. A alternativa em que somente uma das palavras deve receber acento gráfico é:
a) Luis, patroa, nuvem
b) hifens, item, somente
c) arcaico, itens, caju
d) seduzi-lo, maracatu, cafezal
e) abençoe, saiu, hotel
22. Das palavras abaixo, uma admite duas formas de justificar o acento gráfico:
a) combustível
b) está
c) três
d) países
e) veículos
23. Assinale a alternativa em que a acentuação das palavras se explica pela mesma
regra.
a) fábrica, máquina, ímã
b) saúde, egoísta, atribuí-lo
c) môo, pó, vêm
d) quilômetro, cinqüenta, privilégio
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Atualizada em 2021
e) hífen, médium, álcool
24. Há erro de acentuação em:
a) O repórter havia afirmado que a canoa da República andava órfã.
b) Ontem você não pode vir por água no fogo e souberam disso através dos colegas.
c) Rui vem de ônibus, lê o jornal e sempre procura saber o nome dos partidos que retêm o
uso do poder.
d) Ainda não soube do porquê de sua desistência do vôo de ontem
e) "Deus te abençoe" era o grito de pára que acalmava a meninada na hora de dormir.
25. A alternativa em que todas as palavras recebem acento gráfico é:
a) pudico, rubrica, destruido, Piaui
b) campo, polens, hifen, abdomens
c) feiura, pessego, virus, você
d) salada, camera, tatu, latex
e) item, pudico, gratuito, raiz
26. Qual a seqüência acentuada por terminar em encontro vocálico pronunciado
como ditongo crescente?
a) assembléia, caracóis, solidéu e jibóia
b) Tambaú, Camalaú, Tambaí e açaí
c) série, pátio, área e tênue
d) imóveis, pênseis, pudésseis e mísseis
e) bônus, júri, lápis e tênis
27. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado.
a) abençoo, refens, polen, cipos
b) tenis, esplendido, voce, portatil
c) papeis, rubrica, onix, urubu
d) compo-la, leem, Tamanduatei, armazem
e) apos, climax, sape, saúde
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Atualizada em 2021
28. Analisando as palavras: 1. apóiam, 2. bainha, 3. abençoo, notamos que
está/estão corretamente grafada(s):
a) apenas a palavra n.º 1
b) apenas a palavra n.º 2
c) apenas a palavra n.º 3
d) todas as palavras
e) n.d.a.
1 A / 2 D / 3 B / 4 E / 5 D / 6 B / 7 C / 8 D / 9 D / 10 C / 11 E / 12 A / 13 B / 14 D / 15 D /
16 C / 17 D / 18 B / 19 A / 20 C / 21 A / 22 E / 23 B / 24 B / 25 C / 26 C / 27 C / 28 D
1. A alternativa que apresenta classes de palavras cujos sentidos podem ser
modificados pelo advérbio são:
a) adjetivo - advérbio - verbo.
b) verbo - interjeição - conjunção.
c) conjunção - numeral - adjetivo.
d) adjetivo - verbo - interjeição.
e) interjeição - advérbio - verbo.
2. Das palavras abaixo, faz plural como "assombrações"
a) perdão.
b) bênção.
c) alemão.
d) cristão.
e) capitão.
142
Atualizada em 2021
3. Na oração "Ninguém está perdido se der amor...", a palavra grifada pode ser
classificada como:
a) advérbio de modo.
b) conjunção adversativa.
c) advérbio de condição.
d) conjunção condicional
e) preposição essencial.
4. Marque a frase em que o termo destacado expressa circunstância de causa:
a) Quase morri de vergonha.
b) Agi com calma.
c) Os mudos falam com as mãos.
d) Apesar do fracasso, ele insistiu.
e) Aquela rua é demasiado estreita.
5. "Enquanto punha o motor em movimento." O verbo destacado encontra-se no:
a) Presente do subjuntivo.
b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.
c) Presente do indicativo.
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
e) Pretérito imperfeito do indicativo.
6. Aponte a opção em que muito é pronome indefinido:
a) O soldado amarelo falava muito bem.
b) Havia muito bichinho ruim.
c) Fabiano era muito desconfiado.
d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão.
e) Muito eficiente era o soldado amarelo.
7 . A flexão do número incorreta é:
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Atualizada em 2021
a) tabelião - tabeliães.
b) melão - melões
c) ermitão - ermitões.
d) chão - chãos.
e) catalão - catalões.
8. Dos verbos abaixo apenas um é regular, identifique-o:
a) pôr.
b) adequar.
c) copiar.
d) reaver.
e) brigar.
9. A alternativa que não apresenta erro de flexão verbal no presente do indicativo é:
a) reavejo (reaver).
b) precavo (precaver).
c) coloro (colorir).
d) frijo (frigir).
e) fedo (feder).
10. A classe de palavras que é empregada para exprimir estados emotivos:
a) adjetivo.
b) interjeição.
c) preposição.
d) conjunção.
e) advérbio.
1 A / 2 A / 3 D / 4 A / 5 E / 6 B / 7 E / 8 E / 9 D / 10 B
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Atualizada em 2021
1. “Ela considerava tudo estranho e sem sentido, inacreditavelmente Absurdo”. O
advérbio destacado é
• advérbio modificando pelo verbo
• advérbio modificando adjetivo
• advérbio modificando outro advérbio
• advérbio modificando toda a frase
2. A expressão "ao mesmo tempo" equivale semanticamente a:
• paralelamente;
• juntamente;
• temporariamente;
• simultaneamente;
• cronologicamente.
3. A razão _________ se premiou Pamuk é clara, mas sempre haverá quem pergunte
_________não foi outro o premiado. Preenchem corretamente as lacunas da frase
acima, na ordem dada:
• por que - por que
• por que - porque
• porquê - por que
• porque - porque
• por que - porquê
4....para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma
metáfora... No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a
frase que deve ser preenchida com forma idêntica à destacada acima é:
• Alguém poderá perguntar: -O autor citou Braudel, ...?
• Gostaria de saber ...... ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel
acerca do mar Mediterrâneo.
• Quem sabe o ...... da citação da obra de Braudel?
• Referências são sempre interessantes, ...... despertam curiosidade acerca da obra.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DISPOSIÇÕES GERAIS A CERCA DA CF/88:
CONCEITO: A Constituição da República é um conjunto de leis normas de governo
que enumera e limita poderes e funções das entidades políticas que governam o País.
Exemplo: Na Constituição está prevista a forma de eleição dos políticos, o limite de
atuação do Poder Estatal e os Direitos (direitos individuais, coletivos, sociais ou
políticos) que são assegurados aos indivíduos nacionais e os que estiverem sujeitos aogoverno brasileiro.
Elaborada em: 1988 por Deputados e Senadores eleitos em 1986, sendo assim, eles
compuseram a chamada “Assembleia Nacional Constituinte”, que é o órgão que elaborou
os artigos da Constituição em conjunto com a sociedade.
Revisada em: 1993, sendo que a Constituição acabou sofrendo seis emendas.
Emendada: 70 vezes, sendo que para entendermos como é que se emenda (como
funciona o mecanismo) a Constituição, devemos ler o art. 60 da CF/88, ele irá explicar
como deve ser feito o procedimento e quem é que poderá propor emendas à Constituição.
ORIGEM: Desde a Antiguidade, os povos sempre usaram códigos para reger as
relações que ocorriam em seus territórios.
No século V a.C. as ideias de instituição do sistema judicial já existiam na Grécia,
ocorrendo inclusive a separação entre religião e governo. No mesmo período, Roma
seguia as regras baseadas na Lei das Doze Tábuas, um dos conjuntos de leis que
serviram de base para o Direito romano.
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Atualizada em 2021
No ano de 1.100 na Inglaterra, a Carta de Liberdades, outorgada por Henrique I da
Inglaterra limitava os Poderes do rei.
No ano de 1.215 a chamada Carta Magna é imposta por um grupo de barões ao Rei
João Sem Terra, da Inglaterra. É considerado o primeiro passo em direção à
monarquia constitucional.
Em 1.787 surge nos E.U.A a primeira Constituição do mundo moderno. Com apenas
sete artigos, ela é baseada na separação de Poderes, na igualdade e na supremacia
da lei.
Em 1791, dois anos após o início da Revolução Francesa, foi incluída a nova
Constituição do país. Sua introdução, a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, influenciaria as cartas de vários países nos anos seguintes.
ESTRUTURA: A Constituição de 1988 está dividida em nove títulos. As temáticas de
cada título são:
Título I — Princípios Fundamentais
Do artigo 1º ao 4º temos os fundamentos sob os quais constitui-se a República
Federativa do Brasil.
Título II — Direitos e Garantias Fundamentais
Os artigos 5º ao 17 elencam uma série de direitos e garantias, reunidas em
cinco grupos básicos:
Individuais, coletivos, sociais, de nacionalidade e políticos.
As garantias ali inseridas (muitas delas inexistentes em Constituições
anteriores) representaram um marco na história brasileira.
Título III — Organização do Estado
Os artigos 18 a 43 tratam da organização político-administrativa (ou seja, das
atribuições de cada ente da federação (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios); além disso, tratam das situações excepcionais
de intervenção nos entes federativos, versam sobre administração
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_(Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Unidades_federativas_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Munic%C3%ADpios_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Interven%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica
147
Atualizada em 2021
pública e servidores públicos militares e civis, e também das regiões do país e
sua integração geográfica, econômica e social.
Título IV — Organização dos Poderes
Os artigos 44 a 135 definem a organização e atribuições de cada poder (Poder
Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), bem como de seus agentes
envolvidos. Também definem os processos legislativos, inclusive os que
emendam a Constituição.
Título V — Defesa do Estado e das Instituições
Os artigos 136 a 144 tratam do Estado de Defesa, Estado de Sítio, das Forças
Armadas e da Segurança Pública.
Título VI — Tributação e Orçamento
Os artigos 145 a 169 definem as limitações ao poder de tributar do Estado,
organiza o sistema tributário e detalha os tipos de tributos e a quem cabe
cobrá-los. Trata ainda da repartição das receitas e de normas para a
elaboração do orçamento público.
Título VII — Ordem Econômica e Financeira
Os artigos 170 a 192 regulam a atividade econômica e financeira, bem como as
normas de política urbana, agrícola, fundiária e reforma agrária, versando ainda
sobre o sistema financeiro nacional.
Título VIII — Ordem Social
Os artigos 193 a 232 tratam de temas caros para o bom convívio e
desenvolvimento social do cidadão, a saber: Seguridade
Social;Educação, Cultura e Desporto; Ciência e Tecnologia; Comunicação
Social; Meio Ambiente; Família (incluindo nesta acepção crianças,
adolescentes e idosos); e populações indígenas.
Título IX — Disposições Gerais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Servidores_p%C3%BAblicos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Legislativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Judici%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_Defesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_S%C3%ADtio
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Armadas
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Armadas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a_P%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Constitucional_Tribut%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tributo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Receita_(economia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A7amento_p%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atividade_econ%C3%B4mica
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pol%C3%ADtica_urbana&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pol%C3%ADtica_agr%C3%ADcola&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pol%C3%ADtica_fundi%C3%A1ria&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_agr%C3%A1ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_financeiro_nacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguridade_Social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguridade_Social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esporte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o_Social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o_Social
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_Ambiente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_amer%C3%ADndios
148
Atualizada em 2021
Os artigos que vão do 234 (o artigo 233 foi revogado) ao 250. São disposições
esparsas versando sobre temáticas variadas e que não foram inseridas em
outros títulos em geral por tratarem de assuntos muito específicos.
CARACTERÍSTICAS:
Formal possui dispositivos que não são normas essencialmente constitucionais.
Escrita apresenta-se em um documento sistematizado.
Promulgada elaborada por um poder constituído democraticamente.
Rígida
não é facilmente alterada. Exige um processo legislativo mais elaborado,
consensual e solene para a elaboração de emendas constitucionais do
que o processo comum exigido para todas as demais espécies
normativas legais.
Analítica
descreve em pormenores todas as normas estatais e os direitos e
garantias por ela estabelecidas.
Dogmática constituída por uma assembleia nacional constituinte.
ANÁLISANDO OS SEUS DISPOSITIVOS LEGAIS
Princípios Fundamentais (art. 1º ao 4º)
Os princípios fundamentais, estabelecidos no Título I do texto constitucional, fixam as
bases e os fundamentos da ordem constitucional e exprimem a noção de “Mandamento
Nuclear de um Sistema”. Eles constituem um direcionamento interpretativo para as
decisões judiciais e orientação para as decisões políticas.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:
República: (do latim res publica, "coisa pública") é uma forma de governo na qual
o chefe do Estado é eleitopelos cidadãos ou seus representantes, tendo a sua chefia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Forma_de_governo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chefe_do_Estado
149
Atualizada em 2021
uma duração limitada. A eleição do chefe de Estado é normalmente realizada através
do voto livre e secreto.
