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APOSTILA-AUDITORIA-DE-CUSTOS-1

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 AUDITORIA ................................................................................................ 5 
3 CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E 
EXTERNA .................................................................................................. 6 
3.1 Auditoria interna ................................................................................... 7 
3.2 Auditoria externa ................................................................................ 10 
3.3 Principais diferenças .......................................................................... 11 
4 ÓRGÃOS REGULADORES DA PROFISSÃO DE AUDITOR ................... 13 
4.1 Nacionais ............................................................................................ 13 
4.2 Internacionais ..................................................................................... 14 
5 CUSTOS ................................................................................................... 15 
6 AS TERMINOLOGIAS USADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS ..... 17 
6.1 Classificação dos custos .................................................................... 19 
7 INICIANDO UMA AUDITORIA .................................................................. 20 
7.1 Riscos e controles .............................................................................. 21 
7.2 Walkthrough ....................................................................................... 23 
7.3 Papéis de trabalho ............................................................................. 24 
8 NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA PÚBLICA .................................... 26 
9 TESTES .................................................................................................... 28 
10 RESULTADOS DE UMA AUDITORIA ................................................... 31 
10.1 Relatórios de auditoria .................................................................... 32 
10.2 Relatório de auditoria independente e carta de controles internos . 33 
10.3 Conteúdo......................................................................................... 33 
10.4 Estrutura.......................................................................................... 34 
10.5 Relatório de auditoria interna .......................................................... 36 
10.6 Benefícios ....................................................................................... 37 
 
11 RESULTADOS DE AUDITORIA PÚBLICA ............................................ 38 
11.1 Relatório de auditoria ...................................................................... 39 
11.2 Comunicação dos resultados .......................................................... 40 
11.3 Relatório de auditoria pública .......................................................... 42 
11.4 O que não deve constar no corpo do relatório ................................ 43 
11.5 Elementos do relatório de auditoria ................................................. 44 
12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 AUDITORIA 
Fonte: meuamigocontador.com.br 
A palavra auditoria, segundo Basso (2005, p. 93), “em Latim, quer dizer “alguém 
que ouve e pensa, que tem a função de informar a um tribunal sobre a legalidade dos 
atos”, e o “termo auditor, [...] “aquele que ouve”, ou “ouvinte”, [...] aquele que daria 
opinião sobre algo que comprovou ser verdade ou não. ” (SÁ, 2002, p. 21). 
Com o crescimento do mercado de auditoria ao longo dos anos, muitos nichos 
importantes foram explorados. Neste contexto, dois principais escopos no mercado 
de auditoria surgiram. Na Itália do século XV, os primeiros auditores surgiram através 
do trabalho excepcional como guarda-livros, que trabalhavam para os mercadores da 
época. 
Dentre os vários conceitos de auditoria, destaca-se o de Sá (1998, p.25), o qual 
afirma que a auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos 
registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração 
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre 
situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer 
ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. 
Franco (1992, p.22), por sua vez, define auditoria como, a técnica contábil que 
através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de 
registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações, 
relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos 
de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo 
 
6 
 
com os princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações 
contábeis dele decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira 
do patrimônio, os resultados de período administrativo examinado e as demais 
situações nela demonstradas. 
Segundo Jund (2001, p. 5), Apesar de formalmente organizada em 26 de março 
de 1957, quando formado o Instituto de Contadores Públicos no Brasil, em São Paulo, 
a auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, por ato do Banco Central do 
Brasil. O fortalecimento da atividade, todavia, ocorreu em 1972, por regulamentações 
do Banco Central do Brasil, Conselho Federal de Contabilidade e pela Formação de 
um órgão nacional para congregação e autodisciplinação dos profissionais, o Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil. 
Ao longo dos anos, com a regulamentação da profissão, surgiram empresas 
especializadas, ocupando o nicho de serviços de auditorias independentes. Para 
regulamentar esse trabalho, foi necessária a criação de regras e padrões. Nasciam, 
então, os principais órgãos vinculados à profissão de auditoria. 
3 CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E 
EXTERNA 
Pode-se classificar auditoria de duas formas: externa e interna. 
De acordo com Attie (1998, p.174), a auditoria externa, “é aquela realizada por 
profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade 
auditada, e que poderá ser contratado para auditoria permanentemente ou 
eventualmente”. 
Com relação a auditoria interna, Attie (1998, p.175), afirma que, é aquela 
exercida por funcionários da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu 
vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta 
independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor 
externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem. 
Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculode emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à 
administração da empresa deve ser apenas com o aspecto funcional. 
 
7 
 
Conforme MATTOS (2016), o trabalho do auditor interno e do auditor externo, 
na maioria das vezes, tem focos diferentes, no entanto, em ambos os campos de 
atuação os trabalhos devem ser pautados por compromisso ético, dedicação e técnica 
que requer a profissão de auditor. Em determinados casos, os trabalhos dos auditores 
internos e externos podem ser compartilhados com os auditores externos, o que 
demonstra que, do ponto de vista técnico, as profissões se assemelham. 
3.1 Auditoria interna 
Ainda de acordo com MATTOS (2016), a auditoria interna é uma área de staff 
dentro da empresa, trata-se de uma equipe de auditores que possui vínculo 
empregatício com a empresa e trabalha a serviço da alta administração. Ainda que o 
auditor interno faça parte do quadro laboral da empresa, seu trabalho precisa ser 
realizado com maior grau de independência possível, ou seja, a área de auditoria deve 
se reportar para o mais alto nível hierárquico da empresa, para que toda e qualquer 
inconformidade seja devidamente levada a conhecimento da alta administração. 
Além disso, outros dois fatores são de extrema importância no trabalho da 
auditoria interna: 
 Periodicidade dos testes: a equipe de auditores internos trabalha em tempo 
integral dentro de uma única empresa, os trabalhos de averiguações de áreas 
e controles-chave acontecem com maior frequência. 
 Profundidade dos testes: os testes feitos pela auditoria interna tendem a ser 
realizados com excelente nível técnico, pois além dos conhecimentos básicos 
da profissão de auditor, a equipe interna, geralmente, tem grande 
conhecimento dos processos e normas da empresa e conseguem fornecer 
excelente cobertura aos riscos dos negócios no qual operam. 
De acordo com Paula (1999, p.40), a auditoria interna é importante para a 
entidade porque: 
 É parte essencial do sistema global de controle interno; 
 Leva ao conhecimento da alta administração o retrato fiel do 
desempenho da empresa, seus problemas, pontos críticos e 
necessidades de providências, sugerindo soluções; 
 Mostra os desvios organizacionais existentes no processo decisório 
e no planejamento; 
 É uma atividade abrangente, cobrindo todas as áreas da empresa; 
 É medida pelos resultados alcançados na assessoria à alta 
administração e à estrutura organizacional, quanto ao cumprimento 
 
8 
 
das políticas traçadas, da legislação aplicável e dos normativos 
internos; 
 Apresenta sugestões para a melhoria dos controles implantados ou 
em estudos de viabilização; 
 Recomenda redução de custos, eliminação de desperdícios, 
melhoria da qualidade e aumento da produtividade; 
 Assegura que os controles e as rotinas estejam sendo corretamente 
executados, que os dados contábeis merecem confiança e refletem 
a realidade da organização e que as diretrizes traçadas estão sendo 
observadas; 
 Estimula o funcionamento regular do sistema de custos, controle 
interno e o cumprimento da legislação; 
 Coordena o relacionamento com os órgãos de controle 
governamental; 
 Avalia, de forma independente, as atividades desenvolvidas pelos 
diversos órgãos da companhia e por empresas controladas e 
coligadas; 
 Ajuda a administração na busca de eficiência e do melhor 
desempenho, nas funções operacionais e na gestão dos negócios da 
companhia. 
Uma equipe de auditoria interna, para gerar valor para à empresa, precisa estar 
apta a realizar diferentes tipos de auditoria. Precisa ter conhecimento sobre normas 
técnicas e práticas de mercado relativas à contabilidade, para poder averiguar os 
dados contábeis e acompanhar o trabalho de auditoria interna. Também necessita 
conhecer as diretrizes operacionais internas, bem como detalhes dos processos para 
realizar trabalhos operacionais, contribuindo, assim, com a identificação de riscos e 
melhoria contínuas. Além disso, precisa ter habilidade técnica para conduzir auditorias 
de gestão, além de apoiar a empresa em projetos e reestruturações. 
A auditoria interna desempenha uma função extremamente importante dentro 
das organizações, seu papel é prestar serviço a alta administração da 
empresa, apoiando no controle dos bens ativos, no acompanhamento do 
andamento de processos e cumprimento das normas internas. Cabe à 
auditoria interna garantir um ambiente de controles internos saudável, bem 
como realizar as devidas recomendações sobre possíveis melhorias, quando 
necessário. MATTOS, 2016. 
Por isso, o conhecimento técnico e a formação acadêmica da uma equipe de 
auditores internos pode variar, pois precisa acompanhar as necessidades dos 
negócios. Profissionais de administração de empresas e contabilidade são 
mandatórios na composição de uma equipe de auditoria interna, pois somente eles 
podem dar cobertura a alguns tipos de trabalhos. 
Attie (1988, p.29) resume os objetivos da auditoria interna da seguinte forma: 
 
