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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA AULA 6 Prof. Francisco Luiz Elache 2 CONVERSA INICIAL Olá, pessoal. Nesta aula 6 abordaremos temas que dizem respeito ao monitoramento e controle orçamentário e também aos fluxos de caixa. Como poderão perceber, este conteúdo é sequência do que foi visto na Aula 5, onde falou-se sobre orçamentos. É possível que em alguns momentos as aulas 5 e 6 possam mostrar conteúdos parecidos. No entanto, é normal que isso ocorra em razão da inter-relação entre os dois conteúdos. Esperamos que o conteúdo desta Aula 6 desperte o seu interesse para os assuntos que serão vistos. CONTEXTUALIZANDO Como estarei financeiramente daqui a um ou dois anos? Esta deve ser uma pergunta comum que todos fazem e gostariam de ter a resposta. Evidentemente, isso dependerá de cenários que podem se concretizar ou não. De qualquer maneira, é possível traçar cenários mais ou menos otimistas e com base nisso fazer um planejamento, ao menos em médio prazo. E isso vale tanto para as famílias como para as empresas. As famílias preocupam-se em saber se a quantia que irão receber será suficiente para mantê-las financeiramente. Pois bem, esta também é a preocupação das empresas. Nas famílias, este controle é feito de forma improvisada e informal. As empresas, por se submeterem a normas contábeis e fiscais, precisam fazer uso de ferramentas e relatórios adequados. Nesse sentido, o Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC) é um dos relatórios elaborados a partir do orçamento geral da empresa e é fundamental para avaliar a capacidade financeira de a empresa fazer novos investimentos e remunerar os acionistas. Em uma indústria, por exemplo, o planejamento financeiro, ou plano financeiro, passa pela elaboração do orçamento dos recursos utilizados para a operacionalização do negócio da empresa, como: materiais, mão de obra, custos indiretos de fabricação, despesas de vendas e administrativas, aquisição de bens de capital (máquinas, equipamentos, construções, etc.). Como podemos perceber, isso demanda muito trabalho e deve envolver a participação dos colaboradores de todas as áreas da empresa. O desejável é que a empresa faça orçamentos de exercícios futuros e projete os demonstrativos financeiros. Os demonstrativos financeiros são o Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado (DR), Demonstração de Lucros e 3 Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas. TEMA 1 – MONITORAMENTO DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO Sabemos que planejamento e controle são funções da administração. Pois bem, na administração financeira estes termos estão perfeitamente integrados e são interdependentes. O planejamento orçamentário, ou plano orçamentário, exige necessariamente ações contínuas de controle orçamentário. Os controles orçamentários dizem respeito à confrontação do previsto (orçado) no planejamento orçamentário com o realizado (real). 1.1 Conceito de orçamento Jiambalvo (2001, p. 197) diz que “no mundo dos negócios, orçamentos são documentos formais que quantificam os planos de uma empresa para atingir suas metas. Todo processo de planejamento e controle da maioria das empresas é feito em torno de orçamentos”. 1.2 O uso de orçamentos para planejamento e controle 1.2.1 Uso de orçamentos para planejamento Jiambalvo (2001, p. 198, grifo nosso) afirma que “os orçamentos são úteis no processo de planejamento porque fomentam a comunicação e a coordenação. O desenvolvimento de um plano formal – ou seja, um orçamento – obriga os gerentes a considerar cuidadosamente suas metas e objetivos e a determinar maneiras de atingi-los”. Assim, a decisão tomada pelo departamento de marketing para aumentar as vendas em 10% para o próximo período implicará em ações nas áreas de produção, compra e logística. E, ainda, se esta decisão exigir aporte financeiro, então o departamento financeiro estará também envolvido. Percebe-se logo a importância do esforço conjunto de toda a empresa na elaboração do planejamento orçamentário. 4 1.2.2 Uso de orçamentos para controle Segundo Jiambalvo (2001, p. 199, grifo nosso), “os orçamentos são úteis no processo de controle porque fornecem uma base para a avaliação de desempenho. Para controlar uma empresa - assegurar que ela está na direção correta e opera de maneira eficiente - é essencial conhecer o desempenho dos gerentes e das operações pelas quais eles são responsáveis”. 1.3 Objetivos do controle orçamentário Padoveze e Taranto (2009, p. 196) dizem que “são vários os objetivos do controle orçamentário. Os principais deles são bastante claros e podem ser resumidos em três itens: (1) identificar e analisar as variações ocorridas; (2) corrigir erros detectados; (3) ajustar o plano orçamentário, se for o caso, para garantir bons resultados e eficácia empresarial”. Cabe aos gestores da empresa definir as estratégias com foco na geração de lucro e no aumento da riqueza dos sócios, ou proprietários, por meio da valorização das ações da empresa no mercado. Nesse sentido, tanto a área de finanças (tesoureiro) como a controladoria (controller) desempenham papel fundamental na elaboração do plano orçamentário e controle orçamentário. Para que um plano orçamentário seja eficaz, recomenda-se que a sua elaboração e controle tenham o comprometimento de todos os setores da empresa. 1.4 Variações significativas em relação ao desempenho planejado Jiambalvo (2001, p. 199) avalia as variações relevantes entre o que foi previsto – planejado – no orçamento e o resultado real (obtido) da seguinte maneira: Variações significativas em relação ao desempenho planejado podem estar associadas a três possíveis causas: 1. É possível que o plano ou orçamento tenha sido concebido de maneira inadequada. Se um orçamento não for cuidadosamente preparado, não será surpresa alguma que os resultados reais sejam diferentes dos resultados planejados. 2. É possível que, apesar de o orçamento ter sido preparado cuidadosamente, as condições [cenários] tenham mudado. Por exemplo, se a economia sofrer um desaquecimento inesperado, as vendas reais podem ser menores que as vendas orçadas. 3. É possível que os gerentes realizem um trabalho particularmente bom ou ruim na administração de suas operações. Se esse for o caso, os gerentes devem ser recompensados pelo bom desempenho (p. ex., receber 5 bônus ou promoção) ou punidos pelo mau resultado (p. ex., ter sua responsabilidade reduzida ou até ser demitido). 