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IMUNOLOGIA III

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IMUNOLOGIA 
TUTORA: KAMILA BAHIA
Tecidos linfoides 
Os órgãos e tecidos linfoides compõem, juntamente com os vasos linfáticos, o sistema linfático. Eles são responsáveis pela produção, maturação e transporte de células de defesa do organismo.
Quanto à organização morfofuncional, podemos dividir os tecidos em permanentes (medula óssea, baço, timo e linfonodos) e transitórios (tecidos linfoides associados à mucosa).
A produção de linfócitos é a principal função órgãos linfoides.
Os linfócitos exercem importante papel no desenvolvimento das respostas imunológicas, produção de anticorpos e reações imunes.
Mediadores celulares das respostas inata e adaptativa 
As principais células efetoras da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer – NK
A resposta imune adaptativa está dividida em imunidade humoral e mediada por células. As células primárias do sistema imunológico adaptativo são os linfócitos (células B e T). As células B desempenham um papel importante na resposta imune humoral.
Função da linhagem celular linfoide e mieloide 
MASTÓCITOS (células inatas, sentinelas do SI)
Garantir o bom funcionamento do sistema imune, já que regula a atividade dos linfócitos, e participa da resposta imune inata e adaptativa; 
Auxiliar no combate de infecções por parasitas e bactérias, uma vez que regula a ação das células dendríticas e macrófagos, que atuam reconhecendo e eliminando o agente infeccioso; 
Atuar como primeira linha de defesa do corpo, pois estão presentes em grandes quantidades na pele e na mucosa gastrointestinal; 
Manter a saúde cardiovascular, combatendo a isquemia, hipoxia sistêmica e a aterosclerose, já que auxilia na vasodilatação e diminuição da inflamação e da quantidade de radicais livres circulantes; 
Combater alergias, já que na presença de uma substância alérgena no corpo, os mastócitos liberam histamina na circulação, resultando no aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, contração leve dos músculos dos sistema respiratório e aumento da produção de muco.
EOSINÓFILOS (Glóbulos brancos que destroem substancias e micro organismos e participam de reações alérgicas)
Defesa contra as infecções parasitárias; 
Defesa contra as bactérias intracelulares; 
Modulação das reações de hipersensibilidade. 
NEUTRÓFILOS ( primeira linha de defesa, fagocitam, matam e digerem micro organismos)
Combate infecções e a curar lesões;
Podem aumentar em resposta a diversos quadros clínicos ou distúrbios, incluindo Infecções, Lesões, Distúrbios inflamatórios, Certos medicamentos e Certas leucemias;
Distúrbios inflamatórios, incluindo as doenças autoimunes como artrite reumatoide, podem causar um aumento no número e na atividade dos neutrófilos, bem como o uso de medicamentos como corticoesteróides.
MONÓCITOS ( células brancas relacionadas aos granulócitos, atuam na proteção contra bactérias; maiores leucócitos)
O aumento no número de monócitos (monocitose), normalmente é indicativo de algumas doenças como Infecções crônicas, como tuberculose, Colite ulcerativa, Infecção por protozoários, Doença de Hodgkin, Leucemia mielomonocítica, Mieloma múltiplo, Doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, etc.
Quando os valores de monócitos estão baixos (monocitopenia), normalmente significa que o sistema imunológico está enfraquecido, como acontece em casos de infecções no sangue, tratamentos de quimioterapia e problemas na medula óssea, como anemia aplástica e leucemia. 
CÉLULAS DENDRÍTICAS (reconhecem moléculas produzidas por MO e respondem com a produção de citocinas) 
São as APCs mais importantes na ativação de células T e desempenham grande papel na resposta imune inata contra as infecções e na ligação entre imunidade inata e adquirida. 
CÉLULAS NK(reconhece células estranhas), LINFÓCITOS T(efetuação de respostas antivirais) E B(imunidade humoral) 
As Células NK são um tipo de linfócito considerados matadoras naturais. Extremamente ligadas a imunidade inata.