Federativa: dá-se o nome de Federação (do latim: foedus, foedera "aliança", "pacto",
"contrato") ou Estado federal a um Estado soberano composto por diversas entidades
territoriais autônomas dotadas de governo próprio. Como regra geral, os estados
("estados federados") que se unem para constituir a federação (o "Estado federal")
são autônomos, isto é, possuem um conjunto de competências ou prerrogativas
garantidas pela constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo
unilateral pelo governo central.
Indissolúvel: quer dizer que a Federação é expressamente declarada indissolúvel
pela Constituição, ou seja, nem os Estados-Membros, nem o Distrito Federal, nem os
Municípios possuem o poder de desligar-se do Estado Federal, formando um novo
Estado soberano.
Entes Autônomos: eles têm capacidade de auto-organização e auto legislação, mas
não são soberanos.
Estado Democrático de Direito: o estado de direito é aquele no qual os mandatários
políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas. Os pontos
fundamentais são o respeito aos direitos e garantias fundamentais, a vontade popular,
tudo sob o primado da lei, que regula as atividades estatais, colocando-se acima dos
interesses dos governantes e governados.
Abaixo faremos uma análise acerca dos fundamentos (bases, alicerce) da
República, que são os elementos inerentes à estrutura do Estado e do Poder.
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vota%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o
150
Atualizada em 2021
Esse primeiro artigo da Constituição é rico em conceitos técnicos. São eles:
União indissolúvel: essa locução informa que as partes materialmente componentes da
Republica não poderão dela se dissociar, o que implica dizer que qualquer tentativa
separatista é inconstitucional. É importante notar que a União não faz parte desse rol por
não ter ela existência material, mas apenas jurídica, ou, nos termos do art. 18, político-
administrativa.
Este artigo também indica os cinco fundamentos da República. Fundamentos são os
alicerces, as bases ideológicas sobre as quais está construída a República Federativa do
Brasil. São eles:
Soberania: A soberania se compreende no exato conceito de Estado. Estado não
soberano ou semi-soberano não é Estado. A soberania é uma autoridade superior
que não pode ser limitada por nenhum outro poder. Na República, entende-se por
soberania a condição de tomar decisões sem sofrer interferência interna ou externa.
Cidadania: (do latim, civitas, "cidade") é o conjunto de direitos e deveres ao qual um
indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania
sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos
políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do
Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua
administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a um cargo público (indireto).
Dignidade da pessoa humana: o Brasil é estruturado com base na consciência de
que o valor da pessoa humana, enquanto ser humano, é insuperável. Em vários
artigos a Constituição mostra como pretende assegurar o respeito à condição de
dignidade do ser humano, como por exemplo, no art. 5º, III, onde se lê que ninguém
será submetido à tortura ou a tratamento desumano ou degradante, ou no art. 6º,
onde se encontra uma lista de direitos sociais da pessoa.
Valores sociais do trabalho: o trabalhador foi visto e entendido, por muito tempo,
como uma espécie de engrenagem num mecanismo de produção de riqueza. A atual
Constituição não aceita esse entendimento, e impõe que o trabalho seja, além de
gerador de riquezas para o empregador e para o Brasil, instrumento do trabalhador
para obter todos os direitos sociais que estão assegurados no art.6º.
http://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito96.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_pol%C3%ADticos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_pol%C3%ADticos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica
http://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito26.html
http://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito21.html
http://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito21.html
151
Atualizada em 2021
Livre iniciativa: trata-se de um conceito da economia, o chamado“sistema de livre
iniciativa”, que ocorre quando os agentes econômicos agem de forma livre, com
pouca ou nenhuma intervenção dos governos. É, portanto, um mercado idealizado,
onde todas as ações econômicas e individuais respeitam a transferência de dinheiro,
bens e serviços voluntariamente. Contudo, o cumprimento de contratos voluntários é
obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a
trabalhar para terceiros.
Pluralismo político: além da liberdade de expressar sua concepção política,
reunindo-se com seus iguais em qualquer partido político, o brasileiro também pode
exercer o direito ao pluralismo político reunindo-se em associações, em sindicatos,
em igrejas, em clubes de serviço.
O parágrafo único assegura o princípio básico das democracias ocidentais. O povo é
o titular primeiro e único do poder do Estado. Esse poder pode ser exercido através de
representantes que esse mesmo povo, agora cidadão, elege (deputados, senadores,
governadores, prefeitos, vereadores, Presidente da República), ou também pode o
povo exercer o poder de que é titular diretamente, sem intermediários, nas formas
previstas no art.14, que são o sufrágio, o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.
O Estado brasileiro é organizado de acordo com a teoria da tripartição do Poder do
Estado, como está disposto no artigo 2º da Constituição Federal.
A fórmula idealizada por Montesquieu, em "O Espírito das Leis", consiste em atribuir o
exercício do Poder do Estado a órgãos distintos e independentes, cada qual com uma
função específica, prevendo-se ainda um sistema de controle entre poderes, de modo que
nenhum dos integrantes dos três Poderes pudesse agir em desacordo com as leis e a
Constituição. Esse sistema de controles recíprocos é também conhecido como "sistema
de freios e contrapesos", expressão tomada da doutrina norte-americana.
Cada Poder do Estado exerce preponderantemente uma função típica e secundariamente
funções atípicas. Assim:
O Poder Legislativo elabora leis, respeitando o que foi traçado na Constituição Federal.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agentes_econ%C3%B4micos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado
http://www.angelfire.com/ar/rosa01/direito125.html
152
Atualizada em 2021
O Poder Executivo administra, ou seja, realiza os fins do Estado, adotando
concretamente as políticas para este fim.
O Poder Judiciário soluciona conflitos entre pessoas, ou entre indivíduos e o Estado,
entre grupos, segmentos da sociedade, coletividades, etc.
Entre as funções atípicas está o controle entre os Poderes. Essa questão é fundamental
para compreender as relações entre os Poderes do Estado.
Art. 3º Constituemobjetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação
Não é difícil perceber que tudo parece utopia. Mas também não seria responsável ou
coerente dizer que ninguém sabe que os objetivos estão bem elaborados e coesos para a
construção de uma sociedade baseada e focada na dignidade da pessoa humana e no
pluralismo político.
A dignidade como a base de todos os direitos fundamentais e o pluralismo político como
forma de garantia da coexistência de ideologia em todos os aspectos do convívio social,
evertendo-se numa garantia de igualdade estão estampados como os mais evidentes
alicerces para tal obra.
E é assim que tais objetivos devem ser vistos: todos vinculados para propiciar a qualquer
um dos cidadãos todos os requisitos necessários para alcançar as queridas dignidade e
igualdade.
Portanto, os objetivos são externos à estrutura de Estado, são metas a serem
perseguidas mediante ações concretas do Estado e da Sociedade. A Constituição,
especialmente no título referente à Ordem Social (art. 170 a 191), fixa os instrumentos
para a efetiva realização dos objetivos do Estado Democrático de Direito.
153
Atualizada em 2021
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
Em razão de determinado ordenamento fazer constar tais princípios e, em consequência
das funções que eles passam a exercer numa sociedade, surge a oportunidade de haver
maior controle da política externa desenvolvida por seus administradores.
Isso se dá tanto pelo Legislativo, que deverá se pautar nas suas vertentes quando de sua
atuação de construção normativa, quanto pelo Judiciário.
Aliás, é exatamente porque cumpre ao Judiciário o zelo da ordem jurídica, que se torna
importante a previsão expressa em textos magnos dos referidos princípios, já que assim
possuirá bases mais fixas para denunciar qualquer descumprimento para com os
princípios ou mesmo considerar determinados atos como inconstitucionais, se vierem a
violá-los.
Desse modo, o princípio da solução pacífica dos conflitos, por exemplo, indica que o
Brasil deve, em todas as relações internacionais, preferir por uma atuação por meios não
militares, opondo-se, sempre que possível, a qualquer uso de violência. -
154
Atualizada em 2021
I - independência nacional;- O Brasil defende que todo País deve ser independente.
Existem nações que ainda não conseguiram se tornar independente. Exemplo: Hong
Kong, Taiwan, Palestina, etc.
II - prevalência dos direitos humanos;- Procura-se evidenciar que a obrigação de
respeitar os direitos humanos pertence não só aos indivíduos, mas também ao Estado,
tanto que a própria Constituição Federal estabelece, entre os princípios a serem
observados pelo Brasil, nas suas relações internacionais, os países devem respeitar a
Carta dos Direitos Humanos e os Tratados e Convenções que versem sobre a matéria.
III - autodeterminação dos povos;- É o direito que as populações habitantes de um
determinado território que compõem ou não um estado-nação, têm de afirmarem perante
todas as outras populações sua capacidade de se autogovernarem, manterem a criação
cultural e tradições próprias, e terem soberania, e de constituírem as suas próprias leis.
IV - não-intervenção;- O Brasil opta pelo diálogo para resolver as crises Internacionais e
defende que os países membros da ONU não podem intervir nos na Soberania dos
outros.
V - igualdade entre os Estados;- O princípio de reciprocidade consiste em permitir a
aplicação de efeitos jurídicos em determinadas relações de direito, quando esses mesmos
efeitos são aceitos igualmente por países estrangeiros. Segundo o Direito Internacional, a
reciprocidade implica o direito de igualdade e de respeito mútuo entre os Estados.
VI - defesa da paz; - No mundo globalizado da unipolaridade, das economias
desnacionalizadas e das soberanias relativizadas e desrespeitadas, ou ficamos com a
força do direito ou com o direito da força. O DIREITO à paz é o direito natural dos povos.
Direito que esteve em estado de natureza no contratualismo social de Rousseau e que
ficou implícito como um dogma na paz perpétua de Kant.
VII - solução pacífica dos conflitos; - A solução pacífica dos conflitos incorporou-se à
identidade internacional brasileira como um de seus princípios centrais por força da
influência de fatores históricos e estruturais nacionais e internacionais. Essas variáveis
determinaram a maneira como a interação entre os Estados e o próprio fenômeno da
guerra é percebida no Brasil.
155
Atualizada em 2021
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; - O Brasil repudia estes dois crimes, tanto
que a Constituição de 1988, em seu art. 5º - inc. XLIIpassou a considerar a prática do
racismo como crime inafiançável e imprescritível. A tortura também ganhou reprovação
tamanha a ponto de ser equiparada aos crimes hediondos no art. 5º, inciso XLIII – e por
fim, citando que ninguém será submetido à tortura notambém citadoart. 5º inciso III.
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; - A Cooperação
entre os Povos é defendida pelo País, que inclusive participa de dois blocos econômicos
importantes na ordem mundial. BRINCS e MERCOSUL.
X - concessão de asilo político. - Asilo político consiste no acolhimento de estrangeiro
por parte de um Estado que não o seu, em virtude de perseguição por ele sofrida e
praticada por seu próprio país ou por terceiro.
No caso do Parágrafo Único, o Brasil faz da integração da América Latina, um dos pilares
da política exterior do Brasil. Tanto que traz expressamente a previsão na Carta Magna.
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Um dos temas mais atuais e, portanto, mais cobrados nas provas de Direito
Constitucional em qualquer concurso público é a análise, conhecimento e interpretação
dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Neste sentido, toda leitura destes direitos fundamentais deve partir da lição de que os
direitos e garantias fundamentais constituem um dos pilares do tripé do Estado de Direito,
ao lado do enunciado da Legalidade e do Princípio da Separação de Poderes.
156
Atualizada em 2021
De toda a literatura doutrinária sobre a figura dos direitos e garantias fundamentais são
válidas as palavras do Professor JOSÉ AFONSO DA SILVA para quem “são aquelas
prerrogativas e instituições que o Direito Positivo concretiza em garantias de uma
convivência digna, livre e igual de todas as pessoas”(1) .
Exatamente por conta desta natureza básica para a própria existência das pessoas e,
quiçá, sua sobrevivência, reconheceu-se ainda as seguintes características:
Historicidade
Inalienabilidade- não é possível a transferência de direitos fundamentais, a qualquer
título ou forma (ainda que gratuita);
Irrenunciabilidade - não está sequer na disposição do seu titular, abrir mão de sua
existência;
Imprescritibilidade - não se perdem com o decurso do tempo;
Relatividade ou Limitabilidade - não há nenhuma hipótese de direito humano absoluto,
eis que todos podem ser ponderados com os demais;
Universalidade - são reconhecidos em todo o mundo.
Por outro lado, nem todo direito fundamental sempre foi expressamente previsto nas
Constituições, ainda que a grande maioria ali esteja.
Neste sentido, extrai-se da Carta de 1988 o exemplo de que a mesma não trata de alguns
direitos da personalidade, como o nome.
Exatamente para que não fosse entendida tal previsão como uma lacuna, o próprio art. 5°
contemplou o §2° com a admissão de que existiriam outros decorrentes dos sistemas
adotados pelo país.
