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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Contratos em Geral – Parte I
Livro Eletrônico
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Carlos Elias
Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Sumário
Apresentação .................................................................................................................3
Contratos em Geral – Parte I ..........................................................................................5
1. Noções Gerais de Contratos ........................................................................................5
1.1. Definição ...................................................................................................................5
1.2. Economicidade dos Contratos ..................................................................................6
1.3. Fim e Limite dos Contratos ......................................................................................8
1.4. Frustração do Fim do Contrato ................................................................................9
1.5. Crise dos Contratos ................................................................................................ 11
1.6. Elementos dos Contratos ........................................................................................ 11
2. Formação dos Contratos .......................................................................................... 12
2.1. Fase da Puntuação e a Responsabilidade Pré-contratual ........................................ 12
2.2. Fase da Proposta, da Policitação ou da Oblação .....................................................17
2.3. Fase do Contrato ................................................................................................... 21
3. Princípios Contratuais ...............................................................................................22
3.1. Princípio da Obrigatoriedade, da Força Obrigatória ou do Consensualismo ............22
3.2. Princípio da Autonomia da Vontade .......................................................................23
3.3. Princípio da Supremacia da Ordem Pública ............................................................23
3.4. Princípio da Função Social .....................................................................................24
3.5. Princípio da Boa-fé e a Responsabilidade Pré-contratual, Contratual e Post 
Factum Finitum ............................................................................................................................................. 25
3.6. Princípio da Revisão dos Contratos........................................................................26
3.7. Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato ..................................................27
Questões de Concurso ................................................................................................. 28
Gabarito .......................................................................................................................33
Gabarito Comentado .....................................................................................................34
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Carlos Elias
Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
ApresentAção
Olá, querido(a) amigo(a)!
Esforce-se para ler estas aulas de contratos. Elas te darão um excelente suporte para en-
frentar as questões de concurso envolvendo esse tema. Sei que você tem pressa em razão da 
grande quantidade de matérias, mas eu garanto: se dominar bem essa matéria de contratos, 
se sairá em grande vantagem em relação aos demais candidatos. E mais: terá facilidade para 
lidar com temas conexos em Direito Administrativo, para cuja compreensão é fundamental do-
minar o tema de contratos. Por exemplo, não dá para lidar com contratos administrativos sem 
ter uma boa base de contratos.
Nosso foco é concurso público. E, por isso, ao longo das aulas, procurarei colocar questões 
para exemplificar o conteúdo.
Vamos em frente!
Se você tem pressa. deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercícios. É fun-
damental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o conteúdo e 
tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as questões. De nada 
adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade com a bola.
Seja como for, o ideal é ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir às questões.
O resumo desta aula é este:
• A função social é um limite à liberdade contratual, pois as partes não podem pactuar 
nada que vá além da função social (art. 421, CC);
• Não se confunde a liberdade de contratar – que é a possibilidade de os indivíduos esco-
lherem com quem e quando querem celebrar um contratar – com a liberdade contratual 
– que é a liberdade de definir o conteúdo do contrato;
• A “frustração do fim do contrato” é a perda da utilidade do objeto do contrato por um 
fato superveniente. Autoriza a extinção do contrato. É o que sucede, por exemplo, no 
caso de alguém ser contratado para, desatolar um carro que, por força de uma chuva, 
veio a ser desatolado naturalmente antes da prestação do serviço. O Enunciado n. 166/
JDC dispõe: “a frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com 
a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito 
brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil”;
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
• A formação do contrato passa por três fases: (1) fase da puntuação ou das negociações 
preliminares; (2) fase da proposta; (3) fase do contrato;
• Não há responsabilidade civil na fase das negociações preliminares em regra, salvo se 
houver violação da boa-fé, caso em que se falará em responsabilidade pré-contratual ou 
por culpa in contrahendo;
• Princípio da obrigatoriedade: o contrato vincula as partes (pacta sunt servanda);
• Responsabilidade civil pós-contratual ou post factum finitum: decorre da violação da 
boa-fé mesmo após a extinção do contrato.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
CONTRATOS EM GERAL – PARTE I
1. noções GerAis de ContrAtos
1.1. definição
Vamos começar com alguns conceitos mais teóricos, que são importantes para compre-
ender melhor a matéria.
Um trato entre duas ou mais pessoas. Isso é o contrato. Trata-se de um acordo entre duas 
ou mais pessoas com o objetivo de impor obrigações juridicamente exigíveis para elas. O con-
trato é uma fonte de obrigações e, por isso, o livro de contratos tem de ser estudado em con-
junto com o de direito das obrigações, pois regras como arras, cláusula penal, pagamento etc. 
são disciplinadas neste último livro.
A economia de um país não sobrevive sem os contratos. São eles que dão segurança para 
o mercado por permitir que os indivíduos, se não honrarem as suas promessas, sejam coagi-
dos judicialou extrajudicialmente ao pagamento. Por exemplo, após assinar um contrato de 
aquisição de um imóvel, o vendedor pode ter uma segurança de que poderá cobrar o preço e, 
por isso, pode fazer planejamentos com base nessa expectativa.
Os títulos de crédito, por serem títulos executivos e por facilitarem a circulação de direito 
por meio do endosso, competem com os contratos no modo de formalização das vontades no 
mercado. Grande parte dos empréstimos dados pelos bancos se materializam em títulos de 
crédito, especialmente nas cédulas de crédito bancária, e não em contratos de mútuo. Os tí-
tulos de crédito possuem regras própria e integram o Direito Empresarial, e não o Direito Civil.
A interdisciplinaridade é fundamental para dominar o tema dos contratos. É que, embora 
as regras gerais dos contratos estejam nos arts. 421 ao 480 do CC e as de contratos em es-
pécie ocupem os arts. 481 ao 853, é indispensável o domínio das regras de direito das obriga-
ções (arts. 233 ao 421), de responsabilidade civil (arts. 927 ao 957) e de direitos das coisas 
(arts. 1.196 ao 1.510-E), além de outras leis especiais. A divisão temática do CC é meramente 
didática, pois, na verdade, os vários assuntos estão interligados e, portanto, é duvidosa a exis-
tência efetiva de uma linha divisória entre eles.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Há várias leis especiais disciplinando contratos, como os contratos de locação de imóveis 
urbanos (Lei do Inquilinato – Lei n. 8.245/1991), de aquisição de imóvel “na planta” (Lei de 
Incorporação Imobiliária – Lei n. 4.591/1964), de contrato envolvendo consumidor (Código de 
Defesa do Consumidor – CDC) etc.
O conflito entre as várias normas que resolvem os contratos, como os conflitos entre o CDC 
e o CC, costuma ser resolvido pelos critérios tradicionais de solução de antinomia, ou seja, 
pelos critérios cronológico, hierárquico e da especialidade. Todavia, a complexidade da socie-
dade moderna vem chancelando a utilização do diálogo das fontes no lugar desses critérios 
tradicionais. Para aprofundamento, volte ao que escrevi sobre a LINDB.