Os linfócitos podem ser T ou B. Enquanto os do tipo T (ou células T) participam da imunidade celular e têm vida mais longa, os do tipo B (ou células B) produzem anticorpos e têm tempo de vida variável. Todos os tipos de linfócitos participam da memória imunológica e só podem reconhecer antígenos específicos.
Os linfócitos T podem ser: citotóxicos, auxiliares ou supressores. 
Os linfócitos citotóxicos são os efetores primários da imunidade celular, ao reconhecer células com antígenos estranhos e matá-las, ao provocarem sua lise. 
Os linfócitos T auxiliares (células TH) ajudam as células B e outras células T na resposta imune. 
Linfócitos supressores (células TS) inibem a atividade das células B e também pode atuar na regulação da maturação de eritrócitos na medula óssea.
A primeira linha de defesa contra os invasores é constituída por barreiras mecânicas ou físicas:
A pele
A córnea dos olhos
As membranas que revestem os aparelhos respiratório, digestivo, urinário e reprodutor
Enquanto estas barreiras permanecem intactas, muitos invasores não conseguem penetrar o organismo. Quando uma barreira se rompe (por exemplo, quando uma queimadura extensa lesiona a pele), o risco de infecção aumenta.
Além disso, as barreiras encontram-se defendidas por secreções que contêm enzimas que podem destruir as bactérias. 
O suor, as lágrimas nos olhos, as secreções no aparelho respiratório e digestivo e as secreções na vagina são exemplos de barreiras.
A linha de defesa seguinte envolve glóbulos brancos (leucócitos) que se deslocam através da corrente sanguínea e penetram nos tecidos para detectar e atacar micro-organismos e outros invasores.
Esta defesa consiste de duas partes:
Imunidade inata
Imunidade adquirida
A imunidade inata e a imunidade adquirida interagem, influenciando-se de forma recíproca e direta ou através de moléculas que atraem ou ativam outras células do sistema imunológico, como parte da fase de mobilização das defesas. 
Essas moléculas incluem
Citocinas (que são as mensageiras do sistema imunológico)
Anticorpos
Proteínas do complemento (que formam o sistema de complemento)
Estas substâncias não estão contidas nas células, encontrando-se dissolvidas em um fluido do organismo, o plasma (a parte líquida do sangue).
Algumas destas moléculas, inclusive algumas citocinas, estimulam a inflamação.
A inflamação ocorre, pois estas moléculas atraem as células do sistema imunológico ao tecido afetado. De forma a ajudar estas células a chegarem ao tecido, o organismo envia mais sangue ao tecido. 
Para mais sangue chegar ao tecido, os vasos sanguíneos dilatam-se e tornam-se mais porosos, permitindo que mais fluidos e células saiam dos vasos sanguíneos e penetrem o tecido. 
Desta forma, a inflamação tende a causar vermelhidão, calor e inchaço. O objetivo da inflamação é conter a infecção de forma que ela não se propague. As outras substâncias produzidas pelo sistema imunológico ajudam a resolver a inflamação e os tecidos danificados são curados.
 Apesar de a inflamação ser incômoda, é uma indicação de que o sistema imunológico está fazendo seu trabalho. Entretanto, inflamações excessivas ou de longa duração (crônicas) podem ser prejudiciais.
Sistema Complemento
O sistema de complemento consiste de um grupo de proteínas que está envolvido em uma série de reações (denominada de cascata do complemento) e que foi concebido para defender o organismo – por exemplo, destruindo bactérias e outras células estranhas, tornando as células estranhas mais fáceis de serem identificadas e ingeridas pelos macrófagos e atraindo os macrófagos e os neutrófilos para o foco do problema.
Sistema complemento: Via clássica - É desencadeada por uma molécula de anticorpo ligada a antígenos. Como temos vários anticorpos livres no corpo, este não ativa o SC, pois se a via se ativasse ao se ligar a um anticorpo não ligado a antígeno, viveríamos em um estado de inflamação persistente. 
