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Apostila de Auditoria UNIP

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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Elaine Aparecida de Araújo
 Prof. Paulo César Raimundo Peppe
 Prof. Alexandre Saramelli
Colaboradoras: Profa. Divane Alves da Silva
 Profa. Rachel Niza Brandão
Auditoria
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Professores conteudistas: Elaine Aparecida de Araújo / 
Paulo César Raimundo Peppe / Alexandre Saramelli
Elaine Aparecida de Araújo
É mestra e graduada em Administração de Empresas e pós‑graduada em Formação para Docência de Ensino 
Superior a Distância (EaD). Possui também MBA em Gestão Empresarial. Há mais de 10 anos trabalha como docente, 
com auditoria, consultorias e treinamentos in company. Atualmente, é docente da Universidade Paulista − UNIP nos 
cursos presenciais e de educação a distância, onde também faz parte do Núcleo Docente Estruturante/NDE.
Professor Paulo César Raimundo Peppe
Graduado em Ciências Contábeis pela faculdade de Ciências Administrativas Econômicas e Contábeis Oswaldo 
Cruz (1981). Atualmente é sócio‑diretor responsável técnico da empresa Peppe Associados Consultores Auditores 
Independentes, palestrante do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, professor titular da 
Universidade Paulista e professor titular da faculdade de Ciências Administrativas Econômicas e Contábeis Oswaldo 
Cruz. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Consultoria e Auditoria
Professor Mestre Alexandre Saramelli
Nascido na cidade de São Paulo, é Contador formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo e 
Mestre Profissional em Controladoria pela mesma Universidade.
Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e grande porte como contador em áreas de custos e 
orçamentos. Foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora alemã SAP.
Atualmente é professor adjunto na Universidade Paulista e consultor empresarial.
Como entusiasta de tecnologia da informação e ambientes altamente informatizados, é um incentivador da 
pesquisa, difusão e uso eficiente e intensivo das modernas ferramentas de gestão, “transferência de conhecimento”, 
ensino à distância e audiovisual.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A663a Araújo, Elaine Aparecida de.
Auditoria. / Elaine Aparecida de Araújo; Paulo César Raimundo Peppe; 
Alexandre Saramelli. – São Paulo: Editora Sol, 2015.
68 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2‑009/15, ISSN 1517‑9230.
1. Auditoria. 2. Contabilidade. 3. Relatórios de auditoria. I. Título.
CDU 657.63
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Virgínia Bilatto 
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Sumário
Auditoria
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 CONTABILIDADE ..................................................................................................................................................9
2 AUDITORIA: CONCEITO E DEFINIÇÃO ...................................................................................................... 11
2.1 Objetivo da auditoria .......................................................................................................................... 16
2.2 Origem da auditoria ............................................................................................................................ 17
2.3 A auditoria no Brasil ........................................................................................................................... 17
2.4 O papel da auditoria ........................................................................................................................... 18
3 A AUDITORIA NA ÁREA EMPRESARIAL E NO SETOR PÚBLICO ...................................................... 18
3.1 Tipos de auditoria ................................................................................................................................. 18
3.1.1 Auditoria interna ..................................................................................................................................... 20
3.1.2 Auditoria externa ou independente ................................................................................................ 20
3.1.3 Auditoria pública ou governamental.............................................................................................. 22
4 O PERFIL PROFISSIONAL DO AUDITOR .................................................................................................... 23
Unidade II
5 O TRABALHO DE AUDITORIA ....................................................................................................................... 29
5.1 Aplicações da auditoria ..................................................................................................................... 29
5.2 Planejamento e execução dos trabalhos .................................................................................... 32
5.3 Os papéis de trabalho ......................................................................................................................... 33
5.4 Testes de observância e testes substantivos ............................................................................. 40
5.5 Estudo e avaliação dos sistemas de controles internos ....................................................... 43
5.6 Os tipos de auditoria nas empresas públicas e privadas ...................................................... 43
5.6.1 Auditoria nas empresas públicas ou governamentais ............................................................. 43
5.6.2 Auditoria nas empresas privadas...................................................................................................... 45
5.7 Os testes de observância e os substantivos ............................................................................... 45
5.7.1 Objetivos do teste de observância ................................................................................................... 45
5.7.2 Objetivos do teste substantivo .......................................................................................................... 46
5.8 Outras técnicas correntes ................................................................................................................. 46
6 OS RELATÓRIOS NAS ÁREAS PÚBLICA E PRIVADA ............................................................................ 46
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Unidade III
7 O RELATÓRIO (PARECER) DE AUDITORIA: REDAÇÃO, MODALIDADES E 
DESTINATÁRIOS ................................................................................................................................................... 51
7.1 Tipos de relatórios (pareceres) ......................................................................................................... 51
8 AS TOMADAS E PRESTAÇÕES DE CONTAS ............................................................................................. 57
8.1 Aspectos conceituais........................................................................................................................... 57
8.2 Ciclos dos processos ............................................................................................................................ 57
8.3 Julgamento das contas pelo controle externo ......................................................................... 57
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APRESENTAÇÃO
Este livro‑texto apresenta as Normas Profissionais e Normas Técnicas de Auditoria, segundo as 
Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, em conformidade com as Normas Internacionais de 
Auditoria.
A disciplina trata de toda a questão pertinente à atual estrutura das Normas Profissionais e Normas 
Técnicas de Auditoria Independente no Brasil, em conformidade com a Resoluções do Conselho Federal 
de Contabilidade, por meio das NBCs PA (profissionais) e NBCs TAs/TRs e TSC (técnicas), alinhadas e 
harmonizadas ao padrão internacional de auditoria em conformidade com as International Standards 
on Auditing (ISAs) emitidas pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IFAC).
A disciplina objetiva levar aos estudantes os aspectos importantes para a estrutura profissional, 
no contexto do controle de qualidade, aspectos pertinentes à independência profissional, e na ênfase 
da educação profissional continuada ao profissional de auditoria independente. No contexto das 
Normas Técnicas (TAs – TRs e TSC), apresentar aos estudantes o conteúdo sobre o campo operacional da 
auditoria e a aplicação dos procedimentos correspondentes aos objetivos da auditoria para a realização 
de asseguração razoável (auditoria), asseguração limitada (revisões) e na prática de outros serviços 
correlatos à auditoria.
Busca‑se também capacitar os estudantes ao entendimento da atual estrutura geral das Normas 
Profissionais e Normas Técnicas de Auditoria e no entendimento sobre os trabalhos de auditoria, 
pertinentes à estrutura conceitual de trabalhos de asseguração razoável, asseguração limitada e 
nos trabalhos de revisão das demonstrações financeiras e outras informações históricas, além dos 
procedimentos previamente acordados. Ainda, pretende‑se desenvolver com os alunos conhecimentos 
necessários para as seguintes competências:
• apresentação da atual estrutura das Normas Profissionais e Normas Técnicas de Auditoria em 
conformidade com as Resoluções do CFC, harmonizadas e alinhadas às Normas Internacionais de 
Auditoria.
• exame das normas e procedimentos profissionais e técnicos relativos às atividades da auditoria 
independente.
• uma visão panorâmica das necessidades atuais da auditoria e conhecimentos básicos para 
implantação, manutenção e funcionamento do setor de auditoria.
INTRODUÇÃO
A auditoria é um instrumento de amplo controle para os administradores. Por meio de suas 
atividades de trabalho, ela serve à administração como meio de identificação de que todos os processos 
internos e políticas definidos pela companhia, assim como sistemas contábeis e de controle interno, 
estão sendo efetivamente seguidos, e que as transações realizadas estão refletidas contabilmente em 
concordância com os critérios previamente definidos. A problemática é que, conforme as organizações 
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estão se expandindo economicamente, seus administradores necessitam do auxílio da auditoria para 
captação de informações confiáveis de sua situação patrimonial e financeira. Segundo Attie (1992), 
a Contabilidade é a ciência que estuda, informa, retrata e demonstra aos seus usuários (investidores, 
clientes, proprietários, financiadoras etc.) a situação patrimonial da empresa. Ciência formadora de 
uma especialização denominada auditoria, que tem como base uma ferramenta de controle da própria 
contabilidade.
A auditoria surgiu então da necessidade de confirmação, por parte dos investidores e proprietários, 
dos valores retratados no patrimônio das empresas que possuíam ou as que pretendiam realizar seus 
investimentos, principalmente com o grande crescimento econômico‑financeiro e com o aparecimento 
das grandes empresas que são representadas em vários países.
Conforme Almeida (1996), com a expansão dos negócios, houve a necessidade de dar maior atenção 
às normas ou aos procedimentos internos. Isso decorreu do fato de que o administrador e, em alguns 
casos, o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades. No 
entanto, de nada valeria a implantação de quaisquer procedimentos internos sem que houvesse um 
acompanhamento para verificar se eles eram seguidos pelos empregados da empresa.