A compreensão de um contrato não se limita ao seu texto escrito, pois, no ambiente con-
temporâneo da constitucionalização do Direito Civil, há inegável influência de princípios e de 
cláusulas abertas na interpretação e na invalidação de cláusulas contratuais. Praticar uma 
conduta em uma cláusula contratual não necessariamente é uma conduta lícita, pois princí-
pios jurídicos podem invalidar a cláusula. Vários conceitos novos foram desenvolvidos nesse 
contexto, como o do adimplemento substancial, da violação positiva do contrato, da doutrina 
do terceiro cúmplice etc. Já cuidamos de alguns desses conceitos anteriormente e trataremos 
dos demais aqui.
Há notável debate acadêmico sobre os limites do intervencionismo nos contratos com 
reflexões acerca das consequências positivas e negativas disso na relação entre Estado, so-
ciedade, economia e mercado. Todavia, não vamos aprofundar nesse tema, pois o foco é con-
curso público e isso não costuma ser cobrado dessa forma.
1.2. eConomiCidAde dos ContrAtos
Questão 1 (CESPE/PROCURADOR/PGM-AM/2016) Uma pessoa poderá firmar contrato 
que limite seus direitos da personalidade caso o acordo seja-lhe economicamente vantajoso.
Errado.
Em regra, os direitos da personalidade não podem ser limitados voluntariamente, ainda que 
isso seja economicamente vantajoso. Do contrário, muitas pessoas venderiam órgãos do corpo por 
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Contratos em Geral – Parte I
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preços fabulosos, o que é proibido pela lei. Só se pode limitar direito da personalidade quando 
a lei autorizar ou houver razoabilidade. É assim que deve ser lido o art. 11 do CC:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
O tema acima nos leva a discutir um outro assunto: o objeto dos contratos precisa ou não 
ter natureza econômica?
A doutrina majoritária exige que o objeto contrato tem de possuir um valor econômico, sob 
pena de ser irrelevante ao direito. Em um contrato de prestação de serviço, o objeto (um servi-
ço) tem um valor econômico. É verdade que as regras do Código Civil em matéria de contratos 
contêm regras que pressupõe a economicidade do objeto.
A economicidade do objeto deve ser compreendida de modo amplo para abranger também 
negócios jurídicos envolvendo direitos da personalidade, que são direitos existenciais, extra-
patrimoniais e não econômicos. Na gestação por substituição, o ato da gestante poderia ser 
materializado por um negócio que, a meu sentir, configuraria um contrato, que credenciaria a 
utilização de meios judiciais de coerção (como uma busca e apreensão ou uma execução de 
obrigação de fazer) ou de indenização. Nesses casos, apesar de o objeto ser extrapatrimonial, 
o contrato dará expressão econômica a ele para autorizar, por exemplo, a aplicação de multas 
e de cobrança de indenização por dano moral. É evidente, porém, que a liberdade contratual 
nesses casos de contratos envolvendo direitos da personalidade será limitada pela própria 
natureza desses direitos, que, em regra, não podem sofrer limitações voluntárias (art. 11, CC). 
Veja esse art. 11 do CC:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis 
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Portanto, a economicidade dos contratos não exclui objetos extrapatrimoniais, mas, para 
viabilizar a utilização de meios coercitivos, esse objeto acabará assumindo uma expressão 
econômica, ainda que sob a forma de indenização por dano moral.
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1.3. fim e Limite dos ContrAtos
Questão 2 (CESPE/ANALISTA/TRT-16ª/2005) A liberdade contratual está limitada ao fim 
social do contrato.
Certo.
O fim social é um limite à liberdade contratual por força do art. 421 do CC, cujo conteúdo é este:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato
Questão 3 (CESPE/JUIZ/TRF-5ª/2013) A liberdade contratual relaciona-se com a escolha 
da pessoa ou das pessoas com quem o negócio será celebrado, ao passo que a liberdade de 
contratar está relacionada com o conteúdo do negócio jurídico.
Errado.
A definição é o contrário do exposto na questão.
Qual é a finalidade das partes ao celebrar um contrato? É circular riquezas, razão por 
que o fim do contrato é a sua finalidade econômica (a de circular riquezas). Numa doa-
ção, um patrimônio do doador se transfere ao donatário; num contrato de compra e venda, 
o vendedor transfere um bem em troca de dinheiro etc.
Há, porém, um limite aos contratos: a função social. Veja o art. 421 do CC:
Art.  421. A  liberdade de contratar será exercidaem razão e nos limites da função social do 
contrato.
Os contratos permitem a circulação de riquezas, desde que isso beneficie toda a so-
ciedade (função social). O conceito de “função social” é aberto e dá ensanchas a diversas 
interpretações a depender do momento histórico e da ideologia dos julgadores.
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Não se confunde a liberdade de contratar – que é a possibilidade de os indivíduos es-
colherem com quem e quando querem celebrar um contratar – com a liberdade contratual 
– que é a liberdade de definir o conteúdo do contrato.
Segundo a doutrina majoritária, a  função social limita apenas a liberdade contratual, 
pois impõe limites apenas ao conteúdo dos contratos, censurando, por exemplo, cláusu-
las contratuais que sejam abusivas, como aquelas que inseridas em contrato de plano de 
saúde para restringir a cobertura do período de internação do cliente no hospital. Por isso, 
o art. 421 do CC, ao mencionar a “liberdade de contratar” como limitada pela função social, 
teria sido atécnico.
Prefiro, porém, em posição minoritária, entender que a função social também limita a 
liberdade de contratar, pois, em situações excepcionais, pode censurar a escolha do con-
tratante e a do momento do contrato. No direito antitruste, por exemplo, a função social 
poderia condenar que uma grande empresa escolhesse uma outra grande empresa para 
celebrar um contrato de parceria, embora pudesse, firmar o mesmo contrato com uma 
pequena empresa. Entendo que o art. 421 do CC, ao aludir à “liberdade de contratar”, está 
valendo-se de um gênero (a liberdade de contratar lato sensu) do qual são espécies a “li-
berdade de contratar stricto sensu” e a “liberdade contratual”.
1.4. frustrAção do fim do ContrAto
Questão 4 (VUNESP/CARTÓRIOS/TJ-SP/2012) Na teoria geral dos contratos, a denomina-
da frustração do fim do contrato, que torna a prestação inútil, tem guarida no princípio da(o):
a) autonomia privada.
b) boa-fé objetiva.
c) equilíbrio econômico.
d) função social do contrato.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Letra d.
Você já ouviu falar em “frustração do fim do contrato”? Vamos tratar do tema.