9 
 
 Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras 
operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar 
estas informações; 
 Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas, 
planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre 
operações e relatórios, e determinar se a organização está em conformidade 
com as diretrizes; 
 Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário, 
comprovar sua existência real; 
 Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica; 
 Examina operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis 
com os planos e se estas operações e estes programas são executados de 
acordo com o que foi planejado; e 
 Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas 
as providências necessárias a respeito de suas descobertas. 
Por vezes, a auditoria interna acaba prestando serviços de consultoria para as 
mais variadas áreas da empresa, pois antes de os gestores das referidas áreas 
tomarem uma decisão estratégica, acabam consultado a auditoria interna com o intuito 
de averiguar os reflexos das ações desejadas em outras áreas da empresa ou até 
mesmo em termos de compliance das normas externas. Porém, cabe salientar que a 
auditoria interna não tem poder de decisão sobre os processos, apenas faz 
recomendações baseadas em aspectos técnicos. 
Os trabalhos de auditoria interna são baseados em princípios éticos, 
procedimentos técnicos e metodologia, como descritos a seguir: 
 Testes de observância: visam à obtenção de uma segurança razoável quanto 
aos controles internos estabelecidos pela administração, se estão em efetivo 
funcionamento e, inclusive, quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da 
entidade. 
 Teste substantivos: visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, 
exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da 
entidade. 
 Papéis de trabalho: são compostos por evidências (documentos) e 
apontamentos feitos pelo auditor ao longo do trabalho, visando a amparar as 
informações citadas em seu parecer. 
 
10 
 
3.2 Auditoria externa 
MATTOS (2016), afirma quer auditoria externa, ou auditoria independente, 
cumpre uma função muito importante na sociedade. Seu trabalho se assemelha ao 
trabalho do auditor interno em alguns aspectos, porém há importantes fatores que 
diferenciam esses profissionais. O primeiro deles, e de maior importância é o vínculo 
trabalhista. O auditor externo não tem vínculo trabalhista com a empresa auditada, ele 
é um prestador de serviço, fato que gera maior independência nos trabalhos e, 
consequentemente, na emissão do parecer. 
A independência é tão importante para o trabalho do auditor externo, que a 
comissão de valores imobiliários (CVM) institui normas relativas ao prazo em que uma 
firmade auditoria pode permanecer prestando serviço para uma empresa auditada. A 
norma estipula um prazo máximo de vínculo de 5 anos, depois desse prazo, a auditada 
deve buscar uma nova firma de auditoria externa para avaliar suas demonstrações 
contábeis, e só poderá recontratar o antigo parceiro, depois de três anos. Está regra 
se aplica, fundamentalmente, a todas as empresas vinculadas a CVM. Lembrando 
que a CVM é a comissão de valores mobiliários, responsável pela regulamentação do 
mercado de capitais no Brasil. 
O objetivo principal de uma auditoria externa é examinar os registros contábeis, 
por meio de procedimentos técnicos e emitir parecer em parcial acerca dos dados 
averiguados. Como consequência deste trabalho, é possível identificar uma fraude. 
Além disso, é preciso saber que não é escopo do auditor externo emitir parecer e 
recomendações sobre a qualidade de produtos, em geral, essas atividades são 
desempenhadas por áreas específicas dentro das empresas e, por vezes, passam por 
auditoria interna. 
Segundo Attie (1992, p.35), 
 A existência de auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria 
interna e tampouco a recíproca é verdadeira, pois cada uma delas dispõe de 
uma função e tem diferentes objetivos. O trabalho conjugado entre ambas 
deve ser incentivado como forma de evitar duplicidade de trabalho, assim 
como promover a redução de custos de ambas as partes. 
É mandatório que os profissionais de auditoria externa, que realizam auditorias 
de balanço, tenham formação em ciências contábeis, contudo, uma empresa de 
auditoria também conta com profissionais de outras áreas, responsáveis pela 
cobertura de outros serviços ofertados por essas firmas. Cabe, no entanto, salientar 
 
11 
 
que o principal produto e o mais reconhecido no mercado é de fato a auditoria das 
demonstrações financeiras e controles-chave relacionados à contabilidade. 
Outro ponto importante e característico do trabalho da auditoria externa é a 
profundidade dos testes. O auditor externo possui algumas limitações em relação aos 
auditores internos no que se refere ao grau de conhecimento dos negócios e, também, 
não tem o mesmo prazo para realização dos testes, geralmente é menor. Dessa 
forma, a profundidade dos testes não é a mesma obtida em uma auditoria interna. 
3.3 Principais diferenças 
Agora que já conheceu um pouco mais das características das auditorias 
interna e externa e que o dever ético, o escopo e os testes dos auditores internos 
externos são tecnicamente semelhantes, vamos elencar e comparar as diferenças. 
Segundo Crepaldi (2011, p. 39), ambas possuem diferenças em relação ao seu 
trabalho e as principais características são a: 
 Extensão dos trabalhos: o escopo dos trabalhos feitos pelo auditor interno 
normalmente é determinado pela gerência, enquanto a extensão do exame do 
auditor externo é determinada pelas normas usuais reconhecidas no país ou 
requeridas por legislação específica; 
 Direção: o auditor interno dirige seus trabalhos para assegurar que o sistema 
contábil e de controle interno funcionam eficientemente, a fim de que os dados 
contábeis fornecidos à gerencia apresentem os fatos com exatidão. Os 
trabalhos do auditor externo, entretanto, são determinados por seu dever de 
fazer com que as demonstrações contábeis a serem apresentadas a terceiros, 
como por exemplo a acionistas, investidores, fornecedores, à fiscalização, 
reflitam com propriedade a situação contábil de uma empresa em certa data, e 
os resultados das operações do período examinado; 
 Responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno é para com a 
gerência, ao passo que a responsabilidade do auditor externo geralmente é 
mais ampla. É evidente que o auditor interno, sendo funcionário da empresa, 
não tem a condição de total independência que possui o auditor externo; 
 Método: não obstante as diferenças apontadas, os trabalhos de ambos são 
efetuados em geral por métodos idênticos. O auditor interno segue mais as 
rotinas de cunho interno, ou seja, observa o cumprimento rígido das normas 
 
12 
 
internas, pois ele tem domínio da cultura da empresa, enquanto o auditor 
externo observa mais o cumprimento das normas associadas às leis de forma 
bem ampla, ele tem melhor domínio dos aspectos de interesse coletivo. 
 Veja, nos Quadros abaixo, mais algumas das principais diferenças entre essas 
duas profissões. 
Fonte: Apostila do Curso de Formação de Auditores do Banco do Brasil -BB, (97/98) 
Fonte: Características das profissões por MATTO, (2016) 
 
13 
 
4 ÓRGÃOS REGULADORES DA PROFISSÃO DE AUDITOR 
O crescimento da demanda no mercado de auditoria acompanhou a 
globalização e as respectivas evoluções do mercado ao redor do mundo. Por esse 
motivo, surgiu a necessidade da formação de fóruns e comitês para discutir o tema 
auditoria e outros relacionados à profissão do auditor. Cabe salientar que o auditor 
precisa estar atento as mudanças legislativas no mercado interno e externo, pois 
essas mudanças afetam diretamente seu dia a dia. Logo, é possível afirmar que o 
estudo sobre o trabalho e abrangência dos órgãos reguladores é de primordial 
importância para a formação do auditor. 
4.1 Nacionais 
 CVM – Comissão de Valores Mobiliários 
A CVM é um órgão nacional, vinculado ao ministério da fazenda, que tem como 
finalidade acompanhar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Por meio de sua 
Instrução Normativa nº 308, delibera sobre os direitos e deveres das auditorias 
independentes, tratando de trabalhos envolvendo empresas que operam no mercado 
de capitais brasileiro. 
 
 IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
O IBRACON tem como principal objetivo a luta em prol do fortalecimento da 
profissão de auditor independente e das estruturas de mercado no Brasil, além disso 
é a instituição autorizada a traduzir o Livro Normas Internacionais de Relatório 
Financeiro (IFRS). 
 
 CFC e CRC – Conselho Federal e Regional de Contabilidade 
O CFC é responsável pela regulamentação da profissão contábil e pela 
emissão de normas que norteiam o trabalho de contadores e auditores internos e 
externos, em relação a trabalhos de auditoria contábil ou de avaliação de controles 
internos que afetam a situação patrimonial ou resultado das empresas. 
 