Sistema complemento: Via da lectina - A diferença da via lectina para clássica é que, ao invés de se ter um anticorpoque será reconhecido por C1, temos nessa via o reconhecimento dos resíduos de manose na superfície da bactéria pela lectina ligadora de manose. As MASP1 e MASP2 são as responsáveis por clivar as proteínas do complemento nesta via.
Etapas finais de ativação do sistema complemento: - Todas as vias iniciam uma cascata de eventos proteolíticos resultando na formação de C5 convertase. 
Esta por sua vez, cliva a molécula de C5 em C5b e C5a. Enquanto C5a sai para induzir inflamação, o C5b liga-se, por sua vez, a C6, C7 e C8 para formar o complexo C5b-8. 
A ligação de C9 forma o C5b-9 ou CLM. Esse complexo liga-se à membrana das células alvo e provoca a formação de “poros”, que permitem um influxo descontrolado de água e íons, com turgência e lise celular subseqüentes. 
Quando há suspeita de imunodeficiência em alguns indivíduos, deve-se investigar outras causas mais comuns como HIV e deficiência de autoanticorpos, pois as deficiências do complemento não são muito prevalentes.
Material complementar: 
https://www.youtube.com/watch?v=mfEfNc1s1O8
 https://www.youtube.com/watch?v=NIbwwdx_2Ak
 https://www.youtube.com/watch?v=a6UuROhNXAQ
Resposta imune adaptativa
Considerada por alguns autores como sendo a segunda linha de defesa contra infecções e a terceira por outros (alguns não contam as barreiras fi sico-químicas do corpo como um mecanismo de defesa equivalente à imunidade inata e à imunidade adaptativa), a imunidade adaptativa não fi ca restrita ao combate específi co contra infecções, sendo responsável pela regulação do organismo. A resposta imune adaptativa é diferenciada em dois tipos, celular e humoral, o que veremos mais detalhadamente a seguir.
Resposta imune celular
Uma das principais células do sistema imune são os linfócitos T, entre eles, o linfócito T CD4 (também conhecido como linfócito T helper). Essa célula, através das suas variantes é capaz de regular o sistema imunológico mediando a resposta celular, impactando em diversas outras funções do corpo, como os sistemas endócrino, circulatório e nervoso. Todo o processo inicia na medula óssea, onde são geradas as células progenitoras de linfócitos T, e, de lá, elas migram para o timo, um órgão bilobado 2 Princípios da imunidade adaptativa não apenas capaz de maturar os linfócitos T, mas fundamental para a correta maturação e eficácia desses linfócitos. 
É justamente lá, no timo, que ocorrerá a seleção nos linfócitos defeituosos e/ou autorreativos e a indução de sua apoptose, permitindo que apenas os linfócitos T funcionais sejam liberados. Podemos dividir os linfócitos T em dois tipos básicos, os linfócitos T CD4 (auxiliares) e os linfócitos T CD8 (citotóxicos). Os linfócitos T CD4 são chamados também de auxiliares (ou de helpers) devido à sua característica fundamental de operar através da secreção de citocinas, e são essas citocinas que orquestrarão a resposta imunológica. 
Já as células TCD8 operam através da identificação de células alteradas/danificadas/infectadas, induzindo apoptose ou necrose dessas células, uma resposta muito comum no combate a infecções virais e no desenvolvimento de tumores. As células T dependem das células apresentadoras de antígenos, as APCs, que podem ser os macrófagos, as células dendríticas ou os linfócitos B. Essas células são capazes de capturar os patógenos e seus antígenos, para apresentá-los aos linfócitos no órgão linfoide secundário, como pode ser visto na Figura 3.