1.5 Relatórios de controle orçamentário Padoveze e Taranto (2009, p. 197) afirmam que “para que seja possível comparar acontecimentos planejados com os reais, todas as peças orçamentárias devem constar dos relatórios de acompanhamento ou relatórios de controle orçamentário”. Eles complementam que O relatório clássico de controle orçamentário – que traz o tipo de despesa e receita para todos os centros de custos ou divisões – compreende os seguintes itens [...]: Valores orçados para o mês em questão; Valores reais contabilizados no mês em questão; Variação entre o real e o orçado no mês em questão; Valores orçados acumulados até o mês em questão; Valores reais acumulados contabilizados até o mês em questão; Variação acumulada entre o real e o orçado até o mês em questão. (Padoveze e Taranto, 2009, p. 197) 1.6 O orçamento geral Jiambalvo (2001, p. 200, grifo nosso) define o orçamento geral do seguinte modo: O orçamento geral é um documento abrangente de planejamento que reúne uma série de orçamentosindividuais. Normalmente, ele engloba os orçamentos de vendas, produção, materiais diretos, mão de obra direta; custos indiretos de fabricação; despesas de vendas e administrativas; aquisições de bens de capital e o orçamento de caixa, assim como uma demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado. Uma vez elaborado o orçamento geral – plano orçamentário – com base nos diversos orçamentos individuais, deve-se orçar, também, os principais demonstrativos contábeis, quais sejam: demonstração de resultado; orçamento de caixa; balanço patrimonial. Com relação ao planejamento orçamentário e às demonstrações financeiras, Padoveze e Taranto (2009, p. 189, grifo nosso) dizem que: A projeção das demonstrações financeiras básicas encerra o processo de elaboração do planejamento orçamentário. Após sua aprovação final pelo comitê orçamentário, os dados constantes de todas as peças do planejamento orçamentário serão o guia para acompanhar 6 os resultados reais que começarão a ser efetivados no ano seguinte. O confronto dos dados orçados com os dados reais que acontecerão nos meses do período orçamentado [período para o qual o orçamento foi projetado] é denominado de controle orçamentário e é componente fundamental do planejamento orçamentário. O controle orçamentário compreende o processo de análise e justificativa das variações entre o real e o orçado, bem como é o procedimento que permite as correções e ajustes do plano orçamentário, objetivando a otimização dos resultados da entidade. 1.7 Os orçamentos como um padrão de avaliação Jiambalvo (2001, p. 209, grifo nosso) diz que “os orçamentos facilitam o controle ao fornecer um padrão de avaliação. O padrão é o valor do orçamento, contra o qual o resultado real é comparado. As diferenças entre os valores orçados e os valores reais são denominadas variações orçamentárias, e os relatórios que apresentam essas variações são denominados relatórios de desempenho”. TEMA 2 – FLUXOS DE CAIXA E PLANEJAMENTO FINANCEIRO Os fluxos de caixa demandam atenção especial por parte do financeiro da empresa (tesoureiro), que sabe da importância dada pelos usuários destes demonstrativos (proprietários ou acionistas). No entanto, a projeção dos fluxos de caixa depende da contabilidade (controladoria), que gera as informações contábeis necessárias para a sua elaboração. Assim, o sistema de informação da empresa deve integrar os dados de modo a gerar relatórios para os diferentes usuários (internos e externos), como o balanço patrimonial (BP), a demonstração do resultado (DR) e o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). 2.1 Análise de desempenho do fluxo de caixa Frezatti (2014, p.121) diz que “planejar é relativamente fácil. O difícil é conseguir informações e comparar o previsto com o realizado e explicar as diferenças e as causas das mesmas [...]” Frezatti (2014, p.121, grifo nosso) continua sua abordagem sobre a análise de desempenho do fluxo de caixa dizendo que, de modo didático, esta análise pode ser assim estruturada: Análise de consistência: tem a preocupação básica de conteúdo, assegurando que as informações estão todas lá no modelo, e são adequadas. [...] Normalmente, duas formas de zelar para que a qualidade das informações seja adequada são as seguintes: 7 Dispor de um plano de contas detalhado nos mapas auxiliares [...]. Análise comparativa de um período para o outro, ou então, entre real versus planejado. Análise comparativa: como saber se um fluxo de caixa está melhor ou pior? Melhorando ou piorando? Qual a velocidade da mudança? Para isso, comparações sumarizadas são importantes para as empresas. Dentre elas, devem ser destacadas: Comparações com o mês anterior; Comparações com o ano anterior; Comparações com o planejamento, etc. Análise de otimização: uma vez satisfeitas as análises anteriores, é importante buscar a otimização dos resultados. Significa dizer que se pretende alcançar os melhores resultados em termos de geração de caixa [...]. 2.2 Análise das variações orçamentárias Frezatti (2014, p.118) propõe a projeção do fluxo de caixa para efeito de análise das variações orçamentárias (Quadro 1). Optamos por reproduzir apenas parte do demonstrativo dos fluxos de caixa apresentado pelo autor em sua obra. Ao estudarmos os temas 3, 4 e 5 desta Aula 6, veremos o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) com a sua estrutura completa. Quadro 1 – Análise das variações do fluxo de caixa Em R$ milhões Mês anterior Previsto mês orçado Real mês orçado Valor real x Previsto Valor real x Mês anterior 1. FLUXO OPERACIONAL: RECEBIMENTOS 150 170 160 - 6,5% 6,7% PAGAMENTOS (250) (270) (280) 3,7% 12,0% TOTAL FLUXO OPERACIONAL (100) (100) (120) 20,0% 20,0% Fonte: Adaptado de Frezatti, 2014, p. 118. O Quadro 02 nos mostra dados sobre variações orçamentárias e também é uma demonstração simplificada de um demonstrativo dos fluxos de caixa. 8 Quadro 2 – Análise das variações orçamentárias de um fluxo de caixa Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC) (simplificado) Previsto (Orçado) Real (Realizado) Variação Real x Previsto Recebimentos (R$): De vendas. De bancos por empréstimos. Total dos recebimentos 500.000,00 13.000,00 513.000,00 437.000,00 20.000,00 457.000,00 -12,6% 53,8% -10,9% Pagamentos (R$): De compras de mercadorias. De salários e comissões. De encargos sobre salários e comissões. De aluguel. De serviços terceirizado de limpeza. De juros s/empréstimos e financiamentos. De outras despesas com vendas e adm. De tributos s/vendas (ICMS, PIS, COFINS) De IRPJ e CSLL (30% sobre o lucro) De dividendos para os sócios. Total dos pagamentos 140.000,00 35.000,00 28.000,00 6.000,00 3.000,00 3.000,00 25.000,00 70.000,00 60.000,00 70.000,00 440.000,00 120.000,00 30.000,00 24.000,00 6.000,00 3.000,00 3.000,00 28.000,00 60.000,00 52.000,00 70.000,00 396.000,00 -14,3% -14,3% -14,3% 0,0% 0,0% 0,0% 12,0% -14,3% -13,3% 0,0% -10,0% Saldo de caixa líquido no período. 