Ademais, esta discriminação não se deu na Constituição de forma exaustiva ou taxativa,
ex vi o parágrafo segundo do próprio artigo. Trata-se, na verdade, de rol apenas
exemplificativo:
157
Atualizada em 2021
“§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa seja parte.”
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Como estes direitos fundamentais foram sendo reconhecidos pelos textos constitucionais
e o ordenamento jurídico dos países de forma gradativa e histórica, os autores
começaram a reconhecer as gerações destes, podendo assim ser sintetizado tal
pensamento:
Direitos de primeira geração: Surgidos no século XVII, eles cuidam da proteção
das liberdades públicas, ou seja, os direitos individuais, compreendidos como aqueles
inerentes ao homem e que devem ser respeitados por todos os Estados, como o direito à
liberdade, à vida, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao voto, entre outros.
Como afirma ALEXANDRE DE MORAES, “essas idéias encontravam um ponto
fundamental em comum, a necessidade de limitação e controle dos abusos de poder do
próprio Estado e de suas autoridades constituídas e a consagração dos princípios básicos
da igualdade e da legalidade como regentes do Estado moderno e contemporâneo”. (2)
Direitos de segunda geração: os ora chamados direitos sociais, econômicos e
culturais, onde passou a exigir do Estado sua intervenção para que a liberdade do homem
fosse protegida totalmente (o direito à saúde, ao trabalho, à educação, o direito de greve,
entre outros). Veio atrelado ao Estado Social da primeira metade do século passado.
A natureza do comportamento perante o Estado serviu de critério distintivo entre as
gerações, eis que os de primeira geração exigiam do Estado abstenções (prestações
negativas), enquanto os de segunda exigem uma prestação positiva.
Direitos de terceira geração: os chamados de solidariedade ou fraternidade,
voltados para a proteção da coletividade. As Constituições passam a tratar da
preocupação com o meio ambiente, da conservação do patrimônio histórico e cultural,
etc.;
A partir destas, vários outros autores passam a identificar outras gerações, ainda que não
reconhecidas pela unanimidade de todos os doutrinadores.
158
Atualizada em 2021
Direitos de quarta geração: o defensor é o Professor PAULO BONAVIDES, para
quem seriam resultado da globalização dos direitos fundamentais, de forma a
universalizá-los institucionalmente, citando como exemplos o direito à democracia, à
informação, ao comércio eletrônico entre os Estados.
Direitos da quinta geração (?): defendida por apenas poucos autores para tentar
justificar os avanços tecnológicos, como as questões básicas da cibernética ou da
internet.
Vale observar que ainda que se fale em gerações, não existe qualquer relação de
hierarquia entre estes direitos, mesmo porque todos interagem entre si, de nada servindo
um sem a existência dos outros.
Esta nomenclatura adveio apenas em decorrência do tempo de surgimento, na eterna e
constante busca do homem por mais proteção e mais garantias, com o objetivo de
alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, como defendia NOBERTO
BOBBIO (3). Por isto, a mais moderna doutrina defende o emprego do termo dimensões
no lugar de gerações.
Ainda para prestigiar sua importância, em geral, os direitos e garantias fundamentais
têm aplicabilidade imediata (art. 5º §1º CRFB), dependendo naturalmente da forma que foi
enunciada pela Constituição para que seja afirmada se a mesma será de eficácia plena
ou limitada.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
A Constituição afirma que esta igualdade ocorre perante os termos do que está descrito
em seus artigos, sendo assim, podemos perceber que a mulher não precisa se alistar
para o serviço militar e também aposenta com idade inferior à do homem. Portanto, trata-
se do princípio que traz a máxima de tratar os desiguais com desigualdade.
A correta interpretação desse dispositivo torna inaceitável a utilização do discrímen sexo,
sempre que o mesmo seja efeito com o propósito de desnivelar materialmente o homem e
a mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis.
Consequentemente, além de tratamentos diferenciados entre homens e mulheres
previstos pela própria constituição (art. 7º, XVIII e XIX; 40, § 1º, 143, §§ 1º e 2º; 201, § 7º),
159
Atualizada em 2021
poderá a legislação infraconstitucional pretender atenuar os desníveis de tratamento em
razão do sexo.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
O presente dispositivo trata-se do princípio da Legalidade, também previsto no art. 5,
XXXIX.
Havia uma época que as pessoas eram tratadas assim pelos Reis Depostas e
Absolutistas, sendo assim, o povo foi incitado a lutar pelos aristocratas baixos e
burgueses que estavam sobre o julgo também destes Reis, houve então as revoluções
burguesas e uma de suas grandes conquistas era o "constitucionalismo moderno" que
trazia limitações ao governante e liberdade ao povo.
Na constituição americana veio então o principio da legalidade: "ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei" e como nossa constituição
foi copiada em muito da americana trazemos nela em seu art. 5º, inciso II (Constituição
Federal/89) essa premissa também.
Isso quer dizer que as pessoas têm liberdade de fazerem ou não fazerem tudo que a lei
não os proíba de fazer, e só serão obrigados a fazerem qualquer coisa se existir uma lei
prévia prevendo isso.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
O Princípio da dignidade da pessoa humana, que está elencado na Constituição, art. 1, III,
é um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse
preceito, e tal constitui o principio máximo do estado democrático de direito.
O art. 5, XLIII prevê que o crime de tortura é tão sério que chega a ser inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e
pensamentos. É um conceito basilar nas democraciasmodernas nas quais a censura não
tem respaldo moral. Porém, o manifestante deve informar a sua autoria.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_democr%C3%A1tico_de_direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Censura
160
Atualizada em 2021
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
O direito de resposta é o direito que uma pessoatem de se defender de críticas públicas
no mesmo meio em que foram publicadas.
Refere-se, portanto, ao direito de oferecer uma resposta de esclarecimento quanto
um jornal ou programa de TV apresenta um conteúdo que possa levar ao erro ou a
interpretações que gerem vantagens por falsos argumentos. Este direito se aplica em toda
circunstancia em que a vítima tenha seu direito violado publicamente.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
A liberdade de religião e de opinião é considerada por muitos como um direito humano
fundamental.
A liberdade de religião inclui ainda a liberdade de não seguir qualquer religião, ou mesmo
de não ter opinião sobre a existência ou não de Deus (agnosticismo e ateísmo). A
liberdade religiosa se o põe diante de todas suas ideias e principalmente seguimento do
próprio ser humano.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pelos 58 estados membros
conjunto das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, no Palais de Chaillot em Paris,
(França), definia a liberdade de religião e de opinião no seu artigo 18:
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular.
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
Os capelães (padres, pastores e outros) prestam assistência nos quarteis, presídios e
hospitais. Muitos deles costumam ser funcionários públicos concursados.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jornal
http://pt.wikipedia.org/wiki/TV
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Opini%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agnosticismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Humanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas
http://pt.wikipedia.org/wiki/10_de_dezembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1948
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_pensamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cren%C3%A7a
161
Atualizada em 2021
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
A obrigação alternativa que o artigo cita é aquela estipulada para aqueles que não
cumprem a obrigação principal. Exemplo: quem nas eleições regulares não vota, deve-se
justificar.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
A CF/88 traz expressamente que não há censura prévia, como foi no tempo da ditadura
militar, porém, a manifestação artística, científica e de comunicação está sujeita a regras
que buscam moralizar as suas atividades, como por exemplo, prevendo que determinadas
atividades não podem ir além do que a lei prevê, como nas atividades científicas, a
pesquisa envolvendo pessoas e animais. Também é vedado determinados espetáculos,
conforme sua natureza e o limite de idade que a lei impõe.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
Novamente a Constituição trata da dignidade da pessoa humana, protegendo os direitos à
privacidade e intimidade.
Determinados processos não serão acessíveis ao público para que se assegure a
intimidade de uma família ou de uma pessoa, como no caso processo que discute pensão
de alimentos.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
A inviolabilidade acima descrita não é absoluta, ela pode ser violada em determinadas
circunstâncias. O termo casa engloba quarto de hotel e qualquer outro local que não seja
franqueado ao público em geral.
162
Atualizada em 2021
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
A inviolabilidade possui o sentido de proteção contra os abusos indevidos do Estado e
não criar um escudo para dignificar o delito e seus praticantes. Daí por que a
inviolabilidade de correspondência cederia espaço ao interesse maior, que é a garantia à
segurança pública.
Para a preservação do homem, há a necessidade de serem previstos direitos
fundamentais, muitos deles guardando certa antinomia. Dessa forma, não há um direito
fundamental absoluto, mas direitos fundamentais relativos, tidos, historicamente, diante
de certas circunstâncias, como imprescindíveis para o desenvolvimento da pessoa
humana e da civilização.
Até mesmo o direito à vida não é absoluto. A constituição ressalva, expressamente, a
possibilidade da pena de morte, em caso de guerra declarada.
O sigilo da correspondência, igualmente, não é absoluto. Tem limitações expressas e
implícitas. Expressa quando na Constituição se deixa plasmado, no art. 136, § 1º, que,
durante o estado de defesa, o decreto que o instituir deverá determinar o tempo de sua
duração, além de especificar as garantias constitucionais restringidas, dentre elas o sigilo
da correspondência.
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Determinadas profissões exigirão qualificação especial e preenchimento de requisitos,
conforme a lei, como no caso do bacharel em Direito que deve conquistar seu registro na
OAB através de exame para poder praticar a sua atividade de advogado.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
Não se trata de anonimato, mas sim proteger a integridade física e moral da pessoa que
obtenha a informação, é como no caso do segredo profissional.
163
Atualizada em 2021
O Direito da Informação engloba os conceitos, noções jurídicas e a legislação que se
aplica aos conteúdos, veiculação, geração e consumo de informação. Dentro da Ciência
da Informação trata-se de uma disciplina. Portanto, não deve ser confundida com o Direito
à Informação, embora esse Direito também seja objeto de estudo da referida disciplina,
assim como os Direitos Humanos, entre outros.
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Abolida a escravidão, a liberdade de locomoção é o âmago da liberdade da pessoa física.
A Constituição Federal de 1988 inovou com o dispositivo do inciso XV, pois antes era
considerada dentro da liberdade de ação.
Agora ficam claras as duas situações:
Liberdade de locomoção no território nacional.
Liberdade de a pessoa entrar no território nacional, nele permanecer e dele sair
com seus bens.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigidoprévio aviso à
autoridade competente;
Trata-se de manifestação coletiva de liberdade de expressão, exercitada por meio de
agregação transitória de pessoas que tem por finalidade em geral a troca de idéias, a
defesa de interesses, publicidade de problemas, reivindicações e etc.
A finalidade deve sempre ser licita, pacifica e sem armas, caso contrário não receberá
proteção legal. As autoridades públicas não podem interferir na realização da reunião,
apenas devem ser avisadas para que possam regularizar o transito, garantir a segurança
e a ordem publica além de impedir a realização de outra reunião no mesmo local no dia e
hora comunicados.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Informa%C3%A7%C3%A3o
164
Atualizada em 2021
A Liberdade de associação é um conceito legal constitucional que se caracteriza pelo
direito que os homens têm de mutuamente escolherem os seus associados para cumprir
um determinado fim.
Associação é uma entidade com personalidade jurídica, sendo que suas atividades não
terão fins lucrativos. Existe a possibilidade de Associações impetrarem Mandado de
Segurança em defesa de seus membros ou filiados, conforme veremos mais à frente.
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
Para se constituir uma pessoa jurídica como uma associação é preciso realizar alguns
procedimentos legais para que a associação tenha personalidade jurídica.
O processo de criação de associação no Brasil acontece com a reunião de pessoas que
deliberam e decidem fundar uma entidade com personalidade jurídica. O Estado não deve
interferir em seu funcionamento.
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado;
Caso os associados intentem encerrar as atividades e dissolver a Associação, culminando
com posterior extinção, far-se-á necessário a convocação de Assembleia Geral para o ato
específico. Após o processo de dissolução, com a realização do ativo e pagamento do
passivo, os associados deliberarão sobre as contas e a extinção da Associação.
No caso de dissolução compulsória (obrigar a dissolver), somente ocorrerá com decisão
judicial que não caiba mais recurso. A suspensão se dá por decisão judicial, neste caso,
não se exige o trânsito em julgado.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
Este inciso resulta da liberdade de crença e consciência. Previsto no inciso VIII deste
artigo.
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica
165
Atualizada em 2021
Para haver a representação dos filiados, geralmente a entidade precisará ter uma
procuração assinada pelo filiado, principalmente quando se tratar de ação judicial, tanto
nas ações coletivas quanto difusas.
XXII - é garantido o direito de propriedade;
O direito de propriedade é tão importante que já aparece no “caput” do artigo 5º. Direito
de propriedade é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor de um determinado bem, e de
reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja possuindo.