Cada uma delas atua em momentos distintos: os linfócitos B agem como APCs quando capturam os patógenos dentro do órgão linfoide para apresentar seu antígeno ao linfócito T, para que esse libere citocinas que estimulam o linfócito B a se diferenciar em plasmócito e produzir anticorpos; já o macrófago age como APC durante praticamente todo o curso da infecção, sempre para solicitar auxílio dos linfócitos no combate aos patógenos; por fim, as células dendríticas capturam o patógeno quando este invade o organismo, levando-o juntamente com seus antígenos para o órgãos linfoides secundários, e lá ele apresenta os antígenos do patógenos para os linfócitos T. 
A célula dendrítica utiliza moléculas de MHC (complexo de histocompatibilidade principal) e o linfócito T utiliza seu TCR (receptor de célula T) para identificar o antígeno e ser ativado. Esse processo permite a ativação dos linfócitos T virgens (naive ou inocente para alguns autores) tornando-o um linfócito T efetor.
Resposta imune humoral
Sabendo que a imunidade humoral é mediada pelos linfócitos B, agentes responsáveis pela produção dos anticorpos, a própria produção desses anticorpos 6 Princípios da imunidade adaptativa já evidencia a geração da memória imunológica (característica fundamental dos linfócitos). O linfócito B, assim como o T, é ativado no órgão linfoide secundário, mas não necessita do auxílio de uma molécula de MHC, por isso a APC leva consigo amostras de patógenos (criando uma microinfecção dentro do órgão linfóide), de modo que o linfócito B consiga capturar o patógeno, destruí-lo e apresentar seus antígenos para os linfócitos T. 
O linfócito B será capaz de produzir, uma vez ativado, os anticorpos IgM (primeiros a serem produzidos e mais limitados em ação e alcance), IgG (principal marcador de memória imunológica, o mais dinâmico e potente dos anticorpos), IgA (na forma dimérica é característico de mucosas, mas pode ser encontrado na forma monomérica na circulação), IgE (produzido para combater parasitas helmintos e faz parte da resposta alérgica) e, em menor quantidade, IgD (pouco produzido, tem mais função como receptor de linfócito B).
Fenômenos derivados da resposta imune adaptativa
Imunossenescência 
A imunossenescência é o processo de deterioração gradual do sistema imunológico decorrente do envelhecimento natural do organismo. Passa pela perda da capacidade do corpo em responder a infecções e deterioração da memória imunológica, especialmente da vacinação. É considerado um fator de mortalidade entre os idosos. Esta deterioração do sistema imunológico relacionada à idade afeta principalmente os linfócitos T, que são as células responsáveis pela resposta celular às infecções, devido à involução do timo. 
O timo, órgão responsável pela produção e maturação dessas células, sofre alterações durante o processo de involução, onde passa a substituir a sua constituição de tecido linfoide por tecido adiposo, diminuindo assim a sua capacidade de produção de linfócitos T. Dáse também o declínio da proporção de células T virgens, em comparação com as células T de memória, onde as células T virgens remanescentes se apresentam defeituosas, produzindo menos citocinas (proteínas reguladoras).
Tal redução na produção de linfócitos T e citocinas gera empecilhos para a ocorrência de uma resposta imunitária eficaz para os antígenos vacinais ou contra patógenos invasores. Outros fatores relatados na população idosa que contribuem para a baixa capacidade protetora das vacinas ou ao aumento da suscetibilidade a doenças infecciosas são a redução da capacidade fagocítica de neutrófilos e macrófagos, a diminuição do número de células de Langerhans na epiderme e a alta produção de auto-anticorpos, os quais agem contra antígenos próprios, associada a perda gradual da capacidade de diferenciação de antígenos estranhos.