73.000,00 61.000,00 -16,4% Fonte: Adaptado de Frezatti, 2014, p. 124. TEMA 3 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES OPERACIONAIS 3.1 Conceito de caixa e equivalentes de caixa Segundo Padoveze (2012, p. 385, grifo nosso), “para fins da demonstração dos fluxos de caixa, define-se caixa como caixa e equivalentes de caixa, que é composto dos seguintes itens: o caixa propriamente dito; os saldos bancários existentes nas contas movimento; as aplicações financeiras com possibilidade de regate imediato constantes do ativo circulante”. Lembramos que para ser enquadrado como equivalente de caixa um investimento não pode ter prazo de vencimento superior a noventa dias contados a partir da data de aquisição. 3.2 Conceito de fluxo de caixa de atividades operacionais Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) sumariado pelo Banco Central do Brasil, sobre as atividades operacionais do demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC), conforme segue: 14 - O montante dos fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais é um indicador-chave sobre a capacidade das operações da entidade em gerar fluxos de caixa suficientes para amortizar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. 9 As informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos são úteis, em conjunto com outras informações, na projeção de futurosfluxos de caixa operacionais. 15 - Os fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são: (a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas; (c) Pagamento de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; (d) Pagamento de caixa a empregados ou por conta de empregados; (e) Recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; (f) Pagamento ou restituição de caixa de imposto sobre a renda, a menos que possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento, e (g) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. 3.1.1 O que dizem os autores sobre o fluxo de caixa de atividades operacionais: Segundo Assaf (2014, p. 115, grifo nosso), “as movimentações da demonstração dos fluxos de caixa (DFC) podem ser classificadas em três grandes grupos de atividades, identificados em função de sua natureza: atividades operacionais; atividades de investimentos e atividades de financiamento”. Em complemento ao parágrafo anterior, Assaf (2014, p. 115) cita como exemplos de fluxos de entradas e saídas de caixa de atividades operacionais: “vendas à vista de mercadorias e serviços, recebimento de vendas a prazo a clientes, pagamento a fornecedores, receitas financeiras de aplicações, pagamento de salários e recolhimento de encargos sociais, recolhimento de impostos, e outras movimentações nas contas do ativo circulante e passivo circulante”. Gitman (2010, p. 98, grifo nosso) diz que “os fluxos de caixa operacionais constituem as entradas e saídas de caixa diretamente relacionadas à venda e produção de bens e serviços”. Vamos aproveitar o conceito de fluxos de caixa operacionais, dado por Gitman (2010, p. 98) e citado no parágrafo anterior, para propor alguns exemplos: 10 Atividades operacionais relacionadas à produção: pagamento a fornecedores de matéria-prima; pagamento ao pessoal da fábrica; pagamento do aluguel da fábrica. Atividades operacionais relacionadas à venda: recebimentos de vendas à vista e a prazo; pagamentos de salários e comissão de vendedores; pagamento de serviços de publicidade; pagamento de fretes de distribuição. 3.2.2 Demonstração da projeção do fluxo de caixa de atividades operacionais a partir de informações de um orçamento simplificado Muito bem. É hora de demonstramos como as atividades operacionais se inserem no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). Vamos utilizar um exercício proposto por Jiambalvo (2001, p. 220). Fizemos as adaptações necessárias de maneira a adequar o exercício à proposta do tema em estudo. Contudo, a proposta original do autor foi respeitada. Na verdade, o fluxo de caixa a ser projetado neste exercício será completo, contendo as três atividades – operacional, investimento e financiamento. Ao final, ele servirá também para o estudo das atividades de investimento e de financiamento correspondentes aos temas 4 e 5 desta Aula 6. Então, vamos ao enunciado do problema, que pode parecer longo em razão da quantidade de dados fornecidos. Mas, acredite, é um número pequeno de informações se comparado com um plano orçamentário completo. O nosso objetivo aqui é reunir alguns dados necessários à caracterização de um orçamento, para podermos projetar um demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC). Eis o enunciado: Uma empresa comercial do ramo varejista deseja projetar o seu demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) com base nos dados do seu planejamento orçamentário elaborado para os quatro trimestres de 2018. Antes do demonstrativo dos fluxos de caixa - DFC, será projetada a demonstração do resultado (DR). Os dados contábeis estão apresentados nos itens numerados de 1 a 18 a seguir: 1. No quarto trimestre de 2017, período imediatamente anterior ao orçado, esta empresa apresentou o seguinte lucro líquido. 11 Quadro 3 – Demonstração do Resultado (DR) Demonstração do Resultado – 4º trim.de 2017 (Em Reais) Receita Bruta 800.000 (-) Tributos (ICMS, PIS, COFINS) (218.000) Receita Líquida 582.000 (-) CMV (218.250) Lucro Bruto 363.750 Despesas de vendas e administrativas (*) (57.500) Despesas com salários e comissões (82.500) Despesas com encargos sobre a folha de pagamento. (66.000) Lucro Operacional – EBITDA/LAJIDA 157.750 (+/-) Resultado financeiro (juros recebidos e pagos) (10.000) (-) Despesas com depreciação (11.250) (+/-) Resultado não Operacional - Lucro líquido antes do IRPJ e CSLL 136.500 (-) Provisão do IRPJ e CSLL (30%) (40.950) (-) Participações (empregados, administradores, etc.) - Lucro líquido 95.550 (*) Exceto salários, comissões e encargos. Fonte: Adaptado de Jiambalvo, 2001, p. 220. 