Como o contrato possui uma finalidade econômica e é limitado pela função social (art. 421, 
CC), a eventual frustração da utilidade de uma prestação contratual poderá gerar a sua extinção 
do contrato. Trata-se da “frustração do fim do contrato”, que autoriza a extinção do contrato 
quando, por um fato superveniente, sua prestação se torna inútil, embora seja materialmente 
possível. O adimplemento do contrato não cumprirá o fim objetivado pelas partes. O contrato 
perdeu a razão de ser por um fato superveniente. É o que sucede, por exemplo, no caso de al-
guém ser contratado para: (1) desatolar um carro que, por força de uma chuva, veio a ser desa-
tolado naturalmente antes da prestação do serviço; (2) pintar uma casa que veio a ruir durante 
um terremoto ocorrido antes da realização da pintura. Esses serviços ainda são materialmente 
possíveis de serem realizados, mas já não são úteis para o tomador do serviço.
Não se confunde com outras hipóteses de extinção do contrato, como as provenientes da 
onerosidade excessiva (art. 478, CC) ou da impossibilidade material ou jurídica da prestação. 
Trata-se de caso de perda da utilidade da prestação, e não da sua impossibilidade ou da sua 
excessiva onerosidade.
A frustração do fim do contrato representa uma perda da própria “causa” do contrato, as-
sim entendida o resultado concreto que objetivamente buscavam as partes (Cogo, 2012, p. 
308). Causa não se confunde com motivo. Este é apenas a justificativa psicológica das partes, 
o que é irrelevante para o Direito em regra. Causa, porém, é o fato objetivo vinculado ao contra-
to. Assim, no caso de uma compra de carro para dar inveja no vizinho, a causa é a transmissão 
da propriedade do carro, e o motivo é a intenção do comprador em causar inveja no vizinho.
O fundamento da “frustração do fim do contrato” é a função social, que limita a liberdade 
contratual. Nesse sentido, dispõe o Enunciado n. 166/JDC:
A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com a impossibilidade da pres-
tação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 
do Código Civil.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Sobre o tema, recomendo a obra de Rodrigo Barreto Cogo (2012).
A vedação ao abuso de direito também é um dos fundamentos da “frustração do fim do 
contrato”, pois é abusivo ato que extrapola os limites impostos, entre outros, pelo “fim social”, 
conforme está no art. 187 do CC, cuja redação é esta:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Enfim, exigir o cumprimento de uma prestação que se tornou inútil é abuso de direito (Cogo, 
2012, p. 338).
1.5. Crise dos ContrAtos
Tradicionalmente os contratos sempre foram vistos como resultado do encontro das forças 
dos contratantes em pé de igualdade. Todavia, a modernidade, com a sua multiplicação de con-
tratos de adesão – cujas cláusulas são escritas apenas por uma das partes sem margem de 
negociação para a outra parte –, estaria a causar uma “crise dos contratos”. Para tomar empres-
tadas as palavras de um dos maiores expoentes do Novo Direito Civil, o professor Flávio Tartuce, 
“há inclusive quem já tenha lavrado a sua certidão de óbito. Grant Gilmore, em 1.974, publicou um 
livro com título provocador – ‘The Death of Contract’ (Columbus, Ohio) – onde assinalou a ação 
demolidora dos novos tempos no edifício conceitual do contrato” (Tartuce, 2007, p. 28).
Esse fenômeno próprio da sociedade de massas não representa uma crise dos contratos, 
e sim o seu apogeu, marcado por novos conceitos e novos pressupostos teóricos. Nunca na 
história se celebrou tantos contratos. A doutrina, porém, teve de evoluir as bases teóricas tradi-
cionais dos contratos para modelar uma teoria geral dos contratos que autoriza maior interven-
ção na invalidação de cláusulas contratuais. Seguimos, nesse ponto, as ideias dos professores 
Flávio Tartuce e Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka.
1.6. eLementos dos ContrAtos
Questão 5 (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) Por serem convencionados pelas partes, 
os elementos acidentais — introduzidos facultativamente no negócio jurídico — não possuem 
o mesmo valor que os elementos estruturais — determinados pela lei.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Errado.
No momento em que os elementos acidentais são pactuados, têm de ser respeitados igual-
mente ao que sucede com os elementos estruturais (que são os elementos essenciais) do 
negócio jurídico. Isso significa que, uma vez pactuados, os elementos acidentais têm o mesmo 
valor do que os elementos essenciais, ao contrário do exposto na questão acima. Vamos tratar 
disso agora.
Os mesmos elementos dos negócios jurídicos – a saber, os elementos essenciais, naturais 
e acidentais – são também dos contratos, de maneira que a existência, a validade e a eficácia 
dos contratos são disciplinados pela teoria dos negócios jurídicos.
Os elementos essenciais são aqueles indispensáveis à existência e à validade dos contra-
tos. Nesse sentido, os contratos precisam de requisitos objetivos (um objeto lícito, possível e 
determinável), formais (uma forma compatível com a do ordenamento jurídico) e subjetivos 
(partes que sejam sujeitos capazes).
Os elementos naturais são os inerentes ao próprio contrato, como a transferência ou a ga-
rantia da evicção no contrato de compra e venda.
Os elementos acidentais são os facultativos que influem na eficácia do contrato, como o 
termo, a condição e o encargo.
2. formAção dos ContrAtos
Didaticamente, o contrato nasce após o transcurso de três fases: a da puntuação, a da pro-
posta e a do contrato. Vamos tratar dessas fases.
2.1. fAse dA puntuAção e A responsAbiLidAde pré-ContrAtuAL
Questão 6 (CESPE/JUIZ/TRF-1ª/2015/ADAPTADA) A fase de puntuação na formação do 
contrato não vincula os participantes a sua celebração definitiva, o que impede inferir-se even-
tual responsabilização contratual nas tratativas.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Errado.
É cabível a responsabilidade civil pré-contratual (também chamada de responsabilidade por 
culpa in contrahendo) no caso de violação à boa-fé na fase da pontuação. Faço uma ressalva: 
a questão fala em “responsabilização contratual”. Tecnicamente, a responsabilidade civil pré-
-contratual não decorre de um contrato, e sim da violação de uma lei. É uma espécie de res-
ponsabilidade extracontratual. Todavia, isso não mudaria o gabarito: o item é errado por falar 
que não cabe “responsabilização” (e não responsabilidade) contratual. Considero, porém, que 
a questão foi mal feita.
Eu ainda vou explicar a matéria, mas, primeiro, quero que você veja mais algumas questões.
Questão 7 (FUNIVERSA/ANALISTA/SEPLAG-DF/2010) Nas negociações preliminares, há 
vinculação entre as partes, o que gera a responsabilidade contratual.
Errado.
A regra geral é que não há responsabilidade civil na fase das negociações preliminares. A res-
ponsabilidade pré-contratual é excepcional. Ademais, na fase da pontuação, as partes não se 
vinculam.
Questão 8 (FUNRIO/PROCURADOR/PREFEITURA DE TRINDADE/2016/ADAPTADA) É 
possível que as partes, a qualquer momento, desistam das negociações preliminares, ainda 
que se tenha criado a legítima expectativa na outra parte de que o contrato seria celebrado, 
independentemente de perdas e danos.
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Errado.
Não se admite a violação à boa-fé objetiva na fase das negociações preliminares, sob pena de 
responsabilidade pré-contratual.
