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DIREITO_PENAL_ESPELHO_CORRECAO_S3

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Seção 3 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
 
 
DIREITO 
PENAL 
 
 2 
 
 
 
Agora, após a negativa da revogação da prisão preventiva, com a consequente ação penal sendo 
oferecida, o ponto de análise é qual peça deve ser manejada. In casu, a peça cabível é a defesa 
preliminar prevista no artigo 55 da Lei nº 11.343/06, em que se vislumbram todos os requisitos legais 
do referido instrumento processual. 
Conforme já alertado, a fundamentação com base constitucional deve sempre ser buscada, servindo 
no caso em tela aquela prevista no art. 5º, LV, CF, sendo salutar citar, ao início, pelo menos algum 
artigo da Constituição. 
Na sequência, deve ser citada alguma doutrina de peso para robustecer a peça processual, de forma 
a demonstrar que se conhece o pensamento doutrinário acerca da matéria. Nesse ponto, destaca-
se a magistral conceituação do instituto da defesa preliminar prevista na obra do Professor Renato 
Brasileiro, nesses termos: 
Esta peça defensiva visa evitar o processo como pena, isto é, impedir a instauração 
de um processo leviano, com base em acusação que a apresentação de defesa 
preliminar antes do recebimento da peça acusatória possa, de logo, demonstrar de 
toda infundada. A dialética inicial proporcionada pela defesa preliminar é de singular 
importância. (LIMA, 2020, p. 1410) 
 
Passando-se ao plano infraconstitucional, deve ser exaurido o artigo 55, Lei nº 11.343/06, atentando-
se para os apontamentos que a peça processual necessita, conforme letra da lei a seguir citada: 
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa 
prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir 
preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, 
especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar 
testemunhas. 
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-
Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. 
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 
10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. 
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. 
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a 
apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. (BRASIL, 2006, [s. p.]) 
Na prática! 
 
 3 
Como se trata de peça envolvendo a Lei nº 11.343/06, eventuais artigos pertinentes devem ser 
lembrados, como aqueles que tratam da necessidade do laudo definitivo para a instrução processual 
dos crimes envolvendo drogas. Ademais, a citada peça também possui prazo legal, o qual deve ser 
observado. 
Quanto à competência, tendo em vista que o fato ocorreu na comarca de São Paulo/SP, será 
endereçada a peça ao juiz dessa jurisdição. 
Após demonstrar a fundamentação constitucional e legal da peça consubstanciada na defesa 
preliminar, você deverá requerer o não recebimento da citada ação penal, invocando-se todas as 
teses defensivas possíveis, desde nulidades até à inépcia da denúncia criminal. 
Colocar local, data, assinatura e OAB na peça, mas tomando muito cuidado para não inventar dados, 
já que isso identificaria a questão e desclassificaria o candidato do certame. 
 
EXMO SR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP 
 
 
Fulano de tal, já qualificado nos autos, vem por meio de seu advogado (procuração anexa), 
apresentar DEFESA PRELIMINAR, com fundamento no 55 da Lei nº 11.343/06, pelos seguintes fatos 
e fundamentos: 
 
DOS FATOS 
 
Conforme ocorrência policial já inserida nos autos, o acusado foi flagrado dentro de sua residência 
com vários comprimidos de ecstasy. Também chamado de droga do amor, o ecstasy é uma droga 
psicoativa, conhecida quimicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviada por MDMA. 
Os policiais civis que estavam fazendo a investigação, lastreada em denúncia anônima, entraram em 
sua residência sem mandado judicial, valendo-se do conceito de que o crime é classificado como 
permanente, podendo o flagrante ser dado a qualquer momento e sem autorização judicial. Ademais, 
ingressaram na residência sem qualquer consentimento do morador. 
Questão de ordem! 
 
 4 
Com sua prisão em flagrante, Fulano de tal fora encaminhado para a audiência de custódia que fora 
realizada um mês depois do fato. O fato se deu na comarca de São Paulo/SP. 
Foi requerido o relaxamento da prisão em flagrante, tendo em vista que ela não fora feita de forma 
legal, uma vez que se descumpriu o art. 310, caput, CPP, que exige o prazo de 24 horas para a sua 
realização, bem como não estavam presentes os requisitos da prisão preventiva, forte, ainda, que a 
investigação foi lastreada em denúncia anônima e o flagrante foi feito sem observar os balizamentos 
jurisprudenciais de consentimento do morador. 
Todavia, o magistrado entendeu por bem decretar a prisão preventiva, afirmando que o prazo de 24 
horas é considerado impróprio e não merece ser seguido à risca, além disso corroborou as 
declarações do Ministério Público de que o acusado é rico e isso pode ensejar a prisão com base na 
garantia da ordem pública, bem como ele poderia fugir do país e ameaçar testemunhas, em razão 
da sua excelente condição financeira. 
Por fim, o magistrado entendeu que por tratar-se de crime permanente, o flagrante poderia ser dado 
a qualquer tempo, independentemente de autorização judicial, bem como que a inexistência de 
consentimento do morador para o ingresso em sua residência constitui mera irregularidade. 
Dessa forma, o réu foi preso preventivamente na cidade de São Paulo/SP, enviando-se os autos 
para o Delegado de Polícia responsável, tendo sido o feito distribuído para o juiz da 1ª Vara Criminal 
da Capital. 
Além disso, a autoridade policial não requereu a realização do laudo definitivo. 
Sendo assim, foi requerida a revogação da prisão preventiva, mas houve o indeferimento e o Juiz 
determinou que o processo fosse para o Ministério Público. O promotor de justiça responsável pelo 
caso requereu que a autoridade policial procedesse ao relatório final, o que foi feito com o respectivo 
indiciamento. Nesse diapasão, foi oferecida denúncia pelo crime previsto no artigo 33, caput, da Lei 
nº 11.343/06, na forma do artigo 71, CP, pois foram encontrados vários comprimidos na mesma 
ocasião fática. Após, o juiz determinou, na data de 28 de abril de 2022, quinta-feira, que se intimasse 
a Defesa do acusado para apresentar a peça processual cabível, sendo que tal intimação ocorrera 
em 29 de abril de 2022, sexta-feira. 
Assim, vem requerer o não recebimento da denúncia ministerial, de acordo com os fundamentos a 
seguir expostos. 
 