2. As compras de mercadorias no quarto trimestre de 2017 – trimestre anterior ao período orçamentário proposto – foram de R$ 300.000. 3. O Quadro 4 mostra os dados estimados (orçados) da empresa para 2018 com relação a vendas, custos, despesas e compras. Quadro 4 – Dados orçados para 2018 Dados orçados para 2018: 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 4º Trim. Receita de vendas 865.000 935.000 1.010.000 1.090.000 Valor dos estoques (***) 235.710 254.625 274.995 296.820 Custo das vendas – CMV (**) 235.710 254.625 274.995 296.820 Compras (valor notas fiscais do fornecedor) 324.000 350.000 378.000 408.000 Despesas de vendas e administrativas (*) 57.500 57.500 57.500 57.500 Despesas com salários e comissões 82.500 82.500 82.500 82.500 Despesas com encargos (80% sobre a folha) 66.000 66.000 66.000 66.000 Despesas com depreciação 11.250 6.250 7.500 7.500 (*) Exceto salários, comissões e encargos. (**) Simplificadamente, admitiremos que a empresa vende todo o seu estoque no período e o renova no primeiro dia do período seguinte. (***) Valor das compras (nota fiscal) menos o valor dos tributos (ICMS, PIS, COFINS). Fonte: Adaptado de Jiambalvo, 2001, p. 220. 4. O Quadro 5 mostra os valores do IRPJ e CSLL e as datas do seu recolhimento. Os impostos (IRPJ e CSLL) são de 30%, aproximadamente, sobre o lucro real. Para a empresa em análise, o lucro real é o próprio lucro líquido, tendo em vista que não há acréscimos ou deduções sobre o lucro líquido. A empresa apura o IRPJ e a CSLL trimestralmente, 12 recolhendo o valor devido, em uma única parcela, no mês subsequente ao trimestre de apuração (competência). Quadro 5 – Recolhimento do IRPJ e CSLL Período de competência Data do recolhimento Lucro Líquido (Lucro Real) (R$) IRPJ e CSLL (30%) (R$) 4º trim/2017 Jan/2018 136.500 40.950 1º trim/2018 Abr/2018 163.328 48.998 2º trim/2018 Jul/2018 241.338 72.401 3º trim/2018 Out/2018 229.780 68.934 4º trim/2018 Jan/2019 (*) 272.855 (*) 81.856 (*) Estes valores não irão constar no fluxo de caixa projetado - demonstrado no quadro 22 -, em razão de a data do seu recolhimento - Jan/2019 - estar fora do período orçamentário. 5. Os Quadros 6 e 7 mostram as alíquotas e o valor dos tributos sobre as vendas - NF (débitos). Estas alíquotas são definidas para o regime de incidência não cumulativa, regime este obrigatório para o Lucro Real. Os cálculos demonstrados nestes quadros estão em conformidade como que nos ensina Padoveze (2012, p.157 a 159) com relação à apuração dos tributos a partir do valor da nota fiscal de compra - fornecedor - e nota fiscal de venda - cliente. Quadro 6 – Alíquotas dos tributos sobre vendas Alíquotas dos tributos sobre vendas: ICMS PIS COFINS 18% 1,65% 7,6% Quadro 7 – Valor dos tributos sobre vendas Período de competência Valor das vendas - NF (R$) ICMS (R$) (18%) PIS (R$) (1,65%) COFINS (R$) (7,6%) Total dos tributos inclusos no valor das vendas – NF (R$) Dez/2017 (*) 225.000 40.500 3.712 17.100 61.312 1º trim/2018 865.000 155.700 14.272 65.740 235.712 2º trim/2018 935.000 168.300 15.427 71.060 254.787 3º trim/2018 1.010.000 181.800 16.665 76.760 275.225 4º trim/2018 1.090.000 196.200 17.985 82.840 297.025 (*) Valor arbitrado das vendas em dez/2017. 6. O Quadro 8 mostra o valor dos tributos sobre as compras - NF (créditos). Vamos considerar as mesmas alíquotas incidentes sobre as vendas. 13 Quadro 8 – Valor dos tributos sobre as compras Período de competência Valor da compra – NF (R$) ICMS (R$) (18%) PIS (R$) (1,65%) COFINS (R$) (7,6%) Total dos tributos incidentes sobre a compra - NF (R$) Dez/2017 (*) 100.000 18.000 1.650 7.600 27.250 1º trim/2018 324.000 58.320 5.346 24.624 88.290 2º trim/2018 350.000 63.000 5.775 26.600 95.375 3º trim/2018 378.000 68.040 6.237 28.728 103,005 4º trim/2018 408.000 73.440 6.732 31.008 111.180 (*) Valor arbitrado das compras de dez/2017: 300 mil / 3 meses = 100 mil. 7. O Quadro 9 - A mostra o valor dos tributos líquidos – débitos menos créditos - devidos nos períodos de competência. O Quadro 9 - B mostra o valor e a data do recolhimento destes tributos. Para Padoveze e Taranto (2009, p. 142), “o recolhimento de cada imposto se dá pela diferença entre o valor do imposto calculado sobre as vendas e o valor do imposto creditado e pago sobre as compras”. Quadro 9 - A – Valor líquido devido dos tributos (débitos – créditos) Período de competência ICMS (R$) PIS (R$) COFINS (R$) Total dos tributos (R$) Dez/2017 22.500 2.062 9.500 34.062 1º trim/2018 97.380 8.926 41.116 147.422 2º trim/2018 105.300 9.652 44.460 159.412 3º trim/2018 113.760 10.428 48.032 172.220 4º trim/2018 122.760 11.253 51.832 185.845 185.845 × 60% = 111.507 (∗) (*) Observe que no valor dos tributos devido em Jan/2019 (R$ 185.845) estão incluídos os tributos de competência dos meses de outubro, novembro e dezembro. No entanto, o valor dos tributos referente a dezembro/2018 será recolhido somente em janeiro/2019, portanto fora do período proposto para este orçamento. Assim, vamos arbitrar 60% do valor de R$ 185.845 como competência dos meses de outubro e novembro/2018, para ser recolhido em dezembro/2018. Então: R$ 185.845 x 60% = R$ 111.507. 14 Quadro 9 - B – Valor e data do recolhimento dos tributos Competência Recolhimento Competência Recolhimento Competência Recolhimento Dez/2017 Jan/2018 Abr/2018 Mai/2018 Ago/2018 Set/2018 R$ 34.062 R$ 53.137 R$ 57.407 Jan/2018 Fev/2018 Mai/2018 Jun/2018 Set/2018 Out/2018 R$ 49.141 R$ 53.137 R$ 57.407 Fev/2018 Mar/2018 Jun/2018 Jul/2018 Out/2018 Nov/2018 R$ 49.141 R$ 53.137 R$ 55.753 (*) Mar/2018 Abr/2018 Jul/2018 Ago/2018 Nov/2018 Dez/2018 R$ 49.141 R$ 57.407 R$ 55.754 (*) (*) 55.753 + 55.754 = 111.507 (Quadro 9 - A). 8. O Quadro 10 mostra o valor das vendas recebidas em cada período orçado. Sessenta por cento (60%) das vendas são recebidas no próprio trimestre e 40% no trimestre seguinte. Quadro 10 - Valor das vendas recebidas em cada período orçado Recebimento de vendas - Em Reais. Do trimestre anterior Do trimestre atual Total do trimestre 1º trim/2018 (*) 320.000 + 519.000 = 839.000 2º trim/2018 346.000 + 561.000 = 907.000 3º trim/2018 374.000 + 606.000 = 980.000 4º trim/2018 404.000 + 654.000 = 1.058.000 (*) Valor correspondente a vendas de dez/2017 (800 mil x 40% = 320 mil). 