Para atender à administração da empresa, foi necessária uma auditoria mais periódica, com maior 
grau de profundidade, e que visasse, também, às outras áreas não relacionadas com a contabilidade, 
como sistema de controle interno, administração de pessoal etc.
O controle interno representa o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos 
de proteger os ativos, para produzir dados confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada 
dos negócios da empresa.
A partir das necessidades mencionadas, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão 
de auditor externo e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um empregado da empresa 
e, dentro de uma organização, ele não deve estar subordinado àqueles cujos trabalhos examinam. Além 
disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que possa um dia examinar, por exemplo, 
desenvolver lançamentos contábeis, para que não interfira em sua independência.
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AUDITORIA
Unidade I
1 CONTABILIDADE
De acordo com o primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro em 
agosto de 1924, publicado pelo Conselho Federal de Contabilidade nomeado Histórica dos Congressos 
Brasileiros de Contabilidade (Brasília, DF – 2008), Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as 
funções de orientação, controle e registro relativas à administração econômica.
Assim, podemos definir que a Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das 
entidades, nos seus atos e fatos quantitativos e qualitativos.
A contabilidade passa a exercer, então, um papel amplo, ou seja, deixa de ser apenas um instrumento 
de registro das operações ocorridas em determinado período, estendendo‑se para outros campos, 
principalmente o de controle, análise e projeção de fatos que diretamente (ou indiretamente) atendem 
à alta direção de qualquer organização.
As partidas dobradas, genialmente criadas por Luca Paccioli (1494), já demonstram o papel que o 
contador em princípio terá. Ele explicará o motivo da escolha do débito e/ou crédito, o que justificaria 
o tipo de registro efetuado e, automaticamente, instituiria controle e análise.
 Observação
Luca Pacioli (1445‑1517) foi um monge franciscano e célebre 
matemático italiano. É considerado o pai da Contabilidade moderna.
Não podemos mencionar Pacioli e não relatar a importância da Contabilidade moderna. Segundo 
Crepaldi (2006, p. 52):
é um ramo do conhecimento humano que trata da identificação, avaliação, 
registro, acumulação e apresentação dos eventos econômicos de uma 
entidade, seja industrial, financeira,comercial, agrícola, pública etc., com o 
objetivo final de permitir a tomada de decisão por seus usuários internos e 
externos por meio de seus sistemas de informação. É uma ciência de natureza 
econômica e de caráter empírico, cujo objeto é a descrição e medição, tanto 
quantitativa como qualitativa, do estado e evolução do patrimônio de uma 
entidade específica, de acordo com uma determinada metodologia própria 
e com o fim de comunicar a seus destinatários informações objetiva e 
relevante para a adoção de decisões.
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Unidade I
Claramente podemos dizer que a Contabilidade moderna tem como características fundamentais:
• relacionar administração de recursos escassos para a satisfação da necessidade organizacional;
• o caráter empírico, o que supõe que está baseada na experiência e na prática;
• seu objetivo formal é a obtenção de informação objetiva e relevante, já que há de ser utilizada 
para tomada de decisões;
• possui uma metodologia própria (regras precisas e concretas);
• elemento teleológico, pois permite a adoção de decisões adequadas e objetivas.
O período moderno é marcado por mudanças profundas nos meios de produção: como a passagem 
do feudalismo para o capitalismo, da economia de subsistência à acumulação de capital, do coletivismo 
ao individualismo, da técnica à ciência. Como demonstra Malagodi (1998, p. 13): “esse novo modo de 
pensar e adquirir conhecimentos produziu o ateísmo e o materialismo metafísico do século XVIII, que 
proclamava o princípio da razão e da natureza onde antes prevalecia o princípio divino”.
Tais mudanças exigiram adequação profissional por parte do contabilista. Era necessário pensar a 
contabilidade como instrumento de apoio ao crescimento e divulgação do capitalismo. Neste cenário, 
a contabilidade passa a ter papel de destaque, pois estava em suas mãos a possibilidade de fornecer 
informações úteis à gestão do negócio. Para Arruda (2001, p. 405): “a atividade comercial tornou‑se 
cada vez mais complexa. Surgiram os mercados urbanos, as companhias mercantis, a contabilidade”.
O contabilista torna‑se o profissional responsável por impulsionar o crescimento das novas 
organizações empresariais criadas pela própria exigência do mercado: era necessário o aperfeiçoamento 
por áreas do conhecimento, com destaque especial à contabilidade gerencial e de custos.
Crepaldi (2006, p. 19) retrata a participação da contabilidade afirmando: “a contabilidade expandiu 
sua utilização para instituições como a Igreja e o Estado e foi um importante instrumento de 
desenvolvimento do capitalismo”.
O profissional, aos poucos, vai buscando superar a técnica e alcançar o conhecimento científico. 
Tal evolução acontece em meio a mudanças de toda ordem. De um lado percebe‑se que o contabilista 
torna‑se mais próximo dos ideais propagados pelo lucro, presentes na própria ideia da Reforma 
Protestante; de outro, a contabilidade como forma de instrumento na sedimentação dos objetivos do 
macrossistema.
A quebra do vínculo entre a política, a economia e a ética, de que foram ideológicos, entre outros, 
Maquiavel (1469‑1527) e Calvino (1509‑1564), e o crescimento de negócios econômicos e financeiros 
levam às novas formas de vida econômica, com o aumento da circulação monetária dos bancos e 
operações financeiras. Apura‑se a contabilidade pelas letras de câmbio e uso de números árabes, que 
levara já em 1494 o franciscano Luca Pacioli (1445‑1514) aos seus Tratados, criando a escrituração 
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AUDITORIA
mercantil, tão indispensável aos novos tempos, que culminam com a ‘desmaterialização do capital’, 
assim chamada por François Perroux, pois à medida que capitalismo se torna mais complexo percebe‑se 
menos a moeda que a sua representação contábil (IGLÉSIAS, 1987, p. 36).
Os controles gerados pelos registros contábeis devem atender a planejamentos estipulados, a planos 
de contas estabelecidos, enfim, a controles internos que levam à busca da excelência empresarial – o 
lucro –, que também buscará, na análise, explicações tanto para o alcance quanto não alcance do valor 
previamente estipulado.
De posse do conceito básico da contabilidade na gestão organizacional, podemos, assim, conceituar 
a auditoria como sendo a especialização contábil voltada a testar a eficiência e a eficácia do controle 
patrimonial implantado, com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado.
Como diferenciar a eficiência e eficácia:
Eficiência = processo Eficácia = resultado
2 AUDITORIA: CONCEITO E DEFINIÇÃO
De acordo com Attie (2011, p. 5), a auditoria é uma especialização contábil voltada para testar a 
eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre 
determinado dado.
A auditoria das demonstrações contábeis visa às informações contidas nessas afirmações; logo, é 
evidente que todos os itens, formas e métodos que as influenciam também sejam examinados. O exame 
da auditoria engloba a verificação documental, os livros e registros com características controladoras, 
a obtenção de evidências de dados de caráter interno ou externo que se relacionam com o controle do 
patrimônio e a exatidão dos registros e as demonstrações deles decorrentes. A ênfase que se dá a cada 
situação depende de uma série de decorrências dos diferentes segmentos que compõem a organização.
Os exames de auditoria obedecem às normas de auditoria e incluem procedimentos de comprovações 
dos dados em estudo caracterizado por uma reflexão competente e independente.
De acordo com Crepaldi (2007, p. 3), a auditoria consiste em controlar as áreas‑chave nas empresas 
a fim de evitar situações que propiciem fraudes, desfalques e subornos, por meio de testes reguladores 
nos controles internos específicos de cada organização.
Crepaldi (2007) acrescenta auditoria como sendo o levantamento, estudo e avaliação sistemática 
das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações contábeis ou financeiras de uma 
entidade.
Recentemente, o Brasil passou por significativas alterações nas estruturas dos aspectos normativos 
pertinentes à auditoria independente: a partir de 1º de janeiro de 2010 passaram a ser adotadas as Normas 
Internacionais de Auditoria, em conformidade com as mesmas normas emitidas pelo International 
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Unidade I
Federation of Accoutants − IFAC e International Auditing and Assurance Standards Board − IAASB. Nesse 
sentido, durante os anos de 2009, 2010 e 2011, mais de 40 novas resoluções, plenamente alinhadas e 
harmonizadas às Normas Internacionais de Auditoria − NIAs, foram emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade – CFC. Contudo, transitoriamente, apenas em casos específicos, algumas empresas de 
auditoria e auditores independentes (pessoa física) ainda puderam, excepcionalmente nos anos de 2010 
e 2011, aplicar as antigas normas a estrutura e ramificações da NBC‑T11.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da Resolução 953/2003 NBC‑T11, define 
auditoria da seguinte maneira:
Auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de 
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre 
sua adequação, consoante aos princípios fundamentais de contabilidade e 
às Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, à legislação 
específica.