 
 
 
 5 
DOS FUNDAMENTOS 
DO CABIMENTO DA DEFESA PRELIMINAR 
 
Está prescrito na Constituição Federal em seu artigo 5°, LV, que serão assegurados o contraditório 
e a ampla defesa a todos os litigantes. Nesses termos: 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. (BRASIL, 1988, [s. p.]) 
 
Com essa visão, toda pessoa poderá defender-se de qualquer imputação que lhe seja feita, pois a 
Constituição Federal assegura o contraditório e a ampla defesa, ainda que se trate de um crime 
equiparado a hediondo, como é o caso do tráfico de drogas. 
A chamada defesa preliminar, como bem ensina o Professor Renato Brasileiro, é uma oportunidade 
que o acusado tem de ser ouvido antes de o juiz receber a peça acusatória, in verbis: 
 
Esta peça defensiva visa evitar o processo como pena, isto é, impedir a instauração 
de um processo leviano, com base em acusação que a apresentação de defesa 
preliminar antes do recebimento da peça acusatória possa, de logo,demonstrar de 
toda infundada. A dialética inicial proporcionada pela defesa preliminar é de singular 
importância. (LIMA, 2020, p. 1410) 
O artigo 55 da Lei nº 11.343/06 fundamenta a aludida peça defensiva, nesses termos: 
 
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer 
defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá 
argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 
(cinco), arrolar testemunhas. 
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do 
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. 
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para 
oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. 
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. 
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, 
determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. 
(BRASIL, 2006, [s. p.]) 
 
 
 6 
Nessa linha de pensamento, vem o acusado apresentar a defesa preliminar no prazo legal de dez 
dias, cuja contagem iniciou-se na segunda-feira, dia 02 de maio de 2022, primeiro dia útil seguinte à 
intimação, que fora em 29 de abril de 2022, findando-se no dia 11 de maio de 2022, exatamente a 
data que está sendo apresenta a defesa do acusado. 
 
DO DESCUMPRIMENTO DAS DISPOSIÇOES PREVISTAS NOS 
ARTIGOS 50 E SEGUINTES DA LEI Nº 11.343/06 
 
Deve ser ressaltado como inobservância do princípio do devido processo legal que não se cumpriram 
as disposições previstas na lei própria de regência. 
Ora, inexistem os laudos periciais pertinentes para o correto processamento de alguém nos moldes 
da Lei nº 11.343/06, sendo caso patente de ausência de materialidade. 
De forma a explicitar a matéria tratada nesse tópico, traz-se ao conhecimento de Vossa Excelência 
a redação legal, com o fito de facilitar a compreensão, in verbis: 
 
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, 
imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto 
lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) 
horas. 
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da 
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade 
da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará 
impedido de participar da elaboração do laudo definitivo. 
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, 
certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição 
das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo 
definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 
 
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente 
no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade 
sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) 
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas 
referida no § 3º , sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, 
certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 
2014) 
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em 
flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da 
data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo 
 
 7 
definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a 5º do art. 50. 
(Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014). (BRASIL, 2006, [s. p.]) 
 
Destarte, houve flagrante descumprimento daquilo que consta da legislação específica e pertinente 
da matéria, inexistindo materialidade pelo delito de tráfico de drogas. 
 
DA NÃO APLICAÇAO DO ARTIGO 71, CP 
 
Tendo em vista que o tipo penal previsto no artigo 33, caput, Lei n. 11.343/06 é considerado tipo 
misto alternativo, em que a prática de um verbo previsto no mesmo ou todos permite a conclusão de 
que há apenas um crime, não pode prosperar a tese acusatória de aplicação da continuidade delitiva. 
O fato de terem sido encontrados vários comprimidos proibidos por lei não permite a afirmativa de 
que são vários crimes de tráfico de drogas, havendo, se for o caso, a capitulação de um único crime 
previsto no citado artigo legal. 
Assim, por eventualidade de ser recebida a denúncia ministerial, a defesa requer seja considerado 
um único crime do artigo 33, caput, Lei nº 11.343/06. 
 
DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, respeitosamente, vem requerer o que se segue: 
a) Não foi juntado o laudo definitivo de materialidade das drogas, o que impede o prosseguimento do 
feito. 
b) Caso se entenda pelo recebimento da denúncia, apenas por amor ao debate, requer a 
desconsideração do artigo 71, CP, devendo ser capitulada apenas uma infração penal pelo crime 
previsto no artigo 33, caput, Lei nº 11.343/06. 
c) Sendo recebida a denúncia, manifesta-se pela oitiva das testemunhas a seguir arroladas: 
 Testemunhas 
1- Xxxxxxxx 
2- Xxxxxxxx 
3- Xxxxxxxx 
4- Xxxxxxxx 
5- Xxxxxxxx 
 
 8 
Nestes termos, pede-se deferimento 
São Paulo, 11 de maio de 2022. 
Assinatura 
OAB 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 
DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 maio 2022. 
BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas 
sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção 
social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não 
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2006 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11343.htm. Acesso em: 4 jun. 2022. 
LIMA, R. Manual de Processo Penal: volume único. 8. ed. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020. p. 
1410.

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