 IIA Brasil – Instituto dos Auditores Internos do Brasil 
 
14 
 
O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos 
nas organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capacitação 
dos executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profissional no mercado. 
4.2 Internacionais 
 IASB – International Accounting Standards Board 
Criado em 2001, com sede em Londres, o IASB é responsável pelo estudo e 
divulgação das normas contábeis internacionais (IFRS, do inglês International 
Financial Standards Reports). 
 FASB – Financial Accounting Standards Board 
Também é responsável pelo estudo e divulgação de normas técnicas da 
contabilidade chamadas FAS, do inglês financial accounting standards. Porém as 
normas emitidas por essa entidade estão restritas a empresas do mercado financeiro 
americano. Não são consideradas normas internacionais como o IFRS. 
IFAC – International Federation of Accountants 
Criado em 1977, com sede nos Estado Unidos, o IFAC é responsável por emitir 
orientações contábeis e de auditoria em aspectos como: 
IAS (normas e procedimentos internacionais de auditoria) por meio do apoio ao 
IAASB; 
Código de ética sobre dos profissionais de contabilidade; 
Procedimentos internacionais de contabilidade gerencial e governamental. 
 
IAASB – International Auditing and Assurance Standards Board 
Criado em 1978, nos Estados Unidos, é intitulado como organismo de 
normatização e tem como finalidade estabelecer normas internacionais sobre 
auditoria, revisão, outras assegurações, controle de qualidade e serviços 
relacionados. Também trabalha para melhorara qualidade da prática dos auditores 
em todo o mundo. 
 
PCAOB – Public Company Accounting Oversight Board 
Ativo desde 2002, também com sede nos Estado Unidos, foi criado em conjunto 
com a Lei SOX (Sarbanes-Oxley), com a fi nalidade de fi scalizar auditores e, 
consequentemente, proteger os interesses dos investidores. Embora aplicável às 
 
15 
 
empresas que estão submetidas a SOX, o PCAOB tem como missão estabelecer as 
normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação aos 
processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria. 
5 CUSTOS 
Fonte:blbbrasil.com.br 
De acordo com SANTOS, (2018) a contabilidade de custos é importante em 
decorrência da utilização dos dados constantes na contabilidade, a fim de identificar 
o desempenho e a escolha do método adequado pelas empresas. Vale destacar que 
os custos auxiliam as organizações a atingirem suas metas. 
As informações relativas à contabilidade de custos devem ser fornecidas 
adequadamente para embasar a tomada de decisão das organizações, tanto em nível 
gerencial, quanto estratégico. 
As decisões são tomadas com base nas informações adquiridas mediante a 
análise dos custos, pois é imprescindível obter informações fidedignas em relação aos 
custos para assim alcançar um resultado operacional positivo. 
A inexistência de informações sobre os custos poderá ameaçar a 
permanência da organização no mercado, tendo em vista que todas as 
decisões operacionais e financeiras da empresa são influenciadas pelo 
conhecimento da composição dos custos dos produtos, das mercadorias ou 
dos serviços que a empresa oferece. SANTOS, 2018. 
Santos, (2018) destaca que mesmo as empresas que fazem uso das 
informações dos custos podem sofrer ameaças. Isso ocorrerá se os gestores não 
utilizarem essas informações de modo apropriado para a tomada de decisão. 
 
16 
 
Ao tomarem decisões sobre produtos, preço e redução de custos, que são de 
extrema relevância para qualquer organização, os gestores dependem da execução 
do controle total e eficaz relativa aos custos, já que, por meio de tais informações, é 
possível verificar a conduta dos gestores nas ações desempenhadas pela entidade. 
A contabilidade de custos é utilizada na tomada de decisão devido à sua 
precisão na apuração, à análise e à apresentação das informações, proporcionando 
análise e controle dos custos unitários. Dessa forma, os gestores podem tomar 
decisões relevantes e ágeis que coloquem a organização à frente das suas 
concorrentes no mercado de forma competitiva, proporcionando, assim, a 
maximização da lucratividade. 
Diante da concorrência do mercado e da globalização, torna-se indispensável 
o gerenciamento dos custos para garantir que a organização tenha continuidade com 
lucratividade no mercado em que está inserida. 
A importância da contabilidade de custos para os gestores na tomada de 
decisão de acordo com Bruni e Famá (2004 apud SANTOS , 2018). 
 Tomada de decisão - O gestor decide pelas informações dos custos sobre a 
população, envolvendo o quê, quanto, como e quando produzir, tomando 
decisões sobre a formação de preços e sobre a escolha entre produção própria 
ou terceirização. 
 Controle - A aplicação dos custos permite o monitoramento das operações e 
dos recursos, como estoques, modificação dos padrões e orçamentos e análise 
entre o previsto e o realizado. 
 Definição do lucro - Aplicando dados reais do registro convencionais contábeis, 
procedendo de modo diferente, fazendo com que sejam mais úteis à gestão da 
empresa. 
Assim podemos concluir que o gestor faz uso das informações dos custos para 
decidir sobre a expansão da produção de um bem ou serviço. 
É possível que algumas vezes também seja preciso decidir sobre comprar um 
produto para revenda ou produzi-lo, o que também implica decisões importantes que 
dependem da análise dos custos que acarretarão sobre o processo. 
 
17 
 
6 AS TERMINOLOGIAS USADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
Ainda de acordo com SANTOS, (2018) nas organizações em que há 
profissionais de diferentes áreas, as palavras gastos, custos e despesas podem 
remeter ao mesmo significado, do mesmo modo como desembolso e investimento, 
também podem levar ao mesmo entendimento. 
A área de custos possui suas próprias terminologias, porém, em alguns 
momentos, estas podem ser utilizadas de maneira equivocada, dessa forma, é preciso 
entender o que significa cada uma dessas nomenclaturas. Portanto, analise a 
terminologia utilizada em custos direto, indireto, fixo, variável, semivariável e semifixo: 
 Gasto: é o valor que a empresa contrai, a fim de adquirir bens ou serviços, 
correspondendo à entrega ou ao compromisso de entrega de ativos 
(geralmente em dinheiro). No gasto, existe a transferência para a propriedade 
da empresa do bem ou do serviço, que é quando ocorre o reconhecimento 
contábil da dívida que a empresa adquiriu ou mesmo da redução do ativo 
oferecido como pagamento. 
Dessa forma, podemos entender que o gasto está vinculado à aquisição de um 
produto ou serviço qualquer que terá, por consequência, um sacrifício financeiro da 
empresa. 
 Desembolso: corresponde ao valor que deve ser pago em decorrência da 
compra de um bem ou serviço. O desembolso pode ocorrer em momento 
diferentes, ou seja, antes, durante ou depois da entrada do objeto adquirido. 
 Investimento: corresponde ao gasto estimulado em virtude da sua vida útil ou 
de seus benefícios atribuíveis a um período futuro, que, em consequência do 
seu uso, consumo ou venda, poderá se transformar em custo, despesa ou 
ainda em perda. 
Os investimentos podem ser de diversas naturezas, bem como de períodos de 
ativação variados. Por exemplo, a matéria-prima se refere a um gasto que é 
contabilizado provisoriamente como investimento circulante, já que se transforma em 
custo no momento em que é transferida para a produção, assim como a máquina 
corresponde a um gasto que se transforma em investimento, localizado no ativo não 
circulante, entre outros. 
 
18 
 
 Custo: significa um gasto que a organização possui relacionado ao bem ou 
serviço usado na produção de outros bens e serviços. 
O custo também corresponde a um gasto, porém, é identificado como custo no 
instante da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), a fim de produzir um 
bem ou cumprir um serviço. 
Exemplos: 
A matéria-prima corresponde a um gasto na sua aquisição, que posteriormente 
se transforma em investimento, ficando assim durante o tempo da sua estocagem. No 
instante da sua utilização na produção de um bem, surge o custo da matéria-prima, 
que se refere a uma parte complementar do bem que foi produzido. Desse modo, o 
bem produzido é um novo investimento. 
A energia elétrica é um gasto quando adquirida, porém, passa a ser custo 
devido ao seu uso, fazendo parte do valor agregado ao custo do produto. 
A máquina resultou de um gasto quando foi adquirida, passando a ser um 
investimento e, parceladamente, transformando-se em custo, por intermédio da 
depreciação, conforme for usada no processo de produção. 
 Despesa: são todos os gastos que a entidade possui com bens e serviços e 
que não são usados nas atividades de produção. São bens e serviços 
consumidos, de forma direta ou indireta, a fim de obter receitas. 
Entende-se que quase todas as despesas da empresa foram ou são gastas. 
No entanto, existem gastos que não são transformados em despesas. 
Diversos gastos são imediatamente transformados em despesas, já outros 
passam pela etapa de custos, existindo também os que passam por todo o processo, 
dessa forma, passando pelas etapas de investimento, custo e depois despesa. 
Exemplos: 
Salários e encargos dos colaboradores da área de vendas e do administrativo, 
energia elétrica do escritório, aluguel e seguro correspondente ao prédio onde 
funciona o administrativo, depreciação dos equipamentos do escritório. 
 Perda: representa um gastoproposital oriundo de elementos externos 
acidentais. Considera-se a perda como sendo da mesma natureza das 
despesas, sendo contabilizada de forma direta contra o resultado do 
período. 
A perda não deve ser confundida com a despesa, nem com o custo, a diferença 
fica evidente devido à sua característica de remeter a uma eventualidade e ser 
 