Vemos, dessa forma, que as novas normas do Conselho Federal de Contabilidade trazem claras 
definições sobre o que são os serviços de auditoria independente e vários outros tipos de trabalhos 
correlatos, que, em muitas situações, apesar de denominados pelo contratante e mesmo por alguns 
auditores como “auditoria”, não podem ser assim definidos em razão dessa nova normatização.
Pelas atuais Normas Brasileiras de Contabilidade, o campo da auditoria, no padrão internacional,tem agora nomenclaturas quanto à sua estrutura, como veremos a seguir.
Auditoria e asseguração
NBC-PA: compreende o conjunto das Normas Profissionais do Auditor Independente.
NBC-T: compreende o conjunto das Normas Técnicas, sendo em adição a esta estrutura conceitual 
e às Normas Técnicas (NBC‑TA, NBC‑TR e NBC‑TO), os auditores independentes que executam trabalhos 
de asseguração são disciplinados:
• pelo Código de Ética Profissional do Contabilista do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que 
estabelece princípios éticos fundamentais para os contabilistas; e
• pela Norma de Controle de Qualidade (NBC‑PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas – Pessoas 
Jurídicas e Físicas – de Auditores Independentes que executam exames de auditoria e revisões de 
informação contábil histórica, outros trabalhos de asseguração e serviços correlatos).
NBC-TA (grupo 200 a 800): compreende o conjunto das normas técnicas definidas para o que é 
denominado de “asseguração razoável”. Objetivam o trabalho de auditoria de informações históricas para 
a certificação das Demonstrações Contábeis, envolvem o procedimento de auditoria completa visando à 
emissão do Relatório do Auditor Independente, antes denominado de Parecer de Auditoria.
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AUDITORIA
NBC-TR (grupo 2400): compreende o conjunto das normas técnicas, definidas para o que é 
denominado como asseguração limitada. Objetivam o trabalho de auditoria de informações históricas 
das Demonstrações Contábeis. Nesse caso, no Relatório do Auditor Independente, não há a formalização 
de expressão de opinião.
NBC-TO (grupo 3000 e 3401): compreende o conjunto das normas técnicas definidas por trabalhos 
de asseguração não relacionados com a auditoria (TAs ou TRs) ou revisão de informações históricas, mas 
correspondentes a outros trabalhos de asseguração.
• pelo Código de Ética Profissional do Contabilista do Conselho.
NBC-TSC (grupo 4400): compreende o conjunto das normas técnicas definidas por outros serviços 
correlatos, como os denominados por Trabalhos de Procedimentos Previamente Acordados – TPPA.
• trabalhos cobertos pelas Normas Técnicas para Serviços Correlatos (NBC TSC), tais como trabalhos 
de procedimentos previamente acordados e compilações de informações financeiras ou de outras 
informações;
• a elaboração de declarações de impostos em que não há uma conclusão que expresse qualquer 
forma de asseguração;
• trabalhos de consultoria (ou de assessoria), tais como consultoria gerencial e de impostos.
 Saiba mais
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. 
Normas Brasileiras de Contabilidade. Auditoria independente. Auditoria 
interna perícia contábil.
Atualizado até outubro de 2014. Disponível em: <http://www.crcrs.org.br/
arquivos/livros/livro_normas_auditorias_pericia.pdf>. Acesso em: 26 jan. 2015.
Assim, dentro desse conceito, se pela cultura brasileira a expressão razoável pressupõe algo que 
poderíamos denominá‑lo como “mais ou menos bom”, em auditoria, pelos padrões internacionais, o 
direcionamento por asseguração razoável corresponde à possibilidade de o auditor expressar sua 
opinião, tendo sido aplicadas todas as normas técnicas que lhe propiciem emitir o Relatório do Auditor 
Independente, conforme estas tipificações:
Relatório de opinião não modificada → antigo parecer limpo.
Relatório de opinião modificada → antigo parecer com ressalvas.
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Unidade I
Relatório de opinião adversa → antigo parecer adverso.
Relatório de abstenção de opinião → antigo parecer com abstenção de opinião.
Então, pelas atuais normas, auditoria por → asseguração razoável é assim definida:
“Trabalho de asseguração” significa um trabalho no qual o auditor 
independente expressa uma conclusão com a finalidade de aumentar o grau 
de confiança dos outros usuários previstos, que não seja a parte responsável, 
acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto de 
acordo com os critérios aplicáveis (CFC, [s.d.]).
Holanda (1995, p. 2128) assim se expressa ao enfocar a auditoria: “exame analítico e pericial que 
segue o desenvolvimento das operações contábeis, desde o início até o balanço”.
Tipos de relatórios
• Relatórios finais sintéticos
São os que se resumem em uma simples e rápida forma de transmissão de fatos e 
exigem maior capacidade do auditor.
Como o próprio nome já diz, o relatório sintético é aquele que deve ser utilizado para 
informar a alta direção da empresa, de forma rápida e sucinta, sobre o que não vai bem ou 
necessita de correção.
Os gerentes dos departamentos de empresas são homens habituados às rápidas decisões, 
possuindo grande capacidade de resolver problemas em poucas palavras.
Por essa razão, somos da opinião de que os relatórios sintéticos são os de mais difícil 
elaboração, pois devem ter a propriedade de informar os fatos com poucas palavras e da 
forma mais abrangente possível, sem que a omissão de um pequeno detalhe prejudique o 
objetivo principal.
• Relatórios finais analíticos
São os relatórios que devem levar aos setores auditados todas as informações e detalhes 
permissíveis à boa solução dos problemas, sem longas e infindáveis relações numéricas e 
cifras que não levam a nada.
Os fatos de menor relevância podem ser encontrados nos papéis de trabalhos, os quais 
podem ser gentilmente oferecidos pelo auditor, ou relacionados à parte quando houver 
necessidade.
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AUDITORIA
O relatório analítico é o meio de comunicação que o auditor possui para se relacionar 
com todos os setores envolvidos nos trabalhos realizados. É a forma de se comunicar 
com os funcionários em termos de execução. Portanto, devem ser apresentados de 
maneira clara e simples.
• Relatórios especiais
O próprio nome diz tudo. Em nosso entender, os relatórios especiais são aqueles que 
fogem do cotidiano.
Podem ser também considerados relatórios confidenciais.
Entende‑se por relatório confidencial aquele que é solicitado exclusivamente pelo 
diretor da empresa e que tem interesse exclusivo sobre um determinado assunto. Exemplo: 
o diretor da empresa chama o gerente de auditoria (no qual deposita toda confiança) e pede 
para que seja observado um item ou um assunto que só a ele interessa.
Os relatórios especiais são também aqueles que reportam as indesejáveis fraudes de 
maneira reservada.
• Relatórios parciais 
Durante as verificações, o auditor muitas vezes se depara com fatos ou ocorrências que 
devem ser levadas de imediato ao conhecimento da gerência ou direção da empresa.
É bastante comum que durante os exames surjam problemas que exijam correções 
imediatas para que se evite a continuidade de falhas e haja tempo suficiente para elaboração 
do relatório final.
O relatório parcial é o recurso disponível para essa finalidade.
Ao efetuar uma auditoria no departamento pessoal, por exemplo, o auditor constata 
que uma determinada alíquota da Guia de Recolhimento da Previdência Social − GRPS 
vem sendo calculada erroneamente. Ele deve imediatamente elaborar um relatório parcial 
comunicando a situação existente e que deve ser corrigida.
É evidente que esse relatório não terá a sobriedade e a mesma apresentação de um 
relatório completo sobre a extensão do ocorrido, porém, atende à necessidade de solucionar 
o problema.
O relatório parcial pode ser apresentado em uma simples folha de papel de trabalho, 
devidamente identificada.
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Unidade I
O relatório parcial também serve para comunicar alguma dificuldade ou qualquer tipo 
de ocorrência que interfira diretamente no trabalho em execução ou que, de uma forma ou 
de outra, possa estar relacionado com a atividade do auditor.
• Relatórios verbais
Os mesmos conceitos dos relatórios escritos sãoaplicáveis aos relatórios verbais, 
porém com uma fundamental diferença: não existe rascunho para ser corrigido antes da 
redação final.
Em um relatório escrito, o auditor pode reescrever parágrafos, mudar orações e períodos, 
enfim, aprimorar o texto antes que esteja nas mãos do destinatário. No relatório verbal, 
quando não há uma boa preparação, o auditor torna‑se mais vulnerável e sujeito a expor 
condições desfavoráveis a ele.