A fase da puntuação ou das negociações preliminares consiste nas tratativas iniciais sem 
caráter vinculante estabelecidas entre as partes. É o caso, por exemplo, de um indivíduo que, 
potencialmente interessado decorar a própria casa, conversa com um designer de interiores 
sobre projetos de decorações, sem receber um orçamento individualizado para sua casa. Tra-
ta-se de mera fase das negociações preliminares.
É comum essa fase ser registrada por escrito por meio de instrumentos conhecidos como 
“protocolo de intenções”, “carta de intenções” ou “termo de opções”. Não se trata de um con-
trato, e  sim de uma etapa da fase das negociações preliminares. Por esses documentos, 
as partes registram a intenção de negociar as condições de um contrato futuro. Não se trata 
sequer de um contrato preliminar, pois este já é um tipo de contrato, com todas as condições 
negociais definidas, conforme trata o art. 462 do CC:
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais 
ao contrato a ser celebrado.
Se, por exemplo, uma universidade brasileira assina uma carta de intenções com uma uni-
versidade norte-americana para registrar a pretensão delas de negociar uma parceria acadêmi-
ca, esse documento não tem um valor meramente simbólico, pois permitirá, por exemplo, que 
as universidades façam marketing para atrair clientela.
Também pode ser usado um “edital” convocando interessados a negociar um possível con-
trato.
A fase de negociações preliminares não vincula as partes e, portanto, não as obriga a ce-
lebrar um contrato no futuro. Por isso, em regra, não se pode falar em responsabilidade civil 
nessa fase. Se a parte não quiser celebrar o contrato no futuro, não poderá ser condenada a 
pagar indenização alguma.
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Todavia, excepcionalmente, quando houver violação da boa-fé, é possível falar em respon-
sabilidade civil pré-contratual, também batizada de responsabilidade por culpa in contrahendo. 
Trata-se de uma responsabilidade extracontratual ou aquiliana, pois decorre da violação de um 
dever legal (a boa-fé), e não de um contrato (que sequer existe). Se qualquer das partes tiver 
um comportamento de má-fé, é cabível sua condenação a indenizar os danos sofridos pelo 
outra.
Exemplo: no caso acima do designer de interiores, se o indivíduo conduzir a conversa com o 
designer ao longo de duas horas insinuando ter efetivo interesse e, posteriormente, romper a 
legítima expectativa criada no profissional acerca da seriedade da conversa afirmando que, 
por “brincadeira”, queria apenas desperdiçar o tempo do profissional, há conduta violadora da 
boa-fé a credenciar a responsabilidade civil por culpa in contrahendo do zombador.
O STJ condenou uma fabricante de carros a pagar R$ 75.000,00 a título de indenização por 
dano material a título de responsabilidade civil pré-contratual. Em suma, essa fabricante, por 
um edital, convocou interessados em instalar uma concessionária de veículos de luxo em Ma-
naus, e uma empresa apresentou interesse. Pelo que se infere da leitura do voto, o edital previa 
o pagamento de uma espécie de “tarifa de inscrição” no valor de R$ 75.000,00, provavelmente 
para custear gastos da fabricante com empresas de consultoria para analisar a idoneidade fi-
nanceira e empresarial dos candidatos. O edital não representava um contrato, mas um apenas 
uma forma de negociação preliminar. A fabricante, depois de ter noticiado a aprovação da em-
presae de ter criado a expectativa da iminente assinatura do contrato, desistiu da intenção de 
investir em Manaus e pediu desculpas à empresa, sem devolver o dinheiro. Nesse caso, como 
a desistência da fabricante não teve nenhuma conexão com algum comportamento indevido 
da empresa candidata, mas decorreu de mera mudança do plano de investimentos no Brasil, 
há má-fé a credenciar a sua responsabilidade pré-contratual. Pessoal, vale a pena dar uma lida 
na ementa do julgado:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CÓDIGO 
DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA. DECLARATÓRIOS PROCRASTINATÓRIOS. MULTA. CABI-
MENTO. CONTRATO. FASE DE TRATATIVAS. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. DANOS 
MATERIAIS. SÚMULA N. 7/STJ.
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1. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva ade-
quadamente sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que 
entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte.
2. “No caso, não se pode afastar a aplicação da multa do art. 538 do CPC, pois, consi-
derando-se que a pretensão de rediscussão da lide pela via dos embargos declarató-
rios, sem a demonstração de quaisquer dos vícios de sua norma de regência, é sabida-
mente inadequada, o que os torna protelatórios, a merecerem a multa prevista no artigo 
538, parágrafo único, do CPC’ (EDcl no AgRg no Ag 1.115.325/RS, Rel. Min. Maria Isabel 
Gallotti, Quarta Turma, DJe 4/11/2011).
3. A responsabilidade pré-contratual não decorre do fato de a tratativa ter sido rompida e 
o contrato não ter sido concluído, mas do fato de uma das partes ter gerado à outra, além 
da expectativa legítima de que o contrato seria concluído, efetivo prejuízo material.
4. As  instâncias de origem, soberanas na análise das circunstâncias fáticas da causa, 
reconheceram que houve o consentimento prévio mútuo, a afronta à boa-fé objetiva com 
o rompimento ilegítimo das tratativas, o prejuízo e a relação de causalidade entre a rup-
tura das tratativas e o dano sofrido. A  desconstituição do acórdão, como pretendido 
pela recorrente, ensejaria incursão no acervo fático da causa, o que, como consabido, 
é vedado nesta instância especial (Súmula n. 7/STJ).
5. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp 1051065/AM, 3ª Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 
27/02/2013).
Entendo que também haveria responsabilidade pré-contratual se o banco, após pré-apro-
var a concessão de um crédito imobiliário a um consumidor com um prazo de eficácia, vir 
a posteriormente negar esse crédito dentro desse prazo por fundamento não imputado ao 
consumidor e não superveniente. Isso seria um comportamento contraditório, que é conde-
nado pelo princípio da boa-fé objetiva. O banco teria de indenizar os prejuízos sofridos pelo 
consumidor, como o valor gasto por este com arras pagas ao vendedor de um imóvel. Se, 
porém, a negativa do banco se fundar em um fato superveniente imputado ao consumidor 
(ex.: nome deste foi negativado após a pré-aprovação) ou em uma inconsistência no imóvel 
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a ser financiado (ex.: o valor venal deste é muito baixo para garantir o empréstimo bancário), 
há boa-fé na conduta do banco a afastar-lhe a responsabilização. Alerta-se que esse caso 
envolve uma “pré-aprovação” que alguns bancos concedem antes mesmo de o consumidor 
escolher o imóvel a ser adquirido com o objetivo de dar-lhe a segurança de que, ao menos, 
a idoneidade financeira do consumidor para a percepção do empréstimo já foi reconhecida. 