Razão CD4/CD8 
A relação CD4/CD8 baixa está associada a um risco aumentado de desenvolver qualquer forma de câncer em períodos futuros de acompanhamento entre seis meses e dois anos. Análises mais precisas dizem que outros fatores de risco para câncer mostram que a razão CD4/CD8 pode ser especialmente útil para identificar pessoas que precisam de exames mais intensivos para câncer de pulmão ou câncer anal. A razão CD4/CD8 mostra a razão entre a contagem de CD4 e a contagem de células CD8. Na população geral, a proporção geralmente será superior a 1
. Um grande estudo internacional de pessoas com HIV com carga viral suprimida mostra que a proporção CD4/CD8 melhora com o tempo, mas é menos provável que se aproxime do nível normal empessoas que iniciaram o tratamento com uma contagem baixa de CD4. O estudo mostrou que após oito anos de tratamento, a razão CD4/CD8 mediana foi de 0,8. Uma razão CD4/CD8 baixa indica altos níveis de ativação imune, exaustão de células T e senescência replicativa de células T, onde os linfócitos T perdem a capacidade de responder corretamente a agentes infecciosos. A exaustão das células T e a senescência replicativa das células T são características do envelhecimento e estão associadas a um risco aumentado de desenvolvimento de câncer.
Autoimunidade e hipersensibilidade 
A resposta imune adaptativa também é fundamental para que ocorra a resposta autoimune, pois a causa mais óbvia para o desenvolvimento de uma patologia autoimune é a falha no controle de qualidade dos linfócitos no seu processo de maturação. Então, um linfócito T (principalmente) autorreativo liberado na circulação tem um potencial muito grande de causar danos severos Princípios da imunidade adaptativa 13 em uma pessoa. Já com o linfócito B o mesmo problema pode não ser tão grave, visto que é necessário que exista um linfócito T ativado para o mesmo antígeno capaz de estimular o linfócito B a produzir anticorpos, reduzindo a importância do linfócito B como mediador da resposta autoimune. 
Da mesma maneira, nas reações de hipersensibilidade, a mediação dos linfócitos causará diferentes danos e problemas, principalmente pela capacidade dos linfócitos de desenvolver memória imunológica e, assim, serem reativados rapidamente ao encontrarem o antígeno novamente. Nesse contexto, há um destaque para as reações de hipersensibilidade de tipo I, também conhecidas como reações alérgicas, as quais compreendem a identificação de antígenos do ambiente e reação imunológica exacerbada a eles, levando a danos variáveis ao indivíduo. As doenças causadas podem ser rinite alérgica, asma, dermatite e as mais graves são a anafilaxia e o choque anafilático.
Rejeição a transplantes
 O processo de rejeição a um tecido transplantado é muito semelhante ao processo de defesa do organismo contra uma infecção viral, com ação de linfócitos Th1 e CD8, mas o principal fator e o mais efetivo é a capacidade dos linfócitos de gerar memória. Assim, uma vez que o linfócito esteja ativado contra o enxerto, é extremamente difícil que o órgão não seja rejeitado. Toda a medicação deve focar em impedir essa ativação, portanto, você deve observar essa reação da mesma maneira como observaria a resposta imunológica contra uma infecção viral. 
Como em qualquer resposta imune, tudo se inicia com uma APC capturando o antígeno e levando-o para um órgão linfoide secundário, onde ocorrerá a ativação do linfócito T. Porém, no caso de transplantes de enxertos, o processo é sensivelmente diferente, pois, com a APC sendo proveniente do tecido enxertado, pode haver o desenvolvimento do processo conhecido como alorreconhecimento direto ao ativar os linfócitos T — é justamente esse o processo que deve 4 ser inibido para que seja evitada a rejeição aguda. 
Além disso, pode ocorrer o alorreconhecimento indireto, com as moléculas de HLA provenientes da APC sendo utilizadas pelas APCs do receptor, resultando em um processo de rejeição crônica. Ainda é possível que ocorra uma rejeição hiperaguda, que ocorre quando o paciente já possui aloanticorpos anti-HLA 14 Princípios da imunidade adaptativa antes do transplante devido a contato anterior com tecido humano não próprio (múltiplos partos, muitas transfusões sanguíneas ou mesmo um transplante de órgão anterior). Para a obtenção do sucesso no transplante, evitando esses processos de rejeição, são utilizadas terapia imunossupressora e, com isso, aumenta-se a sobrevida do enxerto e do paciente.