É muito importante considerar a diferença entre o que se fala e o que se escreve.
O relatório verbal possui uma característica que os distingue dos outros tipos de 
relatórios: é muito mais rápido.
O aspecto de maior importância a ser considerado pela apresentação de um relatório 
verbal refere‑se à conduta do auditor para executar a tarefa.
O auditor deve ser muito claro e objetivo, fazendo com que sua fala seja facilmente 
compreendida e assimilada, pois ao término de um relatório verbal não existem fontes para 
serem consultadas sobre o que não ficou claro.
Assim sendo, o relatório verbal também deve ser previamente planejado e estruturado, 
pois o auditor tem que estar preparado para “prender” a atenção dos seus ouvintes, 
apresentando os fatos, recomendações ou sugestões, devidamente fundamentadas para 
que haja o interesse comum em solucionar problemas.
Fonte: Relatórios... (s.d.).
2.1 Objetivo da auditoria
A auditoria tem por objetivo expressar, a respeito das demonstrações financeiras de uma entidade, 
opinião que assegure com propriedade se elas representam de forma fiel a posição patrimonial e financeira 
da empresa, seus resultados e operações, os recursos correspondentes aos períodos examinados, de 
acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade.
De forma geral, podemos descrever o objetivo principal da auditoria como o processo pelo qual o 
auditor certifica, por meio da emissão de um relatório de expressão de opinião, tido por asseguração 
razoável, a veracidade das demonstrações financeiras elaboradas pela entidade.
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AUDITORIA
Para Attie (2011), as demonstrações contábeis, de modo geral, precisam ser preparadas de forma 
que exprimam com clareza a real situação da empresa em termos de seus direitos, obrigações e 
resultados das operações realizadas no período em exame, incluindo‑se, nessa preparação, os critérios 
e procedimentos contábeis adotados em sua elaboração e segundo os princípios de contabilidade, de 
forma que proporcionem interpretação uniforme e facilidade de compreensão.
2.2 Origem da auditoria
Necessária aos investidores e proprietários na atual situação econômico‑financeira, que representa 
o patrimônio das entidades, principalmente com o surgimento das transnacionais distribuídas 
geograficamente e com o simultâneo desenvolvimento econômico que aflorou a partir da globalização 
e foi disseminando o capital estrangeiro, a auditoria é a ferramenta que auxilia a administração na 
tomada de decisão em busca de melhores resultados.
De acordo com Sá (1998), auditoria contábil é uma tecnologia que usa a revisão e a pesquisa para 
fins de opinião e orientação sobre situações patrimoniais, e sua importância é reconhecida há milênios, 
desde a antiga Suméria. Há provas arqueológicas de registros da família real de Urukagina e do templo 
sacerdotal sumeriano que datam de mais de 4.500 anos a. C.
Já o termo “auditor”, segundo Sá (1998), é antigo, mas não se conhece ao certo sua origem 
nem data; admite‑se que o seu uso tenha sido adotado por volta do século XII, na Inglaterra, no 
reinado de Eduardo I. Oriunda do latim, a palavra significa “aquele que ouve” ou, exatamente, 
“ouvinte”, e foi adotada para representar aquele que daria opinião sobre algo que comprovou ser 
verdade ou não.
Pode‑se afirmar que a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, foi responsável por 
proporcionar novas técnicas e diretrizes à contabilidade e, consequentemente, à auditoria, como já 
explicado, a partir da expansão das transnacionais.
Sá (1998) também menciona que o Railway Companies Consolidation Act, de 1845, logo após a 
contabilidade penetrar nos domínios científicos, obrigava a verificação anual dos balanços, a ser feita 
por auditores.
2.3 A auditoria no Brasil
Relacionada às instalações de empresas internacionais de auditoria independente, a auditoria no 
Brasil tem como ponto de partida as filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras, os financiamentos 
de empresas brasileiras por meio de entidades internacionais, a evolução do mercado de capitais, 
o crescimento das empresas brasileiras e a necessidade de descentralização e diversificação de 
suas atividades econômicas, a profissionalização da diretoria, a criação de normas de auditoria 
promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972, a criação da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM) e da Lei nº 6.404/76, das Sociedades por Ações. Estes são os marcos que podemos citar sobre 
a auditoria no Brasil. Vale ressaltar que a origem da contabilidade deu‑se em 1822, com a chegada 
da família real ao Brasil.
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Unidade I
 Observação
No Brasil, o desenvolvimento da auditoria surgiu quando o Bacen (Banco 
Central) criou normas oficiais de auditoria em 1972, para o controle do 
sistema financeiro. A obrigatoriedade da aplicação da auditoria teve inicio 
na Bolsa de Valores por meio da Lei nº 6.385/76, após a regulamentação da 
Lei 6.404/76, Lei das SAs (Sociedades Anônimas).
2.4 O papel da auditoria
Com a atual crise econômica e o cenário que vivenciam hoje as empresas e seus investidores, a 
auditoria passa a ser útil para ambos, uma vez que, por meio da análise das demonstrações financeiras, 
devidamente acompanhadas do relatório do auditor, é possível avistar, com asseguração razoável, as 
empresas que poderão aplicar seus recursos em busca de novos investimentos.
Crepaldi (2007) postula que, cercadas pela exigência legal da contratação de auditores (caso das empresas 
de capital aberto) e pressionadas pela atual crise econômica, as empresas se veem obrigadas a investir em 
uma atividade que seguramente diminui o impacto das perdas. O exame do auditor é um processo que leva o 
profissional independente a uma viagem pela empresa, empregando técnicas que o ajudam a formar opinião 
sobre a adequação das demonstrações financeiras, incluindo a sua continuidade operacional.
A auditoria permite ao auditor emitir um relatório sobre a posição da empresa quanto às suas 
demonstrações financeiras, a fim de que estas sejam dignas de fé pública.
3 A AUDITORIA NA ÁREA EMPRESARIAL E NO SETOR PÚBLICO
3.1 Tipos de auditoria
 Saiba mais
Leia reportagem auditoria na Santa Casa de Sorocaba:
RELATÓRIO aponta mau uso do dinheiro público pela Santa 
Casa de Sorocaba. G1, 25 nov. 2014. Disponível em: <http://
g1 .g lobo .com/sao‑pau lo / sorocaba‑ jund ia i /not i c ia /2014/11/
relatorio‑aponta‑mau‑uso‑do‑dinheiro‑publico‑pela‑santa‑casa‑de‑ 
sorocaba.html>. Acesso em: 1 fev. 2015.
Segundo Perez (2006, p. 13), a auditoria pode ser classificada em três tipos, conforme o quadro 
comparativo a seguir:
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AUDITORIA
Quadro 1
Auditoria independente 
externa
Auditoria interna ou 
operacional
Auditoria da Fazenda (Federal, 
Estadual, Municipal)
Sujeito Profissional independente Funcionário da empresa Funcionário público
Vínculo com a empresa 
auditada
Contrato de prestação de 
serviço Contrato de trabalho Força da Lei
Ação e objetivo
Exame das demonstrações 
contábeis ou de alguma área 
específica, ou procedimento 
predefinido de trabalho 
especial
Exame dos controles 
internos e avaliação da 
eficiência e eficácia da 
gestão
Verificação da observância e 
cumprimento dos preceitos 
legais vigentes para apuração e 
recolhimento dos diversos tributos
Finalidade
Principalmente emitir 
parecer sobre a adequação 
dasdemonstrações 
contábeis
Promover melhoria nos 
controles operacionais e na 
gestão de recursos
Evitar a sonegação de tributos
Relatório principal Parecer do auditor independente
Recomendações para 
melhoria dos controles 
internos e eficiência 
administrativa
Relatório de fiscalização ou auto 
de infração
Usuário do trabalho A empresa e o público em geral A empresa Poder Público
Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista Poder Público
Além disso, alguns princípios deverão ser seguidos para que os objetivos e as metas dos sistemas 
de controles internos sejam cumpridos de forma eficaz e eficiente. São eles: responsabilidade, rotinas 
internas, acesso aos ativos, segregação de funções, confronto dos ativos com os registros, amarrações 
do sistema e auditoria interna, conforme discriminados, a seguir:
Quadro 2
Princípios de auditoria Descrição
Responsabilidade
Corresponde a atribuições constantes em manuais internos de organização, de modo a 
assegurar que todos os procedimentos de controle sejam realizados pelos funcionários e 
facilitar a apuração de eventuais omissões na realização de rotinas internas.
Rotinas internas
São regras que devem estar estabelecidas nos manuais de organização, de forma clara e objetiva. 
Compreendem formulários internos e externos, evidências das execuções dos procedimentos 
internos de controle (assinaturas, carimbos etc.), procedimentos internos dos diversos setores 
da empresa.