Desconheço julgados sobre esse tema. Em situações diversas, em que o banco só realiza um 
simulação de empréstimo sem ter efetivamente analisado a idoneidade financeira do cliente, 
não há uma “pré-aprovação” e, portanto, o banco não violará a boa-fé se, posteriormente, ne-
gar o financiamento, tal como já julgou o Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Assim ficou 
ementado o julgado do TRF:
ADMINISTRATIVO E CIVIL. FINANCIAMENTO HABITACIONAL. PROCESSAMENTO. MERA 
EXPECTATIVA. ATO ILÍCITO DA CEF E DANO INDENIZÁVEL INEXISTENTES.
O processamento de pedido de concessão de mútuo habitacional pela CEF não implica 
em aprovação e assinatura de contrato de financiamento, mas em mera expectativa 
de sua concessão por parte da postulante. Inexistente ato ilícito por parte da empresa 
pública federal, bem como os alegados danos indenizáveis.
(TRF4, AC 5000642-18.2015.4.04.7111, 3ª Turma, Rel. Desembargadora Vânia Hack de 
Almeida, j. 17/07/2018).
2.2. fAse dA propostA, dA poLiCitAção ou dA obLAção
A proposta, também batizada de policitação ou oblação, vincula o proponente nos termos 
dos arts. 427 e seguintes do CC, salvo ressalva expressa da proposta, circunstâncias ou natu-
reza do negócio. Veja o art. 427 do CC:
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, 
da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Há proposta quando o proponente anuncia todas as condições do contrato. O mero anún-
cio da pretensão de vender um imóvel, sem indicar as condições negociais (preço, por exem-
plo), não configura proposta.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Ocorrendo a aceitação da proposta dentro do prazo de eficácia da proposta, nasce o con-
trato, ou seja, o contrato torna-se perfeito, pois houve o encontro de vontades.
A depender da forma de envio da proposta, o contrato pode ser classificado por ser classi-
ficado como contrato entre presentes ou entre ausentes.
No contrato entre presentes, a proposta é encaminhada por um canal de comunicação ins-
tantâneo (via presencial, telefônica, de chat online ou em site de internet, como no caso de uma 
compra de passagem aérea mediante um clique no botão de “aceitar” no site da companhia 
aérea). Nesses casos, a proposta vincula apenas se a aceitação for manifestada de modo ime-
diato ou, se houver, até a data final do prazo de eficácia expressamente indicado na proposta. 
É isso que se extrai dos arts. 428, inciso I, e 431 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também pre-
sente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
No contrato entre ausentes, a proposta é expedida por um canal de comunicação não ins-
tantâneo (carta, e-mail etc.). Como haverá um espaço de tempo entre o envio da proposta e a 
manifestação da vontade, o prazo de eficácia da proposta variará.
Se a proposta não tiver prazo indicado, a aceitação terá de ser expedida em um “prazo 
moral”, assim entendido o prazo razoável para o aceitante tomar ciência da proposta e imedia-
tamente expedira aceitação. A propósito, assim dispõe o inciso II do art. 428 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente;
Se, porém, a proposta indicar um prazo final para a aceitação, presumir-se-á que essa acei-
tação tem de ser expedida até essa data, ainda que ela chegue posteriormente. A data da ex-
pedição é o marco, conforme arts. 428, III, e 434 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Trata-se da teoria da agnição na modalidade da expedição. Esses prazos, todavia, podem 
ser mudados pela vontade do proponente. A vontade das partes podem pactuar outra teoria 
diversa da agnição na modalidade da expedição. Basta haver previsão expressa.
A propósito, as teorias acerca do momento de aperfeiçoamento do contrato entre ausentes 
quando a proposta tiver prazo são estas:
• Teoria da cognição: aceitação tem de chegar ao conhecimento (cognição) efetivo do 
proponente. Ex.: proponente abriu a carta de aceitação e leu o seu conteúdo;
• Teoria da agnição: aceitação não precisa chegar à efetiva ciência do proponente. A teo-
ria da agnição pode ser dividida em três modalidades:
−	 Modalidade da declaração: aceitação só precisa ser declarada pelo aceitante (ex.: 
escrever a carta);
−	 Modalidade da expedição: aceitação tem de ser expedida (ex.: postar nos correios a 
carta de aceitação); e
−	 Modalidade do recebimento: aceitação tem de ser recebida pelo proponente (ex.: car-
ta de aceitação foi entregue ao proponente, mas este ainda não a leu).
Tema importante é saber se é ou não cabível retratação pelo aceitante. O aceitante pode 
retratar-se, desde que sua retratação seja recebida pelo proponente antes ou concomitante 
com a aceitação. Nesse caso, a aceitação é tida por inexistente, conforme os arts. 428, III, 
e 433 do CC:
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a 
retratação do aceitante.
Se a retratação chegar depois, será ineficaz: o contrato já nasceu e, assim, a parte arrepen-
dida só terá a opção de, se a lei autorizar implicitamente, resilir unilateralmente o contrato na 
forma do art. 473 do CC e suportar todos os encargos próprios de uma inadimplência. A pro-
pósito, veja esse art. 473 do CC:
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Contratos em Geral – Parte I
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Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido 
prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Há quem sustente que a teoria adotada para o contrato entre ausentes decorrente de pro-
posta com prazo foi a teoria da agnição na modalidade do recebimento, pois a data do rece-
bimento é relevante para a retratação. Essa corrente é minoritária, porém. A expedição é que 
importa para dar o marco temporal do nascimento do contrato, o que pode ter, por exemplo, 
repercussão tributária (ex.: aplica-se a lei tributária vigente no momento da expedição da acei-
tação, e não do recebimento).
Preciso fazer um alerta!
É preciso tomar cuidado que, em muitos casos, as circunstâncias afastam essas regras 
acima. É comum que, pelos costumes, o contrato ainda dependa da formalização de um ins-
trumento escrito a ser assinado pelas partes, de modo que a mera troca de cartas de proposta 
e de aceitação não serão suficientes para o nascimento do contrato.
Quanto ao lugar do contrato, considera-se que ele foi celebrado no lugar onde ele foi pro-
posto, conforme o art. 435 do CC:
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Se o proponente, no momento da proposta, estiver no mesmo lugar do aceitante, esse lu-
gar é o do contrato. Se, porém, o proponente não estava no mesmo lugar do aceitante, deve-se 
considerar que o lugar do contrato é o domicílio do proponente, de onde se deve presumir ter 
partido a proposta. Isso se harmoniza com o § 2º do art. 9º da LINDB, que fixa o domicílio do 
proponente como o lugar da obrigação. Relembre-se desse dispositivo:
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
No contrato entre presentes, nem sempre as partes estão no mesmo lugar físico, como 
nos casos de propostas feitas por telefone ou pela internet. Nesses casos, o lugar do contrato 
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Contratos em Geral – Parte I
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será o do lugar onde está o proponente, o que corresponderá ao seu domicílio. Se compramos 
uma passagem aérea no site da companhia islandesa Iceland Air, estamos a aceitar a proposta 
feita na internet por essa empresa, de modo que o contrato será tido por celebrado na capital 
da Islândia, a cidade de Reykjavík, que é o domicílio da Iceland Air.
