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Seção 5 ESPELHO DE CORREÇÃO DIREITO DO TRABALHO 2 Caro aluno, como você muito bem identificou, a peça processual a ser elaborada é o agravo de instrumento, previsto no art. 897, da CLT. Ele deve ser endereçado ao juízo que prolatou o despacho que negou seguimento ao recurso ordinário, ou seja, para a 1ª Vara do Trabalho de Belém-PA. Assim como no recurso ordinário, a praxe forense orienta que seja feita uma primeira página de encaminhamento das razões recursais e, anexa a ela, o recurso propriamente dito, ou seja, as razões do agravo de instrumento. O arrazoado do agravo de instrumento deve ser direcionado ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que é quem irá julgar o recurso interposto. É bom frisar que nada impede que a parte redija apenas uma petição, o que é feito por muitos advogados. Não se esqueça de inserir: o número do processo; a qualificação das partes, ainda que remissiva; o tópico relativo à tempestividade; tópico relativo ao depósito recursal feito para o agravo de instrumento; pedido de que o arrazoado em anexo leve à reconsideração do despacho que negou seguimento ao recurso ordinário ou que ele seja remetido e analisado pelo Tribunal Regional do Trabalho, sob fundamento de que o depósito recursal feito para fins do apelo ordinário está correto; data e assinatura do advogado. As razões recursais devem combater o fundamento constante no despacho, que culminou com a negativa de seguimento do recuso ordinário, ou seja, afirmar a correção do depósito recursal feito à metade, conforme autoriza o art. 899, § 9º, da CLT, visto que se trata de empregador doméstico. Ao fim do agravo de instrumento pugne pelo seu conhecimento e provimento. Seção 5 DIREITO DO TRABALHO Na prática! Questão de ordem! 3 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM- PA Processo nº 0001111-20.2022.5.08.0001 HELENA NUNES, já qualificada nesses autos, de ora em diante simplesmente identificada como agravante, nos autos da reclamação trabalhista que move contra EDUARDO MACEDO, já qualificado no processo, de ora em diante simplesmente identificado como agravado, vem por meio de seu advogado infra-assinado, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO contra o despacho da 1ª Vara do Trabalho de Belém-PA, que negou seguimento ao recurso ordinário interposto. Pugna para que seja destrancado o recurso interposto, permitindo o seu regular processamento, em sede de juízo de retratação. Caso assim não se entenda, requer seja o presente agravo de instrumento recebido e processado, encaminhando-o ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, para que este, examinando as suas razões, dê-lhe provimento, conhecendo e provendo, também, o recurso ordinário, como de direito. Pede-se o deferimento. Local, dia/mês/ano. Nome e assinatura do advogado. Nº da OAB/Estado. 4 RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES, 1 - DOS FATOS A 1ª Vara do Trabalho de Belém-PA julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados pela reclamante, o que desafiou a interposição de recurso ordinário por ambas as partes. Todavia, o juízo a quo negou seguimento ao apelo interposto pelo ora agravante, ao fundamento de que o depósito recursal foi feito a menor, o que acarreta sua deserção. 2 - TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Em 23/05/2022, segunda-feira, foi disponibilizado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) o despacho que negou seguimento ao recurso ordinário. Dessa forma, o prazo para interposição de agravo de instrumento iniciou na quarta-feira, dia 25/05/2022, eis que se considera como publicado no dia útil subsequente (24/05/2022) ao da disponibilização no DEJT. Tempestivo o agravo de instrumento, pois protocolado até 03/06/2022. 3 - PREPARO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Para fins de interposição do agravo de instrumento, também é necessário depósito recursal, nos termos do art. 899, §7º, da CLT. Assim, a agravante junta aos autos a guia de depósito para a comprovação de seu recolhimento. 4 - MÉRITO 5 4.1 – DA REGULAR REALIZAÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL A 1ª Vara do Trabalho de Belém-PA negou seguimento ao recurso ordinário interposto pela ora agravante, sob o seguinte fundamento: 1. recurso ordinário interposto pela recorrente Helena Nunes e pelo recorrente Eduardo Macedo. 2. Recebo o recurso ordinário interposto pela reclamante, eis que preenchidos todos os pressupostos processuais. 3. Deixo de receber o recurso ordinário interposto pelo reclamado, eis que insuficiente o preparo. Em que pese o correto recolhimento das custas processuais, o depósito recursal deveria ter sido feito no valor de R$ 10.986,80, valor máximo previsto pelo TST para fins de recurso ordinário, vez que a condenação foi superior ao referido montante. O reclamado fez o recolhimento à metade, no importe de R$ 5.493,40, o que implica na deserção do seu recurso ordinário. 4. Por fim, frisa-se que não deve ser concedido prazo para a complementação do depósito recursal, eis que ausente previsão legal nesse sentido. 5. Diante do exposto, remeto o recurso ordinário obreiro para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e deixo de conhecer do apelo do reclamado, por deserto. Publique-se e intimem-se. Data, assinatura. Com a devida vênia, o r. despacho merece reparo. A sentença combatida reconheceu o vínculo de emprego de natureza doméstica, o que foi objeto de insurgência via recurso ordinário. O despacho atacado olvida da previsão do art. 899, 9º, da CLT, que autoriza o depósito pela metade quando se trata de empregador doméstico. Foi exatamente o que foi feito pelo agravante como se infere do próprio despacho, que aduz que o valor do depósito recursal foi de R$ 5.493,40 e não de R$ 10.986,80. Ora, o depósito foi feito pela metade pela autorização prevista no texto celetista, o que não foi levado em consideração pela decisão atacada. Diante do exposto, requer seja o agravo de unstrumento conhecido e provido, dando-se seguimento do recurso ordinário. 4.2 – DA INEXISTÊNCIA DE CONCESSÃO DE PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO DO DEPÓSITO RECURSAL 6 Em atenção ao princípio da eventualidade, ainda que se admita a incompletude do depósito recursal, o agravante deveria ter sido intimado para sua complementação, nos termos do art. 1007, §2º, do CPC, o que não ocorreu. A sua aplicação do Direito Processual do Trabalho já foi consolidada, como se infere da Orientação Jurisprudencial nº 140, da Subseção I de Dissídios Individuais do TST: DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS PROCESSUAIS. RECOLHIMENTO INSUFICIENTE. DESERÇÃO. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido. Dessa forma, caso se entenda pela insuficiência do depósito recursal, o que se admite somente por cautela, requer seja o agravo de instrumento conhecido e provido, a fim de que seja concedido o prazo de cinco dias úteis para sua complementação. 5- CONCLUSÃO Ante as razões acima elencadas, requer o agravante, após todas as exposições do presente agravo de instrumento, que o juízo a quo, em sede de juízo de retratação, dê seguimento ao recurso ordinário. Caso assim não se entenda, o que não se espera, pugna que o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região conheça e dê provimento ao agravo de instrumento, permitindo o destrancamento do recurso ordinário outroradenegado. Pede-se o deferimento. Local, dia/mês/ano. Nome e assinatura do advogado. Nº da OAB/Estado. 7 1) O magistrado tem que conceder prazo para que a parte faça o depósito recursal quando ele é inexistente? 2) Existe alguma outra forma de se realizar o depósito recursal? 3) Qual é o remédio processual para combater decisão interlocutória no Direito Processual do Trabalho? 4) Existe alguma outra decisão interlocutória que desafie recurso de imediato? 5) Quando existe um feriado é necessário realizar a sua comprovação na peça recursal? Resolução comentada
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