Acesso aos ativos
Refere‑se aos limites no acesso a ativos da organização pelos funcionários e terceiros, como 
medida para protegê‑la tanto de forma física quanto escritural (documental). As empresas 
poderão implementar vários tipos de controles físicos sobre os ativos (caixa, cheques, estoques 
etc.), por exemplo, controlando o acesso de pessoas, utilizando cofres, criando fronteiras físicas e 
monitorando eletronicamente suas instalações.
Segregação de funções
Consiste no impedimento da concentração de operações incompatíveis, sob a 
responsabilidade de um mesmo indivíduo, de modo que haja separação das etapas de 
cada transação, para que nenhum indivíduo a controle integralmente.
Confronto dos ativos 
com os registros
Refere‑se à comparação dos ativos com os respectivos registros contábeis, que deve ocorrer 
periodicamente. Tem por objetivo detectar registro contábil inadequado ou desfalques de bens, 
confirmando à administração da empresa a integridade dos ativos existentes, conforme os 
registros contábeis.
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Unidade I
Amarrações do sistema Diz respeito às medidas para se garantir que apenas as operações devidamente autorizadas sejam registradas com exatidão de valores, data e demais informações relacionadas.
Auditorias internas São os mecanismos para verificar se as normas internas estão sendo cumpridas e avaliar as possíveis modificações no sistema de controle interno para se obter um melhor resultado.
3.1.1 Auditoria interna
O Instituto de Auditores Internos aborda como característica fundamental da auditoria interna a 
responsabilidade compartilhada da organização, sendo elas dividas com a gerência e a diretoria da 
corporação.
Exercida por funcionários da empresa, mediante contrato de trabalho regido pela Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), sua principal função é o exame dos controles internos e a avaliação da eficiência 
e eficácia da gestão, com a finalidade de promover melhoria dos controles operacionais e da gestão de 
recursos. Em seu relatório, constam recomendações para melhoria dos controles internos e para maior 
eficiência administrativa. Sua responsabilidade é meramente trabalhista e seu principal usuário é a 
própria empresa.
Ademais, de acordo com o Instituto de Auditores de Nova York, auditoria interna tem como objetivo 
principal um controle administrativo que mede e avalia a eficiência de todos os controles.
As funções da auditoria interna são bastante amplas, não existindo limites para sua atuação. Ela 
surgiu com o início do comércio, durante a formação da sociedade econômica. Segundo Perez Júnior 
(2004), alguns pesquisadores mencionam que, no ano 4.000 a.C., já havia auditores de impostos na 
Babilônia, mas foi no final do século XIX que ocorreram as contratações de auditores internos por 
empresas privadas, principalmente nas estradas de ferro.
Atualmente, a auditoria atua como órgão orientador para os gestores de alto nível e para os 
proprietários de capital.
 Observação
A auditoria constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo 
examinar a integridade, adequação e eficiência dos controles internos e das 
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.
3.1.2 Auditoria externa ou independente
Conforme já mencionado, no Brasil, a partir de 1º de janeiro de 2010, houve significativas 
mudanças nos conceitos gerais de auditoria independente. Passa‑se a adotar o padrão internacional 
de auditoria, destacando‑se a Resolução 1202/09 alterada pela Resolução 1329/11 do Conselho Federal 
de Contabilidade – CFC, pela NBC‑TA Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual para Trabalhos de 
Asseguração, que torna importante entender o termo auditoria como ligado à asseguração.
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AUDITORIA
A NBC‑TA Estrutura Conceitual tem formulado assim alguns conceitos:
• trabalho de asseguração significa um trabalho no qual o auditor independente expressa uma 
conclusão com a finalidade de aumentar o grau de confiança dos outros usuários previstos, que 
não seja a parte responsável, acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado 
objeto, de acordo com os critérios aplicáveis;
• o resultado da avaliação ou mensuração de um objeto é a informação resultante da aplicação de 
critérios ao objeto, por exemplo, as demonstrações contábeis de uma entidade ou uma afirmação 
acerca da eficácia do seu controle interno, ou seja:
— o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação nas demonstrações contábeis 
(resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto) da entidade resultam da 
aplicação da estrutura de relatórios financeiros, como as práticas contábeis adotadas no Brasil 
(critérios), quanto à sua posição patrimonial e financeira, ao seu desempenho operacional e 
aos seus fluxos de caixa (objetos);
— uma afirmação acerca da eficácia do controle interno (resultado) resulta da aplicação da 
estrutura conceitual para a avaliação da eficácia do controle interno, tais como os critérios 
(COSO ou CoCo) em relação ao controle interno (objeto).
 Observação
COSO vem da sigla em inglês aplicável ao Comittee of Sponsoring 
Organization of the Tradeway Comission, enquanto CoCo refere‑se aos 
princípios do Instituto Canadense de Contadores.
Auditoria externa versus auditoria interna
A auditoria externa é o exame de todos os lançamentos contábeis em que o auditor se certifica se 
esses dados refletem adequadamente a real situação financeira e patrimonial da empresa e se estão de 
acordo com as normas contábeis, dando o seu parecer em relação a eles.
A auditoria externa é realizada por profissional sem vínculo com o quadro da empresa, a realização 
do trabalho ocorre de forma independente e o auditor se preocupa com a confiabilidade dos registros. 
Embora a auditoria externa tenha interesses comuns com a auditoria interna, elas operam em diferentes 
graus e profundidade.
A auditoria interna, apesar de ser uma atividade nova, vem conquistando espaço cada vez maior 
devido ao grau de crescimento dos negócios e a necessidade do seu acompanhamento.
A auditoria interna surge então como uma ramificação da auditoria externa, já que as empresas 
sentiram a necessidade de ter no seu quadro de funcionários um profissional permanente que pudesse 
acompanhar diariamente todos os processos da organização.
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UnidadeI
A auditoria externa é exercida por empresas de auditoria independentes, mediante contrato de 
prestação de serviço. Tem por objetivo examinar as demonstrações contábeis de alguma área específica 
ou de procedimento predefinido de trabalho especial. Sua principal finalidade é emitir relatório sobre 
a adequação das demonstrações contábeis por meio de relatório independente. Sua responsabilidade é 
civil e criminal, tendo como usuários a própria empresa e o público em geral.
Vale ressaltar que o papel do auditor não é de polícia, e sim de mero examinador das demonstrações 
contábeis, competindo‑lhe, assim, emitir um relatório. O auditor atesta ou certifica, apenas apresentando 
sua opinião. Seu parecer pode ser inadequado, ainda que traduza a visão de um profissional perito em 
matéria de contabilidade.
3.1.3 Auditoria pública ou governamental
Segundo Sá (1998), a auditoria governamental é uma especialização dentro do campo da auditoria 
que segue todos os princípios básicos e técnicos, bem como as normas aplicadas e específicas da 
auditoria.
Exercida por funcionário público e por força da lei, tem por objetivo verificar a observância e o 
cumprimento dos preceitos legais vigentes para apuração e recolhimento dos diversos tributos nos 
âmbitos federal, estadual e municipal, com a finalidade de evitar a sonegação fiscal.
Seu relatório principal contém fiscalização ou auto de infração, sendo de responsabilidade do Poder 
Público, que também é seu principal usuário. São objetivos da auditoria pública:
• a lei orçamentária anual;
• os orçamentos plurianuais de investimentos;
• as aberturas de créditos adicionais;
• os atos complementares de abertura de créditos;
• os atos relativos à programação financeira de desembolso;
• os balancetes de receitas e despesas;
• os relatórios dos órgãos administrativos encarregados do controle financeiro e orçamentário 
interno;
• o rol dos responsáveis;
• as informações sobre a administração de créditos;
• os balancetes e balanços;
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AUDITORIA
• os livros, documentos, demonstrações, comprovantes e todos os papéis que, direta ou indiretamente, 
sirvam de elemento de aferição sobre a sanidade das contas apresentadas, inclusive pareceres;
• os assuntos de interesse público.
4 O PERFIL PROFISSIONAL DO AUDITOR
 Observação
Código de Ética e de Valores Institucionais: o auditor sempre deve 
comunicar à administração da entidade auditada descobertas factuais 
envolvendo fraude e, dependendo das circunstâncias, de forma verbal ou 
escrita e, tão cedo quanto possível, mesmo que o efeito potencial sobre as 
demonstrações contábeis seja irrelevante.
Todas as profissões têm a ética como princípio, e a auditoria, notoriamente, não foge disso. O auditor 
tem em suas mãos grande responsabilidade, por exemplo, conhecer todas as irregularidades, falhas, 
erros, dentro do conjunto. Um bom auditor tem no seu perfil profissional conhecimento do responsável 
hierárquico, de seus deveres, direitos e obrigações, de acordo com o código de ética.