19 
 
instintiva, dessa forma, não representando um sacrifício que possui o intuito de 
adquirir receitas. 
As perdas se referem a itens que vão diretamente para as contas de resultado, 
do mesmo modo que as despesas. É habitual o uso da expressão perdas de materiais 
na elaboração de bens e serviços, no entanto, a maioria dessas perdas representa 
um custo, considerando que são valores comprometidos de forma normal no processo 
de produção, pertencendo a um sacrifício conhecido por antecipação, a fim de adquirir 
um produto ou serviço e também à receita pretendida. 
Diversas perdas de valores mais baixos são, na prática, normalmente avaliadas 
dentro dos custos ou das despesas, sem sua divisão, sendo concedidas em virtude 
do seu baixo valor. (SANTOS, 2018). 
Esta é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos 
dos produtos e/ou serviços. Ela tem a função de gerar informações precisas 
e rápidas para a administração e para a tomada de decisões. CREPALDI 
(2002, apud AZEVEDO, 2018). 
6.1 Classificação dos custos 
Além de várias classificações possíveis, muitos conceitos são utilizados para 
diferenciar custos de mão de obra. 
Quanto ao grau de agregação: 
 Custo total: é o montante despendido no período para fabricar todos os 
produtos. 
 Custo unitário: é o custo para fabricar uma unidade do produto. 
Quanto à apropriação dos produtos: 
 Custos diretos: segundo Crepaldi (2002), é o custo de qualquer trabalho 
humano diretamente identificável e mensurável com o produto. Exemplos: 
salários, inclusive os encargos sociais (13º, férias, FGTS, INSS), dos 
empregados que trabalham diretamente na produção. 
 Custos indiretos: diz respeito ao pessoal que trabalha com vários produtos 
ou setores e, por isso, necessita de algum critério de rateio para que os custos 
de mão de obra sejam distribuídos proporcionalmente a cada setor. Exemplos: 
em um supermercado, o pessoal que trabalha na reposição de mercadorias, ou 
nos caixas, têm os seus custos de mão de obra com a característica indireta. 
Os trabalhadores encarregados da reposição das mercadorias e os caixas do 
 
20 
 
supermercado necessitam de critérios de rateio para que os seus custos de 
mão de obra sejam distribuídos aos vários setores de um supermercado. 
Os critérios de rateio representam a forma como serão distribuídos os custos 
indiretos de fabricação (CIFs) aos produtos, ao centro de custos e ao centro 
de despesas ou receitas geradas. Esses critérios são normalmente arbitrados 
pelo gestor responsável pelo custo. Esse critério pode proporcionar 
distorções nos resultados finais. AZEVEDO, 2018. 
Quanto à sua espécie: 
 Custo com mão de obra: são os custos envolvidos com a mão de obra utilizada 
dentro da empresa. Tais custos são representados pelos salários, pelos 
encargos sociais e por outros custos ligados à mão de obra. Esses custos 
podem ser divididos em: Mão de obra direta: os custos com a mão de obra 
direta são aqueles provenientes da utilização de mão de obra empregada 
diretamente na transformação do produto e Mão de obra indireta: os custos 
com a mão de obra indireta são aqueles oriundos da utilização de mão de obra 
que não tenha atuação direta no produto. 
7 INICIANDO UMA AUDITORIA 
Fonte: blogdaqualidade.com.br 
As informações de um trabalho de auditoria são de suma importância para os 
negócios das empresas e, podem alterar estruturas e processos. Dessa forma, é 
necessário que haja uma formalização de todos os testes realizados, os quais devem 
 
21 
 
ser de extrema qualidade técnica e sigilo. É parte do trabalho de um auditor 
recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da identificação de 
inconformidades encontradas na etapa de testes. 
Segundo Crepaldi (2011), as normas de execução dos trabalhos do auditor são: 
 Planejamento e supervisão: no planejamento o auditor deve ter conhecimento 
da atividade, legislação e as práticas operacionais da empresa, e a supervisão 
direciona o trabalho dos assistentes, se os objetivos do trabalho foram 
alcançados; 
 Relevância: deve ser considerada na determinação da natureza, oportunidade 
e extensão dos procedimentos; 
 Risco de auditoria: é a expressão da opinião do auditor de forma isoladamente 
inadequada sobre as demonstrações contábeis; 
 Supervisão e controle de qualidade: a supervisão dos trabalhos é a avaliação 
do cumprimento do planejamento e do programa, se as tarefas distribuídas à 
equipe estão sendo cumpridas, se os trabalhos foram documentados e os 
objetivos dos procedimentos alcançados, e se as conclusões dos trabalhos do 
auditor permitem fundamentar sua opinião, e o controle de qualidade o auditor 
avalia periodicamente se os serviços executados estão sendo realizados 
segundo as Normas Profissionais do Auditor Independente; 
 Avaliação do sistema contábil e controle interno: são os métodos e 
procedimentos adotados pela empresa para proteger seu patrimônio, que é de 
responsabilidade da administração, devendo o auditor avaliar aplicando os 
procedimentos de auditoria, efetuando sugestões para o aprimoramento; e, 
 Papel da auditoria na redução de riscos: a demanda da auditoria é crescente, 
pois a maior preocupação dos investidores é o risco, e uma forma de protegê-
los é por meio da auditoria. 
7.1 Riscos e controles 
MATTOS, (2017) afirma que a avaliação dos riscos é uma das principais etapas 
do processo de auditoria, pois, embora a empresa auditada já tenha constituída uma 
matriz de riscos, o auditor deve iniciar o trabalho revisando, junto aos auditados, se 
não há alterações relevantes no processo que culminaram na extinção ou criação de 
novos riscos que não estavam previstos inicialmente na matriz. Em contrapartida, 
 
22 
 
deve-se verificar a existência de controles internos, sejam eles formais ou informais, 
que possam mitigar esses riscos. Alguns riscos são comuns a diversas empresas, 
pois estão vinculados a processos chave para o funcionamento de uma estrutura de 
pessoa jurídica, por exemplo, os riscos vinculados à área financeira, vendas, compras 
e fiscal. 
MATTOS, (2017) ressalta que na área financeira, existem riscos de 
manipulação de saldos bancários, de desvios de dinheiro, fraudes em baixa de títulos 
de clientes e risco operacional por falhas nos processos de pagamentos, o que gera 
passivos de juros indevidos. 
O auditor deverá averiguar a existência de controles mitigatórios para esses 
riscos e, não identificando mecanismos que mitiguem ou ao menos minimizem esses 
riscos, deverá trabalhar fortemente em evidências que demonstrem a materialização 
do risco. Caso essas evidências existam, deve demonstrar a empresa a importância 
de controlar esses pontos chaves da área financeira, a fim de evitar reincidência de 
perdas. Ao final do trabalho, o auditor deve recomendar a criação ou aprimoramento 
desses controles. 
Já em relação à área de vendas, compras e fiscal, há riscos de manipulação 
nos cálculos de comissões para os vendedores, concessões comerciais indevidas, 
concessões indevidas de adiantamento, compras superfaturadas ou sem 
necessidade, além de sonegações fiscais. Para esses riscos, é preciso avaliar se 
existem controles de acompanhamento ou revisão analítica de pagamentos de 
comissões, segregação de função e estrutura hierárquica na aprovação de condições 
comerciais diferenciadas e nas compras, bem como verificar a existência de 
mecanismos de avaliação dos níveis de estoques antes de realizar compras e também 
garantir que haja uma concorrência saudável entre os fornecedores. 
Já na área fiscal,é recomendável a existência de um controle de conciliação 
sobre o fluxo de notas de entradas e saída com as respectivas obrigações fiscais 
sobre esses eventos. A exemplo do que ocorre com a área financeira, se não constatar 
a falta de mecanismos semelhantes a estes, nas áreas que for realizar auditoria, há 
forte tendência de encontrar desvios nos processos. Ao final do trabalho, o auditor 
poderá recomendar a implantação desses controles, a fim de equilibrar a balança risco 
x controles da empresa. 
 