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
O direito de propriedade não é um direito absoluto, assim o proprietário tem que dar uma
função social à propriedade. “A propriedade atenderá a sua função social” (art. 5º, XXIII
da CF).
Função social da propriedade urbana: “A propriedade urbana cumpre a função
social quando obedece às diretrizes fundamentais de ordenação da cidade fixadas no
plano diretor” (art. 182, §2º da CF). O plano diretor estabelecerá quais áreas são
residências, comerciais e industriais; quais são as zonas de tombamento e etc.
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público, fundado na necessidade
pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente, despoja alguém de certo
bem, móvel ou imóvel, adquirindo-o para si em caráter originário, mediante justa e prévia
indenização. É, em geral, um ato promovido pelo Estado, mas poderá ser concedido a
particulares permissionários ou concessionários de serviços públicos, mediante
autorização da Lei ou de Contrato com a Administração.
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver
dano;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_P%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Utilidade_p%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indeniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indeniza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
166
Atualizada em 2021
Lembra-se neste inciso que a indenização é posterior e somente ocorrerá se houver
danos.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
Penhora é uma apreensão judicial por parte de um Solicitador de bens dados
pelo devedor como garantia de execução de uma dívidaface a um credor.Até então, o
bem permanece na posse do devedor, mas uma vez iniciado o processo de cobrança
judicial, o devedor perde o direito de dispor dos seus bens. Para garantir o pagamento, o
produto da penhora vai para hasta pública, o tribunal vende os bens e, com o produto da
venda, paga ao credor.
A propriedade que é trabalhada pela família, visando seu sustento será impenhorável,
quando se tratar de pagamento de dívidas que foram adquiridas para fomentar suas
atividades.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
PROPRIEDADE INTELECTUAL é uma expressão genérica que pretende garantir a
inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto (seja nos domínios
industrial, científico, literário e/ou artístico) o direito de auferir, ao menos por um
determinado período de tempo, recompensa pela própria criação. Segundo definição da
Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), constituem propriedade
intelectual as invenções, obras literárias e artísticas, símbolos, nomes, imagens,
desenhos e modelos utilizados pelo comércio.
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solicitador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Devedor
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADvida
http://pt.wikipedia.org/wiki/Credor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hasta_p%C3%BAblica
167
Atualizada em 2021
A atividade laboral, ao contrário , isto é a energia física do criador colocada à disposição
da obra, existe e se perfaz durante a confecção dela.
Completada a obra, termina a relação laboral (que pode ser autônoma ou comportar
prestação de serviço ou vínculo de emprego) e se inicia a relação autoral. O salário ou os
honorários são substituídos por rendimentosou "royalties" decorrentes de cada utilização
pública da obra.
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Toda proteção, pois, é também assegurada à pessoa dos autores de inventos industriais
(de novo o legislador prefere a expressão autores a titulares) e, embora resguardada a
autoria, os interesses sociais e econômicos do país estão colocados acima dos
individuais.
As marcas ganharam a vastidão da expressão "outros sinais distintos" e o nome de
empresa parte do acervo intangível da sociedade mercantil ganhou proteção extensiva às
associações civis porque a antiga expressão nome comercial foi substituída pela mais
abrangente.
XXX - é garantido o direito de herança;
Herança (do latim hærentia) é o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam a
transmissão do patrimônio (bens, direitos e obrigações), de uma pessoa que morreu, a
seus sucessores legais.
O inventário é o registro desta transmissão e a petição é a ação que compete ao herdeiro
legítimo para reconhecimento de seu direito sucessório, ou, contra a quem esteja
pretendendo ter o direito de deter tudo ou parte da herança, ter o reconhecimento na
qualidade de herdeiro e restituição dos bens que estavam de posse de terceiros.
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim%C3%B4nio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Invent%C3%A1rio
168
Atualizada em 2021
Caberá ao juiz concluir qual lei será mais benéfica para o cônjuge ou filho brasileiro,
havendo uma opção legislativa a ser feita pelo magistrado. E mesmo que o estrangeiro
tenha um testamento, a partilha continuará obedecendo às regras brasileiras.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (CDC) é, no ordenamento
jurídico brasileiro, um conjunto de normas que visam a proteção aos direitos do
consumidor, bem como disciplinar as relações e as responsabilidades entre
o fornecedor(fabricante de produtos ou o prestador de serviços) com o consumidor final,
estabelecendo padrões de conduta, prazos e penalidades.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
Como pode de verificar, a regra para os órgãos públicos para a prestação de informações
é a publicidade e transparência. As únicas exceções admitidas são os casos em que o
sigilo das informações seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Com base nesses dispositivos todo cidadão ou organização da sociedade civil pode
peticionar aos órgãos públicos de qualquer esfera (municipal, estadual e federal)
requerendo informações que sejam de interesse público ou coletivo.
Referido direito garantido aos cidadãos brasileiros traz ao poder público, em
contrapartida, o dever de resposta. Tal resposta, como prevê o citado inciso XXXIII do
artigo 5° da CF, deverá ser prestada “no prazo da lei”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenamento_jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordenamento_jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor
169
Atualizada em 2021
Com isso, tendo em vista a inexistência de lei federal regulando a matéria, diferentes
prazos podem ser estipulados por leis Estaduais e Municipais. No caso de ausência de lei
estipulando tal prazo, entende-se como devido o prazo de 15 dias por analogia a lei
Federal 9.051/95 que regula a expedição de certidão.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
O direito de ação é um direito público subjetivo do cidadão, expresso neste inciso. Neste
importante dispositivo constitucional encontra-se plasmado o denominado princípio da
inafastabilidade da jurisdição, em razão do qual, no Brasil, somente o Poder Judiciário
tem jurisdição, sendo o único Poder capaz de dizer o direito com força de coisa julgada.
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
No nosso ordenamento jurídico não existe a definição de direito adquirido, mas
genericamente significa a impossibilidade de retroatividade da lei em prejuízo do cidadão.
Quanto ao ato jurídico perfeito, consiste naquele ato que já terminou, de forma que todos
os elementos que seriam necessários para a sua realização já se fazem presentes e,
nessa medida, aquele que está sendo beneficiado pelo ato não sofre as consequências
de lei nova quando esta restrinja o exercício do mesmo direito, do momento de sua edição
em diante.
A coisa julgada consiste na decisão judicial que não comporta mais recurso, e
consequentemente não comporta reforma.
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
O princípio do juiz natural assegura o direito a qualquer indivíduo de ser processado e
sentenciado somente por juiz constitucionalmente competente, sendo considerado
inexistente o ato se praticado por juiz incompetente, ou seja, toda a vez que a
competência derivar de preceito constitucional, a sua inobservância acarretará a violação
do juiz natural.
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
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Atualizada em 2021
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Júri é o tribunal em que cidadãos, previamente alistados, decidem em sã consciência e
sob juramento, sobre a culpabilidade ou não dos acusados (réus), acerca
de crimes dolosos contra a vida. Se existir continência ou conexão entre este com outros
de competência originária de juiz singular, prevalecerá a competência do júri (artigo 78,
I, CPP).
No direito, é um conjunto de cidadãos escolhido por sorteio, que servem como juízes de
fato no julgamento de um crime.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
O Princípio da legalidade é um princípio jurídico fundamental que estabelece que o
Estado deva se submeter ao império da lei.
A origem e o predominante sentido do princípio da legalidade foram fundamentalmente
políticos, na medida em que, através da certeza jurídica própria do estado democrático de
direito, cuidou-se de garantir a segurança político-jurídica do cidadão. O princípio da
legalidade é a expressão maior do Estado Democrático de Direito, a garantia vital de que
a sociedade não está presa às vontades particulares, pessoais, daquele que governa.
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Irretroatividade é a qualidade de não retroagir, não ser válido para o passado.
As leis e atos normativos em geral, a princípio, são editadas para que passem a valer
para o futuro, desde a data da publicação ou a partir de um período fixado, geralmente no
final do seu texto.
A principal razão para issoé que, se o ato passa a ser de cumprimento obrigatório, não
poderia ser exigido antes do seu conhecimento dos que devem cumpri-lo. Isso não
impede, todavia, que uma lei que institua um benefício a ser concedido pelo Poder
Público (um aumento salarial aos servidores públicos, por exemplo), gere efeitos
retroativos, como exceção à regra geral.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribunal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juramento
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9u
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juiz
http://pt.wikipedia.org/wiki/CPP
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Julgamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_democr%C3%A1tico_de_direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_democr%C3%A1tico_de_direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ato_normativo&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_P%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_P%C3%BAblico
171
Atualizada em 2021
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis
ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
Fiança vem de garantia (em dinheiro, por exemplo) prestada pelo réu, ou por
alguém para ele, a fim de que ele possa se defender em liberdade, nos casos em que a
lei permitir. É prestada perante a autoridade judicial ou policial. No caso desse inciso, os
autores dos crimes mencionados devem permanecer presos até a sentença final do
processo. Crime Inafiançável é aquele em que o acusado não pode ter a liberdade
provisória mediante pagamento de fiança. Para o crime ser inafiançável a pena mínima
tem que ser superior a 02 (dois) anos. São crimes inafiançáveis, dentre outros: tortura,
tráfico de drogas, terrorismo, racismo e os considerados crimes hediondos.
A tortura pode ser tanto crime, como circunstância agravante ou
como qualificadora. Os crimes de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins estão
definidos na lei11. 343/06.
Terrorismo é a prática de violência que coloque em risco a incolumidade física de
um número indeterminado de pessoas. Crimes hediondos são os mencionados na lei
8072/90, que foi parcialmente modificada pela lei 11464/07 no que diz respeito à
progressão de regime. A lei 11464/07 é uma novatio legis inpejus, e não retroage para
produzir efeitos em fatos anteriores a ela. Ela prevê a possibilidade de progressão de
regimes após 2/5 da pena cumprida (pelo réu primário) ou 3/5 (pelo réu reincidente).
Crime Imprescritível é aquele em que se pune independente do decurso do
tempo. Temos atualmente na CF/88 dois crimes imprescritíveis. Racismo e a ação de
grupos armados civis e militares contra a ordem constitucional.
172
Atualizada em 2021
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
É a previsão do princípio da pessoalidade das penas, na qual as penas nunca poderão
passar da pessoa do autor dos crimes. Porém, ele admite exceções, como no caso do
perdimento de bens ou da pena de confisco.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
O inciso XLVI, da atual CF, versa a respeito de temas que deverão ser objeto de
regulação da lei, como o princípio da individualização da pena, a privação ou restrição da
liberdade, a perda de bens, a multa, a prestação social alternativa e a suspensão
ou interdição de direitos.
Pelo principio da individualização da pena, entende-se que não deve haver a
padronização da sanção penal, assim, para cada crime tem-se uma pena que varia de
acordo com a personalidade do agente, meio de execução e etc.
Privação ou restrição da liberdade consiste na sanção penal imposta pelo Estado, em
execução de uma sentença, ao culpado pela prática de uma infração penal.
Várias são as possibilidades dessa sanção estatal: reclusão, detenção, prisão simples, e
as demais que restringem direitos e liberdades dos indivíduos infratores.
A perda de bens ocorre com o confisco generalizado do patrimônio licito do agente (bens
móveis, imóveis ou de valores) para que seja revertido em favor do Fundo Penitenciário
Nacional. Trata-se de uma pena principal substitutiva da privativa de liberdade imposta.
173
Atualizada em 2021
A multa possui um caráter reparatório, mediante depósito judicial em favor da vitima e
seus sucessores. O valor será fixado de acordo com a extensão do dano e a capacidade
econômica do agente, ficando a cargo do juiz buscar a justa medida entre ambos.
A prestação social alternativa consiste na atribuição de tarefas ao condenado, junto a
entidades sociais, hospitais, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em
programas comunitários ou estatais, ou em beneficio de entidades públicas.
A suspensão ou interdição de direitos trata de limitações impostas ao agente infrator, tais
como proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato
eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, autorização ou licença do Poder Público para frequentar
determinados lugares.
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Esse inciso proíbe expressamente:
A pena de morte, também chamada de pena capital, no Brasil e na maioria dos
países da América do Sul é permitida apenas para certos crimes, mas que estão
completamente fora da realidade cotidiana dos cidadãos.
No nosso caso, a pena de morte é permitida excepcionalmente em caso de guerra
declarada. A pena de morte é tratada pelo Código Penal Militar.
Ela é prevista em casos de traição, favor ao inimigo, conspiração, fuga em presença do
inimigo, deserção em presença do inimigo, e etc.
A pena perpétua; Pena de prisão que não tem fim.
A pena de trabalhos forçados; porém é obrigação do preso trabalhar, desde que
não seja compelido fisicamente.