No contrato entre ausentes, segue-se a mesma regra: o lugar do contrato será o da 
proposta.
A principal utilidade de definir o lugar do contrato é definir a lei aplicável no caso de as par-
tes estarem em países diferentes, tendo em vista que o art. 8º da LINDB define que deve ser 
aplicada a lei do país onde o contrato foi celebrado. Pode haver também utilidades tributárias, 
pois determinados tributos estaduais ou municipais podem ter por fato gerador o contrato e, 
nesse caso, a fazenda local que cobrará o tributo será o do lugar do contrato.
Proposta se distingue de oferta por um motivo: esta última dirige-se a pessoas in-
determinadas (a oblatos indeterminados), ao  passo que a proposta é para indivíduo(s) 
específico(s). A oferta é feita ao público, como cartazes afixados em um mural para qual-
quer pessoa. Para vincular, a oferta também precisa ter todas as condições do contrato 
(art. 429, caput, CC). A oferta só pode ser retratada se, além de haver previsão expressa 
dessa possibilidade na própria oferta, o ofertante divulgar a retratação pela mesma via de 
divulgação da oferta (art. 429, parágrafo único, CC). Veja o art. 429 do CC:
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitosessenciais ao 
contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressal-
vada esta faculdade na oferta realizada.
Por fim, faço uma ressalva. Quando se tratar de relação de consumo, a disciplina da 
oferta seguirá as regras do art. 30 e seguintes do CDC.
2.3. fAse do ContrAto
Ultrapassada a fase da pontuação e da proposta, nasce o contrato com a aceitação da 
proposta.
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3. prinCípios ContrAtuAis
Começarei a tratar de princípios contratuais. Trata-se de tema muito importante para 
os concursos. Buscarei ir direto naquilo que mais é cobrado em concursos.
3.1. prinCípio dA obriGAtoriedAde, dA forçA obriGAtóriA ou do 
ConsensuALismo
O acordo de vontades exposto no contrato obriga juridicamente as partes. Na velha metá-
fora do Código Civil Napoleônico, o contrato faz lei entre as partes1, tem força de lei entre as 
partes. Essa regra é batizada como pacta sunt servanda (em vernáculo, “o pacto são para ser 
cumpridos” ou “os pactuantes são vigilantes do pacto”2), lição extraída do Direito Romano a 
partir das palavras do jurisconsulto Ulpiano no Digesto (D.2.14.7.7.3).
Para a doutrina moderna e para a jurisprudência, esse princípio é bem flexibilizado diante 
da possibilidade de invalidação de cláusulas contratuais contrárias a normas de ordem pú-
blica e a princípios de conotação social e diante do cabimento da resolução ou da revisão do 
contrato por onerosidade excessiva causada por causa superveniente (como nos casos dos 
arts. 317 e 478 do CC). Como exemplo, o STJ, com base no art. 51 do CDC e no princípio da 
função social dos contratos, considera abusivas cláusulas em plano de saúde que autorizem, 
sem notificação prévia, o cancelamento da cobertura em razão do inadimplemento de alguma 
prestação pelo consumidor.
1 O art. 1.134 do CC francês dispõe:
 “Les conventions légalement formées tiennent lieu de loi à ceux qui les ont faites.
 Elles ne peuvent être révoquées que de leus consentement mutuel, ou pour les causes que la loi autorise.
 Elles doivent être exécutées de bonne foi.”
 (em tradução livre, as convenções legalmente formadas têm força de lei a quem as celebrou. Elas só podem ser revogadas 
por quem as firmou conjuntamente ou nos casos legais. Elas devem ser cumpridas de boa-fé.”)
2 Chegamos a esse resultado após conversas com o professor Jorge Amaury Nunes, processualista proprietário de um dos 
mais sofisticados conhecimentos de latim.
3 Em tradução feita pelo Conselheiro Vasconcellos e com ajustes dos Professores romanistas Eduardo Marchi, Bernardo de 
Moraes e Dárcio Rodrigues, o referido dispositivo do Digesto dispõe:
 “§ 7. Diz o pretor: ‘Observarei os pactos convencionados que não tiverem sido feitos nem com dolo, nem contra <o dis-
posto> em leis, plebiscitos, senatusconsultos, decretos e editos dos príncipes, e nem se faça de modo a fraudar alguns 
deles” (VASCONCELLOS, 2017, p. 146).
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Essa flexibilização decorre de intervenções estatais nos contratos para equilibrar a força 
das partes ou para garantir padrões éticos mínimos. Esse intervencionismo estatal é conheci-
do como “dirigismo contratual”.
Há inúmeros trabalhos acadêmicos a justificar esse dirigismo contratual e a discutir as 
vantagens e desvantagens disso. Em uma simplificação, em estados liberais – em que o egoís-
mo e o individualismo seriam exaltados –, esse intervencionismo é praticamente nulo, ao con-
trário do sucede nos estados mais sociais, em que a solidariedade é o foco. Há uma posição 
intermediária nessa dualidade, pois tanto o excesso de intervenção quanto o de abstenção 
pode ser desastroso para a sociedade e a economia. Não aprofundarei mais, pois isso basta 
para efeito de concurso público.
3.2. prinCípio dA AutonomiA dA VontAde
De acordo com o princípio da autonomia da vontade, as partes possuem liberdade para es-
tipular o que lhes aprouver e ficam vinculados à vontade manifestada, salvo lei proibitiva. Esse 
princípio é conectado com o princípio da obrigatoriedade.
3.3. prinCípio dA supremACiA dA ordem púbLiCA
Apesar de o acordo de vontade ter de ser respeitado, nenhuma cláusula poderá desres-
peitar normas de ordem pública, sob pena de nulidade, conforme art. 166, VI, do CC. É que, 
de acordo com o princípio da supremacia da ordem pública, os acordos privados não podem 
contrariar as normas de interesse público.
Em matéria de contratos, há inúmeras normas de ordem pública que não admitem pacto 
em contrário, a exemplo de vários dispositivos do CDC, da Lei de Inquilinato (Lei n. 8.245/1991), 
do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964) e da CLT.
O interesse público abrange também a necessidade de garantir igualdade de forças entre 
os contratantes. Por exemplo, em relação de consumo, o consumidor geralmente está em vul-
nerabilidade perante o fornecedor nos contratos, o que justifica a natureza de ordem pública 
do CDC para proteger o consumidor.
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3.4. prinCípio dA função soCiAL
Questão 9 (FUNRIO/PROCURADOR/PREFEITURA DE TRINDADE/2016/ADAPTADA) A 
função social dos contratos possui, segundo posição majoritária da doutrina e jurisprudência, 
dois principais efeitos: mitiga a autonomia da vontade e atenua o princípio da relatividade dos 
efeitos dos contratos.
Certo.
Realmente, a função social, por ser um limite à liberdade contratual, impõe limites ao conteúdo 
dos contratos e pode flexibilizar o princípio da relatividade dos efeitos do contrato. Sobre esse 
princípio, peço que você aguarde um pouco, pois tratarei desse tema posteriormente.