23 
 
7.2 Walkthrough 
De acordo com MATTOS, (2017) é bastante comum, principalmente em se 
tratando de auditorias independentes, a realização de uma etapa de auditoria 
chamada de walkthrough. Trata-se de uma etapa inicial do trabalho, em que os 
auditores realizam uma avaliação sobre o ambiente de controles e avaliam se as 
transações e processos estão ocorrendo conforme informado pelos auditados. Nessa 
etapa, pode-se averiguar também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria, 
como processos extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo. 
O auditor pode obter as respostas que busca no walkthrough questionando os 
usuários sobre o fluxo do processo e, assim, reavaliando os pontos de riscos, mas 
também pode realizar testes com amostras reduzidas para confirmar se os controles 
de fato estão funcionando. 
Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um 
termômetro para o auditor avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados. 
Porém, se tratando de auditorias independentes, a etapa de walkthrough é 
determinante para o andamento do trabalho e, se um controle apresentar falha nessa 
etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo terá a prerrogativa, por 
metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes. 
A alternativa neste caso, tanto da área auditada como da auditoria interna, é 
apresentar aos auditores independentes uma lista de controles de contingência, que 
servem como mitigadores dos riscos vinculados aos controles negativados na etapa 
de walkthrough. Essa etapa da auditoria também é utilizada por auditores internos e 
serve como termômetro para avaliação inicial dos controles e aderência a normas. 
Embora não sigam exatamente os mesmos padrões e formalidades utilizadas por um 
auditor externo, os auditores internos também realizam o walkthrough para mapear 
riscos e iniciar o processo de avaliação de controles. Porém, ao contrário do que 
ocorre em trabalhos de auditorias externas, o auditor não irá negativar o os controles 
em função da falha inicial das primeiras amostras. Para um auditor interno, uma falha 
em testes de walkthrough representa um sinal de alerta e, a partir dessas informações, 
ele pode direcionar os esforços para identificar as causas e possíveis perdas que 
estão ocorrendo no processo. 
 
24 
 
7.3 Papéis de trabalho 
MATTOS, (2017) afirma que todo o trabalho de auditoria deve, 
impreterivelmente, estar embasado em evidências, que, via de regra, são 
classificadas em evidências de finalidade e evidências de natureza. Uma evidência 
pode ser formada por um dado ou informação, seja ela documental ou não 
documental, mas, também, pode ser formada por um conjunto de informações, que 
correlacionadas demonstram a existência de fatos anormais ou até mesmo apontam 
e demonstram fraudes. 
Para formação de evidências, existem estruturas organizadas dentro de um 
trabalho de auditoria, que são denominados papéis de trabalho. Nos papéis de 
trabalho todas as informações relevantes encontradas ao longo do caminho são 
arquivadas para garantir a salvaguarda dos dados e amparar a opinião do auditor. 
Lembre-se que o parecer do auditor (interno ou externo) pode impactar de forma 
relevante, tanto o processo auditado como, dependendo da relevância do problema 
identificado, a continuidade das operações empresariais. 
Dessa forma, pode-se dizer que a arquitetura de dados, estruturada para 
amparar o resultado de uma auditoria, é de fundamental importância no trabalho do 
auditor, esses documentos podem inclusive ser solicitados em juízo, como prova em 
possíveis ações cíveis, trabalhistas ou até mesmo criminais, que podem ocorrer como 
eventos subsequentes a um trabalho de auditoria. 
Portanto, veja a seguir algumas características acerca dos objetivos e 
finalidade dos papéis de trabalho: 
Objetivos: 
 Apoiar a organização dos testes e emissão de parecer. 
 Arquivar as evidências. 
 Proporcionar consultas rápidas sobre os dados analisados e raciocínio de 
testes. 
 Possibilitar revisões sobre os testes realizados. 
 Possibilitar reflexões sobre melhorias na metodologia de trabalho 
 e testes. 
Conteúdo: 
 Fonte dos dados (p. ex., quais relatórios, quem foram os entrevistados, 
 etc.). 
 
25 
 
 Evidências e fatos relevantes identificados. 
 Escopo e planejamento de testes. 
 Conclusões. 
Cuidados: 
 Informações claras e objetivas. 
 Deve conter todas as informações úteis para revisão futura. 
 Deve respeitar a tempestividade do trabalho. 
 Deve conter uma trilha de identificação dos cruzamentos. 
 
Conforme citado, os dados dos papéis de trabalho devem estar estruturados 
de forma organizada, para que as informações possam ser facilmente identificadas, 
portanto, em determinados tipos de trabalho são exigidas estruturas comuns, como 
em auditorias contábeis realizadas por auditorias externas. Uma inteligência na 
organização de dados é requerida para facilitar o entendimento da lógica utilizada para 
chegar ao parecer, mas também para facilitar a revisão dos testes. 
MATTOS, (2017) ressalta que nos demais tipos de auditoria, se faz necessário 
preservar a organização dos papéis, respeitando hierarquias e criando codificações 
que possibilitem a identificação do raciocínio. Essa codificação pode ser indicada por 
meio de um índice, em que para cada operação auditada é atribuída uma letra ou 
número. Também são comuns em papéis de auditoria a utilização dos chamados ticks. 
Por exemplo, ao realizar uma auditoria na área financeira de uma empresa e 
está realizando testes sobre contas bancárias. Dessa forma o auditor poderá utilizar 
uma letra para identificar cada um dos bancos que será avaliado e símbolos para 
indicar os testes realizados. 
Por fim, cabe salientar que os papéis de trabalho são de propriedade dos 
auditores e devem ficar sobre a salvaguarda dessa equipe. Não é recomendável que 
esses documentos sejam compartilhados com os auditados. Os papéis de trabalho 
devem estar à disposição para eventuais consultas por pelo menos cinco anos, 
devendo-se manter a confidencialidade absoluta sobre o seu conteúdo. 
 
26 
 
8 NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA PÚBLICA 
O surgimento da auditoria pública está associado à prática que a administração 
pública realizava no controle da arrecadação de tributos e na respectiva destinação 
dos recursos. Esses processos, como se pode imaginar, se configuravam como 
oportunidade para o mau uso do dinheiro público. Crepaldi (2011, p. 225), conceitua 
normas de auditoria, da seguinte forma: 
São regras estabelecidas pelos órgãos regulares da profissão contábil, em 
todos os países, com o objetivo de regulamentar o exercício da função do 
auditor, estabelecendo orientação e diretrizes a serem seguidas por esses 
profissionais no exercício de suas funções. Elas estabelecem conceitos 
básicos sobre exigências em relação à pessoa do auditor, a execução de seu 
trabalho e ao parecer que deverá por ele ser emitido. 
No território brasileiro, a auditoria governamental encontra seu amparo legal na 
Lei n° 4.728, de julho de 1965 (BRASIL, 1965 apud MATTOS, 2017). Essa lei veio 
normatizar o funcionamento do mercado financeiro e criou a obrigatoriedade da 
prática da auditoria governamental no Brasil. 
Atualmente, estabelece-se que a auditoria governamental deve comprovar a 
legalidade das ações empreendidas pelos órgãos e entidades que compõema 
administração pública direta e indireta. Ela abrange as esferas federal, estadual e 
municipal. 
MATTOS (2017) afirma que, a auditoria governamental é um importante 
instrumento de controle. Ela possibilita uma melhor alocação de recursos públicos. 
Dessa forma, contribui para detectar e propor a correção dos desperdícios de 
recursos, da improbidade administrativa, da negligência e da omissão. Além disso, e 
principalmente, se antecipa a essas ocorrências. Portanto, procura garantir a 
observância de normas que regulamentam a aplicação desses recursos. Também 
busca garantir os resultados pretendidos em consonância com as boas práticas de 
transparência da administração pública. 
É possível considerar a auditoria governamental uma especialização dentro do 
campo da auditoria. Isso porque, apesar de seguir princípios e normas técnicas 
semelhantes às práticas de auditores em organizações privadas, ela apresenta 
peculiaridades na aplicação e sistemática específica. 
 
 
27 
 
A auditoria no setor público, especificamente, é o conjunto de técnicas que 
visa a avaliar a gestão pública e a aplicação de recursos públicos por 
entidades de direito público e privado. Isso se dá mediante a confrontação 
entre a situação encontrada e determinado critério técnico, operacional ou 
legal. MATTOS, 2017. 
De acordo com o que prevê a Instrução Normativa nº 01/2001 (BRASIL, 2001 
apud MATTOS, 2017), da Secretaria Federal de Controle, as auditorias na área 
governamental são executadas das seguintes formas: 
Direta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas diretamente 
por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal, sendo subdivididas em: 
 Centralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nos 
órgãos central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo 
Federal. 
 Descentralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nas 
unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder 
Executivo Federal. 
 Integrada: executada conjuntamente por servidores em exercício nos órgãos 
central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema 
de Controle Interno do Poder Executivo Federal. 
Indireta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas com a 
participação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle 
Interno do Poder Executivo Federal. Estes desempenham atividades de auditoria em 
quaisquer instituições da administração pública federal ou entidade privada. 
Subdividem-se em: 
 Compartilhada: coordenada pelo Sistema de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas 
ou privadas. 
 Terceirizada: executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas 
empresas de auditoria externa. 
 