174
Atualizada em 2021
A pena de banimento, que serve de método de repressão política, pelo qual um
cidadão perde direito à nacionalidade de uma país, passando a ser um apátrida;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com
seus filhos durante o período de amamentação;
A LEP (Leis de Execuções Penais) enumera as instituições nas quais as penas podem
ser cumpridas. Os presos cujas penas têm de ser cumpridas em regime fechado serão
mantido sem unidades prisionais ou penitenciárias.
As penas a serem executadas em regime semi-aberto devem ser cumpridas emcolônias
industriais ou agrícolas. E os presos condenados cujas penas têm de ser cumpridas em
regime aberto devem ser mantidos em uma "casa do albergado".
Entretanto, em conformidade com o inciso XLVIII, do art. 5º da Constituição Federal, "a
pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado".
Assim, as mulheres devem cumprir suas sentenças em estabelecimentos prisionais
distintos, dispondo de berçários, onde possam cuidar de seus filhos.
Deverão também ser supervisionadas por agentes penitenciários femininos. Já as
pessoas com idade superior a 60 anos precisam ser acomodada em uma instituição penal
própria e adequada a sua situação pessoal.
Quanto à natureza do delito, tem-se a diferenciação das penas que deverão ser
cumpridas em prisão especial, diante das prerrogativas funcionais ou profissionais.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
175
Atualizada em 2021
Extradição é “um ato de entrega que um Estado faz de um indivíduo procurado pela
Justiça para ser processado ou para a execução da pena, por crime cometido fora de seu
território, a outro Estado que o reclama e que é competente para promover o julgamento e
aplicar a punição”.
É um ato bilateral que visa à cooperação internacional no combate ao crime. A extradição
pode ser ativa(quando solicitada pelo Brasil) ou passiva (quando for solicitada ao Brasil
por outro Estado).
Como um dos requerimentos essenciais da extradição, está a necessidade de o crime
não ser político.
Não poderá ser extraditado também o que houver de responder, no Estado requerente,
perante Tribunal ou Juízo de exceção.Apenas o brasileiro naturalizado poderá ser
extraditado, desde que obedecidas as condições desse inciso
em caso de crime comum praticado antes da naturalização;
em hipótese de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas.
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
É a consagração do princípio do juiz natural, pelo qual “todas as pessoas têm o direito de
ser processado e julgado por pessoa devidamente investida no cargo, tendo sua
competência previamente estipulada pela Constituição Federal ou por lei”, de forma que
não deverá haver juízes pré-constituídos nem tribunais de exceção.
O juiz deve ser imparcial, e a autoridade deve propiciar igualdade entre as partes.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;
O devido processo legal, versado no inciso LIV do art. 5º, é um
postuladofundamental de todo o sistema processual. Significa o conjunto de garantias de
176
Atualizada em 2021
ordemconstitucional, que de um lado asseguram às partes o exercício de suas faculdades
e poderes de natureza processual e, de outro, legitimam a própria função jurisdicional.
O devido processo legal é a garantia de um processo justo, é a garantia do acesso à
justiça, que não se confunde com um simples acesso ao judiciário.
Assim, nenhum individuo poderá ser condenado a uma pena privativa de liberdade
ou qualquer outra sem ter sua garantia constitucional do processo legal. Tal princípio se
bifurca em dois aspectos: o contraditório e a ampla defesa.
O contraditório é a garantia da ciência bilateral dos atos e termos do processo, com a
consequente possibilidade de manifestação sobre os mesmos.
E a ampla defesa é a possibilidade de utilização de todos os meios e recursos legais
previstos para a defesa de seus interesses e direito em juízo.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Na CF/88, entre os direitos e garantias individuais, encontra-se referência às provas
ilícitas. São elas as obtidas com violação da intimidade, da vida privada, da honra, da
imagem, do domicilio, e das comunicações, salvo nos casos permitidos no inciso XII do
art. 5º. São as provas ilícitas espécie das chamadas provas vedadas, porque por
disposição de lei é que não podem ser trazidas a juízo ou invocadas como fundamento
de um direito.
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
Esse inciso pertence ao Direito Processual Penal. É o princípio da presunção
de inocência.Porém, muitos debates levaram a dizer que, da forma como foi redigido,
esse é verdadeiramente oprincípio da “desconsideração prévia da culpabilidade”, ou da
“não culpabilidade”. Houve discussão, pois o texto da Declaração de Direitos do Homem e
do Cidadão diz “todo o homem se presumiráinocente, até que seja condenado”,
diferentemente do que diz nesse inciso (essa discussão trazduas correntes político-
ideológicas, não é apenas uma questão semântica).
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo
nas hipóteses previstas em lei;
177
Atualizada em 2021
Aidentificação criminalno contexto constitucional significa o registro, guarda erecuperação
de todos os dados e informações necessárias para estabelecer a identidade doacusado.
No inciso LVIIII do art. 5º, percebe-se que a intenção do constituinte foi de evitar, oquanto
possível, a identificação criminal, apenas admitindo-a em casos excepcionais, onde
se justificasse quer pela potencialidade ofensiva do delito imputado, quer pela ausência
de qualquer outra forma de identificação civil confiável.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
O que esse inciso trata é a ação penal subsidiária da pública. Ação penal é a atividade
que impulsiona a jurisdição penal. No direito brasileiro, as ações penais podem ser
privadas (quando a iniciativa for do ofendido) ou públicas (quando a iniciativa for do
Ministério Público, iniciada através da denúncia). Quando o crime for de ação pública, e o
representante do Ministério Público se omitir, ou for negligente, o ofendido pode propor
uma ação penal subsidiária da pública.
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa
da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Impera no ordenamento jurídico brasileiro oPrincipio da Publicidade dos Atos
processuais, que, via de regra, são públicos, constituindo exceção o sigilo. Assim,excepci
onalmentecorrem emsegredo de justiçaos processos em que o exigir o interessepúblico,
bem como aqueles que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos
cônjuges,conversão em divorcio, alimentos e guarda de menores. Nesses casos, a
audiência realiza-se aportas fechadas.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
A prisão só pode ser efetivada em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de uma autoridade judiciária competente (juiz). A exceção a essa regra está nos casos de
transgressão militar, durante o estado de sítio e no caso de recaptura do evadido.
178
Atualizada em 2021
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
indicada;
O inciso LXII do art. 5º trouxe uma verdadeira agitação no ordenamento jurídico,
principalmente no que tange ao processo penal.
Isso porque com o advento da CF de 1988, o preso não pode mais ficar incomunicável, o
artigo doCPP que permitia a incomunicabilidade do preso, na fase de inquérito policial, foi
revogado pela CF.
Qualquer restrição à liberdade da pessoa constitui medida de excepcionalidade, somente
permitida em casos especiais, tais como os que autorizam a prisão preventiva, temporária
ou em flagrante.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
A prisão e o local onde o preso se encontra devem ser informados imediatamente ao juiz
competente, à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
O instituto da incomunicabilidade do preso, outrora permitido, não é mais aceito no nosso
ordenamento jurídico. O preso também deverá ser informado de seus direitos, entre eles
o de ficar em silêncio, ou pedir para conversar com seu advogado.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por
seu interrogatório policial;
O preso tem direito de saber os nomes de quem o mandou prender e o nome de
quem fez o interrogatório na polícia.
Desta garantia decorre o dever de identificar a autoridade, vedado o anonimato, pois,
neste caso, o objetivo é impedir ou, pelo menos cobrir as arbitrariedades e ilegalidades no
ato da prisão ou do interrogatório, possibilitando a responsabilidade por eventuais abusos.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
179
Atualizada em 2021
O juiz, ao verificar a ilegalidade da prisão, deverá relaxá-la, ou seja, de imediato mandar
soltar o acusado, sendo dispensável parecer do membro do Ministério Público. Prisão
ilegal é aquela que não foi feita em flagrante nem ordenada pelo juiz.
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
De acordo com o inciso LXVI do art. 5º, ninguém poderá ser levado para a prisão se a lei
diz que o ato se enquadra na liberdade temporária com ou sem fiança.
Todavia, a liberdade provisória com ou sem fiança somente é admissível na prisão em
flagrante, na prisão decorrente de pronuncia e na prisão resultante de sentença
condenatória recorrível, não sendo compatível com a prisão temporária ou preventiva.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
A prisão civil não é uma regra, e sim uma exceção, não possuindo caráter criminal. A
constituição só permite prisão civil do devedor voluntário de prestação alimentícia e do
depositário infiel.
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
Habeas corpus, etimologicamente significando em latim "Que tenhas o teu corpo" (a
expressão completa é habeas corpus ad subjiciendum) é uma garantia constitucional em
favor de quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de
locomoção, por parte de autoridade legítima.
Sua origem remonta à Magna Carta libertatum, de 1215, imposta pelos nobres ao rei
da Inglaterra com a exigência do controle legal da prisão de qualquer cidadão. Este
controle era realizado sumariamente pelo juiz, que, ante os fatos apresentados, decidia de
forma sumária acerca da legalidade da prisão.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Etimologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Magna_Carta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inglaterra
180
Atualizada em 2021
O writ de habeas corpus, em sua gênese, aproximava-se do próprio conceito do devido
processo legal (due process of law). Sua utilização só foi restrita ao direito de locomoção
dos indivíduos em 1679, através do Habeas Corpus Act.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público;
O Mandado de Segurança é uma ação que serve para resguardar Direito líquido e certo,
não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, que seja negado, ou mesmo
ameaçado, por autoridade pública no exercício de atribuições do poder público.
Assim, o mandado de segurança é, antes de tudo, uma garantia constitucional que visa
proteger os direitos líquidos e certos dos indivíduos, direitos estes que não sejam
amparados por habeas corpus, nem por habeas data e que tenham sido violados por ato
de autoridade governamental ou agente de pessoa jurídica privada no exercício de
atribuições do Poder Público.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados;
Trata-se de ação igualmente de rito especial que determinadas entidades, enumeradas
expressamente na Constituição, podem ajuizar para defesa, não de direitos próprios
inerentes a essas entidades, mas de direito líquido e certo de seus membros, ou
associados, ocorrendo, no caso, o instituto da substituição processual.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
O mandado de injunção, previsto no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição do Brasil de
1988, é um dos remédios-garantias constitucionais, sendo, segundo o Supremo Tribunal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Devido_processo_legal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Devido_processo_legal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_l%C3%ADquido_e_certo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Habeas_Corpus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Habeas_Data
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_p%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_de_1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_de_1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Supremo_Tribunal_Federal
181
Atualizada em 2021
Federal (STF), uma ação constitucional usada em um caso concreto, individualmente ou
coletivamente, com a finalidade de o Poder Judiciário dar ciência ao Poder
Legislativo sobre a ausência de, norma regulamentadora que torne viável o exercício dos
direitos e garantias constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade,soberania e cidadania.
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
Habeas Data é um remédio jurídico (facultativo) na formação de uma
ação constitucional que pode, ou não, ser impetrada por pessoa física ou jurídica (sujeito
ativo) para tomar conhecimento ou retificar as informações a seu respeito, constantes nos
registros e bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
Ação popular é o meio processual a que tem direito qualquer cidadão que deseje
questionar judicialmente a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
O inciso LXXIV vem com o propósito de assegurar aos que comprovarem insuficiência de
recursos o direito fundamental a Justiça gratuita.
Na assistência judiciária, o Estado assume a obrigação de arcar não só com as despesas
processuais, como também com os honorários advocatícios do patrono do assistido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Supremo_Tribunal_Federal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Judici%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Legislativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Legislativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rem%C3%A9dio_jur%C3%ADdico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Judici%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Patrim%C3%B4nio_p%C3%BAblico&action=edit&redlink=1
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Atualizada em 2021
(advogado).A garantia constitucional de não serem cobradas as custas processuais do
hipossuficientenão revogoua de assistência judiciária gratuita daLei nº 1.060/50
(Lei de assistência judiciária aos necessitados).
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar
preso além do tempo fixado na sentença;
Têm direito a ser indenizado:
O inocente que foi condenado;
O condenado que ficar preso um tempo maior do que o que está fixado na
sentença. Conforme o artigo 37, §6º da Constituição Federal, o Estado é responsável
pelos atos praticados pelos seus agentes que causem dano a terceiro, garantindo assim
que qualquer prejuízo decorrente da atividade estatal será reparado pelo Estado,
independentemente de se caracterizar erro judiciário.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
No Brasil todos os cidadãos têm direito de serem registrados e de possuir uma certidão
de nascimento. O documento será feito gratuitamente nos Cartórios de Registro Civil.
Em caso de perda, outra via poderá ser requerida, porém, mediante pagamento de uma
taxa. Essas são as garantias estabelecidas na Lei nº 9.534/97.
Já a Constituição reza que os comprovadamente hipossuficientes terão assegurados seus
direitos ao registro civil de nascimento e à certidão de óbito gratuitos, independente de
serem primeira via ou não, bastando o atestado de pobreza.