Segundo Attie (2011), como acontece em todas as profissões, na auditoria também foram estabelecidos 
padrões técnicos que objetivam qualificar a condução dos trabalhos de auditoria e garantir atuação 
tecnicamente consistente do auditor e de seu parecer, assegurando, a todos aqueles que dependem de 
sua opinião, a observação de uma série de requisitos considerados indispensáveis para que o trabalho 
seja concretizado.
O artigo a seguir demonstra de uma forma clara e objetiva a importância da profissão de auditor no 
contexto empresarial.
A força que vem dos bastidores
Em artigo, especialista aborda o desenvolvimento do papel do auditor nas empresas, que 
se torna um estrategista fundamental para os negócios.
A profissão de auditor delineou‑se a partir do começo do século passado, quando as 
grandes organizações mundiais começaram a recorrer a auditorias independentes para 
assegurar aos acionistas e investidores que seus balanços eram, de fato, a reprodução fiel 
da escrituração contábil. 
Com o passar do tempo, as organizações e o próprio sistema econômico mundial 
tornaram‑se mais complexos, o que reforçou a importância da auditoria externa para 
assegurar a confiabilidade dos dados divulgados pelas empresas.
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Hoje, a auditoria desempenha papel relevante como apoiadora da alta administração. 
O auditor é uma espécie de analista/estrategista que revisa e avalia uma ampla gama de 
itens fundamentais: demonstrações contábeis, políticas, planos, procedimentos, normas, 
operações, registros... Ele também identifica gargalos e oportunidades e sugere soluções para 
tornar os processos mais ágeis, melhorar a qualidade dos serviços prestados e aumentar as 
margens de lucro. É nos bastidores das empresas que ele atua, e é dali que indica o “caminho 
das pedras”, pelo qual se atravessa a parte mais difícil do rio e se chega mais facilmente ao 
destino almejado. 
As qualidades indispensáveis ao auditor são, portanto, a imparcialidade, a atenção aos 
detalhes (tanto na realização dos trabalhos quanto na apresentação das conclusões), a 
capacidade dedutiva e a criatividade. Sua autoconfiança deve ser plena, mas não pode 
haver espaço para egocentrismo e vaidade. Ele também deve ter postura e ética impecáveis: 
afinal, se o auditor não transmitir ao mercado uma imagem confiável, de isenção e 
credibilidade, suas conclusões não serão efetivamente aceitas e levadas a sério. É essencial 
que sua independência e lisura sejam inquestionáveis. 
Obviamente, são enormes as responsabilidades que pesam sobre os ombros dos 
auditores. A eles, cabem os desafios de orientar as empresas para que se protejam 
de perdas, de determinar o grau de confiabilidade dos dados contábeis e de outras 
informações elaboradas e fornecidas pelas organizações, de avaliar riscos e de mensurar 
a qualidade alcançada na execução de tarefas determinadas. Por isso, devem dispor de 
total liberdade e isenção. 
A crescente especialização do mercado vem ocasionando uma espécie de 
segmentação entre os auditores, com profissionais que optam por focalizar mais a área 
de tributos, ou a tecnologia de informação, ou, ainda, as tiragens de publicações, a 
governança corporativa etc.
Mais do que nunca, empresas de todos os portes e segmentos devem dar especial atenção 
a esse tema. Não haverá espaço para amadorismo no Brasil, que, se as coisas continuarem a 
fluir no ritmo atual, deverá se tornar a quinta economia do mundo em menos de uma década. 
Nesse cenário, a auditoria e seu realizador – ou seja, o auditor –, desempenharão papel de 
fundamental importância, sobretudo como pontos de apoio daqueles que empreendem e se 
empenham em transformar este país em uma grande potência.
Fonte: Gonçalves (2009).
O texto a seguir aborda uma questão extremamente importante: ética na auditoria. Durante todo o 
trabalho de auditoria, o não cumprimento de exigências éticas relevantes pelos membros da equipe de 
trabalho compromete o controle de qualidade e os resultados dos trabalhos.
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AUDITORIA
Bote os colegas na linha
Como confrontar a conduta antiética no trabalho − e prevalecer
Jonathan está de emprego novo. Recém‑transferido do departamento de 
contabilidade da matriz, agora é controller de uma unidade regional de vendas da 
fabricante de eletroeletrônicos. Animado com a promoção, quer forjar uma boa relação 
com a nova equipe. Na hora de fechar o balanço trimestral, no entanto, o rapaz percebe 
que o faturamento do trimestre seguinte está sendo registrado antes para reforçar a 
bonificação da turma. O silêncio do gerente da equipe sugere que aquele tipo de coisa 
provavelmente já ocorreu antes. Tendo lidado com a distorção quando trabalhava na 
matriz, Jonathan tem plena consciência de seupotencial de causar grande estrago. É 
a primeira vez, no entanto, que trabalha com aqueles que estão criando o problema, e 
não com quem tenta corrigi‑lo.
Pode parecer uma questão contábil banal. Mas as consequências − em termos de custos 
de carregamento, projeções distorcidas, cultura ética comprometida e até ramificações 
legais − são muito sérias. E, salvo em empresas extraordinariamente bem‑administradas, 
esse tipo de situação pode surgir facilmente. Todo gerente deve saber como reagir de 
forma construtiva (aliás, aprender a fazê‑lo é parte fundamental de seu desenvolvimento 
profissional) e todo alto executivo deve ser capaz de mudar as normas culturais que deram 
origem à decisão equivocada em primeiro lugar.
Nos últimos quatro anos, estudei momentos nos quais o indivíduo decide se confronta 
ou não uma questão ética, e o que diz quando decide confrontá‑la. Reuni histórias de 
gestores em todos os níveis, com especial destaque para os primeiros anos na carreira e 
para indivíduos com casos positivos a relatar. Essas histórias − juntamente com estudos 
de psicologia social sobre a tomada de decisões − lançam luz sobre aquilo que permite à 
pessoa ser sincera ao deparar com conflitos éticos no trabalho. Os insights que aqui descrevo 
podem ajudar jovens administradores a levantar a voz quando a ocasião pede e ajudar altos 
executivos a erguer uma cultura organizacional forte e honesta.
Fonte: Gentile (1969).
 Resumo
De forma bastante simples, pode‑se definir auditoria como o 
levantamento e avaliação sistemática das transações, procedimentos, 
operações, rotinas/demonstrações financeiras de uma organização.
A auditoria consiste em controlar as áreas‑chave nas empresas a fim de 
evitar situações que propiciem fraudes, desfalques e subornos, por meio de 
testes regulares nos controles internos de cada organização.
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Unidade I
As normas de auditoria são entendidas como regras estabelecidas pelos 
órgãos regulares da profissão contábil, em todos os países, com o objetivo 
de regulamentar exercício da função do auditor, estabelecendo orientação e 
diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções. 
Elas estabelecem conceitos básicos sobre exigências em relação à pessoa do 
auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá por ele ser emitido.
Acerca da proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial, dando 
maior segurança e garantia aos administradores:
• sob o aspecto administrativo: contribuição para redução de 
ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade de empregados 
e administradores;
• sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controle dos bens, 
direitos e obrigações que constituem o patrimônio;
• sob o aspecto fiscal: é fator de maior rigor cumprimento das 
obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas, o 
proprietário contra penalidades decorrentes da lei de sonegação 
fiscal e o fisco contra sonegação de impostos;
• sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros − 
fornecedores e financiadores − contra possíveis fraudes e dilapidações 
do patrimônio, permitindo maior controle dos recursos para fazer 
face a esses compromissos;
• sob o aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e 
veraci dade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores e 
titulares do patrimônio;
• sob o aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das 
contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das 
informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações 
contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios de 
Contabilidade.
 Exercícios
Questão 1. (Enade, 2009) Em função da crise econômica internacional, a empresa Patativa 
passou por dificuldades econômico‑financeiras, o que provocou um processo de descontinuidade 
e, consequentemente, está sendo obrigada a vender ativos para pagar dívidas com empregados, 
fornecedores e credores.
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AUDITORIA
Sendo assim, os ativos devem ser avaliados pelo:
A) Custo corrente.
B) Custo histórico.
C) Fluxo de caixa descontado.
D) Preço corrente de venda.