A função social é um limite à liberdade contratual, conforme o art. 421 do CC. Os contra-
tos não devem servir apenas aos interesses puramente egoístas dos indivíduos, mas devem 
exercer um papel importante para o bem-estar de toda a sociedade. Violações à função social 
podem gerar a nulidade do contrato, pois a função social é regra de ordem pública e, portanto, 
pode gerar nulidade nos termos do art. 166, VI, do CC, que assim dispõe:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Como o conceito de cláusula de função social é aberto, a definição dela dependerá de cada 
caso concreto, do perfil ideológico dos julgadores e do momento histórico.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
3.5. prinCípio dA boA-fé e A responsAbiLidAde pré-ContrAtuAL, 
ContrAtuAL e Post Factum Finitum
À luz do princípio da boa-fé, a observância da boa-fé subjetiva e objetiva é dever das partes 
nas fases pré-contratual, contratual e pós-contratual, conforme arts. 113, 187 e 422 do CC, 
a seguir transcritos:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Mesmo antes de celebrado o contrato, as partes já devem portar-se em consonância com a 
boa-fé e, no caso de seu despeito, podem ser responsabilizadas civilmente a indenizar a parte 
prejudicada. Trata-se aí da responsabilidade civil pré-contratual, também batizada de respon-
sabilidade na culpa in contrahendo. Entendo que aí há responsabilidade civil extracontratual ou 
aquiliana, pois a obrigação violada decorre da lei: ainda não há contrato. Reporto o leitor ao que 
expus quanto à fase das negociações preliminares do contrato.
Durante a execução contratual, a boa-fé igualmente tem de ser reverenciada. Por exemplo, 
ainda que não haja previsão textual no contrato, as partes devem cumprir os deveres anexos, 
sob pena de incorrer em violação positiva do contrato.
E, mesmo depois de findo o contrato, as partes ainda conservam deveres contratuais pro-
venientes da boa-fé. O contrato, qual o mormaço que continua dançando no ar depois de ter 
sido apagada uma fogueira, irradia efeitos mesmo após o cumprimento dos deveres. Assim, 
por exemplo, mesmo depois de prestado um serviço advocatício, o advogado tem o dever de 
guardar sigilo das informações pessoais do cliente em nome da boa-fé. Outros exemplos4:
(1) vendedor, após vender um imóvel sob o atrativo de ele ter vista para o mar, passa a construir, no 
terreno vizinho, prédio que roubará essa vista;
(2) ex-empregador dá informações tortas e inverídicas de seu ex-funcionário para dificultar-lhe a 
obtenção de novo emprego;
(3) quem vende um estabelecimento comercial (contrato de trespasse) não pode, em pouco tempo 
depois, instalar uma loja concorrente na mesma rua e captar a clientela.
4 Schreiber, 2018, pp. 504.
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DIREITO CIVIL
Se houver violação desses deveres da boa-fé posteriores, haverá dever de indenizar os 
prejuízos. Trata-se da batizada responsabilidade post factum finitum5 ou responsabilidade pós-
-contratual. Entendo que se trata de caso de responsabilidade civil contratual, pois, mesmo 
depois de findo, o contrato ainda irradia efeitos póstumos. Há, porém, doutrina a sustentar 
que se trataria de responsabilidade civil extracontratual, pois a obrigação aí decorre da lei. Há 
utilidade prática na distinção, como, por exemplo, a de definir o termo inicial dos juros de mora: 
na responsabilidade contratual, o termo inicial é a data da interpelação, ao passo que, na extra-
contratual, é a data do dano.
A boa-fé tem (1) função interpretativa, porque guia a interpretação das cláusulas con-
tratuais de modo a impor às partes o respeito à boa-fé; (2) função integrativa, por ser apta 
a criar deveres de conduta às partes; e (3) função limitadora de direitos subjetivas, por cen-
surar comportamentos que caracterizem abuso de direito. Os corolários da boa-fé objetiva 
(venire contra factum proprium, supressio, surrectio, tu quoque etc.) dão exemplo eloquente 
dessas duas últimas funções, por criarem deveres de conduta e de abstenção para os indi-
víduos.
3.6. prinCípio dA reVisão dos ContrAtos
De acordo com o princípio da revisão dos contratos, os contratos podem ser revisados ou 
resolvidos se houver mudanças expressivas no contexto fático e jurídico com a capacidade de 
tornar oneroso cumprimento das obrigações. A ideia é que todas as pessoas, ao assumirem 
uma obrigação, deixam implícita uma condição, a de que as coisas devem permanecer como 
estavam (rebus sic standibus).
Essa revisão ou resolução do contrato é exceção e, por isso, só pode nas hipóteses previs-
tas em lei. As principais hipóteses legais são estas: (a) arts. 317 e 478 do CC: aplica-se para os 
contratos em geral; (b) arts. 621 e 625, II, do CC: incide em contratos de empreitada; (c) art. 6º, 
V, do CDC: recai em contratos de consumo.
Estudaremos mais à frente os casos dos arts. 317 e 478 do CC. Por ora, isso é suficiente.
5 O contrato é fato finito, que acaba; daí o nome responsabilidade post factum finitum (após um fato finito).
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DIREITO CIVIL
3.7. prinCípio dA reLAtiVidAde dos efeitos do ContrAto
Segundo o princípio da relatividade dos efeitos do contrato, terceiros não podem ser atin-
gidos, pois só as partes se vinculam. Se faço um contrato com alguém, não posso cobrar a 
dívida de um amigo do devedor, pois este é um terceiro.
Deixarei para aprofundar isso na próxima aula, se trata de um tema que dá espaço para 
grandes discussões.
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DIREITO CIVIL
QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A liberdade 
contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Os contratantes são obri-
gados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé.
Questão 2 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA E 
ATUALIZADA) A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato
Questão 3 (NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO/TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua exe-
cução, os princípios de probidade e boa-fé.
Questão 4 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Os princípios de probidade e 
boa-fé devem ser resguardados tão somente durante a execução do contrato.
Questão 5 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) 
Às partes não é lícito estipular contratos atípicos, devendo-se observar os tipos existentes no 
Código Civil.
Questão 6 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) Os contratos 
benéficos devem ser interpretados de forma restrita.
Questão 7 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É possível a 
manifestação tácita de vontade em matéria contratual,quando não for necessária que seja 
expressa.
Questão 8 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) A 
herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato.
Questão 9 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Não pode ser objeto de contra-
to a herança de pessoa viva.
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DIREITO CIVIL
Questão 10 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É proibido o 
que tem por objeto herança de pessoa viva.
Questão 11 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) 
No caso de contrato de adesão que contenha cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Questão 12 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Nos contratos de adesão, são 
nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da 
natureza do negócio.
Questão 13 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/2019/ADAPTADA) 
Nos contratos de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Questão 14 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E 
ATUALIZADA) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. No entanto, deixará de ser 
obrigatória se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Questão 15 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/2019/ADAPTADA) A 
proposta é obrigatória se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra 
parte a retratação do proponente.