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Segundo o que se verifica na Lei do HD. O art. 21 enuncia que "são gratuitos o
procedimento administrativo para acesso a informações e retificação de dados e para
anotação de justificação, bem como a ação de habeas data". Esse artigo concretiza o
183
Atualizada em 2021
disposto no inciso LXXVII do artigo 5º da Constituição, que tem o seguinte teor: "são
gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania".
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Esse dispositivo foi incorporado ao texto constitucional pela Emenda nº 45/2004 e advém
da compreensão que a tutela jurisdicional não engloba apenas a garantia do direito de
ação, mas, principalmente o direito a uma tutela adequada e efetiva entregue ao
jurisdicionado de forma tempestiva. Assim, fica fácil concluir que é uma garantia
fundamental do cidadão a prestação jurisdicional eficaz e efetiva.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.
São normas constitucionais de aplicabilidade imediata e eficácia plena aquelas que não
dependem de atuação legislativa posterior para a sua regulamentação, isto é, desde a
entrada em vigor da Constituição estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus
efeitos e Classificam-se como normas de aplicabilidade mediata e eficácia limitada
aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar plenamente
todos os direitos e obrigações.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Ainda, podem os direitos fundamentais formais ser também materialmente fundamentais.
Como a própria CRFB/88 não exclui outros, esses serão direitos fundamentais materiais,
mesmo que localizados fora da Constituição, em decorrência de seu conteúdo substancial
normativo [02] e pelo disposto no §2º do art. 5º.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
184
Atualizada em 2021
O rito previsto neste parágrafo é o mesmo do que trata das emendas constitucionais,
portanto, se os tratados e convenções passarem por este procedimento, serão
equivalentes a emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação
tenha manifestado adesão.
A Corte Penal Internacional (CPI; também conhecida como Tribunal Penal
Internacional (TPI) é o primeiro tribunal penal internacional permanente. Foi estabelecido
em 2002 na Haia, cidade nos Países Baixos, onde inclusive fica a sede do Tribunal,
conforme estabelece o artigo 3º do Estatuto de Roma.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
Direitos sociais são aqueles que têm por objetivo garantir aos indivíduos condições
materiais tidas como imprescindíveis para o pleno gozo dos seus direitos, por isso tendem
a exigir do Estado intervenções na ordem social segundo critérios de justiça distributiva.
Assim, diferentemente dos direitos liberais, se realizam por meio de atuação estatal, com
a finalidade de diminuir as desigualdade
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
O trabalhador da iniciativa privada será regido pela CLT. A Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa brasileirareferente ao Direito do trabalho e
ao Direito processual do trabalho. Ela foi criada através doDecreto-Lei nº 5.452, de 01 de
maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargasdurante o período
do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Ela foi
fortemente inspirada na Carta del Lavoro do governo de Benito Mussolini na Itália.
http://pt.wikipedia.org/wiki/2002
http://pt.wikipedia.org/wiki/Haia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_Baixos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estatuto_de_Roma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_trabalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_processual_do_trabalho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Decreto-Lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/1_de_maio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1_de_maio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1943
http://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Dornelles_Vargas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Brasil)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Legisla%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_del_Lavoro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benito_Mussolini
http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia185
Atualizada em 2021
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização
compensatória, dentre outros direitos;
Indenização compensatória é um direito que a Constituição Federal do Brasil assegura
aos trabalhadores despedidos arbitrariamente ou sem justa causa. O trabalhador recebe,
até que lei complementar estabeleça um valor definitivo, quarenta por cento do montante
dos depósitos do FGTS, da correção monetária e dos juros capitalizados na conta
vinculada do empregado, do período trabalhado na empresa.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
Visa assegurar o benefício ao trabalhador demitido sem justa causa.
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
Trata-se de um conjunto de recursos captados do setor privado (empresas em geral) e
administrados pela Caixa Econômica Federal com a finalidade principal de amparar
os trabalhadores em algumas hipóteses de encerramento da relação de emprego, em
situações de doenças graves e até em momentos de catástrofes naturais, sendo também
destinado a investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura.
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_complementar
http://pt.wikipedia.org/wiki/FGTS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corre%C3%A7%C3%A3o_monet%C3%A1ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caixa_Ec%C3%B4nomica_Federal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_de_emprego
http://pt.wikipedia.org/wiki/Habita%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saneamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infraestrutura
186
Atualizada em 2021
O salário mínimo é o mais baixo valor de salário que os empregadores podem legalmente
pagar aos seus funcionários pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços.
Também é o menor valor pelo qual uma pessoa pode vender sua força de trabalho.
Apesar de existir em praticamente todos os países do mundo, existem diversas opiniões
sobre as vantagens e desvantagens do salário mínimo.
Somente por convenção ou acordo coletivo é que se pode diminuir o salário, neste caso,
será acompanhado de diminuição da carga horária, geralmente isto ocorre quando o
sindicato visa aumentar os postos de trabalho ou em caso de falência ou alguma
dificuldade econômica a que o empregador estiver sujeito.
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
O adicional noturno será pago com acréscimo mínimo de 20% para trabalho entre as 22h
e 05h na zona urbana. Se passar das 05h, a jornada continua sendo paga como noturna,
caso o empregado tenha trabalhado a noite inteira, das 22h às 5h, sem interrupção
(Súmula 60, parte II, do TST).
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
Retenção dolosa é aquela a que se dá de forma intencional.
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em
lei;
A Participação nos Lucros ocorre quando os funcionários têm direitos à parte do resultado
econômico da atividade fim da empresa, ou seja, (vendas – custos e despesas
operacionais), sejam elas fixas ou variáveis, apuradas semestralmente ou anualmente.
Já a Participação nos Resultados visa estabelecer metas sobre os resultados e implica o
alcance de objetivos já combinados desde a proposta de implantação, ou seja, metas de
vendas redução de devolução de mercadorias entre outros.
187
Atualizada em 2021
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
Benefício pago aos trabalhadores com salário mensal abaixo de valor determinado
pelo Ministério da Previdência Social, para auxiliar no sustento dos filhos de 0 a 14 anos
ou inválidos.
São equiparados aos filhos, os enteados e os tutelados que não possuem bens
suficientes para o próprio sustento.
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
No máximo, 8 horas por dia ou 44 semanais.
O trabalhador pode até fazer 2 horas extras diariamente.
A jornada diurna: das 05 até as 22horas.
Período noturno vai das 22 horas ás 05 horas, o empregado deve receber
um adicionalde 20% nos centros urbanos.
52 minutos e 30 segundos trabalhados á noite correspondem a 1 hora de jornada
diurna.
Quem recebe por meio turno de trabalho pode atuar até 25 horas semanais.
Há profissões com jornada diferenciada. A de bancários, por exemplo, é de 6 horas
por dia, salvo, opções com comissões, onde a carga horária é de 8 horas.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Geralmente setores bancários e telefônicos costumam praticar este horário. Trata-se de
um horário onde o trabalhador terá 15 minutos para interromper a atividade e tomar um
lanche.
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta
por cento à do normal;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Minist%C3%A9rio_da_Previd%C3%AAncia_Social
188
Atualizada em 2021
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
Descanso preferencialmente nos domingos.
Hora-extra de pelo menos 50% a mais que a hora normal paga ao trabalhador.
Férias pagas com 1/3 a mais do que o salário que o trabalhador recebe mensalmente.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;
Atualmente, existe uma lei que prevê que o patrão e empregada podem convencionar
aumentar para pelo menos seis meses.
Já no serviço público, existem leis federais e estaduais prevendo os seis meses. Porém,
na prova de concurso, a banca examinadora exigirá o que está expresso na constituição.
Sendo assim, serão 120 dias.
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Prazo de cinco dias consecutivos, conforme ADCT, em seu art. 10.
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
Princípio da igualdade jurídica entre homem e mulher, através de incentivos por parte do
governo.
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
Esta comunicação deverá ser efetuada com prazo mínimo de 30 dias para contratos que
tenham até um ano de vigência.
Para contratos que tenham completado um ano serão acrescido 03 dias ao período de
comunicação obrigatória, sendo que a cada ano de vigência do mesmo contrato
acrescenta-se mais 3 dias ao prazo mínimo exigido.(Legislação Trabalhista/CLT).
189
Atualizada em 2021
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII- adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
INSALUBRIDADE - Devido ao empregado que trabalha em ambiente considerado
insalubre, podendo ser de 10% (mínimo), 20% (médio) e 40% (máximo), tendo como
base de cálculo o salário mínimo. É regrado pelo art. 192 da CLT.
PERICULOSIDADE - O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado
exposto a atividades periculosas, conforme algumas condições preestabelecidas pelo
Ministério do Trabalho.
PENOSIDADE – Não há legislação que trata do assunto.
XXIV - aposentadoria;
A aposentadoria por tempo de serviço, existente em período anterior à EC nº 20, de 16 de
dezembro de 1998, foi substituída pela atual aposentadoria por de tempo de contribuição.
A exceção de contagens de tempo fictícias, como licenças contadas em dobro, todo o
tempo de serviço está sendo utilizado como tempo de contribuição, até que seja editada
lei específica sobre o assunto.Alguns requisitos dessa aposentadoria são: 35 (trinta e
cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher (Esta
lei pode ser considerada inconstitucional porque fere o princípio da isonomia, Art. 5°, I da
CF.- Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
constituição. Se há igualdade porque está distinção de idade.
Art. 5°,- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, inclusive
idade ).' Há redução de 05 (cinco) anos para professor(a) que comprove, exclusivamente,
tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino
fundamental ou no ensino médio.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1rio_m%C3%ADnimo
http://pt.wikipedia.org/wiki/CLT
http://pt.wikipedia.org/wiki/16_de_dezembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/16_de_dezembro
http://pt.wikipedia.org/wiki/1998
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tempo_de_contribui%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Magist%C3%A9rio
190
Atualizada em 2021
Até os cinco anos, a lei assegura a assistência gratuita.
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
CONVENÇÃO COLETIVA - As negociações em nível de categoria resultam em
convenções coletivas de trabalho aplicáveis a todos os empregadores e a todos os
empregados, sócios ou não dos sindicatos, do setor de atividade em que a
negociação se desenvolver.
ACORDO COLETIVO - As negociações em nível de empresa resultam acordos
coletivos cujo âmbito de aplicação é menor; é a empresa ou as empresas que
participaram da negociação, ou seja, são os pactos entre uma ou mais empresas com
o sindicato da categoria profissional, em que são estabelecidas condições de
trabalho, aplicáveis a essas empresas.
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
A Constituição protege o trabalhador da robotização do mercado de trabalho, de forma
que ocorra a inserção de tecnologia, desde que não prejudique os empregos decorrentes
da atividade.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;
Se um empregado sofre um acidente de trabalho que provoca redução ou perda da
capacidade para o trabalho, independentemente de culpa, o INSS, segurador obrigatório,
deve indenizar a vítima com o pagamento de uma renda mensal de benefício (auxílio-
doença acidentário; aposentadoria por invalidez acidentária; auxílio-acidente).
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com
prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
A prescrição é o período de tempo que o empregado tem para requerer seu direito na
Justiça do Trabalho. A prescrição trabalhista é sempre de 02 (dois) anos a partir do
191
Atualizada em 2021
término do contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 05 (cinco) anos
anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a vigência do contrato de trabalho.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos;
A Constituição assegura o direito de qualquer trabalhador de ser tratado sem
discriminação quanto à sua idade, sexo, cor, ou estado civil é irrenunciável, tendo em
vista a finalidade objetivada pelo Constituinte, ou seja, a de preservar a igualdade de
tratamento dos cidadãos, sem preconceitos injustificados. Homens e mulheres são iguais
em direitos e obrigações (inciso I, do art. 5º).
O Estado de direito instituído pelo art. 1º da CF, adotou como seu fundamento a
cidadania, a proteção da dignidade da pessoa humana, a valorização do trabalho, para o
atingimento dos objetivos fundamentais do País, que é a promoção do bem comum de
todos os cidadãos.
Nesse esforço unívoco de todos, condicionou inclusive a que o desenvolvimento da
ordem econômica atenda em plano primeiro à função social da propriedade.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Menores de 18 – trabalho noturno, perigoso ou insalubre.
Menores de 16 – qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
192
Atualizada em 2021
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem
como a sua integração à previdência social.
Os direitos garantidos aos trabalhadores domésticos são os seguintes:
Salário mínimo, irredutibilidade do salário, 13º salário, repouso semanal remunerado,
férias anuais, licença gestante, licença paternidade, aviso prévio, aposentadoria,
integração na Previdência Social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
Associação profissional e Associação sindical – são associações profissionais, porém, a
sindical é uma associação profissional com prerrogativas especiais.
Sindicato – associação para fins de estudo, defesa e coordenação de seus interesses
econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes
ou trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a
mesma atividade ou profissão ou atividade ou profissões similares ou conexas.