E) Valor de liquidação.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o custo corrente refere‑se ao estado atual de manutenção e conservação, mas 
normalmente não é assim validado no mercado. Segundo a alínea “A” do inciso II do § 1° do art. 7° da 
Resolução CFC n° 750/93, “os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no 
período das demonstrações contábeis”.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o custo histórico é o praticado no momento da incorporação do bem ao patrimônio da 
empresa, o que normalmente difere daquele praticado no mercado. Segundo o inciso I do § 1° do art. 7° 
da Resolução CFC n° 750/93, “os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou 
equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri‑los na data da aquisição”.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: esse método visa a trazer, a valor presente, os fluxos de caixa dos benefícios futuros 
possíveis de serem obtidos com esses bens, de maneira a determinar o seu montante atual. A quantificação 
desse valor depende do estabelecimento de uma taxa de desconto que seja compatível com a realidade 
do mercado. Segundo a alínea “C” do inciso II do § 1° do art. 7° da Resolução CFC n° 750/93, “os ativos 
são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera 
seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade” (grifo nosso).
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o preço corrente de venda, também conhecido como valor realizável líquido, é utilizado 
quando o produto da empresa for vendido em mercado organizado ou em situação de inventário de 
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Unidade I
produtos para venda ou, ainda, para produtos próximos do estágio final de acabamento. Segundo a 
alínea “B” do inciso II do § 1° do art. 7° da Resolução CFC n° 750/93, “os ativos são mantidos pelos 
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma 
ordenada [...] no curso normal das operações da entidade”.
E) Alternativa correta.
Justificativa: essa é a hipótese extrema para valores de saída por presumir venda forçada. O valor 
de liquidação é utilizado quando mercadorias ou outros ativos tornam‑se obsoletos ou quando a 
empresa não espera continuar o empreendimento em futuro próximo. É, portanto, uma hipótese de 
descontinuidade.
Questão 2. (Enade, 2009) A constituição das provisões para férias, décimo terceiro salário e 
dividendos propostos é uma conduta profissional que atende a qual princípio contábil?
A) Competência.
B) Consistência.
C) Continuidade.
D) Entidade.
E) Prudência.
Resolução desta questão na plataforma.
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AUDITORIA
Unidade II
5 O TRABALHO DE AUDITORIA
5.1 Aplicações da auditoria
Segundo Jund (2007), dos serviços prestados pelo auditor na sua área de especialização, devido ao 
elevado número de usuários por ele servidos e atingidos, o mais conhecido é o exame das demonstrações 
financeiras ou auditoria contábil. Sobre ele, o auditor deve opinar no caso de refletir apropriadamente 
a posição financeira e o resultado das operações.
As auditorias das demonstrações financeiras, ou auditorias contábeis, compreendem o conjunto de 
pesquisas, revisões analíticas dos registros contábeis, comprovantes e outros elementos que evidenciam 
e corroboram as operações, levando ainda em consideração a preparaçãode um relatório, no qual o 
auditor profissional expõe o resultado de seus exames. Para essa finalidade, são empregadas diversas 
técnicas e provas, selecionando os procedimentos que, segundo seu juízo e experiência, são os mais 
eficientes para cada fase do trabalho.
Por fim, a auditoria das demonstrações financeiras destina‑se ao exame e avaliação dos componentes 
dessas demonstrações quanto à adequação dos registros e procedimentos contábeis, à sistemática 
dos controles internos, à observância das normas brasileiras de contabilidade, aos regulamentos e aos 
padrões aplicáveis, bem como à aplicação dos princípios de contabilidade estabelecidos pela Resolução 
CFC nº 1.282/2010.
Auditoria financeira: passo a passo de como realizá‑la em sua empresa
Quero lhe apresentar resumidamente nos tópicos a seguir quais são as etapas necessárias 
para se realizar uma auditoria financeira.
1 – Mapeamento dos processos
A primeira etapa a ser realizada em um trabalho de auditoria financeira refere‑se ao 
método de mapear os processos existentes na área. Isso significa identificar todos os 
processos existentes no financeiro (Ex.: pagamento de fornecedores, baixa de inadimplentes, 
conciliações, transferências bancárias etc.) e transformá‑los em fluxos ou mapas das tarefas 
desempenhadas neste processo.
O mapeamento pode ser feito por uma área especializada dentro da empresa ou por 
um profissional conhecedor do processo, geralmente um auditor, um gestor ou o próprio 
funcionário que desempenha a tarefa.
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Unidade II
2 – Identificação dos riscos
Com todos os processos do setor financeiro mapeados a segunda etapa de uma auditoria 
financeira é a de identificar os riscos existentes em cada processo analisado, através do 
questionamento direto ao gestor da área (obter a percepção do que ele percebe serem os 
maiores riscos) ou a análise diretamente no fluxo.
É importante nessa etapa que todos os riscos possam ser identificados, por isso é realizada 
uma análise minuciosa da cada tarefa existente no processo e sempre por alguém que tem 
conhecimento amplo sobre o fluxo. Para exemplificar, usemos o processo de pagamento de 
fornecedores:
Ao proceder com a análise e identificação dos riscos podemos chegar a conclusão de que 
esse processo possui como risco a possibilidade de se efetuarem pagamentos em duplicidade, 
baixas indevidas, pagamentos a fornecedores fictícios etc. Com os riscos identificados em 
cada processo parte‑se para a etapa seguinte...
3 – Identificação dos controles internos
Com os riscos devidamente identificados em todos os processos o próximo passo é o de 
identificar os controles internos existentes para minimizar aqueles riscos.
Os controles internos podem ser os mais diversos como relatórios, planilhas, contratos, 
assinaturas, aprovações, sistemas, carimbos, baixas, conciliações, revisões etc.
Um exemplo que podemos utilizar para entender melhor é o mesmo do tópico anterior, 
ou seja, o pagamento de fornecedores.
Identificamos que um dos riscos que existem no processo de pagamento de fornecedores 
pode ser, entre outros, o de se efetuar pagamento em duplicidade. Qual o controle interno 
que poderia existir para minimizar esse risco? Certamente que a atividade de conciliações 
dos pagamentos e a efetiva baixa dos já efetuados são um controle interno efetivo que 
minimiza o referido risco.
Se você verificar que determinado controle interno não existe ou não é eficaz, 
relacione‑o com os demais que for encontrando na mesma situação. Após identificar 
todos estes controles é necessário que seja feito um planejamento para implantação 
deste no processo.
4 − Testando os controles internos (procedimentos de auditoria)
A etapa de testar os controles internos tem o objetivo de verificar qual o nível de 
segurança destes controles na minimização dos riscos que identificamos anteriormente.
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AUDITORIA
Através das técnicas e procedimentos de auditoria, serão testados cada um dos 
controles internos analisando se o processo está sendo seguido e qual a segurança que 
este transmite.
Como cada empresa tem suas particularidades e obviamente os processos, riscos e 
controles internos podem variar, não há como abrangermos cada caso específico através 
desse artigo, mas apenas tratar em questões mais gerais para que se tenha o entendimento 
geral do processo de auditoria.
Então, ao auditarmos cada área do financeiro (tesouraria, contas a pagar e contas 
a receber) utilizamos um conjunto de técnicas específicas com o objetivo de alcançar 
aqueles objetivos que citamos lá em cima. As técnicas de auditoria podem abranger 
métodos de exame físico, observação, inquérito (questionar), validação, cálculos, 
entre outros.
Para conhecer todos os procedimentos de auditoria que podem ser utilizados, sugiro que 
dê uma lida nesse nosso artigo sobre o tema:
Técnicas e procedimentos de auditoria: como o auditor forma sua opinião
5 – Obtenção das evidências de auditoria
As evidências de auditoria são o resultado que se obtém com o trabalho de auditoria 
propriamente dito, ou seja, através da aplicação de técnicas e procedimentos de auditoria 
comentados anteriormente nós podemos obter indícios de que determinado processo está 
sendo seguido ou não.
Por exemplo, ao auditarmos o processo de pagamento de fornecedores e aplicarmos 
as técnicas de auditoria para obter evidências de que o processo é seguido, pode‑se obter 
indícios como a conciliação dos pagamentos pelo profissional responsável, os aceites dos 
relatórios de contas a pagar e baixas etc.
Como já foi mencionado, meu intuito com este artigo, foi apenas introduzir de uma 
forma geral o método para se realizar uma auditoria financeira, dando uma visão geral do 
que seria o passo a passo para se realizar esse tipo de trabalho.
Em outros artigos planejo aprofundar um pouco mais o tema trazendo aspectos práticos 
de como auditar cada área de um departamento financeiro. Por exemplo, poderemos tratar 
questões como auditoria de caixa, auditoria de bancos e aplicações financeiras, auditoria de 
clientes a receber, auditoria de fornecedores a pagar etc.
Fonte: Luiz (2014).
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Importância das normas das auditorias
As normas de auditoria, juntamente com os procedimentos para sua implementação, 
estabelecem a ordem e a disciplina na realização do trabalho. E o que é mais importante, 
a observância dessas normas leva à realização de auditorias completas e objetivas, com 
resultados e recomendações palpáveis, fundamentos passíveis de serem justificados.