9. O Quadro 11 mostra o valor das compras a serem pagas em cada período orçado. Oitenta por cento (80%) das compras são pagos no trimestre da compra e 20% no trimestre seguinte. Quadro 11 – Valor das compras a serem pagas em cada período orçado Pagamento das compras (fornecedores) - Em Reais. Do trimestre anterior Do trimestre atual Total do trimestre 1º trim/2018 (*) 60.000 + 259.200 = 319.200 2º trim/2018 64.800 + 280.000 = 344.800 3º trim/2018 70.000 + 302.400 = 372.400 4º trim/2018 75.600 + 326.400 = 402.000 (*) Correspondente a compras de dez/2017 (300 mil x 20% = 60 mil). 10. O Quadro 12 mostra o pagamento das despesas de vendas e administrativas. As despesas de vendas e administrativas são pagas no próprio trimestre. 15 Quadro 12 – Despesas de vendas e administrativas Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Despesas de vendas e administrativas 57.500 57.500 57.500 57.500 11. O Quadro 13 mostra o pagamento das despesas com salários e comissões. Os salários e comissões são pagos no próprio mês. Quadro 13 – Despesas com salários e comissões Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Despesas com salários e comissões 82.500 82.500 82.500 82.500 12. O Quadro 14 mostra o valor dos encargos sobre a folha de pagamento. Os encargos sobre a folha (80%) são recolhidos no mês seguinte. Quadro 14 – Encargos sobre a folha de pagamento Competência Recolhimento Competência Recolhimento Competência Recolhimento Dez/2017 Jan/2018 Abr/2018 Mai/2018 Ago/2018 Set/2018 R$ 22.000 (*) R$ 22.000 R$ 22.000 Jan/2018 Fev/2018 Mai/2018 Jun/2018 Set/2018 Out/2018 R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 Fev/2018 Mar/2018 Jun/2018 Jul/2018 Out/2018 Nov/2018 R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 Mar/2018 Abr/2018 Jul/2018 Ago/2018 Nov/2018 Dez/2018 R$ 22.000 R$ 22.000 R$ 22.000 (*) Encargos devidos em dez/2017 (66 mil / 3 meses = 22 mil). 13. O Quadro 15 mostra o valor dos empréstimos bancários de curto prazo para o giro da empresa. Quadro 15 – Empréstimos bancários de curto prazo para giro da empresa Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Empréstimos bancários para giro 20.000 - - - 14. O Quadro 16 mostra o valor das receitas e despesas com juros. Quadro 16 – Receitas e despesas com juros (em reais) Receitas com juros (*) Despesas com juros Resultado financeiro com juros 1º trim/2018 5.000 - 18.000 = (13.000) 2º trim/2018 4.000 - 16.000 = (12.000) 16 3º trim/2018 3.500 - 20.000 = (16.500) 4º trim/2018 4.200 - 14.000 = (9.800) 15. O Quadro 17 - A mostra o valor desembolsado para a amortização de capital das imobilizações financiadas e amortização de capital de empréstimos bancários para giro da empresa. O Quadro 17 - B mostra o valor das compras à vista de bens do imobilizado. Quadro 17 - A – Amortizações de capital de financiamentos do imobilizado e amortizações de capital de empréstimos para giro da empresa Período: 2018 – Amortizações de capital. 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Amortização das imobilizações financiadas 30.000 32.000 34.000 36.000 Amortização dos empréstimos bancários 6.000 5.500 4.500 4.000 Quadro 17 - B – Compras à vista de bens do imobilizado Período: 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Compras à vista de bens do imobilizado - - 90.000 - 16. O Quadro 18 mostra o pagamento de dividendos. Quadro 18 – Pagamento de dividendos Pagamento de dividendos – Em Reais – 2018. 1º trim. 2º trim.3º trim. 4º trim. 35.000 45.000 65.000 90.000 17. O Quadro 19 mostra os novos aportes de capital pelos sócios. Quadro 19 – Novos aportes de capital Aportes de capital dos sócios – Em Reais - 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 30.000 25.000 20.000 15.000 18. O Quadro 20 mostra o valor da venda de parte do imobilizado. O valor pelo qual estes bens estão contabilizados é R$ 60 mil. O recebimento pela venda será no próprio trimestre em que a venda será efetuada. Quadro 20 – Venda de parte do imobilizado Venda de parte do imobilizado – Em Reais - 2018 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. - 100.000 - - 17 Assim, com base nos dados apresentados, será possível projetar a Demonstração do Resultado - Quadro 21 - e o Fluxo de Caixa - Quadro 22. Quadro 21 – Projeção da Demonstração do Resultado (DR) Demonstração do Resultado (DR) 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. Receita Operacional Bruta (4) 865.000 935.000 1.010.000 1.090.000 (-) Tributos (ICMS, PIS, COFINS) (7) (235.712) (254.787) (275.225) (297.025) Receita Operacional Líquida 629.288 680.213 734.775 792.975 (-) CMV (4) (235.710) (254.625) (274.995) (296.820) Lucro Bruto 393.578 425.588 459.780 496.155 (-) Despesas Operacionais: (206.000) (206.000) (206.000) (206.000) Vendas e Administrativas (4) (57.500) (57.500) (57.500 (57.500) Salários e comissões (4) (82.500) (82.500) (82.500) (82.500) Encargos sobre salários e comissões (4) (66.000) (66.000) (66.000) (66.000) Lucro Operacional – EBITDA/LAJIDA 187.578 219.588 253.780 290.155 (+) Receitas financeiras com aplicações (16) 5.000 4.000 3.500 4.200 (-) Despesas financeiras com financiam. (16) (18.000) (16.000) (20.000) (14.000) (-) Despesas com depreciação (4) (11.250) (6.250) (7.500) (7.500) Resultados não Operacionais: - 40.000 - - Valor de venda de imobilizados (20) - 100.000 - - (-) Valor da baixa de imobilizados (20) - (60.000) - - Lucro Líquido antes do IRPJ e CSLL 163.328 241.338 229.780 272.855 (-) Provisão para o IRPJ e CSLL (30%) (48.998) (72.401) (68.934) (81.856) (-) Participações (*) - - - - Lucro Líquido depois do IRPJ e CSLL 114.330 168.937 160.846 190.999 (*) Participações de empregados e administradores. Quadro 22 – Demonstrativo dos Fluxos de Caixa (DFC) Em Reais 1º trim. 2º trim. 3º trim. 4º trim. 1. ATIVIDADES OPERACIONAIS: RECEBIMENTOS: De vendas (10) 839.000 907.000 980.000 1.058.000 De juros (16) 5.000 4.000 3.500 4.200 PAGAMENTOS: De juros (16) (18.000) (16.000) (20.000) (14.000) De compras de fornecedores (11) (319.200) (344.800) (372.400) (402.000) De despesas com vendas e administrativas (12) (57.500) (57.500) (57.500) (57.500) De salários e comissões (13) (82.500) (82.500) (82.500) (82.500) De encargos sobre salários e comissões (14) (66.000) (66.000) (66.000) (66.000) De tributos sobre as vendas (9 - B) (132.344) (155.415) (167.951) (168.914) De IRPJ e CSLL (5) (40.950) (48.998) (72.401) (68.934) Caixa líquido das atividades operacionais 127.506 139.787 144.748 202.352 2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: RECEBIMENTOS: De venda de bens do imobilizado (20) - - 100.000 - PAGAMENTOS: Da compra à vista de bens do imobilizado (17- B) - - (90.000) - Caixa líquido das atividades de investimentos - - 10.000 - 18 3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS: RECEBIMENTOS: Dos sócios – capital social (19) 30.000 25.000 20.000 15.000 De empréstimos em bancos para giro (15) 20.000 - - - PAGAMENTOS: De dividendos (18) (35.000) (45.000) (65.000) (90.000) De amortização de empréstimos para giro (17-A) (6.000) (5.500) (4.500) (4.000) De amortização de financ do imobilizado (17-A) (30.000) (32.000) (34.000) (36.000) Caixa líquido das atividades de financiamentos (21.000) (57.500) (83.500) (115.000) 4. CAIXA LÍQUIDO DO PERÍODO (1 + 2 + 3) 106.506 82.287 71.248 87.352 5. SALDO INICIAL DO CAIXA (*)55.000 161.506 243.793 315.041 6. SALDO FINAL DO CAIXA (4 + 5) 161.506 243.793 315.041 402.393 (*) Saldo de caixa do 4º trimestre de 2017 (valor arbitrado). Obs.: A origem dos valores está referenciada pelo número do quadro entre parênteses”. 