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;
A criação de sindicato deve ser registrada no Ministério do Trabalho, porém, assim como
ocorrem com as associações, não se deve exigir permissão estatal para fundar um
sindicato.
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
não podendo ser inferior à área de um Município;
Não podem existir dois sindicatos no mesmo município.
Categoria profissional – sindicato dos trabalhadores.
193
Atualizada em 2021
Categoria econômica – sindicato patronal.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuaisda categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
O inciso III direciona-se à dimensão processual e administrativa. A leitura de seu
conteúdo, ao longo dos anos que se seguiram ao advento da atual Constituição, sofreu
variações de monta. Trata-se de uma hipótese de substituição processual.
O sindicato, portanto, pode representar os membros da categoria, filiados ou não, mesmo
sem procuração.
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;
Desta forma, a Constituição Federal estabelece que as contribuições fixadas por
assembleia geral extraordinária e devidas ao sindicato, dependem de autorização para o
respectivo desconto, salvo quanto à contribuição sindical, cujo desconto independe
dessas formalidades.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
Este inciso resulta da liberdade de crença e consciência. Previsto no inciso VIII deste
artigo. Portanto, o trabalhador tem o direito de escolher entre filiar-se ou não.
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
194
Atualizada em 2021
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
estabelecer.
O inciso VIII trata da estabilidade sindical garantida ao trabalhador que se candidatar ao
processo eleitoral sindical, visando se tornar diretor sindical.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Greve é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o
propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de
trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios.
Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades,
remuneradas ou não, para protestar contra algo (de conformidade com a “Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT)”).
A Lei de Greve arrola, taxativamente, os serviços ou atividades considerados essenciais,
a saber:
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica,
gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalho_(economia)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhismo
195
Atualizada em 2021
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais
nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI - compensação bancária.
O interesse público, no caso, é assegurado mediante a manutenção dos serviços
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim
consideradas aqueles aquelas que, se não atendidas, coloquem em perigo iminente a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população(art. 11, parágrafo único, Lei de
Greve).
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Tendo em vista que a participação das entidades sindicais de trabalhadores e
empregadores nos conselhos e colegiados de órgãos públicos visa, sobretudo, a
incorporar ao processo de tomada de decisão desses órgãos os interesses, anseios e
opiniões daqueles segmentos sociais, torna-se altamente desejável que essas
organizações venham a refletir efetivamente as posições predominantes entre os seus
representados, de forma autônoma e soberana.
Nesse sentido, a necessidade de submeter essa participação ao crivo de parâmetros
objetivos de representatividade é imperiosa, a fim de reduzir ao máximo a margem de
arbítrio na escolha dos representantes desses segmentos sociais.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição
de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.
A Constituição Federal brasileira de 1988 adotou no art. 11 o modelo unitário. Esse artigo
assegura a eleição de um representante dos empregados, com a finalidade de promover
o entendimento direto com o empregador. Disso decorre que o representante pode tratar
de todos os assuntos de interesse dos empregados da empresa.
196
Atualizada em 2021
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Em direito, nacionalidade é o vínculo jurídico de direito público interno entre uma pessoa e
um Estado.
A nacionalidade pressupõe que a pessoa tenha determinados direitos frente ao Estado de
que é nacional, como o direito de residir e trabalhar no território do Estado, o direito de
votar e ser votado (este, conhecido como cidadania), o direito de não
ser expulso ou extraditado e o direito à proteção do Estado (inclusive a proteção
diplomática e a assistência consular, quando o nacional se encontra no exterior), dentre
outros.
A verificação da nacionalidade de uma pessoa é importante, pois permite distinguir entre
nacionais e estrangeiros, que têm direitos diferentes.
Ademais, nos Estados que adotam o critério da nacionalidade (lex patriæ) para reger o
estatuto pessoal, a determinação da nacionalidade da pessoa é imprescindível ao direito
internacional privado. Por último, na aplicação da proteção diplomática à pessoa no
exterior, é essencial conhecer a sua nacionalidade.
Pode também, por outro lado, constituir certos deveres para a pessoa em relação ao
Estado (por exemplo, o serviço militar, obrigatório em alguns países).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_p%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_(direito)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidadania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Expuls%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Extradi%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional_privado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_militar
197
Atualizada em 2021
A nacionalidade de uma pessoa jurídica costuma ser a do Estado sob cujas leis foi
constituída e registrada.
Aquisição
A nacionalidade pode ser adquiridapela pessoa natural no momento do nascimento
(aquisição originária) ou posteriormente, por meio da naturalização, quer voluntária, quer
imposta (aquisição derivada ou secundária).
Originária
A nacionalidade originária é atribuída no momento do nascimento e constitui-se na
principal forma de concessão da nacionalidade por um Estado.
A nacionalidade originária pode ser adquirida por:
ius sanguinis; ou
ius soli.
Segundo a regra atribuidora de nacionalidade originária conhecida como ius
sanguinis ("direito de sangue", em latim), é nacional de um Estado o filho(a) de um
nacional daquele Estado; em outras palavras, trata-se da nacionalidade por filiação.
A maioria dos países que adotam o ius sanguinis como regra de atribuição de
nacionalidade estipula que esta é transmitida tanto pelo pai quanto pela mãe (ambilinear).
Todavia, alguns países (como o Líbano e a Síria) adotam o ius sanguinis patrilinear
(somente o pai transmite a nacionalidade).
O local do nascimento é irrelevante para esta regra, que é a mais utilizada pelos sistemas
legais europeus. Sua adoção é justificada por países de tradição emigratória (como os
europeus) como uma maneira de manter o vínculo com o emigrante e sua família no
exterior.
Já o ius soli ("direito do solo") estabelece como critério originário de atribuição de
nacionalidade o território onde nasceu o indivíduo. Segundo esta regra, não importa a
nacionalidade dos pais, apenas o local do nascimento da criança. É a regra mais
favorecida pelos países de imigração (como os das Américas), que buscam acolher a
família do imigrante e assimilá-la à sociedade local.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturaliza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ius_sanguinis
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ius_soli
http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADbano
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9ricas
198
Atualizada em 2021
Os países adotam em seu direito uma ou outra forma de atribuição de nacionalidade
originária, preponderantemente, mas nenhum deixa hoje de atenuar a regra principal com
elementos de ambas as formas.
Dessa maneira, um país europeu pode reconhecer a filiação como critério principal da sua
nacionalidade, mas contemplará também a possibilidade de estendê-la, pelo menos em
alguns casos, aos nascidos em seu território.
Da mesma maneira, um país americano que adote tradicionalmente o ius soli reconhecerá
casos de atribuição de sua nacionalidade aos nascidos no exterior de pai ou mãe seus
nacionais.
Derivada
A nacionalidade derivada é adquirida mediante naturalização, definida como o ato pelo
qual alguém adquire a nacionalidade de outro país. Costuma ocorrer mediante solicitação,
escolha ou opção do indivíduo e por concessão do Estado cuja nacionalidade é solicitada.
Em tese, há, porém, casos de naturalização não diretamente solicitada e, por vezes, até
mesmo forçada. É exemplo do primeiro caso a chamada "grande naturalização"
empreendida pela constituição do Império do Brasil, que tornou brasileiros todos os
nacionais portugueses que mantiveram sua residência no país após a independência,
em 1822.
Polipatria e apatridia
Idealmente, para evitar conflitos jurídicos, cada pessoa deveria ter apenas uma
nacionalidade, sendo portanto súdito de apenas umEstado.
Na prática, porém, podem ocorrer (e frequentemente ocorrem) casos de indivíduos com
mais de uma nacionalidade ("poli pátria").
Tais casos surgem quando há uma concorrência positiva dos critérios de ius
sanguinis e ius soli.
Um exemplo hipotético é o nascimento, no Brasil (a lei brasileira adota o critério do ius
soli como regra geral) do filho de um casal de italianos (aItália adota o ius sanguinis); o
filho será brasileiro, porque nasceu no Brasil, e ao mesmo tempo italiano, porque
descende de pais italianos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturaliza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1824
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/1822
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
199
Atualizada em 2021
Outro exemplo: o nascimento, no Brasil, de um filho de pai italiano e mãe alemã; o filho
será brasileiro (ius soli), italiano e alemão (ius sanguinis). Convém esclarecer que os
exemplos acima são hipotéticos e que outras regras, estabelecidas por cada um daqueles
Estados, podem aplicar-se aos casos.
O outro extremo é a apátrida: a concorrência negativa dos critérios de ius sanguinis e ius
soli. Por exemplo, sejam, por hipótese, as regras atribuidoras de nacionalidade
do Uruguai e da Itália apenas o ius soli e o ius sanguinis, respectivamente.
O filho de uruguaios nascido em território italiano não teria nem a nacionalidade uruguaia
(pois não nasceu no Uruguai) nem a italiana (não é descendente de italianos). Seria,
neste caso hipotético, apátrida, ou seja, sem nacionalidade.
A Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, representa um esforço da
comunidade internacional no sentido de evitar ou mitigar a apátrida, ao estipular que os
Estados-membros devem conferir aos apátridas os mesmos direitos outorgados aos
estrangeiros.
Nacionalidade brasileira
A Constituição Federal de 1988 adota, para a concessão da nacionalidade brasileira
originária, critérios que mesclam aspectos de ius soli e ius sanguinis.
Seu artigo 12 define que são brasileiros natos os nascidos em território brasileiro, ainda
que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de Governo forâneo;
e os nascidos no estrangeiro, de pais brasileiros, desde que ao menos um deles esteja a
serviço do Governo brasileiro ou desde que a criança seja registrada
em Embaixada ou Consulado brasileiro ou, ainda, desde que venha a residir no Brasil e
opte pela nacionalidade brasileira.
Por "território brasileiro", deverá entender-se
espaço terrestre delimitado pelas fronteiras geográficas;
mar territorial;
espaço aéreo;
navios e aeronaves de guerra brasileiros;
embarcações comerciais brasileiras, ainda que em alto mar ou em mar territorial
estrangeiro, e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apatridia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Uruguai
http://www2.mre.gov.br/dai/conapatri.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Federal_de_1988
http://pt.wikipedia.org/wiki/Embaixada
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consulado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_territorial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o_a%C3%A9reo
200
Atualizada em 2021
aeronaves civis brasileiras, ainda que em voo sobre espaço aéreo internacional ou
estrangeiro.
Quanto à concessão de nacionalidade brasileira derivada, a Constituição define dois tipos
básicos de naturalização: a comum e a extraordinária.
Na modalidade comum, requer-se do estrangeiro nascido em país de língua portuguesa
residência no Brasil por pelo menos um ano, capacidade civil e idoneidade moral; aos
nascidos em outros países, exigem-se residência de, em regra, quatro anos, capacidade
civil, ler e escrever em português, boa conduta, emprego fixo ou posse de bens e
inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação por crime doloso.
A concessão da nacionalidade comum é um ato soberano e discricionário do Estado
brasileiro. Já na modalidade extraordinária, o estrangeiro de qualquer origem que resida
no Brasil há mais de 15 anos terá direito subjetivo à nacionalidade brasileira.
II - naturalizados:>
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesaapenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Observe que os portugueses têm uma facilidade, basta que fixem residência no Brasil e
que ocorra um tratamento recíproco aos brasileiros que lá estiverem.
Os países que tiverem a língua portuguesa como língua oficial terão facilidade também,
pois a eles será solicitado somente 01 ano de residência.
201
Atualizada em 2021
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
O macete para gravar é o seguinte:
Os quatro primeiros incisos são presidentes, além disto, eles são substitutos diretos do
cargo de Presidente da República, ou seja, se o Presidente se afasta, assume o vice-
presidente, se o vice-presidente se afasta, assume o Presidente da Câmara dos
deputados, e assim, sucessivamente.
Portanto, existem os Presidentes em exercício no caso de ausência do titular, havendo
linha de sucessão que vai do Vice-Presidente, do Presidente da Câmara dos Deputados,
Presidente do Senado Federal até os Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Como apenas o brasileiro nato pode ocupar o mais alto cargo da nação, mesmo que
interinamente, as pessoas que o vierem a sucedê-lo, também deverão ser
obrigatoriamente, brasileiros natos, assim como na linha de sucessão.
Detalhe interessante é quanto aos Presidentes da Câmara e do Senado, onde o brasileiro
naturalizado ou o estrangeiro pode ser eleito Senador ou Deputado Federal, porém, não
pode ser Presidente dessas respectivas Casas Legislativas, até porque entraria na linha
de sucessão presidencial, o que somente pode ser feito por brasileiro nato.
Por outro lado, todos os onze Ministros que compõem o Supremo Tribunal Federal
ocuparão, um dia, a Presidência do STF, uma vez que a cadeira é rotatória. Portanto, se
todos ocuparão a cadeira de Presidente do STF, consequentemente entrarão na linha
sucessória da Presidência da República e, obviamente, todos os onze Ministros deverão
ser brasileiros natos.