Para que a auditoria no setor público seja desenvolvida com credibilidade e 
profissionalismo, é fundamental seguir algumas normas e diretrizes. A Organização 
Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI) desenvolveu as 
Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI). Elas 
 
28 
 
pretendem promover a realização de auditorias independentes e eficazes, de acordo 
com as Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS). 
Nível 1: aborda os princípios fundamentais da estrutura. 
Nível 2 (ISSAI 10-99): estabelece critérios para o funcionamento adequado e a 
conduta profissional das EFS. São requisitos como independência, transparência ética 
e controle de qualidade, que são essenciais para todas as auditorias das EFS. 
Níveis 3 e 4: tratam do desenvolvimento de cada espécie de auditoria e 
abrangem princípios profissionais reconhecidos. Estes estabelecem condições para 
uma auditoria eficiente e independente das entidades do setor público. 
9 TESTES 
Fonte: portaldeauditoria.com.br 
MATTOS, (2017) afirma que os testes de auditoria devem ser profundos e 
claros e podem estar amparados em fatos, mas também em hipóteses, ou seja, em 
cenários elaborados pelo auditor. Se tratando de auditorias contábeis, podemos dizer 
que há um padrão de testes a serem seguidos, pois eles irão determinar se as 
empresas estão ou não em compliance com a legislação vigente e, por vezes, poderão 
até mesmo identificar manipulações de informações. 
No entanto, no caso de auditorias operacionais, os testes não seguem 
obrigatoriamente um padrão, podem variar de auditor para auditor e de empresa para 
empresa, pois há diversas formas de se chegar ao mesmo resultado, além disso, 
 
29 
 
deve-se respeitar outras variáveis, como cenários econômicos, segmento de atuação 
e sazonalidades. Contudo, a lógica de alguns testes é semelhante, 
independentemente das variáveis, pois, assim como em uma matriz de riscos e 
sistemas de controles, existem áreas chaves e riscos chaves, portanto há testes para 
verificar se ocorreu materialização dos riscos. Há alguns testes que podem ser 
aplicados em trabalhos de auditorias para averiguar a existências de irregularidades 
operacionais e, por vezes, identificar desvios éticos. 
Iniciando pela área financeira, podemos observar que são inúmeros os testes 
vinculados a essa área, porém alguns deles são bastante importantes e críticos, sendo 
aplicados de forma geral. O primeiro deles está vinculado à avaliação de carteira de 
clientes inadimplentes. O auditor deve avaliar se a carteira de clientes está sendo 
devidamente monitorada e se todas as ações de cobrança estão ocorrendo 
normalmente, pois pode estar ocorrendo fraudes e procrastinação intencional das 
ações de cobrança, com objetivo de beneficiar um ou outro cliente. Além disso, pode 
existir, também, um contas a receber fictício, ou seja, uma venda inexistente que está 
registrada com a finalidade de inflar as receitas da empresa. 
Por segundo, MATTOS , (2017) afirma ainda que dentro de um contexto de 
recebíveis, deve-se avaliar se estão ocorrendo os registros e reconhecimentos de 
provisão de devores duvidosos (PDD), pois a empresa pode estar manipulando a 
qualidade de seu contas a receber, deixando de realizar as provisões de perdas para 
os casos em que o aging list1 de clientes excede os padrões estabelecidos pela 
contabilidade da empresa. Outro teste que deve realizar é o teste de origem de 
liquidações, ou seja, deve averiguar se os créditos utilizados para baixar as 
duplicatas a receber, realmente possuem contrapartida em banco, ou se foram 
baixados contra contas de despesas ou custos. 
Já na parte de pagamentos, o auditor deve realizar uma avaliação nas notas 
que foram pagas para averiguar se não foram realizados pagamentos em duplicidade, 
ou sem entrada de notas. Deve-se ter muita atenção em relação aos pagamentos 
manuais, ou seja, aqueles que não possuem documento fiscal atrelado, pois possuem 
forte característica de fraude. Avalie toda a documentação e as aprovações dos 
pagamentos. Extraia um relatório de adiantamentos e verifique se o fornecedor possui 
histórico e volume de entregas adequadas para comportar o montante de 
 
1 Aging list pode ser traduzido livremente como uma “lista de envelhecimento”. Ela é uma forma 
de listar as informações das contas a pagar e receber da empresa em tabelas separadas por períodos. 
 
30 
 
adiantamento que foi concedido e se os adiantamentos estão sendo devidamente 
descontados com as entregas que o fornecedor emitiu após a concessão do recurso. 
Analise os pagamentos e confira as datas das notas para validar se o regime de 
competência está sendo devidamente respeitado, em adição, acione os principais 
fornecedores para confirmação de saldos e, por fim, acompanhe os pagamentos 
subsequentes para averiguar se não há manipulações de passivos. 
Em relação à área comercial, MATTOS, (2017) afirma ainda que os principais 
testes a realizar estão vinculados ao reconhecimento everacidade das receitas de 
vendas, ao volume de comissões pagas e às condições comerciais concedidas aos 
clientes. Outras inconformidades relacionadas ao atendimento a clientes e pós-
vendas podem ser apontadas, porém esses testes irão depender de outras variáveis, 
como a estrutura de processos da empresa. 
Um teste muito comum em auditorias externas é o de reconhecimento da 
receita, que deverá seguir os padrões contábeis, para verificar se a área vem 
cumprindo esse procedimento adequadamente. É preciso avaliar o tipo de frete de 
cada uma das vendas e validar se eles estão adequados a tempestividade do registro 
da receita na contabilidade. Cabe salientar que, em alguns casos, esse processo está 
sob responsabilidade da área contábil, mas ainda assim poderá avaliar esse tópico 
em trabalhos na área comercial e criticar o inconterm2 utilizado na operação. Outro 
teste bastante importante é o de veracidade das vendas, no qual o auditor poderá 
confirmar, averiguando a efetiva saída de mercadorias dos estoques, analisando o 
comprovante de entrega dos materiais e também analisando a liquidação dos 
recebíveis. 
Fraudes em comissões e concessões comerciais são bastante comuns na área 
comercial das empresas, para averiguar a existência de irregularidades, o auditor 
deve procurar concentrações de vendas, criar critérios de avaliação analítica de 
percentuais de comissões e valores de comissões pagas e avaliar se os clientes dos 
vendedores que receberam a comissão realmente estão pagando suas duplicatas. 
Além de analisar as condições comerciais, como prazo de pagamento e descontos 
concedidos, deve ficar atento às vendas fora da política da empresa e, novamente, 
avaliar a concentração de descontos ou alongamento de prazo para um determinado 
cliente. 
 
2 Os Incoterms ou termos internacionais de comércio são cláusulas contratuais aplicadas nas 
transações de compra e venda internacional. 
 
31 
 
Outra frente de bastante relevância, que carece atenção em termos de testes, 
é a logística e gestão de estoques. Durante a auditoria desses processos, deve-se 
analisar diversos aspectos, o primeiro deles está relacionado ao fluxo de fretes. 
O auditor pode cruzar a base de vendas e compras, dependendo do caso CIF 
ou FOB, para validar se todo o frete realizado ou pago realmente possui uma 
contrapartida (venda ou compra), além disso, deve criticar as negociações de valores 
de fretes, para ver se há consistência entre os trechos e cobrança das transportadoras 
ou KM rodada por motoristas, se a logística for própria. Já na gestão de estoques, o 
auditor deve estar atento ao giro dos materiais, principalmente se a empresa possuir 
itens com validade pré-determinada, para isso é preciso, primeiramente, identificar 
qual é a política de movimentações de estoques e averiguar, por meio do estoque 
físico, se esses itens estão girando adequadamente. Ainda, para identificar possíveis 
desvios, o auditor poderá realizar contagem física de itens, confrontando-as com o 
estoque contábil e as movimentações de estoque que antecederam a auditoria. 
10 RESULTADOS DE UMA AUDITORIA 
O trabalho de auditoria poderá ser concluído após a emissão de uma peça 
chamada relatório de auditoria. Independentemente do tipo de auditoria, o produto 
desse trabalho será sempre o relatório, o qual será estruturado de acordo com cada 
tipo de auditoria, primordialmente, nos casos de auditorias internas e externas. O 
conhecimento dessas peças e das informações-chave para sua elaboração é de 
fundamental importância para o trabalho do auditor; além disso, deve-se ter o pleno 
entendimento da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor dele 
poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das pessoas. 
De acordo com Franco e Marra (2001, p. 34), a auditoria oferece as seguintes 
vantagens para a administração, investidores e fisco: 
Para a administração da empresa, a auditoria oferece as seguintes vantagens: 
 Fiscaliza a eficiência dos controles internos. 
 Assegura maior correção dos registros contábeis. 
 Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis. 
 Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas. 
 