3.2.3 Considerações sobre a apropriação de juros recebidos e pagos e impostos pagos como atividades operacionais Para justificarmos a apropriação, como atividade operacional, dos juros recebidos (de aplicações financeiras) e juros pagos (por empréstimos e financiamentos), bem como dos impostos pagos, recorremos ao Pronunciamento Técnico CPC 03, itens 34, 36 e 38, onde se lê: Os juros pagos e recebidos e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos são comumente classificados como fluxos de caixa operacionais em instituições financeiras. Todavia, não há consenso sobre a classificação desses fluxos de caixa para outras entidades. Os juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa operacionais, porque eles entram na determinação do lucro líquido ou prejuízo. Alternativamente, os “juros pagos” e os “juros e dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos” podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa de investimento, respectivamente, porque são custos de obtenção de recursos financeiros ou retorno sobre investimentos (item 34 do CPC 03) Este Pronunciamento encoraja fortemente as entidades a classificarem os juros, recebidos ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos como fluxos de caixa das atividades operacionais, e os dividendos e juros sobre o capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de financiamento. Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse fato (item 36 do CPC 03). [...] Portanto, os impostos pagos são comumente classificados como fluxos de caixa das atividades operacionais (item 38 do CPC 03). 19 Ao elaborar o fluxo de caixa, recomenda-se sempre a consulta a este e outros pronunciamentos sobre o tema, tendo em vista particularidades encontradas nos textos elaborados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que podem alterar o entendimento sobre a forma de apropriação de certas atividades que comporão o demonstrativo dos fluxos de caixa – se operacional, investimento ou financiamento. TEMA 4 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03, sumariado pelo Banco Central do Brasil, sobre as atividades de investimentos do demonstrativo dos fluxos de caixa – DFC, conforme segue: 18 - A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento são: (a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria; (b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo; (c) pagamentos para aquisição de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto desembolsos referentes a títulos considerados como equivalentes de caixa ou mantidos para negociação imediata ou venda futura); (d) recebimentos de caixa provenientes da venda de ações ou instrumentos de dívida de outrasentidades e participações societárias em joint ventures (exceto recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de caixa e os mantidos para negociação); (e) adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); (f) recebimentos de caixa por liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de uma instituição financeira); (g) pagamentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e (h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento. A seguir, o que dizem alguns autores sobre o fluxo de caixa de atividades de investimentos. 20 Segundo Gitman (2010, p. 98), “os fluxos de investimento representam os fluxos de caixa associados à compra e venda de ativos imobilizados e investimentos em participações societárias”. Para Assaf (2014, p. 115), “os fluxos de entrada e saída de caixa de atividades de investimento podem ser exemplificados por: pagamentos por aquisição de imobilizado e intangível; recebimentos por venda de imobilizado e intangível; aquisições/vendas de outros ativos não circulantes; aplicações e resgates de investimentos financeiros não classificados no circulante [...]”. Ross, et al. (2015, p. 36) dizem que “o fluxo de caixa de atividades de investimento envolve variações nos ativos imobilizados: aquisições e vendas [...]”. O resultado é mostrado a seguir no Quadro 23: Quadro 23 – Fluxo de caixa de atividades de investimento Fluxo de caixa de atividades de investimento - Em Reais Pagamento, à vista, por aquisição de ativos imobilizados (R$ 198.000) Recebimentos por vendas de ativos imobilizados R$ 25.000 Fluxo de caixa de atividades de investimento (R$ 173.000) Fonte: Adaptado de Ross, et al., 2015, p. 36. Notamos que os autores relacionam o fluxo de caixa de atividades de investimento à movimentação - entradas e saídas de caixa - do ativo imobilizado. Reproduzimos, no Quadro 24, parte do Quadro 22 (Demonstrativo dos Fluxos de Caixa - DFC) para demonstrar esta relação. Observe: Quadro 24 – Fluxo de caixa das atividades de investimentos – parte do quadro 22 2. ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS: RECEBIMENTOS: De venda de bens do imobilizado - - 100.000 - PAGAMENTOS: Da compra à vista de bens do imobilizado - - (90.000) - Caixa líquido das atividades de investimentos - - 10.000 - Uma das características das atividades de investimento é o fato de o seu caixa líquido - diferença entre entradas e saídas de caixa - ser, quase sempre, negativo. Isso porque, geralmente, operações com o ativo imobilizado correspondem ao pagamento - saída de caixa – pela compra de máquinas, equipamentos, veículos, móveis, etc. Embora possível, não é comum a entrada no caixa pela venda de bens do ativo imobilizado. 