202
Atualizada em 2021
Outro motivo é a defesa dos interesses nacionais frente às outras nações. Daí, também
devem ser brasileiros natos os integrantes de carreira diplomática, oficial de Forças
Armadas e Ministro de Estado de Defesa.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para
o exercício de direitos civis;
O parágrafo 4º cita maneiras de se perder a nacionalidade, sendo assim, tem que ser
observado que também no art. 5º, LI, onde diz que o naturalizado que tiver praticado
crime antes de sua naturalização ou envolvimento em tráficos de entorpecentes ou drogas
afins perde sua condição de brasileiro.
Atividade nociva é aquela que coloca em risco a soberania do país.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e
o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
SIMBOLOS DA REPÚBLICA: bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
203
Atualizada em 2021
O sufrágio universal pode ser direto, quando todos os eleitores votam, ou indireto,
quando, normalmente, os eleitores elegem umcolégio eleitoral o qual, por sua vez, elege
um dos candidatos à magistratura em questão.
O plebiscito (do Lat. plebiscitu - decreto da plebe) era considerado, na Roma
antiga, voto ou decreto passados em comício, originariamente obrigatórios apenas
para os plebeus. Hoje em dia, o plebiscito é convocado antes da criação da norma
(ato legislativo ou administrativo), e são os cidadãos, por meio do voto, que vão
aprovar ou não a questão que lhes for submetida.
Referendo é um instrumento da democracia semi-direta por meio do qual
os cidadãoseleitores são chamados a pronunciar-se por sufrágio direto e secreto, a
título vinculativo, sobre determinados assuntos de relevante interesse à nação.
Iniciativa popular é um instrumento da democracia direta que torna possível à
população apresentar projetos de lei.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do
serviço militar obrigatório, os conscritos
Observe quem pode votar e a quem é facultativo o voto. Estes requisitos irão influenciar
na hora de observar aqueles que são elegíveis.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_eleitoral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_antiga
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_antiga
http://pt.wikipedia.org/wiki/Plebeu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_semi-direta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidad%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Democracia_direta
204
Atualizada em 2021
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Estes são os requisitos objetivos para se candidatar a um cargo eletivo.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal,
os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anterioresao pleito, salvo se
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e,
se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
205
Atualizada em 2021
Alguns casos de inelegibilidade. Deve-se observar que a inelegibilidade em alguns casos
acima está ligada ao parente que possui cargo majoritário (presidente do país, prefeito,
governador).
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.
Acima estão descrito alguns casos de perda de nacionalidade, sendo que no art. 15, II,
trata-se da incapacidade civil absoluta, aquela que se refere aos que estão descrito no art.
3 do Código Civil:
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Enfermidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia_mental
206
Atualizada em 2021
TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em
Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se
para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais,
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e
do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-
ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
207
Atualizada em 2021
Federação
Dá-se o nome de Federação (do latim: foedus, foedera "aliança", "pacto", "contrato")
ou Estado federal a um Estado soberano composto por diversas entidades territoriais
autônomas dotadas de governo próprio.
Como regra geral, os estados ("estados federados") que se unem para constituir a
federação (o "Estado federal") são autônomos, isto é, possuem um conjunto de
competências ou prerrogativas garantidas pela constituição que não podem ser abolidas
ou alteradas de modo unilateral pelo governo central.
Entretanto, apenas o Estado federal é considerado soberano, inclusive para fins de direito
internacional. Normalmente, apenas ele possui personalidade internacional e os estados
federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que o
respectivo Estado federal o autorizar.
Organização Político-Administrativa
Oficialmente o Brasil se constitui em uma República Federativa - República Federativa do
Brasil - composta por 26 estados e um distrito federal, onde se situa a capital da
República - Brasília, sede do governo e dos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Cada um dos estados brasileiros, ou seja, cada uma das unidades da Federação, é ainda
subdividido em municípios e esses em distritos. Ao todo o Brasil possui 9.274 distritos
distribuídos em 4.974 municípios.
Apesar de o País se constituir em uma Federação é grande a centralização política
existente, sendo pequena a autonomia de cada unidade da Federação.
Os estados brasileiros são ainda agrupados em cinco grandes regiões político-
administrativas: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Região Norte - ocupando 45% da área territorial do país, é composta por sete estados:
NORMAS DE ORGANIZAÇÃO
Organização Político-Administrativa Brasileira: distribuição de competências; o Poder
Estatal e suas funções: Legislativo, Judiciário; Executivo; Administração Pública e
Administração Pública Federal:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Soberania
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_internacional#Personalidade_internacional
http://www.coladaweb.com/geografia/informacoes_gerais_brasil.htm
http://www.coladaweb.com/geografia/informacoes_gerais_brasil.htm
208
Atualizada em 2021
A Organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos e com
competências próprias (art. 18, Constituição Federal).
A autonomia das entidades federativas pressupõe repartição de competências e a
distribuição constitucional de poderes, a fim de possibilitar o exercício e desenvolvimento
de sua atividade normativa.
A divisão política brasileira nem sempre foi a mesma, do século XVI até a atualidade ela
passou por sensíveis modificações:
Capitanias hereditárias (Brasil Colônia)
Província (Brasil Império)
Estados, Distritos e Municípios (Brasil República)
*Atualmente dividimos o país em Distrito Federal, Estados, Municípios e distritos.
Distrito Federal: É a unidade onde tem sede o Governo Federal, com seus poderes:
Judiciário, Legislativo e Executivo;
Estados: em número de 26, constituem as unidades de maior hierarquia dentro da
organização político-administrativa do País. A localidade que abriga a sede do governo
denomina-se Capital;
Municípios: os municípios constituem as unidades de menor hierarquia dentro da
organização político-administrativa do Brasil. A localidade onde está sediada a Prefeitura
Municipal tem a categoria de cidade;
Distritos: são unidades administrativas dos municípios. A localidade onde está sediada aautoridade distrital, excluídos os distritos das sedes municipais, tem a categoria de Vila.
DIVISÃO REGIONAL
O IBGE elabora divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade básica de
viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos.
Em consequência das transformações havidas no espaço brasileiro, no decorrer das
décadas de 50 e 60, uma nova divisão em macrorregiões foi elaborada em 1970,
definindo as Regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste, que permanecem
em vigor até o momento.
209
Atualizada em 2021
O desenvolvimento da economia e do bem-estar social, a preservação ambiental, a
exploração de recursos minerais, a extração do petróleo, entre outras, são necessidades
que frequentemente levam à realização de estudos, à instituição de planos de
desenvolvimento e à criação de organismos que os promovam e executem.
Com base na atualidade desta questão, concluiu-se por agrupar os municípios segundo
áreas de interesse específico, as quais são as seguintes:
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
Administração pública é, em sentido prático ou subjetivo, o conjunto de órgãos, serviços e
agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas (tais como
as autarquias locais) que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas,
tais como a segurança, acultura, a saúde e o bem estar das populações.
Os princípios que regem a administração pública são: – Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência (LIMPE).
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei;
Este inciso diz que os estrangeiros também podem participar de concurso público. Sendo
no caso, conforme lei federal, onde prevê que eles podem ser professores de ensino
superior em instituições públicas.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_coletiva
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autarquia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Seguran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popula%C3%A7%C3%A3o
210
Atualizada em 2021
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
Investidura (preposição in e verbo vestire, "vestir", de vestis, "manto") significa a
instalação formal de alguém (herdeiro, candidato eleito) em um cargo público formalmente
dando-lhe uma "insígnia".
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma a lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Cargo comissionado ou cargos em comissão são aqueles destinados ao livre
provimento e exoneração, de caráter provisório, destinando-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento, podendo recair ou não em servidor do Estado. Os
Cargos em Comissão devem der preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei.
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;
O período de validade do concurso público é de dois anos, pode-se prorrogar. O prazo de
validade dá direito aos aprovados que não houverem sido chamados para ocupar vagas.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
O cargo em comissão se destina a atender a encargos de direção e de chefia, consulta ou
assessoramento superiores, e é provido mediante livre escolha do Governador, podendo
esta recair em funcionário, em servidor regido pela legislação trabalhista ou em pessoa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ins%C3%ADgnia
211
Atualizada em 2021
estranha ao serviço público, desde que reúna os requisitos necessários e a habilitação
profissional para a respectiva investidura.
As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica;
Os comentários descritos no art. 9º desta constituição informam sobre os serviços
essenciais e inadiáveis da sociedade.
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Dependerá da natureza do serviço a ser praticado.
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão
exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
212
Atualizada em 2021
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do
Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não
poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias
para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos
são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts.
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Estesincisos tratam dos limites os quais a administração pública deve respeitar ao
instituir a remuneração dos servidores públicos.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no
inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
O presente inciso trata da acumulação de cargos, observe também que há acumulação
de cargos entre o serviço público e o cargo eletivo, veremos mais à frente.
213
Atualizada em 2021
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de
qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Licitação Pública - Licitação é o procedimento administrativo para contratação
de serviços ou aquisição de produtos pelos entes da Administração Pública direta ou
indireta. No Brasil, para licitações por entidades que façam uso da verba pública, o
processo é regulado pela lei nº 8666/93.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e
a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7os
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%BAblica
214
Atualizada em 2021
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na administração pública.
4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou
emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações
privilegiadas.
Improbidade administrativa é o ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da
Administração, cometido por agente público, durante o exercício de função pública ou
decorrente desta. Segundo Calil Simão, o ato de improbidade qualificado como
administrativo (ato de improbidade administrativa), é aquele impregnado de
desonestidade e deslealdade.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agente_p%C3%BAblico
215
Atualizada em 2021
firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de
economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes
do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Or gânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de
origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
216
Atualizada em 2021
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretaráo rompimento do vínculo que gerou o referido tempo
de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de
pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§
14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga regime próprio de
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente,
devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto
a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo,
seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O art. 38 trata do acúmulo entre cargo público e eletivo. Em alguns casos são permitidos,
outros, como no caso do prefeito, é vedado.
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
217
Atualizada em 2021
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.
Ao contrário da administração indireta, na administração direta o Estado não delega a
persecução das suas atividades e funções em pessoas jurídicas separadas,
como institutos públicos, entidades públicas empresariais, empresas públicas, sociedades
de economia mista, fundações públicas ou autarquias.
A origem do vocábulo autarquia é grega, significando qualidade do que se basta a si
mesmo, autonomia, entidade autônoma.
A ideia da autarquia reside na necessidade da pessoa política criar uma entidade
autônoma para a realização de atividade tipicamente pública, sendo uma das formas de
materialização da descentralização administrativa.
Além disso, a autarquia é capaz de administrar-se com independência relativa (e não
absoluta), visto que há a fiscalização do ente criador. São pessoas jurídicas de direito
público, criadas por lei específica (art. 37, XIX, da Constituição Federal), que dispõem de
patrimônio próprio e realizam atividades típicas do Estado, de forma descentralizada.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema
remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a
formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada,
para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_indireta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_p%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entidade_p%C3%BAblica_empresarial
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa_p%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_de_economia_mista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_de_economia_mista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_p%C3%BAblica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autarquia
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Atualizada em 2021
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir.
Os servidores públicos farão jus aos direitos previstos no art. 7 da Constituição, além de
outros que seus estatutos assegurarem.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os
valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a
aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob
a forma de adicional ou prêmio de produtividade. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser
fixada nos termos do § 4º.
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao
exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do
cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O parágrafo 4º trata da remuneração do pessoal do Poder Público.
Poder público é o conjunto dos órgãos com autoridade para realizar os trabalhos
do Estado, constituído de Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art39
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art39
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93rg%C3%A3o_p%C3%BAblico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Legislativo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Executivo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_Judici%C3%A1rio
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Atualizada em 2021
ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será
aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido,
quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização
de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos
70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de
lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de
2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às
respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e
os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente
federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a
que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o
Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em
lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de
benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§
4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc88.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc88.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp152.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
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Atualizada em 2021
servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de
policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do
caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco)
anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do §
1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de
regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e
condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de
renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será
concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma
diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
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§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será contado
para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o
tempo de serviço correspondente será contado para fins de disponibilidade.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de
contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de
inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime
geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição,
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de
previdênciasocial, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
103, de 2019)
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário,
inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência
Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para
servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias
e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no §
16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de
benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no
art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
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Atualizada em 2021
complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15
poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data
da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício
previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de
cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente
federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências
para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá
fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua
contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de
mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo,
abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que
serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas
de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
doença incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de
2005)(Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (Vigência) (Vide
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc41.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art35ia
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#art36ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art36ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art36ii
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Atualizada em 2021
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei
complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de
organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo,
entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de
Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o
art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos
bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os
princípios relacionados com governança, controle interno e transparência;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem
atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de
contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
O art.