Para muitos usuários de demonstrações financeiras, o relatório do auditor é a única 
evidência consequentemente, é de extrema importância que se faça o relatório de modo 
profissional e há quatro normas que servem de orientação global para a preparação do 
relatório, que diz o seguinte:
• o relatório deve declarar se as demonstrações financeiras são apresentadas em 
conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade;
• o relatório deve declarar se os princípios contábeis foram aplicados consistentemente 
no período corrente em relação ao período anterior;
• as divulgações de informações nas demonstrações financeiras devem ser consideradas 
adequadas, salvo declaração em contrário, no relatório;
• o relatório deve conter um parecer relativo às demonstrações financeiras tomadas 
em conjunto, ou qualquer declaração de que não pode ser emitido o parecer. Se não 
for possível emitir parecer global, devem‑se declarar os motivos e, em todos os casos 
em que o nome do auditor estiver ligado às demonstrações financeiras, o relatório 
deve conter explicações bem claras da natureza do exame do auditor, se é que foi 
feito algum, e do grau de responsabilidade que ele está assumindo.
Fonte: Crepaldi (2006).
5.2 Planejamentoe execução dos trabalhos
De acordo com o dicionário Aurélio (1995, p. 510), planejamento é:
1. Ato ou efeito de planejar. 2. Trabalho de preparação para qualquer 
empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; planificação. 
3. Elaboração, por etapas, com bases técnicas (especialmente no campo 
socioeconômico), de planos e programas com objetivos definidos; 
planificação.
Na auditoria define‑se planejamento como sendo o ato de pensar hoje as implicações em decidir ou 
não no futuro. Planejamento é o ato antes da ação. Segundo Araújo, Arrua e Barreto (2008), planejamento 
é uma das funções básicas da administração e também da atividade auditorial. Significa o trabalho de 
preparação para qualquer empreendimento.
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Um planejamento não é uma etapa isolada no processo de auditoria e, quando bem‑elaborado, 
ajuda o auditor no trabalho de auditar as demonstrações financeiras, sobretudo, na atenção especial às 
áreas mais importantes da empresa, na seleção e na supervisão da equipe de trabalho, na identificação 
e resolução de potenciais problemas. Com um bom planejamento, o auditor organiza‑se melhor para 
realizar o trabalho de maneira eficiente e eficaz.
O CFC, em sua interpretação técnica NBC‑TA 300, aprovada pela Resolução nº 1.211/2009, 
conceitua planejamento de auditoria como a etapa do trabalho na qual o auditor independente 
estabelece a estratégia global para os trabalhos a executar na empresa a ser auditada e o 
desenvolvimento de um plano de auditoria, que é mais detalhado que a estratégia global de 
auditoria, pois nele é levado em consideração a natureza, a época e a extensão dos procedimentos 
de auditoria a serem aplicados pela equipe.
 Saiba mais
Consulte, na íntegra, a NBC‑TA 300 – Planejamento de Auditoria de 
Demonstrações Contábeis, aprovada pela Resolução nº 1.211/2009.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC‑TA 300 – 
Planejamento de auditoria de demonstrações contábeis. Brasília − DF, 
2009. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.
aspx?Codigo=2009/001211>. Acesso em: 27 jan. 2015.
5.3 Os papéis de trabalho
Attie (2011) afirma que os papéis de trabalho formam o conjunto de formulários e documentos 
que contêm as informações necessárias ao apontamento do auditor durante seu exame, bem como 
as provas e descrições dessas realizações, e constituem a evidência do trabalho executado, com as 
fundamentações de sua opinião para a formação do parecer final.
O CFC, na Resolução nº 1.206/2009, de acordo com a NBC‑TA 230, deu nova denominação aos papéis 
de trabalho, sendo, a partir 1º de janeiro de 2010 (data em que a resolução entrou em vigor), chamados de 
Documentação de Auditoria, que é definida como o registro dos procedimentos de auditoria executados 
e da evidência do que é relevante nas conclusões alcançadas pelo auditor.
Apesar de a NBC‑TA 230 trazer essa nova denominação, a expressão “papéis de trabalho” ainda é 
utilizada e representa basicamente um conjunto de documentos obtidos ou preparados pelo auditor, 
geralmente de forma manual em formulários/impressos específicos ou ainda por meio eletrônico com o 
auxílio dos softwares utilizados pela maioria das empresas de auditoria.
Os papéis de trabalho devem constituir prova da execução do trabalho pelo auditor, bem como servir 
para o registro de notas e observações, opiniões e recomendações que foram passadas para a empresa 
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auditada. Além disso, os papéis de trabalho também evidenciam as conclusões dos auditores, integram 
os seus pareceres, sendo ainda usados em consultas por auditores que derem sequência aos trabalhos 
de auditoria no ano seguinte.
Em síntese, nos papéis de trabalho são evidenciadas todas as descobertas feitas pelos auditores, 
constatações de auditoria e comprovação do trabalho realizado.
Vale ressaltar que não só os papéis de trabalho elaborados pelo auditor constituem evidência do 
trabalho de auditoria, mas qualquer documentação recebida que possa evidenciar o exame realizado. 
Assim, é possível ter como papéis de trabalho ou documentação de auditoria fitas de vídeo, arquivos 
magnéticos, CDs, DVDs, correspondências (inclusive eletrônicas), entre outros.
O que devem conter os papéis de trabalho do auditor
Os papéis de trabalho devem ser preparados de modo que apresentem os detalhes 
importantes. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que itens importantes podem passar 
despercebidos, como resultados da elaboração imperfeita dos papéis. Por isso, os papéis de 
trabalho devem ser completos quanto a: 
• informações e fatos importantes;
• escopo do trabalho efetuado;
• fonte das informações obtidas;
• suas opiniões e conclusões.
Os papéis de trabalho devem ser preparados tendo‑se em mente seu completo 
entendimento por outro auditor que não teve ligação direta com o trabalho. É comum a 
consulta aos papéis de trabalho em anos posteriores para se prestar esclarecimentos ou 
informações sobre algum aspecto a área auditada.
Assim, podemos considerar nossos papéis de trabalho completos e perfeitos, toda vez 
que tivermos possibilidade de responder satisfatoriamente às seguintes questões, com 
relação ao conteúdo:
a) Os dados, fatos e informações estão colocados de maneira clara, concisa e bem 
distribuídos?
b) Todas as informações contidas nos papéis são importantes para a formação de uma 
opinião sobre a área?
c) Todas as informações são necessárias para a perfeita visualização da profundidade do 
exame efetuado?
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d) Na possibilidade de uma revisão futura por um elemento que não participou do 
exame, foram consideradas todas as informações úteis para permitir um rápido 
entendimento?
e) Todos os pontos do relatório possuem adequado suporte nos papéis de trabalho?
f) A omissão de alguma informação nos papéis de trabalho trará alguma consequência 
em curto, médio ou longo prazo? 
Fonte: Portal... (s.d.).
 Saiba mais
Para saber mais, consulte a NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, 
aprovada pela Resolução nº 1.216/2009.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC‑TA 230 – Documentação 
de auditoria. Brasília − DF, 2009. Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/
sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001206>. Acesso em: 27 jan. 2015.
Setor auditado: PT nº
Período auditado:
Área ou setor:
Assunto:
Critério:
(Neste campo deve constar a abrangência da coleta a ser 
realizada, os parâmetros e o embasamento legal.)
Procedimentos:
(Neste campo, devem constar os procedimentos a ser utilizados para o correto preenchimento 
do PT.)
Figura 1 − Modelo de papel de trabalho
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Exemplo prático de papéis de trabalho
Com o objetivo de facilitar o entendimento do leitor no que se refere à elaboração de papéis de 
trabalho, apresentamos em seguida alguns exemplos de documentação dos exames nas seguintes áreas 
(ARAÚJO, 2006):
• caixa e bancos – Referência C;
• despesas antecipadas – Referência G;
• investimentos – Referência I;
• imobilizado – Referência K;
• passivo – Referência L;
• patrimônio líquido – Referência P.
Descrição do caso prático
Caixa e bancos – descrição dos procedimentos
O balanço patrimonial da entidade ABC apresentou os seguintes dados:
Tabela 1
Cód. Nome da conta Ano X1 Ano X0
1.1.1 Caixa 30.000 10.000
1.1.2 Bancos 530.000 320.000
Conforme razão analítica, o detalhamento das contas é o seguinte, para o exercício de X1:
Tabela 2
Cód. Nome da conta Valor
1.1.1 Caixa – Matriz 15.000
1.1.1.2 Caixa – Filial A 2.000
1.1.1.3 a 1.1.1.5 Caixas – Filiais B a D 1.000 (cada)
1.1.2.1 Banco do Brasil 100.000
1.1.2.2 Bradesco 30.000
1.1.2.3 Real 50.000
1.1.12.4 CEF 50.000
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