MHC
O MHC é por definição conhecido como um locus gênico responsável pela codificação de estruturas proteicas que fazem a apresentação de antígenos aos linfócitos T, promovendo a proliferação dessas células e consequente resposta imunológica própria. O antígeno leucocitário humano, ou HLA, é assim denominado porque além da sinalização de agentes agressores para os linfócitos, essas proteínas promovem o reconhecimento do que é próprio pelas nossas células T, impedindo que ocorra fenômenos de autoimunidade. Antes de compreendermos como o MHC funciona, é necessário entender alguns termos importantes e que valem serem relembrados.
Células apresentadoras de antígeno
As células apresentadoras de antígeno, ou simplesmente APCs, são células que fazem a comunicação entre as células do sistema imune inato e adaptativas. Dentre alguns exemplos desses componentes celulares, nós temos as células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. A partir da apresentação de antígenos ocorre a ativação de reação inflamatória inata para liberação de citocinas, enquanto ao mesmo tempo há a apresentação para as células T, do sistema adaptativo, iniciarem seu processo de defesa.
Processamento antigênico
O processamento antigênico é uma das etapas envolvidas na apresentação das estruturas proteicas antigênicas aos linfócitos. A função desse mecanismo é modificar a proteína encontrada no meio extracelular ou intracelular para que ela possa se ligar à molécula do MHC e ser apresentada para o MHC. Esse processo é fundamental, principalmente, em antígenos bacterianos, uma vez que nossas células não conseguem apresentar a estrutura primária encontrada. Portanto, a conversão e modificação em um composto viável está diretamente relacionada com a capacidade dos linfócitos de desencadearem uma resposta imunológica efetiva.
Moléculas do MHC
Como foi mencionado anteriormente, o MHC é responsável pela expressão de proteínas em células específicas para apresentar antígenos. Essas moléculas são divididas em duas classes, a 1 e a 2. Cada tipo de classe possui suas características diferenciais, como tipo de antígenos a serem reconhecidos, resposta celular induzida, conexão ao subtipo de linfócito adequado e loci genético. As moléculas do MHC contém, basicamente, uma fenda de ligação, o domínio tipo imunoglobulina, para a ligação dos linfócitos, e o domínio transmembranar.
MHC de classe 1
As moléculas do MHC do tipo 1 são estruturas proteicas associadas à membrana presentes em todas as células do nosso corpo. Quanto à resposta imune elas são responsáveis pela combate de antígenos intracelulares e fazem apresentação aos linfócitos do tipo CD8, que possuem características citotóxicas, portanto, no momento da ação celular, ocorre uma indução à apoptose, melhor esclarecida posteriormente. 
Quanto à estrutura dessas moléculas, elas são constituídas por 2 cadeias polipeptídicas, ligadas de forma não-covalente, formada pelas proteínas alfa, com seus 3 domínios, alfa 1, alfa 2 e alfa 3, e beta, apresentada como beta 2 microglobulina. Entre os domínios alfa 1 e alfa 2 temos as fendas para a ligação dos antígenos, que nesse caso, reconhece peptídeos de até 30 aminoácidos. Como estamos falando de um MHC do tipo 1, que se liga aos linfócitos CD8, a estabilidade da ligação é feita na porção alfa 3 dessa proteína.
PROCESSAMENTO DE ANTÍGENOS: Com o antígeno no meio intracelular, como é o caso de proteínas virais ou bactérias intracelulares, ocorre a marcação desses compostos por proteínas celulares, as ubiquitinas. Essas proteínas marcadas prosseguem para a degradação no proteassoma, que fragmenta esses compostos externos em resíduos menores. Os fragmentos se ligam ao TAP, transportadoras associadas ao processamento de antígeno, que estão no retículo endoplasmático rugoso (RER), e fazem o transporte de até 16 aminoácidos. Concomitantemente, as proteínas do MHC estão sendo produzidas também no RER, e quando estiverem prontas irão se ligar ao antígeno. Entretanto, essas proteínas são produzidas com tempos diferentes, e para não haver perda de produção, até a formação de cada uma das cadeias, há a ligação com as chaperonas, que se ligam na cadeia alfa e se desprendem até formar a beta microglobulina. Após a formação das moléculas do MHC mais o processamento antigênico no proteassoma, temosa sua ligação no RER, e posterior direcionamento para o Golgi. Em seguida, esse complexo vai para a membrana para se ligarem aos linfócitos CD8.