32 
 
 Possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização 
oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos. 
 Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação 
econômica, patrimonial e financeira das empresas. 
 Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles 
internos. 
Para os investidores, a auditoria oferece as seguintes vantagens: 
 Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis. 
 Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial 
e financeira das empresas. 
 Assegura maior exatidão dos resultados apurados. 
Para o fisco, a auditoria oferece as seguintes vantagens: 
 Permite maior exatidão das demonstrações contábeis. 
 Assegura maior exatidão dos resultados apurados. 
 Contribui para maior observância das leis fiscais. 
A auditoria confere maior credibilidade à informação, confiança e segurança 
nos resultados obtidos e apresentados e, ao utilizar a informação para a tomada de 
decisões, a gestão também disponibiliza informação segura aos investidores, 
facilitando desta forma o Investimento de capital, uma vez que a real situação da 
empresa e o cumprimento das obrigações fiscais estão em conformidade com as 
normas governamentais. 
10.1 Relatórios de auditoria 
Com descreve MATTOS, (2017) com o grande volume de escândalos 
veiculados pela imprensa nacional nos últimos anos, principalmente os fatos apurados 
na operação Lava Jato, da Policia Federal, o trabalho dos auditores, tanto interno 
como externos, está cada vez mais em evidência. Os relatórios gerados a partir dos 
trabalhos estão sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil. 
Recentemente, o ministério público apresentou uma denúncia ao Supremo 
Tribunal Federal (STF) para apurar irregularidades na construção da arena 
Pernambuco, fato investigado na operação Fair Play, também da Policia Federal, em 
que o relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) serviu de peça 
 
33 
 
chave para amparar as denúncias e, possivelmente, irá constar nos autos dos 
processos e será revisitado no processo de apuração de responsabilidades. 
Embora este documento tenha sido emitido por uma entidade pública, ele 
evidência a extensão e importância de um relatório de auditoria e, com isso, os 
cuidados que devem ser tomados ao se publicar este tipo de documento. Por isso, o 
auditor deve ficar atento, redobrar sua atenção, revisar outra vez, e não deixar 
margens para possíveis distorções de interpretação. É muito importante que não 
invente nada e publique apenas fatos que possa provar. 
10.2 Relatório de auditoria independente e carta de controles internos 
O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à 
empresa auditada, mas também aos investidores e até mesmo à sociedade. 
Portanto, o entendimento da estrutura dessa peça é de fundamental 
importância para todos aqueles que estão inseridos no meio empresarial. Já para o 
auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o exercício da 
profissão. 
O parecer de uma auditoria independente possui características muito 
peculiares e são padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos 
reguladores. Veja, a seguir, algumas informações relevantes em relação à estrutura e 
ao conteúdo de um relatório de auditoria independente. 
10.3 Conteúdo 
Conforme MATTOS, (2017) o encerramento de um trabalho da auditoria 
externa é representado pela opinião final do auditor em relação às demonstrações 
avaliadas. Esse parecer deve apresentar algumas características, como ser um 
parecer sem ressalva, comressalva, opinião adversa ou, até mesmo, sem emissão 
de opinião por parte do auditor. 
A opinião sem ressalva, ou não modificada, é expressa pelo auditor quando ele 
conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos 
relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. 
 
34 
 
Já a Opinião com ressalva é uma opinião modificada, que deve ocorrer quando 
o auditor concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes. 
A opinião adversa é emitida quando o auditor identifica que as distorções são 
substancialmente relevantes e a forma de apresentação das demonstrações é 
inadequada ou incompleta. E, por fim, se o auditor não conseguir obter evidência de 
auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis 
tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, poderá se abster de 
emitir parecer conclusivo. 
10.4 Estrutura 
Em relação à estrutura de um parecer, também, é pré-definida por órgãos 
reguladores e depende do resultado dos resultados obtidos no trabalho, ou seja, se o 
auditor emitir um parecer sem ressalvas, a estrutura de apresentação do resultado 
será composta da abertura e mais quatro parágrafos, porém, se caso o parecer do 
auditor for modificado, a estrutura poderá ter mais sete parágrafos. 
A abertura é comum aos dois tipos de relatório e é composta pelo título do 
trabalho e pela descrição dos destinatários. Os outros três primeiros parágrafos, 
também serão comuns a resultados modificados e não modificados, porém os últimos 
parágrafos dependem da opinião do auditor, conforme a seguir: 
A - Título: relatório dos auditores independentes referente às demonstrações 
da empresa X. 
A - Destinatários: aos devidos destinatários. 
1) Introdução: descrição breve sobre o trabalho e escopo atendido. 
2) Responsabilidade da administração: delimita a responsabilidade da 
administração sobre as informações divulgadas. 
3) Responsabilidade dos auditores: delimita a responsabilidade dos 
auditores sobre as informações divulgadas. 
4) Opinião ou base legal para ressalva: se o parecer não for modificado, 
este parágrafo irá apresentar a opinião do auditor sobre os dados 
analisados, porém, se o parecer apresentar ressalva, este parágrafo irá 
apresentar a base legal para ressalva. 
 
35 
 
5) Ressalva (opinião modificada): este paragrafo destina-se à 
apresentação da modificação ou ressalva. 
6) Parágrafo de ênfase: é recomendado se a estrutura do relatório 
financeiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável 
exceto pelo fato de ser prevista por lei ou regulamento, por exemplo, 
falhas na estrutura das demonstrações. 
7) Outros assuntos: o parágrafo de outros assuntos é incluído no relatório 
do auditor que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado 
nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do 
auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as 
responsabilidades do auditor ou o seu relatório. 
 
Cabe ressaltar conforme MATTOS, (2017), que a auditoria externa pode prestar 
outros serviços de auditoria para as empresas, é comum as firmas de auditorias 
oferecerem consultorias, auditorias de gestão, revisão de controles e até mesmo 
auditorias operacionais. Porém, o maior volume de serviços prestados por essas 
empresas está direcionado para avaliação das demonstrações financeiras. 
Por isso, o formato mais usual de relatórios de auditores independentes é o 
descrito nesta seção. 
Em relação à carta de controles internos, trata-se de um documento emitido 
pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de 
controles da empresa auditada. Ele lista e classifica as deficiências identificadas no 
ambiente de controles da auditada. Via de regra, as informações 
desse relatório são remetidas a análise da auditoria interna, que avalia o teor e reporta 
sua posição em relação à opinião dos auditores externos para a alta administração. 
Existem três tipos de classificação para as deficiências de controles que devem 
ser avaliadas e reportadas pela alta administração no formulário de referência que é 
enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anualmente. 
Veja a classificação das deficiências: 
Material Weakness (MW): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências 
material, no ambiente de controles que pode distorcer as demonstrações de forma 
material e tem razoável possibilidade de não ser identificada e tratada 
tempestivamente. 
 
36 
 
Significant Deficiency (SD): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências 
que, embora menos grave do que uma MW, carece de atenção da administração da 
empresa auditada. 
Control Deficiency (CD): são deficiências pouco materiais que não distorcem 
os resultados financeiros apresentados, porém devem ser avaliados pela entidade 
auditada. (MATTOS, 2017). 
10.5 Relatório de auditoria interna 
Para elaborar um relatório de auditoria interna, o auditor deve considerar o tipo 
de auditoria que está sendo realizada e o público que irá receber esse documento. 
MATTOS, (2017) cita como exemplo, mesmo quando o auditor interno for 
realizar um trabalho de auditoria contábil, valendo-se da mesma metodologia e base 
legal utilizada pelo auditor externo, as peças serão diferentes, pois o público, a 
profundidade e a finalidade do trabalho são distintas. 
O auditor externo irá emitir seu parecer para conhecimento público, a fim de 
demonstrar, se houver, as irregularidades existentes na contabilidade da auditada. Já 
o auditor interno irá se reportar para a alta administração e demais envolvidos, e 
recomendar ações de correções e melhorias para adequar os registros contábeis às 
normas legais, sem gerar prejuízo aos cofres da empresa. 
O auditor interno emite relatório mesmo se não identificar inconformidades, 
emite também recomendações acerca de controles internos, porém, diferentemente 
da auditoria externa, as recomendações são feitas, via de regra, dentro de um único 
documento. 
O relatório de auditoria é um instrumento valioso para a alta administração, 
portanto, sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes. 
Trabalhos tecnicamente muito bons perdem valor quando sua apresentação e 
redação deixa a desejar, por isso, deve-se ter o máximo de cuidado na confecção 
dessa peça. 
Como o relatório de auditoria é o meio de transmitir a mensagem à alta cúpula 
da empresa, deve-se ter prudência com as palavras e procurar planejar e repensar as 
consequências dos termos que estarão sendo colocados neste documento. Lembre-
se de reportar apenas os fatos, não gerar hipóteses nem fazer insinuações. MATTOS 
(2017), completa que o auditor deve ser assertivo e firme em seus comentários, para 
 