21 Quando apropriar – no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) – valores pagos referentes à aquisição de imobilizados como atividades de investimentos? Uma dúvida que surge ao se projetar o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) é em relação à aquisição do imobilizado. Então, vamos apresentar dois exemplos que poderão caracterizar e esclarecer essa dúvida: Exemplo 1 - Suponha que uma empresa irá adquirir um equipamento no valor de R$ 100 mil a ser financiado integralmente por um banco. Esta operação não representaria saída de caixa, visto que as contas movimentadas seriam “máquinas e equipamentos” (a débito) e “financiamentos” (a crédito). No entanto, a pergunta que se faz é: no momento em que se pagar a primeira parcela de capital do financiamento - R$ 10 mil, por exemplo - a saída do caixa será lançada em atividades de investimentos ou atividades de financiamentos no fluxo de caixa? Resposta: a parcela de capital paga - de R$ 10 mil - será apropriada como atividades de financiamentos. Os juros pagos da parcela serão apropriados em atividades operacionais (sobre os juros, ver item 3.2.4 desta aula 6). Exemplo 2 – Agora, suponha que este mesmo equipamento, no valor de 100 mil, seja adquirido mediante pagamento à vista de R$ 20 mil no ato de sua aquisição e o restante – 80 mil – financiado. A pergunta que se faz é: como apropriar o valor de R$ 20 mil pago à vista no ato da aquisição do equipamento e como apropriar as parcelas de capital pagas pelo valor financiado? Resposta: a parcela paga à vista – R$ 20 mil – será apropriada como atividades de investimentos. As parcelas de capital pagas serão apropriadas como atividades de financiamentos. Os juros pagos serão apropriados como atividades operacionais (sobre os juros, ver item 3.2.4 desta aula 6). Para fundamentar as apropriações feitas no fluxo de caixa nos dois exemplos dados, podemos nos valer dos itens 18 e 19 do Pronunciamento CPC 03, sumariado pelo Banco Central do Brasil, conforme segue: 18 - A divulgação em separado dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento é importante porque tais fluxos de caixa representam a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar resultados e fluxos de caixa no futuro. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de investimento são: (a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo. Esses desembolsos incluem os custos de desenvolvimento ativados e ativos imobilizados de construção própria [...]. 22 Podemos observar que o exemplo dado como atividades de investimentos - letra a do item 18 - diz claramente pagamentos de caixa para aquisição de ativo imobilizado. Assim, somente o pagamento no ato da aquisição do bem será apropriado em atividades de investimentos. Agora, vamos reproduzir o item 19 do Pronunciamento CPC 03, sumariado pelo Banco Central do Brasil: 19 - A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento são: [...] (d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos. Podemos observar que o exemplo dado como atividades de financiamentos - “letra d” do item 19 - justifica a apropriação do pagamento das parcelas de capital do financiamento em atividades de financiamentos. Mas, o estudo das atividades de financiamentos do demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) será visto no “tema 5” desta “aula 6”. Deve-se apropriar o pagamento de IRPJ e CSLL, decorrentes de ganhos na venda de imobilizado, como atividades de investimentos? A resposta para esta questão é sim, desde que seja praticável esta separação. Do contrário, o pagamento do IR e CSLL decorrente da venda de bens do ativo imobilizado deverá ser apropriado em atividades operacionais no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC), juntamente com os ganhos das atividades operacionais da empresa. TEMA 5 – FLUXO DE CAIXA DE ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS Transcrevemos o Pronunciamento Técnico CPC 03, sumariado pelo Banco Central do Brasil, sobre as atividades de financiamentos do demonstrativo dos fluxos de caixa – DFC, conformesegue: 19 - A divulgação separada dos fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento é importante por ser útil para prever as exigências sobre futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa decorrentes das atividades de financiamento são: (a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; (b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; 23 (c) caixa recebido proveniente da emissão de debêntures, empréstimos, títulos e valores, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos; (d) amortização de empréstimos e financiamentos, incluindo debêntures emitidas, hipotecas, mútuos e outros empréstimos de curto e longo prazos; e (e) pagamentos de caixa por arrendatário, para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. A seguir, o que dizem alguns autores sobre o fluxo de caixa de atividades de financiamentos: Os fluxos de financiamento provêm de transações financeiras com capital de terceiros (dívidas) ou capital próprio. Incorrer em dívidas de curto ou longo prazos resulta numa entrada de caixa correspondente; a quitação de dívida resulta em saída de caixa. Da mesma forma a venda de ações da empresa resulta em entrada de caixa, enquanto a recompra de ações ou distribuição de dividendos em dinheiro geram saída de caixa. (Gitman, 2010, p. 99) Para Assaf (2014, p. 115), “fluxos de entradas e saídas de caixa das atividades de financiamento podem ser exemplificados por: compra/venda de ações de emissão própria, empréstimos e financiamentos levantados no mercado financeiro, pagamentos de dividendos e juros sobre o capital próprio”. Reproduzimos, no Quadro 25, parte do Quadro 22 (Demonstrativo dos Fluxos de Caixa) para demonstrar as atividades de financiamentos. Observe: Quadro 25 – Fluxo de caixa das atividades de financiamentos – parte do quadro 22 3. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS: RECEBIMENTOS: Dos sócios – capital social 30.000 25.000 20.000 15.000 De empréstimos em bancos para giro 20.000 - - - PAGAMENTOS: De dividendos (35.000) (45.000) (65.000) (90.000) De amortização de empréstimos para giro (6.000) (5.500) (4.500) (4.000) De amortização de financ do imobilizado (30.000) (32.000) (34.000) (36.000) Caixa líquido das atividades de financiamentos (21.000) (57.500) (83.500) (115.000) TROCANDO IDEIAS Então, o que achou dos temas apresentados nesta Aula 6? Os grandes investidores globais procuram empresas que apresentam bons saldos nas demonstrações dos fluxos de caixa (DFC). Isso porque nem sempre lucros na demonstração dos resultados (DR) correspondem necessariamente a saldos positivos de caixa. Nós já entendemos que a razão desse descompasso é o fato de que os registros na demonstração do resultado (DR) são feitos respeitando- se o regime de competência, enquanto nos demonstrativos dos fluxos de caixa 24 (DFC) os registros são feitos pelo regime de caixa. Uma grande construtora ao ser indagada sobre o prejuízo no resultado do exercício respondeu: não estamos muito preocupados, pois o saldo de caixa da empresa é positivo e o lucro será retomado quando o mercado voltar a crescer. Então, o estudo dos fluxos de caixa não é mesmo empolgante? Que tal você discutir este tema com os seus colegas por meio do fórum disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem (AVA)? Além do uso do fórum, sugerimos que você assista às aulas interativas da disciplina e envie perguntas durante a apresentação. A tutoria do seu curso também está disponível para ajudá-lo a tirar dúvidas sobre este importante tema. NA PRÁTICA 1. As afirmativas a seguir dizem respeito ao entendimento de um plano orçamentário de uma empresa. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) ao lado de cada afirmativa e assinale a única alternativa correta. Afirmativas: I. Ao final do período orçamentário, com o objetivo de avaliar os resultados, deve-se comparar os dados reais (realizado) com os dados orçados (previsto). II. A elaboração e o controle do plano orçamentário devem ter a participação de todos os setores da empresa. III. O valor do lucro líquido apurado na demonstração do resultado (DR), projetada a partir do orçamento geral da empresa, deve ser igual ao saldo do demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) projetado. Alternativas: a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente as afirmativas I e III estão corretas; c) Somente as afirmativas II e III estão corretas. d) Somente a afirmativa II está correta. e) Todas as afirmativas estão corretas. 2. Com base na análise das atividades numeradas de 1 a 6, assinale a alternativa que corresponde ao saldo final do caixa no período, 25 considerando que o saldo inicial do caixa no início do período era de R$ 150 mil. 1. Recebimento de vendas no valor de R$ 500 mil; 2. Pagamento das compras no valor de R$ 250 mil; 3. Contratação de empréstimo bancário para giro no valor de R$ 20 mil; 4. Compra de equipamentos no valor de R$ 50 mil, sendo R$ 20 mil à vista e o restante a pagar com prazos de 60 e 90 dias. 5. Pagamento de salários e encargos no valor de R$ 30 mil. 6. Pagamento de empréstimos bancários no valor de R$ 10 mil. ALTERNATIVAS: a) R$ 340 mil b) R$ 360 mil c) R$ 380 mil d) R$ 400 mil e) R$ 420 mil 3. Os dados do quadro a seguir dizem respeito a um demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) de uma empresa. Com base na análise desses dados, assinale a única alternativa correta. Quadro 26 – Demonstrativo resumido dos fluxos de caixa (DFC) Tabela 1 - Demonstrativo dos fluxos de caixa: Em Reais Saldo das atividades operacionais - 30.000,00 Saldo das atividades de investimentos - 35.000,00 Saldo das atividades de financiamentos 25.000,00 SALDO DAS ATIVIDADES DO PERÍODO: - 40.000,00 SALDO INICIAL (saldo final do período anterior) 50.000,00 SALDO FINAL DO CAIXA NO PERÍODO: 10.000,00 ALTERNATIVAS: a) As entradas de caixa superaram as saídas de caixa nas atividades operacionais. b) A empresa precisa monitorar as suas atividades de investimentos, pois não é comum estas atividades gerarem saldo negativo. 26 c) O saldo das atividades de financiamentos pode ser explicado por entrada de dinheiro no caixa por empréstimo bancário, mas não por entrada no caixa de dinheiro dos sócios. d) O saldo inicial do caixa para o demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) do próximo período - próximo exercício social - será R$ 40 mil negativo. e) Não fosse a entrada de caixa de financiamentos, a empresa amargaria saldo final de caixa negativo. 4. Questão 4 - Os dados do quadro a seguir dizem respeito ao demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) de uma empresa comercial. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira: Quadro 27 – Atividades de um demonstrativo dos fluxos de caixa 1. Atividade Operacional. 2. Atividade de Investimento. 3. Atividade de Financiamento. ( ) Pagamento da compra de equipamentos. ( ) Recebimento de capital dos sócios. ( ) Recebimento de vendas. ( ) Pagamento dos estoques. ( ) Pagamento de dividendos. ( ) Recebimento de empréstimo de banco. ( ) Recebimento da venda de imobilizado. Agora, assinale a ordem correta: a) 2, 3, 1, 2, 2, 3, 1 b) 3, 2, 1, 1, 2 ,3, 1 c) 3, 1, 3, 2, 2, 1, 1 d) 2, 3, 1, 1, 3, 3, 2 e) 3, 1, 2, 2, 1, 3, 3 FINALIZANDO Assim, chegamos ao final desta Aula 6. O estudo do plano orçamentário, por meio do qual os demonstrativos financeiros são projetados para a análise dos usuários interessados, exige muita leiturae dedicação de quem se propõe a pesquisar essa área do conhecimento. Esperamos que este material possa auxiliá-los a ampliar os conhecimentos nessa área. Desejamos um ótimo estudo a todos! 27 REFERÊNCIAS ASSAF, A. N. Finanças Corporativas e Valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa. Disponível em <https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif/manual/0902177180ac075c.htm?fullNam e=3.%20Pronunciamento%20T%C3%A9cnico%20CPC%2003%20%E2%80%9 3%20Demonstra%C3%A7%C3%A3o%20dos%20Fluxos%20de%20Caixa>. Acesso em: 16 fev. 2018. FREZATTI, F. Gestão do Fluxo de Caixa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010. JIAMBALVO, J. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2001. PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento Empresarial. São Paulo: Pearson, 2009. ROSS, S. A. et al. Administração Financeira. 10. ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill – Bookman, 2015. 28 GABARITO 1. Letra A A afirmativa “C” está errada. Os lançamentos contábeis na demonstração do resultado (DR) são feitos obedecendo ao regime de competência, enquanto que no demonstrativo dos fluxos de caixa (DFC) os lançamentos são feitos com base no regime de caixa. Por isso, os resultados são diferentes. 2. Questão 2 - Letra B Saldo final do caixa no período = Saldo inicial (+) Entradas (–) Saídas Saldo final do caixa no período = R$ 150 mil (+) R$ 520 mil (–) R$ 310 mil Saldo final do caixa no período = R$ 360 mil. 3. Questão 3 - Letra E O saldo das atividades de financiamentos evitou que o saldo final de caixa fosse negativo. 4. Questão 4 – Letra D
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