MHC de classe II
Em conseguinte, temos as moléculas do MHC do tipo 2, que são formadas por 2 cadeias alfa e 2 beta, fazendo com que haja a ligação de antígenos com uma maior quantidade de aminoácidos, a número de 50, o que é extremamente vantajoso, uma vez que essas moléculas se ligam a antígenos extracelulares que são estruturas maiores. A ligação do linfócito CD4 no MHC para estabilizá-lo é feita a nível da porção beta 2. É importante ressaltar que, diferentemente do MHC do tipo I, as moléculas do tipo II não estão expressas em todas as células nucleadas, apenas em um grupo delas, com destaque para as células dendríticas, linfócitos B e linfócitos T.
PROCESSAMENTO DE ANTÍGENOS: O processamento das proteínas antigênicas inicia pela fagocitose, que permite a sua fragmentação em estruturas proteicas menores. Enquanto isso, no retículo endoplasmático rugoso temos a síntese da molécula do MHC, com auxílio das proteínas chaperonas que ajudam na estabilização molecular. Para impedir a ligação da molécula com outros antígenos sintetizados a nível do RER, temos a ligação da cadeia invariante + CLIP (peptídeo de cadeia constante), que irão manter o sítio de ligação da molécula recém-sintetizada. Depois disso, temos a ligação das vesículas que continham as estruturas proteicas menores do antígeno que entrou na célula com o MHC do tipo II. Nesse ponto, as cadeias do lisossomo quebram parte da cadeia invariante, dissociando a ligação, e permitindo a formação da apresentação do antígeno via MHC.
Coestimuladores
Vimos anteriormente que todas as nossas células possuem MHC do tipo 1, e que portanto, estão em constante apresentação de peptídeos. Mas você deve estar se perguntando, por que nós humanos não desencadeamos um processo de autoimunidade? A resposta para essa pergunta é explicada pelos coestimuladores. Essas estruturas são responsáveis por diferenciar um antígeno próprio de um agressor, uma vez que só se manifestam na presença de antígenos estranhos. Portanto, durante a apresentação das nossas células nucleadas com o MHC de classe 1, com antígenos próprios, não teremos a ativação dos linfócitos porque não teremos o sinal dos coestimuladores. No entanto, no acoplamento de antígenos estranhos, os coestimuladores são expressos, desencadeando a resposta linfocitária.
Material complementar:
 https://www.youtube.com/watch?v=ibNyve-nJSk
 https://www.youtube.com/watch?v=H7L_-lhh3aQ
RESPONDAM
1 – O que são interleucinas ? 
2 – Diferencie citocinas de quimiocinas 
3 – Descreva as funções de cada uma das células de defesa abaixo:
 a) Mastócito 
b) Eosinófilos 
c) Neutrófilos 
d) Monócitos 
e) Células dentríticas 
4 – Como atua a 1ª linha de defesa na imunidade? 
5 – O que é sistema complemento e como funcionam suas principais vias? 
6– Quais as diferenças entre resposta imune celular e resposta imune humoral? 
7 – Quais os 4 principais Fenômenos derivados da resposta imune adaptativa? Fale um pouco sobre cada um deles. 
8 – Pesquise um pouco sobre terapia imunossupressores e responda qual a relação da mesma com pacientes portadores de órgãos transplantados.
9 – Em que consiste o Complexo de Histocompatibilidade Principal (MHC)? 
10 – Diferencie moléculas MHC de classe I de classe II? 
11 – O que é o processo antigênico?

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