Questão 16 (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Numa conversa amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra 
interesse em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus 
bens, Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita 
a contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse do 
carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta oferece 
o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
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DIREITO CIVIL
Se João e Pedro houvessem negociado entre ausentes, ou seja, não estivessem em uma amis-
tosa conversa, um de frente para o outro, permaneceria obrigatória a proposta se, antes dela, 
ou simultaneamente, chegasse ao conhecimento de Pedro a retratação de João.
Questão 17 (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Numa conversa amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra 
interesse em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus 
bens, Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita 
a contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse do 
carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta oferece 
o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
O contrato celebrado entre João e Pedro é perfeito, não podendo mais João vender o carro a 
Maria, sem que com isso deva arcar com os prejuízos sofridos por Pedro, ante a instantaneida-
de do aceite, que torna obrigatória a proposta entre presentes.
Questão 18 (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Pode revogar-se a oferta 
pública pela mesma via de sua divulgação, ainda que não haja previsão a respeito na oferta 
realizada.
Questão 19 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/2019/ADAPTADA) 
Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, ainda que não ressalvada esta 
faculdade na oferta realizada.
Questão 20 (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Reputar-se-á celebrado o 
contrato no local de domicílio do aceitante.
Questão 21 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/2019/ADAPTADA) 
Em regra, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é recebida 
pelo proponente.
Questão 22 (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Se o proponente se hou-
ver comprometido a esperar resposta, os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde 
que a aceitação à proposta é expedida.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Questão 23 (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) A aceitação fora do prazo, 
com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Questão 24 (VUNESP/OFICIAL/TJ-MA/2019/ADAPTADA) A aceitação do contrato fora do 
prazo, com adições, restrições ou modificações, não importará nova proposta.
Questão 25 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/2019/ADAPTADA) A 
aceitação fora do prazo importará nova proposta.
Questão 26 (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Numa conversa amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra 
interesse em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus 
bens, Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita 
a contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse do 
carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta oferece 
o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João pode negociar com Maria, pois a lei da oferta e da demanda dirige o cenário econômico 
num contrato dessa natureza, bastando, para tanto, que João indenize Pedro em eventuais 
prejuízos. Pedro deverá devolver o carro a João ainda que posteriormente à celebração (acei-
tação) do contrato.
Questão 27 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE ITAPEVI-SP/2019/ADAPTADA) 
Considera-se aceita a proposta se, antes dela ou com ela, chegar ao proponente a retratação 
do aceitante.
Questão 28 (VUNESP/PROCURADOR/UNIFAI/2019/ADAPTADA) Considera-se inexistente 
a aceitação, se depois dela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Questão 29 (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Numa conversa amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra 
interesse em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus 
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bens, Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita 
a contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse do 
carro, passados doisdias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta oferece 
o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
João deve indenizar Pedro nos termos do Código de Defesa do Consumidor, pois Pedro é pre-
sumivelmente vulnerável e João é presumivelmente um fornecedor.
Questão 30 (NC-UFPR/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Numa conversa amistosa, João oferece seu carro a Pedro que, imediatamente, demonstra 
interesse em comprar o veículo do amigo. Sabendo que João é muito cuidadoso com seus 
bens, Pedro oferece um valor mais do que razoável ao veículo ofertado por João, que aceita 
a contraproposta, sendo o contrato celebrado imediatamente. Entretanto, ainda de posse do 
carro, passados dois dias da negociação, João oferta o mesmo veículo a Maria, e esta oferece 
o dobro do valor sugerido por Pedro. Levando em consideração o caso acima:
Em nenhuma circunstância, ainda que imprevista, poderá João responder por perdas e danos 
se negociar com Maria em detrimento dos interesses econômicos de Pedro.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
GABARITO
1. C
2. C
3. C
4. E
5. E
6. C
7. C
8. C
9. C
10. C
11. C
12. C
13. E
14. C
15. E
16. E
17. C
18. E
19. E
20. E
21. E
22. E
23. C
24. E
25. C
26. E
27. E
28. E
29. E
30. E
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
GABARITO COMENTADO
Questão 1 (IADES/PROCURADOR/AL-GO/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) A liberdade 
contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Os contratantes são obri-
gados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé.
Certo.
São os arts. 421 e 422 do CC:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima 
e a excepcionalidade da revisão contratual.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Questão 2 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA E 
ATUALIZADA) A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato
Certo.
É o art. 421, CC.
Questão 3 (NC-UFPR/CARTÓRIO/CARTÓRIO/TJ-PR/2019/ADAPTADA E ATUALIZADA) 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua exe-
cução, os princípios de probidade e boa-fé.
Certo.
É o art. 422 do CC.
Questão 4 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Os princípios de probidade e 
boa-fé devem ser resguardados tão somente durante a execução do contrato.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Errado.
A boa-fé tem de ser observado antes (sob pena de responsabilidade civil pré-contratual ou por 
culpa in contrahendo), durante (sob pena de responsabilidade contratual) e após (sob pena de 
responsabilidade post factum finito), conforme interpretação doutrinária do art. 422 do CC.
Questão 5 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) 
Às partes não é lícito estipular contratos atípicos, devendo-se observar os tipos existentes no 
Código Civil.
Errado.
Contratos típicos são os tipos previstos no CC; contratos atípicos são os não previstos no CC. 
Para estes, basta observarem-se as regras gerais do CC. É o art. 425, CC:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código.
Questão 6 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) Os contratos 
benéficos devem ser interpretados de forma restrita.
Certo.
É o art. 114 do CC:
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Questão 7 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É possível a 
manifestação tácita de vontade em matéria contratual, quando não for necessária que seja 
expressa.
Certo.
É o princípio do silêncio conclusivo, previsto no art. 111 do CC:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Questão 8 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) A 
herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato.
Certo.
É o art. 426 do CC:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Questão 9 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Não pode ser objeto de contra-
to a herança de pessoa viva.
Certo.
É o art. 426 do CC.
Questão 10 (FCC/PROCURADOR/SANASA CAMPINAS/2019/ADAPTADA) É proibido o 
que tem por objeto herança de pessoa viva.
Certo.
Art. 426, CC.
Questão 11 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE MATINHOS-PR/2019/ADAPTADA) 
No caso de contrato de adesão que contenha cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Certo.
É o art. 423 do CC:
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
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Contratos em Geral – Parte I
DIREITO CIVIL
Questão 12 (IBFC/ADVOGADO/EMDEC/2019/ADAPTADA) Nos contratos de adesão, são 
nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da 
natureza do negócio.
Certo.
É o art. 424 do CC:
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Questão 13 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/2019/ADAPTADA) 
Nos contratos de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Errado.
É caso de nulidade, e não de anulabilidade (art. 424, CC).
Questão 14 (NC-UFPR/ADVOGADO/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA E 
ATUALIZADA) A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. No entanto, deixará de ser 
obrigatória se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.

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