37 
 
que não haja dúvidas em relação ao trabalho realizado, faça sugestão contributivas, 
de preferência que não gerem custos para a entidade. 
Existem diversas formas de apresentação desse documento, diferentemente 
de um relatório de auditoria externa, não há um padrão estabelecido pelos órgãos 
reguladores, porém há algumas boas práticas que, via de regra, são seguidas pelas 
empresas. Veja, a seguir, algumas dicas utilizadas para montar o relatório: 
 Pense no público, facilite a vida do leitor 
Criar um relatório sintético, com um pequeno resumo informando os principais 
pontos do trabalho, como área e processo auditado, escopo, objetivo e uma conclusão 
são bastante importantes, considerando que esse documento será lido por diretores 
e presidentes. Lembre-se que eles podem não ter muito tempo para examinar os 
detalhes do seu trabalho, por isso, seja objetivo em sua conclusão. 
 Lembre-se do nível tático 
Na maioria dos casos, os relatórios são divulgados aos gerentes e diretores 
das áreas, a esse público, irá interessar o entendimento dos fatos que levaram a sua 
conclusão.Portanto, é recomendável que o relatório demonstre de forma analítica os 
pontos, a causa e as ações de correções e melhorias que apurou e alinhou com os 
responsáveis diretos pelas áreas. 
 Não esqueça das exceções 
Trabalhos especiais são comuns em áreas de auditoria interna, por isso, para 
esse tipo de trabalho poderá fugir do padrão, adaptar-se a necessidade do cliente 
interno, que, via de regra, é da alta administração. Nesses casos, o resultado do 
trabalho poderá ser apresentado por um simples e-mail, porém pode também 
demandar a criação e um dossiê, pois não há uma regra geral. Apenas siga o mesmo 
padrão de objetividade e responsabilidade dos outros dois itens citados anteriormente. 
10.6 Benefícios 
MATTOS (2017), cita que são inúmeros os benefícios de uma auditoria, e essa 
afirmativa é tão verdade, que o reconhecimento por esse escopo de mercado vem 
crescendo anualmente. 
A contribuição das auditorias para o desenvolvimento organizacional e 
manutenção das boas práticas de gestão são reconhecidas pelos grandes 
 
38 
 
empresários do Brasil e do mundo. Além disso, trabalhos de auditores estão sendo 
levados à justiça para compor pastas de provas em ações criminais de grande escala. 
Independentemente do tipo de auditoria, se o trabalho for bem feito, sempre 
irá agregar valor as empresas. Uma auditoria de gestão, por exemplo, pode 
contribuir junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos e 
oportunidades. Já uma auditoria operacional pode identificar falhas nos 
processos que geram perdas financeiras para as empresas, minimizar riscos, 
além de identificar fraudes, desvios éticos e comportamentais. MATTOS, 
2017. 
Lembre-se que identificar fraudes não é o principal objetivo de uma auditoria, 
portanto, não pode ser considerado o principal benefício. A identificação de fraudes é 
uma consequência do trabalho. Mesmo que a demanda seja relacionada a uma 
denúncia de desvio de conduta, o auditor sempre agirá de forma imparcial na 
apuração dos fatos, para evitar cometer injustiças. Contudo, sempre irá prezar pelos 
interesses da empresa, e tomar as ações cabíveis para salvaguardar o patrimônio 
físico e não físico da entidade auditada. 
MATTOS, (2017) conclui que a abrangência dos benefícios gerados por uma 
auditoria externa, extrapolam os limites da pessoa jurídica auditada, pois seus 
resultados, na maioria dos casos, afetam indivíduos fora das dependências da 
empresa. O parecer imparcial da auditoria independente leva confiança aos dados e, 
por sua vez, permite ao investidor uma avaliação segura sobre a auditada e lhe apoia 
significativamente em seu julgamento de quão apropriado é a manutenção de seus 
recursos financeiros investidos na referida empresa. 
11 RESULTADOS DE AUDITORIA PÚBLICA 
A comunicação dos resultados de auditoria é de grande relevância, tanto no 
setor público quanto no setor privado; essa comunicação é feita por meio dos 
relatórios de auditoria, os quais guardam diferenças e semelhanças entre si. As 
principais diferenças entre os relatórios do setor público e do privado se baseiam no 
fato de que o leque de utilizadores da informação financeira do setor público é muito 
mais amplo, e as administrações públicas devem sempre prestar contas de suas 
ações aos cidadãos. 
 
39 
 
Segundo Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019), as 
semelhanças entre esses relatórios se baseiam nas exigências dos utilizadores 
externos em relação à informação, como: 
 O conhecimento da boa gestão dos recursos e dos planos para o presente 
e o futuro; 
 A relevância e a confiabilidade das informações; e 
 A obtenção dos dados com base em critérios técnicos, por meio de 
auditorias realizadas por profissionais independentes e experientes. 
Especificamente com relação à auditoria no setor público, os cidadãos são os 
utilizadores externos dos serviços públicos e, potencialmente, são os interessados em 
ter acesso à informação sobre a atuação dos responsáveis políticos que elegeram. 
Portanto, apenas com uma adequada divulgação dessas informações é possível 
conseguir uma maior transparência da gestão do setor público, cujo objetivo se 
assenta em uma nova filosofia de prestação de contas, da qual faz parte o relatório 
de auditoria, conforme apontam Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019). 
11.1 Relatório de auditoria 
De acordo com GONÇALVES, (2019) o processo de auditoria envolve a 
elaboração de um relatório de auditoria, para comunicar os seus resultados às partes 
interessadas, aos responsáveis pela governança e ao público em geral, com o 
propósito de facilitar o monitoramento de ações corretivas. No caso dos tribunais de 
contas brasileiros, que têm em suas atribuições a função jurisdicional, isso pode incluir 
a emissão de relatórios juridicamente vinculantes ou decisões judicantes ou seja, 
relatórios que trazem obrigações de fazer ou não fazer aos respectivos órgãos 
auditados, de acordo com a Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras 
Superiores (INTOSAI, 2013 apud GONÇALVES, 2019 ). É por essa razão que os 
relatórios de auditoria devem ser objetivos e justos, incluindo somente informações 
respaldadas por evidências de auditoria suficientes e apropriadas. Devem, ainda, 
assegurar que os achados sejam colocados em perspectiva e dentro do respectivo 
contexto. O relatório de auditoria é o principal produto da auditoria. Ele é o instrumento 
formal e técnico por meio do qual os auditores comunicam o objetivo e as questões 
de auditoria, a metodologia usada, os achados, as conclusões e as propostas de 
encaminhamento, ao final de cada auditoria. Nele, devem ser registrados os achados, 
 
40 
 
cujo conteúdo deve ser de fácil compreensão, livre de ideias vagas e ambíguas, 
trazendo somente informações que sejam apoiadas por evidências competentes e 
relevantes, sendo independentes, objetivos, justos e construtivos, de acordo com o 
Tribunal de Contas da União (TCU), (BRASIL, 2010 apud GONÇALVES, 2019). 
 
11.2 Comunicação dos resultados 
A redação do relatório de auditoria deve orientar-se pelos requisitos resumidos 
na palavra CERTO: clareza, concisão, convicção, exatidão, relevância, 
tempestividade e objetividade, conforme demonstrado na figura. 
Fonte: Princípios da comunicação de resultados. 
 Clareza 
O princípio da clareza indica que a produção dos textos do relatório deve 
almejar a fácil compreensão por parte dos leitores. Assim, deve-se evitar a erudição, 
o preciosismo, os jargões, as expressões em outros idiomas e a ambiguidade, a fim 
de que o texto possa ser lido pelo mais amplo grupo de pessoas, com conhecimentos 
diversos, segundo o TCU (BRASIL, 2010a). 
Da mesma forma, termos técnicos pouco conhecidos e siglas menos 
conhecidas devem ser utilizados apenas em casos muito necessários e devidamente 
 
41 
 
definidos no glossário. Sempre que possível, as informações textuais devem ser 
complementadas com ilustrações, figuras e tabelas (BRASIL, 2010b). 
Por fim, deve-se usar palavras e expressões em seu sentido comum, com 
frases curtas e concisas. As orações devem ser, preferencialmente, na ordem direta 
e na terceira pessoa, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do 
presente, evitando-se preciosismos, neologismos e adjetivações dispensáveis 
(BRASIL, 2010a). 
 
 Convicção 
O autor do texto deve expor os achados de auditoria e as conclusões com 
firmeza e evitar o uso de expressões que denotem insegurança, como “salvo melhor 
juízo”, “parece que” ou “entendemos”. A convicção no discurso denotará a precisão e 
a objetividade do texto do relatório. O leitor não pode ficar em dúvida quanto aos 
resultados obtidos e quanto às proposições do relatório, que deve passar segurança 
a quem lê e evitar ambiguidades (BRASIL, 2010a). 
 
 Concisão 
O texto deve ser preciso e ir direto ao assunto, devendo evitar comentários 
complementares que sejam desnecessários. Também deve permanecer

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